k Recife, 25 de fevereiro de 2015
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QUARTA-FEIRA
k Ocupação
Após protesto no Centro do Recife, cegonheiros locais querem entrar na Justiça para forçar empresa responsável pela distribuição da produção da Jeep a utilizá-los em 50% das viagens. k economia 1
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economia
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Recife I 25 de fevereiro de 2015 I quarta-feira
A
briga milionária entre a Sada – empresa de logística responsável pela distribuição dos Jeeps de Goiana para o restante do País – e os sindicatos locais de cegonheiros ainda está longe do fim. Depois do protesto que travou o Centro do Recife na manhã de ontem, os trabalhadores querem partir para a judicialização do caso. A classe pede que 50% das viagens sejam realizadas por trabalhadores pernambucanos. Do outro lado, a Sada afirma que não vai abrir mão dos seus funcionários vindos de Minas Gerais. Cinco sindicatos e uma cooperativa brigam pelo direito de representar a categoria no Estado. Um deles é o Sindicato dos Cegonheiros de Pernambuco (Sintrave - PE), responsável pela manifestação de ontem. “Quería-
mos que a opinião pública reconhecesse nossa causa. Essa é uma luta de todo o povo pernambucano, não apenas dos cegonheiros”, diz Luciano Pontes, presidente da entidade. Segundo ele, o sindicato possui o apoio de vários deputados estaduais que estariam engajados na briga. Hoje o Sintrave se reúne com um grupo de advogados para decidir como acionar a Justiça, providência que pretendem tomar já nesta sexta-feira. O transporte dos veículos produzidos no Estado será feito usando a lógica do frete de retorno: caminhões sairão de Betim, em Minas Gerais, carregados de veículos Fiat em direção a Pernambuco, de onde voltarão com os Jeeps em direção ao Sul/Sudeste. “Se invertermos essa lógica, partindo de Pernambuco
com os cegonheiros locais, vamos ter que demitir nossos funcionários de anos para admitir novos. Não há sentido”, argumenta Edson Pereira, diretor comercial da Sada. A empresa pretende que, aos profissionais locais, caiba o escoamento da produção dos Jeeps em direção aos estados do Norte e Nordeste. A princípio serão 12 cegonheiros pernambucanos para essas rotas. “Não sabemos como vamos fazer essa seleção, já que o sindicato que está brigando (Sintrave) tem 130 associados, o que é impossível de ser absorvido por nós. Chegaremos a, no máximo, 40 quando a fábrica estiver com sua produção máxima”, esclarece Pereira. Desde o dia 15 de janeiro os associados ao sindicato se revezam em um acampamento montado em frente à fábrica da
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Cegonheiros travam o Recife
Jeep, em Goiana, para pressionar as empresas. Mesmo não sendo legalmente reconhecido como entidade sindical, o Sintrave garante que tem o direito de representar a categoria. Cada viagem realizada por um cegonheiro pode custar de R$ 80 mil a R$ 120 mil por mês. Se os 130 associados da entidade participassem do transporte, eles movimentariam R$ 10 milhões por mês. Além do Sintrave, também brigam por reconhecimento o Sincepe, Sintraveipe, Sintrago, Sintraveic e a Cooperativa de Transporte de Veículos e Cargas em Geral de Pernambuco.
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SINTRAVE Associados pararam o Centro do Recife ontem