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Para acabar as doenças da pobreza

SAÚDE Projeto do governo do Estado que combate moléstias endêmicas entre a população pobre é finalista em premiação nacional

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ernambuco é protagonista em um programa que visa por fim a doenças tropicais endêmicas que atingem a população de baixa renda. O Projeto Sanar – Programa de Enfrentamento às Doenças Negligenciadas, lançado em maio de 2011 pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), busca diminuir a incidência ou erradicar sete doenças: tracoma, doença de Chagas, hanseníase, filariose (elefantíase), esquistossomose, helmintíase (verminose) e tuberculose. Em função dos números positivos e da quantidade de pessoas carentes assistidas em menos de três anos, o Projeto Sanar tornou-se referência na área. E hoje está entre os finalistas do Prêmio Saúde 2013, na categoria Saúde e Prevenção, da Revista Saúde, promovido pela Editora Abril. Após um mapeamento, em 2011, dos 185 municípios pernambucanos, 108 (58%) foram definidos como prioritários por se apresentarem como áreas de risco para até quatro dessas doenças. Após isso, diversas ações foram planejadas e executadas para combater cada um das enfermidades. E os resultados desse trabalho já podem ser conferidos. De acordo com a SES, 22 municípios reduziram de 7,5% para 3% os casos de tracoma (doença infecciosa ocular que pode levar à cegueira) em crianças. Para controlar a praga do barbeiro (responsável pela transmissão do protozoário causador de Chagas), mais de 19 mil residências foram vistoriadas, eliminando cerca de 2.500 insetos. Para prevenir e controlar a tuberculose e a hanseníase, uma frente de trabalho atuou em 885 unidades básicas de saúde em 59 municípios, e capacitou 296 médicos e 749 enfermeiros. Quanto à filariose, 12 casos foram diagnosticados em Jaboatão dos Guararapes, em 2010. No ano seguinte, após

atuação do Sanar, apenas um caso foi registrado no município. E as atividades do projeto já chegaram a outros Estados do país. Em novembro de 2012, Mato Grosso do Sul analisou a forma de atuação do projeto para dar início a um pacto no combate às doenças que mais afligem a região. Um mês depois, foi a vez do Rio Grande do Norte tomar o programa como referência, apresentando aos representantes dos municípios potiguares as ideias iniciais do projeto.

Casos de filariose caíram de 12 para 1 em Jaboatão Os autores do projeto são os médicos Bárbara Morgana, Eline Mendonça, Eronildo Felisberto, José Alexandre Menezes, Nadianara Araújo, Raissa Alencar e Roselene Hans. Eles já atuaram e capacitaram agentes comunitários em ações em diversas cidades do Estado que apresentam os casos de forma endêmica – doença característica de uma região –, como Jaboatão dos Guararapes, Moreno, São Lourenço da Mata (na Região Metropolitana), Ferreiros (na Zona da Mata), Bom Jardim, Jataúba e Saloá (no Agreste).

PRÊMIO

Em 2012, o Projeto Sanar foi premiado na 12ª Mostra Nacional de Experiências Bem Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (Expoepi), em Brasília. Três trabalhos de outros Estados competiam nessa categoria. A iniciativa foi considerada a melhor na área de vigilância, prevenção e controle de doenças relacionadas à pobreza.

www.jconline.com.br Diego Nigro/JC Imagem/5-11-2013

cidades

ENDEMIAS O programa combate sete doenças tropicais que afetam a população de baixa renda


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