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Carga ilegal de cigarro apreendida na RMR
CONTRABANDO Avaliado em R$ 1 milhão, produto não tinha nota fiscal. Se os 5,5 milhões de cigarros fossem comercializados, prejuízo em impostos seria de R$ 300 mil Diego Nigro/JC Imagem
U
ma carga de mais de 5,5 milhões de cigarros contrabandeados do Paraguai foi apreendida pela Polícia Civil na última quintafeira. O produto, avaliado em R$ 1 milhão, não tinha nota fiscal e foi encontrado em uma casa no município de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife (RMR). O caso foi registrado pela Delegacia de Polícia de Crimes Contra a Ordem Tributária (Deccot). Se o produto fosse comercializado, o Estado deixaria de arrecadar cerca de R$ 300 mil em impostos. As investigações que resultaram na apreensão do material contrabandeado duraram aproximadamente três meses, segundo a polícia. No imóvel, os agentes encontraram 27.850 mil maços de cigarro, o correspondente a 278.500 mil carteiras do produto. Um caminhão que realiza-
OPERAÇÃO Polícia achou carga em São Lourenço da Mata ria o transporte da carga também foi encontrado no local. O motorista, no entanto, conseguiu fugir. De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Francisco Rodrigues, do Decott, a prática de contrabando traz sé-
rios prejuízos à saúde financeira do Estado. “Há muitos produtos do Paraguai ingressando no País sem pagar nenhum imposto. Esse tipo de produto causa um mal muito grande ao Estado, por conta dos tributos que deixam de ser recolhidos”, comentou.
Segundo dados da Secretaria da Fazenda de Pernambuco (Sefaz-PE), práticas de sonegação fiscal como esta retiram 20% do total de impostos arrecadados no segmento por mês em Pernambuco, o que corresponderia a aproximadamente R$ 4,5 milhões. “O contrabando favorece a queda na arrecadação do setor, uma vez que tira do mercado fatia que deveria ser ocupada por mercadorias regulares”, explicou o diretor de operações estratégicas da Sefaz, Anderson Alencar. Graças à intensificação das ações de combate ao contrabando e falsificação no setor, somente nos dois primeiros meses deste ano, foram arrecadados mais de R$ 41 milhões no segmento. O material apreendido deverá ser incinerado e o inquérito policial ficará a cargo da Polícia Federal.
Bolsa tem melhor semana desde 2013 O principal índice da Bolsa brasileira fechou hoje perto da estabilidade, mas registrou sua melhor semana desde setembro do ano passado. O movimento foi sustentado pelo avanço das ações da mineradora Vale e pela queda menor que o esperado dos papéis de estatais, após pesquisa do Ibope ter desmentido rumores sobre a corrida eleitoral no País. O Ibovespa encerrou o dia com leve ganho de 0,22%, aos 47.380 pontos. Na semana, houve avanço de 5,37%, melhor desempenho semanal do índice desde a semana entre 2 e 6 de setembro. A valorização de 2,10% dos papéis mais negociados da Vale deu força para que o Ibovespa fechasse esta sexta no azul. Esses papéis representam mais de 8% do índice. Em sentido oposto, as ações mais negociadas da Petrobras tiveram ligeiro avanço de 0,21%, após terem caído mais de 2% ao longo do dia. Outros papéis de estatais, como os mais negociados da Eletrobras, também subiram (2,63%). “As ações das estatais caíram durante boa parte do dia, conforme o mercado esperava, mas se recuperaram nas últimas horas do pregão. Isso mostra que os papéis atingiram níveis de preços interessantes que estimularam uma força compradora considerável, mesmo que o ganho nos últimos dias tenha sido motivado por boataria”, diz Filipe Machado, analista da Geral Investimentos. Nos últimos três dias, os papéis das estatais subiram fortemente em meio a rumores de que a diferença entre Dilma Rousseff e candidatos da oposição na disputa pelo Planalto cairia em pesquisa Ibope publicada nesta semana o que não foi confirmado após a publicação dos números, na noite de ontem. “O mercado estava esperançoso de que um governo diferente pudesse representar menos interferência política nas estatais”, explica Elad Revi, analista-chefe da Spinelli Corretora. A avaliação, no entanto, é de que as próximas sondagens poderão voltar a influenciar o mercado. Os papéis do Banco do Brasil, que haviam fechado em alta de 5,45% na quinta, encerraram ontem em baixa de 1,10%. Leandro Ruschel, diretor da escola de investimentos Leandro & Stormer, afirma que o mercado brasileiro também foi influenciado positivamente pela afirmação da nota AAA dos Estados Unidos pela agência de classificação de risco Fitch Ratings. No câmbio, o dia foi estável. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou a sexta-feira em leve queda de 0,13% sobre o real, cotado em R$ 2,322 na venda. Na semana, houve baixa de 1,74%. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedeu 0,04% no dia e 1,06% na semana, para R$ 2,326. Segundo operadores, a entrada de dólares no Brasil nos últimos dias, em meio ao bom humor no mercado de ações, reduziu a pressão sobre o câmbio, permitindo ganho de força ao real.ç