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MOBILIDADE Nova avenida será entregue em fevereiro para desafogar trânsito da Madalena. k cidades 3
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Recife I 22 de janeiro de 2014 I quarta-feira
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Via para desafogar a Madalena MOBILIDADE O primeiro trecho da nova avenida, entre a Avenida Caxangá e a Rua José Osório, será entregue no final de fevereiro
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O investimento na requalificação do canal é de R$ 1,9 milhão, recursos do PAC Drenagem. Para viabilizar a obra, 23 imóveis foram desapropriados, ao custo de R$ 2,2 milhões.
EXPECTATIVA
Fotos: Felipe Ribeiro/JC Imagem
No local, o clima é de expectativa. “Os alagamentos já melhoraram bastante e ficou bom para estacionar por aqui, mas precisam terminar o serviço. Muito material deixado na rua foi roubado”, contou o vigilante Fernando Farias, 57 anos, que mora e trabalha na área. Gerente de uma concessionária que fica na esquina do canal, Marcos Ribeiro, 42, não vê a hora de as ruas serem pavimentadas, pois alega que a poeira os obriga a lavar os carros o tempo inteiro. “E fica difícil tirar os veículos da empresa com o tráfego como está”, afirmou.
q Saiba mais
23,1
mil habitantes é a população do bairro da Madalena, localizado na Zona Oeste da capital pernambucana
MUDANÇA Ponte, que deveria ter sido entregue em outubro de 2013, não tem data para ficar pronta. Projeto foi revisto
TRABALHO Obras no Canal do Valença devem ficar prontas até o fim de fevereiro. Marli elogia as melhorias
Ponte sem prazo para conclusão Uma saída para o trânsito caótico entre as Zonas Norte e Oeste do Recife, a ponte que ligará os bairros de Monteiro e Iputinga, ainda está longe de ser concluída. A parte da estrutura levantada representa 22% da obra. O orçamento é de R$ R$ 42,7 milhões. A obra, que foi batizada na semana passada e recebeu o nome do engenheiro Jaime Gusmão, teve seu projeto totalmente revisto com a navegabilidade do Rio Capibaribe. Jaime Gusmão foi professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), além de presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PE), do Clube de Engenharia de Pernambuco e da Empresa de Urbanização do Recife (URB), quando ajudou a criar o Programa de Gerenciamento dos Morros. A ponte começou a ser construída na gestão de João da Costa, em maio de 2012, e deveria ter ficado pronta em outubro do ano passado. A obra parou em dezembro de 2012 e só foi retomada em julho de 2013. Com a drenagem do canal de navegação, foi necessário relocar um pilar de sustentação. Mesmo com os serviços em an-
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Residente no último trecho do canal, a auxiliar administrativa Marli de Aquino, 42, disse que a família vive na expectativa de a obra ser concluída. “Minha família quer ampliar a casa, mas disseram que o imóvel poderia precisar sair”, declarou. Segundo ela, as melhorias já são visíveis para os pedestres. “Antes eu passava por uma viela quando ia e voltava do trabalho, dava medo, agora ficou muito melhor. Mas está difícil atravessar a Caxangá”, reclamou ela. A requalificação do Valença faz parte do projeto Canais do Recife, apresentado em 2010 e reapresentado em 2011, abrangendo 16 canais, dos quais apenas dois foram concluídos e muitos não saíram do papel, embora tivessem prazo de um ano. O investimento total é de R$ 95,3 milhões. Fotos: Edmar Melo/JC Imagem
Em franca expansão, o bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife, vai ganhar, até o final do mês que vem, um reforço no seu sistema viário, com a abertura de duas ruas marginais ao Canal do Valença, entre a Avenida Caxangá e a Rua José Osório, grandes corredores de tráfego da área. O trecho – complementação da Rua João Crescêncio – é pequeno, cerca de 200 metros, mas possibilita uma nova comunicação entre as ruas internas dos bairros da Madalena, Cordeiro, Torre e adjacências, cuja ligação é basicamente feita pelos principais corredores. As obras fazem parte do projeto de requalificação do canal e estavam paradas desde outubro, sendo retomadas agora pela Empresa de Urbanização do Recife (URB). O diretor de Engenharia do órgão, Vincente Perrusi, alega que houve dificuldades na liberação dos recursos federais e imprevistos técnicos. “A Caixa Econômica fez algumas exigências, precisamos alterar o projeto e também encontramos um solo muito mole no local, mas essas pendências já foram resolvidas”, declarou. Contudo, o projeto é ainda mais amplo: inclui outro trecho de aproximadamente 250 metros após cruzar a Rua José Osório até a Rua Estácio de Sá, sem prazo de conclusão. “Há resistência com uma desapropriação, mas estamos negociando e acredito que logo vamos poder iniciar a próxima etapa”, diz Perrusi. Sem esse trecho, é possível fazer a ligação pela marginal existente, a Engenheiro Leonardo Arcoverde, hoje funcionando em mão dupla (inclusive com estacionamento), embora não seja o ideal. “Ainda não recebemos o projeto para definir a circulação, mas acredito que o tráfego das vias locais vai melhorar, sobretudo no sentido da Caxangá para a Torre. A circulação dos grandes corredores também vai ficar aliviada com o Túnel da Abolição, previsto para março, que vai permitir seguir direto pela Rua Real da Torre até cruzar a Abdias de Carvalho”, observou o gerente-geral de Trânsito da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), Agostinho Maia.
“
Queria que essa ponte ficasse pronta rapidamente. Moro aqui há 11 anos e nunca fizeram nada para pela região. Mas nossa vida só vai melhorar quando tirarem a gente daqui da beira do rio”, declara a comerciante Érika Maria Deisa, 33, moradora da Vila Esperança, no bairro de Monteiro
damento, nem o prefeito Geraldo Julio sabe precisar quando será entregue à população. “Estamos fazendo uma revisão completa do projeto, que exige também mudança no cronograma. Por enquanto, estamos sem prazo de conclusão”, disse Geraldo Julio. Além da navegabilidade do Rio Capibaribe, questões de engenharia de tráfego influenciaram na revisão do projeto. “A chegada da obra junto da Escola Silva Jardim, em Monteiro, interfere em diversos imóveis e na Avenida 17 de Agosto. Precisava revisar esse projeto para poder encaixar bem a chegada dela na região”, acrescentou o prefeito. O projeto inicial prevê a desapropriação de 56 imóveis em Monteiro e 141 na Iputinga para a construção do complexo viário. As 37 famílias que moram na Vila Esperança, às margens do Capibaribe, em Monteiro, temem a saída. Na semana passada, representantes da Empresa de Urbanização do Recife (URB) estiveram no local e coletaram dados dos moradores. “Não queremos ir para o auxílio-moradia. Queremos um lugar definitivo para morar e seria muito bom que a gente continuasse aqui”, disse a dona de ca-
sa Mônica Cristina da Silva, 34, que há 15 anos mora na vila.
HABITACIONAL
O líder comunitário Luiz Henrique Santos Viegas informou que havia um projeto de construção de um habitacional com 224 apartamentos na área. Além das 37 casas da Vila Esperança, outros três imóveis e um terreno seriam desapropriados. As novas unidades beneficiariam também moradores das Comunidades Cabocó e Bananal. A assessoria de imprensa da URB confirmou a intenção de construir o habitacional. Do outro lado do rio, moradores da Iputinga temem perder a paz com a chegada da ponte. Morador de um prédio de três pavimentos, o professor Marcionilo Leão, 47 anos, enxerga as melhorias no trânsito e vê a chegada do caos. A ponte vai passar ao lado do prédio. “Aqui é muito silencioso. Mas a obra vai facilitar o acesso à Zona Norte.” Em nota, a assessoria da URB informa que “a readequação do projeto é permanente, de acordo com a necessidade de ajustes no sistema viário”.