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Construindo nas lutas a CUT e o PT. N° 250 - 1° a 7/6/1990 Preço de colaboração: Cr$ 15,00
Meio milhão de trabalhadores estão em greve. Um furacão sacode o país, exigindo o salário roubado, o emprego, a defesa das estatais. Esse furacão ainda fica mais forte , porque a Executiva Nacional da CUT marcou greve geral para o dia 12 e o seguinte plano para chegar a ela: De 23 a 30 de maio - assembléias de base em todas as categorias. Dia 30 de maio - plenária nacional das categorias em luta, como bancários, estatais, servidores, metalúrgicos e outras. Dias 2 e 3 de junho - plenárias regionais do movimento sindical e popular. Dia 5 de junho - plenária nacional do movimento sindical: CUT, CGT e independentes.
Manifesto a os
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Encontro Estodual do PT de São Paulo aprovou, no sábado passado, uma resolu~ão sobre a greve geral. Aqui, seus trechos mais importantes: "0 PT veio a público denunciar posta dos trabalhadores na defesa a natureza antipopular, antinaciode seus interesses de classe. nal e antidemocrática do plano O PT apóia a iniciativa da CUT Collor, desde o primeiro momenrumo à Greve Geral. incluindo as to. Dois meses após a decretação greves da categoria, no dia 6 de judo plano, a recessão, oficialmennho. e demais mobilizações e se te negada, já faz um record de traempenhará em levar adiante as banbalhadores desempregados, oudeiras, definidas pela Executiva tros tantos ameaçados de demisNacional da CUT, que unificam os são imediata, e pesadas reduções trabalhadores: salariais impostas pela chantagem 1 - Definição imediata de uma lepatronal. . gislação salarial que garanta a reO governo anuncia que a intlaposição plena da intlação mês a ção é zero, mas os preços são desmês; congelados e continuam subindo, 2 - Recuperação das perdas salaarrochando ainda mais os salários. riais referentes a março, abril e Os trabalhadores não podem maio de 1990. Intlação é dívida, se aceitar a continuidade de uma porepõe. Aumento real se negocia; lítica econômica que representa 3 - Fim das demissões e da reduarrocho de salário e desemprego ção de salários. Contra a recessão, e, além disso, ~ incapaz de estapelo desenvolvimento articulado da bilizar a economia (. .. ) economia; A proposta de Greve Geral da 4- Assinatura presidencial imeCUT para 12 de junho, que está diata das desapropriações rurais já sendo precedida de um amplo prorelacionadas pela União; cesso de consulta aos sindicatos de 5 - Em defesa do patrimônio base, deve envolver o conjunto público; das instâncias do PT. O PT con6 - Em defesa da democracia e das voca seus militantes nos sindicainstitui.ç ões democráticas. tos, movimentos populares, prefeituras. Parlamento, núcleos, diretórios e demais espaços de par"1 ÃO AO PLANO GOLLOR ticipação política a discutir e se TODO APOIO A GREVE empenhar nesse movimento. que GERAL DO DIA representa a primeira grande res12 DE JUNHO"
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NOSSAS TAREFAS marmção da greve geral pela CUT foi lima l'irôria dos Imbal/wdorcs" di7 Antonio Donize-
te, presidente do Sindicato dos Meta.lúrgicos de São José dos Campos. "Com ela. podelllos uni r esses 500 mil r'rabalhadores em gre\'e hoje, com outras centel/as de milhares que também querem IlIIar, para dar uma re~posta à alwra ao bl'lltal ataque que recebemos do plano Collor' '.
Dirigente de uma das categorias que já conquistou vitórias contra o plano, derrotando a redução salarial nas montadoras, Toninho lembra que uma grande greve só se consegue se a maioria dos trabalhadores participar das decisões.
As assembléias de base são decisivas. Elas têm que garantir que o maior número possível de categorias participe da plenária do dia 30. que vai, de fato, traçar o caminho para a greve geral. Bem representativa. a plenária terá força para definir, a própria realização da greve e votar que ela só poderá ser desmarcada por outra plenária de base. Além das assembléias das categorias, é muito importante que os sindicatos chamem reuniões com as entidades estudantis. moradores dos bairros e todo o movimento popular para Juntos, organizar a greve. Na plenária nacional do dia 5, não poderemos condicionaragreveà CGT. É muito importante seu apoio, mas sabemos que a maioria dos trabalhadores está na CUT. Seria antidemocrático. portanto, desmarcar a greve por vontade da minoria. Por outro lado. a CGT faz parte do governo; um de seus máximos dirigentes - Antonio Magri - é o ministro do Trabalho, o homem de Collor encarregado de fazer a tarefa suja de aplicar o arrocho e impedir nossas greves.
Dia 6, alavanca para a greve geral Os bancários e servidores tinham decidido parar no dia 6 caso a CUT não marcasse a gre-
No domingo dia 20, um ex-soldado israelense assass in ou a ti ros sete trabal hadores palestinos da construção civil, na localidade de Riahen Letzion, em Israel. O massacre desencadeou uma onda de protestos da população palestina, não só nos territórios ocupados desde 1967 (Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Leste).
mas também dent~ode Israel e nos países árabes. O estado sionista tenta conter a revolta com a uma repressão militar violentíssima, que já deixou outros 17 mortos, além de dezenas de feridos e presos. Mas a repressão não consegue segurar este novo levante da imitclda. a rebelião palestina que já dura dois anos e meio. Pelo contrário,
Tonínho: assembléías de base.
ve até a primeira quinzena de junho. Agora, com (I. marcação do dia 12, esses dois grandes batalhões do movimento devem manter a mobilização, transformando o dia 6 num Dia Nacional de Luta, com ações de rua e paralisações parciais, como um ensaio para a grande greve geral do dia 12.
mergulhou o governo israelense na crise, cercado pelo unânime repúdio internacional. Chamamos o Encontro Nacional do PT e a reafirmar nosso apoio à justa luta dos palestinos para se libertarem da opressão sionista e recuperarem suas terras que lhes foram tomadas. Repúdio ao massacre e à repressão israelense! Pela vitória da intifada! Por um Estado palestino único, laico e democrático!
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fez o PT acertar e avanç t\~ de centenas de m za e ganha a. slmpa . às vésperas do noSres milhões de apolado . tradiÇão democrática, hoie,entários da imprensa Mas, contrariandO e~s disCussõeS no PT e os co: ões a militantes, resso 7'! Encontro Maciona 'headoS de noticias sobre 58 ~o expulsões. bre o partidO estão rec ias internas e até m~s ire io e a da Con:ções ao direito as ten::~~ PT? Qual é a poSiÇ~~:: ~ po;tura a ser adoO que está a~o~~~~e~ua' deve ser, na nossa op nl ,
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PT nasceu, cresceu e se tornou de massas se sustentando no mais amplo direito de expressão, divergência e participação de suas bases na elaboração da linha do partido. Essa democracia sempre teve um de seus pilares no direito de tendência. Ou seja, no direito dos militantes se reunirem eventualmente ou de forma permanente, para discutirem política, fazerem críticas, elaborarem propostas, e fazerem sua voz chegar a outros petistas, através de boletins e jornais. Essas correntes, grupos e tendências nasceram com o PT , colaboraram em sua construção desde o início, colocando seu grão de areia no incentivo ao debate político, na formação da militância e nos acertos do PT. Porque com a democracia e a atuação das tendências , a base teve a oportunidade de conhecer várias posições, discuti-Ias , e sair depois unida com a política que considerava melhor. Restrições à democracia Contraditoriamente com essa tradição, o Diret6rio Nacional , reunido em 25 de março passado , resolveu reabrir a discussão sobre as tendências internas, com o objetivo de restringir seu direito de existência e atuação. A partir da aprovação do documento "O PT e as organizações' , (veja trecho nesta página) , a direção partidária - onde têm maioria os membros da tendência Articulação - começa
A voz da Direcão do PT •
Encontro Estadual do PT paulista, no último fim de semana: resoluções políticas positivas, mas grande retrocesso na democracia.
o que é o novo regulamento de tendências
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novo regulamento de tendências, aprovado - por inicialivada Executiva Nacional- no DN de 20 de maio, estabelece os seguintes novos critérios para a atuação das correntes internas além das normas já definidas pe)0 V Encontro Nacional: - as publicações das tendências, como este jornal, devem ser dirigidas e distribuídas exclusivamente entre filiados; - os locais das correntes devem ser escrit6rios para a redação de publicações e não' 'sedes públicas" . - as tendências do PT devem comunicar à Executiva Nacional todo contato e/ou atividade internacional que realizarem; os militantes do PT sempre se identificarão como petistas, e não como representantes de organismos internacionais.
"O Par/ido dos Trabalhadores prepara-se para realizar seu 7.° Encontro Nacional, quando deverá imprimir mo.ior ligor l precisão às suas definições sobre o socialismo, os caminhos que levam à sociedade socialisla, a natureza e o papel do instrumento partidário e as características conjunturais da correlaçãodeforçaseda luta de classes. Para que o 7.0 Encontro tenha êxito em seus propósitos, éfundamental que o debate entre os filiados seja o mais livre efraterno possível- ao mesmo tempo, ao tomo.r a iniciativa desses debates e das resoluções que dele decorrerem, o PT assume uma grande responsabilidade perante a classe trabalhadora e a sociedade. O momento exige, portanto , o reforço da unidade partidária, o aprofundamento da discussão política e a maior clareza na compreensão da nossa identidade, perante nossas bases orgânicas e sociais.
(Introdução do documento "O PT e as organizações',' aprovado pelo Diretório Nacional de 25 /311990)
C9NVERGÊNCIA SOCIALISTA é uma publicação da CS Ed itora e Gráfica - ME - Rua Jorg e Tlblrlçá. 238 , Saúde Sao Paulo - CEP 04126 - CGC 58.223063/0001·32 - InSCrição estadual 11 2014 Jornalista responsável: Mana Cecilia Nasclmenlo Garcia. Composição e Fotolitos ' Proposta Edllorlal.
------------------------------------------------------Este Jornal, com exceçao dos artigos assinados e das opiniões emitidas nas en trevistas rellele o pensamento da Con· vergênCla Soclahsla, que é uma correnle Inlerna ao Partido dos Trabalhadores. Desla ma~el ra. de acordo com a resolu· çao aprovada no SO Enconlro NaCional do PT em dezembro/8?, circula exclUSivamente entre petlstas
~ convergência
Por que as restrições? Lamentavelmente para o partido, essa política da A rticu!ação coincide com um momento em que cresce entre as bases petistas, de norte a sul do país, o sentimento democrático de tomar em suas mãos as decisões fundamentais da vida do PT. Movimento de base que explica as decisões pelas candidaturas pr6prias do partido nas disputas estaduais do Rio e de Pernambuco, por exemplo, contrariando a orientação da Executiva Nacional, que se empenhou pelo apoio do PT a Brizola e Jarbas Vasconcelos. Movimento de base que, em Minas, escolheu como canditado a Virgílio Guimarães, e não João Paulo Vasconcelos. E que, em Brasília, não aceitou a coligação com o PSDB, ainda que com essa decisão tivesse que abrir mão de um candidato muito mais forte eleitoralmente.
A opinião .... da C. onvergencla
"A direção não chega ainda a afinnar que a Convergência é uma tendência do Partido , ou seja, ela tenta se enquadrar nas normasdopartido. Acho que oproblema está na CS, que tem que resolvêlo. Para o PT, é extremamente importante que essa organização faça parte de nossas fileiras, como fazem outras correntes - acatando a democracia interna - porque é umo. organização muito forte e também porque essa é a norma do partido. É importante que a CS adira a esse projeto de regulamentação das tendências. As conversações com a direção da CS tem sido positivas. Há uma vontade explicíta por parte dos companheiros em se adaptar a essa novafase. " (Entrevista de Luís Gushiken, Presidente Nacional do Partido, aoCS, nodia 26 de maio, por ocasião do Encontro Estadual de São Paulo)
"Nesse sentido, e prosseguindo um . esforço delineado já desde o IV EN, mas concentrado apartirdo V Encontro Nacional , realizado em 1987, o Partido vem procurando clarificar, cada vez mo.is, as suas relações com agrupamentos e correntes que, tendo origens e histórias diversas, acabaram por conj7uir para o PT".
um processo de reconhecimento, ou não , como tendências legítimas do partido, daquelas correntes que a direção não considera enquadradas. Aprova, no DN de 20/5, um novo regulamento de tendências, muito mais restritivo que as normas que vigoravam desde o 5? Encontro. E, com base nessas novas normas, exclui virtualmente do partido o grupo Causa Operária , reconhece como tendência a O Trabalho e coloca em suspenso o reconhecimento como tendência da Convergência Socialista.
"A Convergência Socialista conside- ção de tendências do V Encontro, o esra o PTum partido estratégico na luta tatuto e o regimento interno do PT. A CS pelo socialismo no Brasil. Desde o iní- não se apresenta como alternativa pocio, nos primórdios da história do PT, lítica para a sociedade. Não concorre nossa corrente se engajou na sua cons- com o PT perante a sociedade. A CS trução. Dez anos depois da fundação , concorre internamente com as outras (. .. ) o PTnão só conquistou uma enor- correntes, em particular com a tendênme influência sobre as massas trabalha- cia majoritária, a Articulação, para indoras, como é um instrumento decisivo j7uenciar os petistas. E na disputapolína luta de classe contra Collor e seu pla- tica interna , a CS atua do mesmo modo no econômico. (. .. ) que as outras correntes do PT, em par"Nossa corrente considera também ticular a própria Articulação. (.. .) " O PT, com a enorme responsabiliestragégico o direito de tendência no inteliordoPartido (. .. ) No interior de um dade que hoje tem, está chamado a grande partido independente e de clas- avançar na sua elaboração teórica e pose podem coexistir diferentes tendências lítica sobre a luta pelo socialismo. A CS em torno a programas, que expressem se reivindica de uma tradição, o trotstambém a di versidade existente no inte- kismo , que novamente, na nossa opirior do movimento operário, popular, nião, tem muito a contribuir nesta nova etapa, porque muitos problemo.s exiestudantil e camponês. (... ) "A Convergência Socialista é uma gem referências na história do movicorrente internado PT. Portanto , como mento operário deste século. tal, reconhece as instâncias e acata as " O momento político exige a unidaresoluções do Partido , a regulamenta- de do Partido para responder a Collor e seu plano econômico. (... ) Defender as reivindicações dos trabalhadores e participar das suas lutas é um tjesafio enorme que nos está colocado. E por isso que nossa atitude deve ser madura e responsável no tratamento das diferenças internas do PT. (. .. ) O VII Encontro Nacional deve ser uma respostapara os trabalhadores e para o povo de que o PT é consciente de suaforça e está disposto a usá-la para defender a resistência popular contra Collor. (.. .)
(Carta da coordenação nacional da CS assinada por Valério Arcary, dirigida à Executiva Nacional do PT, em 6/5/90).
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Na unificacão das lutas e na Greve Geral I
Todos esses acontecimentos da vida política do partido são, com certeza, elementos de irritação para os dirigentes partidários da Articulação contra a Convergência - que, em todos os lados, se posicionou a favor desse movimento real da ba e. Nenhum deles, no entanto, foi jltado de uma atuação contrál .... ao regimento do partido, ou de infrações ao regulamento das tendências. Foram resultado, sim, da tradicional democracia petista, amplificada pela conjuntura de lutas e de massificação do partido. São decisões que, na opinião da CS deveriam ser tomadas pela direção nacional como naturais e necessárias num partido democrático; como positivas, na medida em que fazem nosso partido mais vivo e mais forte. Mas os
companheiros da direção não vêem assim. E reagem, ou diretamentecomo na medida anti-democrática de intervir no Diretório Regional de Brasília, invalidando o encontro do DF sob o argumento de irregularidades de quórum. Ou indiretamente, decidindo avançar nas exigências restritivas à atuação da CS. Essa postura da Articulação frente à CS - através das instâncias de direção - não significa simplesmente um avanço anti-democrático contra o direito de existir da nossa e de outras correntes. Tem como consequência a restrição ao livre exercício do debate no partido. Afeta o direito à expressão de todo militante que eventualmente possa discordar da maioria. E acaba por favorecer as posições políticas da tendência majoritária.
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Collor de hoje está bem diferente daquele que tomou posse e editou o pacote em março. Hoje, quando ele diz que' 'a única vontade política é a do presidente", não aparece mais com ares de temível ditador. .. Está apenas procurando consertar as declarações desencontradas dos seus ministros. Com medidas decretadas num dia e revogadas no dia seguinte; com prazos que não são cumpridos; com as tentativas de inventar algum índice oficial que sirva para disfaçar a inflação crescente; com Dona Zélia alinhavando desculpas para os banqueiros norte-americanos; com a busca de
Pela recuperacão do salário
Hoje, os militantes petistas precisam estar mais unidos que nunca para enfrentar o plano Collor, um dos mais violentos ataques dos patrões e do imperialismo à classe trabalhadora do país. Milhões de trabalhadores em luta voltam os olhos para nosso Encontro à espera de respostas contundentes para fazer avançar sua batalha contra a fome. O governo, os patrões e sua imprensa também acompanham com lupa as resoluções deste grande partido. Eles querem se util izar das medidas restritivas às tendências internas para tentar identificar nosso partido com o modelo stalinista em crise em todo o mundo. Eles querem mostrar nosso partido como dividido, autoritário e fraco. Vamos responder a nossos inimigos com nossa unidade para lutar e levar a classe trabalhadora à vitória! Vamos comprovar que o PT é o oposto do stalinismo em extinção! Que nosso par-
tido está mais unido, democrático e forte que nunca! A CS, por sua parte, coerente com sua trajetória de respeito ao programa, estatuto e regimento partidários, acatará o novo regulamento de tendências, apesar de não concordar com seu conteúdo. Nossa corrente - que soube ser minoria nestes onze anos de construção do PT - saberá continuar no caminho da defesa de suas idéias e da democracia no interior deste que é o partido do melhor da vanguarda lutadora do país. Confiando na tradição de luta e de democracia destas bases, e no espaço que o partido mantém aberto para o debate, confiamos que nossas idéias terão cada vez mais eco entre os petistas. Assim, a CS chama esse Encontro a reconsiderar as recentes medidas anti-democráticas tomadas frente ao PT de Brasília e aos membros do grupo. "Causa Operária" . E a se pronunciar pelo reconhecimento da Convergência Socialista como tendência interna do partido.
Encontro PT-SP
Democracia
saiperclendo o Encontro Estadual do PT paulista, realizado dias 26 e 27 na capital, definiu o nome de Plínio de Arruda Sampaio para concorrer ao governo estadual. Mais de mil delegados escolheram os que participarão do Encontro Nacional. A chapa daA niculação obteve 53 % dos votos, contra 32,6 % para a chapa da VS, DS, FS e Nova Esquerda, e 14.5% para ada Convergência Socialista e O Trabalho. A resolução política mais importante do Encontro foi a que colocou o partido decididamente na preparação da greve geral (veja a I ~ página). Os delegados votaram também que o PT-SP desautoriza as prefeituras do partido a utilizarem métodos repres ivos contra movimentos sociais.
Na discussão sobre as candidaturas a deputado, no entanto, ocorreu um fato inédito no PT. Foi negada a legenda para Rui Pimenta e outros dois précandidatos da Causa Operária, configurando uma sanção coletiva a um grupo político, sem consulta às plenárias de base. No caso das candidaturas de Mauro Puerro e Ernesto Gradella, membros da CS, o Encontro votou sua inclusão na lista do partido. Mas foi informado pela Executiva Nacional que as legendas dos companheiros, assim como dos demais membros da CS no país, estariam na dependência de uma discussão posterior no Diretório Nacional que avaliaria a "adaptação da CS à última resol ução sobre a tendências".
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Os 166% de reajuste salarIal conquistados pelos rodoviários de Salvador são o maior exemplo de vitória na luta contra o arrocho que o governo e os patrões querem nos impor. Mas não o único. Em várias cidades pelo Brasil afora, os trabalhadores dos transportes quebraram, com suas greves, o tal de "reajuste zero" . E abriram caminho para novas e grandes lutas contra o congelamento salarial, pela reposição das perdas e a volta do reaju te mensal. Até setores patronais, assustados com a perspectiva de greves, estão pedindo ao governo alguma política salarial. Mas qual? A ministra Zélia não quer abrir mão da "livre negociação", o ministro Magri quer prefixar um índice nos próximos meses, Collor tem que apartar o bate-boca entre eles e convocar reunião de emergência do ministério. Em suma, o governo está feito barata tonta, procurando como mexer no plano que era" imexível" ... As vitórias dos trabalhadores e os vaise-vens do governo estão mostrando que é possível derrotar o arrocho e conquistar: - Reposição das perdas salariais de março e abril! - Reajuste mensal de acordo com a inflação real, medida pelo Dieese!
Contra a entrega das estatais o governo resolveu fechar a mina de carvão da CSN em Criciúma (Santa Catarina), demitindo quase 1.500 trabalhadores. Mas eles ocuparam a mina e obtiveram uma grande vitória: o governo voltou atrás, readmitiu os empregados e se propõe agora a privatizar a empresa, tendo sido forçado a dar prioridade à cooperativa dos próprios trabalhadores. Também na CSN de Volta Redonda o governo não consegue impor as demissões. Nem na Rede Ferroviária Federal, cujo presidente renunciou diante da fortíssima greve. E diante da ameaça de grandes cortes na Petrobrás, os petroleiros responderam: vão à greve, com ocupação imediata de todo setor onde houver demissões. Greve nacional é também a resposta do Encontro das estatais e do serviço público. É possível brecar as demissões e rejeitar a entrega das estatais: - Não às privatizações! - Manter a propriedade estatal das empresas públicas, mas sob o controle dos trabalhadores!
Os bancários votaram greve nacional da categoria, para lutar contra o arrocho e as demissões.
uma nova política salarial ... o barco do Plano Collor está fazendo água por todos os lados. Ainda não afundou. E é justamente porque começa a se sentir acuado que Collor lança novos ataques, como a de 16 mil demissões na Petrobrás. Mas agora, quem está na ofensiva são os trabalhadores. Com suas lutas contra o desemprego, as privatizações e o arrocho, estão atingindo o coração do Plano: a tentativa de impor a recessão. O crescimento das lutas, sua unificação num forte Dia de Luta neste 6 de junho, preparando a Greve Geral no dia 12, apontam para derrotar mais esse plano dos patrões!
DE 0% É ROUBO! ... XIG/MOS 84% DA INFLAÇÃO DE MARÇO
Os bancários votaram greve nacional da categoria, para lutar contra o arrocho e as demissões.
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A passeata dos trabalhadores da Volks fechou a estrada em resposta à ameaça de demissões.
Em defesa do emprego Os metalúrgicos do ABC paulista e de São José dos Campos foram os primeiros a dizer" não" ao governo e aos patrões, ao rejeitarem a proposta das montadoras de reduzir a jornada e o salário. E, na semana passada diante do anúrtció de demissões, mais de dez mil trabalhadores da Volkswagen saíram em protesto pela Via Anchieta. Os patrões recuaram rapidinho, dizendo que tudo era boato. Os desempregados também estão obtendo vitórias. Em Cubatão (SP), eles
conseguiram garantir a cesta básica, valetransporte, isenção de impostos municipais e a abertura de frentes de trabalho. Com essas lutas, os trabalhadores estão provando que é possível defender o emprego: - Não às demissões e à redução salarial! - Estabilidade no emprego! - Cesta básica e isenção de taxas e impostos para os desempregados!
tegove .. . naoeo noss Nós, trabalhadores, queremos emprego e salário. O governo quer nos impor o arrocho que os patrões querem, para manter e aumentar seus lucros. Nós queremos manter e controlar o patrimônio público das estatais. O governo quer entregá-las aos grandes empresários, Illultinacionais e banqueiros. Nós queremos terra para os trabalhadores do campo. O governo quer que a terra fique com os latifundiárIOS. Nós queremos investl!nentos em
saúde e educação. O governo quer continuar mandando rios de dinheiro para os banqueiros da dívida externa. O que n6s queremos não vai ser oferecido pelos patrões e banqueiros, pelas multinacionais e latifundiários. Nem por este governo e pelos partidos patronais. Por isso cabe ao Governo Paralelo do PT construir, juntamente com os trabalhadores em suas lutas, a nossa alternativa: um governo dos trabalhadores. para dirigir o paíe; em bl!nefício da maioria da população
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MEIO MILHÃO DE TRABALHADORES JÃ ESTÃO PARADOS
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Novamente, uma grande onda de mobilizações varre o país. A partir delas é possível preparar uma grande greve geral. Agora, todos nós, petistas, temos que atender ao chamado do PT paulista e arregaçar as mangas para parar o Brasil Na linha de frente dessa briga, têm que estar os companheiros que são deputados, vereadores, os dirigentes do nosso partido. Todos, sem exceção, devem ir às portas das fábricas, locais de trabalho e assembléias. Os carros de som, as sedes, as gráficas, enfim, todos os recursos do PT também têm que estar à disposição da greve. E Lula tem que percorrer todo o país, com o Governo Paralelo, para incentivar a luta e fortalecer a alternativa , política dos trabalhadores. E assim que se derrota o arrocho, a entrega e a recessão!
Os rodoviários de todo o país cumpriram sua promessa. Fizeram grandes greves, reivindicando a reposição salarial. Na semana passada, os ônibus não circularam em São Paulo, Teresina, Goiânia, Curitiba, Vitória, São Luís, Salvador, Brasília, Bauru, ABC. São José do Rio Preto e São José dos Campos. Com essa força toda, o resultado, não poderia ser diferente. Os rodoviários de Sal vador e os metroviários do Rio já ganharam 166% de aumento. É em São Luís 50 % , em São José dos Campos 5 I %. Em quase todas as ci-
dades onde houve greve os trabalhadores arrancaram aumentos. Em alguns casos não precisaram sequer paralisar o trabalho. Os metroviários de São Paulo, por exemplo, conquistaram 44 % na véspera da greve. A greve unificada dos rodoviários e metrô deixou claro que é possível derrotar o arrocho. A patronal e os governos municipais tiveram que ceder ante a força dos trabalhadores. Agora estão apavorados, porque essa luta serviu de exemplo para outras categorias.
Em S'" o Pa lo, refeitura e Sindicato im dem tal Depois de dois dias de greve, os rodoviários de São Paulo aceitaram a proposta da prefeitura: 22,29% em maio, mais 15% emjunho e 15 % emjulho. A prefeitura tinha feito a proposta antes da greve. Esse aumento significou uma conquista parcial da campanha salarial da categoria, mas dava para ter arrancado um reajuste maior. Um do motivos para isso não ter acontecido foi a atitude intransigente da prefeita Luíza Erundina e do Secretário dos Transportes Adhemar Gianini. Contrariando o programa e a política dos petistas, Erundina ameaçou os trabalhadores com demissão e chegou mesmo a abrir inscrição para a contratação de novos funcionários. Agora, fala em abrir sindicância contra os grevistas ..
Os bancários de Porto Alegre já têm uma força alternativa de direção para seu sindicato. A oposição cutista vai sair numa chapa unificada para derrotar o imobilismo da atual diretoria, composta majoritariamente por membros da corrente Articulação. A chapa foi formada num processo democrático de pré-convenções por banco, no qual participaram mais de 530 companheiros. Na convenção final, no dia 27, foi escolhida a companheira Ana Mirage. da Corrente Democracia e Luta, para encabeçar a chapa. "Queremos um Sindicato combativo e democrático, que encaminhe a campanha salarial da categoria. Por isso, já estamos preparando as paralisações do dia 31, como foi aprovado lia Ellcoflfro Nacional da categoria", disse ela .
A diretoria do Sindicato, por sua vez, não organizou greve e, ainda por cima, fez declarações contra o movimento. No dia seguinte à assembléia que deu início à greve, o jornal Folha de S. Paulo divulgou a declaração do presidente do Sindicato, Edivaldo Santiago Silva, que considerava a greve' 'uma loucura, uma irresponsabilidade ". Nos piquetes, os diretores falavam que a greve não deveria ter saído porque era fraca, quando 85 % da categoria estava parada! Assim, é difícil convencer alguém a parar. Quem perdeu com essa vacilação dos dirigentes foi a categoria. Agora, cada vez que ouve falar da diretoria do Sindicato, ela fica com um pé atrás.
Trabalhadores das estatais se mobilizam em todo o país na luta contra as demissões e as privatizações. Nesta última semana, os ferroviários resolveram parar os trens quando o governo exigiu a demisão de 10.900 dos 59.284 funcionários da Rede Ferroviária Federal. A greve foi muito forte: 70% dos 83 mil ferroviários de t()do o país cruzaram os braços. A crise que se instalou na empresa foi tão grande que seu presidente, Francisco Mario Chiesa, pediu as contas. E o Ministro do Trabalho, Antônio Rogério Magri, juntamente com o Secretário Nacional dos Transportes, Marcelo Ribeiro, acabaram voltando atrás nas demissões, prorrogando o dissídio da categoria por 90 dias e suspendendo o corte de 20% nos salários. A paralisação nacional dos petroleirosestá marcada paraodia 6dejunho. Esta foi a decisão tomada pelos 19 sindicatos da categoria, na reunião rea
lizada dia 24 último em Brasília. O presidente da Petrobrás, Octávio da Motta Veiga, anunciou um corte de 27 % dos funcionários da empresa. Isso botou a categoria em pé de guerra, que já está falando em ocupar os terminais. E tem mais
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Os portuários entram em greve a partir do dia I? Eles lutam contra as demissões e a extinção da Portobrás. Em Pernambuco, já fizeram uma paralisação de 24 horas no dia 17. E em Santos, querem parar junto com a Cosipa e a Refinaria Presidente Bernardes, de Cubatão. Com os eletricitários, a coisa não é diferente. No dia 22, fizeram paralisações na Bahia, Pernambuco, Ceará e têm greve nacional marcada para o dia 6. Essas lutas têm feito com que Collor seja obrigado a recuar, na prática, seu plano de privatizações.
A greve dos funcionários do Judiciário de São Paulo está ainda mais forte. O jornal Folha de S. Paulo, do dia 25, fala, alarmado, que "o Estado está sem um de seus três poderes' '. E que a greve' 'conta com o apoio velado dos próprios magistrados ".
Faleceu um companheiro petista e socialista de Manaus. Em meio à greve dos metalúrgicos da Basf e da Sharp - no último dia 25 -, o companheiro José Cristiano deslocava-se até a sede da CUT para avisar da passeata do pessoal da Sharp. Cris, como era conhecido pelos companheiros, sofreu um acidente envolvendo sua moto. Operário e estudante secundarista, ele morreu militando pela vit6ria dos trabalhadores. Aos familiares, amigos e companheiros de Manaus, nossa solidariedade. Companheiro Cristiano, até o socialismo sempre!
Quércia não quer nem saber e agora tenta intimidar a categoria. O funcionalismo responde à altura. No último dia 24, Eduardo Tambaú, presidente do Sindicato, foi chamado a depor num processo contra ele, por liderar a greve. A audiência seria realizada no único prédio que continuava funcionando. Quando seus funcionários ficaram sabendo que Tambaú iria depor lá, não vacilaram: aderiram à greve e fecharam o prédio. Tambaú não depôs e a greve se fortaleceu.
~ convergência
O Congresso Estadual da CUTRio, realizado no último final de semana, com a participação de 333 delegados, foi amplamente vitorioso. Votou um calendário de lutas que armou o ativismo para a greve geral dia 12. Uma grande passeata, no dia 6, sairá às 17 horas da Candelária. Plenárias e reuniões estão convocadas para organizaras todo o movimento sindical, estudantil e popular. No Congresso ficou claro o surgimento de uma nova alternativa de direção para os trabalhadores do estado. Três chapas concorreram à direção. A Chapa 1, composta pela A rticulação, PC do B e PCB, com 179 votos. A chapa 2, da CUTpela Base e Força Socialista, com 90 votos E a Chapa 3, de Democracia e Luta, PLP ePTdeMassas, com 178 votos. Os companheiros da Chapa 3 deram uma batalha durante todo o Congresso pela unidade da esquerda da CUT numa única chapa de oposição. Aceitaram inclusive, renunciar à cabeça de chapa para saírem todos juntos. Mas a Chapa 2 não quis formar um único bloco de esquerda. Isso favoreceu a vitória da Chapa 1, deixando a CUTRio nas mãos de uma direção que mais uma vez não vai responder às exigências do movimento.
Judiciários de São Paulo: 100% de paralisação em defesa de 180% de reposição de perda:l