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~===============a semélllél===============~ Dezembro começou com uma grande demonstração de força da direita na Constituinte, com a esmagadora vitória do Centrão na votação do regimento. Mas também começou com pelo menos duas grandes demonstrações de força dos trabalhadores: a manifestação pública dos telefônicos, no Rio, e a greve da Cosipa, em São Paulo.
i 39,7070 mas como antecipação ala-
~ rial, isto é, a ser de contada em maio : próximo. O que significa que tudo ficaria na mesma. Uma demonstração da força da greve é que a empre a teve faturamento nulo no doi primeiros dia ,interrompendo o fornecimento de produto iderúrgico ao mercado, deixando de faturar CzS 300 milhõe . A Cosipa, iderúrgica e tatal vinculada ao Mini tério da Indú tria e Comércio, é re pon ável por 30070 da produção naTl'lIbalhadores na galeria protestam contra o CentrA0. acenando dinheiro. cional de aço plano (chapa). Outra demon tração de que o trade de aumento de 119por cento, e ta- balhadores e tão firme e di po to a bilidade no emprego até a manuten- arrancar o aumento é a continuidade ção do monopólio e tatal na teleco- da greve, com ade ão praticamente uma e ão tumultuada, no dia 3, municaçõe . total, me mo depoi dela ter ido julna qual o deputado tiraram a má o último dia 3, em uma da maio- gada ilegal pelo TRT. É um indício de cara de homen ério e partiram para que o ano que e tá para começar prore manife taçõe pública já feita o oco, pontapé e palavrõe , o pelo telefônico, ele ocuparam o mete grande campanha alariai do Centrão - grupo compo to pelo centro do Rio de Janeiro. Mai de 500 trabalhadore . parlamentare do PD , PFL, PL e homen da PM e doi batalhõe do con ervadore do PMDB - aprovou ucoe ( úcleo de Operaçõe E pepor 290 voto contra 16 um projeto ciai ), doi carro Brucutu e um Urutu que muda o regimento interno da impediram que o telefônicos fize Con tituinte. a verdade, não é neem ua pa eata na Avenida Rio Coerente com ua fulminante trajenhuma mudan a ub tancial. O verBranco. A pa eata, calculada em tória política de apena dois ou trê dadeiro X da que tão é que a direita mai de 3 mil pe oa, eguiu pela rua ano , o maior repre entante do latiqueria mo trar ua força para derroUruguaiana, culminando em as em- fundiário brasileiro , Ronaldo Caiatar a pouca emenda favorávei ao bléia na e cada ria da Câmara de Ve- do, lança ua candidatura à Presidêntrabalhadore apre entada até agoreadore . cia da República. Desaguadouro nara: e tabilidade, 44 hora, licença ge tural de uas pretensões, já que ele tante e pagamento em dobro da honunca e contentou em comandar os ra e tra . donos de terra na luta contra a reforcomeça com Fundamentalmente, o que e a voma agrária apenas nos campos. Ele, tação demon trou, mai uma vez, é além de armar os latifundiários, que a Con tituinte e tá dominada peorganizou-os na UDR e agora quer lo etore mais direiti ta e reacionáo dia I?, o 15 mil trabalhadore que sua política e seus interesses serio da burgue ia, que fazem lá dentro da Co ipa, em Cubatão, entraram em jam defendidos diretamente desde o o que bem entendem. Por e a vota- greve por 72 hora. o dia 4, a empre- Palácio do Planalto. ção já podemo ter uma idéia de como a e recu ou a negociar e o TRT julAo contrário dos políticos do erá a no a futura Carta Magna! gou a greve ilegal. Em a embléia, que PMDB, que tentam disfarçar que são reuniu 9 mil trabalhadore ,foi votada candidatos, Caiado foi direto ao asa continuidade da greve por tempo in- sunto. "Eu não vejo ninguém em nedeterminado. nhum partido que seja merecedor do nosso apoio", declarou à imprensa. O trabalhadore querem 40,3070 de É provável que a e ta hora o trabaPelo menos assim, os trabalhadore aumento a titulo de reposição das perlhadores em telecomunicaçõe e tepodem ver claro quem ão e onde e da alariai de de maio último, datajam fazendo uma grande greve naciotão eus inimigos. base da categoria. A empre a oferece nal, incluindo os Correio. O trabalhadore de a dua categoria e tão em mobilização em todo o pai . A reivindicações do telefônico vão
"Centrão" contra os trabalhadores
Ronaldo Caiado quer ser presidente
Para Maria Luiza nada. Para Waldir Pires tudo.
a quarta-feira, dia 2, a prefeita de Fortaleza pelo PT, Maria Luiza Fontenelle, recebeu uma bomba na cabeça: a Câmara Municipal, dominada pelo PMDBe PFL,rejeitou -eupedido orçamentário, obrigando-a a governar em 88com o mesmo orçamento de 87. Ou eja, com 10 bilhões a menos do que a Prefeitura propunha. Com is o, o PMDB e o PFL dão mais um pa so decisivo no seu trabalho de de ga tar o PT e a ge tão de Maria Luiza, já que com e se orçamento ela não poderá fazer muito pela cidade. a verdade, não poderá fazer nada. Enquanto is o, em alvador, foi revelado o que e come e o que e bebe no Palácio de Ondina, re idência oficial do governador Waldir Pires, do PMDB. Só em maio, foram con umido 1.696 quilo de carne: filé mignon, badejo, rabo aberto, vermelho de fundo, bacalhau de primeira, frango e peru, lago ta graúdas vivas, lago ta fre ca , camarão pistola e filé de camarão, siri mole, siri catado e o tra , lombinho de porco, pernil e carne-de- 01. Além di o, 1.920 ovo, 805 quilo de maçã, pêra, uva e mamão papaia, 18caixa de ui que, cervejas e refrigerantes. Tudo somado atinge a modesta cifra de CzS 670 mil! O PMDB realmente sabe onde inve tir o dinheiro público.
Cosipa: dezembro
uma grande greve
Telefônicos ocupam o centro do Rio
Maria Luiza tera que fazer milagres
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operária que, depois da queda da ditadura, tomou a vanguarda. O mesmo aconteceu na África do Sul, em que uma greve de mineiros abalou ainda mais o regime do apartheid. A luta operária começou até a atingir os estados da Europa do Leste, como a Rom~nia ou a Iugoslávia, e a se aproximar das grandes metr6poles. Um painel destes acontecimentos está na página 6. São também estas lutas, junto com a crise econômica, que fazem tremer a pr6pria sede do imperialismo e levam à decad~ncia o governo Reagan. Os mesmos fatores abalam a burocracia soviética, que se vale da nova política de reformas para tentar garantir sua sobrevivência e a de sua surrada política de coexis~ncia pacífica. Esta última análise se encontra na página 5.
1987 foi o ano de gestação de uma nova crise § econômica mundial. Foi isso que o Crack das \N1ERN"C\ON Bolsas mostrou, foi isso que ficou marcado a fogo na recente reunião dos países africanos, que estiveram à beira de declarar uma morat6ria continental. É isso o que analisamos nesta página. S6 falta acrescentar uma coisa: crise econômica mundial para n6s, trabalhadores, significa uma nova ofensiva contra nossas conquistas, contra nosso nível de vida. Aliás, isso não é novidade para todos os oprimidos do mundo. À medida que a crise vai aumentando, os ataques vão sendo maiores e também a resposta dos trabalhadores. Este foi um ano de muitas lutas, cada vez mais operárias. Na Coréia do Sul, por exemplo, foi a classe
;:r
Economia mundial: A crise bate à porta Esta imagem, evid ntemente exagerada, serve no entanto para destacar a importância que teve o craclc. Em primeiro lugar porque, em poucas hora ,os investidores perderam, todos juntos, um trilhão de d61ares, ou quatro vezes o valor de tudo o que o Brasil produz em um ano. É verdade que e tratava de ganhos especulativos, mas ganhos, de qualquer forma. Em segundo lugar, o craclc teve o valor de um sintoma e provocou um diagnóstico: o organismo econômico do capitalismo está cronicamente doente e aproxima-se a passos largos de uma nova crise. Crise crônica Depois do período do boom (crescimento) do pós-guerra, o capitalismo entrou numa crise crônica a partir de 1967. Isto não quer dizer que não tenha havido ciclos, ou seja, períodos de queda e de recuperação. Houve crises em 67/68, em 74175, em 81182. Mas cada um dos picos de crise era mais profundo e atingia mais países do que o anterior, ao mesmo tempo que cada uma das recuperaçOe que se lhe seguia era mais fraca e restrita. E a tendência é para piorar. Por isso falamos de crise crônica. A nova crise que se aproxima -
de que
ocraclc foi um forte sintoma - vai combinar o esgotamento
do ciclo econômico
Dia 19 de outubro de 1987: o mundo capitalista sofreu uma espécie de terremoto, com o epicentro na Bolsa de Valores de Nova Iorque. Ondas de choque deste abalo atingiram as principais Bolsas do mundo: Frankfurt, T6quio, Hong-Kong. Em poucas horas, toneladas de ações viram seu valor reduzido a p6. Milhares de operadores da Bolsa, corretores e capitalistas de todos os setores e nacionalidades entraram em pdnico. O desespero espalhou-se à medida que os computadores automaticamente, davam uma única ordem: vender! vender! vender! Hoje, os principais porta-vozes do capitalismo já dividem a hist6ria em dois períodos: A. C. (Antes do Crack de 87) e D. C. (Depois do Crack de 87). com uma crise agrícola, financeira Boi as. Umcaldodeculturaexplosivo.
que os EUA pudessem recuperar o seu papel de policial do mundo, que estava meio abalado com os desastres militares do fim do governo Carter (tomada de reféns pelo Irã). Os investimentos pesados em armamentismos faziam parte dessa política agressiva, de ofensiva do imperialismo. Os incentivos fiscais aos conglomerados industriais tiveram também como conseqüência uma grande queda dos impostos na classe média, que se lançou numa verdadeira orgia de consumo. E começou a comprar automóveis, videocassetes ou aparelhos de som japoneses ou alemães, que entravam quase livremente pelas fronteiras. Durante alguns anos, esta política parecia que estava dando certo. Mas logo todos os desequilíbrios causados estouraram.
e das
Crise no baldio elo Imperial mo Não foi à toa que o Craclc estourou na Bolsa de Nova Iorque. É que é justamente nos Estados Unidos que a crise está fermentando. A política econômica de Reagan, desde que assumiu seu primeiro mandato, em 1980, provocou profundas mudanças na estrutura econômica do país. Podemos dizer, esquematicamente, que ela assentava num tripé: crescimento dos gastos militares, incentivos aos grandes conglomerados industriais e abertura do mercado aos produ tos estrangeiros. O primeiro pé era fundamental para
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gr--~C=-:"~~I~':-d~~.....-o:'d--:-"--:---~--resce ovo ume e merca orlas estrangeiras no mercado dos EUA ~--
Todas essas contradições começaram a estourar este ano. A capacidade de os EUA tomarem dinheiro emprestado c0meçou a esgotar-se. O peso dos déficits deixou de poder ser sustentado. Se durante anos eles mantiveram as economias do Japão e Alemanha, agora ameaçam levar a economia mundial à agonia.
(em bilh6es ded6lares)
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-~ 1985
Para financiar os gastos, os bancos norte-americanos precisavam tomar mais e mai d61ares emprestados. Para isso, aumentavam as taxas de juros. Mas esse aumento levava cada vez mais países devedores à falência, ao mesmo tempo que inibia mais ainda os investimentos industriais nos EUA.
gr---n-:i7'i'i::i&"'::-===::=I-=r=~~~----I" O déficit comere a norte-americano
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1980
Os investimentos em armamento provocaram um fantá tico déficit orçamentário (o e tado ga tava muito mais do que recolhia). Os incentivos aos grande conglomerados não impediram que, fugindo das taxa de lucro baixas, os capitais saíssem da indústria e fossem parar no etor de serviços: bancos, seguradoras, transportes, escrit6rios de engenharia. Re ultado: a indú tria começou a definhar. Entre 1980 e 85, foram eliminados 1,5 milhão de empregos industriais. Ao mesmo tempo, os produtos estrangeiros passaram a ganhar cada vez mais espaço no mercado norte-americano (veja gráfico). Tudo isto custou um déficit comercial monstruoso.
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A crise do governo eagan ... o
mocinho acabou caindo do cavalo, ofrendo uma série de fraturas... O governo Reagan entrou, em 87, numa fase de crise insuperâvel. Reagan continua na Casa Branca, ma o presidente que pretendeu fazer re surgir o poderio norte-americano e fazer esquecer o trauma nadonal da derrota diante do Vietnã, este Reaganjá não existe mais. Aparentemente a tragédia do reaganismo acontece com o e cândalo Irã-contras. O governo Reagan praticamente sucumbe cOOl a investigação que confirma que o coronel Oliver North dirigiu, dos porõe da Casa Branca e do Pentágono, toda uma política internacional ilegal e secreta, vendendo arma ao governo iraniano (inimigo dos EUA) e repas ando lucros aos contras da icarâgua, à revelia do Congre o acionaI. Reagan acabou aindo- e razoavelmente bem da investigação, mas seu governo começoo a perder seu pre tígio popular. O escândalos americano não se limitaram ao caso Irã/contras. A e pionagem da embaixada americana em Mos-
coo, com soldados passando segredo para suas namoradas rus as, humilhações militares cano o ataque à fragata Stark pelos iraquianos no Golfo Pérsico e o pr6prio conflito armado can o Irã voltam a trazer para as mente americanas a índrome do Vietnã e o sentimento de impotência da grande potência. O governo Reagan carregou um a um e e e cândalo e fatos humilhante , conduzindo a um violento de ga te político. Para completar o ano e a li ta de fracas os e desastre , veio o crack da Bolsa de Valore em ootubro, fazendo estremecer o gigante capitalista e todo o 'stema. A burgue ia americana sentiu calafrios na e pinha, fazendo reviver o e pantalho do crack de 1929. A partir daí caminhamos aceleradamente para o final do reagani mo em todos os terreno ...
Perda da identidade A crise do governo conduziu Reagan a política contradit6ria . Do di cur o anticomuni ta e anti- oviético do início de seu governo, do arma menti mo desenfreado e da agre ividade in-
ternacional (intervenção em Granada, "lição em Gadafi" etc.), tivemos em 87 um Reagan aceitando um acordo com a URSS para redução de mísseis de curto e médio alcance na Europa,aceitando iniciar as discussões, inclusive, sobre a redução das armas estratégica em 50% propos la por Gorbachev! O leão caneçou a miar ... Por trâs de ta cri e do reaganismo estâ o aprofundamento da crise econômica do capitalismo. O déficit público norteamericano alcançou, nestes anos de Reagan, cifra incontroláveis e o déficit comercial estâ pr6ximo dos 200 bilhões de d6lares. O não pagamento do juros da dívida externa dos paí e atra ados e o não recebimento da dívida do agricultore americano (que alcançam mais de 200 bilhõe de d6lare ) afetam o si tema financeiro do país cujas características de para iti mo financeirosãomarcante . A sim, também no terreno econômico, o governo Reagan foi obrigado a vender uas vacas agradas: aceitou um acordo can o Congre so para a redução
do déficit público que, além dos cortes no orçamento militar e social, inclui o aumento da carga tributária (que Reagan sempre bombardeou). O aprofundamento da crise leva a burgue ia americana a buscar alternativas de política
... eaajuda de Gorbachev
A política de Gorbachev ganhou uma relevância internacional cada vez maior durante 1987. O crescimento da influência da política gorbachevi ta se dá paralelamente ao advento da crise do governo Reagan. À medida que o imperiali mo tem cada vez mais dificuldade na contenção dos proce o revolucionários, a política contrarevolucionária da burocracia oviética (e de Gorbachev) aparece com mais evidência. a América Central, ainda que com os governos reacionários da região fortalecido militarmente durante os último anos, a derrota militar dos con-
tra na icarágua ignificava uma derrota da política reagani ta que os incentivou e financiou. Derrotados os contra, urgiu o Plano Aria , que foi no irúcio do ano rechaçado pelo andini ta . Mas, na metade do ano, a URSS deixou de enviar petr61eo à icarágua, colocando a corda no pe coço do país e levando os sandini tas à aceitação do acordo da Guatemala.
No Oriente Médio, a URSS ajudou a política do imp riali mo passando a ceder a bandeira oviética para os petroleiros do Kwait! Ainda a nível internacional, Gorbachev a sinou agora em dezembro, na reunião de cúpula no EUA, o acordo d eliminação dos mísseis de curto e médi~ alcance baseados na Europa e Asia. Esse acordo deixa órfãos de defe a atômica o estados
operários da Europa do Le te, re altando- e ainda o fa to da França e da Inglaterra (que po uem mís eis atômico de curto e médio alcance) não terem a inado o acordo, ficando à vontade na Europa! Europa do Leste
Em relação ao e ta do operários da Europa do Leste, a URSS os deixa à sua própria sorte não somente no terreno da defesa atômica como também na economia. A crise econômica de países como Polônia, Iugoslávia e Romênia (principalmente) coloca em risco toda as conquistas sociais da revolução. A inflação de 140% da Polônia e quase 200% da Iugoslávia diminui constantemente o nível de vida dos trabalhadores e os deixa muito mais vulneráveis diante da pre são imperialista.
Convergência Socialista
Coincidentemente, os paí latinoamericano reunido no México pronunciaram- e favoráveis ao retorno de Cuba à OEA no momento em que cre cem as críticas oviética a alguns aspecto da política cubana.
É a crise econômica mundial, e em particular a cri e na União Soviética, o fracasso da ge tão burocrática da economia, que estâ na raiz da política de Gorbachev. O aprofundamento da cri e econômica da URSS acompanha o de envolvimento da cri e capitali ta. As re ervas ru a em moeda estrangeiras vêm diminuindo e já se fala, inclu ive, em dívida externa da URSS. A queda do d61ar e do preço do petr61eo acentuam mais ainda esta tendência de crise da economia
econômica e a afastar-se do reaganismo. A perda de apoio debilita o governo e o torna cada vez mais vulnerável a escândalos de qualquer tipo. As contradições atuais na poli tica de Reagan refletem o seu declínio: as con tradições o mu tilaram!
soviética que nece ita de d6lare para ua importaç s. A im, a tendência para o cre cimento da penetração imperiali ta na URSS e, mai rapidamente ainda, no paí do leste europeu, tornar- e-á mais violenta nos pr6xim ano. o entanto, o ascenso de mas as, que já e manife ta na recente greve e manife taçõe na Romênia, Iug lávia, Polônia e m mo na URSS, é o indício de que os trabalhadore não estão di po to a aceitar o agravamento da ua condiçõe de vida. E se a cen o vem combinando luta ror melhoria salariais c m a luta contra as reforma ec n mica. con tituindo- e de fato numa opo ição à penetração capitali ta e à dependência do imperiali mo. São os proce de revolu\-&lo política que adquirem um caráter cada vez mai expIo. ivo.
avanço na organizaçlo luta do proletariado.
e na disposiçlo
de
As explosões violentas, as gigantescas manifestaçaes de rua que lIW"Caram o ano de 1986 arrefeceram, este ano, sob o peso da represslo desencadeada pelo governo. Cerca de 2S mil ativistas estio presos sem acusaçlo nem julgamento, e mais de mil deles slo crianças. No entanto, novos Uderes surgem a todo momento nos "bantustOes" segregados, nas escolas, nos imensos bairros· favelas na periferia das grandes cio dadese, principalmente, nos sindicatos.
.,
Afric
do pro
Sul: a força ariado negro
Foi a maior greve da história da África do Sul: durante tres semanu, em agosto, cerca de 350 mil trabalhadores negros paralisa· ram as minas de ouro e carvlo, de onde extraem - submetidos a um regime de trabalho brutalas principais riquezas do país. Os grevistas conseguiram apenas uma
pequena parte de suas reivindicações, e quase dez por cento deles foram demitidos. Mas essa aparente derrota representou, na verdade, um marco no combate dos negros sul-africanos. Não só pelas centenas de milhaes de dólares de prejuízos que impuseram aos patraes, mas principalmente pelo
Importantes mobilizaçaes e greves, ao longo do ano, marcaram o fortalecimento dos grandes sindicatos nacionais por categoria - o dos mineiros, o dos metalúrgicos, o dos ferroviários - e de sua central sindical, a COSA TU, com mais de um milh10 de filiados. Enquanto o governo, acuado, adota uma linha cada vez mais à direita, no radicalismo dos desesperados; enquanto uma centena de multinacionais, assustadas, abandonam suas atividades na África do Sul, o proletariado negro - atrav~ de seu programa, do funcionamento democrttico de suas oro ganizaçaes e sobretudo atrav~ de sua ação combativa e disciplinada - prossegue na luta contra o regime racista e ataca as bases desse regime: o sistema capitalista e imperialista.
Coréia do Sul: Revolução democrática e lutas operárias Prtmelro lor.m moblllz8Ç6e••• tueI.ntl. que •• unlr.m .01 operirtOl •• c.b8r.m derrub.ndo. dlt.dur. ~.n •.
Em fevereiro, os choques entre estudantes e policiais, na Coréia do Sul, pareciam a reedição de um fenômeno periódico, ou talvez o reflexo das mobilizaçaes em vários países ... Mas as manifestaçaes foram cres· cendo nos meses seguintes, incorporando os .setores mais diversos, exigindo o fim da ditadura, a realização de eleições diretas, a libertaçãodos presos politicos. Em junho, a indicação do sucessor oficial do ditador Chun Ou Huan foi oestopim para as maiores manifestaçaes de massas que já houve na Coréia do Sul e para verdadeiras
batalhas campais na capital, Seul, e outras cidades. No fim do mês, o próprio candida· to oficial, general Roh, aceitou a realização de eleiçOes diretas. Era, na verdade, o fim da ditadura. Como em outros países onde houve revoluçaes democráticas vitoriosas (basta lembrar o Haiti e as Filipinas, para não falar na Argentina ... ou no Brasil), os partidos bur· gueses procuram manter o controle da transiçlo democrática. Mas não está sendo fácil. Os trabalhado-
res sul-coreanos apreciam a liberdade de imprensa e outras conquistas democráticas, mas também deixam claro que estio dispostos a lutar contra os salários aviltantes, os regimes de trabalho de 12 a 16 horas diárias. O paraiso capitalista sul·coreano ficou praticamente parado em agosto e se· tembro, com uma sucesslo de greves nunca vista no país. E os donos dos grandes conglomerados industriais estio obrigados a engolir o que nUllCa admitiram: a organiza· ção sindical independente de seus operá· rios.
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n:> ro-
Não há paz na América Central Num ano marcado pelas lutas no mundo todo, registra-se um retrocesso no seu pólo mais avançado: a América Central. Os mercenários "contras", com os mio lhaes de dólares obtidos de Reagan, não conseguiram impor uma derrota militar à revolução nicaraguense. Mas o bloqueio
o
econômico imposto pelos EUA, a atitude criminosa da URSS, cortando os fornecimentos de petróleo à Nicaragua, as gestOes diplomáticas e pressões internacionais dos mais diversos tipos acabaram levando, em agosto, à assinatura do Acordo da Guatemala, pelos seis governantes centro-ameri· canos.
O presidente da Costa Rica, Oscar Arias, levou o prêmio Nobel da Paz por esse plano de pacificação que nlo pacifica coisa ne· nhuma. Por esse acordo, isola-se a guerrilha salvadorenha, multiplicam-se as con· cessões dos sandinistas na Nicarágua, enquanto prossegue a intervenção disfarçada dos EUA nos paísescentro-americanos.
. Convergência Socialista
987:
um ano de crise Lembremos alguns fatos que marcaram o ano em que atingimos, segundo cálculos da ONU, cinco bi· lhões de habitantes na Terra: JANEIRO - Manifestações estudantis na França, na Espanha, no México, na China. Greve dos ferroviários na França, greve geral na Grécia, greve geral na Argentina. Agrava·se a tensão no Golfo P~rsico. Tentativa de golpe nas Filipinas. Discurso de Gorbachev lança as re· formas na URSS. FEVEREIRO - Grandes mani· festações estudantis na C~ do Sul. Protestos nos EUA contra o re· inicio de testes nucleares. As lutas entre facções no Uhano chegam a tal ponto de selvageria que os pales· tinos de um campo de refugiados, sitiados, pedem a seus Uderes reli· giosos permisslo para comer carne humana. Moratória brasileira nos pagamentos da divida externa. MARÇO - Greves e manifesta· Çaes na Hungria, na Iugoslávia, na Polônia. ABRIL - Rebelilo militar na Ar· gentina: Alfonsín acaba cedendo aos oficiais. Tentativa de golpe nas t:'ilipinas. Greves e confrontos na Africa do Sul. MAIO - Agrava·se a tensão no Golfo P~rsico. Principais depoimentos na investigaçãodoescAndalo Irã· Contras. Começa na França ojulgamento do nazista Barbie. Teco-teco alemão viola o espaço aéreo soviético. JUNHO - ~rie de manifestaçaes põe fim à ditadura sul-coreana. Grandes mobilizações no Panamá. Reunilo dos "Sete Grandes" em Veneza. Aprovada na Argentina a lei do "ponto final", anistia aos torturadores da ditadura. Ratificada a coovençlo da ONU que, entre outras coisas, impede anistia aos cri· mes de tortura. Thatcher vence as eleiçaes na Inglaterra. JULHO - Conflitos no Haiti, no Panamá, na Coreia, no Ubano, no Sri Lanka. Tensão cada vez maior no Golfo ~rsico: EUA escoltam pe. troleiros do Kuwait. Massacre de peregrinos iranianos em Meca . AGOSTO - Greve dos mineiros sul-africanos. Acordo da Guatema· la sobre a Am~rica Central. Conflitos ~tnicos na Índia e no Paquistio. Tentativa de golpe nas Filipinas. Tenslo no Golfo Pérsico. SETEMBRO - Eleiçaes na Ar· gentina, derrota de Alfonsín. Anunciado acordo EUA-URSS para redução dos mísseil"de m~dio alcance. OUTUBRO - Queda na Bolsa de Wan Street e em todas as outras no mundo todo. Congresso do PC chinês renova boa parte da direção. NOVEMBRO - URSS comemora os 70 anos da Revolução. Ma· nife5taçaes em vários paíse da Europa Oriental. DEZEMBRO - Acordo EUA· URSS sobre míssei de médio e curto alcance. Há tensão no Golfo Pérsicoe instabilidade na Filipinas ...
A crise, mês a mês
9f61
O começo do fim do governo Sarney
' \ : será conhecido como o ano da agonia do governo Sarney. Sob o fogo cruzado de uma monumental crise econômica, com centro na questão da dívida externa, e do maior ascenso grevista da história deste país, Sarney foi atingido por ambos. Incapaz de responder a estes dois processos, Sarney viu crescer diante de si uma crise política crônica, que pode
Janeiro
Julho
1 - Em Brasília, os 21 governadores elellos do PMDB expressam seu apoio à política eco·
1 . O governo amplia a moratória aos bano cos governamentais do Clube de Paris. 11 · UDR realizaem Brasília passeata com 30 mil pessoas contra o ~rojeto de Reforma Agrária da Comissão de Sistematização. 12· Em São Paulo, realiza·se ato com 20 mil pessoas pelas diretas.
nOmica do governo. 29 -O ministro Pazzianotto anuncia o fracas· so de mais uma tentativa de articulação do pacto social.
avançar para uma crise institucional no regime. Para evitá-la, surgem as propostas de eleições em 88 e de parlamentarismo. Em meio a esta crise, se polarizam cada vez mais os trabalhadores, em defesa das suas conquistas e contra o arrocho, e os patrões, que buscam derrotar na Constituinte as pequenas vitórias obtidas pela nossa classe.
Fevereiro
Agosto
Instalação da Assembléia Const ituinte 20 · Decretada a moratória. 1.
Março 6· Locaute dos dlstribu idores de combus· tíveis de São Paulo: começam as pressOes patronais pela queda de Funaro. 17 . Demissão de João Sayad. do Planeja· mento.
da mais brutal que em 82, sob a ditadura de Figueiredo, pelos novos acordos com o FMI. O Plano Bresser, por sua vez, representou uma última tentativa da burguesia de, com a manutenção deste governo, leválo a aplicar uma política econômica que pudesse garantir um mínimo de crescimento, o controle da inflação e, sobretudo, aplicar um arrocho mais brutal do que este que aí está , Ao fracassar em todas estas frentes, o governo viu a maioria das suas bases de sustentação, pouco a pouco, bandearem-se para a oposição velada ou declarada.
A polarização se expressa na Constituinte
o inicio do fim Primeiro dividiu-se o PMDB, com todo um setor majoritário na Comissão de Sistematização posicionado pelos quatro anos e pelo parlamentarismo. Logo após, num emaranha<io de brigas por cargos entre o PMDB e o PFL, rompeu-se a Aliança Democrática. O próprio PFL dividiu-se irremediavelmente, com a passagem de alguns de seus principais líderes, como Marco Maciel e Jorge Bornhausen, para a oposição ao governo e para a defesa dos quatro anos. Por fim, Sarney perdeu tamb~m o apoio dos
principais governadores do PMD B. O ponto culminante desta crise política, que promete atravessar também 1988, se deu durante a votação da duração do mandato de Sarney, na Sistematização: com a aprovação dos quatro anos, o governo se viu ferido de morte, independentemente·da decisão final do plenário da Constituinte. Ocorre que a burguesia já não deposita a menor confiança neste governo, incapaz de resolver qualquer um de seus grandes problemas, quer no terreno econômico, quer nopolítico. Este fato marcou o início do fim do governo Sarney.
8 -Governadores deSão Paulo, Rio, Minase Mato Grosso do Sul reúnem-se e exigem a demissão do ministro Dilson Funaro. 26· Demissão de Funaro. 27 · Funaro ataca o governo, denunciando a "impunidade generalizada". Sarney indica Tasso Jereissati para substitui-lo e horas depois é obrigado a recuar: o PMDB havia imposto o nome de Bresser Pereira.
A articulação da direita Expressando a articulação dos patrões contra as conquistas dos trabalhadores e
contra as medidas nacionaJistas aprovadas, os setores mais direitistas e conservadores dos partidos patronais se organizaram, nas últimas semanas, num bloco que se preten-. de majoritário na Constituinte - o chamadoCentrão. Sua primeira batalha se deu em torno à reformulação do regimento interno da Assembléia e , em meio a socos e sopapos, foi aprovada sua proposta por 290 votos a 16. Esta primeira vitória da direita amplia enormpmente as ameaças de rejeição em plenário das conquistas dos trabalhadores e da nacionalização da distribuiçãO de combustível. Já a revogação dos quatro anos é algo bem mais complicado, apesar de possível. Isso porque o Centrão reflete claramente a crise política, a ponto de nele estarem aglutinados tantos defensores irredutíveis dos cinco anos , como parlamentaristas e quatroanis tas confessos. A articulação do Centrão não apagou os rachas no PMDB e PFL, a adesão de vários de seus líderes aos quatro anos, a retirada do apoio dos governadores e dos patrões a esse governo. A existência do Centrão não acabou com a crise política. Ao contrário, ele é uma cria desta crise.
anos, doa a quem doer.
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Junho 9 - Em São Paulo, dois mil empresários pro· testam contra a falta de polftica econOmica. 12 - Sarney anuncia o Plano Bresser.
Ge I ra . No que se refere às pressões sobre a Constituinte, a maioria das emendas populares encaminhadas, assinadas por dezenas de milhares de pessoas, foram relegadas ao esuecimento apesar de terem passado algu~as peque~as _ mas importantes - reivindica õesdos trabalhadores. I mpJtar as decisões da Sistematização a tas a ões que não chegaram a mobilizar :sime~a ~aioria da classe trabalhadora. é não com reender o que se passou no país neste anJ. É não ver o que foi realmente colossal no terreno das lutas dos trabalhado. o 12 milhões de grevistas que derrotares · ;arrocho do Plano Bresser, que impura m . seram algumas de suas reivindicações na Constituinte e que aprofundaram a crise política que , por fim, levou à aprovação , dos quatro anos . As diretas em 88 passaram na Sistematização pela conjunção da incapacidade, d~ governo de responder ao probl~ma da dmo papel do surto grevista da e de controlar o as censo grevISta. Já as conquistas arrancadas pelos trabaOs atos por eleições diretas reuniram, lhadores na Sistematização são todas laquando muito, 4S mil pes~oas, u~ número tivas às reivindicações do surto grevista. inexpressivo diante dos CinCO mtlhões que São vitórias das greves e, como tal, devem saíram às ruas na campanha de 84. E o ser defendidas com os métodos dos trabamaior destes atos, o de São Paulo, que reulhadores: os atos, as manifestações, a luniu 20 mil, teve a seu favor o fato de que a CUT o convocou também - e corretamente ta ...
Apartir eJu o, c " I . õe diretas vo do PT na campan h a por e elç B s b' ' ao lado do ~DT, PSB. e PC d~ a tU-~ uma polêmica no movtmento Sln Ica 'af~adeveria ser o centro das ações d~S trab luta dores - a luta contra o arroc o ou a por el7iç~s diretas e pelas pressões sobre a Constitum!e? . . _ Esta polemlc~ assu.mIU toda sua a~phtu, de nas semanas Imediatamente antenores a Greve Geral de 20 de agosto. Tratava-:e: naquele momento, de f~zer ~ma o~~ o~ priorizar sua prepara.çã~ Junto as ~0~i11~:_ ções concr~tas, ~s fabncas e locaiS ~!tas balho. ou ImpulslOnar os atos pelas d e a coleta de assinaturas pelas emendas populares. _ . Agora , com a aprovaçao da~ ~Ir~tas em 88 e de algumas irnportant~s ~elvdlnsd!Cteaçõe~ dos trabalhadores na Comlssao e IS ma f . tas h . tização, muitos compan e~os e a ~VIS vol tam a se perguntar quem tinha razao.
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Metalúrgicos da CeOeSxIPp~cea~g~~~~'a;o~:~~i~:~~~~:t~~~t~fesa lutas como essa qu
de sua estatal. Foram
7 - Sarney lamenta, na televisão, a falta de apoio e anuncia uma profunda reforma ministerial.
18 - Sarney anuncia na televisão que seu mandato é de seis anos, mas que ficará 5
o quelevouã aprovaçãoddlhaO~oendgN!~~~a~o~.T~~~!daGre"
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Outubro
Maio
26 - Até esta data foram aprovadas algumas das reivindicaçOes dos trabalhadores na Co· missão de Sistematização.
Novembro
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O ano se encerra com o aguçamento da crise numa outra frente: a própria Assembléia Constituinte. A vitória do 'Centrão' - a articulação da direita de todos os partidos patronais na votação do regimento interno, no dia 3. dá a dimensão exata desta crise , introduzida na Constituinte pelas próprias decisões da Comissão de Siste ma tização , Ao aprovar algumas das rei v indi c açõe~ dos trabalhadores, bem como o parla men tarismo e os qua tro anos . a Sis tema tização atraiu para a Cons tituinte todos os focos de pressão d a burguesia, que está de olho nas votações decisivas do ple ná rio. Além disso, no momento em que se enfraqueceu o governo, a Constituinte assumiu um papel de primeiro plano na vida política nacional, dando ao Congresso uma importância real, bem diferente do parlamento de fachada dos tempos da ditadura. É natural, portanto, que a partir de agora a Constituinte passe a refletir mais todos os elementos da crise polí tica burguesa.
Setembro 24 · Rompe·se a Aliança Democrática.
Abril
A o longo de 87. a burguesia r (' próprio imperialismo se deram conta de que a crise política iniciada com o fracasso do Cruzado nada tinha de passageira. Com a decretação da moratória, o govemo ensaiou uma resposta ao problema crucial da dívida externa. Porém sua covardia diante das pressões do imperialismo levou esta tentativa ao fracasso, num processo que culminou com a capitulação frontal representada pela retomada do pagamento, em 7 de novembro. Agora o país, imerso na recessão, vê-se na iminência de ser agredido, de um modo ain-
12 · Na entrega de parte das emendas popu· lares à Constituinte, Ulysses é vaiado por 20 mil. 20 - Greve Geral convocada pela CUT e CGT 27 - O ministro do Exército, LeOnidas Pires. faz duras críticas ao anteprojeto da Sistema· tização.
6 - Sarney pressiona a Constl!\,Jlnte contra o parlamentarismo. 7 . Termina a moratória. Sistematização aprova o parlamentarismo. Marco Maciel e Jorge Bornhausen rompem com o governo e aderem aos quatro anos.
25 · No Rio, o Onibus que conduzia Sarney e sua comitiva é cercado por mil pessoas e apedrejado. 30 . Revolta contra os aumentos de Onlbus no Rio leva uma multidão de 30 mil pessoas a depredar 43 coletivos e incend iar outros 19; no final do dia, o aumento é revogado. IOJF;I\ZER COMO vexE Pit •• •, MEl) MEDO E .o.COl5A
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15 · Comissão de Sistematização aprova os quatro anos.
Dezembro 3 - Centrão vence a batalha pela mudança do regimento da Constituinte. ManlfestaçAo dos sindicalistas em Brasllla. 5 - Convenção Nacional do PT aprova a candidatura de Lula à presidência.
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o ano
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de 1987 foi muito especial para os trabalhadores: foi um ano recorde, em termos de número de greves. Segundo o Dieese, até o final de outubro, 11 milhões de trabalhadores já tinham cruzado os braços. E estima-se em mais de 12 milhões os grevistas até final de dezembro. Os marítimos despertaram admiração ... e solidariedade o dia 28 de fevereiro de te ano começava uma linda greve: a dos 40.000 marítimos, a nível nacional, que reivindicavam 275070 de aumento. O movimento se prolongaria até meados de março, quando, gradualmente, os trabalhadores começaram a voltar ao trabalho, com vit6rias salariai média de 120% de aumento. A greve foi um exemplo de organização e de firmeza, porque e manteve intacta e forte até o último momento, ape ar da violenta repre ão ordenada pelo governo. Todos devem e lembrar da imagens dos porto ocupados pelos fuzileiros navais no início de março, enviado pelo governo Sarney - que, com isso, se de mascarava irreversivelmente. O marítimos não se intimidaram. Mesmo tendo que ficar presos nos navio parado , submetidos a um verdadeiro cárcere privado, con eguiram se manter organilados, comunicando-se por rádio pelo litoral inteiro e recebendo emocionantes manifestações de solidariedade, principalmente por parte de .sua mulhere . Foi duro, ma veio a vit6ria: os fuzileiros navais não dobraram os
grevistas. Mas os grevistas dobraram os patrões, e conquistaram o primeiro maior aumento salarial ap6 o descongelamento.
Funcionários da Embratel fazem greve antiimperialista Com alto grau de consciência, os funcionário da Embratel (12.000 a nível nacional) fizeram uma greve inédita no dia 22 de outubro. Não reivindicavam melhore salário nem melhores condições de trabalho. Exigiam apenas a manutenção do monop6lio estatal das telecomunicações, ameaçado por um contrato assinado entre a Embratel e a Vicom - uma fusão entre a Rede Globo, Brade co e Victoria, multinacional italiana -, contrato es e que permitia à Vicom operar e comercializar serviço na área da tran missão de dados por satélite (a chamada "spread spectrum"). Assim que se soube dos termos de se contrato, a mobilização se deu de forma fulminante, com alto índice de participação da categoria. E não deu outra: a Embratel foi obrigada a recuar, aceitando a formação de uma comissão, da qual fariam parte funcionário da empre a, com a função de rever os termo do contrato espúrio.
Nossa intenção, com a pequena cronologia que segue, é a de listar os principais movimentos que se deram. Além deles, destacamos três, pela particular importância que tiveram: a linda greve dos marítimos, a inédita greve dos funcionários da Embratel, e a da Autolatina.
Foi, sem dúvida, uma greve muito especial, que merece grande destaque, porque foi diretamente antiimperiali ta. E trouxe algo de novo à carga de experiência sindical dos trabalhadore brasileiros: o fato de que 6 a mobilização consciente poderá enfrentar o imperialismo em sua investida contra as empre as estatizada.
Autolatina: OABC se fortalece Um fato Importante nes e ano foi a greve da Autolatina que recuperou o ABC das derrotas sofridas com a greve Vaca Brava, a operação cambalacho e a pé sima campanha alarial desenvolvida em abril. Enfrentando uma patronal imperialista, milhares de trabalhadores, através da greve e das manifestaçõe de rua, com pa eatas e concentrações; conseguiram dobrar as multinacionais. Apesar de não terem consegui· do barrar as demissões, que foram em torno de 2 mil, a greve da Autolatina, fora da data-base, permitiu que milhares de trabalhadore também conseguissem aumentos, inclusive do grupo 14 da Fiesp. E o mais importante: foi reconquistada a comi são de fábrica da Ford.
Convergência Socialista
Cronologia Janeiro: • Pipocam greve entre o metalúrgico de ão Paulo e ABC, reivindicando de 20 a 30"0 de aumento real.
Julho: • Termina, em 1417, a greve de 96 dias do profe ores do Rio Grande do Sul, sem vitória econ mica, mas com readmi Ao de grevi tas.
f'nereiro: • o.. mineiro de ova Lima (MG) entram em greve por melhore condiçoe de trabalho (a duas principai mina da região e tavam de moronando).
• Motori tas de Manau ,em 3 dias de greve, conqui tam 35 o de aumento, apó brutal repres Ao. • Os servidorel>das Universidades Federai param em 2817 e cGnqui tam a antiga reivindicação de um Plano de Cargo e Salário .
Março: • O petroleiro, reivindicando 105'70 de aumento, decidem entrar em greve e ão brutalmente reprimido: o exército invade as refinarias (10/3). • O 700.000 bancârio deflagram greve nacional em 24/3, por 100010de aumento. A greve duraria 9 dias. • Profe ores da rede pública de Pernambuco iniciam greve de 49 dias. Abril: • Os profes ore das uni ver idade federai iniciam greve de 43 dias, ao cabo do quai conqul tam 3501. de aumento. Maio: • Pela conquista do gatilho a1arial que lhe foi confi cado pelo governo, entram em greve, em praticamente todo o e tado ,o funcionário públicos. São greve muito longas, de re i tSncia. Junho: • o dia 18, entram em greve o profe ore das rede e tadual e municipal do Rio, por 69 dias. Conqui tam a elevação do pi o salarial. • Também no dia 18, o portuário deflagram greve que parali a, além do Rio de Janeiro, mai 8 porto. Conquistam ganho alariais reai (18'70).
A to: • O trabalhador da Ford, em São Paulo, cruzam o braço em 17/8, contra as demi ões pó plano Breser. Depoi de 15 dias, arrancam a prom a da empre a de c ar as demi ões. tembro: • Funcionârio d e tatai aem à luta: petroleiro em 11/9, Banco do Brasil em 10/9 (arranca 4401. de aumento), previdenciârio em 17/9 (conqui tam 100'7. de antecipação). • Ban ário fazem greve nacional em 29/30 de etembro. Outubro: • Grande ascen o metalúrgico. Trabalhadore da Embraer, em São Jo é ~o Campo, conqui tam 25'7. de aumento. onmbro: • Marceneiro de Recife fazem ua primeira greve em 80 ano e conqui tam entre 30 a 50"0 de aumento. • Funcionârio do Banerj (banco estadual do Rio) arrancam 52'7. de aumento. • Servidores das Univer idade Federai conseguem 59,3501. de aumento.
o terminar o ano, muitos ativistas se perguntam: qual é o balanço que podemos fazer das nossas lutas? Nos recentes congressos da CUT, dirigentes sindicais afirmaram que os trabalhadores acumularam uma série de derrotas, enquanto outros afirmaram que as lutas foram positivas e o movimento se fortaleceu. Por isso é importante um balanço correto da nossa situação. Para que, no pr6ximo ano, os trabalhadores avançem ainda mais. O ano terminou com cerca de 12 milhões de grevistas, o maior índice atingido em toda a hist6ria do movimento sindical brasileiro, e com vit6rias importantes. Porém, o que é novo e decisivo: as greves são cada dia mais massivas, mais políticas, mais combativas; são acompanhadas por um processo de organização da vanguarda dentro das empresas; nas estatais os trabalhadores começam a se mobilizar contra a privatização e contra o imperialismo; e, a nível organizativo, a CUT se fortalece tornando mais pr6ximo o dia em que os pelegos serão erradicados do movimento sindical. S6 este balanço já seria suficiente para falarmos de vit6rias.
Umascenso gigantesco
e vitorioso
o
12 milhõe d grevi tas de 1987realizaram, im, um movimento vitori o. E te balanço não se apóia apena nos números, mas também nos resultados da mo· bilizaçõe . Com uas luta, os trabalhadore ajudaram a afundar o Plano Bre er, que tentava impor o maior arrocho alarial da hi t6ria do paí , e aprofundaram a crise do governo. Com pouca exceçõe a greves conseguiram reaju te alariai e aumento reai , embora pequenos. E algumas delas arrancaram a redução da jornada de trabalho e até a estabilidade e cornissõe de fábrica. As mobilizações têm sido massivas eradicalizada , tornou- e comum a realização de pa seatas, atos, grandes assembléias unificando as diferente categorias em luta. E sa mobilizações foram mais comuns nas e tatais: tanto os petroleiros como os telefônicos, ferroviários, bancários acompanharam uas greve com a realização de manife tações de rua e incorporaram uma reivindicação - não à privatização. o movimento operário, tanto a greve da Autolatina, no ABC, como a diversas greve dos metalúrgico e ultimamente a do trabalhadores da Cosipa indicaram um avanço na radicalização e na di ciplina. Apesar da repre são, o metalúrgicos da Co ipa mantêm um grau de parali ação exemplar. O ano termina com milhare de trabalhadore parali ado . Como falar então em derrotas?
Forte mobilização no primeiro seme tre
Já no final de 19 Ó. o~ trabalhadore realizaram a greve geral de 12 de dezembro que impediu o fim do gatilho alarial naquele momento. A perspectiva de 19 7 era de uma mobilização forte, o que de fato acon teceu. o dia 28 de fevereiro, 40 mil marí timos deflagraram uma poderosa greve nacional, que obteve uma vitória depois de mais de duas semanas. A di po ição de luta demon trada pelos marítimo era, no fundo, a primeira grande expressão da combatividade pre ente em todas as lutas travadas em 87. Durante a greve dos marítimos, também os bancários deflagraram uma forte greve nacional, abrindo a perspectiva da greve geral. O trabalhadore estatais tiveram um papel destacado durante todo o ano. Um grande exemplo de combatividade foi dado pelo funcionalismo gaúcho que realizou a greve mais longa do ano: 96 dias. Em junho, o governo baixou o plano Bres er, que acabava com o gatilho e tentava aplicar o maior arrocho da hist6ria do país. Ma os trabalhadore não se intimidaram e aíram para a luta. A primeira vit6ria foi a do portuários, que mostrou o caminho para enfrentá-lo. Segundo o Dieese, no primeiro emestre foram realizada 40Sgreve comaparticipaçãodeS,2 milhõe de grevista . Com o pacote abriue a di cu ão que de mbocou na greve geral do dia 20.
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...;;.~;;.." 87 • pr. ato
A GREVE GERAL DO DIA 20 A greve geral foi um momento importante da luta dos trabalhadore em 87. Embora parcial, ela mostrou os avanços do movimento após o dia 12 de dezembro: foi nacional, deixando os limites das capitais para se estender às cidades do interior; incorporou o funcionalismo público e principalmente o movimento popular e setores do campesina to; e foi ativa, com manifestações e atos em várias cidades, entre elas o Rio de Janeiro. o entanto, regiões importantes como São Paulo e o ABCO não paralisaram. Qual a razão? A falta de preparação foi
a razão de fundo para que o movimento não fos e maior. Houve elementos objetivos contrários à greve, como a rece ão e o de emprego, ma o decisivo foi a ação da direçõe . Não é demais lembrar que Luiz Antônio esteve pe oalmente nas porta da fábricas metalúrgicas de São Paulo chamando os trabalhadore a não paralisar. Já naquele momento e tava claro que o movimento não havia ido derrotado, que estavam intacta as forças da cla se trabalhadora e que o arrocho alarial levaria a novas lutas. O movimento po tenor encarregaria de fazero balanço definitivo.
Dep~is, mais l!Jtas. O funcionários do Banco do Bra il foram os primeiros a air à luta após a greve geral. Demonstrando que o movimento e tava em ascenso, obrigaram o governo a recuar e conquistaram um reaju te de 440/0, acima do índice e tabelecido pelo Plano Bre er. O re ultados obtidos pelo Banco do Bra il erviriam de referência para a de· mai categoria. e pecialmente traba· Ihadore da e tatais. Petroleiros, previdenciários e funcionári públic inicia-
onvergência Socialista'
ram ua mobilizaç partindo do patamarconqui tadopelo BB. A partir daí, a i limo· a um cre cimento contínuo da luta· que e e tend ram por todo o paí e e deram independentemente da datas-ba: . A entrada em cena da cla e operária. cujos pont< altos foram a greves da Autolatina e da Cosipae ta última ainda em 'Ul'O ·l'omplctou_' quadro e eliminou todas as dúvidas: o ascen o continuou e se fortaleceu após <, dia 20. E promete seguiremAA.
Eleições metalúrgicas / SP: Divisão salvou a CGT
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Paulo c.sa, Funghl, Jos' Marta de Almeida e Cyro Oarcla: apontando o creaclmento da CUT em 87.
Comas utas,
avança a CUT cos de Belo Horizonte e Contagem, "as vitórias decisivas da CUT, neste ano, em três importante sindicatos, Bancários de Belo Horizonte, Metalúrgicos da Acesita e Eletricit~rios. expressam o ponto mais alto de um processo de enraizamento da no a central que vem de 6, com as ritórias cutis tasem Bancários de lu íz de Fora, Gráficos de BH e Mineiros de Nova Lima o'.
1987 ficará marcado como um ano de grande avanços na con trução da CUT a lÚvelnacional. Esse é o principal ~flexo, no terreno organizativo, do gigantesco urto grevista ocorrido ao longo do ano. Vamos no deter n ca o de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Minas Gerais - Segundo PauloCé arFunghi, pre idente do Sindicato do Metalúrgi-
Mas o avanço deci ivo da CUT -MG deve ser medido também pela reunificação da direçãocutista no Estado, sem dúvida a vit6ria mais importante de eu último congre o, realizado no dia 21 e 22 de novembro. •.• , "1111'
Alguns dos principais sindicatos conqurstados pela CUTem87 Metalúrgicos do Rio de Janeiro Bancários de Belo Horizonte TelefOOlcos do Rio de Janeiro Metroviários de Sao Paulo Metalúrgicos da Acesita/MG Associação dos licenciados de se Qurmicos de Osasco Metalúrgicos de Passo Fundo
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Nas palavra do novo secretário-geral da CUT-MG, José Maria de Almeida, "esta vitória permitiu a superação da crise iniciada no congresso de 86, quando a CUT rachou, deixando os trabalhadores sem uma direção unificada e de luta ". "Agora podemo dizer que os trabalhadores mineiros têm esta direção ", completa J é Maria.
Rio de Janeiro - "No Rio, posso dizer que varremos a CGT. Todos os sindicatos mais importantes da capital têm direções cutistas, o que e expressa na enorme capacidade de luta demonstrada pelos trabalhadores cariocas." Estas palavra de Cyro Garcia, vice-presidente do Sindicato do Bancários do Rio e da executivas e tadual e nacional da CUT, são a pura expre ão da realidade. Na capital, a CUT dirige os sindicatos dos Bancários, Metalúrgicos, Portuários, Ferroviários, Metroviário, Telefônicos, Borracheiros, Jornalis ta . Sem falar no poderoso Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda, nos dos Metalúrgicos de Niter6i e dos Bancários da Baixada Fluminense. A maior vit6ria cutista foi a conquista do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio, um dos baluartes da CGT em todo o paí~. Além disso, a CUT conquistou o Sindicato do Telefônicos, linha de frente da categoria a nível nacional, e manteve e ampliou ua força em Metroviários e Correios.
Convergência Socialista
A vit6ria da CUT nas eleiçOes para o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo poderia liquidar de vez a CGT, que estava capengando, e impor na prática a unificação do movimento sindical brasileiro, dividido em três centrais sindicais e centenas de sindicatos independentes, Com a derrota, foi abortada a possibilidade de uma reviravolta hist6rica no movimento sindical, se permitiu que a CGT se recuperasse parcialmente e que surgisse o "sindicalismo de resultados", impulsionado pelos patrOe e por pelegos experientes como Luis Antonio e Magri. A re ponsabilidade pela derrota cabe à principais lideranças da CUT em São Paulo, que impuseram uma luta fracional, disputando cargos acima de qualquer coisa. A disputa por cargo, impulsionada pelas duas principais corrente, aArticulação e a CUT Pela Base, se colocou acima dos intere ses dos trabalhadores, dividindo a CUT e impondo a derrota. essa briga por cargos, Lúcio Bellentani, encabeçador da chapa 2 de oposição, apoiado por al-
guns etores da CUT nacional, se negou a participar de qualquer f6rum de discussão e decisão dos metalúrgicos cutistas, rompendo com a CUT para ficar à frente de uma chapa formada pelo PCB, PC do B, PDT e PMDB. A corrente CUT Pela Base, que teve como porta-voz Carlúcio Castanha, encabeçador da chapa 3 da CUT, durante todo o processo impediu a unificação de um pólo de oposição, que deveria ser formado pela CUT e por aqueles setores da antiga diretoria que estavam em ruptura públi. ca com Joaquinzão. Esses etore que participaram da antiga diretoria também têm a sua parte de responsabilidade, pois se negaram terminantemente a compor com todos os setores cutista . Algumas semanas ap6s a derrota, os trabalhadores já puderam conhecer a extensão do crime representado por essa divisão. Nas vésperas da greve geral do dia 20 de agosto, o militante mais ativo contra sua deflagração era nada mais nada menos do que Luis Antonio.
Sindicalismo de resultados: o peleguismo maquiado Os principais porta-vozes ral do Trabalho - financiado dessa pretensa nova corrente pela AFL-CIO, que é uma censindical, surgida em 1987, são tral indical ultra-pelega dos EsLuis Antonio de Medeiros, pre- tados Unidos. sidente do Sindicato do MetaComo podemos ver e pelas relúrgic de São Paulo, e Rogério cente declaraçOe de Luis An· Magri, pre idente do Sindicato tonio e Magri, o "novo indicaelosEletricitários de São Paulo e lismo de re ultado •• nada mais da executiva nacional da CGT. O grande destaque que obti- é do que o velho peleguismo, veram neste ano foi devido à maquiado, para enganar os traãoé à toa que Máderrota da CUT na eleição me- balhadore. rio Amato, da FIESP, e outros talúrgica em São Paulo e à ua promoção, por parte da patrõe não se can am de eloimprensa burguesa, para que giar e e "grandes" representante do trabalhadore . pudes em atacar à vontade a principal luta travada pelos traO metalúrgicos de São Paubalhadore em 87. De fato, a ta- lo, durante a última campanha refa prioritária desses enhore alarial, 6 arrancaram 46% foi atacar a greve geral do dia 20 aos patrOe pela ua pr6pria forde agosto. Mas a derrota do pla- ça e pela força da luta geral dos no Bre seré a maior demonstratrabalhadores (afinal, a vit6ria. ção de que 87 não foi um ano vi- dia ante • dos qui micos de São torioso para eles, já que os tra- Paulo e do ABC, dirigido pela balhadores continuam lutando. CUT, que conqui taram e e Esse "novo" sindicali mo é, me mo índice, ampliou as posno fundo, patronal e imperiali - sibilidade dos companheiros ta. Segundo a Gazeta Mercan- metalúrgicos). ão tratou de til, Magri admini tra um orça- nenhum re ultado e petacular mento de "apena •• 2 milhOe de Luí Antonio. Ape ar de tande d61are , que é equivalente a ta trai ão, o patr não irão 160 milhões de cruzados. Magri facilitar tanto a im a vida de dirige o ler - Instituto Cultue peleg .
Ascenso agita escolas No início do ano levantamos a hipótese de que o movimento estudantil, secundarista e universit6rio -, influenciado pelas mobilizaçõe~ dos estudantes europeus, pelas lutas dos trabalhadores brasileiros e pelo desgaste do governo Sarney, pudesse reconquistar, em 1987, um papel
Congresso da UNE: um marco
No Alo, a luta pela meia passagem
UNIVERSITÁRIOS Assim como os trabalhadores fizeram greves por alário, OS universitários das escolas particulares enfrentaram os aumentos autorizados pelo governo. Em ambos os casos, o pano de fundo era a política da Nova República que, para enfrentar a crise econômica e pagar a dívida externa, impunha um violento arrocho salarial, aumentando todos os preços, inclusive as mensalidades escolares. O primeiro emestre de 1987 foi atravessado pelas lutas contra esses aumentos e pelo congelamento das mensalidades. Foram centenas de mobilizações, boicotes, ocupações de reitorias e passeatas. Em São José dos Campos (SP), uma passeata com os estudantes ecundaristas reuniu 2.500 manifestante e, em São Paulo, outra pas eata, com 2.000 estudantes, tomou a Avenida Paulista. No Rio Grande do Sul, 1.500 universitários chegaram até a enfrentar a polícia. Todas essas lutas tiveram um caráter muito explosivo, mas ficaram atomizadas, pois a direção da UNE não teve como política unificá-las em uma campanha nacional contra o ensino pago e pela federalização ou estadualização. A au ência dessa orientação política, a fragilidade das entidades de base (recém aídas do desgaste imediatamente anterior) e de uma camada mais experiente de ativista fizeram com que as lutas e e vazias em, provocandosuainterrupçãono egundo eme tre. Verbasparaa
du a ão
Se os e tudante da universidade particulare não mantiveram ua mobilizações no eg do seme tre, o me "mo não aconteceu nas universidade públicas. A cri e econômica e a obce são do governo Sarney em voltar a pagar a dívida externa reduziram ainda mais as verba para a
importante no ascenso a nível nacional. Hoje, podemos dizer que, se o ascenso estudantil não teve as proporções que prevíamos, ele inegavelmente existiu. E o fator fundamental para a sua retomada foi, sem sombra de dúvidas, o ascenso do movimento de massas no Brasil, com seus 12 milhões de grevistas.
educação, gerando lutas importantes. Foi o que ocorreu na Universidade Federal de São Carlos, onde o reitor tentou (mas não con eguiu) aumentar o preço do bandejão, e na USP, pela retomada do centro de vivência. No Pará, em Belém, passeatas estudantis com até 2.000 manifestantes, enfrentando a brutal repressão do governo do e tado, exigiram a construção de um restaurante universitário. Reron truçio du entidades Acompanhando o ascenso, ganha corpo um processo de reconstrução das entidades de base e gerais dos estudantes. São exemplos os diretórios centrais das universidades federais de Brasília e do Rio de Janeiro e da PUC de São Paulo. O maior exemplo, no entanto, foi a vitória do bloco cutista e petista no último congresso da UNE, que finalmente derrotou a hegemonia de oito anos do PC do B na direção da entidade. A explicação para a derrota do PC do B pode ser encontrada em alguns fatos: sua crise interna provocada pela política de apoio ao governo Sarney; sua gestão traidora à frente da UNE, impedindo a unificação das lutas e sua combinação com as greves dos trabalhadores, além das fraudes pelas quais foram responsá· veis nas eleições diretas paia a entidade, ano pa sado. Como conseqüência, o a censo de 87 não teve como dirigente o militantes do PC do B, já profundamente de gastado perante o estudantado, ma petista e cuti tas. Praticamente de truída pela política do PC do B, a UNE poderá ser recon "truída e tomar-se, de fato, a direção que o e tudante precisam para enfrentar o governo, po icionando- e claramente ao lado d " trabalhadore .
SECU DARISTAS Como nas universidades, também foi grande o ascenso nas e colas de 2? grau. Em luta contra aumentos que superaram 200%, excluindo milhares de jovens do acesso ao ensino, os secundaristas tiveram em 1987 o ano mais explosivo das últimas décadas. Além disso, dando prosseguimento à tendência iniciada no ano passado, foram organizadas muitas entidades de base, quase todas elas dirigidas por ativistas identificados com o Partido dos Trabalhadores e com a Central Única dos Trabalhadores. Como aconteceu com a Une, o ascenso e a organização dos estudantes começa a colocar em cheque a hegemonia do stalinismo. Contra o aumento as lutas contra os aumentos, os secundaristas foram às ruas no primeiro semestre, em mobilizações radicalizadas e espontâneas. Esse foi um processo nacional. Em São Paulo, estouraram passeatas em toda a cidade, destacando-se as realizadas pelos alunos do colégio Objetivo, que, em junho, literalmente ocuparam a Avenida Paulista com 5.000 estudantes, que fizeram greve durante três dias. Em O asco (SP), 7.000 estudante da rede pública e privada fizeram uma pas eata contra os aumentos e pela melhoria do nível de ensino. o Rio de Janeiro, a luta contra o aumento combinoue com a reivindicação pela meia pa agem, provocando manife taçõe importante, como a do Dia de Luta, organizado pela Ame (A 0ciação Metropolitana do tudan-
tes), em maio, quando mobilizações em toda a cidade culminaram em uma passeata no centro com 800 pessoas. Movimento se organiza A ausência de organização de base (grêmios, entidades municipais) aliada à repressão nas escolas e a uma politica desmobilizadora por parte da diretoria da Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) - que recusou-se a organizar e dirigir o ascenso - fez com que a maioria das lutas fossem derrotadas. Na cidade de São Paulo, onde as passeatas tinham em média 1.000 estudantes, não foi organizado nenhum grêmio livre. Essa politica deliberada do PC do B, que também dirige a Upes (União Paulista), foi responsâvel, ainda, pela não formação de um comando de mobilização que unificasse ~s escolas em luta. Exatamente o contrârio do que ocorreu no Rio, onde a Ame não s6 formou o comando como incentivou a criação de grêmios. Essa grande debilidade organizativa foi entida pelo e tudante durante a realização de sua luta. Por i so, sua superação começa a e dar com maior rapidez. Ba ta verificar o número de entidade municipai que o e tado de ão Paulo tinha no início de te ano, 12, e compará-lo com o número atual, 20 entidade • para comprovar e e fato. Um outro dado fundamental: toda ela ào independente do P do B. e e proce o, foram criada a nião do tudant d 'o e a de Guarulho .
~o
Planeta
erra
Há 5 bilhões de anos atrás a nossa velha amiga Terra nascia. Foram necessários cerca de 4 bilhões de anos para que os primeiros homens pré-históricos surgissem e outros milhões para o desenvolvimento do homem moderno. Em seu curto espaço de vida, a civilização humana construiu maravilhas, transformando a natureza em seu benefício. Mas a civilização também construiu seu meio de destruição. Se foram necessários bilhões de anos para a Terra nascer, hoje apenas alguns segundos bastam para a sua destruição. E o ano de 1987 deu alarmes importantes nesse sentido.
este ano, nenhuma bomba atômica explodiu sobre as cabeça dos seres humano , mas nem por isso a situação do planeta ficou mais tranqüila. A destruição da natureza e do homem continuou em grande escala, causando apreensão e sérias denúncias. Em agosto, por exemplo, quatro organizações internacionais que defendem a ecologia denunciaram, no Congre so dos Estados Unidos, que o Projeto Grande Carajás, no Pará, financiado pelo Banco Mundial (Bird), vai devastar a Floresta Amazônica em menos de 20 anos: a mata será transformada em carvão para alimentar as indústrias de ferro gusa.
:
Como destruir
a bomba
o me mo ano em que a bomba atômica era detonada pela primeira vez, em 1945, os cienti ta con eguiram intetizara vitaminaA. Em 1946, enquanto os obrevivente de Hiroxima e agasáqui ainda reverenciavam os eu 200 mil e 70 mil morto , re pectivamente, era con truído no E tados Unidos o primeiro cérebro eletrônico, anteces or do computador. Ao lado de fantá tica de cobertas que proporcionam à humanidade uma evolução em sua qualidade de vida, a ciência e a técnica também aperfeiçoam terrívei meio de dill fruição. Por que é a im? A ciência e a tecnologia podem er empregada , como vimo , para aperfeiçoar ou de truir a vida. Tudo depende de quem a utiliza. o capitali mo, os meios de produção - a ciência e a tecnologia inclusive - estão nas mão da burguesia que, atravé da exploração da força de trabalho, dela extrai grandes lucro .. Para manter e es lucros e, portanto, seu pr6prio domínio, os capitalistas destr6em o planeta e a
vida. É a im com o rios, mares e o ar, poluído pela indú trias. É as im com as florestas e oceano. É a im, principalmente, com o homem. Como seu privilégios estão ameaçado pelas revoluç do trabalhadores, a burgue ia e arma até o dente . Atualmente, a maior parte do orçamento do paí e imperiali tas é destinada à fabricação dearmamento e, deenvolvimento da ciência atrelado à criação de artefato bélico. Um bom exemplo é a matriz do capitalismo. o E tado Unidos, que de tinou, s6 em 1985,273,36 bilhõe de d61are para a defesa (isto é, para financiar projeto como o Guerra nas Estrelas), dua vezeso valor da dívida externa brasileira. A bomba atômica, assim como os demais armamento, hoje é uma ameaça ao trabalhadore e à revolução operária. Para de truir a bomba é nece ário, em primeiro lugar, destruir a classe que vive do pa sado, que ameaça, para poder obreviver, o futuro do pr6prio planeta.
A camada de ozônio que envolvea terra está sendo rompida por um gás chamado freon, empregado em geladeiras, aparelhos de ar- condicionado e aeros 6is. Sem e a camada protetora, a radiação ultravioleta emitida pelo sol fica mais intensa, podendo provocar câncer de pele, além de perigosas alterações climáticas. Em 87, o buraco na camada de ozônio aumentou con ideravelmente. o campo da energia nuclear a coi a também fica mais grave a cada dia que pa a. Segundo o médico norte-americano Robert Gale, o acidente com a usina nuclear de Chernobyl, na União Soviética, ocorrido no dia 26 de abril do ano passado, poderá provocar a morte de 75 mil pe oa de câncer nos pr6ximos 50 anos. E o pior: a imprensa alemã revela que a Agência Internacional de F:nergia Atômica, sediada em Viena, Austria, manteve em segredo mais de 2SOcomunicado de irregularidades e falhas em usina nucleares de vários países. Em vário casos, "só por coincidência ou sorte" conseguiu- e evitar catástrofes das proporções do acidente de Chernobyl. A irre ponsabilidade é mundial A utilização irresponsável da energia atômica fez, ne te ano, sua primeira VÍtimas em terras nacionais. Para a maioria dos brasileiros eus efeitos nefastos ainda eram po sibilidade longínquas. O ano de 19 7 marcou o fim da inocência. A descoberta, em Goiânia, de uma bomba de Cé-
, Convergência Socialista"
sio-137 - utilizada no tratamento do câncer - revelou a potencialidade destruidora de uma tecnologia quando empregada sem o cuidados nece sários, mesmo quando eu objetivo é o de salvar vidas. O governo brasileiro, através da Comissão Nacional de Energia uclear, provou, mais uma vez, o quanto é grande o descaso da burguesia para com a vida humana. Além de se furtar à responsabilidade pelo acidente, tentou minimizar seus efeitos, escondendo suas devastadoras proporções: o pior acidente radioativo depois de Chernobyl.
Esconder acidentes, aliás, é uma especialidade dos governantes. Um estudo da Escola de Estudos para a Paz da Universidade de Bradford, na Inglaterra, revelou, este ano, que o governo inglês escondeu da opinião pública 24 acidentes nucleares que poderiam ter graves conseqüências. Entre eles, destacam-se o escapamento de radioatividade de um submarino nuclear americano, Polaris, que contaminou uma área da costa da Escócia, em 1965, eochoqueentreosubmarinoamericano Poseidon, armado com mísseis nucleares, e um submarino soviético no Mar do Norte, em 1983. Controle do trabalhadores
Para a burguesia a vida humana não vale nada. Por isso, não se importa em destruir a natureza. Por isso não se importa em avaliar a conveniência ou não do enprego de tecnologia perigosas, como as usina nucleares que geram energia, enquanto existem forma bem mais confiáveis. Por isso não se importa em ga tar bilhõe e bilhões de d6lares em programa armamentistas enquanto milhões de pe soa morrem de fome. Enquanto a burguesia controlar o planeta, ua obrevivência e tará ameaçada. É neces ârio que o eu controle pas e para as mãos dos trabalhadore . Qualquer intermediação é upérflua e não re olverá o fundamental. Como não con egue reformar o capitali mo, a burgue ia também não con egue reformar ua gerência obre o planeta. A . alvação do plan ta é. também, a destruição de uma classe.
desafio para a Liga Internacional dos Trabalhadores UOl
o ano
de 1987 colocou à prova aquelas organizações que no mundo inteiro estão empenhadas em construir a IV Internacíonal e o fazem sob as bandeiras da Liga Internacional dos Trabalhadores. Foram provas tanto do ponto de vista da luta de classes quanto da fatalidade humana. No dia 25 de janeiro morreu Nahuel Moreno,/undador da LlT, seu dirigente mais experimentado e capaz. Muitos companheiros. após a sua morte, se perguntaram se a LlT seria capaz de prosseguir na batalha pela qual Moreno combateu toda a sua vida, e se seria capaz de responder aos desafios da luta de c/asses. Os acontecimentos. até agora. demon~traram que sim. Apesar do golpe que constituiu, para a Liga Internacional do Trabalhadores. a morte de ahuel Moreno, a organização se manteve, prosseguiu ua luta pela IV Internacional e foi capaz de re ponder aos novos problema colocado pela luta de cla e. entre ele os doi mai importante : o acordo da América Central e a política da Glasnost de Gorbachev e ua con eqüência para a revolução mundial e para os e tados operários.
A LIT foi a única organização a denunciar claramente o acordo da Guatemala e advertir que eu objetivo era levar à capitulação da icarágua. A realidade vem demonstrando o acerto de ta posição,com as exigências cada vez maiore por parte d "contras" e do imperiali mo e as conce õe do governo nicaragüense. Da mesma maneira, a LIT vem denunciando a política de Gorbachev que leva à salvação do imperiali mo e à abertura da URSS ao
capitali mo. O acordos de paz e de armamento. e a ituação econômica dos estados da Europa do Leste. os primeir a aplicar a política econômica de Gorbachev, demons tram o acerto da análi e da LIT. Mas a LIT não se limitou a denunciar o acordo da Guatemala ou a política de Gorbachev. Através de campanha internacionais, ela tem procurado mobilizar os trabalhadore de todo o mundo em defe a
o MAS se fortalece
operários.
Nas lutas e na construção da eUT
O egundo te te foram a eleiçõc nacionais de 6 de etembro. um terreno desfavorável. como ão a eleiçõe , o MAS participou com 3SOO candidatos. obtendo um importante re ultado. Foram 22 mil votos em todo o paí . repre entando 1,5% do total, quatro vere rnai votos que em 1983 e uperior aos re ultado do FRAL. uma frente formada pelo PC, o Partido Humani ta e etore do peroni mo. O mais importante. porém. é que em alguma cidade do cintu· rão indu trial de Buenos Aires o MAS chegou a er o terceiro partido rnai votado. constituindo-se, as imo na força de esquerda mai importante do movimento operário.
Uma vitória na Nicarágua A segunda emana de julho foi de alegria para o pequeno Partido Revolucionário d Trabalhadores da icarágua. organiza ão impatizante da LIT. esta emana e realizaram eleições univer..itária no pai . e o PRT foi o partido mais votado depois do sandinismo. O 13.105 votantes, 7.724 votaram no ••andinismo e 3.079 no PR·I. Foi uma grande vit6ria do partido.
lução política nos estado
Convergência Socialista:
como um partido operário O MAS (Movimento ao Sociali mo) da Argentina, organização mai golpeada pelo de aparecimento de Nahuel Moreno-que. além de dirigente da LIT. foi um dos seus fundadore e ua direção mais reconhecida-também oube re ponder aos nov desafio. O primeiro, na rebelião d militares. durante a Semana Santa: a organização re pondeu prontamente, mobilizando- e, colocando- e nas rua em defesa da liberdades democráticas, exigindo a sanção dos militare e e negando, ap6 a capitulação do governo, a assinar o "Pacto Infame" que concedeu anistia aos genocida . O MAS foi o único partido argentino - junto com o movimento "Madres de Plaza de Mayo" - a recusar-se a as inar a ata.
da revolução centroamericana e em defe a da revolução oviética e das conquista de Outuhro. Este foi o sentido do atos de comemoração da Revolução Ru a que a organizações vinculada à LIT promoveram em tod paí e At que reafirmaram a política pela qual ahuel Moreno viveu: a luta pela revolução ialista em todo os pai e do mundo e pela revo-
A elei õe foram nacionais e m traram um cre cimento da ade ão do estudante à propota do PRT. que ão ba icamente a d fe a incondicional da rev lução nicaragüen e. c ntra o imperiali mo e os contra. a luta para que esta revolução avan e ao ociali mo com a expr priação de toda a burguesia e pelo ap io à revolução centro-a mericana.
Atode .bertur. do XCongr••• o di Conv.rglncl. SoeI.II.t. 1987 foi também importante para a Convergência Socialista. este ano realizou-se o X Congre o da Organização, que votou como suas tarefas políticas centrai a luta antiimperialista, contra o pagamento da dívida externa, a participação e apoio a toda as luta do trabalhadore, por alário e contra o pelegos. O Congre o foi precedido de um alegr e combativo ato de abertura em ão Paulo. no indicato
do
Químicos.
que
ficou pequeno para receber mai d 1.000 companheir que participaram e acabaram lotando a rua em frente ao in·
Convergência Sociali ta
dica to. Na mesa. dirigentes sindicai, representantes de partidos e outros paíse. e o presidente da Central Unica dos Trabalhadores, Jair Mereguelli. ,n
I.
m seu dI cur -o o companheiro Meneguelli afirmou: ••... nenhum dirigente sindi· ca/. nenhum militante sindical pode se [unar em reconhecer que a Convergência Sociali ta repre enta um pedaço hastantesignijicatil'O. d'T'e pon.ahilida de. na construção da cn· trai Única do.\ TrahalhadoTl' . emnonopaís" E te
pap leres
en te
na
coos trução da CUT é uma da maior e vit6ria da Convergência este ano. A C se destacou pela participaçã na greve e demai luta - dos trabalhadore , em particular na greve geral. n c nquista de n vos indicatos para a CUT, cumprindo um papel importante na vitória d) grilfic . de Belo HorilOntc. dl metalúrgico da ccsita. (h metalúrgicos do Rio. do tele· fônic do Rio. do fundon"'· .io. da niversidadc d~ Bra j. lia. do •• hancáno de Pa o Fundoc em divcrsa outl." ',\tcgoria que l'onSl'~uiram \arrcr o p Icgo ••.
... e no Brasil
o mundo ... C econômica. Ataque ao ni eI da ida das • R • tência elo trabalhador • Polarização da luta de classes. Essas expre . ões definem as perspectivas da ituação mundial para o ano de 1988. O crack da BoI a de Valore de ova Iorque, que depois se estendeu à Europa e ao Japão, deu o aviso do que e tá por vir. A situação econômica promete agravar com a rece ão e, talvez, a depres ão, atingindo de ta vez não apena os paíse coloniais e emi-coloniai ,mas chegando aos países avançados e também aos estado operári . A crise da dívida externa se tornará mais e mais aguda. O de emprego, o arrocho alarial, o ataque à conqui tas ociais do trabalhadore e e tenderá a todo os paíse . Este proce o, de fato, já começou. As massas re istem As recente manifestaçõe em paí es como a Romênia e a Iugoslávia, ou a greve geral na ltalia, são também indícios do que será o ano que vem, do ponto de vista da clas e trabalhadora. A ituação revolucionária mundial, que se expressou em 87 na derrubada das dilflduras da Coréia e do Haiti, na greve da Africa do Sul, na continuidade da revolução centro-americana, não apenas vai se manter, mas também se aprofundar. É que a crise econômica, ao atacar brutalmente a classe trabalhadora, a colocará em movimento. E, assim como em 87 foram os operários que e tiveram na vanguarda das mobilizaçOe ,
também em e te deverão ser nista centrais da luta de cla e.
protago-
A colaboração da burocracia Os e tados operários não ficarão fora de te proce o. A políticas econômicas aplicadas n paí e ociali ta , de abertura para o capitalismo e da penalização do nível de vida dos trabalhadore , levará certamente a resistência da ma as de te países. Esta resistênciajá é entida hoje, quando os trabalhadore poloneses rejeitam o plebi cito de Jaruzel ki, que pretendia legalizar a política de aumento de preços, ou quando as populações da lugo lávia e da Romênia e manifestam por melhores condiç de vida. A perspectiva é que e se proce so chegue também à URSS. Esta situação econômica e política levará a que se e treite a colaboração entre o imperialismo e a burocracia, em particular a soviética. O acord entre os governos americano e soviético deverão se estender, como forma de enfrentar a crise ecnômica e o ascenso das ma as. Não teremos um ano calmo: conflitos dentro de cada país, entre os trabalhadores e os patrões; conflitos entre os países, como na América Central ou no Afeganistão; ondas de greves, como ocorreram no Brasil e na Argentina, provocadas pela dívida externa, vão er as expressões do conflito central que atraves a a humanidade: a luta entre a revolução, que avança, e as f r a contra-revolucionária ,que querem de toda maneira derrotá-la.
Se a sítua o mundial tende a e agravar, no Bra il não será melhor. A crise econômica no países industrializado levará a uma agravamento da crise no Brasil e a uma ampliação dos ataque do imperialismo ao país: a taxação dos produtos brasileiros, a tentativa de derrubar a lei da informática, os planos recessivosdo FMI, a desnacionalização das empre as estatais, a entrega de zonas inteiras, como as zona de proces amento de exportações, ão proce os que já se iniciaram e po sivelmente se agravarão. É que, com a rece ão mundial, o Brasil terá meno condições de gerar superávits comerciai para pagar a dívida externa. E os credores tentarão receber eus recur os eja como seja. E isso s6 pode significar, para o trabalhadore ,arrocho, desemprego, repre ão. InstabUidade do go emo Esta situação econômica, acompanhada da resistência das massas ao arrocho salarial e à deterioração do seu nível de vida, serão elementos que jogarão a favor da instabilidade do governo. É verdade que a realização das eleições no segundo semestre - se e realizarem - poderão gerar uma expectativa no movimento até a po e do novo governo, mas dificilmente impedirão que ocorram novas lutas e
greves pelas questõe economlcas. A tendência é que continuem as lutas e que se polarize o enfrentamento entre a burguesia e os trabalhadores. Já o lado patronal vem se organizando, com a UOR ou o Centrão na Con tituinte. Não são casuais os últimos ataque da repressão às greves, como os ocorridos no Rio de Janeiro, quando o governador Moreira Franco mandou a polícia impedir â força a passeata do trabalhadores da Embratel pela Avenida Rio Branco, ou no Rio Grande do Sul, em que o governador Pedro Simon ordenou o espancamento dos funcionários estaduai que se manifestavam. 00 lado do trabalhadores, as vit6rias da CUT nos sindicatos, aprofundando a crise da CGT, e a tendência à organização de base, indicam que existem melhores condições para a manutenção e aprofundamento das lutas. Assim como 88 não será um ano calmo em todo o mundo, temos certeza de que tampouco o será no Bra.sil. A votação na Constituinte e a realização das eleições pennitirão a combinação necessária entre as lutas sindicais e políticas. E a candidatura de Lula à presidência será o elemento que pennitirá, aos trabalha , dar uma re p ta de njunto problemas que enfrentam.