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10 Visões Anônimos aclamados The rising star Jum Nakao NANU! investe Imagem e semelhança Drama Queen Pra favoritar Power to the people King of now Menos Sinestesia pra usar Boy in the wall First one down O poder quietinho Geniosos e memoráveis Tim Burton e o país das excentricidades Garimpo de histórias Dicas de livros Trabalho autoral Ipod one Um novo ciclo Fotógrafa cigana Take it easy Toy Pop cakes Stirred, not shaken, Mr. Bond Hype Society

FIRST ONE DOWN

Ensaio exclusivo assinado por Felipe Pagani

BOY IN THE WALL

Encostamos o modelo contra a parede

EUR 3,50 R$ 10,70

1984-6711

ANO 2 - 3/04 2009 - EDIÇÃO 8

ISSN 1984 - 6711

BRAZIL

PODER CamparI Joy

A hostess subverte o luxo em ensaio com toque imperial






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have fun!

LOOSHstudio w w w.l o o s h s t u di o.c o m

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- março / abril

A proposta da NANU! é tirar da cena comum pessoas, imagens e ideias, questionando e conectando os diversos conceitos do mundo contemporâneo.

NANU! #10 Março . Abril 2010 acesse a versão virtual www.nanu.com.br fundadora

Susana Pabst publisher LOOSHstudio Fotografia e Design Ltda. editora chefe

Susana Pabst susana@nanu.com.br diretora de criação e fotografia

Susana Pabst

diretora-adjunta de criação e fotografia

Gabriela Schmidt

gabriela@nanu.com.br diretor de arte

Fernando Denti fernando@nanu.com.br

jornalista

Caroline Passos caroline@nanu.com.br publicidade centralizada

Priscila Figurski

priscila@nanu.com.br

capa modelo

mídia eletrônica

Fabíula Cenci fabi@nanu.com.br designer assistente

Sarah Sestrem

sarah@nanu.com.br

Agradecemos a todos os nossos colaboradores de texto, arte e fotos, também aos anunciantes, pontos de distribuição e a todos que, direta ou indiretamente, contribuem para concretização da NANU! e desde sempre apoiaram nosso projeto.

Todos os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião dos editores.

Priscila Figurski fotografia

Susana Pabst edição

LOOSHstudio Fotografia e Design Ltda. periodicidade . Bimestral impressão . Impressora Mayer distribuição . Principais bancas do Vale do Itajaí, região norte e litorânea do Estado de Santa Catarina, Livrarias Saraiva em Florianópolis, principais bancas de Curitiba, Livrarias Cultura de São Paulo, Porto Alegre, Brasília e Recife, e Haddock Lobo Books & Magazines, São Paulo. Internacionalmente a revista é distribuída em Berlim por A Livraria, especializada em publicações brasileiras, e por Do You Read Me!?

contatos endereço Rua 2 de Setembro, 1618, salas 6 e 7 Blumenau, Santa Catarina, Brasil, CEP 89052-000 telefone 55 47 3234 0772 revistananu.com.br/blog twitter.com/revistananu comunidade no orkut Revista NANU!

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COLABORADORES Adriana Nunes AHA Estilo Carlos Eduardo “Ado” Silva Douglas Dwight Douglas vs Duh Eduardo Kottmann

Gabriela Telles Moreira Jaqueline Nicolle Joice Simon Alano Leon Miguel Estelrich Nilma Raquel

NEW BLOOD

Jeff Machado página 20 É jornalista e stylist formado pela Faculdade da Cidade do Rio de Janeiro e Pós-Graduado em Cinema pela Fundação Getúlio Vargas (RJ). Fez curso de interpretação com Camila Amado e trabalhou com assessoria de imprensa, agenciamento artístico, produção de moda, personal stylist, compra de coleções, marketing e construção da imagem de grandes empresas. Após 10 anos no eixo RioSão Paulo, retorna a Santa Catarina.

FELIPE PAGANI página 86 Felipe nasceu em São Paulo e se formou em Comunicação pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP-SP). Depois de trabalhar dois anos em estúdios da capital paulista, decidiu largar tudo e se mudar para Londres. Levou na bagagem um dos bem mais preciosos: a câmera. Por lá passou seis anos, todos dedicados à música, participando de festivais. Vem daí a auto-definição: “photographer that makes music/musician that takes photos”. Voltou ao Brasil ano passado, com a câmera nas mãos e uma nova perspectiva. Seus trabalhos já foram publicados em revistas, como as gringas Arts & Music e Dazed Digital. Mais no site www.felipepagani.com.

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Luma Santos página 100

JUDITE PIMENTEL páginas 21, 66 e 109

viegas f. da costa páginas 22, 68 e 110

Tim Burton é um dos vícios de Luma, talvez o maior deles. Agora ela resolveu espalhar seu vício por aí escrevendo sobre o ídolo nesta edição da NANU!. Luma já trabalhou em jornal e depois resolveu migrar para a Publicidade. Sempre em dúvida entre o jornalismo e a áera em que trabalha hoje, gosta de blogar, e muito. Escreve o littlevicious. blogspot.com, posta coisas bonitas no petitplaisirsdamelie.tumblr.com, mostra seu lado apimentado como colaboradora no papelpop.com/hot e tuita como @lumasantos.

A artista plástica baiana tem uma carreira marcada por exposições individuais e coletivas. Foi premiada duas vezes na Bienal do Recôncavo, na Bahia, outras duas no Salão Gaivota, também na Bahia, e ganhou o primeiro lugar no Salão da Galeria Mali Villas-Bôas, em São Paulo. Estudou artes plásticas, filosofia e francês. Fez vídeo-experimental e dança-teatro. Teve aulas de pintura com Bernardü e com Afonso Tostes. Agora, desenvolve pesquisa pictórica em acrílica sobre tela e experimenta materiais como pedras e tecidos na composição de estandartes.

Historiador, por formação, escritor por necessidade, como ele sempre diz. Guarda novas ideias nas gavetas para depois preencher páginas com poemas, crônicas e contos. Muito do que ele recuperou destas gavetas foi parar em três livros: Sob a Luz do Farol (2005), De Espantalhos e Pedras Também se Faz um Poema (2008) e Pequeno Álbum (2010). Atualmente, trabalha na Universidade Regional de Blumenau (Furb), onde edita o site de literatura Sarau Eletrônico, e escreve no blog viegasdacosta.blogspot.com.



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SUMÁRIO 16 18 20 24 26 28 30 32 34 60 61 62 64 70 72 86 98 99 100 102 103 104 105 106 108 111 112 114 116 119

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Inbox Editorial Visões Anônimos aclamados The rising star Jum Nakao NANU! investe Imagem e semelhança Drama Queen Pra favoritar Power to the people King of now Menos Sinestesia pra usar Boy in the wall First one down O poder quietinho Geniosos e memoráveis Tim Burton e o país das excentricidades Garimpo de histórias Dicas de livros Trabalho autoral Ipod one Um novo ciclo Fotógrafa cigana Take it easy Toy Pop cakes Stirred, not shaken, Mr. Bond Hype Society


Cabelo e Arte

Rua Gertrud Hering, 97 . Bom Retiro . Blumenau . 47 3322 0048


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- março / abril

inbox NO TWITER

e-mail

@marinamelz arrasou na @revistananu e a @ revistananu está incrível. Cada vez melhor!!! Nestor Jr, artista plástico, Blumenau

Design

Fotografia

Conheci a revista em um café aqui em Floripa (anexo ao Primavera Garden). Gostei muito do que vi! Num primeiro momento, fui direto na NANU! por ser a capa que mais me chamou a atenção, mas ao ver do que se tratava, me prendeu realmente. Sou estudante de Design de Produto no IFSC e Administração de Empresas na ESAG (UDESC), além de devoradora de revistas e blogs direcionados à moda, música e arte em geral. Vocês podem imaginar o porquê de eu ter gostado tanto da NANU! Sinto falta de publicações catarinenses direcionadas pra essas áreas, especialmente para o design; encontrar a revista de vocês foi um grande achado! Quero parabenizá-los pelo trabalho feito na revista, achei muito legal toda atenção que vocês dão a esse segmento! E também para avisá-los que ganharam mais uma leitora! Sucesso a toda equipe! Cássia Chassot, Florianópolis

Tomo a liberdade de entrar em contato com vocês para parabenizar pela revista, que adquiri aqui na Livraria Cultura em São Paulo. Gostei muito de sua proposta e espero que a NANU! continue crescendo. Felipe Pagani, São Paulo

Indico: @revistananu Comprei quando fui a Blumenau. Incrível. Os editoriais evoluem muito entre as edições. Looosho. #ficaadica Gregory Martins, Curitiba Quem é fatal, gosta de moda e cultura pop: A @ revistananu é uma opção de excelente qualidade para se fugir de opções óbvias. Alex Ajs Estou lendo as janelas. Não consigo parar, adorei! Acabei de virar fã da Marina Melz. Parabéns pela nona edição Que venham muitas mais! Paty Cardoso, Blumenau Linda direção de arte. Gabriel Villarruel, Blumenau Ganhei duas edições da revista do evento da Tecnoblu, e ambas estão muito interessantes. Parabéns! Mirella Melo, Blumenau

assine a nanu! para receber a revista no conforto do seu lar é simples! acesse: w w w. nanu . c o m . b r

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Sou fotógrafo de moda e grande admirador da NANU!, sempre considerei os editoriais realmente espetaculares. Ficaria honrado em convidá-los a visitar meu site www.marcionapoliphotography. Um grande abraço! Márcio Napoli, Balneário Camboriú

NANU! 9 Adorei a revista!!!! LEGAL MESMO! Está tudo legal, o design gráfico, as fotos, as produções... TUDO! Show! Parabéns! Renata Moura, designer, Curitiba


B R A S I L E I R I S S I M A . C O M

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EDITORIAL SUSANA PABST

quem tem medo de poder? Podia esmiuçar todas as formas de exercício do poder, citar Maquiavel, falar de sua opressão ou de sua glória. Mas aqui me deparo essencialmente com uma garota a quem fui apresentada há cerca de dois anos. Lenço vermelho no pescoço, cabelos curtos e pretos, e aquela atitude tão rara de se encontrar. Peço seu email e não dá outra: “priscilarocks”. Ela pensava que as pessoas tinham medo dela. Mas mesmo estando fora do padrão comumente aceito, ela nem cogitava em mudar seu comportamento. O que ela não sabia era que o medo das pessoas não era provocado por ela em si, mas por essa coragem de fazer prevalecer, independente dos olhares alheios, a sua imperiosa vontade. Hoje ela é Campari Joy, loiríssimahostess-roqueira da festa mais descolada de Blumenau, a PunkCake. Também trabalha em nossa equipe, pois eu não podia deixar essa menina passar. Não sei até onde ela chega, mas levando em conta as adoráveis facetas da sua personalidade, aposto nela todas as minhas fichas. E aqui na edição 10 está ela: entre as luxuosas relíquias do Das Alte Antiquário, Campari Joy se destaca com sua personalidade única. Quando pensei em fotografá-la, o tema poder me veio em mente com a mesma naturalidade com que Priscila usa a sua piteira. Imagino que ela já sabe, ainda que instintivamente, que o poder de cada ser humano é tão imenso que a grande maioria tem medo de usá-lo. Estão muito mais preocupados em adequar-se aos paradigmas impostos pelo senso comum, do que explorar a própria capacidade imaginativa. Consequentemente, toda a força que nos é inerente acaba ralo abaixo. Para aqueles que já conseguiram recuperá-la, meus sinceros parabéns. Aos demais, votos para que já não seja tarde demais (prefiro não cair no clichê de que nunca é tarde...). Para não ficarmos no lugar comum, a décima edição da NANU! mostra o que temos de melhor, seja no esforço pessoal da equipe, seja nos assuntos abordados, e por isso mesmo, é a mais poderosa. Fico realmente feliz em falar de talentos como os meninos do We_Music, cuja apresentação tive o prazer de assistir no Butiquim

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Wollstein, do músico Lúcio Rebello, que é um orgulho para Blumenau, e da nossa queridíssima estilista Vanessa Neuber, que está preparando pra mim mais uma incrível art-shirt com a cara da minha diva, Maria Callas. É muito gratificante poder falar dessas personalidades que fazem a diferença em um mundo marcado por big brothers da vida. Nossos colaboradores também arrasam e abordam o poder de formas variadas, deixando essa edição realmente especial. É só folhear para constatar. Nosso new blood em colaboradores fixos são Adriana Nunes, jornalista radicada em Berlim, Jefferson Machado, produtor de moda de Florianópolis, e Lúcio Rebello, que apresentamos nessa edição ainda como entrevistado.

Especialmente para a NANU! 10 trazemos Judite Pimentel, artista baiana que ilustra as janelas com desenhos fantásticos, e Viegas Fernandes da Costa, poeta e escritor blumenauense, cujo trabalho tive o prazer de conhecer recentemente. Os editoriais de moda também estão incríveis, não só por causa do nosso Boy In The Wall, onde fotografo o modelo Willian Kanno, mas também pela participação inédita do fotógrafo Felipe Pagani, que conheceu nossa publicação através da Livraria Cultura da Avenida Paulista, e nos escreveu propondo sua participação com um ensaio exclusivo. Pra concretizar essa parceria, nossos produtores Eduardo Kottmann e Gabriela Telles se jogaram para São Paulo e nos apresentam uma produção maravilhosa com peças da nova coleção de Alexandre Herchcovitch, Animale, Gêmeas, entre outras. O resultado ficou um absurdo e enriqueceu mais ainda essa edição. Tanto que nosso terceiro ensaio sempre ficará por conta de um fotógrafo colaborador, até porque não posso monopolizar as fotografias da revista, deixando tudo com a minha cara. E viva a diversidade! Falando em diversidade, quero ressaltar que a NANU! não é uma revista de moda, ou uma revista de arte, ou uma revista de música. Sinto muito àqueles sempre tão ávidos em rotular as coisas. Acredito que hoje não nos é mais possível definir algo em nome de um público absolutamente específico – seja em idade, gênero ou interesse. Aposto sinceramente no consumidor autoral, interessado em tudo o que transcende a cultura de massa e que, por amar a moda, ama necessariamente a arte, a música e as relações comportamentais. Ou que por amar a arte, ama a moda, o design e o cinema. Ou ainda que, por amar as relações comportamentais, ama a cultura pop, a literatura e a filosofia. Queremos difundir essa visão engajada e contribuir, modestamente, para a chegada da nova era, onde querer será verdadeiramente sinônimo de poder. Viajei?



FASHION

JEFF MACHADO | diário de stylist

“Cristo é a minha paixão atual (e eterna!), acabei de fazer uma releitura no editorial Bad Romance”

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foto: Rodrigo Marini

visões

Frida Kahlo despediu-se do meu imaginário faz poucas semanas, logo após a sessão de fotos da campanha Viva La Vida que criei para uma marca de jeans. Cristo é a minha paixão atual (e eterna!), acabei de fazer uma releitura no editorial Bad Romance (na foto). Absorvido por estes dois trabalhos, tenho pensado em duas coisas bem diferentes: Futurismo e Romantismo. Agora, uma voz embala minha alma em mais um momento. Barry White canta para mim no som do carro… Quem nunca colocou uma música no repeat? Tenho muitos momentos de criação, mas dirigindo, confesso que é um dos mais empolgantes. Para mim, tudo é música! Transformar sentimentos em melodia é um dom, pena que não o tenho. Acho que foi por isso que me transformei num cara apaixonado por música, sobretudo pela MPB.

Nos tempos de Posto 9, em Ipanema, sempre chegava nas rodas onde tinha um violão para esperar a despedida do sol e aplaudi-lo em pé como de costume dos frequentadores da praia. Ainda no Rio de Janeiro, ganhei de minha amiga Inês Lampreia meu primeiro cão: um São Bernardo fêmea. Dei o nome de Bebel Gilberto. Quem me conhece sabe que bebo na fonte da Bossa Nova e Bebel com sua bossa contemporânea diz tudo sobre cada nova fase de minha vida. Meses depois eu mudava para São Paulo, trabalho e namoro foram os motivos. Bebel foi dois meses depois para casa de amigos, eu morava em apartamento. Um ano depois - já com planos de voltar para Santa Catarina após 10 anos migrando entre Porto Alegre, Rio e Sampa -, comemorei o namoro com a compra de uma chow chow fêmea, na cor caramelo, e uma semana depois ganhei um cão da mesma raça, desta vez, preto. Minha varanda em São Paulo havia se transformado praticamente em um zoológico, tinha coelhos, pássaros, tartaruga e agora um casal de cães. Era o momento de comemorar os 50 anos da Bossa Nova. Como Nara parecia um leãozinho, seu nome foi uma homenagem a musa que nasceu no mesmo dia que eu. Nara Leão, a chow chow, fez sua primeira campanha de moda para a marca Pré-requisito. João Gilberto, o chow chow preto, veio em troca de um banco que íamos comprar para a futura casa em Floripa. Acabamos parando na feira de animais onde conhecemos o filhote do cachorro campeão de 2007 do Canil Camasi. Meses depois mudei-me para SC. Comecei a trabalhar por conta própria e plantar meu maior sonho: ser um jornalista e stylist de moda. Um ano depois, em função do crescimento de minhas atividades, meu namoro estava em crise. Para salvar a relação, compramos mais um cão. Tentativa inútil. Desde de que Tom Jobim, um setter Irlandês de pelos vermelhos, chegou lá em casa ele dorme na minha cama. Não preciso nem dizer que sexo não rolou mais… Enfim, dois meses depois estava tudo acabado. Não abri mão dos cães. Hoje, após um ano da separação, tempo em que coloquei a cara no trabalho, tenho em Bebel Gilberto, João Gilberto, Nara Leão e Tom Jobim a principal fonte de inspiração. São eles que me fazem melhor a cada dia, que me recebem após um dia cansativo de produção e mais do que qualquer música me ensinam que a vida é composta de ciclos.


COLETIVO NANU! | miscel창nea

JUDITE PIMENTEL

juditepi@yahoo.com.br juditepimentel.multiply.com

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... este silĂŞncio prĂłprio do universo, este sacro silĂŞncio que nos aproxima do divino... como os olhos que se encontram e entendem tudo.

Viegas fernades da costa viegas@furb.br viegasdacosta.blogspot.com


FASHION

JAQUELINE NICOLLE


FASHION

JOICE SIMON ALANO

Anônimos aclamados Fashionistas desconhecidos que viraram celebridades virtuais e referência graças a seus blogs antenados

A Fashion Intuition afashionintuition.blogspot.com

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fotos: reprodução

Se na vida real para alcançar certa fama é necessário um bocado de sorte, algum conhecimento e bons contatos, na internet com apenas um pouco de originalidade e bom conteúdo é possível ganhar notoriedade internacional. Os blogs são espaços digitais controlados anonimamente, não exigem grande conhecimento técnico já que são de fácil

manutenção e permitem uma interlocução mundial. Com o advento desta ferramenta digital, fashionistas totalmente anônimos de diversas partes do mundo têm se tornado verdadeiras celebridades, bastando para isso “blogar” – anexar no blog – fotos e/ou dicas pessoais sobre seu estilo. Os comentários dos leitores embaixo de cada nova postagem demonstram o quão popular e digno de ser acompanhado o blog é. O interessante é que a partir de seus blogs dezenas de pessoas no mundo deixaram o anonimato e viraram celebridades virtuais, consideradas membros do fashion statement mundial. Um dos primeiros exemplos da fama a partir de um blog é o fotógrafo Scott Schuman, criador do aclamado The Sartorialist (www. thesartorialist.blogspot.com). Hoje, além de ser colaborador do Style.com, Scott é bastante mencionado em matérias quando o assunto é street style. Pessoas como Scott Schuman e Yvan Rodic (www.facehunter.blospot.com) certamente foram incentivadoras para que outras milhares ao redor do mundo criassem seu próprio espaço e mostrassem um pouco de si. O blog Sea of Shoes (www.seaofshoes. typepad.com) de Jane Aldridge também merece menção honrosa. A autora tem apenas 17 anos e já conquistou lugar de destaque no fervoroso mundo da moda. Jane é citada frequentemente nas mais reconhecidas revistas de moda, o que lhe rendeu o convite para desenvolver uma coleção de calçados para a descolada rede Urban Outfitters. A menina chamou a atenção de ninguém mais ninguém menos que Sir. Lagerfeld e viajou a Paris a convite do próprio estilista para assistir ao desfile da Chanel, e na primeira fila! Nestes casos, as páginas que atingem grande visibilidade viram referência não apenas pelas fotos publicadas, mas também pelos anunciantes que buscam relacionar sua imagem à dos criadores. Os blogs permitem ao autor uma exposição controlada de sua imagem, já que há meios de produzir o conteúdo com antecedência. E, além disso, o espaço virtual não exige realidade, possibilitando ao autor assumir outra personalidade e, quem sabe, atingir o sucesso, nem que seja apenas virtual. De qualquer forma o que mais fascina neste mundo é a liberdade de expressão, onde cada um se vê dono de um universo particular e de uma vida paralela, onde sua opinião poderá ser seguida e difundida por milhares de pessoas. Como consultora de moda, uma de minhas obrigações profissionais é a pesquisa, sendo assim, descubro blogs, sites, twitters, facebooks e myspaces diariamente... E ufa! Haja tempo e hard drive para tanta informação. Tenho os meus preferidos dos últimos dias (veja nas fotos), que poderão se tornar referência nos próximos, só espero que não estejam ultrapassados até esta matéria chegar a vocês.


“... onde cada um se vê dono de um universo particular e de uma vida paralela, onde sua opinião poderá ser seguida e difundida por milhares de pessoas...”

Ana Clara Garmendia anaclaragarmendia.blogspot.com Ten Seventen tenseventen.blogspot.com

Starbucks and Jane Austen starbucksandjane.blogspot.com

Carmo Avant Chanel misscarmoavantchanel.blogspot.com

Fashion Is a Victim fashion-is-a-victim.blogspot.com

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FASHION

JAQUELINE NICOLLE

the rising star Reconhecido com um dos melhores designers indianos, Manish Arora traz o brilho de bollywood com motivos kitsch em peças visualmente ricas para as grandes passarelas do mundo fotos: Francis Guillot

Existe um grande desafio no meu processo de busca por referências não só inovadoras, mas que se tornem um incentivo e instiguem em cada um a vontade de criar coisas fantásticas. São diversos nomes e coleções analisadas. Dentre um e outro que vão passando existe uma certa monotonia até que os olhos encontram potencial, capacidade de criação e distinção unidas de forma brilhantemente harmoniosa. Infelizmente, para os setores de criação, hoje o tempo entre uma coleção e outra é escasso e a quantidade de produtos estipulados para serem desenvolvidos são sempre cruéis, o que acaba por induzir muitas empresas a copiarem criações. O ato de criar está relacionado a processos singulares que cada um descobre em si. Grandes ideias provêm de bons observadores. A capacidade de realizar uma verdadeira leitura, e

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de forma distinta, é um dos fatores que qualificam um bom “criador”. É esta característica que aparece nos trabalhos do estilista Manish Arora. Não foi ao acaso que a imprensa indiana intitulou-o de rising star of indian fashion. Designer de origem indiana, apresentou a primeira coleção de sua marca Manish Arora, em Nova Deli, no ano de 1997. Três anos mais tarde participava pela primeira vez do India Fashion Week e logo já estava representando a Índia no Hong Kong Fashion Week. Suas criações mostram que ele pode sinceramente ser considerado se não o melhor, mas um dos melhores designers indianos. Seus trabalhos exibem combinações de uma cultura pop que unem uma paleta de cores vibrantes, motivos kitsch e todo o brilho de Bollywood. A utilização de uma grande diversidade de materiais, estampas, cores e tipos de

acabamentos, tornam suas peças visualmente ricas. Coleções extremamente bem pensadas onde cada peça parece ter exigido muito tempo de reflexão. Em 2004, Arora ganhou o prêmio de melhor Women’s Prêt Designer no Indian Fashion Awards. No ano seguinte, ele alcançou outros continentes. Em maio, o estilista apresentou suas peças no Miami Fashion Wear e, logo depois, em setembro foi para a Europa, onde participou do London Fashion Week. Com a projeção internacional, as exportações se tornaram negócios de sucesso, tanto que a cantora inglesa M.I.A. usou um Manish Arora no red carpet do Grammy e a americana Katy Perry apresentou o MTV Europe Music Awards com um vestido de carrossel assinado por Arora. A partir da coleção primavera/verão 2008 o designer passou a participar da semana


de moda de Paris. O desfile com as peças de outono/inverno, também apresentadas na capital francesa, contou com a colaboração do importante artista japonês Keiichi Tanaami, que desenvolveu a parte de estamparia, do artista indiano contemporâneo Subodh Gupta, que projetou o cenário, e da Walt Disney Company, para compor parte de seus produtos. Com a repercussão de seus trabalhos pelo mundo, o indiano foi convidado pela marca Reebok para desenvolver calçados com a sua outra marca, a Fish Fry. Uma coleção não foi o bastante para o potencial de Manish, então em 2007 a primeira loja conceito da Fish Fry para Reebok foi inaugurada em Nova Deli. Manish Arora expandiu para outros segmentos e imprimiu suas cores em uma coleção para nada mais nada menos que o gigantesco grupo da MAC Make Up & Cosmetics.

Ainda no mercado de cosméticos, desenhou embalagens para produtos da Nívea. Enquanto que no ramo de acessórios, firmou uma parceria com a marca Inspecs para criar uma linha de óculos, e desenvolveu uma edição limitada de relógios para a marca suíça Swatch. Além disso, em reconhecimento ao seu trabalho, foi convidado pelo museu londrino Victoria & Albert Museum a expor alguns de seus trabalhos. Fazendo uma comparação com o início de sua carreira, em uma entrevista ao Interview Style File Blog (2009), o estilista afirmou que continua aprendendo, permanece curioso e ainda tem fome de fazer coisas bonitas, aspirações que cada designer deveria possuir. Arora disse que a sua cultura e suas raízes são fatores muito importantes nas coleções, mas que sem a combinação com a cultura européia elas seriam incompletas. Dá pra

ter uma ideia do seu poder de criação através das cerca de 75 lojas, onde suas criações estão presentes espalhadas pelo mundo, sendo que a primeira foi aberta em 2001. Destacou que a equipe de trabalho é parte importante do desenvolvimento e é indispensável ter pessoas com quem se pode contar ao seu redor, que cada designer tem um processo de pensamento por trás de sua coleção e que designers possuem multi-habilidades. Uma mensagem que Arora quis passar sobre a moda, ainda em entrevista ao Interview Style File Blog, é a de não levá-la tão a sério, divertir-se e brincar com ela.

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FASHION

CAROLINE PASSOS | entrevista

JUM NAKAO

Designer, estilista e diretor de arte, Jum Nakao quebrou paradigmas na moda e faz novas reflexões a cada criação

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carreira. O evento marcou sua última participação na semana de moda. Antes disso, ele trabalhou durante seis anos como diretor de estilo na Zoomp e foi estilista parceiro do megaprojeto internacional Hotel Lycra. Seu processo de trabalho recebeu um espaço especial na Mostra de Arte e Fotografia Imagética em 2003. Foi primeira vez que a moda apareceu na exposição.

Educação e design Depois daquele ano, Jum foi convidado pela Nike para produzir uma coleção, criou roupas esportivas para Guga Kuerten, fez uma coleção de bolsas para a marca Curtlo, entre outros projetos. Em 2005, desenvolveu figurinos para três atores e 18 bonecos de papel para a minissérie Hoje é Dia de Maria, da Globo. Sem falar na participação em exposições em museus e mostras como a 1a Bienal Brasileira de Design, Museu Oscar Niemeyer, Festival Bienal de Artes da Nova Zelândia, Museu de Arte Contemporânea de Tókio e Festival della Creatività na França. Muitos de seus trabalhos atuais não estão ligado a roupas. Jum atua na moda como educador dando palestras, cursos e participando de projetos de marcas. O desenvolvimento de objetos de design, como móveis, artigos de decoração, peças para publicidade e projetos conscientes, ocupa boa parte do seu tempo. A marca registrada do estilista é o reaproveitamento de material através do uso de tecnologia. Tudo que Jum cria converge no conceito budista Mottanai, que diz que tudo deve ser reutilizado, reciclado e reduzido com respeito.

foto: Gabriela Schmidt

O designer Jum Nakao chegou ao local da entrevista sozinho e a pé, embaixo da garoa fina que caia naquele sábado. Hospedado a duas quadras do instituto Orbitato, em Pomerode, onde no dia seguinte iria ministrar uma oficina de modelagem, Jum mostrou-se à vontade na pequena cidade. Conhecia alguns dos lugares e tinha até um “passaporte de turista“, onde recebeu carimbos dos lugares que visitou por lá. Depois da entrevista, nos levou para tomar um café colonial na confeitaria mais famosa da cidade e dar um passeio pela Rua XV de Novembro. De personalidade calma e centrada, Jum cumpre naturalmente no cotidiano o conceito que aplica em seu trabalho. Andar a pé é um hábito mesmo em São Paulo, onde nasceu e vive até hoje. Ele também acredita que as pessoas deveriam incentivar o comércio local comprando e valorizando o que é feito na própria cidade provavelmente veio daí o interesse em colecionar os carimbos de Pomerode. O desfile que o tornou conhecido do grande público mostrou a coerência deste discurso com a postura do estilista no dia-a-dia e nos seus trabalhos de moda e design. Produzidas em 700 horas de trabalho, as roupas feitas em papel vegetal e delicadamente cortadas a laser foram rasgadas pelas modelos na passarela da São Paulo Fashion Week em 2004. O público ficou boquiaberto. Foi uma maneira de provocar a reflexão sobre a efemeridade, à falta de conceito na moda, entre outras questões. O próprio Jum considera o desfile - que deu origem ao livro e documentário A Costura do Invisível - um divisor de águas, uma ruptura, na


NANU! - Como você aplica o conceito que usa nos seus trabalhos no seu dia-a-dia? Eu pouco uso carro e moro em São Paulo. Ando preferencialmente a pé ou de bicicleta. Além disso, dou palestras e cursos nos quais divulgo o conceito em que acredito. Também desenvolvo projetos com instituições, museus e fundações no Brasil e no exterior. No meu site (jumnakao. com.br) você pode ver estes projetos. Lá está inclusive a criação de garrafas pet do artista plástico Eduardo Srur. Ele instalou 20 infláveis em forma de garrafa pet às margens do rio Tietê, com visitação de escolas da rede pública na embarcação fluvial do Instituto Navega São Paulo. O artista e o Itaú Cultural resolveram reciclar o material e me convidaram. Eu pensei em transformar a lona dos infláveis em mochilas para serem entregues às mesmas crianças que visitaram a instalação. Foi uma maneira de mostrar às crianças como pode ser feito o reaproveitamento criando uma consciência ecológica. NANU! - Você só anda a pé ou de bicicleta? As pessoas deviam parar de comprar carros. Transporte é obrigação do governo. Na Europa, ter carro é coisa de quem tem dinheiro. Transporte na França é pensado pela sociedade. Comprando um carro você resolve o seu problema, mas e os outros? Aquilo que era de responsabilidade pública foi resolvido na esfera privada. Para o governo é uma vantagem, mas a vida das pessoas vira um caos. Andar de bicicleta não pode ser um ato pontual, tem que fazer parte da vida das pessoas.

“Não há mudança sem desorganização” NANU! - Muitos de seus trabalhos estão ligados ao que se convencionou chamar de “design consciente”. Pode falar um pouco sobre esse conceito? É preciso repensar todos os processos pra se chegar à uma mudança. Quantas roupas você tem no seu armário? Provavelmente a quantidade para usar até o resto da vida. O design tem que pensar como educar as pessoas a evitar desperdícios, a saber fazer escolhas. A moda, o design, outras áreas têm pensado só em agregar valores vazios ao produto. Repetem os mesmos processos e nada muda. Só pensam em inserir o produto no mercado. Não se está pensando no que se tem a oferecer para a sociedade. É preciso que os valores mudem. Não existe criação se você é obrigado a repetir fórmulas, e não há mudança se você não desorganiza. NANU! - Como isso pode ser aplicado na prática? Hoje o design, a moda não se preocupam com o consumidor, na verdade. O que se quer hoje é agregar status ao produto. Porém um status rançoso e sem comprometimento. Há mais para se oferecer. Pense na sua revista, por exemplo, se não tiver nada a dizer, não há porque gastar tinta e papel. Com o produto é a mesma coisa. De quê adianta uma série de coisas que não dizem nada além do que já existe? Você pode fazer algo que tem uma funcionalidade,

mas que acima de tudo tem uma alma, tem humanidade, tem um sentido e não é algo vazio. É extremamente importante que as pessoas tenham consciência dessa mecânica, dessa dinâmica onde mais importante do que a forma, do que objeto resultante, é seu conceito. A obra em si é a materialização desse conceito, interface entre o inefável e o real. Ela é palpável, e contém um sentido. Mais do que palavras soltas, frases sem sentido é necessário escrever um pensamento. NANU! - Se já existe essa preocupação em desenvolver produtos que pensem no ser humano, em suas necessidades, e não apenas em agregar valor de mercado, significa que o consumidor está mudando? Não, ainda falta muito para isso acontecer. Na verdade, não está se criando a consciência no consumidor. O consumidor deveria ter a compreensão de que suas decisões interferem no entorno e no próximo. Moda é a cultura que retrata o momento de uma sociedade e, pelas decisões dos consumidores, percebemos que estamos longe. Acho interessante que as pessoas consumam o que está em sua cidade para incentivar a produção econômica e cultural local. Assim, o consumidor vai saber quem está privilegiando ao comprar e perceber o impacto de suas decisões.

NANU! - Você ficou satisfeito com a resposta e a repercussão do desfile de 2004 que rendeu o livro e documentário A Costura do Invisível? Acha que as pessoas entenderam o que você quis dizer? Sim. Acho que o desfile mostrou bem o que eu queria dizer na época. Foi uma ruptura à falta de reflexão e apatia na moda. Rasgar a roupa para aprender a se vestir. A superfície era o que menos importava no trabalho. No mundo de tantas produções sem conteúdo, as pessoas se relacionam superficialmente com as coisas. O desfile também serviu para mostrar às pessoas que elas pensam muito na marca ou no preço do produto e não se importam do que é feito, como é feito e por que é feito e qual foi a intenção ao fazê-lo. Essa mudança iniciou várias outras no meu trabalho. NANU! - Quais seriam estas mudanças? Depois deste evento decidi transformar de forma mais imaterial. Passei a me dedicar à formação, transformação de pessoas. Consegui formar novos designers, estilistas e foi possível conferir mudanças acontecendo. NANU! - Você ministrou uma oficina de modelagem aqui em Pomerode, na Orbitato. Quais são os fundamentos da oficina? Não adianta pensar em vestir sem entender o corpo. A roupa não é um envelope. Na oficina, faço com que os alunos compreendam a engenharia do traçado e conheçam as possibilidades de construção de uma linguagem tridimensional, as perspectivas e os ângulos de visão que são fundamentais para compreender o processo. Incentivo a criarem algo consistente e rever os processos. Tento sensibilizar para uma mudança.

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NANU inVESTE Preview Inverno 2010 na impacto’s: saad, victor hugo, schutz e calvin klein

Victor H

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Calvin K

SAAD SAAD

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Calvin K

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Todos os produtos para

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Matriz: Shopping Neumarkt Blumenau/SC 47 3322 0167 Filial: Rua Nereu Ramos, 699, Balneário de Piçarras. 47 3345 0205 Em breve vendas online.

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EU, MODELO

CAROLINE PASSOS

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foto: Gabriela Schmidt

Imagem e semelhanรงa


Entre quadros, espelhos, lustres imensos, tapetes persas e cristaleiras o flash reluz de tempos em tempos em uma figura de pele alva, cabelos platinados e batom vermelho nos lábios. Assim, com dedos cheios de anéis, joias, vestido e os inconfundíveis olhos delineados de preto, a porção Priscila Figurski deixa espaço para que o alter ego Campari Joy assuma o posto. Não que a Pri, como a chamamos carinhosamente aqui na NANU!, tenha desaparecido por completo. A postura de atitude, ousadia e poder que aparece nas fotos é toda dela. Depois da sessão de fotos no Das Alte Antiquário, minutos antes de uma tempestade finalizar aquela segunda-feira de calor extremo, Susana confirma com um sorriso confiante que o dia valeu a pena. A não modelo havia enfrentado as quase sete horas de poses e trocas de roupa com o mesmo vigor dispensado quando se torna hostess à noite. Vestida de Campari Joy, Priscila mostra toda sua fotogenia. Mas foi na imagem de Priscila sem a maquiagem e as roupas da noite que Susana viu o potencial para uma possível capa da NANU!. Era certo que isso iria acontecer, só não estava claro qual o momento. Quando o tema Poder surgiu, o que era inevitável aconteceu. “Não conseguia pensar na junção da minha imagem com o tema, mas a Susana ajudou muito e deu tudo certo. Achei que eu ia ficar dura e com a mesma cara em todas as fotos”, comenta a não modelo depois de ver o resultado do trabalho na tela do computador. “Não tem uma foto que eu mais gostei. Todas ficaram incríveis”, completa.

Entre amigos Com Susana fotografando, Miguel Estelrich fazendo o make e Gabriela Telles Moreira e Eduardo Kottmann na produção, Priscila está entre amigos. Para ela, foi o que tirou um pouco o peso de ser modelo pela primeira vez. “Vários talentos reunidos pra fazer as fotos e todos meus amigos, por isso, foi mais tranquilo do que eu esperava”, conta Priscila. Entre as pessoas envolvidas na produção das fotos, Eduardo, ou melhor, o Duh, é, sem dúvida, a alma gêmea da Pri. É ele que atende os pedidos que ela faz apenas com o olhar. Descobre se ela gostou ou não de algum acessório ou vestido e sabe de cor os gostos dela. Foi com o estímulo do Duh que o alter ego dela começou a se revelar. Os dois promoveram a primeira festa juntos no Rock Bühne Key Club, o bar do Erich. Depois, vieram os projetos da Fake It, IndieRockMe e, agora a PunkCake. Com Douglas de Souza, o trio que tira do tédio a calmaria blumenauense fica completo. No blog dela (camparijoy.com), está a melhor definição: “Campari Joy é a personificação que Douglas vs Duh têm na noite para interagir, divertir, receber e tratar bem o público”. A persona foi oficializada em junho do ano passado, quando Miguel descoloriu os cabelos dela. Quando Campari Joy repousa durante o dia, Priscila Figurski, a publicitária, reaparece. É quando ela chega no LOOSHstudio, onde a gente faz a NANU!, tira os óculos escuros e coloca um rock pra todo mundo ouvir. Às vezes, deixa que Campari Joy se manifeste e sai dançando e cantando pelo estúdio. É uma mostra que, definitivamente, uma não vive sem a outra.

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DRAMA QUEEN

Fotografia susana pabst assistente de fotografia gabriela schmidt cONCEITO E TRATAMENTO LOOSHSTUDIO Styling e Produção de Moda Eduardo Kottmann e Gabriela Telles Assistente de Produção Milla Pedrosa Beleza Miguel Estelrich

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Agradecimentos: Arezzo Chemise Das Alte Antiquรกrio Maria Rita Calรงados M.Schuffer Ponto Alto Modas Vanessa Neuber (Casquete)

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COLETIVO NANU!

pra favoritar Selecionamos sites de t-shirts estilosas

Project Black Book bbook.se No Projeto Black Book, a H&M convidou o estilista sueco André Lorenz pra desenvolver a coleção de primavera. Todas as camisetas foram estampadas com fotos enviadas por pessoas de todo mundo e selecionadas pelo estilista.

Hype Means Nothing hypemeansnothing.com Fotos de celebridades usando fashionable sungasses óculos feitos com as mãos -, aplicados no Photoshop, colocaram as camisetas da marca francesa entre as mais famosas do mundo. A coleção tem ícones pop como Mickey Mouse, Playmobil, Michael Jackson e Marilyn Monroe.

Pikistore pikistore.com Se você tem as manhas de fazer estampa e quer montar uma loja, pode se cadastrar na Pikistore. O portal ajuda a criar o endereço, com opções de layout e galeria de estampas.

Conto do Vigário contodovigario.com.br A marca tem uma proposta parecida com a da Reverbcity. Camisetas de bandas, como Beirut e Elvis, dividem a prateleira virtual com as de clássicos, como Pulp Fiction e Laranja Mecânica.

Grizzly Nights

reverbcity.com Pra quem gosta de rock e banda indie é ideal. Além de camisetas de músicos e bandas como Joan Jett, Blur, Radiohead, o site vende de filmes cults. Lost In Translation e Trainspotting estão entre as mais legais.

grizzlynights.com Pra quem gosta de estampas de animais e figuras gráficas em P&B as camisetas da marca britânica são ideais. Além das t-shirts, o site vende blusas de moletom no mesmo estilo.

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fotos: reprodução

Reverbcity


Ilustração: Fernando Denti

COLETIVO CAMPARI JOY | nonsense

Power to the people “Poder também é verbo e sempre pede uma ação – é aí que entra a vontade”

Poucas coisas são tão fascinantes quanto o poder, que é o que impulsiona a maior parte de todas as revoluções e mudanças em nossa vida social e pessoal – é tudo por ou para ter poder. A etimologia da palavra poder fala sobre o “direito” de deliberar, agir, mandar, exercer autoridade e soberania, dominar. Sociologicamente, quem tem poder conserva a habilidade de impor sua vontade sobre outros dentro de vários contextos - econômico, militar, político, pessoal. Nietzsche dissertou profunda e demoradamente sobre o tema. Sob seu olhar particular, uma das interpretações sobre o conceito Vontade de Poder ou de Potência é como o desejo criador / impulso inventivo da própria vida, que está sempre suplicando pelo nosso melhor. Vontade de Poder é, assim, a Vontade de Viver descrita por Schopenhauer.

E vontade de viver é também a capacidade de conduzir a vida para uma plena realização de si. É então que o pensamento crítico de Nietzsche vai repousar sobre a moral da sociedade, que, para ele, é arbitrária à vontade humana e poda nosso desejo de superação e concretização (aqui é o começo de toda a “maledicência nietzschiana” sobre o cristianismo). Deixando Nietzsche um pouco de lado e partindo para as relações de poder constantes em nosso dia-a-dia, dá pra concluir que chega uma hora em que a Vontade de Poder transformase em poder da vontade. É quando toda a responsabilidade pelo que nos domina e pelo poder que exercemos é inteiramente nossa, pois só existe poder onde existe vontade. “João se torna cada vez mais poderoso do que José quanto maior for o universo de coisas em que a vontade de João, sendo oposta a de José, prevalece”. A gente vai aprendendo a se submeter

a certas coisas na vida – pode ser por preguiça, ignorância ou coerção mesmo, por indivíduos embriagados na Síndrome do Pequeno Poder. Mas poder também é verbo e sempre pede uma ação – é aí que entra a vontade. A vontade tem a ver com o nosso mundo particular, aquele momento de nossas próprias crenças. O poder e como cada um de nós lida com ele é bem subjetivo. Poder é ter um diamante sextavado, conseguir aceitar quem é, viajar para a Polinésia Francesa, ter status social ou auto-confiança. Se o fascínio vem da ostentação, fatalmente valores monetários serão os senhores do indívíduo. Mas se o êxtase vem da identificação com o objeto ou sujeito, vamos continuar a acreditar na presença e no efeito das coisas e pessoas que estimulam nossa vontade de poder cada vez mais.

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COLETIVO DOUGLAS VS DUH | vida urbana

arte: Douglas de Souza

“Alexander McQueen deixou um legado como tantos outros artistas extraordinários,mas, muito além disso, se mostrou à frente de seu tempo e foi compreendido ainda em vida, no hoje e no agora” Como se forma um ícone? De onde vem o poder de influenciar pessoas e mudar para sempre a história? O que indagamos, na verdade, é como ser tão contemporâneo por um longo período? Achamos que mais importante nos dias de hoje não é apenas o ícone ser uma mente revolucionária a ponto de ser incompreendida, mas sim saber fazer o “novo” a cada momento sabendo que os dias mudam sempre. Alexander McQueen deixou um legado como tantos outros artistas extraordinários, mas, muito além disso, se mostrou à frente de seu tempo e foi compreendido ainda em vida, no hoje e no agora. A ideia aqui não é discutir toda a sua obra, seus desfiles - por vezes inimagináveis e revolucionários. Vamos, sim, pontuar momentos que, para nós, demonstraram um pouco de sua visão e instinto para a contemporaneidade. Em 1997, a cantora islandesa Björk sempre controversa, com sons singulares, muitas vezes distantes de serem assimilados pelas rádios mundo afora - lançou o disco Homogenic, no qual usou na capa um quimono revisitado, com referências claras às etnias africanas desenvolvido por McQueen. Além disso, o estilista dirigiu o vídeo clipe de Alarm Call, música do mesmo álbum. Ainda em sua colaboração com artistas musicais, no mesmo ano, David

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Bowie apareceu vestindo um casaco do designer na capa de seu disco intitulado Earthling. Neste momento, McQueen deu mais um passo, levando sua imagem de moda para além dos editoriais e desfiles. Da geração de über models, Kate Moss - considerada uma das mais importantes modelos da história - foi flagrada usando cocaína e os tablóides ingleses degradaram sua imagem explorando o fato em troca de manchetes sensacionalistas. Naquele período, o mundo se colocou contra o ícone da estética heroin-chic. A modelo virou exemplo de mau comportamento e, principalmente, foi culpada pelo culto a magreza no mundo fashion. McQueen, em um ato heróico-histórico, fez na apresentação de sua coleção para o Verão 2006 uma Kate Moss meso-élfica, meso-surreal, flutuar por cima de todos, endeusada, num absurdo causado por um inacreditável holograma. Na temporada anterior, no Inverno de 2005, ele usou uma camiseta declarando o seu amor pela modelo, na qual estampou: “We Love You, Kate”. O mais recente choque cultural, e provavelmente o último, foi a intuição de McQueen em transpor a essência pop para seu último desfile (antes do lamentável suicídio), abençoando a mais nova cantora de massa da nossa geração: Lady Gaga.

Bad Romance hoje é a música mais tocada no mundo inteiro. Sua primeira audição aconteceu durante aquele desfile de Inverno 2010. O mundo escutou seu novo single pela primeira vez oficialmente e McQueen assinou o figurino do vídeo, o mais excêntrico e marcante da carreira da cantora até o momento. Essa genialidade toda só é comprovada pelo fato de ser entendida agora e não depois em homenagens póstumas a um criador incompreendido. E o que se diz aqui ainda é muito pouco dentro da grandeza de anos dedicados à moda, à construção de imagem e à transgressão e ao incorformismo, dos quais McQueen nunca abriu mão - seja falando o que pensava enquanto ainda trabalhava na marca Givenchy, dizendo que seu criador era “irrelevante”, seja se auto-intitulando a “ovelha rosa” da sua própria família. É por toda essa visão que o estilista tinha de saber anteceder o que o mundo quer/precisa ver que o luto por sua ausência sem fim vai durar eternamente.

GOD SAVE MCQUEEN 17.03.1969 – 11.02.2010

fotos: Gabriela Schmidt

Kingdom of Now



COLETIVO

NILMA RAQUEL | glamour

ilustração: LOOSHstudio

Menos “Ser poderosa pode significar sabiamente simplificar a vida e não querer mais e mais” Quando o ano começa a gente se perde em mil resoluções importantes. E elas quase sempre incluem as palavras mais ou novo, ligadas a coisas materiais. Mais dinheiro para gastar, um carro novo, um som novo. Ok, eu sou super a favor das recompensas para quem trabalha pra caramba – e a gente trabalha, é claro. Mas você já parou para desejar menos? Peraí, eu explico: não precisa ser, necessariamente, no sentido negativo da palavra. Exemplo, durante as férias, na beira da praia, eu embirro com gente que simplesmente transfere sua vida da cidade de origem para a beira mar. Quer os mesmos sabores do sorvete Häagen Dazs, o mesmo DJ que tocou na semana passada no lugar que costuma ir, e ao comprar um novo biquíni, vai direto na loja que vende Rosa Chá ou Cia. Marítima e não se permite de jeito nenhum comprar, nem que seja uma vez na vida, o biquíni cortininha naquela cor lindérrima

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só porque está exposto na “lojinha vende tudo” da esquina. No quesito beleza, a história é a mesma. Quem não abre mão de ter os cabelos sempre escovados, tem vontade de se matar quando fica sem luz pra ligar a chapinha ou se percebe inábil para esticar o cabelo do jeitinho que o cabeleireiro faz. Não cogita de jeito nenhum a possibilidade de ficar com as unhas sem fazer por alguns dias simplesmente porque não está com o menor saco de ir ao salão. Luxo dos luxos, você se acostumou com o primer, aquele creminho incrível que uniformiza a pele antes do make. E de repente se descobre sem ele. O que faz? Não sai de casa? Eu a-do-ro todas as coisinhas maravilhosas que o mundo moderno nos dá, amo comprar uma novidade e me enfeitar, e nem de longe estou aqui fazendo uma ode ao desleixo ou recomendando deixar esta vida de posses vãs e

ingressar num convento franciscano. O que digo é que é muito difícil viver e conviver sendo alguém do tipo “não vivo sem”. Depender apenas do plano A, não ter jogo de cintura, não saber viver com menos, é se enclausurar voluntariamente num perfil imutável e se tornar vulnerável demais diante de imprevistos. E o mundo moderno tem cada vez menos espaço pra gente assim. Ser poderosa pode significar sabiamente simplificar a vida e não querer mais e mais. Falando nisso recomendo uma olhada no site belezasustentavel.wordpress.com. É do movimento Beleza Sustentável, que realizou um evento neste mês de março em São Paulo, discutindo não só a beleza física, mas também a emocional, espiritual, mental e financeira da mulher. É pra quem se preocupa com sua casca, mas também com o conteúdo.


Desde então todos sabem: Teresa é mulher, e toda manhã cruza a cidade do mar, nua, toda ela, pelos, pele e prazer. Toma seu banho, estende seu corpo, e volta para casa. Teresa é mulher invejada!

Viegas fernades da costa

viegas@furb.br viegasdacosta.blogspot.com


JUDITE PIMENTEL

juditepi@yahoo.com.br juditepimentel.multiply.com



“Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação”, ensinou Quintana. E hoje fez um céu de milagre. Todos os céus são de milagre. Quem sabe o eclipse... E há este sorriso franco neste rosto triste. Como consegue este rosto sorrir tão francamente?

Viegas fernades da costa viegas@furb.br viegasdacosta.blogspot.com



COLETIVO NANU! | miscelânea

Sinestesia pra usar A estilista Vanessa Neuber conta o que descobriu depois de cada bordado e como se inspirou para criar alguns dos personagens de suas arT-shirts, camisetas customizadas com estampas de artistas e personalidades Penélope Cruz arT-shirt: Ai, que dificuldade escolher uma foto entre tantas lindas... Um suspiro atrás do outro! Impossível não explorar o lado sexy/caliente de Penélope. Na maioria dos personagens que já viveu, sua sensualidade beira ao erotismo. O filme escolhido foi Vicky Cristina Barcelona. Quem assistiu ao filme sabe que não preciso explicar o porquê da escolha. Talvez o Oscar de melhor atriz coadjuvante explique melhor. Sobre a arT-shirt: A cor da peça não poderia ser outra: vermelha. No lugar da fumaça do cigarro saem pérolas. Nem o tecido de poá nos cabelos e as pérolas que usei na arT-shirt conseguem inocentar o olhar desta diva espanhola. Fontes de inspiração: Todo Sobre Mi Madre, Vanilla Sky, Gothika, Bandidas, Volver, Elegy, Los Abrazos Rotos. Além dos filmes, assisti a uma entrevista dela com Lynn Hirschberg, no canal do New York Times no YouTube, falando sobre os filmes Vicky Cristina Barcelona e Elegy. Quero muito assistir: Abre Los Ojos e Nine. Agora eu sei: Que ela tem uma irmã (igualmente linda!) arT-shirts que combinam: Woody Allen, Pedro Almodóvar (a atriz é sua queridinha), Vanilla Sky (What is happiness to you, David?) e Javier Bardem (o atual namorado da moça).

Tim Burton arT-shirt: Timothy Walter Burton é um dark symbol consagrado. Seu estilo é único e marcante. Seus filmes sombrios geralmente agradam gregos e troianos pela originalidade. Dificilmente você passará pela filmografia deste diretor sem pelo menos três filmes na sua lista de preferidos. Sobre a arT-shirt: Ora, nem ficou tão dark assim! Se a camiseta fosse preta seria bem óbvio! Preferi brincar com o rosa. Com seu super-topete quase lisérgico, camisa com mistura de poá e um botão de cristal, ele mais parece um personagem de seus próprios filmes... Os mais coloridos, claro. Fontes de inspiração: Vincent, Beetlejuice, Batman, Edward Scissorhands, Batman Returns, Sleepy Hollow, Planet of The the Apes, Big Fish, Charlie and The Chocolate Factory,Sweeney Todd. Quero muito assistir: Alice in Wonderland (quem não quer?) Agora eu sei: Tim já foi demitido da Disney

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quando lançou seu terceiro filme, Frankweenie, mas recentemente seu contrato foi renovado em Alice in Wonderland. arT-shirts que combinam: Johnny Depp (amigo e ator presente na maioria de seus filmes) , Helena Bonham Carter (esposa de Tim, atriz impecável, também presente em alguns de seus filmes). Plus: Adoraria receber encomendas do filme Beetlejuice. Edward Scissorhands já tem sua versão arT-shirt.

Novos Baianos arT-shirt: Esta banda é, sem dúvida alguma, uma das mais ricas, culturalmente falando, da história da nossa MPB. Com ritmos que vão de bossa nova, frevo, baião, choro, afoxé ao rock, os Novos Baianos se destacavam não só pela qualidade musical, mas pelo seu estilo de vida. Sobre a arT-shirt: A cor da camiseta é preta, preta, pretinha. Eles estão novos, novos, novinhos na foto dentro de um emaranhado psicodélico. Cérebros coloridos sobrevoam. Já ouviu Os Pingos Da Chuva? Então corre procurar. Fonte de inspiração: O documentário sobre eles é cultura, é Brasil, é vida, minha gente! Assista ao vídeo de Pepeu Gomes, tocando Malacaxeta (1978), no YouTube. Se você tiver o mínimo de sensibilidade musical vai saber do que estou falando. Agora eu sei: Acabou Chorare, o segundo disco da banda, foi considerado o melhor álbum brasileiro da história segundo a revista Rolling Stone. arT-shirts que combinam: Marisa Monte (já fiz duas arT-shirts dela), Tom Zé e Moraes Moreira.

Charles Bukowski arT-shirt: Henry Charles Bukowski Jr. era romancista, o “velho safado”, o poeta boêmio. Escrevia sobre porres e putarias de forma ultracoloquial. Morreu de leucemia em 1994, e em seu túmulo está escrito “Don’t Try”. Sobre as arT-shirts: Foram duas. Mas (nossa!) que dificil encontrar fotos com resolução bacana! Não encontrei nenhum registro da infância/ juventude dele. Em uma peça, abusei do senso de humor trabalhando com tecidos mega coloridos e padronagens de frutas. Em outra, deixei o boêmio “na pinta“! Nunca este velho safado havia se vestido tão bem! Fonte de inspiração: Vida Desalmada. Agora eu sei: Bukowski começou a escrever poesias aos 15 anos, mas seu primeiro livro somente foi publicado 20 anos depois, em 1955. arT-shirts que combinam: Fiódor Dostoiévski, Ernest Hemingway e William Burroughs.

Twiggy arT-shirt: Atriz, cantora e o principal ícone de beleza dos anos 60. Sobre a arT-shirt: Uma das minhas peças preferidas. Em tons de bege e dourado, com um laço em cetim rebordado, mistura de botões e fita de veludo, ficou uma arT-shirt sofisticada. Fonte de inspiração: Assista ao vídeo Twiggy com 3:56 min de duração no YouTube. Lembrei muito de Lykke Li. Agora eu sei: Ela é uma ativa militante do PETA e ex-jurada do programa America’s Next Top Model. arT-shirts que combinam: Kate Moss, Gisele, Lykke Li e Naomi.

Saiba mais Vanessa Neuber já fez mais de 120 camisetas, todas exclusivas, desde que começou o projeto das arT-shirts no final de 2008. Em outubro do ano passado, ela e o artista Nestor Jr. criaram o Estilo Arte Ateliê, que funciona na Rua São Paulo, em Blumenau, onde podem ser encontradas alguns modelos prontos. Para encomendas, visite o flickr.com/photos/vanessaneuber ou o blog atelieestiloarte.blogspot.com.


foto: Gabriela Schmidt


boy in the wall

Fotografia susana pabst assistente de fotografia gabriela schmidt cONCEITO E TRATAMENTO LOOSHSTUDIO Styling e Produção de Moda aha estilo Beleza Miguel Estelrich modelo WILLIAN KANNO AGÊNCIA Mega models

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Camiseta HAND Camisa Calvin Klein para Authentic Avenue Calça jeans ZEZZO+ Chapéu acervo Lenço acervo Anel para M.Schufert Pulseira de couro Levi’s

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Casaco Coca Cola Clothing para Moving Camiseta ACT para Moving Calça jeans Triton para Authentic Avenue Tênis para MarcusSoon Anéis para M. Schufert Lenço acervo

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Colete Spirito Santo para Albori Calça Spirito Santo para Albori Colares e anéis para M. Schufert Pulseira de couro Levi’s

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Camisa jeans acervo Camiseta AMP para Moving Camiseta Diesel para Authentic Avenue Calça Calvin Klein para Authentic Avenue AnÊis para M.Schufer

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Camiseta AMP para Moving Calça jeans True Religion para Authentic Avenue Cinto HAND Tênis Nike para Authentic Avenue Anéis para M.Schufert

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Camisa G.Spirit para Moving Camiseta HAND Calça Calvin Klein para Authentic Avenue Sapato para Authentic Avenue Pulseira de couro Levi’s Anéis para M.Schufert

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Camisa acervo Calça jeans Calvin Klein para Authentic Avenue Cinto para Albori Colares e anÊis para M.Schufert

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Camisa AMP para Moving Camiseta HAND Calรงa Zezzo+

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Vestido GĂŞmeas

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FIRST ONE DOWN fotografia FELIPE PAGANI assistentes de fotografia Davi Lima e Otavio Sousa produção e styling EDUARDO KOTTMANN e GABRIELA TELLES tratamento de imagem The Black 13 maquiagem-equipe técnica Catharine Hill, Juliana Zanini e Camila Medina produtos de maquiagem-Catharine Hill-Professional Make Up

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Vestidos ka (Karina Sterenberg) Colares PRISTINESMUT

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Vestido ka (Karina Sterenberg)

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Vestido MARIA VALENTINA

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Vestido alexandre Alexandre Herchcovitch

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boleros Liria Pristine

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Vestido Maria Valentina Vestido Alexandre Herchcovitch Botas Alexandre Herchcovitch

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Vestido GĂŞmeas, Colar Alexandre Herchcovitch Vestido KA (KARINA STERENBERG) Colar e cinto Alexandre Herchcovitch

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agradecimentos: Juliana Biedrzicki (Way Model) e Nicole Talamini (Way Model) Way Model Management (www.waymodel.com.br) Catharine Hill Professional Make Up (www.catharinehill.com.br - tel. 11-5070 1060) Duo Press (www.duopress.com.br), MKT Mix (www.mktmix.com.br) Alexandre Herchcovitch, Doc Dog, GĂŞmeas, Karina Sterenberg Liria Pristine, Maria Valentina

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CULT

CARLOS EDUARDO “ADO” SILVA

ilustração: LOOSHstudio

O PODER

QUIETINHO “Será que eles estão se ‘ocidentalizando’ mais do que nós estamos ‘orientalizados‘?” Poder, daqueles bem poderosos, é do tipo que você não percebe, somente assimila. Nesse ponto, o Oriente dá um banho no Ocidente. Alguma dúvida da influência deles? Eu não estou falando da “potência econômica” chinesa, mas sim do Oriente em geral. Um casal amigo acabou de voltar da China. Adoraram tudo. Só criticaram o fato de encontrar em Xangai algumas chinesas um tanto ocidentalizadas. Tive que responder com uma pergunta: Será que eles estão se “ocidentalizando” mais do que nós estamos “orientalizados”? Alguém já pensou como foi rápida (e silenciosa) a incorporação do sushi e do sashimi ao nosso cardápio? Não existe uma cidade que, nos dias de hoje, não tenha um restaurante oriental – Ji-Paraná, em Rondônia, têm três (e duas pizzarias)...

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Eu me lembro de um artigo sobre a indústria de vinhos, no qual se estimava que com o mercado chinês, virgem pra essas coisas, as chances seriam de aumentar a demanda ao ponto da produção não dar conta. O que aconteceu? Hoje, nos Estados Unidos a venda de vinhos de ameixa produzidos na China e Japão são maiores do que o total da venda de vinhos (de uva) na China. E a indústria de café? Gritaram aos ventos que com a China iria ter uma demanda fenomenal. O que aconteceu? O Ocidente compra mais chá verde do que o Oriente compra café. O meu amigo Leon me lembrou da, ainda discreta, influência deles na música – seja nos voos indianos dos Beatles aos inserts no jazz e lounge music. Mas nisso eles estão vindo devagarzinho –lembrando que o sushi começou assim. Tudo isso com a paciência, o silêncio e

a atitude de quem sabe o poder de uma cultura muito mais antiga que a do Ocidente. Até na novela das oito o Oriente apareceu... E rendeu até um prêmio Emmy para Caminho das Índias. Por aqui, nos Estados Unidos, os gringos não estão dormindo no ponto. Adotaram a estratégia de assimilação sem confronto: na escola, minha filha tem aulas de mandarim. Por isso, quando alguém resolve proclamar que o Brasil (ou mesmo os EUA) é o pais do futuro, me lembro do filme Blade Runner (1982) do Ridley Scott. No longa, Los Angeles foi retratada extremamente escura, com letreiros em chinês, telões com anúncios em japonês e um montão de hindus andando pela rua. Quem viver verá!


CULT

DOUGLAS DWIGHT | cnema

Geniosos E

memoráveis Conheça alguns dos personagens mais poderosos do cinema

fotos: reprodução

O que torna uma pessoa poderosa? O que há por trás da personalidade desses seres que se destacam por exercerem o comando em diversos segmentos da sociedade? Por que esse tipo de gente provoca sentimentos tão distintos como fascínio e repulsa? Veneração e oposição? Respeito e desprezo? Alguns atributos — como liderança, persuasão, carisma, beleza, prestígio, sucesso, influência, riqueza, sedução ou autoridade —, muitas vezes, podem estar atrelados ao perfil do poder. Na trajetória do cinema, as biografias de poderosos levadas às telas já renderam bons enredos e grandes bilheterias. Confira algumas delas.

O AVIADOR Dono de uma personalidade excêntrica e visionária, o americano Howard Hughes construiu um império econômico e se tornou uma das pessoas mais ricas do mundo construindo aviões, entre outros negócios rentáveis. Apaixonado por cinema, ele produziu e dirigiu o filme Hell’s Angels, de 1930, que lhe deu fama e prestígio em Hollywood e o poder de seduzir estrelas como Ava Gardner e Katharine Hepburn, entre outras celebridades da época. A vida de Hughes foi levada à tela em 2004 com Leonardo di Caprio numa interpretação magistral, cheia de nuances, que lhe rendeu a indicação ao Oscar de Melhor Ator.

CAPOTE O escritor americano Truman Capote ficou rico ao conseguir, depois de longas entrevistas com um assassino condenado à morte, escrever o seu mais famoso livro, A Sangue Frio (1966). Na obra, o escritor reconstrói um crime hediondo e a personalidade do algoz e suas vítimas com riqueza de detalhes e um realismo inquietante. O filme revela traços da personalidade obsessiva e o poder de persuasão de Capote. Philip Seymour Hoffman compôs um Capote primoroso, com todos os trejeitos e manias do escritor, e, por esse trabalho, foi contemplado com o Oscar de Melhor Ator, em 2006.

CIDADÃO KANE Apesar de sempre ter negado, Orson Welles, diretor e protagonista do longa, supostamente se inspirou na vida do magnata do jornalismo William Randolph Hearst para contar a história de Charles Foster Kane, um menino pobre que acaba se tornando um dos homens mais ricos do mundo. Esse drama/suspense é considerado, por muita gente, como o melhor filme de todos os tempos. Uma obra-prima insuperável. Indicado em várias categorias para o Oscar de 1942, foi contemplado com a estatueta de Melhor Roteiro Original.

O DIABO VESTE PRADA Adaptado do livro homônimo de Lauren Weisberger, esse filme tem como protagonistas Meryl Streep e Anne Hathaway. A personagem de Meryl, Miranda Priestly, foi inspirada na poderosa e temida editora da Vogue norte-americana, Anna Wintour. A autora do livro trabalhou como assistente de Wintour e escreveu uma ficção baseada em sua experiência ao lado de uma americana tão influente e geniosa. O filme rendeu uma deliciosa comédia com Meryl Streep em mais uma atuação impecável.

PRENDA-ME SE FOR CAPAZ Com uma inteligência fora do comum, mestre dos disfarces e rara habilidade para falsificar documentos, o americano Frank Abagnale Júnior deu muita dor de cabeça aos agentes do FBI. Ele se passou por professor, médico, piloto de avião, advogado e aplicou golpes milionários. Com apenas 17 anos, ele foi o ladrão de banco mais bem-sucedido dos Estados Unidos. O agente do FBI Carl Hanratty penou para conseguir colocá-lo atrás das grades definitivamente, pois Abagnale conseguia driblar a vigilância e sempre escapava de maneira extraordinária. Preso em 1969 e condenado a 12 anos de prisão, ele foi libertado em 1974 com a condição de prestar serviços ao FBI desvendando fraudes e outros tipos de golpes. Com direção de Steven Spielberg, o filme, baseado na história real de Abagnale, traz à frente do elenco Leonardo di Caprio, no papel do falsário, e Tom Hanks, como o agente do FBI que consegue prendê-lo. Dois atores num duelo de interpretações memoráveis.

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LUMA SANTOS | cinema

Tim Burton e O País das Excentricidades Com o lançamento de Alice e uma exposição de seus trabalhos, o diretor tem tudo para deixar o mundo um pouco mais estranho

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Longe de ser apenas um cineasta, famoso por criar em seus filmes um mundo ficcional com suas próprias características, personagens e tons, Tim Burton é o que se pode chamar de um artista completo. O jovem excêntrico Thimoty Walter William sempre foi fã dos escritores sombrios, como Edgar Allan Poe e de filmes de terror trash de baixo orçamento, em especial os de Ed Wood. Essas influências foram cruciais para Tim Burton definir seu universo particular, cheio de sombra e humor. Sua carreira começou na Disney como animador, o que o inspirou para seu primeiro curta em 1982: Vincent. Em homenagem ao ator de filmes de terror Vincent Price - que mais tarde firma sua parceria com Burton em Edward Mãosde-Tesoura (Edward Scissorhands – 1990) e Ed Wood (Ed Wood – 1994) - o curta conta a história de Vincent Maloy, um menino que sonha em ser como Vincent, o ator. Quem narra o poema é o próprio Price. O vídeo está disponível no YouTube,

inclusive em versão legendada. Depois disso, foi uma relíquia cinematográfica atrás de outra (veja o box). Para abril está prevista a estreia de Alice no País das Maravilhas (Alice in The Wonderland - 2010), filme em 3D bancado pela Walt Disney Pictures - sua última parceria com o estúdio havia sido em O Estranho Mundo de Jack. A refilmagem inspirada em dois dos clássicos de Lewis Carroll (Alice no País das Maravilhas e Alice no País do Espelho) conta com a participação de Johnny Depp, que fará o Chapeleiro Maluco, Helena Bonham Carter, como A Rainha de Copas (quer papel mais perfeito para Helena do que esse?), e Anne Hathaway, como a Rainha Branca. Mas não é só no cinema que Burton se destaca. Ele é escritor, artista plástico, produtor e já dirigiu o clipe Bones do The Killers. As multifaces do artista têm sempre a mesma característica intrínseca: o mórbido como algo fantasioso e poético. No mundo burtiniano, as regras se invertem: o que é anormal, bizarro e


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deformado é belo e poético, e o que é normal é monótono e frio. No filme A Noiva Cadáver (Corpse Bride – 2005), por exemplo, há um paradoxo entre o mundo dos mortos, que é colorido e alegre, e o mundo dos vivos, frio e cheio de regras. A extensão de sua obra é tão vasta que os curadores do Moma (Museu de Arte Moderna de Nova York), Ron Magliozzi e Jenny He, juntaram mais de 700 trabalhos do artista pop e criaram a exposição Tim Burton. Disposta em ordem cronológica, a exposição possui obras exclusivas de um Burton jovem, recém-saído da adolescência e estagiário da Walt Disney Pictures, até obras bem recentes (Burton tem 51 anos) de um profissional maduro e experiente. A chave para entrada ao mundo colorido (ou não tanto assim) é uma boca gigantesca, cheia de dentes, típica de Tim Burton. A cada passo, uma nova descoberta ou uma lembrança dos filmes dele. Desde as navalhas usadas para cortar as gargantas em Sweeney Todd ou um jornal velho e rabiscado com desenhos bizarros e

coloridos. Tudo o que foi escolhido tem a marca e o universo burtoniano. Um convite a entrar na mente desse artista fantástico e genial. A exposição fica em Nova York até dia 26 de abril. Esse convite à Timburtonland será feito também aos brasileiros. O Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), localizado no RJ, divulgou que trará a exposição ao Brasil (aqui será chamada de O Estranho Mundo de Tim Burton) e negocia a vinda do próprio diretor para a inauguração. Um gênio, Tim Burton ensina através de suas obras a mensagem que as coisas esquisitas podem ser as mais legais. É isso que faz sua obra tornar-se especial e excêntrica ao mesmo tempo. Com a exposição de seus desenhos em Nova York e um dos filmes mais esperados dos últimos tempos pronto para estrear, 2010 será definitivamente o ano de Burton.

Mais sobre a Timburtonland: - Curta Frankweenie (Frankweenie – 1984), a história do cãozinho-Frankenstein (também dá pra assistir no YouTube). A Disney deve bancar a versão longa-metragem da história para os próximos projetos do diretor. - Sempre dark, Tim Burton teve seu boom com o famoso Os Fantasmas Se Divertem (Beetlejuice – 1988). O fantasma pirado e comedor de larvas Beetlejuice ganha o público e o Oscar de Melhor Maquiagem de 1989. - Na sua bagagem estão ainda: O Estranho Mundo de Jack (The Nightmare Before Christmas - 1993), duas adaptações de Batman (Batman - 1989 e Batman, Returns - 1992), o remake de A Fantástica Fábrica de Chocolate (Charlie and The Chocolate Factory - 2005), Sweeney Todd - O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet (Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street 2007), entre outras.

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NANU! | literatura

Garimpo de histórias

Livro da jornalista Adriana Nunes mostra a realidade de brasileiros que vivem na Alemanha

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brasileira na Alemanha, protagonizam situações dramáticas. Muitas chegaram à Alemanha com a promessa de emprego, mas são obrigadas a se prostituir. O livro segue com depoimentos que falam sobre casamentos arranjados, uniões felizes e brasileiros que encontraram abrigo na Alemanha. Histórias diferentes de personagens como exilados políticos, estudantes, donas de casa, jornalistas e empresários montam o quebracabeça da realidade complexa que é a migração. Desde o lançamento, Adriana fez leituras de Nur die Edelsteine... em várias instituições alemãs e brasileiras. Entre elas, está a Embaixada Brasileira em Berlim e o Instituto Goethe. A autora também participou de festivais internacionais, como Respektakel, na Suíça, e o Ibbenbüren Lokal Global: Brasilien. *Nome fictício

Saiba mais Nur die Edelsteine kommen aus Brasilien (Somente as Pedras Preciosas vêm do Brasil): Editora Eos Verlag, 232 páginas, 2001, 18 euros. Contato da autora: a-nunes@netcologne.de Para encomendar o livro: mail@eos-verlag.de ou mtrischberger@eos-verlag.de / www.eos-verlag.de

Finais O livro apresenta histórias de anônimos, como o garçom, e figuras que ficaram conhecidas no país pelo seu trabalho. Neste último grupo está o coreógrafo e bailarino Ismael Ivo, excoreógrafo-chefe do Deutsches National Theater Weimar. Além dele, Adriana entrevistou o arquiteto Geraldo Wickert, responsável pela construção do maior shopping center europeu e por gerenciar as obras dos estúdios cinematográficos Babelsberg, e a psicóloga Fá Stollenwerk, que se tornou vereadora. Nem sempre as histórias descritas no livro têm final feliz. Uma parte dos entrevistados mostra-se desiludida com a possibilidade de construir uma vida sustentável no exterior. Há os que sentem falta dos laços com o Brasil, sofrem preconceito e são isolados por não se adaptarem à nova cultura. Algumas das mulheres, que compõem mais de dois terços da população

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As pedras preciosas comercializadas por um brasileiro descendente de alemães inspiraram o nome do livro escrito por Adriana Nunes. A jornalista baiana, nascida em Salvador, vive na Alemanha desde 1989 e descobriu durante o trabalho como editora na rádio Deutsche Welle o condutor que a levaria a escrever Nur die Edelsteine kommen aus Brasilien - Brasilianer in Deutschland (Somente as Pedras Preciosas vêm do Brasil - Brasileiros na Alemanha). No livro, publicado em alemão, a história de Tarcísio Loch, o comerciante de pedras que antes de viajar trabalhava em um garimpo no Brasil, divide as páginas com outros 31 relatos de brasileiros que vivem na Alemanha. Adriana trabalhou durante três anos como redatora na Deutsche Welle e conta que a ideia de escrevêlo surgiu das entrevistas que ela fazia para o rádio. Através delas, descobriu personagens tão interessantes que concluiu que as histórias deviam ser registradas. Assim nasceu Nur die Edelsteine..., o segundo livro da autora - o primeiro, publicado em 1999 pela Tranvía Verlag, fala sobre a escritora Ilse Losa, judia alemã que emigrou para Portugal fugindo dos nazistas. A jornalista seguiu viagem por conta própria e percorreu o país em busca de trajetórias como a de Tarcísio. Cidades como Berlim, Colônia e Hamburgo viraram cenário de histórias reais. Os perfis trazem em comum a busca por oportunidades, o choque cultural, as dificuldades em integrar o mercado de trabalho e aprender a língua. Para transparecer a subjetividade de cada depoimento, muitas vezes, a autora teve que esquecer as perguntas prontas, escritas no bloquinho, para deixar o entrevistado à vontade para falar.

Segundo Adriana, uma das histórias que mais impressiona os leitores é a do garçom Dirceu de Jesus* que, como muitos dos brasileiros que vivem por lá, deixou o Brasil durante o governo Collor. Ao chegar em Düsseldorf, Dirceu conseguiu um emprego informal em uma oficina de mecânicos árabes. Seu jeito descontraído causou espanto e divertiu os companheiros de trabalho, mulçumanos do Líbano. A jornalista conta que o relato do garçom/mecânico ilustra bem algumas das situações por que passam os brasileiros na Alemanha. Tempos depois, ele se casou para conseguir o visto de permanência, mudou de emprego e se tornou barman em um restaurante brasileiro. “A história mostra não só o choque cultural de um brasileiro na Alemanha, mas entre um brasileiro liberal e bem-humorado e os muçulmanos sérios e amargos, por causa da guerra no seu país. Mostra também as dificuldades com as quais um migrante se depara quando não sabe a língua, não tem visto de trabalho, nem informações sobre o país”, destaca a autora. Hoje, Dirceu, além de barman, é pastor de uma igreja evangélica brasileira e vive muito bem. “E continua agradecendo aos árabes pela oportunidade que lhe deram”, completa.


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dica de livro

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O Livro de Haicais

Van Gogh David Haziot A L&PM divulgou o pré-lançamento da biografia em formato pocket do artista pós-expressionista, traduzida por Paulo Neves. A versão original do livro recebeu o Prêmio da Academia Francesa em 2008. L&PM Pocket, 486 páginas, preço ainda não divulgado.

Mário Quintana No livro estão todos os haicais do escritor, selecionados por Ronald Polito e ilustrados por Roberto Negreiros. Editora Globo, 90 páginas, R$ 39.

Preciosa Sapphire Livro que inspirou o filme de Lee Daniels conta a história de uma adolescente de 16 anos e grávida pelo próprio pai. O primeiro romance da autora foi bem recebido pela crítica e traduzido para 11 idiomas. Editora Record, 192 páginas, R$ 29,90.

Roupa de Artista: O Vestuário na Obra de Arte

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Cacilda Teixeira da Costa Em edição bilíngue (português/inglês), o título apresenta uma análise da relação entre a arte e a moda desde o Renascimento até os dias de hoje. Desta forma, a autora mostra como o vestuário foi se estabelecendo como forma de expressão. Edusp, 296 páginas, R$ 120.

A Coleira do Cão Rubem Fonseca Relançamento do segundo livro do autor, publicado originalmente em 1965. O título traz oito histórias de prisioneiros que falam sobre a condição do homem como prisioneiro de si mesmo. Editora Agir, 256 páginas, R$ 39,90.

João e Maria Irmãos Grimm A Cosac Naify reeditou o clássico infantil dos Irmãos Grimm com ilustrações de Kveta Pacovská. A artista abusou de cores, contrastes e técnicas (como pintura, recorte e colagem) para proporcionar uma nova experiência sensorial aos leitores. Cosac Naify, 30 páginas, R$ 49. NANU! 103


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NANU! | música

foto: Gabriela Schmidt

Trabalho

autoral

We_Music surge no cenário musical com surf music mais intimista e toques de blues e soul

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De projeto paralelo o We_Music ganhou proporções maiores do que o esperado. O grupo nasceu há três anos como uma proposta de fazer músicas covers-conceito e composições próprias entre um e outro show do Eu & Minha Banda e hoje está com um CD prestes a ser lançado. O grupo é formado por três músicos remanescentes do Eu & Minha Banda. Otávio Rodacki Gazziero, o Kppa, que assume os vocais e a composição da letras, o irmão Gabriel Rodacki Gazziero toca baixo e o primo Paulo César Rodacki Gomes é o guitarrista. O novo integrante é o amigo e baterista Duda Kassler. Kppa conta que o We_Music surgiu da necessidade de lançar músicas novas e criar uma banda com identidade própria, uma vez que a Eu & Minha Banda conquistou o público pelos covers. Como We_Music a banda começou a fazer shows acústicos em barzinhos e festas particulares do Litoral catarinense e de Blumenau. Depois o projeto foi ganhando forma até que o grupo resolveu gravar um CD. Com influências de músicos como Donavon Frankenreiter, Jack Johnson, John Mayer e Robben Ford, o grupo se aproxima do surf music mais intimista, com toques de blues e soul. A sonoridade acústica do violão de Kppa combina com passagens de guitarra sustentadas pela forte “cozinha” de Gabriel e Duda. O vocalista destaca que o CD é bem eclético, alternando entre músicas dançantes e calmas, cantadas em português e inglês. A inspiração para compor vem do cotidiano, com temas que vão desde a preservação da natureza até uma volta de bike com os amigos. A banda destaca as músicas Sua Idéia - que faz um convite à reflexão - e Earth - uma visão sobre a preservação da natureza.

Todos os integrantes da banda contribuem no refinamento das composições. “A produção toda é feita em conjunto”, afirma Paulo.

Nome e continuidade O nome We_Music vem da união deles na música e na arte. Como os músicos cresceram juntos, a ideia é remeter ao clima de amizade e família no trabalho da banda. O CD, que deve ser lançado em março, ainda não tem nome definitivo, mas a arte da capa já está pensada. É um quadro criado por Marisa, tia dos integrantes da banda. E, para as apresentações, o grupo já tem parceria com o cabeleireiro Miguel Estelrich e com a marca H.A.N.D., dos estilistas Marcus Marquetti e Soon Kim. Mesmo com a nova proposta, os fãs do Eu & Minha Banda não precisam se preocupar. Afinal, ganharam uma oportunidade a mais de assistir aos músicos no palco. Gabriel conta que, mesmo com o disco do novo projeto pronto, a outra banda vai continuar fazendo shows. “O Eu & Minha Banda continua tocando o seu repertório de covers, enquanto que no We_Music apresentamos um trabalho autoral”, reforça o baixista. Para os músicos, a mudança entre as prioridades é necessária. Perfeita para quem busca maturidade musical sem perder o clima familiar e de amizade que virou marca nos shows do grupo desde o início.

Saiba mais twitter.com/wemusic myspace.com/wemusicproject


arte de LOOSHstudio sobre reprodução

CULT

iPod One Entre os músicos preferidos de Obama, a contrabaixista Esperanza Spalding tem uma carreira precoce e promissora no jazz

Quando Bush Jr. era presidente, o jornal New York Times fez uma matéria sobre o mimo que ele ganhou das filhas. Um iPod que ficou conhecido como iPod One (brincadeira com o nome do conhecido avião presidencial americano). Da seleção musical que vazou, o mundo ficou sabendo aquilo que era óbvio – a preferência do presidente pela country music. A jornalista Caitlin Moran do London Times, analisando a seleção musical lascou: “No black artists, no gay artists, no world music, only one woman, no genre less than 25 years old, and no Beatles.”, traduzindo, “Sem artistas negros, sem artistas gays, sem world music, apenas uma mulher, nenhum gênero com menos de 25 anos, e sem Beatles”. Novos tempos, novo morador na Casa Branca e o estilo musical que volta é o bom e “novo” jazz. Ainda nos tempos da campanha, Obama deu uma entrevista para a Rolling Stone Magazine contando o que havia no seu iPod e declarando ser fã de “Steve Wonder, Earth, Wind & Fire, Elton John, Rolling Stones” além dos jazzistas Miles, Coltrane e Charlie Parker (que gosta desde a adolescência). O (bom) gosto da nova ordem no poder foi explicitado pela primeira vez, logo no segundo mês de mandato, na entrega do Gershwin Prize for Popular Song para Steve Wonder. A convidada especial foi a contrabaixista Esperanza Spalding, que tocou Overjoyed. Vale a pena conferir no YouTube a belíssima apresentação (http://www. youtube.com/watch?v=-lNE7jWA5AE) Esperanza Spalding é a cara do novo jazz. Jovem e charmosa, ela é uma virtuose do contrabaixo, além de cantar muitíssimo bem - como deu para ver no Tim Festival de 2008, quando surpreendeu alguns incautos com Ponta de Areia (do Milton Nascimento) cantada num

LEON | música

português quase sem sotaque. (http://www. youtube.com/watch?v=nUcvLtTp9d0) Nascida na cidade de Portland em 1984, foi criada pela mãe solteira. Autodidata, começou aprendendo violino (aos 5 anos). E por causa de uma doença na infância, que a obrigou a ficar em casa por um longo tempo, ela nunca mais se adequou aos modelos escolares. Com 15 anos ela descobriu o contrabaixo e começou a tocar nos clubes da região, trocando a música clássica pelo blues, funk, hip-hop e o que mais aparecesse. Em 2003, foi para a Berklee College of Music e após três anos de estudos intensivos, com apenas 20 anos, já estava lecionando. Este feito só tem precedente com Pat Metheny – que foi professor lá aos 19. Esperanza tem dois trabalhos solo: Junjo de 2005 e Esperanza de 2008; e colaborou em trabalhos de outros músicos, entre eles a banda Fourplay (Bob James, Nathan East, Larry Carlton e Harvey Mason). No final do passado Obama foi agraciado com o Nobel da Paz. Novamente, o show ficou ao encargo de Esperanza Spalding. Essa apresentação também aparece no YouTube (http://www.youtube.com/watch?v=qXtAFOr9ahs). Ao que parece, o fã mais poderoso do mundo solicitou a apresentação da moça. Ela vai longe.

Saiba mais O iPod de Bush: cnn.com/2005/SHOWBIZ/ Music/04/12/bush.ipod O iPod de Obama: rollingstone.com/news/ story/21472234/a_conversation_with_barack_ obama/print Esperanza Spalding: esperanzaspalding.com

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NANU! | música entrevista

Músico Lucio Rebello, radicado em Nova Iorque, fala sobre o novo CD e se prepara para se tornar colaborador da NANU!

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são de TJ Helmerich. O produtor já participou de gravações e discos de artistas como Beck, o guitarrista Jeff Beck, Dweezil Zarpa - no tributo Zappa plays Zarpa, vencedor de um Grammy -, e o guitarrista de jazz/blues Scott Henderson, da banda Tribal Tech. Enquanto aguarda o lançamento, comemora a boa aceitação do seu trabalho pela crítica nos EUA e Brasil e os shows que tem feito em clubes alternativos de Nova Iorque. É da Big Apple que ele escreverá sobre o cenário musical e, nas próximas edições, o leitor poderá conferir as avaliações e percepções do músico exclusivas para a NANU!. Leia a entrevista que fizemos com Lucio durante as férias dele aqui no Brasil.

foto: divulgação

Um novo ciclo

De ouvir a eclética coleção de discos dos pais, Lucio Rebello começou a se interessar pelos variados tipos de som. Ainda criança, aos 8 anos, quis aprender um instrumento e começou a frequentar as aulas de violão erudito. Dos primeiros acordes passaram 14 anos até que o talento do músico fosse comprovado com uma bolsa na Berklee College of Music, em Boston. Na escola que formou nomes premiados da música contemporânea, como Quincy Jones, Diana Krall e John Mayer, Lucio, hoje com 31 anos, aprimorou os conhecimentos como multi-instrumentista. Em 2001, ganhou o Berklee Achievement Award. Mudou-se de Boston para Nova Iorque dois anos depois de se formar - em 2002 -, e lá gravou o primeiro disco do Virtual Jungle. O álbum de estreia o colocou entre os 20 mais tocados nas rádios universitárias nos EUA, com as músicas Traces e The Last Flight to Rio. Agora, Lucio prepara o segundo CD do projeto, que deve ser lançado em abril deste ano, e passa a integrar o grupo de colaboradores da NANU!. Em Virtual Jungle, Lucio mostra toda a versatilidade como músico. O multi-instrumentista passou o ano de 2009 focado no preparo do segundo álbum do projeto, intitulado Cycles, e aguarda o relançamento do CD de estreia (de 2005) que também deve ocorrer este ano. Todos os instrumentos de Cycles foram executados por ele. A mixagem e resmaterização


NANU - Antes de ir para os Estados Unidos, você tocava em qual banda aqui no Brasil? Toquei com a Punch, e, depois, com a Odd Search. Tínhamos um som original, que mesclava rock progressivo com funk-metal. Havia pouquíssimas oportunidades pra se tocar em Blumenau, tirando os festivais como o Skol Rock. Mesmo nas nossas escolhas de covers (Living Colour, Rush, Soundgarden, Jeff Buckley), saíamos do lugar-comum das bandas de bar e de baile, e isso dificultava bastante pra que conseguíssemos agendar mais shows. Mas foi um período muito importante na minha formação, e muito divertido também!

feras como Randy Brecker, Hiromi Uehara, Eliane Elias...

NANU! - Além do aprendizado, quais foram as consequências de ter estudado na Berklee College of Music? O convívio com excelentes músicos do mundo todo muda a sua cabeça. Perdi qualquer resquício de preconceito a certos estilos musicais, que até então, considerava inferiores. Existe música boa em qualquer estilo! É só uma questão de você tentar se informar e garimpar (risos)! Boston é uma cidade encantadora, quase uma overdose cultural. Fiz muitos amigos e contatos profissionais na Berklee, que me ajudam até hoje.

NANU! - Você mora em Nova Iorque há mais de 6 anos. Quais as bandas mais promissoras que você viu tocar por lá? Dredg (confiram o CD El Cielo), uma banda de rock com ótimas melodias que deveria ser mais conhecida. Woven (CD 8 Bit Monk) que faz uma fusão interessante com sons eletrônicos e tem texturas musicais bastante inspiradas. A Me’Shell (CD Peace Beyond Passion) com sua voz sexy e um tremendo groove, uma praia meio funk-soul-jazz-hip-hop (nessa ordem). Fui recentemente com meus pais a um show do cantor e pianista de jazz Tony DeSare (com quem colaborei no seu último CD, Radio Show). Foi ótimo! Quem esteve outro dia no Carlyle Hotel (onde também toca, quase todas as segundas, o cineasta Woody Allen) para assisti-lo, foi o Paul McCartney. Pra quem gosta de um som mais suave, a la Jamie Cullum ou Dianna Krall, é uma ótima sugestão.

NANU! - Como começou o Virtual Jungle? Quando cheguei na Berklee, já tinha um estilo bem pessoal de compor. Os professores se surpreendiam com isso. Tem muito aluno virtuoso por lá, mas que são verdadeiras cópias de seus ídolos. Fui compondo durante o curso, e, quando vi, tinha material pra alguns CDs. Até tentei tornar o Virtual Jungle uma “banda”, na qual todos os membros contribuiriam, mas por várias razões, não rolou. Como tocava vários instrumentos, decidi gravar tudo sozinho. Acho que isso deu um toque ainda mais pessoal à obra (e obviamente, muito mais trabalho).

“O Brasil não É só ‘MÚsica pra pular’ ou modismos não! Espero que nos próximos anos as gravadoras daqui percebam esse imenso espaço quase inexplorado.”

NANU! - Como anda o projeto? Tem shows marcados? O primeiro CD (2005) teve uma recepção bastante calorosa da crítica. Ele foi remasterizado recentemente, e deve ser relançado neste ano. Fiz ótimos shows em 2006, 2007 e 2008 em Nova Iorque, inclusive tocando nos clubs CBGB’s, Sin-e e também no Knitting Factory. Durante 2009, me dediquei quase que exclusivamente à gravação do novo CD, Cycles. Devo fazer uma turnê ao lançá-lo. Dessa vez, viajando mais pra outros estados americanos. Várias casas em que me apresentei já manifestaram interesse. Devo definir as datas só após o lançamento do CD, no começo de abril, e postá-las no MySpace (www. myspace.com/virtualjungle) e também no novo site do projeto, que está sendo elaborado.

NANU! - Em 2007, você se formou em composição para o cinema. Tem interesse em compor trilhas sonoras? Muito! Sempre foi uma grande paixão. Apesar de ter me enveredado pelo mundo pop, a música erudita continua fazendo parte da minha vida, continuo estudando e compondo. Fui supervisor musical do longa Manhã Transfigurada, do diretor Sérgio Assis-Brasil, que foi lançado nos cinemas em 2008. Espero que surjam novos projetos em 2010!

NANU! - Como você observa a diferença entre o espaço para os músicos nos EUA e no Brasil? O mercado fonográfico mundial atravessa sua maior crise. Ainda não se descobriu uma maneira eficaz de combater a pirataria e os downloads ilegais - o que prejudica muito as vendas para os novos artistas. Com isso, tirando poucas exceções criadas pelo marketing de guerrilha na internet, as únicas bandas que conseguem ter vendas significativas são as que têm a seu dispor a máquina corporativa das grandes gravadoras. Essas, por sua vez, assumem cada vez menos riscos. Por isso que o mundo pop anda tão sem graça! Nos EUA existem mais oportunidades, uma vez que o público prefere escutar músicas novas, originais. No Brasil, especialmente em bares e ambientes menores, a predileção continua sendo por covers, ou “música de fundo”. Mas, curiosamente, acho que existe um grande espaço na indústria fonográfica nacional para um som pop mais refinado. O Brasil não é só “música pra pular” ou modismos não! Espero que nos próximos anos as gravadoras daqui percebam esse imenso espaço quase inexplorado.

NANU! - Como será o novo disco? Está um pouco mais focado. O ecletismo é uma palavra meio maldita na “indústria da música” (risos). Defino o meu som como rock alternativo, com um toque de música eletrônica e outros estilos. Algumas influências: Radiohead, Depeche Mode, Jeff Buckley, Bowie, Björk, e outras bandas/músicos do jazz-rock, rock-progressivo e da MPB. NANU! - Quais são os músicos que participam do projeto? Nos shows, toco com o Mauricio Zottarelli na batera, Trifon Dmitrov no baixo, e Rubens Sales nos teclados, todos músicos muito renomados no mundo jazz-rock, que tocam ou já tocaram com

Saiba mais myspace.com/virtualjungle

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CULT

ADRIANA NUNES | arte

foto: Stela Alves

Fotógrafa

Cigana A brasileira Stela Alves mora na Alemanha e viaja o mundo fotografando a cultura através de paisagens e pessoas

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A fotógrafa baiana Stela Alves sempre teve um fascínio por mundos distantes e exóticos. Nascida em Piritiba, uma cidadezinha da Chapada Diamantina, no interior da Bahia, Stela colocou o pé na estrada, pela primeira vez, quando foi estudar Jornalismo, em Londrina. Depois disso, nunca mais parou. Seu espírito cigano a trouxe para Düsseldorf, na Alemanha, onde vive há dez anos. E da Alemanha, ela se lançou para o mundo. A artista, que se considera uma “retratista do autêntico e da simplicidade” e é apaixonada por arquitetura, viaja por diversos países europeus, africanos e asiáticos, fotografando pormenores arquitetônicos e paisagens e retratando a população. Antes de cada viagem, Stela prepara-se com leituras exaustivas sobre os costumes locais. Em Santorini, uma belíssima ilha grega, ela ficou encantada com o contraste entre o branco das paredes, rochas e pavimentos e o límpido azul do céu e do mar. Na Ilha da Madeira, em Portugal, com sua riqueza de flores exóticas, barcos e brancos bordados, Stela reencontrou a calma e a paz banidas das grandes cidades. No deserto do Saara, na Tunísia, a fotógrafa foi seduzida pelo silêncio das dunas, das palmeiras e do olhar dos beduínos. Na Turquia, Stela registrou a paisagem lunar e insólita da Capadócia, com suas rochas gigantescas esculpidas pela erosão. A Macedônia, com suas vistas marítimas e rurais, encantou a fotógrafa pelos seus aspectos rústicos e tradicionais. E mesmo num dos países mais pobres da Europa, a Albânia, Stela conseguiu captar um mundo colorido e de esperança. Em vez da dor e do

desespero, ela revela a beleza das fachadas e janelas albanesas, pintadas em cores fortes e vibrantes. As fotografias na Albânia remetem a trabalhos mais antigos, realizados em vilarejos baianos: uma coletânea de cem janelas da Bahia, todas igualmente coloridas e instigantes. As fotografias de Stela Alves são um convite a uma viagem pelo mundo, sem nada de ameaçador. Sua obra convida-nos a desvendar tradições e costumes alheios, sempre sob uma perspectiva positiva, construtiva e reconfortante. Ela aproxima-se de outras culturas com respeito e delicadeza, ressaltando os contrastes, mas também os pontos comuns entre elas. Seu mais recente fascínio é a fotografia de moda. Na Alemanha, Stela dedica-se basicamente a fotografar street wear. Düsseldorf, um dos centros alemães da moda e da arte, é o lugar certo para isso. Nesta cidade, as pessoas dão muita importância ao que vestem, dando asas à imaginação. Nas ruas, pode-se encontrar uma grande multiplicidade de estilos, desde o mais extravagante e alternativo ao mais escandalosamente chique. Stela Alves capta estas imagens fugazes, quase diariamente. Além disso, fotografa vitrines de lojas e butiques alemãs e desfiles de moda em todo o país. Para o futuro, a fotógrafa planeja um livro sobre a coleção Janelas. E se depender da sua vontade, curiosidade e inquietude, não serão apenas janelas da Bahia, mas do mundo inteiro.

Saiba mais stelaalves.com


JUDITE PIMENTEL

juditepi@yahoo.com.br juditepimentel.multiply.com


Como uma frase de Flaubert em “Madame Bovary”, como aquela aranha que tecia a sua teia em algum coração.

Viegas fernades da costa viegas@furb.br viegasdacosta.blogspot.com


JOIE DE VIVRE

NANU! | health

Take it easy

Dicas de produtos, lugares e coisas pra se sentir bem

Hora do banho Fatias de bolo, biscoitos, bolas de sorvete, tudo é inspiração para os produtos da britânica Lush. O sal de banho em formato de boneco, por exemplo, serve até para os momentos mais, digamos, sádicos. É que como ele dissolve a sugestão da Lush é brincar de vingança com o bonequinho. Todos os produtos da marca são feitos de materiais orgânicos e com uma proposta sustentável. Dá pra comprar no site lush.co.uk.

Pra relaxar

fotos: divulgação

O sabonete de menta da Empório Bettin deixa a pele bem fresquinha. Todo mundo da NANU! quis lavar o rosto com ele. A linha tem também um sabonete massageador de argila com o mesmo perfume e propriedades, entre outros tipos e formatos. Informações emporiobettin.com.br.

Comer bem Um spa que ensina a fazer pão? É isso mesmo. A Lapinha, que fica a 85 km de Curitiba, está oferecendo aulas de culinária. O lugar é um refúgio contra o estresse e cheio de atividades pra descansar e se desintoxicar dos fast foods da vida. Nas aulas de pães, os hóspedes aprendem receitas desde o preparo dos ingredientes até informações sobre nutrientes, calorias e alimentação saudável. Só de olhar o site dá vontade de correr pra lá: lapinha.com.br.

Autoconhecimento Boas energias Um envelopinho de Acqua Santa é perfeito pra tirar energias ruins de casa. O aroma é feito com ervas que curam e notas olfativas descritas na Bíblia e em outras crenças espirituais. Tem também na versão líquida para difusor. Conheça outros produtos no site boticadebanho.com.br.

Faz tempo que a yoga conquista quem quer fazer uma atividade física mais tranquila e que ajude na concentração. Melhor ainda é praticá-la em um lugar verde, longe do barulho da cidade, como o Jardim da Yoga em Blumenau. Além de diferentes tipos de yoga, o lugar oferece pilates, thai massagem, entre outras atividades relaxantes. Pra saber mais jardimdoyoga.com.br.

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JOIE DE VIVRE NANU!

TOY new

Sonora Feita com tubos instalados dentro da madeira, esta mesa emite sons conforme os objetos são colocados sobre ela. O projeto foi desenvolvido por Fumiaki Goto e foi um dos vencedores da International Design Competition, que reuniu 98 países. cotogotodesign.com

stuff Wall clock Relógio desenhado pelo designer catalão Martí Guixé para a italiana Alessi. Foi desenvolvido com uma superfície própria para desenho. Vem com uma caneta e pode ser personalizado quantas vezes quiser. guixe.com

Relax Mesa de centro criada por Koichi Futatsuma. É feita em vidro e tem uma rede acoplada para gatos. O conceito do projeto é simbolizar o relaxamento. casereal.com

Style Full color

fotos: divulgação

A coleção ½ Dress Code da Converse japonesa é toda trabalhada nas cores. Tem vários modelos, todos remetem a modelos clássicos. Entre os mais coloridos está o Trio CC, com solado de borracha e cabedal de suede. Quem sabe a coleção não chega ao Brasil?

Instantâneo Lenços com estampa de fotografias feitas em Polaroids. As peças, em seda, foram criadas pelo designer francês Philippe Roucou. philipperoucou.com

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NANU! | gastronomia

pop cakes Delicados, deliciosos, coloridos e únicos, ´ no gosto da moda os cupcakes caIram

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fotos: divulgação

Depois que Carrie Bradshaw deu a primeira mordida em um bolinho com cobertura cor-de-rosa em frente à Magnolia Bakery, na Bleecker Street, dezenas de fãs da série Sex and The City fizeram da confeitaria um dos lugares mais movimentados de Nova Iorque. Além de colocar mais um ponto turístico na Big Apple, a dentada da atriz Sarah Jessica Parker, que interpreta a Carrie, foi o prenúncio para o surgimento da Cupcake Couture, que caiu no gosto de fashionistas de todo o mundo. Criando tendência, Chanel, Louis Vuitton, Vera Wang, Betsey Johnson, Christian Louboutin e Agent Provocateur viraram bolinhos. Os cupcakes com o conceito de cada marca apareceram em um editorial fotografado por Therese Aldgard em parceria com a stylist de objetos Lisa Edsalv. A designer de acessórios Judith Leiber, conhecida por suas bolsinhas milionárias, foi além e tornou-os em handbag cravejada de cristais. Hoje, o bolinho inspira também a criação de pingentes, estampas, roupas, sapatos e o que mais a criatividade dos estilistas permitir. Quem diria que, na direção oposta ao glamour recebido pela moda, o cupcake da Magnolia Bakery surgiu despretensiosamente. Roberta Vallim Dalsenter, do blog Doces Abobrinhas da Roberta, conta que a confeitaria nova-iorquina começou a produzir a guloseima para aproveitar a massa que sobrava dos bolos maiores. Pequenos, feitos de baunilha e cobertos de royal icing (fondant), receberam o nome de “bolo da Barbie”. “O resultado foi que a brincadeira acabou se tornando mais famosa do que os tradicionais bolos e doces vendidos pela casa”, conta Roberta. Na verdade, a Magnolia Bakery - que abriu as portas em 1996 - ganha os créditos por tornar pop uma invenção bem mais antiga. Os cupcakes surgiram no Reino Unido, onde são conhecidos como Fairy Cakes (Bolos das Fadas). Roberta pesquisou no livro The Oxford Encyclopedia of Food and Drink in America, escrito por Andrew F. Smith, e descobriu que os cupcakes devem ter chegado nos Estados Unidos em meados do século XIX. Os americanos rebatizaram o doce de três nomes: “cupcake”, “measurecake” ou “numbercake“. As nominações se referem ao fato de, na época, os ingredientes serem medidos e assados em xícaras (cup). Com isso, criou-se a essência do doce: a individualidade. “Eles têm formato de minibolos, são lindamente confeitados e não é preciso usar talheres para comer. Parecem de brinquedo e nos remetem a fantasia e brincadeiras infantis”, resume Roberta. O trabalho dela é uma prova de que os cupcakes vieram pra ficar. Desde abril do ano passado - quando informalmente fez bolinhos para um chá de Páscoa com as amigas - até hoje, Roberta confeita em média 800 bolinhos por mês. No Natal, ela fez cerca de 2 mil unidades. A especialidade de Roberta é fazer cada encomenda diferente da outra. Para isso, pesquisa artesanato, ferramentas de scrapbooks e aviamentos. O importante é fazer do cupcakes único e fofo. Um doce que dá até pena de comer.


Receita de Cupcakes da Roberta 1 ½ xícara de açúcar 300g manteiga amolecida 3 ovos 2 xicaras de farinha de trigo peinerada 1 xicara de leite 10 gotas de extrato de baunilha 1 colher (chá) de sal 1 colher (sobremesa) de fermento em pó 1 colher (chá) de bicarbonato de sódio

Preparo da Massa Bata na batedeira, em velocidade média, a manteiga com o açúcar até ficar cremoso. Depois, acrescente a farinha de trigo e bata até ficar bem misturado. Em seguida, vá colocando alternadamente o leite até que a mistura fique homogênea. Por último, peneire o sal, o fermento e o bicarbonato. Antes de assar, coloque forminhas amanteigadas dentro das de alumínio para depois colocar a massa. Deixe uns dois dedos de espaço, pois a massa vai crescer! Acomode as forminhas em uma assadeira e leve ao fogo médio entre 160 e 180 graus por 20 minutos. Assim que der o tempo de forno, tire imediatamente as forminhas da assadeira e em seguida da forma de alumínio. Rende 24 porções.

Sugestão de recheio Ganache branco 1 lata de leite condensado 1 colher (sopa) de manteiga ½ xícara de leite Aqueça os ingredientes em fogo brando (é quase uma receita de brigadeiro branco. O leite faz com que a receita fique com um ponto mole para recheio). Você pode fazer um delicado buraquinho com uma colher de chá e colocar o recheio dentro do bolinho, não se preocupe com a aparência do cupcake e faça o buraquinho bem no centro, pois a cobertura vai tampá-lo. A cobertura pode ser de marshmallow, cream-cheese ou qualquer outra que a imaginação permitir.

Nos filmes - No cenário colorido do filme Maria Antonieta (Marie Antoinette), dirigido por Sofia Coppola, não faltavam cupcakes. - A Magnolia Bakery aparece em uma das cenas de O Diabo Veste Prada (The Devil Wears Prada), de David Frankel. - A filha de Charlotte, em Sex and The City - O Filme, guarda o celular de Carrie em uma bolsa com formato de cupcake.

Mais sobre Quando foram criados, os cupcakes eram feitos em xícaras para acelerar o tempo para assar e evitar que queimassem. Na virada do século XX, latas também eram utilizadas para assar bolos. No blog docesabobrinhasdaroberta.blogspot.com, tem mais receitas de cupcakes feitas por Roberta Vallim Dalsenter.

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NANU! | drink

“Hemingway uma vez disse que se alguém se perder na selva, é só começar a preparar a bebida e certamente alguém aparecerá para dizer que a quantidade de vermute está errada”

a mistura mexida. Do grupo dos puristas, Winston Churchill discordava da importância do vermute no drink e enchia o copo apenas com gim e gelo. O escritor Scott Fitzgerald fazia o mesmo gênero. Gostava tanto da bebida que exalava o perfume do gim pela casa. Era essa a lembrança que a filha dele deixou gravada em um diário. A variedade de receitas e versões de Dry Martini rendeu um livro só sobre o drink. O especialista em bebidas John Doxat escreveu em Stirred, not Shaken que a proporção ideal de vermute para uma dose de gim é a mesma que a sombra da garrafa projetada sobre o copo, ou seja, quase nada.

STIRRED, not sHAKEN, MR. bOND

Martini

O Dry Martini está entre os drinks mais apreciados no mundo e tem como fãs Hemingway, Fitzgerald e Buñuel

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bebia a versão original e clássica da bebida. Bond preferia o Vodka Martini, divulgando uma das variações do Dry Martini, na qual, a vodka substitui o gim. “Shaken, not stirred” (Agitado, não mexido), instruía Bond ao garçom criando uma das famosas falas do personagem e subvertendo uma das fases mais importantes do preparo original. Mesmo assim, o personagem vinculou a bebida à uma imagem máscula e, ao mesmo tempo, elegante e sofisticada.

Gotas de vermute Entre os fãs da bebida, o escritor Ernest Hemingway brincou sobre a falta de consenso de como um Dry Martini deve ser feito. Hemingway uma vez disse que se alguém se perder na selva, é só começar a preparar a bebida e certamente alguém aparecerá para dizer que a quantidade de vermute está errada. O autor de Por Quem os Sinos Dobram era um grande apreciador da bebida. Uma de suas histórias mais famosas está ligada ao Dry Martini. Quando era correspondente de guerra, ficou instalado com outros jornalistas no hotel Ritz, da Place Vendôme, em Paris. Quando um funcionário do hotel perguntou se queriam alguma coisa, o escritor foi incisivo: “Cinquenta drinks, desde que todos sejam Dry Martini”. Outro apreciador famoso, o cineasta surrealista Luis Buñuel deixou registrado no livro de memórias Meu Último Suspiro sua preferência pelo drink preparado com poucas gotas de vermute Noilly Prat sobre algumas pedras de gelo. Para ele, o gim deveria ser acrescentado depois e

foto: divulgação/ ilustração: LOOSHstudio

Perfumado e seco ao extremo, o Dry Martini é, ao mesmo tempo, o mais simples e complexo entre os drinks. Os debates que cercam a bebida vão desde a criação da receita, disputada por vários autores, à quantidade ideal de vermute seco. A variação da mistura - que originalmente tem poucos ingredientes -, acrescentando vodka e suco de frutas, também repercute nas acaloradas discussões de mesa de bar. Na versão mais difundida da criação do Dry Martini, o milionário do petróleo John D. Rockefeller preferiu apostar na criatividade do barman do Hotel Kinckerbocker e o desafiou a criar um drink que ninguém jamais havia bebido. A cena aconteceu em uma noite na movimentada Brodway, em Nova Iorque. O ano era 1910. Segundo a “lenda”, Martini Arma di Taggia, o tal barman, imaginou um drink seco, tão seco e forte quanto a personalidade de Rockfeller. Gim era o ingrediente ideal, pensou. Então, o garçom o misturou a algumas gotas de vermute, colocou a bebida em um taça de cristal e acrescentou uma azeitona. Nascia o Dry Martini. Entre as teorias, uma mais antiga coloca em dúvida a autoria mais famosa do drink. Jerry Thomas, californiano e autor de Bon Vivant Companion, or How to Mix Drinks, publicado em 1862, apresenta outra receita no livro. Gim, vermute, gotas de bitter e maraschino compõem o The Martinez, criado por Thomas. Entre debates e teorias, o único fator inquestionável é a popularidade do Dry Martini no mundo. Neste ponto, o cinema foi essencial. Bond, o James Bond, por exemplo, ajudou a difundir o gosto pelo drink. E ele nem sempre

Entre tantas discordâncias, o modo de preparo original - e servido no bar Dry, especializado no drink em São Paulo - é o seguinte: Coloque três gotas de vermute Noilly Prat em um mixing glass cheio de gelo (seco, sem derreter), adicione duas doses de gim e mexa com a bailarina por 15 segundos, coe a mistura e a coloque diretamente em uma taça de cristal própria para Dry Martini previamente gelada e acrescente a azeitona furada três vezes com um palito. Sirva imediatamente. Pronto, nasce um clássico.




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