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ão basta que os trabalhadores necessi!em e queiram lutar, como já é evidente. E preciso também que o "outro lado" - os patrões e o governo - esteja em maus lençóis, para que as vitórias sejam possíveis.

Apertado pelos trabalhadores, que resistem à fome, pelos empresários, que exigem soluçõe favoráveis e rápidas, o governo e vê abandonado também pelos eus (ex)aliados incondicionais: os políticos burgue es, que não de ejam se queimar mais com medidas antipopulares em época de eleições. Além do trê ministros ulyssistas que abandonaram o barco, agora é o próprio supermini tro AntÔnio Carlos Magalhães que se distancia de Sarney, dizendo que "o Brasil precisa de autoridade". E os que ficam no governo não estão em melhor situação. Mailson da óbrega, depois de proclamar- e vencedor de uma briga que perdeu - a das URPs -, dis e que poderia "levar um tiro" pelas costas. Um rolo realmente federal.

Orçamento di cutido

o episódio da di cus ão do Orçamento Geral da União comprova a cri e. Ape ar

da aparente unanimidade dos círculos político e empresariais em torno da "austeridade", o governo não conseguiu elaborar uma proposta orçamentária que garantis e um déficit público de 2ClJo do PIB em 89, cifra exigida pelo FMI. O mini tro Abreu, do Planejamento, depois de emanas de reuniões de gabinete - onde os diferentes ministros mostraram estar de acordo com cortes e desmontes, desde que no ministério alheio -, acabou entregando ao Congre so um orçamento que prevê um déficit de 2, 75ClJo. Agora, a previsão oficial e tá questionada por famosos economistas, que apostam que o índice vai passar do. 4ClJo (Marmo Trevisan e Fernando Dell' Acqua). Claro que não e trata de que alguém não saiba fazer contas. Oproblemaéque, com três anos eleitorais pela frente e com a largada da corrida presidencial, governadores, mini tros e burocratas têm compromissos de de embol o de verbas em favor de setores burgue e regionai, importantes

para seus esquemas de apoio (empreiteiras, por exemplo). ão há austeridade possível quando se fala de currais eleitorais. Dificil é prever com seriedade o déficit público.

pendesse de congelar tarifas, podiam tirar o cavalinho da chuva ... Lógico: para garantir os tais 2ClJo de déficit, o governo não pode diminuir as receitas do Estado.

E assim o pacto não avança.

Pacto ameaçado

Trabalhadores re i tem

o governo se indispõe também com a classe que repre enta, como no caso da discussão entre Mailson e representantes do empre ariado paulista. Os burgueses da Fiesp vêm gastando esforços para concretizar um "acordo antiinflação" com lideranças sindicais como Luís Antonio Medeiros, di postas a enganar suas bases com a lorota do congelamento de preços (em troca do congelamento dos salários).

Ma os empresários precisavam conseguir que o governo se comprometesse a congelar as tarifas do serviços públicos e foram cobrar isto do Mailson, num jantar na semana pas ada em São Paulo. O ministro re pondeu que, e o pacto de-

Apesar de toda a crise, Mailson fala gro so e Sarney promete articular um novo bloco parlamentar de apoio ao governo. Uma recomposição deste tipo e até um novo pacote não estão de cartados. O discutível é a eficiência dos mesmos, já que a ituação política do país, e a do governo em particular, está atravessada pelo avanço da resistência operária e popular às políticas oficiais de arrocho. Enquanto o explorados continuarem lutando, novos pacote ou novas bases de sustentação a Sarney têm grandes chances de acabar como o Plano Cruzado e o "Centrão".

A luta da CUT sempre foi política

A nece sidade de participação da CUT nas eleições é uma posição amplamente majoritária dentro de nossa Central. Não só porque a consecutivas eleições que começam neste novembro são conquistas democráticas da no a luta, mas também - e principalmenteporque o debate eleitoral é um momento importantíssimo da batalha pela consciência de classe dos trabalhadore . Batalha que a CUT nunca abandonou. o entanto, a coincidência em torno das eleições no interior da CUT termina aí, nos discurso pela participação. Neste 3? Concut, quando se abrir a discussão obre o tema, vão ficar claras as grandes diferença que exi tem, já que a ArticulaçiJo, majoritária, e opõe a que nossa Central se posicione por um partido ou um bloco de partido , po ição que expre a uma neutralidade incorreta, que favorece eleitoralmente os partidos dos patrõe . Infelizmente, o companheiros

~iiiij"fiifij.

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•

É dever de nossa Central, que representa um setor cada vez

maior e combativo de trabalhadores, pronunciar-se claramente frente as eleições. Na luta eleitoral entre patrões e explorados, cabe à CUT orientar suas bases para votar na opção mais unitária e classista nestas eleições: o Partido dos Trabalhadores.

da corrente de oposição CUT pela Base cometem um erro similar, ao apresentar uma formulação vaga de ''plataforma dos trabalhadores que a CUT exige ser contemplada por quem for eleito". Como e os candidatos dos partidos patronais pudessem contemplar ou cumprir algum ponto de uma "plataforma dos trabalhadores".

Para Democracia e Luta, a CUT deve posicionar-se claramente, chamando o

voto no partido operirio ,única forma real de participar e dar a batalha pela consciência de classe de suas bases. Primeiro, porque, não sendo as eleições terreno dos trabalhadores, é como se a CUT fosse jogar no campo do adversário, onde o "time local", dos patrões, vai usar todos os meios para canalizar o voto operário e popular. Os patrões vão usar os milhões que tiram da nossa exploração; vão usar os meios de comunicação deles;

Convergência Socialista

vão fazer funcionar as máquinas dos sindicatos patronais (como a FIESP e a UDR), intervindo como classe a serviço dos seus partidos. Tudo isso para levar os trabalhadores a apoiar suas propostas de cotinuidade da exploração e da fome ... É justamente por jogar em terreno inimigo que a CUT também deve usar toda sua capacidade de mobilização e autoridade politica para chamar os traoathadores a não confiar nos patrões, defendendo o principio cutista da independência dos explorados frente aos exploradores. ão há neutralidade possível. Qualquer proposta que leve a uma omi são da CUT em relação às opções partidárias estará fazendo o jogo dos partidos patronais. A posição da CUT na eleições deve er clara, como é sua posição nas lutas.

Lutar nas urnas contra os exploradores é votar nos partidos operários, e no que melhor expres a no a independência política: o PT.

---------Sindical-------

....•

Concepção e prática sindical:

Professores em luta

Em Curitiba, a violência policial

o eixo deve ser as ,lutas . operarias

A maioria das teses para o IH Concut incluiram um tema: concepção e prática sindical. Aí se falou de sindicalismo de vanguarda, de sindicalismo de massa, mas na verdade não se tocou na principal questão que divide hoje a prática sindical: se ela deve ser reformista, privilegiando a pressão sobre o parlamento, ou classista privilegiando a luta das massas, econômica e política, contra o governo, o imperialismo e seus planos de fome.

Parece que virou moda massacrar professores em greve. No dia 7 de julho, a Policia Militar carioca inve tiu com cassetetes, e bombas de gás, contra uma passeata de 300 profe ores que tentava se aproximar do Palácio da Guanabara, sede do governo. este último dia 30, cena ainda piores e sucederam em Curitiba, quando 260 policiais militare armado com cassetetes, spray de gá lacrimogêneo e bombas de efeito moral avançaram contra uma pa eata de profe ores, que cumpriam sua terceira emana de greve, re ultando no ferimento de pelo meno 26 pe soa.

Entre o feridos, uma profe ora com queimadura no doi olho e outra que preci ou er ubmetida a cirurgia para a retirada de e tilhaço de bomba de efeito moral em ua perna . E ta última ví-

tima foi ferida quando tentava salvar uma criança perto da qual explodiram dua bombas lançadas pelo policiais.

A pas eata dos professores, engrossada por pais e aluno , chegou a reunir quatro mil pessoas e se dirigia, a partir do centro de Curitiba, para a Assembléia Legislativa, em prote to contra um piso salarial miserável de CzS 31.392,00. A 100metros da As embléia, a polícia montada jogou eu cavalo contra os trabalhadore dando inicio à brutal repre ão.

O re ultado, como no Rio, foi a radicalização da di po :ção de luta do profe ore - que enfrentaram com bravura a PM - e a con olidação da olidariedade da população para com a greve.

Pior para o pequeno ditador do Paraná, Álvaro Dia.

No Rio, greve entra no quatro mês re da diver a regionai ,que e revezaQuando fe há amo e ta edição, o professore cariocas entravam em eu vam, ficaram concentrados no local 86? dia de greve e ua a embléia geral com o objetivo de e vaziar a campanha erno que bu cava ganhar o pai decidia pela continuidade da parali a- do go..... do aluno para o apoio à ub tituição ção. e ta a mbléia, a cat goria pôde do profes or . O objetivo foi atingido: computar uma nova itóri obr o go- a impatia da popula ão foi mantida e a verno oreira ranco. o longo de to- manobra de Moreira fru trada. da a emana pa ada o profe ore reaA continuidade da greve ne ta emalizaram vigília na Rua da Laranjeira, na, já decidida, é fundamental para a na imediaçõe do Palácio da Guanabaorte de ta heróica luta. É que na semara (inicialmente ela e tava programada para o Parque Guile, próximo à ca a do na que vem entram em greve o petroleigovernador, ma um cerco da PM impe- ro e o bancário , abrindo nova perpectiva de u tentação do movimento e diu ali a realização da manife tação).

Diuturnamente, cerca d 200 profe 0-. de vitória.

41

o III Congre so da CUT e dá no marco de uma grave cri e econômica e de muitas lutas dos trabalhadores. A inflação, nos últimos 12 meses, atingiu 500010, graças à política de Mailson e do FMI, e as greves de carteiro , professores e outras categorias, conseguindo derrotar o planos de arrocho e obtendo vitórias, demonstraram a dispo ição de luta dos trabalhadores. É nessa situação que o III Concut vai discutir a politica da Central nos próximo anos.

Pressionar o parlamento?

Diferentes te e foram apresentadas ao Congresso, entre elas Democracia e Lu ta, Articulação, Cut pela Base e Unir a Cidade ao Campo, mas existem duas posiçõe básica , que deverão acender a polêmica no congre o. A principal que tão é: qual deve er o eixo da CUT? A Articulação defende que o eixo de atuação da CUT deve er a pre ão obre o parlamento, a eleiçõe municipai e a uce ão de arney, ecundarizando a greve . Para e te companheiro ,privilegiar a eleiçõe significa fazer com que a luta operária deixe de er apena indicai e pa e a er polltica.

Um exemplo di o foi o que ocorreu na greve dos trabalhadore em proce amento de dado , em Mina Gerai . Para quebrar o movimento, o j .~çlei ral convocou o trabalhadore para garantir a listagen . O indicato, dirigido pela Articulação, defendeu a su pensão da greve alegando a importância da li tagen para as eleiçõ .

Para nó , esta posição é totalmente equivocada pois o terreno privilegiado da luta de classes nao é o parlamento, mas as greve . Somente com a luta poderemo vencer os plano do governo/FMI. I to não ignifica que o trabalhadore não devam participar da eleiçõe . Porém, a participação eleitoral não deve ser o eio, e im a mobilização.

'Convergência Socialista

Avançar

greve

A Democracia e Luta, apoiada por companheiros como Cyro Garcia e Paulo César Funghi, entende que as greves não sao apenas campanhas salariais, e sim uma demonstração politica de massas, capaz de jogar na parede os patrOCse o governo.

Isto ficou claro na greve vitoriosa dos correios.

A greve dos correios colocou em xeque a politica de Mailson e do FMI e quase provocou uma crise ministerial na •• ova República" . A Constituinte, por sua vez, não tocou na reforma agrária, no capital financeiro ou na dívida externa. As conquistas que obtivemos foram fruto, em primeiro lugar, das novas lutas e depois da pre ão obre o parlamentare .

Definir o ei o E ta dua po içõe em conflito - a de pre ionar o parlamento e a de fazer avançar a luta - mo tram que há dua concepçõe no congre o. Uma po ição cla i ta, que entende que ó com uma política de mas a é po ível enfrentar o governo o ímperiali mo, abrindo caminho para a revolução ocial- e uma concepção reformista, emelhante à do PCs. CUT pela Ba e, por ua vez, defende que é nece ário combinar a dua tarefa - pre ionar o congre o e apoiar a luta . no que todo e tão de acordo. Porém, não deixa claro qual de e er a prioridade. Um fato intomático é que, da diferente te e apre entada ao congre o, apena Democracia e Luta apre entou um plano de mobilizações para o próximo p ríodo. É nece ário que o congre o da CUT e po icione por um plano de luta que fa· ça avançar a greve contra o arrocho alarial e o pagamento da divida e terna, não caindo no canto de sereia com que os patrõe e o governo querem no levar - o de aceitar nao apenas a Constituição, mas o regime burguê da ova República, num pacto ocial pilotado por Uly e.

As greves de setembro vêm aí

Quem diz que não existe ascenso?

Tão logo termine o 3? Congre so acionai da CUT, trê grande categorias e tarão preste a entrar em greve em todo o pai : bancário ,petroleiro e previdenciário . Junta , ão mai de um milhão de trabalhadore ,que e ornam ao 4 miIhõe de gre i ta do primeiro emestre. i e tá mai uma demon tração inequívo a de que o a en o e. i te, é poderoso e, obretudo, tende a e aprofundar. o entanto, no ongre o, o ativi tas e delegado pre ente ao CO UT terão contato com opiniõe diametralmente opo ta à realidade e ao fato, que negam o a cen o ou, ao meno , tentam minimizá-lo. A Te e lO, da Articulação, diz claramente que existe em 88 uma "certa reversão na tendência de ascenso das greves, determinada pela recessão e pelo desemprego". E procura fundamentar e ta caracterização com uma comparação numérica entre o grevi ta de 87 e o de 88.

A Te elO demon tra que no primeiro trime tre de 87 ocorreram 345 paralisações com um total de 2.357.116 grevistas, contra 178 greve com um total de 1.077 .144 grevistas no me mo período de 88.

Este método, de comparar números, é bom para determinar se exi te a cen o ou refluxo? ão, não é!

O a cen o deve er medido não apenas em número (e este apontam para nada menos do que cinco milhõe de grevi ta até o final de setembro), ma também na qualidade das greve e na força do golpe que elas con eguem de ferir contra a política de arrocho do governo e do patrõe .

E tanto num ca o como noutro, as lutas de te ano indicam a força do a cen o.

A greve do dias 3 e 4 de maio levou o governo às bordas do impas e na aplicação de sua política alarial quando arrancou de vârios TRTs entenças favoráveis ao pagamento das URP roubadas ou quando conquistou em alguns etores (metalúrgicos da CS , ferroviários do Rio) aumentos que repunham, ao menos em parte, as perdas de abril e maio.

Em julho, o movimento retornou com toda força nas greve do BB, CEF, Correios, Acesita e Eletro uI. E novas vitórias foram conquistadas em todas elas. Nos Correio , por exemplo, Antônio Carla Magalhães. encurralado pela força dos carteiros de São Paulo, teve que conceder um reajuste de 35070, abrindo uma cri e no governo em que o grande chamu cado foi o ministro Mail on da óbrega e eu arrocho arroz-com-feijão. Por fim, o companheiro do BB, CEF e Eletro ui também arrancaram aumento que repõem parcialmente a perda de abril e maio, sempre à revelia de ail on. Tudo a demon trar que o atual ascenso e converte cada vez mais no maior ob táculo, no maior pesadelo do governo, no caminho da aplicação de eu plano de arrocho.

Piquete de greve do Banco Meridional, no Rio: estes e outros quatro mllhoes de grevistas provam que o refluxo nlo existe.

Quem não quer lutar?

Este é o quadro que a Te e lO, Articulação, omite ao afirmar que existe "reverão do a cen o", ou eja, que o trabalhadore não querem lutar. a verdade, ocorre o contrário. A maioria das direçõe dos trabalhadores - e aí e inclui a própria ArticulaçtJo - é que não dão re po tas às lutas no sentido de fazê-la avançar. Com esta caracterização de refluxo, o Sindicato dos Petroleiro de Paulínia, da Articulação, nlo participou da greve nacional de 3 e 4 de maio; o Sindicato dos Bancârios de São Paulo, da Articulação, e colocou contra a greve da CEF depoi que ela já havia sido decidida, retirando São Paulo da parali ação no egundo dia, quando todas a demai agências da CEF no país permaneciam fechadas. Foi i to que levou a Articulação e também a CUT Pela Base a defenderem a não continuidade do plano de luta das e tatai depois de 3 e 4 de maio.

Esta te e do refluxo erve, na verdade, aos qu ,·dizendo que o trabalhadores não querem lutar, deixam de lado as lutas para e dedicar a pre ionar parlamentare em Bra ília e a priorizar a eleições municipai de 88 e pre idenciais de 89.

Contra e ta caracterização e política, o delegado ao 3? CO CUT devem votar re oluçõe que apontem no entido de um Plano de Luta capaz de unificar as podero a greve e campanha alariais, em cur o ou prestes a erem deflagradas. A realidade já demon trou que por e se caminho é po ível vencer.

do as diircçeiel de co seaUKUlrias t ,para nIo luw. j tifieati as para o pacto ariar (a úI fOIa 1l4=c:a1S1 dad de contera o), conteúdo 010. ejam o do pacto an , que cheaou a companheiros Jair enesuelli GiImar C8rneiro - participantes de uma r unilo com a patronal pauli ta no dia 19 de julho com o objetivo de discuti· lo. a época, eneguelli d larou aos jornai que "se alStlT alguma propos-

ta para conter a inj1aç4o, não Importa de onde venha, há possibilidade de se chegar a um ponto comum". !

Ao e i te a menor po ibilidade de trabalhadores e patrOes chegar m a pontos comuns neste terreno. TOD as propostas apresentadas em julho pelo empresário pauli tas r ulta-

Convergência Socialista

I atra da COIllteD~ das o 3~ CO CUT e odiar dara· mente qualquer tentati a d acordo n te tido.

E mais: d e armnar qu o 010 encaminham nto das lutas dos trabalhadores já é uma forma de fazer o pacto na prática, nlo importando as dlTeassinem ou nlo o te to de acordo.

Por i o, contra o pacto 0Cla1, a CUT deve impul ionar perman nt ment no sas lutas contra o plano d arrocho, fome e e piora o do patr do go ema e do I.

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EM DEBATE, DUAS IMPORTANTES RESOLUÇOES PLANO DE LUTAS

CONSTITUINTE

cios patrões Está pronta a nova Constituição. Depois de mais de ano e meio de discussões, os últimos artigos foram votados, em clima de festa, na quinta-feira da semana passada, dia I? de setembro. O texto completo vai ser votado no próximo dia 22, para ser promulgado em 5 de outubro.

A propaganda que o PMDB já começou a divulgar na televisão mostra como a "Constituição Primavera" vai ser usada pelos partidos dos patrões: para convencer os trabalhadores de que ela vai resolver os seus problemas. Assim vai ser feita a campanha para as eleições municipais este ano, e para tentar levar Ulysses à presidência no ano que vem. Para isso o PMDB e os outros partidos patro-

nais querem o nosso acordo, a nossa assinatura no texto final.

Se não vamos nos dobrar, é melhor não assinar Ao contrário do que dizem os patrões, os direitos dos trabalhadores, contemplados na Constituição, são fruto das nossas lutas. No entanto, a nova Carta consagra a propriedade privada, a exploração capitalista, a submissão do país ao imperialismo. Não só não faz a reforma agrária, mas a impede. Não garante o emprego nem a organização sindical plenamente livre. Reafirma a tutela militar sobre o Estado e a intervenção

das Forçcas Armadas nos conflitos internos.

A Constituição é a organização legal dos patrões Porém, mesmo que a Constituição fosse mais progressista do que é, deveria ser assinada pelos representantes dos trabalhadores? Não, porque toda Constituição capitalista é um pacto econômico, político e social, um grande acordo sobre como organizar o Estado burguês e como governá-lo. E não cabe aos trabalhadores firmar nenhum acordo para organizar a exploração patronal sobre os pr6prios trabalhadores.

Nesta mesma página, publicamos

uma entrevista com o companheiro Ricardo Napuri, que foi deputado constituinte no Peru. Lá, e com uma Constituição muito mais' 'avançada" do que a do Sr. Ulysses, os partidos de esquerda não a assinaram, porque consideraram, corretamente, que ela não deixava de ser o instrumento da dominação e exploração capitalista sobre a classe trabalhadora.

Também aqui no Brasil, as organizações dos trabalhadores, a começar pelo Congresso Nacional da CUT, devem repudiar claramente esse grande pacto. E exigir que os partidos operários - o PT, o PCdoB, o PCB - e todos os constituintes que se colocam ao lado dos traba- . lhadores aio usinem a Cons"tuiçio!

o exemplo do Peru

"A esquerda não assi nou !"

Convergência Socialista entrevistou o ex-senador Ricardo :3 Napurí, que, em 1978, foi deputado à Constituinte do Peru.

Participou da Comissão de Ordem Econômica e foi o representante ~ da esquerda na Comissão de Redação. j Convergência Socialista - Como foi o processo da Constituinte no Peru?

CS - Como foi a participação dessa esquerda na Constituinte?

Ricardo Napurí - Foi a mobilização revolucionária do proletariado e das massas, em 1977 e começo de 1978" que obrigou a ditadura militar a convocá-la. Vários setores Jogo denunciaram essa convocação como fraudulenta, porque visava s6 redigir uma Constituição nos termos do acordo feito entre o governo militar, a APRA (partido do atual presidente Alan Garcia) e o Partido Popular Cristão, de direita.

O peso da esquerda na Assembléia foi alto, justamente porque se vivia uma situação revolucionária. Apesar da repressão, os partidos de esquerda obtiveram 36070 dos votos. A FOCEP, uma frente formada pelas organizações trotskistas e por setores operários, camponeses e estudantis, obteve 210J0 dos votos reais, e 12 delegados (num lotai de cem) na Constituinte. A FOCEP levantou a histórica "Moção Vermelha", que exigia o fIm da ditadura militar e que a Constituinte assumisse o poder.

Ricardo Napuri - Tem gente que vai para a Constituinte com a idéia de apenas redigir uma ConstituiçãO, de acordo com os compromissos assumidos com o governo ou com os partidos majoritários. Se os partidos majoritários são burgueses, quem for com essa idéia vai fazer oposição a tal ou qual artigo, mas não vai poder ir além disso . Nós, no Peru, dissemos que a Assembléia Constituinte devia ser um ponto de apoio para a mobilização das massas.

Quando discutíamos um artigo - direito de moradia, de sindicalização - essa discussão era levada às ruas e servia de impulso às lutas concretas ( ... ) Houve organizações que se reivindicavam da esquerda que procuraram se manter dentro dos limites fixados pela convocação . Lutaram para fazer uma Constituição mais progressiva, leis mais· favoráveis as massas, tentando ganhar os trabalhadores para a idéia de que isso bastava para que fossem cumpridas pelo governo burguês .

CS E como ficou a Constituiçio?

Houve conquistas importantes para os trabalbadores?

Ricardo Napurí - Ficou uma Constituição democrática relativamente avançada. Os burgueses não podem mais se opor a conquistas como a jornada de oito horas, a garantia de trabalho, o ensino gratuito, o habeas-corpus, os direitos e garaIltias conquistados na luta de classes. Então concedem esses aspectos menores, numa Constituição, mas não cedem no fundamental, por exemplo o papel das Forçcas Armadas.

CS - E. afinal. vocês assinaram essa Constituição?

Ricardo Napurí - O partido comunista, o maoÍsta e dois grupos nacionalistas pequeno-burgueses queriar.1 assinar, sob pretexto de que é preciso manter-se no quadro democrático, da formalidade imposta pela ordem da burguesia. Nós demos uma batalha política e dissemos que ninguém que se rei-

vindique da classe trabalhadora. das massas, dos explorados e oprimidos, da luta antiimperialista pode assinar uma Constituição burguesa - burguesa porque defende o Estado burguês, as relações de subordinação desse Estado ao imperialismo, a propriedade privada ... Dissemos que quem assinasse isso estaria se comprometendo historicamente e virando as costas aos trabalhadores.

Felizmente, ganhamos o conjunto da esquerda para essas posições. Os 36 delegados constituintes da esquerda não assinaram a Constituição, só os burgueses. E não aconteceu nada. Salvamos a posição de princípio, e a maioria aprovou a Constituição que depois foi promulgada. Mas era muito importante educar as massas no sentido de que seus representantes políticos não podem de maneira nenhuma criar um sistema de organizações ou de leis que, afinal, são dadas pela classe governante, não só para realizar a exploração, a opressão, como também para reprimir os combatentes sociais e políticos que , de alguma forma, enfrentam essas leis.

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onlra O arrocho e a lo..eI O governo ataca. Os trabalhadores necessitam e estão dispostos a resistir. O 3? CONCUT deve responder à necessidade e à expectativa da base, votando um plano de lutas, que organize os próximos passos do combate contra a fome e a dependência impostas por Sarney e o FMl. Um conjunto de resoluções que garanta vitórias imediatas, que preveja os possíveis novos ataques do governo e prepare os trabalhadores para sair na frente, defendendo suas condições de vida e

A vitória de todos depende da vitória dos que Iutam agora: todo apoio às greves!

Neste momento, o professorado do Rio e do Paraná enfrentam semanas de greves duríssimas. Sua luta não é específica, porque combate o mesmo arrocho que sofrem todos os trabalhadores. Uma vitória do magistério do Paraná, por exemplo, não seria sÓ uma vitória particular dos lutadores, porque, dobrando Álvaro Dias, estaria contribuindo para enfraquecer o esquema político-econômico do governo federal. O efeito geral de uma vitória específica ficou mais que comprovado com a greve dos Correios de São Paulo.

A CUT, seus sindicatos e ati vistas devem tomar as greves existentes como o que são: suas. É hora de preparar campanhas políticas de apoio às greves, arrecadando fundos, ajudando nos piquetes, na propaganda, colocando a infra-estrutura dos sindicatos a serviço do triunfo de todas as categorias. Porque a vitória de uma categoria ainda pequena, no Acre, em Goiás ou no Rio, é mais um passo para que os trabalhadores derrotemos a política de fome de Sarney e do FMI.

A unificação das mobil izaçôes é fundamental para vencer: Jornada Nacional de Luta dos Trabal hadores da Cidade e do Campo!

Logo depois deste Congresso, tem inicio uma nova onda de grandes mobilizações.

Os bancários começam sua greve nacional por tempo indeterminado no dia 14, os petroleiros partem para a briga dia 13 e os previdenciários no dia 22. Junto com eles, muitas outras categorias necessitam arrancar do governo a reposição das perdas sala.riais, mas talvez não tenham organização ou uma direção combativa que as oriente.

A CUT, a central dos que lutam e querem , lutar, tem a responsabilidade de dirigir e contribuir para a vitória destas grandes greves já votadas, aproveitando o novo ciclo aberto para mobilizar categorias que possam conquistar a reposição. Não se trata sÓ dos que têm data-base no segundo semestre: além da Campanha Salarial unificada, é necessário pôr em movimento, nas ruas, nos piquetes, nos fundos de greve, as categorias mais importantes, todos os culistas, da base. da direção, urbanos e ru-

Dirceu, ao

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de trabalho. Com este cronograma de mobilizações nas mãos - que possa fazer vencer os que lutam hoje com o apoio combativo de todas as categorias cutistas - os milhares de delegados do .3? CONCUT poderão voltar a seus estados e regiões orgulhosos deste Congresso.

Porque. comum plano de lutas, a CUT terá sua grande arma para crescer e fortalecer-se, sempre na guerra contra os que só têm pacotes e miséria para nos oferecer_ rais. A CUT deve unificar esta avalanche, num grande dia de mobilização, votando urna Jornada Nacional de Luta dos Trabalhadores da Cidade e do Campo para o próximo 21 ou 22 de setembro. Dia que pode ser decisivo para o triunfo dos bancários, petroleiros, previdenciários e de todos os que lutem. Triunfo que será da CUT e dos trabalhadores.

Contra o anunciado pacote: greve geral para barrar o arrocho!

Apesar de sua crise e da resistência cada vez maior e mais aguerrida dos trabalhadores, o governo Sarney-FMI não desiste de seus planos de salvar Ocapitalismo brasilei-

ro às custas da ampliação da fome e da miséria. Assim, os vais-e-vens do gabinete de Sarney não o impede de pretender sair com um novo pacote econômico, que facilite o pagamento da dívida externa graças a cortes nos salários, desemprego e entrega de empresas estatais. Por isso, é importante mas não suficiente que a CUT mobilize agora e garanta os triunfos das lutas atuais. É preciso prever e antecipar-seraolinimig?

Nossas possíveislConquistas estariam arnscadas de perder-se caso não estejamos preparados para resistir com força ao novo pacote de fome. O 111 CONCUT deve rechaçar categoricamente o pacote e preparar os trabalhadores para enfrentá-lo, aprovando a realização de um dia de greve geral, tão logo fosse decretado. Se nossa arma é a greve, ataquemos de canhão pra impedir que o FMI consiga impõr sua vontade.

sobre o Plano de Lutas:

•• A CUT eleve to.ar

a illiciativa" O companheiro Dirceu Travesso, diretor do Sindicato dos Bancários de São Paulo e membro da Executil'a estadual da CUTSP, é defensor da Tese Democracia e Luta. Neste depoimento ao CS. Dirceu explica os pontos centrais do Plano de 1.lIlaJ proposto·por nossa corrente ao 3? CONCUT. '"Nesta situação, de incremento das lutas e crise no governo, a CUT não pode deixar que as greves fIquem isoladas, dependendo só da garra - que é muita - dos trabalhadores. O caso dos Correios de São Paulo é um exemplo da possibilidade de fazer retroceder o governo. Mas também é, infelizmente, exemplo de uma falta de apoio mais efetivo. Para nós, apoio não é discurso na hora da greve. É muito mais que isso. É ver todas as lutas como lutas da CUT e jogar tudo para que elas ganhem.

O mesmo acontece com a unificação das

lutas. que não pode ser entendIda somente corno marcar manifestações conjuntas das categorias em greve. Unificar efetivamente significa fazer a CUT pôr as mãos no fogo pelas vitórias. Significa, por exemplo, que '.) Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo faça - combinada com as lutas das outras categorias - uma passeata pela reposição salarial, ainda maior que a que fez para pressionar a Constituinte. Significa mobilizar os trabalhadores do campo. iniciando uma campanha nacional pela terra, roubada pelos mesmos que rou-

bam o salário dos trabalhadores urbanos.

Nós propomos também um pronunciamento daro do 1lI CONCUT contra qualquer pacote econômico do governo. É uma forma de dizer ao inimigo que estamos alertas e de prevenir as bases para resistir ao ataque. E a resistência a um grande ataque só pode ser efetiva através de um Dia de Greve Geral. A CUT tem que tomar a iniciativa, não deixar que o governo se adiante e cumpra uma vez mais as ordens de fome do Fundo Monetário. "

MAURO PUERRO: onvergência

I~SJ)I~;lAl ociali ta

- Nos congressos da CUT do Rio de Janeiro e de São Paulo, foi formado um bloco de ofXJS;çãoàs propostas defendidas pela Tese 10 (Articulação). É posslvel a manuten-

ção desse bloco no Congresso Nacional?

"Formar O bloco de oposição" Os delegados presentes ao 3!' Congresso Nacional da CUT têm um desafio: manter uma das principais conquistas de nossa central, a democracia operária, que sempre prevaleceu em seu interior. esse método, foram educados milhões de ativistas. Com esse método, as lutas foram impulsionadas e conseguimos grandes vitórias. É essa democracia - fundamental para o fortalecimento da CUT - que está sendo ameaçada agora pelas propostas apresentadas pela Tese 10, de Articulação. No Congresso estarão presentes milhares de delegados que defendem as teses de Democracia e Luta, Cut pela Base, Unir a Cidade e o Campo e Sinpro ABC, que discordam da Tese 10 e querem manter a democracia em nossa central. Essa unidade pode ser a base para consolidar um poderoso bloco de oposição que derrote as tentativas antidemocráticas de Articulação. É sobre essa necessidade que nos fala Mauro Puerro, vice-presidente da CUT Regional São Paulo e defensor da Tese Democracia e Luta.

Mauro Puerro ão só é possível como necessária. E é assim porque, em primeiro lugar, os companheiros da Te e 10, com sua proposta de mudança global dos estatutos, querem fazer uma nova CUT, antidemocrática, em que a participação da bases diminua sensivelmente. Uma CUT em que a direção terá, exclusivamente, o poder de deci ão. Em segundo lugar, porque a Te e 10 não apre enta nenhum plano de luta ,deixando os trabalhadores entregues a sua própria sorte, em uma direção e centralização nacionais.

Nós, de Democracia e Luta, somos contrários a e sa política, que de trói a democracia em no a central, desarma os trabalhadores e capitula a uma Constituição pró-imperialista e reacionária. Mas não somos só nós. As outras te es apreentadas também se opõem a e e pontos, como ficou demonstrado em vário congressos estaduais e regionais. É com base nessa unidade contra as principais teses defendidas por Articulação que pode ser formado um bloco de oposição no Congresso Nacional.

A unidade e dá na proposta de que a CUT deve posicionar-se pela não assinatura da Constituição. Na apresentação e defe a de um plano de lutas de apoio às greves e pela unificação das campanhas

salariais. E, principalmente, no posicionamento contrário às mudanças estatutárias propostas pelaArticulação.

Es a unidade política ocorreu no Congre so Estadual da CUT de São Paulo, onde os delegados de Democracia e Luta e Cu t pela Base - teses que aglutinavam a maioria do delegados de oposição -, junto com os companheiros que defendiam as teses Sinpro ABC e Unir a Cidade e o Campo, constituíram um bloco com e se acordo político nos grupos e em grande parte da plenária. Infelizmente isso não se concretizou na formação de uma chapa única de opo ição.

C - Essa chapa será formada no Congresso Nacional?

Mauro - É e sa a nos a propo ta. Pensamo que aqueles que estão contra as mudanças defendidas pela Articulação devem e unir em uma chapa unitária de oposição, que surja como uma alternativa de direção para a CUT diante de todos o trabalhadores.

A fragmentação da opo ição, sua divi ão em várias chapas, enfraqueceria os setores que se opõem .} Articulação e sua orientação dentro da CUT. Por isso, não constituir e sa chapa, e.n base a uma sólida unidade política dada pelos três pontos anteriormente citados, seria perder uma grande oportunidade.

Mas que isso: não formá-la seria privilegiar diferenças, que existem, mas que neste momento são secundárias, em detrimento da unidade que hoje é fundamental para defender a CUT democrática, pela base e de luta que todos construímos nesses últímos cinco anos.

5a ram a ditadura, e igindo "Direta Já". e e ano, em ago to, om a pre ença de 5260 delegados, foi realizado o 1~ ongre o da T, que além de denunciar a traição burgue a d eleger o pre idente da República via Colégio Eleitoral, repudiou a candidatura pre idencial de Paulo Maluf e Tan redo ev . d bilidade de e congre o fi ou por anta da não apro\ a ão de um plano de luta qu unifica e a campanha alariai m cur o, em dir ão à gre e g ral.

Vitória da democracia

Repúdio à conciliação Em 1984, a ma

a na rua derruba-

Pl r ,qU.lOOIO go\erno da o a R publi a de pejava ua demagogia m cima da população, realizou- e o 2? Congre o da CUT. Era o mê de ago to de 1986. Delegado de todo o paí (5.182 no total) reuniram-se no Rio de Janeiro para organizar uma nova ofen i a contra o plano de arrocho da patronal e do governo e denun-

ciar o Plano Cruzado.

A grande marca d e congre o foi a itória da democra a operária contra o plano da di eção nacional da CUT, que pretendia Imitá-la, apro\ ando alteraçõe em u taluto, como congre o nacionai d 3 em 3 ano (atualmen

te é de 2 em 2) ou a ampliação do delegado de diretoria em detrimento do eleito pela ba e. inda ne e congre o, urgiu, pela primeira ez, um bloco de opo ição contra a direção nacional, que obte e - dividido em duas chapa - 400/0 do ato.

r

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500 aniversário de fundação da Quarta No dia 2 de setembro, comemorou-se ~t . tros combatentes revolucionários em Internacional, criada por Leon Tro:~k! t:;~r::sZ; foi o responsável por uma grande 1938. Nome maldito para os sta mls., á el ela construção do socialismo, em herança para os trabalhadores: a luta '~cans ~ n:'anutenção da democracia operária. combate permanente contra a burocracIa e ~ com muita freqüência nos jornais e, na Atualmente, o nome de Trotsky tem aparec~';t ção Para saber o que é o trotskismo União Soviética, al~uns defendemdsua;~~e~s~~esd~ legado do velho lutador. hoje, entrevIStamos alguns os eJ'

Claudinei Watanabe, carteiro, diretor da CUT Estadual/SP, dirigente da greve do Correio de ão Paulo de te ano. uÉ impul ionar a luta do trabalbadore contra o governo, o patrõe e o FMI. Foi o que aconteceu na nossa greve. Durante um mês, lutamos contra os baixos salários impostos pelo governo para pagar a dEvidaexterna. Foi uma luta difEcil, mas vencemos. E o conseguimos porque não demos um minuto de trégua: organizamos nosso fundo de greve, nosso comando para dirigi-Ia, ospiquetes para impedir os fura-greves e diariamente estávamos reunidos na Praça da Sé, além de contarmos com o apoio da CUT e com a solidariedade dos trabalhadores de outras categorias. E aprendemos uma lição importante: é através da luta que o trabalhador consegue derrotar os patrDes e obter suas reivindicaçDes. Essa lição simples sintetiza um dos principais ensinamentos do trotski mo".

Bernadete Menezes, diretora da Associação dos Funcionários da Univer idade Federal do Pará, candidata a vice-prefeita de Belém pelo Partido do Trabalhadore , dirigente da greve da e tatai de te ano no dias 3 e 4 de maio. "É defender a independência da cI trabalhadora, como na batalha que travamos recentemente no PT contra as coligaçDes com os partidos patronais.

Como na defesa de que a maioria das chapas petistas fosse composta pelos mais destacados lutadores de nossa c/asse. Ser trotskista é defender que os militantes do PT, da direção à base, passando pelos parlamentares, coloquem-se a serviço das lutas dos trabalhadores. er trotskista hoje é, ainda, lutar pela não assinatura de uma Constituição pró-imperialista e reacionária, que mantém a exploração burgue a e legitima o latifúndio, enquanto milhares de trabalhadores sem-terra lutam pela reforma agrária".

Toquinho, operário metalúrgico, diretor da CUT Estadual de São Paulo, dirigente da greve da Embraer, em São José dos Campo. uÉ lutar pela mai ampla democracia operária, pelo direito dos trabalhadores de base discutirem e decidirem com liberdade os rumos de suas greves, de seus sindicatos, de seu partido. A democracia é uma necessidade do movimento operário, já que dez cabeças em luta pensam melhor que a de um só dirigente, e cem têm mais possibilidades de acertar na decisão e chegar à vitória que dezfechados num gabinete. Por isso, apoiamos a criação do Solidariedade, na Po16nia, e da CUT, no Brasil, ambas as centrais empenhadas em derrotar os pelegos de seus pafses. Essa luta intransigente se expressa hoje no Congresso da CUT, em nossa defesa da manutenção do seu estatuto, que garante a democracia em nossa central".

Joana de Oliveira, viceGeraldo, vice-presidenGuilherme Haeser, direpresidente da entidade es- tor do Sindicato dos Ban- te do Sindicato dos Petrotadual dos profe ore de cários do Rio de Janeiro, leiros de atai e dirigente anta Catarina e dirigente dirigente da greve das esta- da greve de sua categoria da greve de sua categoria tais dos dias 3 e 4 de maio no dias 3 e 4 de maio. de 1987. deste ano. "É entender que me mo "É compreender que a "É con truir a interna- as reivindicações minimas luta do trabalhadore é in- cional operária que dirija do trabalhadore ó podeternacional. Que as mobili- mundialmente a luta do rão r realmente conqui zaçDes dos palestinos con- trabalhadore contra o tada com a vitória do otra a opressão de Israel, fipatrõe e o burocrata, ciali mo em todo o mundo. nanciada pelo imperialis- para con truir o ocialiIsso significa que o capitamo norte-americano, formo. Esta é uma tarefa anti- lismo é incapaz de nos dar talecem as greves dos traba- ga, em que Marx e Engels, condiçDes de existência lhadores brasileiros contra os fundadores do socialis- dignas de um ser humano. os planos econ6micos de mo, se empenharam há Como petroleiro, sinto isso arney, ditados pelo FMI, mais de século. É uma ilu- na pele. Porque os goverque, por sua vez, também são pensar que qualquer nos não investem em seguluta se resolve nos meros rança, acontecem os desasreforçam a luta do povo chileno contra a ditadura marcos nacionais. Os pa- tres nas plataformas, em de Pinochet, mantida pela teDesestão organizados em que morrem muitos de nós. grana dos Estados Unidos. nível mundial, sob a di- Para conseguir que nos pareção do imperialismo norInternaciona/ismo, uma te-americano. E os buro- guem a URP somos obridas marcas registradas do cratas que dirigem os esta- gados a fazer greve em citrotskismo, é saber que as dos em que a burguesia foi ma de greve. E isso acontelutas, todas elas, vão con- expropriada - como a ce no mundo inteiro, pois tra um só inimigo, o impe- URSS-cada vez mais ata- cada vez mais a situação do rialismo, principalmente o cam as conquistas dos trabalhador piora. Como ianque. E que, por isso, os operários. o meio de tu- trotskista, não acredito na trabalhadores precisam se do isso, só os trotskistas reforma do capitalismo. unir cada vez mais para têm uma visão c/ara: o so- Ou ele é derrotado pelos cialismo será mundial, ou trabalhadores ou é o aproaplicar um golpe mortal nos patrDes e destruir as' não será. E a Quarta Inter- fundamento da miséria da barreiras nacionais que os nacional, apesar de ainda maioria dos habitantes de separam, para construir o pequena, é a única que se nosso planeta". propDe a levar esta luta socialismo ". adiante".

Convergêôcia Socialista

Três prgpostas de mocoes ao 3~Congresso

A favor das lutas, contra a armadilha da "paz mundial" Os trabalhadores lutam como nunca: no Brasil, na Argentina, no Panamá, em todos os países latino-americanos, contra os plano de fome do eus governos patronais e do FMI; na icarágua, em El Salvador, contra as tropas mercenárias ou os grupos de ultradireita, financiados pelos Estados Unidos; na África do Sul e na Palestina, contra regimes racistas e fascistas, pontas de lança do imperialismo.

Este a censo gigante co atinge os pr6prios paises imperialistas e as greves operárias chegam aos paises da Europa e aos Estados Unidos. E e estendem até o paises socialistas, como na PolÔnia, na Iugoslávia ou na Armênia, contra os planos de arrocho dos seus governo burocráticos.

A armadUba da "paz mundial" É neste quadro internacional, marcado pelo avanço da revolução, que Reagan e Gorbachev celebram eu acordo, apresentados ao mundo como passo rumo à paz.

Estes acordo e a "paz mundial" devem ser claramente discutidos neste 3«;1 Congresso acionaI da CUT, porque algumas das teses apresentadas (particularmente a 8 e a 10) se alinham em seu favor.

Para n6s trata- e de um erro grave, poi a campanha pela "paz mundial" do imperialismo e da burocracia oviética joga, em relação ao a cen o mundial do trabalhadore , o me mo papel que o pacto 0cial do governo e do patrOe joga em no sas greve . O objetivo do imperiali mo e da burguesia com um ou com outro é o mesmo: frear as mobilizações e manter a exploração. Ao se colocar contra a mobilização em nome da "paz", a burocracia ajuda a manter a situação de mi éria e exploração. o caso da "paz mundial", seu caráter de pacto salta aos olho . Foi em nome desta "paz" que a URSS cortou O fornecimento de petr6leo à icarágua, pre sionando o governo sandinista a a sinar um acordo de capitulação com o contras, que lhes garante até mesmo uma base territorial pr6pria no pais. Em nome desta "paz" , a URSS pressiona a guerrilha salvadorenha para a deposição de armas diante dos bandos ultradireitistas.

Igualmente, sempre na defesa da pretensa paz, a URSS reconhece o Estado de Israel e o seu direito a usurpar e ocupar o territ6rio que pertence legitimamente ao povo palestino.

O que existe sob a máscara da "paz mundial" nada mais é do que a coopera-

lSpam

este Congresso, a CUT deve mtIt~rlalizar seu apoio à luta mundial da classe trabalhadora com moções que reflitam nosso compromisso com sua vitória. Entre estas, destacamos três, de apoio às mobiliz.ações na Armênia, na Polônia, e na Palestina pela sua importância para todo o processo de luta dos trabalhadores do mundo.

ção entre a burocracia e o imperialismo contra a revolução mundial.

Todos n6 , trabalhadores, queremos a paz. Mas esta s6 pode er alcançada com a derrota do imperialismo, que é quem provoca e mantém, permanentemente, a guerra suja em todo o mundo contra os povos oprimidos e a classe trabalhadora. Guerra contra-revolucionária declarada, como nos casos do Vietnam, de Granada, do apoio financeiro e militar aos contras nicaraguense , ou não declarada e nem por isso menos cruel, sob a forma dos plano de fome impostos pelo FMI, que no levam à miséria e à aniquilação das minimas perspectivas de uma vida digna.

A pr6pria burocracia soviética mostra qual é a sua concepção de "paz" ao reprimir violentamente a luta do povo da Armênia ou as greves do her6icos operários poloneses.

Recentemente, uma nova onda de greves agitou a PolÔnia. A luta, iniciada pelo mineiros da Alta Silésia, se estendeu rapidamente a outros milhares de trabalhadores em todo o pais, exigindo, entre outros pontos, aumentos de salários - deteriorados pela inflação - e o reconhecimento legal do sindicato Solidariedade, lançado na clandestinidade pelo golpe gorila de Jaruzelski, em 1981.

A Central Única dos Trabalhadores apóia incondicionalmente esta luta. Somamos nossas vozes e nossos esforços

aos heróicos trabalhadores da PolÔnia, exigindo a imediata legalização e reconhecimento do Solidariedade.

O 3? Congresso Nacional da Central Única do Trabalhadore e olidariza integralmente com a luta do povo da Armênia pelo seu direito à unidade e à autodeterminação nacional. Isso hoje se concretiza no respeito à liberdade de decisão do povo armênio e, sobretudo, na reincorporaçAo da província de Nagorno Karabkh à República Armênia. Este direito elementar e inalienável dos p0vos de estabelecerem suas pr6prias fronteiras é um requisito indispensivel para

que prevaleça a democracia, pela qual estio lutando milhOes de trabalhadores na Europa do Leste.

A her6ica insurreição dos trabalhadores palestinos dos territ6rios ocupados por Israel demonstrou aos olhos do mundo o verdadeiro caráter do Estado sionista, de braço armado do imperialismo no Oriente Médio. O 3~Congresso Nacional da CUT se solidariza incondicionalmente com a luta do povo palestino e da OLP, exigindo a total e imediata retirada de Israel dos territ6-

rios ocupados e a criação de uma nação palestina laica e democrática.

Po ições equivocada Por este motivo, não temos acordo com a Te e 10, da Articulação, quando defende a "paz" sem repudiar os acordos Reagan-Gorbachev e quando diz que "as modificações no campo socialis ta poderão trazer novas conquistas para a construção do socialismo ",

Tampouco podemo ter qualquer acordo com a Te e 8, Unir a Cidade e o Campo, que defende que "A CUT participará de todas as iniciativa e encontros em defesa da paz mundial e contra a corrida armamentista"o E tes companheiro que-

rem a "paz mundial" quando o que está em jogo é a sorte e a vit6ria da revolução mundial, condição para que a verdadeira paz seja alcançada pela classe trabalhadora.

Contra esta visão equivocada, a CUT deve se colocar decididamente a favor da luta dos trabalhadores de todo o mundo, contra a exploração imperialista e a dominação burocrática. Deve apoiar a luta dos trabalhadores da África do Sul contra o regime do apartheid. Deve apoiar a luta dos trabalhadores da Nação Palestina e da OLP contra o Estado de Israel. Deve e colocar na defe a da revolução centro-americana contra as agressOes do imperialismo e suas tentativas de derrotá-la pela via da negociaçOe. Deve apoiar a luta dos trabalhadore polone es e do povo armênio contra o regime burocrático.

E deve, finalmente, repudiar os acordos Reagan-Gorbachev, que buscam frear estas me ma lutas. o

Convergência Soci~lista

ntipatronal e antipelega, a CUT na ceu para lutar. e atam nte por i O na eu democrática. que em a participação da ba e na deci õe ,no a entrai e veria privada da ua capa idade de implementar a política e a re oluçõe votada no eu organi mo e congre o.

Poi e ta me ma democracia interna da o Central- e pre a pelo eu atuai e ta- ~ tuto - e tá ameaçada ne te 3':' CO - oti.

CUT pelas propo ta e tatutária apre- A democracia de base deve continuar sendo a marca da curo entada pela Te e lO, daArticulação. este critério já tive e ido aplicado, não Verniz de esquerda rticulação quer alijara ba e da teriamo neste 3':'CO CUT oito mil dedeci Õ legados, mas tão omente 1.500. E e ele Para ma carar estas propostas burofor aprovado agora, e te será o último cráticas e antidemocráticas, Articulação O fio condutor de ta propo ta é a di- Congre so onde você ,lutadores e ativis- se vale de uma linguagem de esquerda. minuição brutal da participação da ba e tas delegados, poderão decidir os rumo Diz que a CUT deve atingir milhões de nas deci ões no interior da CUT e a cen- da Central. trabalhadore e não o milhares que partralização qua e que absoluta de ta deciA contrapartida também é clara. Ao ticipam do congre sO. ó que se "e sõe nas mãos da direção. defender que os delegados ao Congre o quece" de dizer que este milhares são o Articulação amplia o intervalo exiacionaI não sejam mais eleito nas a - piqueteiros das greves, o ativistas que tentes entre nossos congressos, fixando sembléia de ba e e sim nos congre os es- implementam as resoluçõe dos nosso taduai , Articulação bu ca aumentar o congre O. Sem estes milhares, dificilo nacional de trê em trê ano e deixando pe o da direçõe no máximo fórum de mente atingiremos os milhõe . o regionais e e taduai a critério de sua deci ão da CUT. Além dI o, confere direções, que podem convocá-lo em até direçõe regionai e e taduais o poder de um prazo máximo de trê anos. PraticaEla diz também que os e tatu tos atuais mente alija a participação das opo ições decidir o número máximo dos delegados estão superado , que vêm do tempo da sindicais e. ao lado dis o, esvazia estes con- aos eu congre so . Ou eja, não é mai o Comissão acionaI Pr6-CUT, na qual cre cimento da CUT e o tamanho da base e tavam o pelegos da atual COT, e que gre o ao determinar que seu delegados que determinam o tamanho dos congre - devemo deixar para trás a fa e da "CUT não erão mai eleito em ba e ao número os, ma a vontade onipotente da dire- referência" e avançar para a "CUT estrude trabalhadore de cada categoria e im em ba e ao número de indicalizado . Se ções. tura ", já que para lutar é preci o organi-

zar a CUT. Só que novamente e "e quece" de que o pelego romperam a Pr6CUT em 83 exatamente porque não queriam uma central democrática para lutar (eles não aceitavam a participação das oposições sindicais) e de que, para lutar melhor, o que preci a er mudado não são o atuai e tatu to (que sempre erviram às nos as greve e mobilizaçõe ) e sim a politica da maioria da Direção acionaI da CUT (vale dizer, da própria Articulação).

Para nós, a CUT deve seguir aprofundando a organização de base. I o quer dizer, por exemplo, avançar na con trução dos comitês de fábricas e de empreas, dos comando pe greve em cada categoria, preocupações que inexistem para a Articulação. Para ela só existe a neces idade de destruir os estatutos democrá- .. ticos da CUT.

Paulo Cesar Funghi, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte:

rr riFf

r;-~ r:.- r:.-ríí rf CrC~r:-

{r;- { r:.-r~r:-cr'r;-r:Fr;-rir:- ~-.-•• o Congre o Regional da UT de B lo Horizonte urgiu a primeira re po ta unitária contra o ataque à democracia interna de no a entrai promovido pela Articulação com ua propo ta de mudança do e tatuto . O delegado alinhado com a Te e Democracia e Luta, CUT Pela Da e e Unir a Cidade e o Campo - que junto p rfaziam a maioria do ongre o Regional - não Ó votaram contra tai propo ta , como compreenderam a nece idade de e con truir um forte pólo em defe a da democracia interna no 3? Congre o acionaI. Por i O chamaram ativi ta ,dirigente indi-

cai e delegado de todo o paí a e unir em torno de te objetivo central. O Manifesto de Belo Horizonte, produto do Congre o Regional, intetiza a unidade de ta te e - ape ar da diferença que têm entre i em relação à proposta e tatutária - no categórico pronunciamento contra o projeto de e tatuto da Articulação.

A unidade con truida em Belo Horizonte deve er con truída, com mai razão ainda, ne te 3? CO CUT. Aqui e decidirá e a democracia de ba e rá mantida ou e vencerão a proposta que apontam para a buro ratização da Cen-

traI. Por i Ome mo a unidade em defe a da democracia é agora mai deci iva do que o foi em Belo Horizonte.

Diante dis o, em nome da Te e 9 - Democracia e Luta, faço um chamado e pecial ao delegado que defendem as Te e 6 - CUT Pela Base, 8 - Unir a Cidade e o Campo, 3 - Por uma CUT Pela Da e Classista e 5 - Sinpro - ABC: cerrem fileiras ne te 3? CO CUT em defe a da democracia interna da Central e contra a propo ta e tatutárias da Articulação. I o significa hoje defender a manutenção dos atuai e tatutos democrático da CUT como a única alternativa global às

propostas burocratizantes. este entido, apelamo também aos companheiro da CUT Pela Base para que abram mão da ua propo ta de ampliação do intervalo entre no o congre o nacionai (de trê em trê ano ), que coincide com a da Articulação e que não atende à nece idade de participação cada ez m ior da ba e na deci õe no interior da . Sem a pre ão do ataque antidemocrático, poderiamo avançar na discu ão de quai propo ta ampliariam o caráter democráJico do no o e tatuto . Mas o ataque aí e tão e, diante dele, devemo no unirem defe a dos estatuto atuai".