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economia Recife I 11 de fevereiro de 2015 I quarta-feira
Divulgação
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k Google Maps completa uma década de operação k4
Guga Matos/JC Imagem
k Dólar passa de R$ 2,80 pela 1ª vez em dez anos
Adriana Guarda
adrianaguarda@jc.com.br
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CEGONHA Caminhões virão carregados pela Fiat de Minas e voltarão ao Sudeste com os Jeeps Renegade de Pernambuco
Sada investe R$ 120 mi e gera 400 empregos POLO AUTOMOTIVO Responsável pelo transporte de todos os carros que serão produzidos pela Jeep em Goiana, empresa anuncia a construção de três unidades operacionais em Pernambuco
Companhia cobra o Arco Metropolitano
Toyota vai erguer CD de R$ 15 mi
Mobilidade sem Arco Metropolitano será o maior desafio da Sada Transportes na operação logística da Jeep em Pernambuco. A empresa vai iniciar a distribuição dos veículos a partir do Estado, prevendo uma redução de 5% na sua produtividade, por conta do imbróglio na obra viária. Para ser competitiva, uma carreta precisa percorrer 8.500 quilômetros por mês. “Menos do que isso é perder dinheiro”, diz o diretor Comercial da Sada, Edson Pereira. O projeto do Arco está sendo rediscutido, porque o traçado do lote 1 passa por uma área de preservação ambiental. Já o lote 2 tem previsão de ser licitado em março. O executivo diz que vem discutindo, exaustivamente, com o governo do Estado, a Fiat Chrysler Automobiles (FCA) e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) de Pernambuco alternativas de acesso para escoar os veículos. “Nosso maior problema será a mobilidade. Isso porque não estamos falando apenas das cegonhas com os veículos, mas do grande volume de caminhões trazendo peças. A proporção é de uma carreta de veículos para sete carretas com peças. Em Betim, por exemplo, são 300 cegonhas de automóveis para 2.500 com peças”, compara. O diretor da Sada acredita que num primeiro momento a dificuldade será menor, em função do pequeno volume de distribuição. “Por enquanto vamos tentar buscar alternativas, como fazer o transporte à noite, mas isso não vai se sustentar por muito tempo”, observa. São carretas de 22 metros de comprimento de 4,7 de altura. Hoje, o preço médio do frete pago peça Fiat por carro é de R$ 850.
O governador Paulo Câmara (PSB) assina hoje às 11h, no Palácio do Campo das Princesas, um protocolo de intenções para a implantação de um centro de distribuição da Toyota próximo ao Complexo Portuário de Suape, em Ipojuca. O investimento é estimado em R$ 15 milhões. O evento contará com a presença do presidente da Toyota no Brasil, Koji Kondo. A expectativa é de que a central comece a funcionar no primeiro trimestre de 2016. É um empreendimento importante porque na segunda fase poderá ser implantada uma pequena linha de montagem, segundo informações do governo estadual. Os Estados da Bahia e do Ceará disputavam o empreendimento. “A instalação de um centro de distribuição da Toyota em Pernambuco confirma a nossa vocação de polo concentrador de cargas para toda a região Norte-Nordeste. A posição geográfica do nosso Estado, aliada à nossa infraestrutura logística, cada vez mais nos qualifica a acolher novos empreendimentos dessa natureza”, afirma o governador. Na última quintafeira, ele esteve em São Paulo acertando os últimos detalhes do protocolo com executivos da montadora. A central vai se instalar numa área de 50 mil metros quadrados com capacidade para receber 30 mil carros por ano. A partir dela serão distribuídos os veículos da montadora para o Nordeste, incluindo os produzidos no Brasil (Corolla e Etios) e os fabricados na Argentina (Hilux e SW4). Em Suape, existe um pátio de veículos com capacidade para movimentar 2 mil unidades por mês que é utilizado pela General Motors (GM) e Volkswagen.
Com 39 anos de mercado, a Sada é a maior operadora de veículos da América Latina. A empresa foi fundada na Itália e o braço brasileiro surgiu para atender à Fiat. No ano passado, a companhia transportou 1,1 milhão de veículos e faturou R$ 3,8 bilhões. Além da Fiat, a operadora também atende a Mitsubishi, Land Rover, Iveco e Peugeot. Ricardo B.Labastier/JC Imagem
esponsável pela distribuição de 100% dos veículos da Fiat Chrysler Automobiles (FCA) no Brasil, a Sada Transportes também será a operadora logística da montadora no Polo Automotivo Jeep, em Goiana (Zona da Mata Norte do Estado). A empresa está investindo R$ 120 milhões na construção de três unidades de operação em Pernambuco, com geração de 400 empregos (veja arte). Os pátios serão instalados nos municípios de Goiana e Ipojuca para abastecer o mercado nacional, além de servir como plataforma de exportação e importação da companhia. A fábrica da Jeep tem capacidade para produzir 250 mil veículos por ano e a Sada será responsável por retirar os automóveis de dentro da montadora e entregar na porta das concessionárias. O pátio de Goiana - terceiro maior do Brasil - está em construção e a previsão é começar a operar em maio. A unidade da Mata Norte será 134.600 m² de área e está localizada a três quilômetros da fábrica da Jeep. O espaço terá um centro de apoio ao motorista, com estacionamento, restaurante, dormitório, vestiário e área de manutenção. “Disponibilizar estrutura para atender ao carreteiro sempre fez parte da nossa filosofia, antes mesmo de entrar em vigor a Lei do Motorista (de 2012)”, destaca o diretor Comercial da Sada, Edson Pereira, dizendo que a legislação serviu para regular a concorrência. A segunda unidade em Goiana será um centro de carga e descarga, que vai funcionar como apoio dentro da própria montadora. A terceira unidade será construída em Ipojuca, numa área de 132 mil m², responsável pela importação e exportação. A primeira operação da Sada a partir de Goiana vai acontecer em maio. A previsão é realizar 455 viagens por mês para distribuir 4.200 Jeeps Renegade. Do total de viagens, 100 serão para atender aos mercados do Norte e Nordeste e o restante para o Centro-Sul. O modelo de logística adotado pela Sada tenta aumentar a competitividade e ser sustentável. A operadora logística vai trazer cegonhas (carretas) de Betim (MG) com modelos Fiat, que vão voltar carregadas de modelos Jeeps para serem distribuídos nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. A ideia é ter frete de retorno, sobretudo quando se trata de um produto de maior valor agregado (o modelo inicial do Renegade tem preço estimado em R$ 70 mil). “Esse modelo de logística foi desde 2013 para a unidade de Pernambuco. A estratégia vai poupar 23 mil viagens por ano, além de representar uma economia de 104 milhões de quilômetros, 42 milhões de litros de diesel e de reduzir 101 mil toneladas de dióxido de carbono”, exemplifica Pereira. Esse frete de retorno tem sido motivo de disputa entre os cegonheiros de Pernambuco e do Centro-Sul. O sindicato local quer garantir que os veículos sejam transportados por carreteiros sediados no Estado, mas só as cargas destinadas ao Norte e Nordeste vão utilizar cegonheiros estabelecidos na região. A maior parte do frete virá de Minas e voltará para o Centro-Sul. No Estado, a previsão é contratar inicialmente 12 carreteiros, podendo chegar a 40. “Não é justo que os cegonheiros locais fiquem de fora. Já ingressamos com ação judicial contra os sindicatos de Minas e de Goiânia e já tivemos uma série de reuniões com a Sada”, reclama o vice-presidente do Sindicato dos Transportadores de Veículos Autônomos do Estado de Pernambuco (Sintrave-PE), Luciano Pontes, dizendo que são 130 associados.
Pereira diz que buscará alternativas no início, mas o projeto é essencial EMPREGOS
Até o dia 23 de fevereiro a Sada quer contratar os cem primeiros funcionários da empresa no Estado. A ideia é privilegiar mão de obra dos municípios do Litoral Norte. O número de empregados vai crescer gradativamente até totalizar 400 colaboradores, quando a fábrica da Jeep alcançar a produção de 250 mil veículos. As vagas são para motoristas de cegonha, motorista de pátio, conferente, auxiliar de logística e amarrador (veja quadro ao lado).