Caminho livre para a Beira-Rio
Via entre Pontes da Capunga e da Torre, no Recife, com 860 metros de extensão, deve começar a ser construída em agosto. Obra de um edifício-garagem da Nassau é primeiro passo para dar passagem à avenida. k cidades 7
jornal do commercio 7
Recife I 15 de março de 2014 I sábado
cidades
www.jconline.com.br
Mais um passo para Beira-Rio Perspectiva
PROJETO Nova via, que ligará as Pontes da Capunga e da Torre, começará a ser construída em agosto e deverá ficar pronta em 2016
Estacionamento poderá abrigar 447 veículos
Margarida Azevedo mazevedo@jc.com.br
O
O edifício-garagem que será construído pelo Centro Universitário Maurício de Nassau, cujo projeto foi aprovado ontem pelo Conselho de Desenvolvimento Urbano (CDU), ficará na Rua Joaquim Nabuco, do lado esquerdo (sentido cidade-subúrbio). Terá oito pavimentos, sendo um no subsolo, um térreo e mais seis andares, com capacidade para abrigar 447 veículos, além de bicicletário e estacionamento para motos. Para evitar que se forme uma fila de carros na entrada do edifício, do lado esquerdo, contribuindo para aumentar os congestionamentos frequentes na Joaquim Nabuco, em horários de pico, o edifício terá um recuo de 7,6 metros. “Haverá uma baia onde os veículos vão esperar para entrar na garagem”, diz a secretária-executiva de Licenciamento Urbano do Recife, Taciana Sotto-Mayor. Parecer técnico da Companhia de Trânsito e Transporte do Recife (CTTU) afirma que “a proposta de instalação de um edifíciogaragem está de acordo com o planejamento da mobilidade dos bairros das Graças e do Derby. A alça de acesso, com introdução de faixa de aceleração-desaceleração, minimiza os efeitos negativos na capacidade da Rua Joaquim Nabuco”, destaca o documento. A aprovação do edifício-garagem no CDU teve apenas um voto contrário (do Conselho de Arquitetura e Urbanismo, CAU), 14 a favor e três abstenções. “A aprovação desse projeto vai de encontro a tudo que está sendo feito para melhoria da mobilidade. Não houve um estudo prévio de impacto de vizinhança. O Plano Nacional de Mobilidade estimula o transporte coletivo e a redução do uso do automóvel”, destacou a assessora técnica do CAU, Ângela Cunha. Para a presidente da CTTU, Taciana Ferreira, com o edifício-garagem, vias do entorno da Joaquim Nabuco que hoje são usadas como estacionamento estarão liberadas, facilitando a circulação dos veículos.
CAIÇARA
Alexandre Gondim/JC Imagem
trecho da Avenida Beira-Rio, entre as Pontes da Capunga, no Derby, e da Torre, no bairro das Graças, Zona Norte do Recife, está mais perto de virar realidade. A nova via, com 860 metros de extensão, deve começar a ser construída em agosto, segundo a gestão municipal. A previsão é que a obra dure um ano e meio, ou seja, a população trafegará pela avenida somente no início de 2016. A aprovação do projeto de construção de um edifício-garagem do Centro Universitário Maurício de Nassau, ontem, pelo Conselho de Desenvolvimento Urbano (CDU), foi um passo decisivo para agilizar a construção da nova avenida, uma vez que o atual local onde funciona o estacionamento da instituição deixará de existir para dar passagem à Beira-Rio. “O projeto executivo fica pronto este mês. Abril será para ajustes. Em maio haverá o lançamento do edital de licitação. Acredito que em agosto a obra terá início, com duração de 18 meses. Serão investidos R$ 57,5 milhões, recursos do governo federal, por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)”, explica o secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos do Recife, Nilton Mota. O trecho que vai da cabeceira da Ponte da Capunga até a Rua das Pernambucanas (equivalente a um quarto da avenida, aproximadamente) será custeado pela Maurício de Nassau, como compensação (ação mitigatória) pela construção do edifíciogaragem. “A saída do estacionamento da faculdade é uma ação importante, mas ainda há outras pendências. Existem 16 imóveis que serão desapropriados. Os laudos técnicos referentes a essas edificações estão prontos. Vamos definir agora os valores das indenizações”, ressalta Nilton Mota. Segundo ele, o município desembolsará entre R$ 10 milhões e R$ 12 milhões com as desapropriações, dinheiro que não está no montante que sairá do PAC. Dois prédios, os Edifícios Príncipe de Provence e Avis Liberta, são exemplos de que a prefeitura terá que fazer ajustes: no primeiro, a área de lazer ocupou a margem do rio, enquanto o segundo, além de ter sido construído muito próximo do leito do rio, murou área nas margens e transformou o local em estacionamento. “Com a conclusão do projeto executivo saberemos qual solução será tomada. É provável que seja necessário, em algum trecho, construir um pequeno elevado. Onde tiver área livre vamos desapropriar. O importante é que as duas pontas da avenida estão liberadas”, observa o secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos. A nova Beira-Rio terá uma ciclovia com três metros de largura, além de calçada dos dois lados. Serão quatro faixas de rolamento, duas em cada sentido. Mais de 50 mil pessoas serão beneficiadas com a criação da avenida, conforme o município. A nova Beira-Rio será uma alternativa de percurso mais curto para quem sair do Derby em direção à Avenida Rui Barbosa. Além disso, sua implantação possibilitará a conexão com vias perpendiculares à margem do rio.
ACORDO Trecho entre Capunga e Rua das Pernambucanas será construído pela Maurício de Nassau
O futuro do Edifício Caiçara, localizado na Avenida Boa Viagem, no Pina, Zona Sul do Recife, não foi decidido ontem pelo CDU. Será somente dia 4 de abril, quando acontecerá nova reunião do conselho. A previsão era de que ontem fosse votada a inclusão ou não do prédio na lista de Imóvel Especial de Preservação (IEP). Mas a arquiteta e professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Fátima Furtado, que no CDU representa o Mestrado de Desenvolvimento Urbano (MDU), pediu vistas do projeto. Caso o edifício se torne um IEP, a construtora Rio Ave, dona do imóvel, terá que manter as características originais da edificação. No debate de ontem, o relator do processo, vereador Augusto Carreiras, votou contra a transformação do Caiçara em IEP. Mesmo com o adiamento da votação, Ângela Cunha, do CAU, e o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Frederico Almeida, já manifestaram voto a favor do Caiçara como IEP.