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Recife I 23 de maio de 2014 I sexta-feira
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As “lagoas” da Imbiribeira M
orar próximo a uma lagoa, em uma área tranquila, com opções gratuitas de lazer e onde ainda predominam casas e prédios baixos é um privilégio que orgulha os moradores do entorno da Lagoa do Araçá, na Imbiribeira, Zona Sul do Recife. A Avenida José Ferreira Lins, que contorna o espelho d’água, passou recentemente por uma requalificação, com direito até a uma ciclofaixa permanente. A imagem, no entanto, contrasta com as vias adjacentes, esquecidas há anos. Com o início do período de chuvas, a realidade de lama, buracos e alagamento volta à vida dos moradores. Nem uma das principais vias e rota de ônibus da área escapa do abandono. Asfaltada até o cruzamento com a Rua Tenor Vicente Celestino, a Avenida Pinheiros consegue reunir em um trecho de terra enormes buracos, lama, entulho e mato. Quando chove, a quantidade de água é quem determina se os moradores poderão sair de casa. Bem na esquina das duas ruas, canaletas de esgoto abertas completam o cenário. Em nota, a Empresa de Urbanização do Recife (URB) informou que está executando a pavimentação e drenagem do trecho em questão, processo que deve ser encerrado em agosto. Ainda no segundo semestre será aberta licitação para realizar a obra. Já a Rua Tenor Vicente Celestino ainda irá passar por estudos técnicos para ser avaliada a elaboração do projeto. Mesmo morando em frente à lagoa, a dona de casa Gilma
Maria Souza, 34 anos, sofre com a falta de estrutura das ruas próximas. “Em dia de chuva mais forte, a van não leva minhas filhas à escola porque a rua vira um rio. Quando vão, coloco botas com medo de que peguem alguma doença.” O colégio fica na Rua Varsóvia, uma das mais caóticas do entorno, onde já foi preciso usar uma bomba para escoar a água que se mistura com o esgoto, completamente exposto. Por causa dos alagamentos constantes, moradores elevaram as calçadas na tentativa de evitar que a sujeira entre nas casas. A rua também precisará passar por avaliação da URB antes de ser iniciado o projeto. “Estou morando aqui há três meses e acho uma pena o estado que deixam essa área. É um lugar bonito, arborizado e tranquilo, bom de se viver”, ressalta Gilma. Bem próximo à Rua Varsóvia, a Rua Antônio Cardoso da Fonte sofre de outro grave problema. Sem asfalto, não é possível identificar onde termina a pista e onde começa a calçada. No lugar, mato e água da chuva empossada, um convite para a dengue. A URB informou que os projetos executivos para a via já estão prontos e “poderão ser contempladas em ações futuras da prefeitura”. A Compesa informou que toda a área está incluída no Programa Estruturador do Recife (Proest 2), que abrange também o bairro do Ipsep, onde já está em funcionamento. A obra de R$ 48,7 milhões deve começar a beneficiar o entorno da Lagoa do Araçá em junho.
Fotos: Bobby Fabisak/JC Imagem
DESCASO No entorno da Lagoa do Araçá, ruas sem asfalto se transformam em verdadeiros lamaçais, atrapalhando a vida dos moradores
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Dia de chuva forte o expediente na minha empresa é comprometido porque ninguém consegue chegar. O resultado é prejuízo”, reclama Irineu Carvalho, 51
CAOS No alto, a Rua Varsóvia, onde até mesmo uma bomba foi colocada para escoar a água. Já a Avenida Pinheiros (acima) só tem asfalto até um certo ponto: o resto é lama
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Nunca vi isso melhorar. Já chegou até a entrar água no meu restaurante e perco muito cliente que não se atreve a enfrentar a lama”, lamenta Joao Batista, 31