Cs179sd

179, De 1)18 a 1718188

Cr$ 70,00

Governo instituiu as ZPE. Mas afinal, quem ganha com isso? PiS. 5 Contrato Coletivo: a serviço do pacto social ou das lutas? Pis. Bolívia: o que está por trás da guerra da coca.

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Asemana

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Puxando aqui e ali E ta emana e te e no Brasil "o patrão" de Sarney eMail on, o secretário de E tado, George Shultz. O noticiário da impren a burgue a já começou e condendo a manife tação de e tudante e trabalhadore em Bra ília contra ua pre ença. Daí em diante foi um fe tival.

Um jornal de ão Paulo publicou que hultz recebera de arney "um ligeiro puxão de orelhas", referindo- e à que tão da retaliação comercial praticada pelo EUA recentemente. A verdade' exatamente o opo to. hultz mudou a po ição do Bra il obre a icarágua e a noticia que aíram no momento da vi ita oficial, ão de que o EUA adotarão lei ainda mai protecioni ta . Parece que não foi bem na orelha que arney andou puxando ...

"Saiam daí"

o dia que o ecretário de E tado dos EUA e teve em Bra ília, e teve hospedado no me mo hotel que o mini tro da Economia da Alemanha Ocidental. Quando o jornali ta foram entrevistá-lo, o alemão falou: "Vieram. Eu estava preocupado. O George Shultz está aqui, e quando os americanos chegam tomam conta de tudo". Certamente o mini tro alemão e tá e referindo à tropa de ocupação americana (un 250 mil oldado) que permanecem na Alemanha de de a 2~ Guerra Mundial.

Para coroar, na de pedida de Bra ilia, o piloto do avião acelerou tanto que deu um banho de poeira no diplomata que foram e de pedir. O ervili mo do governo realmente é chocante.

,,Honestos' ,

o Voz da Unidade acaba de publicar um número especial obre a perestroika, comentando a recente Conferência acionaI do PC oviético. Quando falam de talin, dizem o eguinte: "Usando a mesma terminologia de Lenin, ele criou um modelo de partido radicalmente distinto, com normas secretas de atuação e um corpo de funcionários honestos manipulado por suas falsidades". Como se vê, o Partldão já encontrou ua fórmula: eram todos "funcionários honestos, manipulados". a página seguinte aiu uma foto de Trot ky, em menção no artigo. Deve er a reabilitação por etapas. Primeiro ai a foto, depoi

Resultados O jornais burgue e de Sãó Paulo que promovem o indicali ta de re ultado foram correndo entrevi tar Ozéias de Souza, dirigente da greve dos eletricitário de Santa Catarina, que conseguiram a URP. Se deram mal, poi Ozéia critica o uperpelego Magri e ainda de quebra diz que pen a em entrar para o PT e defende a CUT. Como se pode con tatar, o melhore resultados não são produto do "sindicalismo de resultados".

As análises que vimos fazendo desde os números anteriores do CS estão se confirmando. O governo está metido em um impasse econômico e político. Há entre a burguesia o consenso de que algo mais drástico deve ser feito em termos econômicos para controlar a inflação, Mas não há acordo sobre qual a medida a adotar: alguns querem novo congelamento de salários e preços (mais de salários, diga-se), enquanto outros querem elevação das taxas de juros e recessão aberta. As pressões do imperialismo estão aumentando, com a visita de Shutz. A resistência dos trabalhadores também aumenta.

Arrogância servilismo A vi ita do ecretário de E tado dos EUA e tá demonstrando mais uma vez o que ignifica a "integraçiJo do Brasil com a comunidade financeira internacional". hultz e tá vindo de uma viagem pela América Latina, eguramente com o propó ito de ver e o "quintal" e tá em ordem. É realmente de e pantar o ervili mo e a patetice da impren a e do governo burgue e de te paí . O homem do Departamento de E tado veio ditar norma . Em primeiro lugar, acabou com a po ição formal brasileira de independência em relação à icarágua.

O mini tro da RelaçOe Exteriore Abreu odré negou a política anterior e "condenou" a icarágua. Quando tentaram reclamar obre a retaliaçõe comerciais, o ecretário ianque fez de conta que não era com ele e mudou de a unto, para amenidades. Ainda por cima manteve todas a imposiçõe anteriore contra a re erva de mercado da informática, da química fina e já alertou contra a exportação de algun tipo de arma . Ou eja, e comportou como e e tives e em casa.

Impasse naeconomia O fraca so da política de controle da inflação é evidente. Quando chegava ao Itamaraty (Ministério da Relações Exteriores), o embaixador norteamericano no Brasil recomendava a hultz, diante dos fotógrafos: "sorria, sorria". Mai tarde, pegando a linha a

toda prova, o embaixador brasileiro no EUA, Marcílio Marque Moreira, ugeriu o mesmo a Mail on: "Temos que sorrir para parecer que temos confiança na vit6ria contra a inflação". Mail on tem feito de tudo para manter a pose: "Eu nunca prometi milagres. Sempre disse que o combate à inflaçiJo deve ser acompanhado de combate ao déficit público. Isso leva tempo. É preciso ter paciência, e n6s estamos no fio d'.J navalha". Enquanto não há unidade na burgue ia para adotar qualquer novo tipo de política, todo e tão remarcando e aumentando o preço . O dinheiro que vem rolando na e peculação financeira e tá mantendo a altas taxa delucro da empresa e alimentando o mon tro da inflação. A verdade é que a política do "arroz-com-feijão" não e tá conseguindo controlar a situação. ão há dívida que Mail on tentará atacar novamente os alários. É tudo o que ele aprendeu em termos de economia.

Impasse na política A crise política do governo Sarney não é menor. Há uma emana Sarney tentou um passa-moleque na Constituinte e e deu mal. Perdeu mini tro e i olou ainda mais seu governo. Já se passou uma emana e ainda não foram e colhidos o novos integrante do eu mini tério. Hoje já é pos ível avançar um balanço mais geral: em trê ano e trê me es do governo, a" ova República" já teve 59 mini tro num total de 27 ministério . Um belo aldo, que eguramente aumentará até Sarney cumprir

Este Jornal, com exCaça0 dos artogos assinados e das oponl08S emitodas nas en· tr •• ostas reflete o pensamento da ConverQ'nc.a Soe•• I,s/•. que. uma corrente In' t_na ao PartidO dos Trabalhadores Desta maneira. de cordo com a r&SoluçaO eprO'iada no 5° Encontro N clona do PT em dezembro/87, Circula exclUSivamente entre pet Slas.

Converg.ncla Socialista. uma publlcaçAo daACS EdItora Ltda - Rua Traltuba 323 _ Bosque da Saude - sao Paulo - CEP 04142 - Fona 581·6471 Diretor Respon"vel: A Schrem r - Diag.r ramaçAo: CI udlo Aparecodo Oklyama Reg'stro na Junta Comerei I do Estado de Sl'aulo 158.631181- CGC 43.983.31110001.20 Com· poslÇAo. pasl-up e lotolltos. Proposta Editorial. Fone 262-5992.

Convergência Soclalist

os 5 ano . É po ivel que até o momento que e te jornal circule já e tejam e colhido os novo mini tros, mas no eu conjunto, e te erá o ministério mai fraco de todo , de de o inicio. Hoje todas a propo ta vêm de fora do governo. É Shultz por um lado, a FIESP e Simonsen do outro lado, unido ao pelego do movimento indicaI. A demon tração é evidente: o governo e tá em iniciativa, parai i ado pela ua próprias contradiçõe .

Queremos o nosso A re i tência do trabalhadore também e tá cre cendo. Paralelamente a heróica greve do funcionário do Correio , já e ta mo as i tindo à volta de mobilizaçõe do operário do ABCD. Segundo as e tatística do Mini tério do Trabalho, de janeiro até junho de te ano, já tivemo 3.675.726 trabalhadoras em greve, liderado pelo funcionali mo público, que comparece com quae 2 milhõe daquele número total, em mai de 300 greve . A campanhas indicais do segundo eme tre e tão endo preparadas, podendo ter um grande impulso no próximo Congre o da CUT em etembro. Diante di o, o governo já cedeu em vária greve e agora já e anuncia um abono para repor parte das perda da URP. Em todos o lugare se vem obtendo vitórias parciais, demonstrando mai uma vez que é pos ível vencer. Qualquer outra propo ta que imobilize o ânimo de luta do trabalhadore deve er repudiada. ada de pacto. ada de redutore no alário. Queremo o no o e fim de papo.

Assine o Convergência Socialista Recorte e envie, com cheque para a ACS Editora Rua Traiutuba, 323 - Bosque da Saúde - São Paulo-SP CEP04142.

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Denúncia

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Rodoviários do ABC

Fátima Fernandes

Uma voz socialista na

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Câmara Municipal

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de R. Preto-SP. o Sindicato

dos Condutores de Veículos Rodoviários do ARC enviou-nos uma carta denunciando o assassinato do companheiro Sebastião Teixeira do Carmo, um de seus diretores, até agora não esclarecido. o ano passado, outro dirigente foi morto e vários membros do sindicato são constantemente ameaçados. Esses crimes não podem ficar impunes. Junto com os companheiros e com a categoria exigimos a imediata apuração dos fatos e a punição dos responsáveis, para que cesse definitivamente a violência contra os dirigentes sindicais.

Fátíma da Silva Fernandez Souza iniciou-se na luta sindical em 1975, em Barretos, interior de ão Paulo, quando trabalhava no Frigorífico Anglo S/A. Sua primeira briga, pelo pagamento da 240 horas men ais, foi vitorio a e, a partir daí, Fátima não iria parar mai . Em 1975, quando foi morar com a família - marido e filho - em Ribeirão Preto, empregou- e como operadora de máquina em uma indú tria de artefato piá tico e, em eguida, pa sou a lecionar na rede e tadual de ensino. Como profe ora, partici pou de toda as greve da categoria e foi uma das principai con trutora da CUT na região. Por ua militância e dedicação, integra atualmente o Conelho de Representantes da Apeoe_p - Associação do Profe ore do Enino Oficial de São Palo - e a executiva da CUT regional.

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E sa companheira é hoje uma das candidatas do PT à Câmara Municipal de Ribeirão Preto. Sua história, por i ó, já demonstra a fibra que po sui, ma existem outro motivo para que o trabalhadore confiem e votem em Fátima. m conciliação o dia 6 de agosto foi lançada a can-

didatura de Fátima na cidade. Estavam pre ente ao ato 85 companheiro , entre elés ilzl) Melo, da Associação dos Moradore da Mangueira ,a maior favela de Ribeirão, Tereza Aparecida, da Apeoe p, e Paulo Joiel, da União do E tudante . Apó a apre entação do ato, feita por Roberto, da diretoria da Associação do Médico Re identes, que informou obre a greve dos Correio e pediu a solidariedade dos pre entes, Fátima fez uma rápida apre entação de seu programa como candidata.

Para Fátima, que integra a Convergência ociali ta, a campanha eleitoral é parte da luta irreconciliável dos trabalhadore contra a burguesia. Por e e motivo, sua campanha eleitoral estará apoiada na greves e mobilizaçOe contra o arrocho salarial e a dívida e terna. Em seu programa, defende uma reforma tributária municipal que penalize o rico ,uma reforma urbana que de aproprie terrenos usados para a e peculação, municipalização do transporte coletivo e uma rigorosa auditoria da dívidas interna e externa do município e suspensão do pagamento daquelas que comprovadamente foram feitas contrariando o interes e da população.

"( ... ) A diretoria deste sindicato vem 0frendo todo tipo de per eguição, a qual está culminando com a a sinatos de no os companheiros.

Em 4/9/87, foi a a inado o companheiro Mauro Pire. o dia 7/9/87, o companheiro Jo é Barbo a dos Santo sofreu atentado a bala, con eguindo air ile o, e agora, dia 22/7, é assa inado o companheiro SEBASTIÃO TEIXEIRA DO CARMO, conforme farta documentação em anexo. É importante fri ar que outro companheiro ão constantemente ameaçado de morte, tai como o pre idente, O waldo C. Cruz Jr., e o companheiro Joé Leite Cavalcante, face às uas atuaçõe combativas. (... ) A luta do trabalhadore rodoviário do Grande ABC, juntamente com a diretoria de te indicato, é para implantar uma admini tração político- indicaI de de centralização da re pon abilidade pelo setore de carga, gá , urbano, fretamento, turismo, empilhadeira e diferenciado para as mão da categoria, atravé das lideranças eleitas pelo voto dos trabalhadore . É ne ta per pectiva de luta e frente à atual conjuntura que a diretoria do sindicato anali a o a a inato do companheiros (... ).

Para a diretoria do sindicato, a suspeitas estão vinculadas à POLÍCIA, À CLASSE PATRO AL, AO GOVER O E AOS I IMIGOS IDEOLÓGICOS da entidade, até que demon trem o contrário.

Com relação à polícia, isso ocorre porque a classe patronal utiliza oldados em hora de folga para fazer viagens, o famoso "bico ", como motoristas da empre a.

O indicato vem lutando de de 1979 para

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proibir e te abu os que provocam prejuízos ério para a categoria. Estes "bicos" engordam o lucros patronais, para eles não são registrados em carteira de trabalho e a empre a não recolhe o proporcionais de Lei e o FGTS. (... ). este ca o, a de confiança e tá no conflito entre o intere es do patrOe e dos trabalhadores. O próprio patronato tem intere e claros em não inve tir na formação profissional de seus trabalhadores. I o ocorre para facilitar a exploração da mão-de-obra rodoviária, ubmetendo a categoria às pé ima condiçOe de trabalho e lhe pagando um alário de fome. I o, na maioria da veze, tem provocado distorçõe sociai e projetado altí imo indices de marginalidade e violência.

Por sua vez, o inimigo ideológicos ão todo aquele que de de 1979 perderam o controle político do indicato do rodoviário do ABC. Sejam ele ligado ao intere es patronais que defendiam um sindicalismo de conciliação de cla es ou aqueles lue tinham no sindicato um instrumento para projetar eus intere e individuais em detrimento dos intere e da categoria rodoviária do ABC. A diretoria do sindicato reafirma eu propósito de continuar a de centralização das respon abilidade pelos etores da categoria, ape ar das ameaças que no cercam, e defender intransigentemente o intere e da categoria numa per pectiva de conquistar melhores condiçOe de trabalho, alário e con truir uma ociedade mais digna e justa para todos".

Atencio amente Oswaldo C. Cruz Jr. Diretor-presidente

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Decifrando a Economia

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As Zonas de Processamento de Exportações o governo Sarney acaba de criar - utilizando mai uma vez o famigerado decreto-lei a Zona de Proce amento de Exportaçõe (ZPE). Com e ta deci ão, termina uma polêmica que dividiu o governo durante mai de um ano. E que e re 01veu da maneira mai favorável ao imperiali mo.

O que ão

ZPE

Quando decidem e in talar em no so país, a multinacionai estão habituadas a receber uma infinita quantidade de mordomia . Infra-e trutura oferecida pelo governo, i enção de imposto durante um período, e muito mai . Ma , depois de instalada ,têm que obedecer à legislação do país. Têm que pagar imposto e taxas para importar e exportar, têm limites em relação às remessas de lucros para o exterior. É claro que elas usam de todos os expedientes para burlar a legi lação e para multiplicar seus lucros e remessas. Mas, pelo menos formalmente, estão submetidas às leis.

Pois bem: com a criação da ZPE, as mordomias das múltis são elevadas ao extremo. As Zonas de Proce amento de Exportaçõe serão terrenos demarcados, situados nos principais portos do norte e nordeste, onde as multi nacionais se instalarão à vontade. Elas não terão que pagar qualquer imposto para importar ou exportar produto . Podem remeter à vontade seus lucro para o exterior, em limites nem qualquer taxação. Assim, as ZPE vão ser verdadeiros territórios livres da multinacionais dentro do Brasil, enclaves que funcionam quase como se e trata se de embaixadas: elas não se ubmetem às mesmas lei que o resto do país.

Mas, afinal, que diz o governo para justificar eu decreto?

Três mentiras para defender asZPE 1)Diz que o balanço de pagamento ria beneficiado, ou seja, que entrariam mai dólare para o país. Ma como, e não existe nenhum controle obre o dólares que a empre a da ZPE obtêm com a e portaçõe ? O governo diz que e as empre a comprarão componente da indú tria nacional para eu produto e que é atra-

vé de as compras que entram o dólare . I o é muito poucO" provável. É claro que vão preferir importar tudo, já que poderão fazê-lo mais barato. Por outro lado, o que vai acontecer é que muita das indú tria exportadora, que hoje trazem dólare para o paí ,vão e mudar para a ZPE para fugir ao controle governamental. E as ZPE vão favorecer toda a prática de ub e sobrefaturamento, fuga de capitai , etc. ornando tudo, o que vai acontecer realmente é que o balanço de pagamento airá prejudicado.

2) O governo diz que a ZPE trario novas tecnologias para o pais. Mai uma fantasia. O que vai acontecer é que omente erá importada tecnologia de segunda mão. Isto porque o que interessa às múlti que se instalarem nas ZPE é aproveitar intenivamente no a mão-de-obra barata.

3) O govel'!'o diz que aumentari .gnificativamente o mercado de trabalho na regiio. É claro que aumenta nas ZPE; mas diminui nas empresas nacionais que vão ser prejudicadas pela concorrência das importações sem taxas.

Além de que, com o dinheiro que o governo vai perder pela MO arrecadação dos impostos, poderiam ser criados muito mais empregos.

Quem

beneficia?

Mas então, se não há beneficios reai para o país, quem ganha com as ZPE? O leitor já adivinhou a resposta: as multinacionais, o imperiali mo e alguns de seus sócios menores no Brasil.

De fato, a criação das zonas exportadoras é mai um passo na escalada de ubrnissão ao imperiali mo que o governo Sarney vem fazendo. múlti , nas ZPE, encontram investimento seguro. Mão-de-obra barata. Insenção de impostos. Facilidades, de fato, para praticar a maior parte das operações fraudulentas que burlam as alfândegas. E ainda todo o incentivo para desenvolver o contrabando, que já hoje corre solto na Zona Franca de Manaus. Ninguém mais obtém qualquer beneficio. De tal forma que até alguns do principai expoentes da burguesia nacional, como o presidente da FIESP, Mário Amato, manifestaram ua opo ição ao decreto.

Shultz no Brasil:

A voz do dono Duas semtlfUIS depois de anunciadas as retaliações norte-americafUlS, no valor de 200 milhões de dólares, a produtos exportados pelo Brasil, chega ao pais o secretário de Estado dos Estados Unidos, George Shultz. E os governantes brasileiros começaram a pitu baixo, como é o habitual. Shultz deu o seu recado repreensões e mtIis repreensões - e voltou satisfeito: Sarney e equipe continuam ouvindo a voz do dono.

Um incidente ilustrativo deu um tom folclórico à visita de Shultz. Quando o ministro da Fazenda, Mail on da óbrega, e o embaixador do Brasil em Washington, Marcílio Marques Moreira, chegavam ao Ministério da Fazenda para um encontro com Shultz, um segurança do secretário norte-americano, não os identificando, gritou: "Saiam daEseniJo vocês seriJoatropelados pelo carro de Shu/tz". O atropelamento fi ico não aconteceu. Ma apenas

e e.

Vi ita discreta Ante de Shultz de embarcar em Bra ília, ainda ob o impacto da retaliaçõe norte-americana , as autoridade afirmavam. em tom de bravata, que e sa fariam parte do temário de di cus õe e que eriam que tionada em ua validade.

Mai ameno, o embaixador bra ileiro no E tado Unido enveredou por outro caminho e inocentou o ecretário, afirmando que ele não é o re ponável pela política econômica ou comercial dos EUA. Enquanto os duro e o moderado da diplomacia bra ilei-

Convergência Sociai'i ta

ra discutiam, chega Shultz com uma pauta pronta: proteção da patentes norte-americanas em química fina (matéria-prima para os produtos farmacêutico ), reserva de mercado para a informática e icarágua. Ele não veio dar explicaçõe ou negociar a retaliaçõe, mas impor ao governo brasileiro nova concessõe . ua di creta vi ita teve bons re ultado para ele.

Capitulaçio A primeira capitulação braileira veio através da sonora declaração dada pelo mini tro da Relaçõe Exteriore ,Abreu odré, com relação à icarágua: "Sobre esse p0t:l!0 eu tenho uma posiçiJo pessoal que coincide com a do secretário Shultz. Foi a Nicarágua que se afastou dos outros quatro países da América Central (Honduras, Guatemala, Co ta Rica e EI Salvador),Joi a Nicarágua que se afastou do Grupo de Contadora, e niJo o contrário.

O que nós esperamos é que a icarágua se reaproxime de nós, para que ela possa voltar ao leito da democracia". Dian-

te dos últimos choques entre os governos da icarágua e dos Estados Unidos - com a expulsão de embaixadores de ambos os paíse e a posição mai con eqüente do sandinismo ao estatizar o principal engenho do país -, Shultz não poderia querer adesão maior.

Quanto aos tímido reclamos de Sarney e Mailson contra a "injusta" e "inaceitáveis" medida contra o comércio braileiro, o secretário de converou. Como bom agente do imperiali mo e da burgue ia ante de ecretário de Estado foi diretor-pre idente da maior empreiteira internacional do mundo, a Bechtel Corporation -, Shultz partiu para o contraataque. O E tado Unido é que têm que e indignar contra a in olência bra ileira de não querer pagar a patente de eu produto farmacêutico e de impedir a entrada de computadore norte-americano com imilare nacionai no pai .

O governo bra ileiro ouviu.

Mai uma vez e curva a exigência do imperial i mo e do FMI, demon trando que ó o trabalhadore podem enfrentálo com sua luta .

Governo recua, lIIas prepara novos ataques

Pacto antecipa pacote A realidade é mestra em desmascarar esquemas enganosos. Isso vale particularmente para o esquema de pacto social. Nem bem patrões e dirigentes sindicais se dispõem a avançar neste sentido, rumo a um acordo mascarado de unidade de ação anti inflacionária, e os fatos já começam a por à nú suas reais intenções.

Dizemos isso porque, a esta altura, já é bastant~ provável que até o final do mês o governo baixe mais um pacote de arrocho, em nome exatamente da necessidade de se controlar a inflação .

A equipe econômica do Planalto ainda não fechou todas as medidas que constarão deste novo pacote.

Mas ao menos uma já é dada como certa pelo governo, pelos patrões e pela grande imprensa: o fim da URP e a adoção de um redutor para os nossos salários.

O significado disso é fácil de ser percebido: uma perda ainda mais escandalosa dos salários para a inflação, seja ela qual for. Se o redutor for, por exemplo de 10070, como já se cogita no governo, e a inflação do mês 20070, os reajustes salariais serão flXados num teto de 18070 para o mês em questão.

Um ataque violento É possível inclusive que o ataque seja bem mais violento. O governo tem em suas mãos um plano completo apresentado pelo ex-ministro da ditadura Mario Henrique Simonsen, testa-de-ferro dos banqueiros internacionais, que, além do tal redutor, defende a elevação dos juros "mesmo que isso provoque uma brutal recessão" e que "não abre mão da contenção dos gastos públicos, a ponto de sugerir a demissão massiva de trabalhadores do setor" (Isto É-Senhor, n? 986).

Mailson gostou bastante da proposta de Simonsen. E não é o único.

Os patrões da FIESP fazem coro no mesmo sentido.

O cinismo destes patrões é tanto que o presidente desta entidade, Mário Arnato, para tentar disfarçar a violência do ataque, apresentou a "proposta" complementar de zerar tudo, salários e preços, antes da decretação do pacotaço.

Para esta patrão, "zerar" tudo significa reajustar salários defasados e reajustar também preços "defasados" !!! Com isso, antes do embrulho do trio Sarney-Mailson-FMI, su-

biriam um pouco os salários e subiriam ainda mais os preços. Ou seja, tudo ficaria um pouco pior do que já está.

Com isso, ficam bem claras as intenções dos patrões, como Amato, que chamam ao pacto antiinflação: mais arrocho e perdas ainda mais insuportáveis.

Não lutar é apoiar o pacto Tão escandaloso é o ataque que se anuncia que ate mesmo os pelegos de "resultados" (lamentáveis) como Medeiros e Magri se vêem obrigados a dizer que não aceitam o fim da URP e o redutor. Fim do pacto social?

Nem tanto. Afinal estes mesmos pelegos se dispõem a seguir não encaminhando qualquer luta ou greve dos trabalhadores contra o arrocho.

E aqui entramos na assência da questão. Pacto social não se define só por seu conteúdo. Se define também e principalmente pelo empenho dos dirigentes sindicais em freiar as lutas, em sabotá-las. Para os patrões é isso que interessa acima de tudo.

Sem lutas eles poderão aplicar seus planos. Sem lutas eles não correm o risco de ver o pacote derrotado no nascedouro,. como o plano Mailson está sendo derrotado agora, com greves como as do BB, da CEF, Eletrosul e Correios. Não encaminhar as lutas é fazer o pacto, na prática, não importando se os sindicalistas assinem ou não o texto das novas medidas.

O papel que deve desempenhar a CUT é diametralmente oposto.

Deve impu!sionar ao máximo as greves, unificando-as em base a um plano de lutas concreto que parta não só da exigência de manutenção da URP e de nossas principais reivindicações, mas que prepare a resposta imediata ao plano de arrocho em gestação. A combatividade dos trabalhadores mostra que será possível derrotá-lo.

Nos sindicatos, nas assembléias, nos congressos regionais, estaduais e nacional da CUT este plano deve ser aprovado pelos ativistas como uma necessidade básica de auto-defesa.

Este é o caminho já apontado pelos petroleiros, previdenciários, bancários, que, em seus congressos e encontros aprovaram a unificação das campanhas salariais e das lutas em Curso que definiram o próximo 24 de agosto como Dia Nacional de Luta unificado. É tarefa central da CUT impulsioná-lo a fundo.

Seis grandes greves mostraram que o plano de arrocho de Sarney e Mailson pode ser derrotado. O governo não teve forças para impedir que os trabalhadores do Banco do Brasil, da Acesita, da CEF, Eletrosul, Professores do Rio e Correios arrancassem vitórias, ainda que parciais, repondo uma parcela daquilo que lhes foi roubado com o congelamento da URP. No entanto a debilidade do governo não impede que ele, respaldado pelo FMI e pelo conjunto dos patrões nacionais e imperialistas, esteja preparando um novo ataque contra os trabalhadores, através de um novo pacote econômico. Pacote para o qual os patrões tentam preparar terreno com sua proposta de pacto social.

o exemplo vem da Argentina. Ali,

o

presidente Alfonsín acaba de baixar um plano - ironicamente chamado "primavera" - que congela os preços por 15 dias e os salários do setor público por seis meses!!! Este é o modelo que a imprensa e setores importantes da burguesia defendem para "tirar o país da crise".

Os trabalhadores, assim como começam a derrotar o plano feijão-comarroz. saberão derrotar o novo ataque.

O plano de lutas aprovado pela Plenária das Estatais, já apoiado por outras categorias, indica o caminho. O dia 24 de agosto - Dia Nacional de Luta Unificado - é o primeiro passo em direção à vitória que já começamos a arrancar com as últimas greves.

Com as 8ssembl.las e os piquetes (nas fotos, a greve da CEF no RIQ de Janeiro) os trabalhadores fizeram o governo recuar

Aprender com as lulas, pre arar o próximo passo O desfecho da recente onda de greves nas estatais se aproxima e já se pode falar num resultado francamente positivo para os trabalhadores. As conquistas dos companheiros do Banco do Brasil, da ACESITA (MG), da ELETROSUL, e da Caixa Econômica Federal, somadas à possibilidade de negociação entre o governo e os funcionários dos Correios, comprovam a vitória. Perde uma vez mais o governo, suficientemente enfraquecido para não conseguir aplicar a fundo seus planos de arrocho, mas não tanto como para deixar de pensar em novos e fortes ataques ao nível de vida dos trabalhadores.

As vitórias, ainda que parciais, não foram fáceis. A Caixa pode ter parado só dois dias, mas seu triunfo é antes que nada triunfo dos heróicos carteiros de São Paulo, dos metalúrgicosdaACESITA, combatentes de longas e duríssimas greves, que vêm fazendo retroceder O governo no seu plano de conjunto.

Triunfo que se explica pelo "desespe-

claridade ~sta contradição entre a disposição de luta .das bases e a politica desmobilizadora dos dirigentes. Foi o caso da posição do companheiro Gilmar Carneiro, Presidente dos Bancários de São Paulo, que defendeu no Comando do BB a suspensão da greve, iniciada dois dias antes, com a assinatura de um p-otocolo que não atendia às exigências da categoria. Só a dinâmica da paralisação, que foi total no Rio e em São Paulo no dia seguinte (2617), apesar do acordo, fez a luta nacional voltar a seu camiSó esta radicalização e este grau de or- nho na quarta, 27/7. Uma vez mais, na ganização que atingiram explicam que CEF, as direções tentaram frear, votanas greves possam ter começado, conti- do no Congresso setorial, realizado dunuado e terminado com vitória, tendo rante a greve do BB (23 e 2417), um pIaque enfrentar o boicote dos pelegos e, no de luta que só começaria em setemmuitas vezes, como no Correio paulista, bro. Só a pressão das bases, entusiassem contar nem mesmo com o apoio de- madas pela vitória do BB, canalizada pela posição coerentemente pró-unificacidido das direções da CUT. ção dos conflitos defendida pelo SindiPolítica desmobilizadora . cato dos Bancários do Rio, pôde fazer revisar a decisão de uma semana antes e Alguns detalhes dos conflitos no Ban- levar o Comando da CEF (30 e 31/7) a co do Brasil e na CEF demonstram com votar a greve que terminou em vitória. ro" de que falou um companheiro carteiro. Raiva frente à queda acelerada do valor real dos salários e ao aumento dos preços. Radicalização frente à fome, que levou os trabalhadores de base a participar massiva e ativamente do último processo, mostrando grande disposição para resistir: ficando mais horas nas portas dos locais de trabalho, organizando comando e piquetes zonais, votando com mais garra a continuidade das greves.

Ainda assim, no Comando, Q representante de São Paulo continuou defendendo o adiamento da luta para depois ...

Defender a democracia Para tentar impôr suas posições contrárias às lutas nas instâncias de coordenação dos conflitos, estas direções atacaram princípios básicos da democracia sindical. Assim, o dirigente dos bancários cariocas e dos funcionários do BB, companheiro Guilherme Haeser, foi impedido de participar da reunião de 'negociação da segunda-feira, 25/7, entre o Comando do Banco, do qual faz parte, e representantes do governo. Gilmar Carneiro, que propÔs a não participação de Guilherme, argumentou que o companheiro "dividia o comando".

Em bom português, não podia entrar porque já tinha demonstrado ser fiel às bases, não cedendo a propostas irrisórias sem consultá-Ias. O mesmo aconteceu no Comando da Caixa contra o companheiro Nélson Paulino, do Rio, também

Plano de luta unificado das categorias em luta

membro do organismo. Com certeza porque Nélson defendeu intransigentemente a greve até a reconquista da URP, desde o Congresso da CEF. O ataque à democracia não é casual.

A democracia permite a participação, os chamados à solidariedade a outras categoriais, a generalização das lutas, porque as bases querem lutar. E estes dirigentes, com uma política que tende a apoiar o "pacto antinflação" e a trégua social, não querem que as lutas se estendam. Por isso, têm que atacar a democracia.

Mas a combatividade das bases trabalhadoras, sua capacidade inesgotável de resistir ao eventual endurecimento do inimigo, sua criatividade para encontrar formas de organizar-se mais e melhor, e sua necessidade de lutar para sobreviver, foram, uma vez mais, mais fortes que os "panos quentes" das direções desmobilizadoras. E as vitórias de agora deram a razão às bases, e aos que estiveram com elas na luta.

A situação de fome e arrocho, que provavelmente será temperada por um novo pacote "Sarney-FMI", vai obrigar os trabalhadores a continuar lutando. Os triunfos dos últimos dias nas estatais comprovam que a mobilização é o único meio eficiente para recuperar aquilo que o governo e os patrões nos roubam. Mostram também que, com organizaçãO e democracia, é possível vencer.

As vitórias obtidas são o melhor terreno para preparar com toda a força o Plano de Campanha Salarial Unificada que, mostrando uma

vez mais a vontade das bases de partir para luta e por iniciativa dos companheiros que assinam as teses de "Democracia e Lula" para o 3!'

Congresso da CUT, já foi aprovado por petroleiros, previdenciários, bancários, professores, funcionários de Universidades e estudantes.

O Plano começa no próximo dia 24 com o Dia Nacional de Luta de todos estes setores e coloca a oportunidade de que os trabalhadores digam um Não unificado, nacional, forte e combativo como as últimas greves - à politica econÔmica de fome e entrega do senhor Sarney.

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revldencl' rios decl elll greve ra setelllbro Reuniu-se em Salvador nos dia 1,2,3 e 4 de ago to o IV Congres o acionaI dos previdenciãrio . O 230 mil trabalhadores da Previdência foram uma das categorias de vanguarda na greve dos dias 3 e 4 de maio, e deverão jogar novamente um papel de ponta na próxima onda de lutas que e avizinha.

Entrevistamo os companheiros José Augusto, diretor da FE ASPS (Federação acionaI dos Servidores da Previdência Social) e um dos principais dirigentes da categoria no Rio Grande do Sul; e Marinho, eleito diretor da FENASPS ne te Congresso e dirigente previdenciãrio da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro. Ambo , defensore das teses Democracia e Luta no Congresso.

C : Quai foram as principai resoluções do IV CO FE A P para a luta do previdenciário?

José Augu to: A resolução mais importante do Congresso foi a aprovação de um plano de lutas que prepara a categoria para uma greve nacional por tempo indeterminado a partir de 22 de etembro.

Digo que esta foi a principal resolução do no so Congresso porque é a maior necessidade da nos a categoria. Com o congelamento das URPs de abril e maio, com o congelamento do adiantamento que conquistamo na greve de 87, ou seja, com o de cumprimento do acordo de 87 por parte do governo, voltamos à ituação de arrocho que vivíamo ante da greve do ano pas ado. Jã perdemos mai de 100% do no o poder aqui itivo e te ano.

C: omo insere a luta do previdenciário na luta que a demai categoria tamb m desenvolverão ne te segundo seme tre?

CONCUT Brasília

Trabalhadores desarmados o

CO CUT Brasília deixou muito a desejar, mesmo com a boa presença de 350 delegados. I o porque o congres o não armou os trabalhadore votando um plano de lutas, não se po icionou frente à as inatura ou não da Constituição e votou propo tas de modificação dos e tatuto da central que ferem a democracia interna. dua principais forças, Articulação e Força Socialista, defenderam a propo ta aprovada de realização de congresso e taduais de 18 em 18 me e ,contra o congresso anuais do atual e tatuto, e a

Ceará

José Augusto: Plano de lutas prepara greve nacional

Marinho: O nosso plano de lutas prevê a unificação com as demais categorias e para isso adotamos o dia 24 de agosto como Dia acionaI de Luta, ao lado dos bancãrios, petroleiros e outro etores que jã o encamparam.

Da mesma forma, pretendemos levar ao Congresso acional da CUT e ao Fórum das E tatais a proposta do dia 22 de etembro para a deflagração de uma greve nacional unificada.

C : A FE A P é, ao lado da FA UBRA, uma Federação acionai ba tante representativa e democrática. Havia, entretanto, para e te Congre o uma propo ta de mudança no seu e tatu to .

Como ficou e ta que tão?

Jo Augu to: A manutenção da democracia na FE ASPS foi outra grande vitória do nosso Congre so. A grande maioria dos mais de mil delegados in crito soube rejeitar as propo tas que re tringiam a democracia, como a bianualidade dos Congre o e o fim da proporcionalidade na diretoria.

cs: E • dlscu

- o sobre a assinatura ou nio da Con tituiçio?

Marinho: este ponto, infelizmente, fomos derrotados. Vingou por cerca de 70 votos de diferença a proposta de esperar o segundo turno para que a FENASPS se posicione. No nosso modo de ver, acabou não ficando completamente claro para o plenãrio que aqueles que defendiam esperar o segundo turno, na verdade defendiam a assinatura da Constituição caso sejam mantidas no egundo turno as poucas conquistas que tivemos no primeiro. De qualquer forma, achamos que a proposta de não assinatura obteve uma votação bastante expre siva, dividindo praticamente ao meio o plenãrio do Congresso~w obretudo se levarmos em conta que esta posição foi defendida omente por nós, de Democracia e Luta, pelo companheiros da CUT Pela Base e o de Unir a Cidade e o Campo, contra todas as demais correntes pre entes no no so Congres o, tanto a

Articulação e Força Socialista, cu ti ta ,como o conjunto

da CGT.

Convergência Socialista

realização de congresso nacionais de 3 em 3 anos, sendo que atualmente eles ão realizados de 2 em 2 anos.

Quatro chapas concorreram à direção da CUT-Brasília. Articu-

lação obteve 49,8%; Força Socialista, 15,3070;apoiadores da te e do SI PRO-ABC, 11,4% e CUT Pela Base e Democracia e Luta, 23,5%. Importante é ressaltar o enfraquecimento da Articulação, que no congresso anterior deteve 78% dos votos contra os 49,8% atuais.

Articulação derrotada

O congre so estadual da CUT Cearã marcou um avanço significativo da CUT na região. Os 548 delegados votantes mantiveram a CUT no terreno da democracia, votando a proposta de manutenção do atual estatuto e aprovando o manifesto lançado em Belo Horizonte, HEm defesa da democra· cia na CUT". Essa proposta aglutinou 90% dos votante , contra a proposta de acabar com a democracia na no sa central defendida pela Articulação, gue obteve os 10% restantes.

A te e guia que norteou o congresso foi a apresentada pelos companheiros da CUT Pela Base.

Uma importante decisão foi a de não assinar a Constituição, a exemplo do que jã foi votado em outros congre sos. a e colha da nova direção venceu a chapa formada pela CUT

Pela Base, Democracia e Luta, Força Socialista e apoiadores da

te e do Sinpro do ABC, que obteve 234 votos. A segunda chapa, formada por um setor que apoia a prefeita Maria Luiza, obteve 153 votos. A te e Unir a Cidade e o Campo obteve 94 e a Articulação 61 votos. O novo presidente da CUT estadual é o companheiro Antonio Ortiz, metalúrgico de Fortaleza.

Metalúrgicos de São José dos Campos

Venceu Democracia e Luta.

A maioria dos 180 metalúrgicos pre.entes na assembléia de tirada de delegados aprovaram a tese Democracia e Luta. O Sindicato dos Metalúrgicos de São José é o principal sindicato do Vale do Paraíba, em São Paulo e protagoni ta das principais lutas da região, como a greve das estatais dos dias 3 e 4 de maio, onde a Embraer teve um papel destacado, agitando a cidade.

Um dos defensores da tese Democracia e Luta foi o companheiro Toquinho, delegado sindical da Embraer, expressando em sua pe soa, a vontade de lutar do trabalhadore . O 71 voto obtido por Democracia e Luta, repre entam a vontade do atiVistas, que querem um plano de lutas que

aponte para uma grande campanha salarial unificada no egundo semestre, para enfrentar os patrões, o governo e o FMI. Repreenta a vontade de não compactuar com uma Con tituição patronal, não a inando-a. E também a manutenção da democracia interna da CUT, garantida pelos atuai e tatutos. Foi e a di po ição de luta que derrotou a proposta da Articulação, defendida por José Luis, presidente do Sindicato, que obteve 69 voto . A CUT Pela Base obteve 9 voto e 3 trabalhadores e ab tiveram. a votação da chapa de delegado , a chapa formada por Democracia e Luta e CUT Pela Ba e obteve 63 voto e a Articulação, 68 voto.

Contrato Coletivo de Trabalho:

A serviço da luta o do pacto?

Há cerca de três semanas, após participar de uma reunião com patrões da FIESP para discutir a possibilidade de um pacto socIal disfarçado de acordo antiinflação (ver C nf 177), o companheiro Gilmar Carneiro, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e dirigente da CUT, disse o seguinte: "O fato do empre ário buscarem o diálogo com a centrais indicai tem um ignificado hi tórico. I o amadurece condições muito favorávei para a adoção do contrato coletivo de trabalho no Brasil, com ou ape ar do governo" (Jornal do Bra i120/7/88).

Esta declaração de Gilmar traz à tona uma das discussões que deverão marcar o 3f Congresso acionai da CUT, tendo como centro o contrato coletivo de trabalho e as negociações com o governo e os patrões. Isso porque as palavras do companheiro vêm se somar a uma série de afirmações de dirigentes cutistas ligados à corrente Articulação que, em nome da defesa do contrato coletivo, na verdade abrem as portas para o envolvimento da Central com a negociação de um pacto social. A confusão, a partir dai, instalou-se entre os ativistas e lutadores e é tarefa do Congresso Nacional enfrentá-Ia e superá-la, adotando uma posição correta sobre a questão. tem qualquer relaçDocom pacto social ou as pâginas do CS temo de envolvido conciliaçDo de c/asse, porque depende do duras criticas às te es da ArticulaçDo, particularmente em relação ao fato delas resultado da luta concreta e da correlaçiJo desarmarem os trabalhadore em luta, ao de forças real no embate entre patrOes e trabalhadores (... ) niJo é um fim em si privilegiar as pre ões sobre as instituiçõe burgue as - como o parlamento ou mesmo, é um instrumento a mais na luta a justiça -, abrindo caminho para com- pela liberdade e autonomia sindical assoposições com etores dito progre sistas ciado d concepçiJo sindical da CUT, de dos partido patronais, e em relação ao impulsionar as lutas de massas articulando os interesses imediatos dos trabalhaconteúdo ab olutamente antidemocrâtico das sua propostas de alteração do e - dores com a perspectiva histórica do socialismo ". tatutos e de concepção e prâtica sindical. o entanto, em relação ao contrato coleE ta definição é correta. o entanto, o tivo, o que temos a re altar é que deelaraçõe como as de Gilmar Carneiro e que prevalece para dirigentes ligados à chocam até mesmo com o próprio tex- ArticulaçiJo, como Gilmar ou o próprio to de tas te e , que ele defende. elas companheiro Jair Meneguelli, que esteve encontramo a seguinte definição o- pre ente à reunião com a FIESP e a en-. bre o tema: "(O contrato coletivo) nDo do sou: o texto ou a atitude real?

o contrato

coletivo que interessa aos trabalhadores De início, queremo deixar elaro que a luta pelo contrato coletivo de trabalho no . pais, assumida pela CUT, é nece âria.

Ele repre enta uma forma de negociação e de acordo entre patrões e trabalhadore em a intervenção do Estado, o que significaria um avanço real no atual estâgio do movimento sindical, que aponta para sua plena autonomia.

Para os trabalhadores, o contrato coletivo serâ positivo na medida em que incorpore nossas revindicações centrais.

Jamais poderiamos defender um contrato coletivo que nos retira e a URP ou que estabelecesse um redutor para os nos-

os alârio, como querem hoje os patrõe e o governo. Dai decorre que o contrato coletivo ó pode ser encarado corretamente de de a perspectiva da luta. Só atravé dela poderemos arrancar aumentos reais de alârios, a reposição das perdas, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais etc. Todos estes ponto jâ vêm sendo levantados nas greves em curso e dão o norte para a luta pelo contrato coletivo. À CUT cabe armar estas greve com um plano de lutas que as unifique, impulsionando por ai a batalha pelo contrato coletivo, pela ótica dos trabalhadores.

As diferenças entre isto e o pacto social são gritantes. Os patrões nunca cederão àquelas reivindicações sem luta. E o pacto que propõem vi a exatamente impedir esta luta, frear as greves, amordaçar o movimento sindical em troca de um hipotético e impo ivel ponto de consenso o controle da inflação, por exemplo que, como resultado prâtico, erviria apenas para manter o arrocho alarial, garantir eu lucro e manter sua exploração. ão é por outro motivo que, ao mesmo tempo que chamam o indicato a sentarem à me a para negociar o acordo antiinflação, o mesmos patrões da

FIESP, do Comércio e do Campo estão inve tindo na Con tituinte contra todos aquele pontos, acima mencionados.

Aqui reside o erro central do dirigente cutistas que se dispõem a sentar à me a do pacto. Sua atitude indica que ua política concreta não é a da luta pelo contrato coletivo, mas a da negociação com a patronal, em luta. Se não é assim, como o companheiro Gilmar justifica sua participação, ao lado de Meneguelli, na reunião com a patronal pauli ta e, mais do que i o, deelaraçõe como a que a abriu e te artigo? Serâ que o bancârios de São Paulo aprovaram a atitude de eu dirigente?

Negociar sim, mas a partir das lutas Argumentar em defe a desta atitude em nome da nece idade de negociar é errado. Evidentemente teriamo que negociar com a patronal a partir do estabelecimento do contrato coletivo. Ma esta negociação em nada seria diferente daquela que encaminhamos em nossas campanhas salariais e greves hoje. As negociações, quer se dêem com o governo ou com os patrões, são parte necessâria da prâtica sindical. Só um sectârio alucinado poderia negâ-la . O problema é para quê, com que objetivo e como se negocia. Para nós, ao contrârio do qt.e se dâ num pacto social, são as lutas qUt determinam os objetivos da negociação em cada momento, dependendo d::icorrelação de forças, da situação concreta. Qualquer negociação que não tenha por trâs de si a luta e a decião das bases, m última in tância, é por-

Convergência Socialista

ta aberta para a conciliação de ela ses, para o pacto.

Tendo como referência a nece sidade da luta e a deci ão da ba e ,pode-se encarar a que tão da negociação dentro de uma ótica ela i ta. E, da me ma forma, a que tão do contrato coletivo de trabalho, que não pode er encarado, como deu a entender Gilmar em ua declaração, como uma e pécie de pacto ocial nu algo derivado dele, e im como uma conqui ta a erviço da luta. e te sentido, cabe ao no o 3? Congre o acionai definir claramente e te conteúdo cla ista e democrâtico para o contrato coletivo e toda e qualquer negociação com a patronal e com o governo, repudiando categoricamente o aceno de pacto ocial da burgue ia.

-------------------Internacional

Bolívia

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A guerra da coca

Villa Tunari, região do Chapare, departamento de Cochabamba, manhã de 27 de junho. Quatro mil campone e produtore de folha de coca, em pas eata, e aproximam da unidade policial-militar encarregada de iniciar naquele dia o u o de herbicida contra o cultivos. Policiai boliviano, auxiliado por agente da DEA (Drug nforcement dmini tration) do E tado Unidos, di param primeiro obre o manife tante ,com um re ultado de 9 campone es morto , 19 ferido e 6 de aparecido .

Foi mai um epi ódio da grande batalha de encadeada pelo governo norte-americano contra o tráfico de cocaína, que já tem milhõe de con umidores no EUA. Só que até para um nece ário combate ao narcotráfico, o imperiali mo e colheu o caminho mai bárbaro e contraproducente: em vez de atacar o grande da máfia, re olveu acabar com a produção da folha, condenando à morte, de fome ou à bala, o 300 mil campone e da Bolivia, que vivem da produção de coca. Ma o imperiali mo e o governo boliviano recebem em troca uma grande dor de cabeça. O e tado de guerra civil exi tente no campo andino con titui um do principai ingrediente da profunda cri e política que vive a Bolívia.

o Plano de Erradicação do Cultivo de Coca era o único a pecto da in i tente ugestõe ianque obre a economia boliviana que o governo de Paz E ten oro ainda não tinha começado a cumprir.

Afinal, o cu to ocial da ua" ova Politica Econômica", aplicada de de ago to de 1985, jâ vem endo enorme. A Bolívia do "milagre" de Paz E ten oro é um pai com 40070de de emprego (o 28 mil mineiro de 85 são hoje omente 7 mil), 143 por mil de mortalidade infantil, 80070de faminto ... E o M R (Movimento acionali ta Revolucionârio) de Paz, tremendamente de ga tado, ainda tinha no campe inato algum apoio. Além de ter contado com dólare do narcotráfico para eu plano de e tabilização da moeda.

Mas, pe e ã ua boa relaçõe com o "narco ", o governo Paz tem melhore relaçõe com o FMI e o imperiali mo. E teve que e afa tar do primeiro para er mai coerente com o egundo. im, no começo do ano, apre entou, para aprovação no parlamento, a nova ver ao da "Lei de Substância Controlada ", que introduz a novidade de con iderar crime tanto a produção de cocaína como o cultivo da folha de coca. Outra diferença com anteriore anúncio de a lei é que agora vem acompanhada de um monstruoso esque-

ma de controle militar e guerra química na ârea de cocai , que jâ começou. reação campone a "Eles vão ter que matar a todos nós, mas não vamos deixar que nos 'relocalizem' (.) comofizeram com os mineiros", diz um camponê . A re i tência pode er interpretada como envolvimento deste etor com a produção de cocaína e o trâfico. ada mai falo. O movimento operârio e popular boliviano, do qual o campone e ão parte orgânica, tem ab oluta con ciência do papel nefa to do narcotrâfico. Afinal, foram ele que ofreram na carne com o vário governo burgue es amigo do "narco" e e pecialmente com a angüinâria ditadura do general Luí Garcia Meza (1980-1982), que repreentou diretamente a máfia no poder. o entanto, contraditoriamente, o cre cimento vertigino o do narcotrâfico - ã ombra e incentivado pelos ucessivo governo patronai boliviano - po ibilitou que não morre em de fome ao redor de 300 mil família camponesas. ua reação frente ao plano de erradicação e expli a pela grande mi éria a que e tão ubmetido - em crédito, em in umos, sem maquinárias que lhes permitam

coeaina é um gra e problema para de plano repr i o contra o produ a oeiedadenorte-americ8Oa,ond mir da folha de coca.

Ih de dólar giram e multiplicam nova tática é mai barata econOfora do cóntrole 80 ernam ntal. mica e politicamente: Umduzir o con umo da droga lutar condos pOem 300 do doi mll dólares que tra as gr80d máfi do narcotráfico o 80 mo boli 1800 promete pagar - das quai a maior é o famoso Cart I ao ampon por hectare rradi ade edellin, da ColOmbia - e igiria . do e tran ~ re a carnificina das ruas d tanto dinh iro e forço qu o Tio Sam o a lorqu iam I para o campo resolveu mo<hficar a tática. E nada boli i8Oo. O plano é rradicar de S a 8 melhor para o governo ianqu em plemil hectar por ano, até reduzir os no ano eleitoral, qu mo trar rviço atuai 220 mil h tar de cocais a apeeleitorado, ontando u nas mil. t

Na cidade e no campo, trabalhadores resistem aos planos de fome de az stensoro.

ganhar, plantando café ou laranja, o me mo que ganham com a "folha agrada", cujo custo de produção é baratí imo (não exige nenhum tipo de adubo e permite trê colheita ao ano).

Oferecendo doi mil dólare por hectare erradicado - com o quai o camponê e sua família teriam que viver trê ano , prazo nece ârio para e perar a primeira colheita de outro tipo de cultivo - e em acenar com nenhuma mudança na sua politica econômica, que permite a livre importação de produtos agrícola e não dá sub ídio ,o governo boliviano coloca duas opçõe ao camponês: morrer de fome, ou morrer lutando na defe a do eu "cocal". Ele e colheram a egunda.

Desacatar a lei o meio de uma cri e in titucional em precedente de de a po e do atual governo, o campone e de conjunto, repre entando qua e a metade do 7 milhõe de bolivianos, decidiram re istir ao que vier, com o apoio da COB - Central Operâria Boliviana. O mortos de Villa Tunari ão agora bandeira de uma luta que cre ce: o

Convergência Socialista

recente Congresso acionaI da Confederação Campone a aprovou a palavra de ordem de "de acatar a lei" e abriu as porta para um Bloqueio acionaI das Estrada .

"Os gringos que resolvam o problema dos seus viciados", diz um delegado ao Congre o. "Um governo antiimperialista devia fazer os Estados Unidos comprarem toda a produção de coca e queimarem a que se destina à cocaína; com estes dólares, a gente podia financiar a diversificação da produção agrícola", completa, "é a erradicação às custas de matar defome 300 mil pessoas e de pisotear a soberania nacional".

A Bolívia é hoje um vulcão. O trabalhadores da cidade e do campo perderam o medo da repre ão "democrática" de Victor Paz e já não querem continuar como estão - de empregado , faminto , doente -, enquanto o de cima - atolados no lodo da corrupção - jâ não podem agüentar por muito tempo.

(0) Referência ao termo "relocalizaçao", utili. zado pelo governo para mascarar o processo de demissões massivas no setor estatal.