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jornal do commercio

cidades k ciência/meio ambiente

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Wilfred Gadêlha (Interino)

wgadelha@jc.com.br twitter: @jc_meioambiente telefone: (81) 3413.6533

Bobby Fabisak/JC Imagem

É dinheiro que só...

de desova de marinhas

quarta-feira, 242 quelônios, das espécies pente e verde, foram de Porto de Galinhas e Cupe. Outros 43 ninhos são monitorados Fotos: Rodrigo Cavalcanti/Divulgação

vida & ciência

Parafraseando um certo ex-presidente, nunca na história de Pernambuco houve tanto recurso para a gestão do meio ambiente. O secretário Sérgio Xavier foi quem explicou, em reportagem publicada na edição de ontem: de R$ 28 milhões destinados à área ambiental em 2010, a verba para o setor passou para R$ 284,4 milhões este ano. É dinheiro que só... A grande parte deste aumento orçamentário vem das chamadas compensações ambientais. Ou seja: empreendimentos de grande impacto pagam ou apoiam a implantação de projetos em andamento ou em gestação na área. É dinheiro que só... Xavier contabiliza ainda que, somados o programa de saneamento da Compesa, a dragagem do Rio Capibaribe e o tratamento de choque para limpar o Rio Ipojuca, a conta chega a coisa de R$ 1 bilhão. É dinheiro que só... O que deixa a gente pensativo é o que é que será feito com essa dinheirama toda – deve obrigatoriamente ser usado em unidades de conservação. Meio ambiente deixou de ser tema isolado faz tempo. Assim como mobilidade, é um assunto transversal, que transita de um lado para o outro, permeando diversas áreas. É necessário que o viés ambiental esteja encalacrado na cabeça dos gestores. Principalmente os que gritam a plenos pulmões como vitória a chegada de uma refinaria e de uma fábrica de carros, dois representantes de uma economia muito distante da economia verde que Sérgio Xavier tanto defende.

Europa contra...

...o efeito estufa

É pressão, meu amigo. A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, recomendou que seus 27 Estados-membros reduzam em 40%, até 2030, as emissões de gases de efeito estufa. A proposta será analisada na cúpula da UE, em março.

E a parada é ainda mais complicada: no mesmo documento, o presidente da Comissão, Durão Barroso, sugere que os países europeus elevem para 27% a proporção de fontes renováveis na matriz energética do continente.

Som alto demais é poluição, viu?

A fiscalização da PCR e dos bombeiros deveria incluir a medição do volume das músicas veiculadas pelas casas noturnas, em especial nas áreas residenciais.

Oi? Fiscalizar quando a casa está fechada?

É louvável a iniciativa – impulsionada pela tragédia da Boate Kiss (RS) –, mas os fiscais deveriam ir a bares e boates à noite também.

da praia. Uma curiosidade é

ÃO PAULO – O planeta-anão Ceres, com órbita entre Marte e Júpiter, possui água em sua superfície, indicam imagens do telescópio espacial Herschel, que enxerga infravermelho. Seria uma descoberta trivial, não fosse pelo fato de que teorias físicas proíbem objetos úmidos de se formarem ali. O estudo desse pequeno mundo – habitante da zona conhecida como Cinturão de Asteroides – não teria em princípio a capacidade de abalar teorias astronômicas im-

As experiências dos calejados moradores de Cafundó, em Buíque (Agreste) com a seca foram constatadas in loco pelo ministro de Emergência Nacional do Paraguai, Joaquim Roa. Quem trouxe Roa foi a Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA), Diocese de Pesqueira e Fundação Avina.

Rubens Suarez/Divulgação

k #xatiado

Abrolhos na área A Aliança para a Conservação Marinha lançou esta semana a campanha “Adote Abrolhos – É do Brasil. É do mundo. É nosso”. A ideia é engajar o público em ações que contribuam para a preservação do arquipélago baiano. Mais informações no site www.adoteabrolhos.org.br.

PORTO DE GALINHAS Convênio entre a prefeitura e a ONG Eco Associados prevê monitoramento nas praias

que os quelônios desovam na mesma praia onde nasceram.

ISOLAMENTO

Quando um ninho é identificado, integrantes da Eco Associados isolam a área, para evitar que as pessoas caminhem por cima ou a ação de vândalos. Também é desenvolvido um trabalho de educação ambiental com turistas e moradores da praia. “Aproveitamos que muitas pessoas vão assistir aos nascimentos e passamos as orientações. Falamos sobre a importância de não jogar lixo na praia, entre outras coisas”, explicou Cândido. O convênio firmado entre a Prefeitura de Ipojuca e a ONG Eco Associados prevê trabalhos de educação e preservação do meio ambiente com os moradores da cidade e turistas. “É um convênio de cooperação técnica. Fazemos capacitações com os integrantes da ONG e eles repassam o conhecimento, especialmente sobre ecologia marinha. E como eles já têm uma história de monitoramento das tartarugas marinhas, agregamos também esses cuidados aos trabalhos desenvolvidos”, explicou a diretora de sustentabilidade da secretaria de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente de Ipojuca, Ana Lúcia Carneiro Leão.

Registro de água em planeta-anão S

Hermano

A denúncia é do leitor Rubens Suarez: no km 2 da Estrada da Mumbeca, na Guabiraba, Zona Norte, a cena se repete diariamente: dezenas de pessoas capturando aves silvestres. Pior que, segundo Suarez, o Cipoma já foi avisado várias vezes.

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portantes. A nova descoberta sobre Ceres, porém, pode levar até mesmo a uma revisão das teorias de por que a própria Terra possui água. As moléculas de H2O presentes no planeta-anão estão na forma de vapor, que emana de duas fontes diferentes, afirma estudo sobre a descoberta, publicado na edição da revista Nature. É relativamente pouca água – seis litros sendo liberados por segundo – mas é o suficiente para estimular astrônomos a rever teorias sobre a formação do Siste-

ma Solar. No centro da discussão está a questão da diferença entre um cometa e um asteroide. Um cometa, pela definição clássica, é um corpo celeste de órbita alongada, capaz de viajar para os confins do Sistema Solar, e com um bocado de gelo em sua composição. Já um asteroide é um corpo seco e rochoso, com órbitas confinadas à parte mais interna do Sistema Solar, antes de Júpiter. Acreditava-se que Ceres, promovido a planeta-anão

apenas em razão de seu tamanho, seria essencialmente um asteroide. Ele habita, aliás, uma região orbital conhecida como cinturão de asteroides. Nessa região, o calor do Sol é forte demais para que seja possível o acúmulo de gelo na superfície de um corpo pequeno. Objetos retendo H2O, em princípio, só se formam em órbitas mais distantes. Ceres, em teoria, deveria ser rochoso e seco, disse Michael Küppers, astrônomo da Agência Espacial Europeia que liderou a descoberta.


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