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k Recifense quer Copa, mas não quer protestos k esportes 6

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inclui k esportes Editores: André Malagueta Galvão agalvao@jc.com.br Wilfred Gadêlha wgadelha@jc.com.br Fale conosco: (81) 3413.6187 www.jconline.com.br/cidades Twitter: @jc_cidades

cidades Recife I 18 de março de 2014 I terça-feira

Arnaldo Carvalho/JC Imagem

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Tiago Chiaravalloti/AE

Bobby Fabisak/JC Imagem

k Petição pede fim do zoológico do Parque 13 de Maio

VERTICALIZAÇÃO O crescimento desordenado da capital, a exemplo de bairros como Encruzilhada, Rosarinho, Aflitos e Graças, trouxe problemas graves de mobilidade e infraestrutura

Para repensar o Recife URBANISMO Audiência pública hoje na Câmara vai discutir revisão e atualização do Plano Diretor e Lei de Uso e Ocupação do Solo Com relação à Lei nº 16.176/96 (LUOS), Antônio Alexandre disse que a prefeitura está se organizando para atualizar as normas. A Lei de Uso e Ocupação do Solo, diz ele, é uma das principais diretrizes para a análise de processos imobiliários. Mas, passados 18 anos, está defasada. “Os parâmetros eram outros em 1996”, reconhece. A proposta da prefeitura, diz ele, é atualizar a lei e discutir a revisão com os diversos segmentos da sociedade, incluindo o mercado imobiliário. “As regras de ocupação do solo devem acompanhar a dinâmica da cidade”, observa.

Fotos: Hélia Scheppa/JC Imagem

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Câmara de Vereadores convida a população para discutir a necessidade, ou não, de revisar e atualizar o Plano Diretor e a Lei de Uso e Ocupação do Solo (LUOS) do Recife. A audiência pública está programada para as 9h30 de hoje, no Plenarinho da Câmara, localizada no Centro da cidade. “Não se trata de audiência para debater quais mudanças serão feitas, mas quais são necessárias”, esclarece o vereador Raul Jungmann (PPS), que solicitou a audiência. Ele convidou representantes da prefeitura e da sociedade civil para o encontro. Instrumento criado para orientar o poder público e a iniciativa privada na construção dos espaços urbanos, o Plano Diretor da Cidade do Recife (PDCR) está em vigor desde 2008. A LUOS é a mesma desde 1996, sem atualizações nesses 18 anos. Antônio Alexandre, secretário de Mobilidade e Controle Urbano do Recife, reconhece a necessidade de revisar as leis e afirma que a prefeitura tem uma agenda pendente com a cidade. “Há instrumentos previstos no PDCR que precisam ser detalhados e regularizados”, declara. De acordo com o secretário, algumas iniciativas foram tomadas, para detalhamento do Plano Diretor. “Enviamos à Câmara de Vereadores projetos para criação do Conselho das Cidades e para regularização da Zona Especial de Preservação do Patrimônio Histórico da Boa Vista (ZEPH 08), atualizando os parâmetros construtivos na região”, cita, como exemplo. Também encontra-se na Câmara proposta de melhoria da qualidade ambiental das edificações, mais conhecida como telhado verde. Se for aprovada, toda construção residencial com mais de quatro pavimentos e as não habitacionais com mais de 400 metros quadrados de área deverão incluir no projeto uma espécie de jardim na cobertura.

q Saiba mais

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milhão de habitantes é a população aproximada da capital pernambucana, de acordo com censo do IBGE

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PROJETO Quatro prédios residenciais serão construídos no lugar do Condomínio Joanna Dhalia

quilômetros quadrados é a área total do município do Recife, que é dividido em 94 bairros

Uma das ideias da prefeitura é elaborar modelos de simulação de impacto das novas construções (residenciais, comerciais e serviços) na infraestrutura de água, esgoto, saneamento, drenagem e trânsito. “Mobilidade não se resume apenas à circulação do veículo no entorno do empreendimento. É preciso avaliar o impacto da construção no conjunto da cidade”, afirma o secretário. No momento, a prefeitura está concluindo a parte técnica que dará suporte ao debate, previsto para começar ainda este ano. A verticalização de bairros, como Rosarinho, Encruzilhada, Torre e Madalena entrará na pauta das discussões.

O condomínio era arborizado, um ambiente diferente no bairro. É pena. Construtoras não dão valor a casa, só a terreno”,

lamenta Wellington Velasco, funcionário público

Acho ótima a ideia de fazer os prédios, porque trará mais segurança. A rua está muito abandonada e assaltos aqui são constantes”, diz a professora Ana Carvalho

Vila sai de cena em Boa Viagem Enquanto a cidade se prepara para discutir a revisão da Lei de Uso e Ocupação do Solo, Boa Viagem perdeu o Conjunto Residencial Joanna Dhalia da Silveira, um dos poucos condomínios de casas ainda existentes no bairro mais verticalizado da Zona Sul. Construído no fim dos anos 60 do século 20, o Joanna Dhalia era um espaço de amenização para moradores da Rua Professor Júlio Ferreira de Melo. No lugar das 20 casas e da área verde do terreno, de 12,3 mil metros quadrados de área, serão construídos quatro prédios residenciais. A derrubada das casas poderia ter sido evitada se a prefeitura tivesse transformado o residencial em imóvel especial de preservação, como tinha sido sugerido por técnicos municipais em 2007. “Fizemos um plano específico para Boa Viagem, com o levantamento de imóveis que mereciam ser preservados. O Joanna Dhalia fazia parte da lista, mas a proposta não foi levada adiante”, relembra o arquiteto Milton Botler, responsável pelo estudo, na época. Luiz Amorim, professor de arquitetura da Universidade Federal de Pernambuco, informa que o Joanna Dhalia era projeto do arquiteto Glauco Campelo, um dos colaboradores de Oscar Niemeyer na construção de Brasília. “Apesar de muito descaracterizado, era um exemplar importante da arquitetura moderna e deveria ser conservado”, destaca. Glauco Campelo, diz Luiz Amorim, participou da restauração do Paço Imperial, no Rio de Janeiro. A construtora responsável pretende iniciar as duas primeiras torres (36 e 37 pavimentos) em maio ou junho próximos. Cada uma com dois apartamentos por andar.


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