Fiat recebe R$ 387 milhões da Sudene Dinheiro liberado corresponde à primeira parcela prevista com recursos do FDNE, de um total de R$ 1,9 bilhão para implantação da fábrica. k cidades/economia 7
SEXTA-FEIRA
economia
Sudene libera R$ 387 milhões para a Fiat
SETOR AUTOMOTIVO Desembolso representa a 1ª parcela do empréstimo concedido com recursos do FDNE para instalação da montadora. Crédito total é de R$ 1,9 bilhão
A
Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) liberou R$ 387 milhões para o projeto de implantação da fábrica da Fiat, em Goiana, a 60 km do Recife. Foi a primeira parcela prevista com recursos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), que vai entrar com um aporte de R$ 1,9 bilhão no empreendimento. Os recursos devem ser usados nos serviços de construção civil, entre outros, segundo informações da autarquia. A instalação do parque fabril da Fiat e dos seus fornecedores vai demandar um investimento total de R$ 7,2 bilhões. “É o primeiro desembolso depois que ocorreu a financeirização do FDNE”, conta o diretor de Gestão de Fundos da Sudene, Henrique Tinoco. O FDNE concede em-
A instalação da Fiat e dos seus fornecedores vai custar R$ 7,2 bilhões préstimos para projetos da iniciativa privada. Antes da mudança, ele tinha uma legislação muito complicada. Depois disso, as exigências das garantias foram simplificadas e o risco do financiamento passou a ser do banco que atuou como agente operador. No caso da Fiat, foi o Banco do Brasil. A fábrica da Fiat vai receber uma liberação do FDNE de R$ 1,465 bilhão no próximo ano e
de R$ 106,3 milhões em 2015. Os recursos emprestados pelo fundo podem ser pagos em até 12 anos para os clientes da área industrial. O pagamento é iniciado um ano depois que a planta fica pronta. “Nos financiamentos do FDNE, as empresas entram com um recurso próprio. A Fiat vai entrar com 20% do total a ser investido”, comenta Tinoco. O FDNE é formado com recursos do Orçamento Geral da União (OGU). Este ano, o fundo terá um orçamento de R$ 2 bilhões, dos quais R$ 1,3 bilhão já foi contratado. Em 2014, a previsão é que sejam disponibilizados R$ 2 bilhões para empréstimos. “Temos uma carteira de projetos interessados para aplicar 100% do que está previsto este ano e no próximo”, diz. Além da fábrica de automó-
veis, a implantação da unidade da Fiat inclui uma unidade produtora de motores, campos de provas, centros de desenvolvimento tecnológico e de capacitação profissional. A planta de Goiana deverá produzir em torno de 250 mil veículos por ano. Serão 4,5 mil empregos diretos. A previsão é que cerca de 12 mil pessoas circulem, diariamente, pelo empreendimento. Este mês, as obras do projeto da Fiat entraram numa fase de aceleração com a contratação de mais pessoas para trabalhar na construção dos 14 galpões que vão abrigar os fornecedores da empresa. Ao ser anunciada, a expectativa era de que os carros começassem a ser produzidos, comercialmente, em 2014. O projeto atrasou e isso acontecerá em 2015.