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Ano 02 Fevereiro/2015
Exclusiva Os bastidores de um bar erótico que está chegando em Brasília
Patife
Uma conversa bem PEPPER com um dos maiores Dj’s do Brasil
E mais:
Blocos de carnaval, colunas apimentadas e energia no futuro da cidade
EDITORIAL
ENTREVISTA
BLOCO Na RUA N ão tá mole para ninguém, isto todo mundo já está sabendo , basta acompanhar o noticiário para vermos a enxurrada de acontecimentos e notícias ruins para o nosso verão! Aumento de impostos, gasolina, agua, luz, o tal de chove mas não molha, calor infernal, vaca tossindo, enfim coisas que deixariam qualquer um na lona, até o Anderson. Mas não, aqui é Brasília é Brasil, sou brasileiro e não desisto nunca e principalmente agora em
fevereiro , mês de CARNAVAL. Temperaturas altas nas ruas, clubes e avenidas. Fantasias para todos os gostos, melhor ainda aquelas mascaras proibidas, praia, rio, cerrado com o mesmo pensamento: Eu quero é botar meu bloco na rua, brincar e ....... bom vocês sabem o resto. Neste espirito contagiante do carnaval nossa edição vem carregada de alegria, tem entrevista com um dos maiores DJs do Brasil, bem patife mesmo, blocos de carnaval, meditação para aqueles que
vão curtir na calmaria, a estreia da nova Colunista Taís Morais com a coluna Dedo de Moça que pretende alfinetar bastante a turma, nossos colunistas tradicionais com aquela pimenta de sempre e matérias que fazem da Pepper uma boa leitura. Um bom carnaval! Um recado para agências de publicidade e anunciantes, existe um IMENSO público consumidor além daquele das grandes mídias! E coloca o BLOCO NA RUA!!!!!!!
Rei da
Patifaria Com Sérgio Donato e Natália Moraes
Dj Patife contou para a Revista Pepper todos os seus planos, prazeres e histórias dos 18 anos de carreira. Barrado na alfândega, autógrafo na calcinha, mina mostrando os “air bags”... Tem de tudo!
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agner Borges, mais conhecido como DJ Patife. Sucesso nas rádios e nos eventos mundo afora. Sua paixão é o drum’n’bass, estilo de raízes jamaicanas com batidas criadas em Londres, e muito bem adaptado para o território brasileiro. Ele é pioneiro nisso.
Falei que não mexia com isso. Aí eu tentei conversar, mas não teve isso não. Me amarraram 40 minutos na sala, me revistaram, me tiraram a roupa, fiquei na posição em que Napoleão perdeu a guerra e tudo mais.
Nascido e criado na periferia de São Paulo, mas com sangue baiano – como ele mesmo diz –, Patife recebeu a equipe da Revista Pepper para um bate-papo super descontraído e animado. Contou sobre a parceria com Fernanda Porto e relembrou histórias inusitadas e engraçadas que ele passou ao longo de 18 anos de carreira. Além disso, Patife expôs seu amor por Brasília e os defeitos da cidade. Tudo isso no Dudu Bar do Lago, regado a muito champanhe e pimenta nas perguntas e respostas! Como não amar o DJ que fez, e ainda faz, a cabeça de milhares de jovens pelo Brasil e pelo mundo? #amo/sou DJ Patife. Confira a entrevista! Revista Pepper: Você tem alguns traços árabes. Por causa disso, já teve problema na alfândega?
EXPEDIENTE Publisher Sérgio Donato Contaldo jornalismo@revistapepper.com.br
Redação Natália Moraes Abner Martins jornalismo@revistapepper.com.br
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Revisão Conttexto.com helenacontaldo@conttexto.com
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Estagiária
Silvia Bouvier
Site Natália Moraes e equipe Gráfica Gráfica 76 Colaboradores Sérgio Assunção Pedro Abelha J. Carlos JR Ramalho Romolo Lazzaretti Renata Costa Duarte Fernando Cabral
Carlos Henrique A. Santos Pedro Wolff Janaina Camelo Julyana Santos Taís Morais Fotos da Capa Arquivo Contatos (61) 3257.8434 faleconosco@revistapepper.com.br
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Patife: Tenho toda vez. De diversos casos, o inesquecível foi uma conexão de Monique para Istambul. Eu estava indo pra primeira edição do Rock in Rio Lisboa, e no dia seguinte eu ia pra Istambul. O contratante comprou passagem de classe executiva. Quando eu subi no avião e coloquei meu case disk no compartimento de bagagem, a chefe de cabine já me olhou torto. Eu vi na hora que a mulher pensou “esse maluco tá dando o truque”. Quando aterrissamos em Monique, assim que peguei a mala, eu vi que ela fez um sinal pra quem tava do lado de fora. No caso, 2 guardas com um pastor alemão. Quando eu saí, o guarda já me pegou e o cachorro já veio me cheirando. Pediram meu cartão de embarque, me levaram pra uma sala, pediram para eu tirar a roupa, pegaram uma faca e cortaram meu case disk. A primeira pergunta que eles fizeram foi: “onde tá a cocaína?”.
E como você se sente com isso? P: Hoje eu entendo. Passei a entender um pouco mais do que é a vida e como o mundo funciona. Não me machuco mais. Penso que o mundo é feito de aparências. E vamos combinar que a minha aparência... Eu tenho traços árabes. Quando eu aterrisso em qualquer lugar da Europa, os caras já ficam ali “Oh, aquele ali é marroquino, é paquistanês...” Então, quando eu chego na vistoria do passaporte, eu paro de ser o marroquino e passo a ser o brasileiro traficante. Melhora um pouquinho (risos)... Enquanto eles perdem tempo comigo, o “ponto x” acaba passando despercebido. Teve uma situação parecida também... Um voo de SP para
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ENTREVISTA
Paris. Fiquei 4 horas e 40 minutos trancado na sala. Perdi o voo e tudo. E no final, o cara tacou a mala toda revirada em cima de mim... E eu sou daqueles virginianos que tem TOC com arrumação. E eu não falava a língua, então não tinha nem como argumentar... E quais línguas você fala? P: Fluente eu falo inglês, me viro no espanhol, não passo fome em italiano e não passo sede em alemão. E quando você vai para o oriente médio, como você faz? P: Eu vou tocar pelo menos 3 vezes por ano ali na região de Dubai, Doha, Abu Dhabi... Fui agora pro Líbano, e aí vai no inglês, né? (risos). Dizem que naqueles lados é proibido fumar, beber... Na Fórmula 1 não tem nem champanhe, né? É assim mesmo? P: Nos Emirados Árabes, é “proibido” mesmo, mas não tem na frente das câmeras, né? Não tem boate, nem nada. Mas um DJ vai tocar lá. Então qual é a regra do Shake? Ele imaginou “vamos fazer a Vegas do deserto, porém sem cassino, sem clubs e sem a casa das primas”, aí aceitaram... Mas eu toco nos restaurantes dos hotéis. Eles esparramam as mesas, e a gente toca ali. Não tem bebida abertamente, mas rola, lógico que rola. Como começou sua carreira e de onde surgiu seu interesse? Eu lembro que a minha brincadeira de criança era ficar gravando fita k7. Eu não era muito aquele menino de futebol, soltar pipa etc. Com 11 anos eu fui na primeira matinê na vida. Achava incrível porque lá a música não parava, mas no rádio parava. Achava fantástico. Depois o pessoal começou a ir pro centro da cidade pra dançar break e tal. Nem eu sabia, mas ali tava nascendo o movimento hip hop no Brasil. Logo mais eu me vi envolvido num grupo de rap, mas lá dentro não era o que eu queria ainda. Eu queria aquilo que eu vi com 11 anos. Depois eu comecei a criar uma identidade musical. E eis que com 18 anos eu consegui a primeira porta do sucesso, chamada Arena Music Hall, em São Paulo. Um dia toquei lá por 15 minutos, o dono viu, se amarrou e trabalhei lá durante 4 anos. Em 97 deu a louca de conhecer esse som novo, o drum and bass. Então fui para a Europa. Eu com 122 dólares no bolso passei 22 dias por lá. Foi pão com pão, com pão e pão (risos). E lá me fez despertar uma curiosidade pela música brasileira. Engraçado, né? Então voltei pro Brasil, e lá na frente rolou a história de misturar a música eletrônica com a música brasileira. E como foi sua parceria com a Fernanda Porto? P: Em 99 eu estava no Sesc de São Paulo, fazendo um sonzinho casual numa recepção, e quando eu terminei veio uma moça falando “Tudo bem? Me chamo Fernanda Porto, trabalho com trilha de filmes e tal, mas tô produzindo um disco solo... Escuta aí meu disco”. E aí ela me ligava toda semana, e eu não lembrava de escutar o disco. Certo dia baixou a dona Amélia em mim, fui fazer uma faxina em casa
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e botei o disco dela pra escutar. Quando chegou na faixa 4 – não me esqueço disso –, era um maracatuzão assim, muito rápido, e de repente escutei a frase “com guitarra e drum and bass”, e me chamou atenção. Pensei: “porra, a mulher que toca todos os instrumentos tá falando do estilo de música que eu faço?”. Aí eu fiquei todo feliz. Era o “sambassim”. Na hora eu ouvia uma versão pra pista, bem diferente daquilo. Liguei pra ela. “Adorei! Pensei na possibilidade da gente trabalhar numa versão e tal”, e ela me veio falando que não tinha dinheiro pra me pagar! “Não! Eu só queria saber se você topa a ideia!” (risos). Aí nos encontramos e ficamos no estúdio 11 horas. Aí, velho, depois disso foi uma loucura. E por que o apelido “Patife”? P: Na minha infância tinha um amigo meu, chamado Ricardo, que tinha a mania de chamar todo mundo de patife. Só que tem um detalhe... Eu era daqueles que na hora de descer a ladeira ao invés de descer em pé, descia sentado, andava de carrinho de rolimã e passava as rodinhas em cima do dedo e quebrava a unha... Aí ele ficava: “é um patife mesmo”. E quando começou a história do grupo de rap, lá atrás, precisava de um nome, e eu “Quero DJ Wagner!”. Então quando eu fazia umas festinhas na rua vinha o Ricardo e ficava “Olha o DJ Patife”, eu não gostava, mas aí já era. Pegou. Fora o trabalho, o que te dá prazer? P: Eu gosto de fazer muita coisa. Por mais paradoxal que pareça, eu gosto muito de sossego. Ficar quieto... Gosto muito de ver gente que eu não vejo há muito tempo... Peguei gosto pela leitura... Voltei na infância depois que tive filho, brinco demais e isso me dá muito prazer. Hoje namoro bem menos, porque com criança, já viu, né? (risos). Eu tenho um lance com a espiritualidade muito boa também. Eu estou dentro da umbanda, e esse negócio de mediunidade me persegue. Antes tinha medo, depois paixão. Coisa de amor e ódio mesmo. E agora eu entendo. Me dedico a isso também. Nesses 18 anos de carreira, teve alguma história engraçada, loucura de fã? P: Eu me lembro de alguns episódios... Eu lembro que teve umas histórias de umas minas que queria, autógrafo de todo jeito, mas não tinha onde assinar. Uma vez a mina tirou o sutiã e me deu, e a outra me de uma calcinha porque ela tava sem sutiã. Puxou a calcinha e eu rabisquei (risos). Na Sérvia ou na Croácia tinha uma mulher que gritava pra caramba na minha apresentação, mas eu não via de onde vinha o grito. Sei que de repente a mulher levanta a blusa e mostra
ENTREVISTA
os air bags (risos). Aí eu vi de onde vinham os gritos. Pensava que eu tava ficando louco. Aconteceu dezenas de vezes em show e tudo, mas aquilo foi meio impactante.
sem noção demais. Feio, entendeu? Outra coisa que eu não gosto aqui é a especulação imobiliária (risos). Inacreditável. Outra coisa: pra você comer aqui depois das 23h não tem como! Meu Deus! Que falta que eu sinto do sujinho na rua da Consolação! (risos) Mas, resumindo: por vontade própria eu não me vejo saindo daqui não.
Você está em Brasília há quanto tempo? Sabemos que você toca bastante nos restaurantes Dudu Bar. De onde vem essa amizade com o chef Dudu Camargo?
P: O que eu vi de coisas boas e culturais em Brasília são eventos muito caros! Mas eu acho que o recado a gente tem que mandar pra Secretaria da Cultura, pra abrir esse cofre, ver se esse povo seleciona produtores culturais que tenham experiência nesse ramo pra agitar as coisas legais na cidade. Eu lembro que tinha muita coisa bacana e gratuita acontecendo. Tava sempre acontecendo coisa na Funarte, Clube do Choro... Não sei falar o que acontece. Estagnação, falta de dinheiro, acomodação dos governantes... Mas tenho uma pergunta que eu me faço sempre: “Como que uma capital, o ponto G de um país, é tão deficiente de uma série de coisas e inclusive essa?”. Na boa, velho...
Há 7 anos eu comecei a trabalhar com uma produtora daqui – já toquei muito em Brasília e estabeleci um carinho muito grande pela cidade. Foi aí que eu conheci o DJ Luiz Melo, e foi ele que me influenciou a vir morar aqui. Então eu vim! Aí o Luiz falou que tava tocando num restaurante e tal, e um dia o Dudu Camargo me viu tocando na beira do Lago, me elogiou e me convidou para botar um som na unidade da Asa Sul. E aí começou essa história. Quando eu tô aqui, eu faço o som. Eu venho pra tocar o que eu gosto de ouvir. É um lugar onde eu consigo reunir amigos, eu consigo encontrar o pessoal. Você pode contar pra gente o valor do seu cachê? P: Não tenho segredo quanto a isso. Eu não gosto de ter valor fechado, então tem evento que pode ser de 5 mil euros ou pode ser de 2 mil euros. Depende. Tem evento no Brasil que pode ser 3 mil ou 5, de repente até mil. Eu ainda mexo com a música por amor a ela. Você é um cara que veio de São Paulo, também quis ir pra Recife, mas acabou vindo pra Brasília. O que você acha da cidade? P: Nem eu sei explicar direito. Esse lugar me abraça, me sinto acolhido, me sinto bem. Eu gosto demais daqui. Acho que aqui o povo parece que tem mais calma, mais solidariedade. Eu gosto da mistura desse povo. Mas aqui em Brasília eu abomino o sistema de transporte público. O itinerário não é claro. Em Londres eu tenho o mapa do transporte na mão. Hoje em dia lá fora tem até um aplicativo falando horários e tal. Hoje eu vim pra entrevista de ônibus porque meu carro está com problema, mas eu curto muito andar de ônibus e metrô, menos aqui em Brasília.
Você acha que a vida cultural de Brasília hoje está fraca? O que pode ser feito para melhorar?
Você não acha que a gente está privilegiando artistas de fora? Por exemplo, há pouco tempo teve o show do Paul McCartney... Paul McCartney não encheu o Mané Garrincha, ninguém mais enche, né? (risos). Pois é, como pode um lugar com tanta riqueza histórica e artística valorizar mais o de fora? Parece que é uma doença da humanidade... Começando por mim... Eu toco 70% lá fora e 30% aqui. O que será isso? Será que a minha própria casa não me aceita? Se é daqui não presta? Vejo o pessoal pagando 300, 400 mil pro David Guetta – tudo bem, existe uma série de fatores que agrega valores –, mas lá fora o cara toca num pub onde ele tá ganhando mil libras. Quando eu vou pra fora tenho grandes apresentações e repercussão, e aqui sou um Zé largado (risos). E quais são seus planos para 2015? Meu grande plano é acabar de construir minha casa e parar de pagar aluguel (risos). Não aguento mais!!! (risos). E musicalmente falando, acabei de lançar meu próprio selo musical, chamado Baticum Records, digital por enquanto. A ideia é lançar outros DJs, produtores, etc. Pode ser uma casa pra lançar novos nomes. Tenho um projeto de lançar ainda esse ano um cdzinho inteiro, com 12 faixas mais ou menos, mas está tudo bem encaminhado.
Além desse sistema precário do transporte público em Brasília, o que mais você não gosta na cidade? P: Não gosto do lance das carteiradas... Vira e mexe chega alguém e “Pô, Patife, sou da auditoria do não sei o que lá... Filho do ministro sei lá quem”... Pô, grande bosta! Foda-se – pode botar isso – Foda-se! Chega lá anônimo, não precisa falar isso. Outro dia chegou o cara e foi pegar no peito de uma mulher e usou essa desculpa... Pô, isso é ser
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CIDADES
Carnaval
que é a cara de Brasília
Por MILLENE DE MAURO
Conheça as histórias dos blocos da cidade
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os últimos anos, os blocos carnavalescos têm ganhado força e carisma da população. Os tempos em que a cidade ficava parada e as pessoas – em sua maioria jovens – se agoniavam e faziam de tudo para curtir o carnaval em outro lugar acabaram. Os blocos mais antigos começaram a ganhar mais visibilidade e os recém-criados conquistaram os foliões.
Para driblar a falta dos recursos, os blocos contaram com o apoio dos foliões e de patrocinadores. A exemplo, o Agoniza, mas não morre fez duas festas de pré-carnaval, cobrando R$40,00 a entrada em troca de uma hora de bebida grátis, para arrecadar fundos. “Essa foi a forma que nós encontramos para levar as três bandas, o bloco de uma maneira geral”, explica Thais Leal, organizadora. Já o Babydoll de Nylon – que apoia a medida de contenção de gastos do GDF – lançou na internet uma campanha de crowfunding (“vaquinha” virtual), que variou de R$20,00 até R$250,00 com recompensas.
As mudanças são incontestáveis e os moradores já notam a diferença. “Não tinha muitas opções na década de 80. O que existia eram bailes em clubes e quando tinha eu Fique por dentro! ia em todos”, afirma Suele Carrijo. Bloco do Xadrez: O Atualmente, com a aceitação dos Os organizadores bloco do xadrez sai pela primeira brasilienses, a situação é outra, como dos blocos devem vez às ruas este ano com o objetivo conta Bianka de Souza. “Há mais de reunir os amantes do rock. O arcar com as ou menos quatro anos participo Xadrez, produzido pelos sócios das despesas: alvará, festas Play e 5quinto, faz referência do carnaval de rua. Acho o máximo Ecad, carro de os bloquinhos porque as pessoas ao grunge e aos hipsters, que a partir realmente se comprometem a entrar deste ano serão bem representados som, banheiro na brincadeira. Vale ir só pra ver químico, estrutura no carnaval de Brasília. a criatividade com as fantasias. É de bar. Galinho: O bloco surgiu em sempre um pessoal alto-astral com meio à crise do governo Collor, em 1991, uma vibração muito boa. É muito no episódio em que as cadernetas de poupança foram divertido e a cada ano percebo que o número de confiscadas. Sem dinheiro para passar o carnaval na pessoas aumenta nos blocos. E também o número terra natal, um grupo de pernambucanos e cearenses de blocos na cidade”. resolveu trazer o famoso bloco do Galo de PE para Mesmo este ano, com a crise no Governo do a capital. E como já era tradição por lá, aqui não foi Distrito Federal, que não repassou verba para as diferente. O bloco tem como escolas de samba e nem para os blocos, tradicionais e principal característica o frevo alternativos, tomaram a cidade. Teve festa para todos e somente o frevo é tocado. os gostos, para todas as tribos. Do samba ao axé, Mais de 80 mil pessoas, a maior tradicional protesto e até mesmo bloco de música parte família, aproveitam o baile eletrônica. É que, na verdade, o carnaval de Brasília a céu aberto, preferencialmente levanta a bandeira da democracia, do ecletismo. Aqui fantasiadas. o carnaval é uma verdadeira manifestação cultural.
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CIDADES
Babydoll de Nylon: O bloco surgiu quando seis amigos publicitários se juntam para pular carnaval em 2011. A ideia era ficar rodando pelo balão da 201 Sul ao som da música do saudoso Robertinho de Recife, Baby Doll de Nylon, por pura diversão, segundo David Murad. Naquele ano, apenas 20 pessoas compareceram, pois eram apenas amigos e amigos de amigos próximos. Já em 2014, cerca de 15 mil pessoas compareceram. E esse ano foi um dos blocos mais esperados pelos brasilienses. Pacotão: O bloco do protesto foi idealizado na época em que a liberdade de imprensa retrocedeu. O nome, Pacotão, foi dado em função do “pacote de abril” em pleno governo Geisel. Durante conversa informal, os amigos jornalistas resolveram criar o bloco para dar início ao carnaval de rua brasiliense. Já são 37 anos de marchinhas de carnaval na contramão da W3 que trazem crítica ao governo. Suvaco da Asa:
“Malucos pernambucanos”, como chama um dos idealizadores Pedro Moreira, sem nem R$1 real no bolso e com muita saudade do carnaval da terra natal, resolveram sair com o porta-malas do carro aberto ao som de ritmos da moda, dando voltas pelo Sudoeste Econômico. De amigos de amigos juntaram mil, conquistaram 15 mil no último ano e esse ano 20 mil foliões. O nome é uma homenagem ao Sudoeste e também ao bloco carioca Suvaco de Cristo.
Virgens da Asa Norte: Inspirado pelos blocos pernambucanos em que homens se vestem de mulher e ainda desfilam para concorrer à rainha do bloco, “a rainha das virgens”, o Virgens da Asa Norte há cinco anos abre os trabalhos do carnaval por aqui. Os ritmos do frevo, axé, samba-enredo, músicas de carnaval e chorinho arrastam muita gente pelo Setor Bancário Norte. Bicicobloco: A favor da mobilidade urbana, este bloco sobre bicicletas já está no quarto ano de desfile. A ideia é levar bicicletas para percorrer a caminhada no eixão enquanto três bicicletas sonorizadas embalam ao som afro e eletrônico. Este ano o bloco contou com a parceria do Experimente Brasília, que disponibilizou as “nuvenzinhas” – bicicletas – amarelas para toda a galera. A iniciativa tem tudo a ver com Brasília, cidade que incorpora esse meio de transporte ecologicamente correto. Cafuçu do Cerrado:
Sempre no domingo que antecede o carnaval, o bloco “mais deselegante de Brasília” toma conta do Setor Bancário Norte. Cafuçu, que significa sem classe ou brega, é
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CIDADES
o lema deste bloco que se dirige aos foliões como cafuçus e cafucetas na “linguagem” pernambucana e paraibana. Neste bloco a regra é necessariamente vestir-se de forma extremamente brega.
Carnaboia:
Este ano aconteceu o primeiro carnaval náutico às margens do Lago Paranoá. O carnaboia&Sup – carnaval dentro d´água teve um palco atracado em frente à Praia do Cerrado – Praça dos Orixás – embalados ao som de surf music. Os participantes que investiram nas fantasias tiveram recompensa. A boia mais criativa faturou um mês de Sup grátis.
Aparelhinho: Criado em 2012 pela equipe do Coletivo Criolina, o bloco é a cara de Brasília, pois é moderno e multicultural. A proposta é levar os foliões a diversos carnavais do Brasil ao som de variados ritmos musical. Agoniza, mas não morre: Após pular carnaval e querendo sempre mais, três amigas se juntaram e decidiram criar um bloco de carnaval que permanecesse nas ruas mesmo após o término das outras festas. O personagem Homer Simpson é o mascote da turma e a ideia é tomar cerveja até agonizar. Peleja:
Ao som de muito samba, o Peleja, Coletivo Lúdico de Samba, há três anos se reúne nas proximidades do Balaio Café a fim de distribuir alegria e colorir a cidade. Reúne sempre muita gente bonita e eclética.
Antibloco: Promovido pelos sócios da tradicional festa 5quinto, o bloco segue em seu terceiro ano embalado pelo ritmo de muita musica eletrônica com os Dj´s convidados pelo 5quinto. Segundo Ruiz Lopes, um dos sócios, o bloco surgiu com a intenção de ser mais uma opção de carnaval fora dos padrões esperados pelo público.
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ESPORTE
Acabou a abstinência,
habemus futebol em 2015! Da Redação
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uem gosta de futebol já estava a ponto de ser internado em clínica psiquiátrica, amarrado com camisa de força para não se morder devido à abstinência de futebol. Nem mesmo as contratações e ternas novelas entre jogadores e clubes servem para acalmar a situação. No final de janeiro/início de fevereiro começaram os estaduais por todo Brasil, aliviando a crise dos fanáticos. Antes dos estaduais, tivemos alguns jogos e torneios amistosos. Quem ficou em Brasília durante as férias pode acompanhar o vexame internacional do Shakthar Donetsk em duas oportunidades no Mané Garrincha, empatando os jogos contra o fraquíssimo time do Flamengo e contra o desmanchado Cruzeiro. Os ucranianos ainda foram goleados pelo Galo, arrancaram uma vitória somente contra o reformulado Internacional.
Os brasileiros que disputam a taça em 2015 são: Atlético Mineiro, Cruzeiro, Corinthians, Internacional e São Paulo. O Corinthians precisa passar pela fase classificatória, antes da fase de grupos. Os adversários já estão secando, esperando uma nova eliminação do Corinthians nessa fase para um time do calibre do Tolima. A Libertadores de 2015 não será fácil. Além dos brasileiros, outros tradicionais competidores estarão presentes, como Boca Juniors, River Plate e Universidad de Chile. Como toda boa Libertadores, a expectativa é de jogos em campos de várzea, com a torcida arremessando toda sorte de objetos nos jogadores, que ficam protegidos por escudos de polícia. Apesar de não termos Copa do Mundo em 2015,o início de ano é promissor!
Nos Estados Unidos, a Flórida Cup, mais conhecida como Torneio Mickey, colocou em campo Corinthians e Fluminense contra os alemães Colônia e Bayern Leverkussen. O Fluminense terminou o torneio em último, mas, para a sorte, nessa não havia possibilidade de rebaixamento. O campeão foi o Leverkussen. Outro torneio amistoso foi a Taça Manaus. São Paulo, Vasco e Flamengo disputaram um triangular que coroou o Flamengo de Luxemburgo como campeão. Para sair do padrão, o Vasco deixou o vice para o São Paulo e amargou a última colocação. Apesar dos estaduais, o que interessa mesmo é o início da Copa Libertadores da América.
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INFORME PUBLICITARIO
DE CARA LIMPA!
Chegou ao Brasil o tratamento facial das “queridinhas’ nova-iorquinas
TECNOLOGIA
Você provavelmente não sabe disso,
mas esse cara é um astro!
Da Redação
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abe aquelas rugas, estrias, cicatrizes de acne, e até marcas de queimaduras que tanto irritam e dão trabalho para as mulheres e homens também? Pelo visto e pelos depoimentos de quem fez o tratamento e dos próprios dermatologistas, enfim apareceu um tratamento rápido, prático, indolor e muito mais duradouro: o nome desta revolução para a estética é DERMAPEN, uma espécie de evolução do Dermaroller e que virou febre nos Estados Unidos, onde os controles de produtos ou procedimentos médicos são altamente rigorosos, o que o qualifica e dá mais credibilidade. O objetivo é potencializar os resultados clareando até “manchas” de difícil tratamento como o melasma. Não existe milagre, mas sim, uma técnica muito mais moderna de microagulhamento, que causa um processo inflamatório benéfico. Quando o processo inflamatório da pele é provocado, estimula a produção de colágeno e elastina, e são essas células que vão preencher o espaço das estrias, rugas, cicatrizes que nada mais são do que a perda de elasticidade da pele. As sessões de aplicação são realizadas com espaço de 21 dias entre uma e outra, respeitando o processo natural de regeneração da pele. Junto com a técnica do DERMAPEN também são utilizados cremes e séruns que contém fatores de crescimento epidermais, acelerando o processo de cicatrização.
Na média o tratamento precisa de 8 sessões, mas os resultados, impressionantes, já são notados após a primeira sessão Em síntese, o DERMAPEN se baseia na capacidade da pele de se curar de cortes, queimaduras, abrasões e outros traumas, que logo após sofrer um acidente, nossa pele destrói a camada danificada e cria uma nova camada. Então, o microagulhamento controlado induz a pele a se auto reparar. São criadas micro inserções que dão início a eventos em cascata que propiciam a geração de novos colágeno e elastina. O procedimento dura em média 20 minutos para a face e o pescoço e até 60 minutos para o corpo, dependendo do tamanho da área a ser tratada. Mas fique atenta, pois esta técnica, como qualquer outra que alteram o nosso metabolismo não podem e nem devem ser realizadas em salões de beleza, pois exigem acompanhamento médico, ou por enfermeiras ou esteticistas que recebem treinamento específico para este fim. Nem bem chegou ao Brasil e, para sorte das candangas, também a Brasília, e a procura já está uma loucura. SERVIÇO: Em Brasília o Dermapem faz parte da Confraria Bem Estar e você pode agendar seu horário pelo telefone: (61) 3364-4810.
Da Redação
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conteceu no início de fevereiro, em São Paulo, a Campus Party, maior feira de internet e tecnologia do mundo. O evento atrai nerds de todo o planeta: são cerca de 8.000 pessoas que ficam acampadas, durante uma semana, no parque de exposições. Entre diversas palestras e workshops oferecidos, os participantes, também chamados de campuseiros, podem desfrutar de uma internet de mais de 50 Gbps, o que é mais do que o fornecimento de uma cidade inteira. Um fato curioso chamou a atenção de quem estava presente no evento e não sabia muito bem do que se tratava. Um jovem entrou na área de exposição e foi ovacionado por quase todos os presentes. Milhares de adolescentes correram para conseguir um autógrafo ou um abraço do ídolo. Poderia ser um rockstar, mas era Renan Phillip, jogador profissional de League of Legends. Não sabe o que é isso? Bom,
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League of Legends, mais conhecido como LoL, é um jogo de estratégia cujas partidas são sempre entre duas equipes com três jogadores cada. A melhor forma de descrever o jogo seria como um xadrez do século XXI. Segundo a RIOT, empresa que desenvolveu e comercializa o jogo, 27 milhões de pessoas no mundo jogam LoL diariamente, uma
quantidade impressionante. Os torneios do jogo são transmitidos em tempo real pela internet, sendo acompanhados por milhões de fãs. Como se fossem times de futebol, as equipes brasileiras e estrangeiras arrebanham uma legião de torcedores. Esse é o caso da Keyd Stars, equipe da qual Renan Phillip faz parte.
Em entrevista para a Revista Pepper, Renan disse que não vai ao shopping sem ser abordado por pelo menos 10 pessoas e que a profissão não é fácil “Jogar LoL profissionalmente requer muito treino, pesquisa e desenvolvimento de estratégia. A Keyd Stars treina mais de 9 horas todos os dias da semana.” Além do dinheiro arrecadado com as vitórias em diversos campeonatos, a equipe também recebe alguns patrocínios que permitem o sustento dos profissionais. Perguntado sobre o futuro, Renan afirmou estar confiante de que vai continuar vivendo do jogo. “Pode ser que LoL fique obsoleto em algum momento, mas o que importa mais é a dinâmica que foi desenvolvida, essa dinâmica pode ser exportada para outros jogos que forem surgindo, as pessoas continuarão interessadas em praticar e acompanhar esses jogos”, finaliza o Neymar da nova geração.
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COMPORTAMENTO
Mirando em Brasília:
o bar erótico está chegando...
NATÁLIA MORAES Fotos: Divulgação / Reprodução
Sexy sem ser vulgar, o bar com temática erótica Valen 18+ promete romper o tabu “sexo” na capital. O sócio e proprietário Alexandre Godoy tirou todas as nossas dúvidas sobre esse bar inesperado e caliente.
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rasília vai ganhar um bar temático! Qual tema? Erotismo! Assim que ficamos sabendo, nossa curiosidade foi lá nas alturas! Nos perguntamos como iria ser esse bar erótico. Procuramos, pesquisamos e ficamos sabendo que será uma filial do Valen Bar 18+, que já existe em Porto Alegre e em Balneário Camboriú. Precisávamos fazer uma matéria exclusiva sobre isso! Quer algo mais apimentado do que um bar erótico na cidade? E como fizemos? Fomos conferir de pertinho para saber o que o sócio proprietário Alexandre Godoy está preparando para os brasilienses... Em Balneário, o bar fica em um lugar estratégico. Perto de baladas, restaurantes, bares e praticamente na frente da praia. O Valen é inacreditável. Já na entrada tem um corredor escuro, com televisões passando imagens e sons de pessoas tendo mil e um orgasmos. E isso é só para aquecer. No salão principal tem uma Kombi que na verdade é um lounge. Segundo o gerente Thiago, a Kombi fica ali no meio porque foi considerado o carro mais confortável para se fazer sexo. Tudo ali é erótico. Desde as algemas e chicotes pendurados, formando uma cortina, ao sex shop do lado do bar... Ou até mesmo o cardápio com comidas afrodisíacas e nomes sugestivos. Sem contar as atrações burlescas.
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COMPORTAMENTO
de homens regada a cerveja, a possibilidade de um bar surgiu. Godoy contou para os amigos sobre o conceito do bar erótico. A primeira reação foi de descrença, mas à medida que ele foi explicando – e que a cerveja foi entrando – os amigos começaram a se empolgar. Em 2013 surgiu a oportunidade de compra de um ponto comercial em Porto Alegre, e aí surgiu o Valen, nome em homenagem a uma amiga que tem esse apelido. Godoy conta que lida diariamente com a história de confundirem o bar com uma casa de swing, bordel ou casa de strip. No começo do projeto, ouvia muito dos amigos “vocês vão abrir um puteiro!” ou “vocês são loucos em abrir uma casa de swing”, o que considerava uma reação normal. “A gente entende isso, o ser humano tende a fazer associações mentais quando se depara com algo novo, mas temos que estar preparados para lidar com essa confusão”, disse. Em Porto Alegre houve essa agitação, mas em Balneário as coisas foram diferentes. “Aqui em Balneário a reação foi menos intensa. Temos todo o histórico, fotos, diversos vídeos, atrações nacionais e personalidades frequentando a casa... Ficou bem mais simples desmistificar nosso conceito”, completou. Godoy falou que o assunto ainda é um tabu, e que o objetivo do bar é ajudar as pessoas a falarem disso com menos hipocrisia. “Nos apresentamos como o bar que é o cenário ideal para que pessoas conversem mais e melhor sobre o assunto, então precisamos oferecer repertório para que essa conversa flua. Quando colocamos um conteúdo erótico nas tvs, isso pode gerar alguma reação na mesa do
O começo da ideia de montar um bar erótico surgiu em 2009, quando Alexandre Godoy quis abrir um sex shop que tivesse uma área para eventos como chá de lingeries, despedida de solteira e cursos de sexualidade. A ideia não deu certo, mas continuou na mente. Em 2012, Godoy viajou com 2 amigos para a Europa, e um dia, sentados na praia bebendo cerveja, surgiu a discussão sobre empreendedorismo. Como em toda boa reunião
bar. Alguém vai comentar e isso é uma cadeia positiva”, explicou. Além disso, o bar oferece muitas atrações, e uma das principais é o Burlesque Night Show, uma noite dedicada a apresentações da arte burlesca, que alia teatro, drama, humor e dança em várias apresentações. “Desde o início do bar, as meninas que dançam são as mesmas. O detalhe: elas são lindas, mas passam longe do estilo capa de Playboy ou ensaio de Vogue. E a menina que vai no bar bater palma para elas sai de lá pensando que, se elas podem ser poderosas e lindas, ela também pode”, completou. O gerente do bar, Tiago Davet, falou que essa temática vende por si só. “Aqui é um lugar que você pode falar de sexo sem vulgarizar o erotismo. Fala de maneira aberta e se divertindo com os amigos. E quem não gosta de sexo, né?”, brincou. Além disso, Tiago também contou sobre a programação do Valen Bar, que é de perder o fôlego! “Estamos abrindo de terça a sábado. Na quarta tem o show Cabaret Desire, que traz a magia dos antigos cabarés franceses, e na quinta, sexta e sábado temos apresentações burlescas”, disse. E como falar de um bar com todo esse ar de erotismo, sem falar do cardápio? Os pratos foram desenvolvidos pelo Chef Zi Saldanha e exploram o poder afrodisíaco dos alimentos, sejam eles comprovados pela ciência ou especulados pela mitologia. A descrição de cada prato no menu explica, de forma divertida, sua origem afrodisíaca e se torna mais um passatempo para o público dentro da casa. A ideia de mudar os nomes foi genial. As entradas se
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um ponto turístico obrigatório. O morador vai levar seu amigo para conhecer o Lago Paranoá, a Catedral, o Mané Garrincha e o Valen Bar18+”, brincou. A dançarina burlesca do Valen de Balneário, Mayanna Rodrigues, falou que o pessoal de Brasília vai curtir demais, até porque, para ela, os brasilienses estão muito carentes desse tema. “Tem uma festa que chama Assimetria, que é a única festa burlesca de Brasília. Lá o público é muito carente disso. Sempre que tem essa festa lota, e o pessoal fica perguntando quando vai ter de novo, falando que não tem nada com esse tema erótico, uma coisa bonita de se ver... Acho que vai ser uma ótima opção”, conclui. Nós, da Revista Pepper, já fomos ao Valen de Santa Catarina, mas já estamos morrendo de vontade de ir ao de Brasília! #chegalogo tornaram as “Preliminares”, os pratos principais se chamam “A hora H” e as sobremesas são tratadas carinhosamente como “Cigarrinho”. Quer algo mais criativo e chamativo do que isso? Willian Santana, empresário de 23 anos, teve a sua primeira experiência no bar erótico. Ele contou que foi uma experiência diferente... Um sexy sem ser vulgar. “Você pensa que é uma coisa, mas na verdade é outra. Você acha que vai entrar e vai estar uma doideira, uma putaria louca, mas você consegue conversar, trocar uma ideia legal, e consegue se divertir de uma forma bem diferente. Gostei bastante”, disse. Godoy também comentou que o Brasil é bem carente de bares temáticos: “empreender na noite é um desafio no País. Tanto do ponto de vista cultural – das pessoas não verem o entretenimento noturno como algo sério – como do ponto de vista burocrático. Ao redor do mundo, as redes de bares temáticos são muito fortes e oferecem uma experiência de consumo totalmente diferente e
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Box CURIOSIDADES
VALEN 18+
qualificada. Estamos construindo um case incrível e acreditamos que em breve seremos uma rede internacional”. Então se preparem, jovens brasilienses... O bar erótico está chegando! Godoy contou que Brasília é a chave da estratégia, porque é uma cidade com alto poder aquisitivo e ótimas opções gastronômicas e de baladas. A ideia é suprir a lacuna do casal ou do grupo de amigos que quer algo entre a balada e o restaurante tradicional. O local do Valen Bar 18+ ainda não está definido, mas Godoy pode adiantar que até o começo de 2016 ele já estará entre nós... “A gente vai desembarcar na cidade para se tornar
Quem é aniversariante não leva só bebidas de graça não! O Valen Bar 18+, além de oferecer bebidas e ingressos, proporciona também um ensaio sensual gratuito, feito com fotógrafos parceiros. E esses ensaios podem ser feitos por mulheres, por homens, por casais... Com isso, eles estendem a experiência do cliente com o bar: ela começa quando a reserva é feita e só termina depois que o ensaio é produzido. O Valen Bar 18+ tem o “Pergunte ao Tarado”, um FAQ para responder as dúvidas do público. Eles reúnem as mais curiosas perguntas para criar uma campanha publicitária.
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Cultura
Cultura
O mito do Prometeu Um gênio de personalidade excêntrica, altruísta e fonte de diversas teorias da conspiração. Nikola Tesla (1856–1943) registrou mais de 300 patentes em vida. Hoje, toda vez que você acende uma lâmpada, faz uso de cinco delas: corrente alternada, geradores indutivos elétricos, linha de transmissão de alta tensão, transformadores elétricos e usina hidrelétrica. Poucos sabem, mas atualmente um sobrinho dele dá continuidade ao seu trabalho e pretende produzir energia livre e sem fio aqui no Planalto Central Por Pedro Wolff Fotos: Santini
B
oris Petrovic, 37 anos, nasceu na Iugoslávia, atual Sérvia Belgrado. Ele, que diz ser sobrinho de Tesla por parte de sua irmã Marica Kosanović, comenta sempre ter ouvido de seus familiares coisas como: “ninguém está interessado nesse tipo de energia” ou “vá cuidar da sua família” ou mesmo “você vai morrer pobre e sozinho como seu tio (sic)”. Da família, somente dois primos cuidam do legado do inventor e estão restritos apenas à esfera histórico/cultural porque, em relação à engenharia, somente ele. Vale ressaltar que em 1952 um tio de Boris conseguiu permissão para resgatar parte dos objetos pessoais do inventor que estavam confiscados pelos EUA e fundou um museu em Belgrado (Sérvia). Com formação em engenharia elétrica e integrante de várias redes internacionais que disseminam as ideias de Tesla, até quatro anos atrás Boris Petrovic residia na Rússia, quando decidiu se mudar para Formosa (GO). Hoje ele preside o Instituto de Tecnologias Sustentáveis Nikola Tesla do Brasil, que desenvolve projetos sociais para geração de energia em áreas isoladas, como energia solar em aldeias indígenas ou térmicas em áreas rurais. Uma segunda frente do Instituto é focada na bioenergia, que, entre outros interesses, lida com
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bioletrografia – a partir de uma invenção russa em que, baseada no oscilador de alta frequência, é colocada uma bobina com um eletrodo dentro das câmaras que são capazes gerar várias influências no corpo humano.
Energia Livre O terceiro foco do instituto Tesla é o da transmissão global de energia elétrica sem fio por meio de uma torre que alcança as camadas condutivas da atmosfera terrestre. O que trouxe Boris ao Brasil foi a particularidade de o País estar situado em uma região com maior intensidade de radiação denominada Anomalia Magnética do Atlântico Sul. “Imagina um furo no céu por onde passa mais radiação, seja ela solar, do universo ou mesmo da antimatéria, deixando o ar mais condutivo”, explicou. Para uma breve contextualização, Nikola Tesla começou a construir uma torre em Colorado Springs (EUA), mas, quando seu financiador descobriu que seria impossível medir e cobrar individualmente o consumo da energia elétrica, resolveu boicotar o projeto. Alto Paraíso de Goiás é o lugar ideal para
Questionado se essa transmissão de energia pode gerar efeitos colaterais ao planeta Terra, ele diz que a ionização pode mudar campos eletromagnéticos da atmosfera, podendo até mesmo fazer chover. “Agora, dizer que essa tecnologia é capaz de gerar terremotos foi uma bobagem difundida para vender livros”, encerra o cientista.
O tao da física
materialização do sonho de Tesla. Além da Anomalia Magnética do Atlântico Sul, a altitude da região deixa a torre mais próxima do céu. Além disso, fica três meses do ano sem chuva e nuvens, o que facilitaria o trânsito da descarga de corona – uma descarga elétrica produzida pela ionização de um fluido nas redondezas de um condutor, também conhecida como luz lilás – para a atmosfera. Outra característica que ajuda na condutividade é o seu tipo de solo, suas aquíferas e seus metais subterrâneos. Pouca gente sabe, mas a torre de Colorado Springs utilizaria os princípios da ressonância para transmitir potência elétrica por uma frequência terrestre e possuía uma antena aterrada 60 metros abaixo. Dessa forma, seria possível transmitir energia de maneira instantânea e sem perda. “90% dessa transmissão é feita pela terra e os outros 10% necessários para fechar o circuito viriam pelo ar”, explica. Agora, Boris trabalha para construir um protótipo de dimensão reduzida de 50 quilowatts da torre de seu tio para provar a viabilidade da tecnologia.
Para Tesla e seus seguidores, cada ser humano é uma antena que está sempre transmitindo e recebendo informações/energia. Somos teleautômatos das forças cósmicas e estamos imersos em um ambiente invisível que acreditamos ser vazio. O inventor escreveu um artigo em que cita a influência de cada corpo entre si e pelas distâncias físicas. Cem anos depois essa teoria foi aceita pela física quântica. Pelos cálculos da física moderna (cosmologia), 4% da matéria é visível e o restante é preenchido pela matéria e energia escura. Para a ciência, o que não se pode explicar ou medir simplesmente “não existe”. Seguidores do inventor questionam se o Campo Etérico de Tesla não seria essa energia escura e buscam uma alternativa para que a mesma faça funcionar nossos aparelhos elétricos. Hoje a radioastronomia procura por uma inteligência que esteja se comunicando conosco e ela só consegue mapear o universo em um raio de 60 anos-luz. Segundo as crenças dos seguidores de Tesla, por meio da comunicação instantânea todo o universo poderia ser mapeado.
Entretanto, Boris diz serem necessários R$ 150 mil para materializar esse sonho. Ele garante que uma fundação já se comprometeu a doar o terreno. Mas, para arrecadar fundos, mês passado ele transferiu o laboratório de Brasília para São Paulo e se mudou para lá com a intenção de comercializar o Instituto. Boris acrescenta que nos últimos cinco anos apareceram importantes parceiros russos querendo colaborar com uma tecnologia que irá potencializar o lançamento da descarga de corona via laser e que esta seria capaz de abastecer veículos aéreos, terrestres e espaciais (isso mesmo que você leu: espaciais).
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Receita do mês
Receita do mês
Mamma mia!
Que receita deliciosa!
Fotos: Silvia Bouvier
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Secondo Piatto - Ciriole al Ternana para 4 pessoas
om formação na Itália, Ville Della Penna atualmente toca a cozinha da recém inaugurada salumeria Piccolo Emporium. Tem longa formação e experiência no assunto. Estudou no ICIF – Itália (Instituto Italiano de Gastronomia e Enologia para Estrangeiros). Agraciado com 14 importantes prêmios nacionais, Ville é chef membro da FIC (Federação Italiana de Chefs); membro da AIGS (Academia Italiana de Gastronomia Histórica) e da Ristoworld Italia, importante associação italiana de gastronomia.
Ingredientes • • • • •
Trabalhou em vários restaurantes estrelados em Roma e região da Umbria, na Itália. De volta ao Brasil, trabalhou nos restaurantes do grupo Jorge Ferreira; Mais recentemente, foi Head chef FIFA durante os jogos da Copa do Mundo em Brasília.
500 gr de farinha de trigo 1 litro de molho de tomate 12 claras de ovos 300 ml de água 200 gr de queijo ricota
Modo de Preparo para a massa fresca: Somar a farinha à água e às claras. Misturar até formar uma massa homogênea. Descansar por 20 min. Abrir com o auxílio de um rolo para massa, aproximadamente 2 mm de espessura. Cortar em formato de parpadelli e cozinhar em água fervente com 4 colheres de sopa com sal grosso, por 7 minutos.
Este mês, o renomado chef Ville fez receitas deliciosas para a Revista Pepper. E receitas que estão na sua família há três gerações! Confira!
Para o molho Cozinhar o molho pronto por 10 minutos em fogo brando, somar a ricota já cortada em pedaços pequenos, por mais 7 minutos.
Finalização Antipasto Aspargos frescos com queijo brie no maçarico, sobre cama de folhas verdes, acompanhado com chutney de framboesa com pimenta da Cornucópia.
Primo Piatto Vitello tonnato Contrafilé recheado com ervas e queijo, finamente fatiados sobre cama de espinafre ao vapor. Acompanhado de due de geleias da Cornucópia (framboesa e abacaxi).
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Somar a massa ao molho quente e deixar em fogo baixo por 3 minutos. Servir acompanhado de azeite e queijo parmesão
Dessert (sobremesa) Cannoli di Nutella Bebidas Para acompanhar, a sugestão é: entrada - espumante ou vinho rosé pinot grigio ou cabernet sauvignon blanc primo piatto - vinho com uva sangiovese secondo piatto - cabernet sauvignon ou merlot sobremesa - vinho de sobremesa ou sauvignon blanc
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MEIO AMBIENTE COMPORTAMENTO
COMPORTAMENTO
T
EL CID
o Brasil precisa de um herói Por Fernando Cabral Empresário do Setor de Alimentação Fora do Lar fcabralbr@gmail.com
A
história dispõe de vários heróis, por todo o mundo, em todos os tempos. Um que já foi enaltecido em livros e em um importante filme épico da década de 1960 foi El Cid – um dos maiores cavaleiros da Idade Média, que lutou com bravura, defendendo reinos e conquistando terras e blá, blá, blá. Está na história e parou por aí. O tempo das grandes conquistas poderia ter acabado, mas o Brasil ainda tem muito a conquistar. No entanto, sem educação pouco ou quase nada poderá ser conquistado por aquele que já foi “o País do futuro” (Que futuro é esse que não chega?). Uma luz surge no fim do túnel, uma réstia de esperança, um discurso lindo, slogan perfeito. Essa parece ser a hora: “Brasil, Pátria Educadora”. Este é o tema ou o lema do segundo mandado da nossa Presidente. Já não era sem tempo. Agora vai. Será? Os brasileiros e brasileiras podem acreditar que a intenção é séria? A Presidente formou um Ministério com esse objetivo? Será feito um grande pacto nacional pela Educação? Está claro que educação não se resume à educação? Ou à escola ou ao Ministério da Educação? Em restaurantes e bares os empresários precisam qualificar funcionários. Até aí, tudo bem. Essa qualificação profissional
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muitas vezes se dá nas próprias empresas, outras em empresas privadas e, na maioria das vezes, pelas vias bilionárias das caixas pretas do Sistema “S”, incluindo aí o oásis de competência que é o SEBRAE. Em salas de aula ou in company esses treinamentos quase sempre precisam começar do bê-á-bá. Entenda-se por bêá-bá desde óbvias questões de língua e comunicação, passando pela higiene pessoal e esbarrando nos bons modos. Não raro, os profissionais menos qualificados e com poucos anos de escola (grande maioria nas cozinhas e salões dos restaurantes) se apresentam como alfabetizados – ensino básico completo (ginasial, como se falava antigamente) ou nível médio – mas sequer conseguem interpretar um texto de alguns parágrafos ou escrever três frases conexas, concatenadas corretamente e com letra inteligível. Os treinamentos ou qualificações começam a fracassar daí – é desanimador não poder oferecer uma apostila ou cobrar um “ponto” a ser estudado em casa. Outra e correlata questão nesses treinamentos diz respeito à higiene pessoal. Os princípios muitas vezes são ignorados, quase nenhuma teoria é reconhecida e é sempre necessário perder algumas horas de aula para ensinar e orientar atitudes básicas de higiene que nem a família, nem
a escola, nem a vida ensinaram. Bons modos, muito obrigado, me desculpe, por favor, com licença e outros salamaleques não muito complexos nem sempre são entendidos e contextualizados. Diante dos clientes, por repetição, cobrança, insistência são ouvidos, mesmo que aos sussurros (Alguém já tentou decifrar o som emitido por um pedido de licença do tipo profissional-automático? Parecem dois pequenos assobios sibilando sempre no mesmo ritmo...). E a educação não parou por aí. Ética, respeito às leis e ao próximo, cidadania, honestidade, consciência, autoestima, noção de grupo, vida em comunidade, reconhecimento de limites, preocupação ambiental, até o amor... Tudo isso e muito mais advém da educação. Essa educação é responsabilidade da família, do Estado, das escolas, da sociedade e das próprias empresas. Sendo possível personificar essas responsabilidades nos ministérios, temos que cobrar educação do Ministério da Educação, do Ministério da Cultura, da Saúde, do Esporte, da Justiça, do Trabalho, do Desenvolvimento Social, das Comunicações e outros insossos, sem pimenta alguma e que servem principalmente para aparelhar o Estado ou acomodar comadres e compadres aliados. É. Com o quadro que aí está, só um herói para salvar o País.
Xuxa na Record. Urach ungida. Que semana difícil para Satanás @PacMan, perfil de comédia
Harry Potter e o enigma do “por que eu tô bonita no espelho e feia na foto?” @De_sorvete, internauta
Hoje aprendi que a águaviva tem um só orifício que funciona como boca e ânus ao mesmo tempo. Eis um ótimo apelido pra algumas pessoas.
weets
“Por que devemos contratar você?” Meu, coloca a mão no meu cabelo, olha essa hidratação! @ subutramina, internauta
Lembrando que Tetris é na verdade uma metáfora da vida, pois nele seus erros se acumulam e os acertos desaparecem, jogo muito educativo. @ @luscaspfvr, internauta
Dinheiro não é tudo. Mas, como não se pode ter tudo, eu me contento com dinheiro.
Se sou casado com a Maria Fernanda e rola um menage com a Paolla Oliveira, eu teria que deletar o Twitter pois não teria mais o que reclamar da vida.
@NostalgiaNao, internauta
@@lemarc_s, internauta
@Anonimo_Famoso, internauta
Tatuagens se conhecem no Tinder e tatuam casal no braço @guilarbolsa, internauta
Critério feminino para vestir 1 calça: sera que combina com a blusa/ sapato? Critério masculino para vestir 1 calça: *cheira* não tá fedendo, vou vestir. @adreanu, internauta
Anderson Silva foi pego no antidoping por usar anabolizantes... gente, ele só queria engrossar a voz @hhollerveger, internauta
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DEDO DE MOÇA
MARKETING / PUBLICIDADE
COISAS da
DEDO DE
Propaganda
MOÇA Por Taís Morais
SEM PRECONCEITO! Junior Ramalho (ramalhojunior@gmail.com)
Nas manchetes
Racionamento
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Brasília, mesmo como pano de fundo, brilhou na minissérie da TV Globo que ficou célebre pelo traseiro desnudo da Paola Oliveira.
Novo bar em São Paulo atrai clientela sofisticada oferecendo a oportunidade de que cada um faça sua própria cerveja. O problema é que, sem água, fica difícil fazer cerveja.
“Historiadores” .........................................................................................
Está em curso, já há alguns anos, um movimento para transformar em heróis os guerrilheiros comunistas do Araguaia. Vai ser difícil reescrever a história, mas tem muita gente tentando.
Gentileza .........................................................................................
Conhecida pela “gentileza” com seus colaboradores, a presidente Dilma Rousseff brigou até com o operador do teleprompter, durante a primeira reunião ministerial na Granja do Torto. Ela não acompanhou o discurso na tela ou o operador estava distraído? Eis a questão!
Concorrência desleal .........................................................................................
Papa Francisco foi indicado para o Prêmio Nobel da Paz. Pensando bem, ele deveria ser hors-concours. 22
Praia .........................................................................................
Neste janeiro calorento da cidade, nunca Brasília sentiu tanto a falta de uma praia. E as poucas chuvas prometem uma seca bastante rigorosa este ano.
Férias .........................................................................................
De um ex-ardoroso defensor da total autonomia política do DF: “A Câmara Legislativa em férias é uma beleza. Não aprovam nada para prejudicar a cidade”.
Gastos de Agnello .........................................................................................
O Portal da Transparência revela que foram gastos pelo GDF, no ano passado, R$ 219 milhões em “lazer”. E o (des) governo Agnello declarou despesas de R$ 391 milhões em “difusão cultural”, seja lá o que isso queira dizer. Você sentiu a diferença?
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Sem estoques .........................................................................................
Apesar de nascerem centenas de bebês por semana e do Corpo de Bombeiros buscar o material em domicilio, os bancos de leite do DF estão sem estoque. Falta solidariedade ou informação?
Águas Claras .........................................................................................
Moradores de Águas Claras precisam separar grana extra no orçamento familiar para compra de amortecedores dos seus carros. É buraco para todo lado...
Pacto .........................................................................................
Mais do que nunca, as pessoas que amam Brasília precisam se unir e dar um voto de confiança ao novo governo do DF para, juntos, tirarem a cidade do buraco em que a enfiaram quando elegeram o ex-governador.
pesar de todo o glamour que a envolve e da atração que exerce junto à sociedade e entre jovens vestibulandos, a publicidade é sem dúvida uma das profissões que mais exigem abnegação e até certo sacrifício pessoal para que possa ser bem desenvolvida. Isso, em função de que o produto final, ou seja, as mensagens que são divulgadas e direcionadas nas peças publicitárias para todos os tipos de veículos de comunicação, são obrigatoriamente produzidas pensando e agindo como o “outro” quer ver, ler ou ouvir e, nunca, do jeito que o publicitário, de todas as áreas técnicas, gostaria que fosse pessoalmente. Isso não é fácil, já que o esforço é psicológico e pouca gente aguenta a pressão e invasão no próprio gosto e modo de viver. Vamos aos fatos: seria possível um criativo que odeia animais e não se permite sequer um breve contato físico com cãezinhos ou bichanos, conseguir desenvolver uma campanha convincente e eficiente para vender ração? Ou então, um profissional de atendimento – praticante ferrenho da religião evangélica – ter que ir colher um “briefing” completo e detalhado sobre umbanda, em um centro, durante uma festa de “santo”? Haverá quem diga que não se precisa experimentar ou, no mínimo, presenciar algo para se falar sobre ele, mas, apesar de pesquisas, literaturas ou informações de Google, sem “feeling”, não funciona. Fica sempre faltando na mensagem o molho ou a pimenta; o argumento emocional que quem irá consumir um produto ou assumir uma postura precisa sentir para se decidir. Não digo que publicitário precisa se prostituir, mas, com certeza, para ser diferenciado e surpreendente, tem que se permitir. Não precisa fumar o bagulho ou cheirar o pó para fazer uma campanha antidrogas, contudo, sem ao menos ver como se aperta o cigarro ou se faz a carreira, fica sem intimidade com o assunto e, consequentemente, sem argumentos convincentes e emocionantes. Que tal tentar fazer uma campanha para um cassino, sem nunca sentar
à mesa do jogo? Não basta decorar as regras do pôquer, tem que conhecer a emoção de um blefe e a reação do adversário, para seduzir alguém a querer jogar. Um cirurgião ortopédico, por exemplo, não tem que se preocupar com o gosto ou emoção do paciente com uma fratura exposta. Vai lá, abre o cliente, usa sua técnica, procedimentos padrões, eventuais implantes, e tem como missão fazer a criatura voltar a andar da melhor maneira possível e, ao terminar a operação, volta para casa e vive como quer. Publicitário, não: tem que saber como é a dor da fratura; a estrutura do hospital; o medo de ficar numa cadeira de rodas; se vai pegar uma infecção hospitalar; como será o reestabelecimento e outras muitas coisas, mesmo sem nunca ter quebrado a perna, caso queira vender bem um plano de saúde qualquer. Exagero? Que nada! Tenta convencer alguém a comprar um imóvel, sabendo só fazer os cálculos estruturais da obra, tenta. Na verdade, essas constatações não são lamúrias, já que acho até bom ter que me expor mais do que o normal para exercer a profissão de publicitário. Minha preocupação é com os que tentam exercê-la sem abrir mão de nada ou, pior, sem meter a cara no que não tem muita simpatia, pois serão meros transcritores de bulas, sem emocionar ninguém e atendendo muito pouco as necessidades de vender e de convencer dos seus clientes. Aos que amam a publicidade, com a alma e arrepios que ela necessita, fica a dica: ande mais a pé por aí; suba na árvore; vá num domingo à Água Mineral; empurre carrinhos de supermercado; ouça também “Um Homem Não Chora”; assista a um jogo de futebol ou a uma corrida de kart; saia no Pacotão com a máscara do Cerveró; pegue um ônibus para qualquer lugar; sinta o cheiro de um charuto cubano; veja uma exposição de arte sacra... Mesmo sem gostar muito, ou nada. Só para ampliar o seu universo cognitivo e suas ideias. Ah, não se esqueça de botar pimenta na comida. E na leitura...
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