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Ano 02 Outubro/2015
www.revistapepper.com.br
#SUMÁRIO
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#EDITORIAL
#MODA CAPITAL FASHION WEEK – No meio da crise o Capital Fashion Week ressurge com toda a força para colorir as passarelas de Brasília no mês de outubro. Márcia Lima conta a batalha que foi trazer essa edição, e os modelo contam como é participar da semana de moda e dão alguns truques para arrebentar na passarela.
#NOVA SÉRIE 04. JOVENS EMPRESÁRIOS: nessa edição falamos sobre nutrição e a vida fitness.
#LAZER 05. 408/9 NORTE – Reduto boêmio, reunindo uma diversidade de estilos, idades, gostos e exigências etílicas.
#TENDÊNCIAS 06. SPAZZIO RECRIARE – Já ouviu falar em espaço colaborativo? A Piccolo Emporium e a Renata Mandelli Art & Food se juntaram para essa nova tendência na cidade. Duas operações em um só lugar!
#ESPORTES 08. CICLISMO E BRASÍLIA – Plana e cheia de ruas largas, a capital é, por si só, um convite para pedalar.
#SAÚDE #CULTURA 19. MMORPG’S, os games que fazem a cabeça da galera são jogados por quem você nem imagina...
#ENTREVISTA DO MÊS 22. ROGÉRIO ROSSO – O deputado candango, muito bem votado, Rogério Rosso, fala de forma descontraída com a Revista Pepper sobre política e vida pessoal.
14. MACONHA: a polêmica da Cannabis medicinal ou recreativa. Por que tanto preconceito com a erva, mas sobre o tabaco e o álcool, mais prejudiciais à saúde, as pessoas não falam nada?
Por outro lado, os episódios políticos também ajudam a aquecer o cotidiano. Neste caso, não apenas do brasiliense, mas do brasileiro em geral. É o presidente da Câmara dos Deputados descoberto com contas secretas e milionárias no exterior, acordos antiéticos para barrar as investigações da LavaJato, greve de funcionários no Distrito Federal, caos na saúde, professores parados, parques fechados, ufa! É muita coisa, não?
que fazem a diferença na cidade: jovens empresários.
Ainda bem que a Revista Pepper existe para aliviar o estresse do dia a dia. Nesta edição, começa a série que apresenta pessoas
Tem matéria temperada para todos os gostos. Música, lazer, entrevistas, saúde, esporte e pimenta das melhores nas
palavras dos nossos colunistas. A revista está renovando o perfil editorial e também o projeto gráfico. Tudo isso para ficar ainda mais gostosa para você. Boa leitura!!!!
#SÉRIE #EXPEDIENTE
DESDE QUE O SAMBA É SAMBA
Publisher Sérgio Donato Contaldo
jornalismo@revistapepper.com.br
Editora Taís Morais
#COLUNAS
jornalismo@revistapepper.com.br
18. FERNANDO CABRAL – Outubro chegou. Com o país à beira de um colapso, muita gente já perdeu as esperanças. Cabral fala sobre os dias melhores que virão. 25. TAÍS MORAIS – Dedo de Moça – Taís Morais e seus comentários apimentados sobre política. 26. JUNIOR RAMALHO – Herrar é Umano, mas não errar é melhor ainda. Ramalho dá umas dicas sobre o mercado Publicitário.
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utubro chegou! Parece que 2015 está voando. Brasília tem registrado dias imensamente calorentos. Tivemos até o dia mais quente da história, quando os termômetros bateram os 36°C e a baixa umidade nos remete às paisagens mais desérticas que podemos imaginar.
A segunda matéria sobre a série traz mais sobre o ritmo mais brasileiro do país.
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Redação Natália Moraes Abner Martins jornalismo@revistapepper.com.br
Publicidade
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Revisão Conttexto.com helenacontaldo@conttexto.com
Estagiária
Fernanda Cabral
Site Natália Moraes e equipe Colaboradores Sérgio Assunção J. Carlos Jr Ramalho Romolo Lazzaretti Fernando Cabral
Carlos Henrique A. Santos Lisiane Cardoso Gráfica Gráfica 76 produção@setemeia.com.br
Diagramação Giovanni Oda giovanni_oda@yahoo.com.br
Contatos (61) 3257.8434 faleconosco@revistapepper.com.br
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#NOVA SÉRIE
Por Taís Morais taismoraiss@gmail.com
JOVENS EMPRESÁRIOS Esta edição traz a primeira reportagem da série que vai mostrar alguns dos jovens empresários de Brasília.
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cidade é conhecida pelo que tem de pior: a sua classe política. Mas a capital federal tem uma galera muito boa e que faz a diferença. E tem também a Revista Pepper, que tempera a vida dos brasilienses! A série começa falando de um tema que está bastante em voga, a vida fitness. Como os cuidados com a saúde, com o corpo, com uma alimentação saudável e balanceada está em alta, cresce também o número de profissionais que atuam na área. No entanto, existem aqueles que vão além da forma física e trabalham pela saúde dos seus clientes. César Augusto Martins, 41, mora em Brasília desde 1981 e é brasiliense de coração. Filho de militar, morou até 1996, no Setor Militar Urbano. Cursou Educação Física e depois Nutrição. Muito procurado pelos resultados obtidos para deixar a galera sarada, o sucesso do seu trabalho é baseado na sua preocupação com a saúde dos clientes. Que, aliás, ultrapassam 240 pessoas apenas na sua clínica de nutrição. Ele conta que os distúrbios alimentares levam a sérias disfunções, como exemplo, a obesidade. Segundo dados do Ministério da Saúde, mais da metade dos brasileiros está acima do peso e 17,5% são obesos. César, que é empresário há 11 anos não corre contra o relógio no atendimento aos clientes. Define cardápios, sugere pratos variados e equilibrados, orienta e prescreve dietas específicas para cada caso. Soma-se a isso, a sua experiência como educador físico e, para os clientes que querem, ele passa séries de treinos físicos, que o cliente faz onde quiser.
RP. Como surgiu a ideia de abrir uma empresa e como foi sua trajetória até se tornar um Personal/Nutricionista de sucesso? CM. Brincando no computador. Eu malhava, então as pessoas gostavam dos meus resultados e pediam dicas. Resolvi, então, abrir minha própria empresa e profissionalizar o atendimento. RP. Quais os maiores desafios de ser um homem jovem e bem-sucedido? CM. Adquirir a confiança dos clientes. RP. Qual a melhor recompensa de ser um jovem empresário? CM. Trabalhar com afinco e energia para garantir sucesso e desfrutar de um futuro confortável. RP. O que falta em Brasília para que sua empresa cresça ainda mais? CM. As pessoas precisam ter mais acesso às informações. Os brasilienses ainda não sabem muito sobre como ter uma vida saudável. Algumas ainda acham que procurar um nutricionista é perda de tempo e buscam as informações na Internet. O que é um grande erro. RP. Como é a sua rotina como empresário e atleta? CM. Ótima! Não tenho nada a reclamar. Acordo às 07h, caminho das 07h30 às 08h30. Começo a atender meus pacientes às 10h e vou até às 19h. Depois faço musculação, janto, assisto um pouco de TV, depois leio. Durmo por volta de meia noite. Aos fins de semana me dedico ao lazer e à família. RP. O que você falaria para os leitores da Pepper que gostariam de seguir os passos do Cesar Martins? CM. Muita dedicação, amor ao que faz fé na capacidade de realizar seus sonhos sempre. RP. Um lugar legal para visitar em Brasília? CM. Parque da cidade. RP. O que mais gosta na cidade? CM. Cinemas, restaurantes, clubes e o Lago. RP. Um roubada de Brasília? CM. O governo. Rsrsrs Quer conhecer o trabalho do Cesar? www.cesarpersonal.com.br
#LAZER
Por Lisiane Cardoso
BAIXO ASA NORTE, PARTIU? Toda grande cidade tem seu reduto boêmio, reunindo uma diversidade de estilos, idades, gostos e exigências etílicas. Variedades é o que não falta na 408/9 Norte.
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ma breve circulada pela Comercial à noite e você contará pelo menos 25 locais onde é possível se sentar, pedir um petisco e beber uma cerveja. Bares, botecos, restaurantes que recebem desde jovens universitários com um “litrão” na mão, despreocupados com o dia seguinte, até público adulto mais exigente. Pôr do Sol, Godofredo, Pinella, Raízes, Cenário Bar, Barkowski, Meu Bar, Aleatório e Jungle fazem parte da lista. Não importa se é dia de semana, as mesas tomam conta das calçadas. A região foi batizada de “Baixo Asa Norte”, uma referência aos recantos boêmios que pulsam em cidades como São Paulo – Baixo Augusta – e Rio de Janeiro – Baixo Gávea. O envolvimento é tanto que foi criada a Associação de Bares e Restaurantes da 408/9 Norte – Baixo Asa Norte. A ideia é transformar a relação dos bares com os moradores, ampliando o diálogo e a construção de soluções conjuntas para os eventuais conflitos e reclamações, como o excesso de barulho e a ocupação das vagas de estacionamento. Além disso, os empresários acreditam que é possível planejar ações de urbanismo e paisagismo na quadra, valorizando os jardins, além de propor atividades em parceria com os moradores, como bloco de carnaval para crianças e feiras de antiguidades e produtos orgânicos, por exemplo. “A ideia é transformar a rua em um ponto turístico. Isso faz com que a gente se fortaleça como região, uma área de turismo e ampla comunicação com a comunidade”, explica Allan Alves, sócio do Aleatório. Vai um drink aí? Inaugurado em setembro, o Aleatório (408N) caprichou no visual e inovou com a proposta de ser, além de bar, uma galeria onde artistas da cidade podem expor seus trabalhos. “O interessante é que se eu gostar de algum objeto da decoração posso
comprar e levar para casa”, conta Fernanda Palatucci. No cardápio, pratos com opções para vegetarianos. Os drinks exclusivos são elaborados pelo barman Elvis Almeida. Não deixe de provar a Caipidura (R$ 22), uma deliciosa mistura de cachaça, limão, caldo de cana e rapadura, finalizada com uma borda de açúcar mascavo. O Mangwasabi (R$ 22) leva cachaça, abacaxi, hortelã, manga e raiz forte. “Além dos drinks fixos do cardápio, toda semana lançamos novas misturas inusitadas”, conta Elvis. No Jungle (408N), a localização voltada para a quadra garante privacidade aos frequentadores. O bar passou por reforma em setembro, deu mais conforto aos clientes e inovou nos drinks. De terça a sábado, até 21h tem dose dupla de Caipirinha (R$ 12), Mojito (R$ 14) e Cuba Libre (R$ 13). Experimente o Mango Jungle (R$ 15) com suco de manga, vodka, licor de morango e Curaçau Blue. “A ideia de poder beber em pé, no balcão, aumenta a interação entre as pessoas. Sem contar que os preços dos drinks são bem acessíveis”, afirma Klaus Frantz. Há 17 anos na 408 Norte, o bar Pôr do Sol é plural. Os números mostram o tamanho do movimento. Por semana, são vendidas mais de 200 caixas de cerveja e 500 churrasquinhos. O litro sai por R$ 8 e o espetinho de contrafilé, fabricação própria, a R$ 5,50. “No Jungle posso escolher opções de drinks que normalmente só encontro em casas noturnas”. Rodrigo Carletti, fotógrafo “A proposta do Aleatório, de ser no acesso ao subsolo, é aconchegante, dá uma sensação intimista”. Luis Fernando Araújo, jornalista INSTAGRAM Aleatório Galeria Bar – @aleatoriogaleriabar Jungle – @junglebar408n 05 REVISTAPEPPER.COM.BR
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#TENDÊNCIAS
#RECEITADOMÊS
Por Natália Moraes Fotos: Divulgação
NHOQUE DA SORTE
SPAZZIO RECRIARE, O NOVO ESPAÇO COLABORATIVO DA CIDADE Misturar receitas e restaurantes em um só lugar? Por que não? Os espaços colaborativos estão ganhando o mundo e em Brasília não podia ser diferente.
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arece que os espaços colaborativos são a nova tendência mundial. Londres, Nova Iorque, São Paulo e Rio de Janeiro já entraram nessa onda... A ideia é ter várias operações em um só lugar. E quem disse que Brasília não aderiu a essa moda? O Spazzio Recriare, no Gilberto Salomão, é um espaço físico que abriga a Piccolo Emporium e a Renata Mandelli Art & Food. Comida fresca com uma pegada italiana, sempre!
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Itália é cheia de tradição! Até na hora das receitinhas maravilhosas... Todo dia 29, dia de San Gennaro, o pessoal come nhoque. Mas tem que comer o nhoque com dinheiro embaixo do prato para trazer fortuna. Para homenagear o padroeiro da Itália e tentar fazer com que todo mundo saia dessa crise louca, a receita que a Revista Pepper traz este mês é o delicioso NHOQUE DA FORTUNA. Prepara!
O Chef Ville Della Penna, da Piccolo, conta que eles oferecem tudo na situação de consumo, ou take out. Os ingredientes são locais, e até rola de você levar seu próprio recipiente pra eles prepararem a massinha para você... Hmmm. “Aqui é tão original e tão brasiliense, que chegamos a inserir no nosso universo italiano a mortadela com pequi”, disse Ville. Então, amantes do pequi, já sabem, né?
Ingredientes: - 3 batatas do tipo Asterix; - 2 batatas do tipo Baroa; - 2 ovos;
O novo espaço está caminhando e está dando certo. O conceito é diferente e a parte do colaborativo eles ainda estão desbravando. “Não estamos acostumados com essa junção de empresas diferentes no mesmo ambiente, mas a ideia é fazer esse casamento mesmo”. Renata Mandelli faz uma geleia da Patagônia, Ville monta uma pizza com queijo Bel Paese. Resultado? Um sabor maravilhoso e diferente. “A ideia é harmonizar nossas coisas, tanto no take out quanto para comer aqui”, completou. Operações distintas, mas para o mesmo fim. Quem sai ganhando é o cliente. Antes do Spazzio Recriare, a Piccolo tinha uma loja em Águas Claras. “O mercado não está fácil. Essa crise está tirando todo mundo. Eu recuei, fechei uma operação só minha para abrir com parceiros. Mesmo atendimento, mesma comida... Mas dividindo o bolo e o prato”, brincou. Pet Friendly Foi lá na loja de Águas Claras que a Piccolo ficou famosa, também, por ser pet friendly. Cachorrinhos, gatos, papagaios e até furões já participaram de almoços e jantares. É claro que Ville pensa em implementar essa onda no novo Spazzio Recriare.
- 1/2 kg de farinha de trigo. Modo de preparo: Descasque as batatas e cozinhe. Quando elas estiverem ao ponto, amasse e misture os dois tipos. Coloque a metade da farinha aos poucos, acrescente os ovos e depois o restante da farinha. Se for necessário, pode acrescentar um pouco de água para dar liga.
“É outra tendência que chegou para ficar. Alguns shoppings já aceitam os pets transeuntes. Aqui não pode ser diferente”, disse Ville. Oficialmente o Gilberto Salomão não aceita animais transitando, mas futuramente, quem sabe? “O pet é um nicho de mercado, e eu só percebi depois que lancei isso. Porque antes era uma visão pessoal”. O espaço tem que ser democrático! O Chef contou que “na Europa é muito comum! Lá o pessoal não está nem aí”. No antigo Piccolo o sucesso foi tão grande que às vezes tinha mais reservas nas mesas pets do que no restaurante.
Campana Italiano Um sino de cobre toca para anunciar novas fornadas de pãezinhos... Essa tradição começou há 230 anos em uma pequena cidade na Itália. Muitos padeiros italianos seguem à risca esse costume até hoje. Ville não ficou de fora. O sino anuncia pizzas e pães artesanais. “Trouxe o sino para continuar a tradição e despertar a curiosidade de quem passa por perto”, disse.
Com a massa feita, estique-a e enrole-a em “forma de cobrinha”. Divida a massa em pequenos pedaços com o garfo, para ficar com os riscos e o molho pegar mais. Ferva água com um pouco de sal grosso e jogue os pedaços de nhoque. Deixe ferver até subir. Quando subir, jogue os nhoques no molho já quente. Buon appetito! Nota do chef: o Spazzio Recriare vende a massa pronta, que pode ser levada para ser feita em casa, assim como o autêntico molho à bolonhesa.
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#ESPORTES
Por Taís Morais taismoraiss@gmail.com
BICICLETA E BRASÍLIA
se aventurar nas ruas da capital. Com camisetas personalizadas e tudo!
– DIVERSÃO E ESPORTE
Foto: Wander Vieira
Não há lugar onde não haja um ciclista na capital federal. Seja apenas uma pessoa ou um colorido pelotão que passa alegrando a paisagem candanga, cada vez mais o brasiliense descobre o prazer de pedalar.
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em gente, como eu, que prefere rasgar as estradas montanhas acima, mas que andar de bicicleta em Brasília é uma delícia, isso todos concordam. Plana e com ruas largas, Brasília é um lugar perfeito para o ciclismo. Nas vias da cidade, tirando alguns motoristas mal-educados e mal informados sobre o código brasileiro de trânsito, consegue-se treinar durante o dia. Há quem prefira pedalar no anel externo do parque da cidade. Por ali também passam carros e é um pouco mais seguro quanto a assaltos, mas ficar rodando sem parar pela mesma paisagem pode ser um tanto cansativo. Dentro do parque, já não é tão seguro durante a semana. À noite, os ciclistas se unem para treinar ou passear por todo o DF.
#ESPORTES
As ciclovias dos Lagos Sul e Norte também são muito utilizadas. A do Lago Sul é um pouco mais antiga e suas condições estão bem ruins. Fora a sujeira, pedras e cacos de vidro – eu nunca vou entender a razão de as pessoas jogarem garrafas nas ruas –, ainda há buracos e remendos mal feitos que colocam os ciclistas em risco de quedas. Mas, ainda assim, o fluxo de bikes de todos os tipos é intenso. A ciclovia do Lago Sul é um pouco melhor, e menor, mas é bem agradável e menos suja. Há algum tempo vêm surgindo os grupos de pedal. Desde 2002, existe a cultura de juntar amigos para praticar o ciclismo. Claro que esta é uma tendência do mundo todo, mas, em Brasília, o pessoal curtiu a ideia de formar o seu próprio grupo para trilhar a área rural do DF ou
Um dos primeiros grupos de Brasília foi o Rebas do Cerrado, grupo que pratica Mountain Bike todos os domingos e tem pedal para todos os gostos e formas físicas, e o Pedal Noturno, que reúne pessoas todas as noites, no parque, para girar por aí. E tem muito mais. Em todas as cidades do DF é possível encontrar um grupo. Não é por falta de companhia que as pessoas não irão andar de bicicleta, a exemplo do Pedala Mais. O grupo surgiu quando os passeios do Pedal Noturno começaram a ficar fracos para os ciclistas em melhor forma. Gustavo Soares de Almeida, 37, é um dos coordenadores. Nascido em Brasília, ele conta que o Pedala Mais fez 4 anos de existência e a página deles no Facebook possui mais de 3700 membros. E também fala que “cada dia da semana há um grupo de responsáveis pelos treinos, que vão dos níveis iniciantes até os de altíssima densidade. O Pedala Mais é um grupo de ciclistas experientes, com resistência para girar. Não saímos para passear, mas para treinar e promover a evolução da pedalada dos integrantes”.
PRINCÍPIOS DO PEDALA MAIS:
1. Liberdade; 2. Companheirismo; 3. Segurança; 4. Evolução na pedalada; 5. Respeito ao próximo e às regras de trânsito; 6. A última palavra é semprea a do coordenador do grupo no dia – mesmo que ele não seja quem está na frente do pelotão o tempo inteiro.
Por pedalar sempre em pelotão, tanto em roadbike quanto em mountain bike, o grupo proporciona um treino seguro e recebe muito bem os novos integrantes. Quanto aos problemas encontrados na cidade que atrapalham a prática do esporte, Gustavo enumera a falta de segurança com relação aos motoristas que não respeitam os ciclistas, ausência de asfalto em boas condições e a falta de iluminação de algumas vias como os principais. “Brasília já se rendeu ao ciclismo. Falta o governo fazer sua parte aumentando a
Foto: Gustavo Soares
malha de ciclovias entre as cidades, a conclusão do autódromo que, pode ser utilizado como pista de treino de ciclismo”, desabafa o coordenador. O grupo esteve na Itália no início de outubro para competir o Granfondo Roma – um dos mais tradicionais Granfondos do mundo, onde participam até 6 mil ciclistas. Wander Vieira, 38, natural da capital federal, é membro de um dos pelotões mais famosos da cidade: o Pelotão do Lago, que existe desde os anos 1980. Wander começou a treinar em 1993 e o pelotão já existia. “Não tão cheio como hoje, mas já existia. O que mudou foi apenas o percurso, já foi Volta ao Lago e atualmente sai da QI 02 do Lago Sul (CNPq) e retorna no final da L4 Norte com chegada no mesmo local da partida”, explica Wander. Ele conta ainda que o pelotão chega a reunir entre cem e duzentos ciclistas, dependendo da temporada. “Todos os domingos, pontualmente às 8h30, vai ter uma largada de pelotão, é só ir lá e conferir o show!” Diferente do Pedala Mais!, a filosofia do grupo é medir forças. Os atletas treinam estratégias, embaladas, fugas, enfim, todas as manobras que acontecem em competições. “Existem algumas regras, não pode cortar caminho, quem entra depois do Gilberto Salomão não pode participar efetivamente do treino (buscar fugas, fazer chegadas, rodar em escalera...) e deve ficar no fim do grupo. Mas infelizmente sempre tem alguém que não respeita”, lamenta Wander. O Pelotão do Lago é um grupo mais forte, que exige boa forma e bom nível de treinamento. Eventualmente algumas mulheres participam dos treinos, que estão sempre abertos a novos integrantes. 09 REVISTAPEPPER.COM.BR
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#ESPORTES
#ESPORTES Foto: Wander Vieira
Sobre os principais problemas da cidade que atrapalham a prática do ciclismo, Wander aponta a falta de experiência de alguns motoristas. “O nosso grupo se desloca a uma velocidade média de 44km/h e às vezes até mais alta do que isso, qualquer movimento ameaçador dos motoristas pode causar uma tragédia. Alguns ignoram isso e fazem manobras perigosas no meio do grupo, mas a cada ano os motoristas têm respeitado mais este grupo na área dos Lagos Sul e Norte. Os moradores da área já estão bem acostumados, o problema maior são os motoristas que usam as vias do Lago com menor frequência”, conta Vieira.
auxiliou no planejamento e argumentos para a implementar as bicicletas compartilhadas. Esses são exemplos de que é possível realizar ações, que, mesmo não sendo as ideais, permitem avanços. A implementação das bicicletas de compartilhamento já havia sido ensaiada duas vezes. Mas as licitações não tiveram sucesso”, explica Ronaldo. Ele conta ainda que, com o apoio da Secretaria de Governo da gestão anterior, tornou possível elaborar um termo de referência e um edital mais simplificados e mais atrativos para quem quisesse investir no estado. “O Sistema foi inaugurado em maio de 2014. O contrato tem validade de dois anos, com quarenta estações e 400 bicicletas. Após este período e considerando uma avaliação criteriosa, pode-se realizar uma expansão ou um novo edital, ampliando os serviços, que podem incluir bicicletários públicos e outros serviços relacionados ao uso da bicicleta como transporte, esporte e lazer.
Ele envia um recado aos motoristas: “quando virem ciclistas treinando no acostamento, nas ciclovias ou ciclofaixas ou no canto direito da via, não nos xinguem ou ameacem, apenas sigam os seus caminhos em paz e nos deixem treinar com alguma tranquilidade”. A capital federal é um ótimo local para que o Estado promova o uso da bicicleta como transporte. Há possibilidade de integrar bike com metrô ou mesmo com os ônibus. O grande problema hoje, para as pessoas que desejam ir ao trabalho de bicicleta, é mesmo o medo de serem atropeladas. No entanto, no último Dia Mundial Sem Carro, diversas pessoas foram ao trabalho de bicicleta; eu, inclusive. O comandante Geral da Polícia Militar do Distrito Federal foi outro exemplo de que é possível realizar as atividades do dia a dia sem carro. O Coronel Florisvaldo Ferreira Cesar cumpriu toda a agenda do dia de bicicleta, a pé ou de metrô. No Guará, a polícia militar faz o patrulhamento de bicicleta, exemplo de avanço e respeito à comunidade e ao meio ambiente.
Como existem diversos grupos de pedal na cidade, o instituto trabalha para reunir os membros deles em ações, eventos e articulações que beneficiem a todos. Com o apoio do Pedala Brasília e outras entidades, foram criadas duas Frentes Parlamentares de Apoio à Bicicleta. Uma na Câmara legislativa do Distrito Federal e outra na câmara dos Deputados. O objetivo da Frente é elaborar projetos de leis, indicações e Recomendações ao Poder Executivo do DF e Federal para fortalecer o uso da bicicleta. “A demanda emergencial por mais segurança ao ciclista e a redução de impostos na cadeia produtiva da bicicleta são dois pontos muito importantes no trabalho a ser desenvolvido junto aos poderes constituídos”, afirma Martins. Ele acredita que se forem feitas campanhas maciças de educação para a convivência pacífica, não apenas campanhas de educação de trânsito, mais a cidade se tornará amigável aos ciclistas.
Ronaldo Martins Alves, natural do Pará, é uma das pessoas mais engajadas na cultura da bicicleta em Brasília. Há longo tempo na luta pela inserção da bicicleta como ferramenta de cidadania e ocupação da cidade, ele trabalha incansavelmente para tornar a cidade mais amigável aos ciclistas. Já realizou diversas ações junto à comunidade e agora está à frente do Instituto Pedala Brasília de Mobilidade Sustentável, criado em 2011 com a proposta de colaborar na elaboração e implantação da Política Cicloviária do DF. Sua atuação mais forte é na articulação institucional para que os projetos saiam do contexto das ideias e se tornem realidade.
Atualmente a cidade ainda não é considerada bike friendly. Mas Ronaldo afirma haver um planejamento para execução de ações de curto, médio e longo prazo que favorecerão a adequação da cidade. “A colocação de paraciclos, vestiários e bicicletários nas empresas e órgãos públicos é extremamente necessária. Lembrando que só a infraestrutura não é suficiente. Ela tem uma força enorme de indução para que o usuário com pouca ou nenhuma experiência em interação com o transito inicie, comece a pedalar. E aí entram os Grupos de Ciclistas Organizados. Em número que só cresce no DF”, explica Martins.
Ronaldo esteve junto ao governo quando houve a licitação e execução das ciclovias e também
Foto: Gustavo Soares
Há uma lei distrital que obriga a instalação de estrutura de apoio aos ciclistas como paraciclos e bicicletários e que logo começará a ser cobrada pelos órgãos de controle e fiscalização. Pois é, os grupos de ciclismo promovem a união das pessoas em torno do esporte. Eles também incentivam mais e mais pessoas a entrarem para o maravilhoso mundo da bicicleta. “São momentos de interação social, troca de informações e muito aprendizado. Todos colaboram com todos. Os líderes de grupos dedicam muito de seu tempo para pensar em percursos, criar eventos e roteiros de cicloviagens e até festas de confraternizações, tudo em torno da alegria do vento no rosto, que é o pedalar. E é lindo ver esses enormes grupos com sua alegria, mostrando que Brasília está no caminho!”, comemora Ronaldo. Certamente Brasília e o Brasil não devem chegar, tão cedo, aos grandes avanços de alguns países. Mas, pouco a pouco, serão sentidas as mudanças. Brasília está trilhando a rota certa, mas sem dúvida ainda tem que avançar bastante. Cada pessoa é responsável pelo bem coletivo. Se todo mundo fizer a sua parte, não só teremos uma capital linda e amiga da bicicleta, mas também um exemplo de cidade que respeita o direito de ir e vir de cada um.
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#MODA
#MODA
LUZ NA PASSARELA! Por Natália Moraes Fotos: Fotoforum
A 17ª semana de moda de Brasília rolou no começo de outubro, e a Revista Pepper esteve por lá para conferir de perto todas as novidades.
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a primeira semana de outubro rolou a 17ª edição do Capital Fashion Week! O evento aconteceu no Iate Clube de Brasília e contou com 30 desfiles, Novos Talentos, estilistas e grifes locais. Teve até exposição os produtos do Sindivest-DF em um espaço chamado Capital Fashion Business. A semana de moda de Brasília não fica atrás de ninguém! Moda praia, fitness e casual tomaram conta da passarela. O Capital Fashion Week 2015 provou que, mesmo em tempos de crise, o mundo da moda continua. A mineira Márcia Lima, idealizadora desse grande evento, veio para Brasília bem jovem e ao longo dos anos percebeu que a cidade estava carente de eventos 100% brasilienses. “Não tinha os nossos profissionais ou algo que realmente fosse motivo de orgulho pra cidade. Tudo que era bacana vinha de fora. Tínhamos que reverter”, contou. Então, Márcia acabou criando uma nova vitrine de moda, o que acabou se tornando o 3º maior evento de moda do País, sempre mostrando os produtos daqui. O CFW já nasceu grande. “Foi uma loucura! O evento contou com 20 mil pessoas e super positivo!”. O contrário desse ano que a produção
passou por alguns perrengues por conta do nosso cenário econômico nacional. “Esse ano infelizmente perdemos patrocínio dez dias antes do evento. Eu tinha que cancelar ou reformular. Resolvi reformular por amor e respeito aos envolvidos” completou. A idealizadora se emocionou no final do último desfile. Seu projeto estava quase completando a maioridade! “Esse ano sofremos demais, mas tivemos uma parceria tão grande de amigos, todo mudo foi tão solidário, que não deu. Me emocionei”. A grande família da moda brasiliense conseguiu, mesmo como um desafio, fazer o que move essa paixão. Moda Brasília Em 2015 algumas marcas se destacaram. A moda masculina de Daniel Larsan, por exemplo, era tudo que o público queria ver de um desfile Novos Talentos. Colorida, com elementos eficazes de alfaiataria, com toques esportivos atuais e cheia de fashionismo antenado com o universo pop. Até o mundo dos games entrou na onda de Daniel. O desfile bem executado da Apoena, com referências africanas, ganharam um tempero urbano e super feminino.
O queridinho do CFW, Romildo Nascimento, fez história como um dos símbolos da nossa semana de moda. Ele é especialista em peças desejo e sabe como trabalhar a feminilidade urbana e brasileira sem perder a mão. Ele é de Ceilândia e sempre supera as expectativas do seu desfile. Camisas texturizadas, tecidos plásticos, listras verticais... um sucesso! Já a moda da Guilda era madura e sem exageros. Essa é a moda com tendências de fora do Brasil e elementos desejáveis desde a estamparia até a modelagem. Já a Afrikanus tinha uma estamparia sensacional, e foi eleito um dos melhores desfiles do evento. Tinham alguns alfinetinhos ajustando as roupas, mas de resto foi impecável. Romisa Elkarim é sudanesa e trouxe para suas roupas a vivência da África, sem o clichê do animal print. Essa edição foi diferente e despertou curiosidade até das crianças rondando o salão. Teve desfile de roupas adaptadas, e, é claro que teve a moda sustentável. Sacos de cimento viraram bolsas e carteiras, enquanto ferro enferrujado virou as joias das modelos. A artista plástica Lurdinha Danezy inovou! O Capital Fashion Week deixou sua marca no mês de outubro com suas peças extravagantes e produtos novos. E por que não falar dos novos modelos? Sim, corpos esculturais passearam pela
passarela em todos os dias de evento. Mas cá entre nós, no backstage alguns modelos estavam se matando nas flexões para arrebentar no desfile. É o caso de Ramon Borges, 21, estudante de engenharia civil. Ele, que desfilou pela primeira vez na semana de moda canganda, disse que essa edição foi bem legal, inclusive por estar puxando bastante pra moda fitness e moda praia. E sobre as flexões pré-desfile Ramon disse que “não é tão normal assim. Mas vou desfilar sem camisa, tem que dar uma “tunada!”, brincou. E deu mesmo! Com informações Finíssimo 013 REVISTAPEPPER.COM.BR
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#SAÚDE
Por Taís Morais taismoraiss@gmail.com
MACONHA MEDICINAL É SAÚDE PARA QUEM PRECISA E DIVERSÃO PARA QUEM QUER.
Cada vez mais pessoas ganham qualidade de vida com o uso dos medicamentos, e alimentos, à base de maconha. O Brasil ainda engatinha nessa questão. É preciso discutir o tema com mais seriedade, mais atitude e menos polêmica. O que mata mesmo é a ignorância.
O
hábito de fumar um baseadinho é estigmatizado pelas pessoas como “coisa de doidão”, mas quase ninguém acha errado ou estranho quando uma pessoa enche a cara de cerveja ou fuma 30 cigarros por dia. Pelo contrário, as pessoas acham bem esquisito quando alguém afirma não beber álcool. A pergunta preconceituosa logo escapa e se ouve: “por que você não bebe, você é crente?”. Também não é estigmatizado aquele que senta num bar após o expediente e pede um “uisquinho” para “relaxar”. Mas se a pessoa for enrolar um baseado, ah... aí o cara é maconheiro-sem vergonha, entre outros adjetivos nada agradáveis. Este texto não é uma apologia às drogas, a autora sequer fuma. Nem cigarro de tabaco nem maconha. No entanto, não vamos nos calar quanto ao fato de ser notório que a utilização da
cannabis é bem ampla. Neste caso, nós falaremos de uma outra forma de usar a maconha. Como remédio. Hoje, uma das mais importantes discussões em torno da planta – sagrada para alguns povos – é o uso medicinal. Alguns médicos afirmam que a erva pode aliviar muitos dos sintomas de doenças: Alzheimer, dor, glaucoma, síndrome de Tourette, náuseas e vômitos associados à quimioterapia, anorexia e caquexia em HIV/ AIDS, dor neuropática, espasticidade, esclerose múltipla e lesão medular. O estudo revelou que pequenas doses de THC (substância química presente na erva) diminuem a concentração da proteína beta-amiloide no cérebro. O acúmulo dessa proteína é uma das causas do Alzheimer. Em 2006, pesquisadores do Instituto The Scripps descobriram que o THC bloqueou completamente
#SAÚDE
a formação de placas de beta-amiloide. Aliás, o composto funcionou melhor do que os remédios que são utilizados normalmente contra o Alzheimer.
porque não conhecem os efeitos benéficos da maconha. “Eu atualmente estou usando o óleo, tive uma inflamação no nervo ciático, 45 dias de cama, só o óleo me fez levantar”, concluiu.
Maria Antonia, uma das mais fervorosas ativistas da descriminalização da maconha, conta que, ao ser acometida por um câncer, buscou conforto na maconha, afinal, suas crises pós-quimioterapia eram desesperadoras, Além dos enjoos, ela sentia muitas dores no corpo. “Eu não usava maconha, mas quando me indicaram para ajudar nos sintomas terríveis da doença e do seu tratamento, eu resolvi comprar a erva. Mas não conhecia as outras formas de utilização, por isso, usei fumada mesmo. Foi um alívio.” Maria Antonia não tem vergonha de dizer que hoje, curada do câncer, ainda usa a erva para amenizar o sofrimento que a fibromialgia lhe causa. “Eu sinto dores, a maconha me alivia muito. Eu uso mesmo, defendo o uso medicinal e recreativo, mostro minha cara. E o que que tem?”
O uso da maconha medicinal está aprovado em diversos países, como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e França. Já a venda da Cannabis sativa para fins medicinais foi regulamentada em 21 estados norte-americanos. O Colorado, primeiro estado a legalizar a maconha recreativa, se surpreendeu com o valor dos impostos recolhidos com a venda da droga no ano fiscal encerrado em junho. Foram US$ 70 milhões (R$ 272 milhões) de receitas geradas, quase o dobro dos US$ 40 milhões (R$ 144,5 milhões) previstos.
A ativista conta que muitas pessoas são contra a liberação e o cultivo em pequenas quantidades
Segundo estudos científicos, as possíveis indicações da maconha para fins medicinais são: • Coadjuvante no tratamento do câncer • Alzheimer • Glaucoma • Síndrome de Tourette • Anorexia • Aids • Esclerose múltipla • Lesão medular • Dor crônica • Espasticidade • Esquizofrenia • Parkinson • Transtorno da ansiedade • Depressão • Insônia • Estresse pós-traumático
O Brasil engatinha na discussão do tema. Há os movimentos para a descriminalização da maconha para uso recreativo e para o cultivo próprio em pequenas quantidades. Só que esse tema esbarra em controversos princípios culturais pré-históricos, religião e preconceito. Ainda vai dar pano para a manga. Mas se a manga recebesse um dinheirinho a mais, arrecadado com os impostos sobre a venda da maconha, seria mais legal. Claro que não há como agradar a gregos e baianos, mas no Colorado, em resposta ao dinheiro extra recolhido, os consumidores receberam um dia de venda de maconha legalizada livre de impostos. Todos os consumidores economizaram cerca de 25% do valor da compra. Além disso, o estado também prevê a devolução de impostos aos moradores em caso de arrecadação excessiva. Já pensaram isso no Brasil? Bem, talvez esse dinheiro parasse no bolso de uns e outros... não nos nossos. Há diversas formas de utilizar a maconha. Uma delas é na alimentação, onde biscoitos, bolinhos e até brigadeiros são preparados com maconha medicinal. Há a vaporização feita das flores: bem tratadas e de qualidade controlada, é o meio mais próximo do fumo. Existe também o óleo de maconha, que pode ser feito sem o THC para ser ministrado a crianças com problemas de saúde, principalmente, aquelas que têm crises convulsivas. O óleo é colocado na língua, em uma quantidade de gotas determinada pelo médico. Esse tratamento já se mostrou eficaz para crianças com epilepsia. O óleo não tem efeito alucinógeno e reduz muito as crises. Para falar mais claramente, já existe o medicamento farmacêutico feito da cannabis, 015 REVISTAPEPPER.COM.BR
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#SAÚDE
o canabidiol. O medicamento é uma substância química encontrada na maconha e que, segundo estudos científicos, tem utilidade médica para tratar diversas doenças, inclusive neurológicas. É como o óleo de maconha, ou seja, não deixa doidão. Ele também não é vendido em farmácias. Quando um médico considera a necessidade dele para algum tratamento, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) precisa autorizar a importação do remédio.
O canabidiol No Brasil, a substância é utilizada por suas propriedades ansiolíticas e anticonvulsivantes para tratar epilepsia. Estudos em animais também demonstraram que o canabidiol tem ação antipsicótica, neuroprotetora e anti-inflamatória que pode servir para ajudar no tratamento de outras doenças, como mal de Parkinson, esquizofrenia ou autismo. O bebê Ricardo Curvo de Almeida, morador de Cuiabá, completou um ano no dia 23 de maio de 2015. Ele sofria convulsões sequenciais desde os dois meses de vida. Depois que iniciou um tratamento inovador à base de canabidiol, importado dos Estados Unidos, o medicamento foi indicado pela médica que acompanha o menino para aliviar o estado de saúde dele, que sofre de uma síndrome neurodegenerativa rara. Anny Fischer, de São Paulo, hoje com sete anos, teve uma importante mudança na sua vida. Portadora da síndrome CDKL5, uma doença genética rara que causa epilepsia grave, chegou a ter 80 convulsões por semana. Após quase dois anos usando o canabidiol, suas crises são esporádicas. Katiele Fischer, mãe de Anny, precisou “traficar” o canabidiol até abril de 2014, quando se tornou a primeira brasileira a ganhar na Justiça o direito de importar a substância.
Drogas lícitas podem e sem polêmica... Há um imenso preconceito contra a maconha, mas o cigarro comum – que mata e/ou adoece milhares de pessoas todos os anos – e o álcool – que também mata e, pior, é um grande problema social, são drogas aceitas abertamente pelas sociedades. Há ainda as dezenas de remédios para moderar apetite, ansiolíticos, antidepressivos e antipsicóticos que são utilizados de forma
#SAÚDE
preocupante no Brasil e no mundo. São receitados e vendidos a torto e a direito, sem que ninguém fale do problema, que só aumenta no mundo: a dependência. O cigarro é notadamente prejudicial à saúde de quem consome e também dos espectadores inocentes (os fumantes passivos). O álcool é um dos grandes causadores das mazelas familiares e sociais. Famílias desestruturadas, brigas, estupros e outras coisas mais, são fruto da maldição alcóolica. Entretanto, os fabricantes de bebidas continuam vendendo seus produtos muito tranquilamente. Nunca saberão qual das garrafas da sua produção será bebida em uma festa entre amigos e qual será a que causará um crime. Nem por isso o cigarro e o álcool foram proibidos. A maconha está classificada como droga ilícita; no entanto, o álcool – lícito – é consumido praticamente em todo o mundo. Globalmente, estima-se que pessoas com 15 anos ou mais consumam em torno de 6,2 litros de álcool puro por ano (equivalente a 13,5g por dia). No Brasil, o consumo total estimado é equivalente a 8,7L por pessoa, quantidade superior à média mundial. Estima-se que homens consumam 13,6L por ano e as mulheres, 4,2L por ano. Em 2013, a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) divulgou um estudo com resultados distintos dos apresentados pela Expertise. Segundo essa pesquisa, feita presencialmente com 4.607 indivíduos, 7% dos brasileiros afirmaram já ter usado maconha. O temor popular de que experimentar a maconha uma vez condena o usuário ao vício não se confirma. Entre os entrevistados, 26% disseram ter usado a erva pelo menos uma vez na vida, dos quais 83% não a fumam mais atualmente. Apenas 4% dos que já fumaram um baseado – ou 1% da população total – disseram fazer uso diário da droga. O Brasil não está entre os países com maiores índices de consumo de maconha – ele aparece em 17º no ranking. Em primeiro lugar está o Canadá (44% de uso na vida e 14% no último ano), a Nova Zelândia (42% e 13%, respectivamente) e Estados Unidos (41% e 10%).
Atenção O representante do Conselho Federal de Medicina (CFM), Salomão Rodrigues Filho, afirmou que, segundo um estudo feito na Suécia, com 50 mil adolescentes, o uso de maconha multiplica a possibilidade de o usuário desenvolver esquizofrenia. “Metade desses adolescentes, que não usaram maconha, tiveram uma psicose de
natureza esquizofrênica no mesmo índice que a população geral, 1%. Para os outros 25 mil, que usaram maconha uma vez por semana, o índice subiu para 3,1%. Então, liberar a maconha é abrir uma fábrica de esquizofrênicos, que é uma doença incurável”, disse Salomão.
Agora, falando não tão sério A gente não apoia o uso de drogas, mas o Brasil sempre se supera. Nas praias do Rio de Janeiro e de Santa Catarina, o barato agora é comer o brigadeiro de maconha. Segundo relatos, a “lombra” demora um pouco para chegar, em torno de 30 a 50 minutos. Mas quando chega, demora de 2 a 4 horas para passar. Nós, aqui da Pepper, já estamos passando mal só em pensar. Mas, para quem gosta, segue a receitinha da manteiga canábica. Use onde quiser, mas utilize com muita moderação e deixe fora do alcance das crianças!
Manteiga de Maconha Para as pessoas que consomem maconha, o ato de fumar é pior do que o consumo da droga. Muitas não gostam do cheiro e do gosto forte de fumaça, ou simplesmente não gostam de fumar. A manteiga de maconha pode ser usada em qualquer receita que use manteiga, como bolos e doces. Esta receita usa a proporção de 50g de maconha para 250g de manteiga. 1. Consiga sua maconha. Não compre de traficantes, procure alguém ligado à Marcha da Maconha. 2. Umedeça a maconha em água por 20-60 minutos. Isso vai retirar um pouco da clorofila, terra e componentes químicos da planta, que podem deixar um gosto de “grama” na sua manteiga. O THC não é solúvel na água e não será afetado por isso.
verde-oliva. Faça um pouco de pressão no pano para extrair o máximo possível de manteiga do vegetal. 8. Descarte o material vegetal. 9. Use a manteiga nas suas receitas preferidas.
3. Coe o material vegetal com uma peneira e seque com papel toalha. 4. Esfarele o material vegetal com as mãos. Usar um triturador vai deixá-lo muito fino e quebrado. 5. Aqueça a manteiga em banho-maria até estar totalmente derretida. 6. Coloque o vegetal na manteiga e mexa cuidadosamente por uma hora. Se a manteiga começar a borbulhar ou parecer queimada, diminua o fogo. 7. Depois de aproximadamente uma hora, passe a manteiga por um coador de pano e deixe esfriar. A manteiga deve ter uma cor
Com informações de: Scientists engineer yeast to produce active marijuana compound, THC, Science Alert, Anvisa, Superinteressante, Sua Saúde, New York Times, CFM e cannabismedicinal.org. 017 REVISTAPEPPER.COM.BR
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#COLUNA
O MELHOR MÊS DO ANO,
Fernando Cabral Empresário fcabralbr@gmail.com
Da Redação jornalismo@revistapepper.com.br
#CULTURA
DIAS MELHORES VIRÃO.
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utubro deve ser o mês mais importante do calendário. Ano sim, ano não, o mês começa com eleições. Momento em que depositamos em urnas nossas esperanças de dias melhores. Alguns dias depois vem o Dia das Crianças – esperança geral de dias melhores. Coincidente a esse último, tem o dia da Padroeira do Brasil – Nossa Senhora de Aparecida – a quem ainda se pode apelar na esperança de dias melhores. Mais alguns poucos dias e chega o Dia do Professor – a grande aposta na esperança de dias melhores. No finzinho do mês, o Dia do Servidor Público – no qual há que se depositar esperança de dias melhores. O país vive um momento muito delicado. A atividade política está sendo destruída pelos maus políticos, que estão em ampla maioria em todos os níveis do poder. A atividade econômica está sendo destruída pelos maus políticos, que, em sua ampla maioria, são corruptos e também maus gestores. Essa turma que está aí não vai se reciclar com facilidade, apesar das ardentes doses de pimenta que estão recebendo por parte da imprensa, do Ministério Público, da Polícia Federal e da banda boa do Judiciário, que está trabalhando muito bem. Na falta dessa reciclagem, precisamos de novos. Novos políticos, novos gestores públicos, novos eleitores. Arrisca-se dizer novos cidadãos, numa análise extrema. E esses novos são mesmo os novos de idade. As crianças, os adolescentes e os jovens adultos de hoje. Com a força dos ainda bons professores que restam, essa turma tem que estudar muito para ganhar cidadania e poder ter orgulho de se transformar em políticos. Novos e bons políticos. Novos e bons administradores. O Brasil está no risco de chegar ao fim do poço na política, parece que ser político não é bom, fazer política é puro fisiologismo, puro interesse
politiqueiro, um trampolim para a corrupção e o uso do poder pelo poder. Muita gente já perdeu as esperanças nos políticos, mas isso não pode acontecer. O país está sem líderes, sem exemplos, sem heróis de verdade. Se continuar assim, quem serão os políticos de daqui a vinte ou trinta anos? A educação tem que melhorar, as crianças têm que estudar muito, os jovens têm que querer votar logo aos dezesseis anos, os jovens adultos têm que querer se candidatar. Os adolescentes têm que estudar para os concursos – que não podem parar – têm que virar bons juízes, bons promotores, bons delegados, bons policiais, ótimos gestores, excelentes funcionários públicos. Toda a esperança está depositada neles. Viva o mês de outubro! Que as eleições sejam limpas, cheias de bons candidatos e com muitos eleitores jovens e conscientes. Que o Dia das Crianças sirva de reflexão, que ajude a conscientizar os pais em transformar seus filhos em grandes cidadãos. Que o Dia do Professor vire o dia do respeito – que falta em todos os níveis para com a educação e os professores. Que o Dia do Servidor Público não seja apenas mais um ponto facultativo, mais um feriado, uma forma de descanso. Mas sim o reconhecimento da importância desse profissional do qual tanto a nação depende. E que a Padroeira do Brasil esteja por perto, sempre aparecida, que ajude aos que nela depositam fé a realizar os seus desejos. Para os pessimistas de plantão (e pessimista é o que não falta), resta lembrar que o último dia do mês é o Dia das Bruxas, que novembro começa com o Dia de Todos os Santos (algum tem que conseguir nos ajudar!) e logo vem o Dia dos Mortos. E você? Diria que dias melhores virão? Tem certeza?
A HORA DOS MMORPG’S Você nem imagina, mas a sua colega de trabalho, tímida e quietinha, pode ser uma grande Feiticeira em World of Warcraft
Q
uando os RPG’s (jogos de interpretação de personagem) apareceram para o grande público em meados dos anos 70, eles tinham um nicho bem específico. Apenas alguns grupos de estudantes, na maioria homens nerds, que se reuniam em suas casas com livros, papel, caneta e dados. Hoje, com a popularização dos computadores e da banda larga, o número de jogadores de RPG’s explodiu, com milhões de pessoas no mundo inteiro interagindo com os jogos disponíveis. De office-boys a executivos, adolescentes ou idosos, o perfil dos jogadores também é variado. Você nem imagina, mas a sua colega de trabalho, tímida e quietinha, pode ser uma grande Feiticeira em World of Warcraft. Não entendeu nada? Nós te explicamos! O Básico De forma simples, o RPG é um game em que o jogador detém o papel fictício de um personagem e interage de forma ativa com uma história. Apesar de essa definição ser bem clássica e genérica, captura bem o espírito desses jogos. Existe uma grande flexibilidade dentro do gênero, com diferentes cenários possíveis. Se na década de 70 o comum era a fantasia medieval, muito inspirada nas histórias de O Senhor dos Anéis, hoje as possibilidades são quase infinitas, com cenários de horror, futuristas, ficção científica, steampunks e outros. Colocando o MMO na frente do RPG’s É possível dividir os RPG’s em duas grandes categorias: tradicional e de computador. Na categoria tradicional, os participantes se reúnem, alguém assume o papel de narrador e cada um interpreta um personagem. Dados e tabelas são utilizados para determinar os resultados de ações específicas, como o de uma luta. Os RPG’s de computador surgiram na década de 80. A ideia era que o game tomasse o papel do narrador, oferecendo para o jogador um cenário e uma história em que ele pudesse interagir. Foi em 1997 que surgiu um game inovador, Ultima Online, que permitiu que centenas de jogadores pudessem vivenciar um cenário e uma história, ao mesmo tempo em que interagiam entre si. Esse é o chamado MMORPG (massive multiplayer online).
De acordo com uma pesquisa realizada pela PC Magazine, estima-se que simultaneamente, em média, 30 milhões de pessoas no mundo inteiro estão conectadas e jogando algum MMORPG – é como se o estado de São Paulo inteiro estivesse jogando ao mesmo tempo. O grande trunfo desses games está na interação entre as pessoas; de certa forma não existe um final, um momento em que ele acaba, mas a história continua sendo escrita pelos jogadores e pelas relações que estabelecem dentro daquele mundo. Se você tiver curiosidade, pode jogar o Ultima Online, que continua funcionando e com uma grande base de jogadores, mesmo 18 anos depois de seu lançamento. Por onde começar Os MMORPG’s são um ótimo passatempo. Se você estiver interessado, listamos 5 games para você se aventurar, sendo quatro totalmente gratuitos. Você só precisa de um computador razoável e conexão de banda larga: • O Senhor dos Anéis Online: O game é gratuito para jogar e todo ambientado no conhecido cenário dos filmes e livros. Ao longo do game, o jogador pode encontrar e até mesmo ter como companhia alguns dos personagens famosos como Gandalf e Aragorn. • Cidade dos Vilões: Seja um supervilão, destrua os super-heróis e cause a maior quantidade de caos e destruição possíveis. Game gratuito. • Star Wars: The Old Republic: Viva o cenário de ficção científica mais famoso do mundo. O game gratuito se passa na velha República Galática, eras antes das histórias que se passam nos filmes. Você pode ser um jedi, um sith ou até mesmo um caçador de recompensas. • EVE Online: Seja um piloto de caças espaciais! O game se passa em uma galáxia dominada por algumas facções, você pode subir os degraus da hierarquia e chegar até ao posto de almirante de frota. • World of Warcraft: O mais famoso de todos, WoW já passa dos 10 anos de existência e se reinventa a cada ano com novas expansões e modernização de gráficos. Possui a maior base de jogadores, com picos de 10 milhões jogando simultaneamente. Diferente dos outros, WoW requer uma assinatura mensal de 15 dólares.
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#SÉRIE ESPECIAL – PARTE 2
Por Natália Moraes Fotos: Divulgação
#SÉRIE ESPECIAL – PARTE 2
“A ALEGRIA É O SAMBA DE BRASÍLIA QUE NOS CONTAGIA“
É com essa letra de música, composta por um brasiliense, que vamos continuar a série especial “Desde que o Samba é Samba”. A verdade é que o samba é bom... Principalmente em Brasília.
EÉ
claro que existe samba na capital! Por que não? E o samba é bom, um samba candango, um samba com a nossa cara. Com influências de fora, nossos artistas estão conquistando o cenário musical brasiliense, fazendo na capital do rock um samba com cara de samba.
Nossa cidade tem também grandes nomes, que podem ser considerados velha-guarda do samba brasiliense, como Carlos Elias. Ele que foi o responsável pela abertura da casa de show Camisa Listrada, no Setor Comercial Sul, e do Clube do Samba – o primeiro clube do gênero do País.
Não se sabe quando exatamente o samba surgiu em Brasília, mas existem alguns registros que falam um pouco desse nascimento. Assim que a cidade foi fundada, a servidora pública recém-vinda do Rio de Janeiro, Dona Ivoone Eduardo, convidava seus vizinhos pra tocar um samba na sua porta, lá no Cruzeiro, pra passar a saudade de sua terra. Será que foi assim que o samba surgiu na cidade? Talvez... Mas o certo é que foi nessa época que a ARUC nasceu.
Hoje, o Cruzeiro está para Brasília assim como Copacabana está para o Rio de Janeiro. É lá que o burburinho todo acontece. É lá que a cena de uma roda de samba se repete diariamente. Foi por lá, no Samba do Operário, que reencontramos Marquinhos Benon. Como ele já tinha dito, ele participa do projeto “Samba do Compositor”, que só tem samba autoral com compositores de Brasília, trazendo um pouco da história do samba que nasceu por aqui. Por mais que tenham músicos que trazem confiança para chamarmos o samba de “nosso samba”, Marquinhos fala que o estilo musical aqui na cidade tem sofrido um problema sério, que é a lei do silêncio. “Tem sido um grande entrave. Muitas rodas foram encerradas por causa disso”, disse. Mas, para ele, Brasília ainda respira samba. “A cidade tem revelado grandes nomes, como Breno Alves”, completou. E é do Breno Alves que queremos falar. Músico e jornalista, Breno diz que o pagode foi sua escola. Pagode que foi auge dos anos 90 e que fez a cabeça de muitos jovens. Foi por causa desse batuque romântico que
Breno conheceu o Fundo de Quintal e começou a fazer um link com outros sambistas. Deu samba. Entrou para a escola de choro e lá conheceu grandes nomes como Cartola, Noel Rosa, João da Baiana. Choro e samba andam juntos, não tem jeito. Zeca Pagodinho, Fundo de Quintal e Beth Carvalho foram suas grandes influências. “Esses artistas gravaram com todo mundo, e aí ficou mais fácil conhecer o samba mesmo. Zeca é contemporâneo, mas ele não deixou de gravar Monarco da Portela, por exemplo”, disse. Sobre o samba candango, Breno conta que o cenário está melhorando... “Vários grupos estão por aí, acho que todo mundo concluiu que tá na hora de compor. Muitos saíram Brasil afora, e isso é muito importante para alavancar ainda mais o nosso samba”, completou. Para ele, o público passou a consumir mais samba, mas outra dificuldade é o nosso queridíssimo Governo, que não dá incentivo suficiente. “Tão fechando as casas, tirando nosso emprego, mas o samba sempre foi e sempre teve muita resistência. A gente resiste”.
e também a nossa própria velha guarda. “A cidade tem vários músicos mais experientes nos quais a gente se inspira e dos quais a gente sofre influência. Temos Carlos Elias, Sérgio Magalhães, Fiola Travassos...”, disse. A nossa famosa lei do silêncio também entra aqui. Khalil conta que o maior obstáculo para o cenário musical de Brasília “é essa lei que já tem um legado terrível em poucos anos de existência: por volta de 100 palcos de música ao vivo foram fechados irreversivelmente”. O músico diz que o GDF desde então faz vista grossa para a situação e não se pronuncia a respeito. “Temo muito pelo futuro cultural da cidade, que tem sido atacado por uma minoria (essa sim!) barulhenta e intolerante”, completou. Para os próximos seguidores de seus passos, Khalil manda um recado: “Não se esqueçam dos mais velhos e daqueles que deram a própria vida pelo samba. Uma árvore não sobrevive sem as suas raízes”. Como escreveu Candeia: samba é verdade do povo. Flores em Vida
O jornalista participa do grupo Adora Roda. E como não adorar essa roda? Esse foi o primeiro projeto realizado pela nova geração, que incentivou vários outros jovens a fazerem o mesmo. E para quem está começando? “Se dediquem, utilizem a internet. Tenham amor, respeitem a velha guarda... Se não fosse por eles o samba não seria o que é hoje. O samba é uma realidade e nasce no coração. Aproveitem”, finalizou.
Durante três semanas do mês de setembro, o Centro Cultural Banco do Brasil recebeu o projeto “Flores em Vida”, que homenageou grandes “bambas do samba”. Teve Dona Ivone Lara, Monarco da Portela e Nelson Sargento. Quem recebeu? O grupo Brasiliense Adora Roda. O projeto nasceu da necessidade de reverenciar grandes nomes do samba e acentuar o respeito que os artistas da capital têm por aqueles que contribuíram para o desenvolvimento do gênero.
Assim como Breno, o músico e instrumentista Khalil Santarém também começou com o choro e foi caindo no samba aos poucos. Para ele, as influências do samba candango são a velha guarda do samba carioca e a do samba paulista
“Flores em Vida” trouxe para a cidade letras e melodias que fizeram parte da trilha sonora da vida de muitos brasileiros e que embalaram encontros que retomaram lembranças do público presente. 021 REVISTAPEPPER.COM.BR
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#ENTREVISTA
Por Natália Moraes Fotos: Arquivo Pessoal
A ENTREVISTA DO MÊS DA REVISTA PEPPER
É COM O LÍDER DO PSD NA CÂMARA DOS DEPUTADOS. Rogério Rosso nasceu no Rio de Janeiro em 30 de agosto de 1968, se considera brasiliense, pois veio para Brasília com um ano de idade. Formou-se em direito, é especialista em Marketing e em direito tributário.
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deputado tem uma atuação brilhante na câmara. Defende o corte de gastos públicos e afirma que o PSD está disposto a contribuir cortando na própria carne. O homem é casado com Karina Curi, tem quatro filhos, curte andar de bicicleta e ama música. É baixista, tecladista e guitarrista. Com o nome artístico R. Schumann, prefere rock pesado e mantém um estúdio na chácara da família. É lá que ele descansa, faz música e planta maracujá. Confira agora o nosso bate papo. A gente fala de política, mas também apimenta a conversa! RP: O senhor é líder de um dos partidos da base de apoio do governo, mas já mostrou independência em relação a diversas medidas tomadas pela presidente Dilma e sua equipe. A discussão com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, teve enorme repercussão. Antes da política, o Sr. construiu toda a vida na iniciativa privada. Qual é a sua principal crítica em relação à política econômica, e qual seria o caminho mais adequado, a seu juízo, para o Brasil sair dessa crise?
Rosso: Defendo a redução do gasto público, de uma ampla e exemplar reforma na máquina pública direta e indireta, do esforço governamental na manutenção de investimentos em projetos estruturantes, do estímulo à inovação e a produção de bens e serviços, da integração de programas governamentais de desenvolvimento econômico, social e de infraestrutura, do fomento aos micro e pequenos negócios, da urgente reforma da previdência e da redução
#ENTREVISTA – ROGÉRIO ROSSO
da atual taxa de juros que inviabiliza qualquer iniciativa produtiva ou empreendedora. Sem o setor produtivo no eixo das discussões, a “travessia econômica” que estamos passando poderá atracar muito próxima da linda, histórica e emblemática Grécia. Humildade em reconhecer eventuais erros, sabedoria e competência para revertê-los em prol do povo brasileiro também estão entre os nossos maiores desafios. RP: O Sr. defende corte nos gastos do governo, mas o PSD tem um ministério e indicações em outros órgãos do governo. O partido estaria disposto a cortar na própria carne para reduzir o déficit público? Rosso: Já disse e repito que defendemos a redução do gasto público. Tenho certeza que o nosso ministro Gilberto Kassab não hesitará em contribuir com a reforma necessária para sairmos da crise. Aliás, um dos cortes significativos feitos pelo governo ocorreu no programa Minha Casa, Minha Vida, gerido pelo Ministério das Cidades. RP: No DF, a situação é igual ou pior à esfera federal. O Sr. já advertiu que o sinal vermelho acendeu para o governador Rodrigo Rollemberg, por causa das dificuldades em pagar salários e manter serviços públicos de qualidade. O que a mais o governador poderia fazer, já que ele alega que existe uma absoluta falta de recursos para tudo? Rosso: O partido teve a oportunidade se manifestar em uma correspondência que eu entreguei pessoalmente ao governador Rodrigo Rollemberg. Apontamos uma série de medidas que consideramos fundamentais, como por exemplo, o lançamento de um novo programa de desenvolvimento para o DF. Com essa ação, será possível implementar polos econômicos em várias cidades do DF, para que vários empreendimentos públicos e privados se instalem. Mas, para isso, é preciso ter uma visão governamental de que, mesmo no momento de crise, nós precisamos de estimular os negócios na capital. Fiz um apelo para a presidente Dilma Rousseff se reunir com o Rodrigo para entender a crise e ela ficou muito preocupada. Ela montou um grupo de trabalho do qual participo para encontrar soluções. Eu sugeri que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) faça um aporte de
recursos para o BRB (Banco de Brasília), para que ofereça, a custo muito baixo, financiamentos para microempreendedores e ela autorizou. Outra coisa: é preciso estimular o entorno do DF. É preciso sair do Buriti, como órgão central, e se espalhar. RP: A maior parte de seus projetos de lei na Câmara são na área econômica. UM deles cria uma jornada de trabalho parcial mais flexível, até o limite de 25 horas semanais. O Sr. não teme uma forte reação dos sindicatos à proposta, e quais benefícios se pode esperar da medida? Rosso: Esse projeto é uma parceria com o deputado Goulart (PSD-SP). O objetivo é ampliar os direitos do trabalhador, permitindo formas menos engessadas de contratação. Acreditamos que, ao criar uma jornada mais flexível, os horários de atividade podem atender à flutuação de demandas. A proposta estabelece a preferência da adoção da jornada diferenciada para estudantes ou para quem tem idade igual ou superior a 60 anos. Desta forma, aposentados e jovens estudantes poderiam trabalhar. As regras trabalhistas precisam ser modernizadas para atender às necessidades de trabalhadores e empresários, preservando empregos, principalmente em momentos de crise como o que o país atravessa no momento. Não vejo motivo para que os sindicatos sejam contrários à uma proposta que pode impedir, inclusive, demissões em massa no momento que atravessamos. RP: Já foi aprovado na CCJ da Câmara um projeto do Sr. que cria a Zona Franca do Entorno. Em que isso será diferente de outras iniciativas fracassadas do passado, como o Porto Seco e a Cidade Tecnológica, que só ficaram, até o momento, na promessa? Rosso: Todo projeto tem seu rito de tramitação na Câmara dos Deputados. Tenho feito algumas reuniões com parlamentares para informar sobre os benefícios do projeto e, principalmente, dizer que não estimulamos a chamada guerra fiscal, caracterizada por incentivos fiscais oferecidos pelos estados em busca de investimentos privados. Para coibir este tipo de ação, incorporei na proposta uma medida que beneficia empresas e empreendimentos privados que já estão instalados na área de abrangência da zona 023 REVISTAPEPPER.COM.BR
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#ENTREVISTA
franca. Uma empresa que já existe no país não pode se mudar para cá e usufruir [dos benefícios]. Tem que ser um empreendimento novo. Não queremos tirar empresas de outros estados e prejudicar as que já estão aqui. A partir desse argumento, não vejo motivos para que o projeto não avance. RP: Por anos, o Sr. foi um fumante inveterado. Confessou fumar até 100 cigarros por dia. De repente, deu uma guinada na vida, abandonou o tabagismo e adotou a bicicleta. Onde encontrou determinação para isso? E nos conte como a sua vida mudou? Rosso: Estava perdendo a saúde muito rapidamente. Tive um problema cardíaco e quando olhei meus filhos e minha esposa chorando, decidi que era hora de reagir. A bicicleta me ajudou nessa travessia. RP: Brasília tem uma comunidade de ciclistas grande e ativa, mas também é uma cidade onde, infelizmente, acontecem muitos acidentes de trânsito. Além de que os ciclistas são vítimas constantes de assaltos. O Sr. participa da Frente Parlamentar Mista da Bicicleta. O que esta iniciativa pode fazer para conscientizar mais os motoristas sobre o respeito à bicicleta nas ruas do Brasil e do DF? Rosso: Essa iniciativa mostra a importância de criarmos mecanismos, ações e políticas públicas, interagindo com o governo e outros segmentos, para apresentarmos soluções quem incluam cada vez mais o uso das bicicletas como meio de transporte e atividade esportiva. Vamos elaborar uma agenda para implantar essas ações. Queremos também revisar do Código Brasileiro de Trânsito, atualizando a legislação no que diz respeito a esse tema. Queremos que a mobilidade deixe de ser um discurso e passe a se tornar uma cultura. Para isso, é importante trabalhar campanhas educativas para as pessoas vivenciarem essa qualidade de vida. A frente vai dialogar com entidades representativas e com o governo federal para atuar diretamente na mudança de cultura da sociedade. RP: O senhor tem uma plantação de maracujá, conte para a gente como é produzir a fruta. Rosso: Não posso nem chamar de produção, pois o que tenho são alguns “pés” de maracujá plantados ao longo da cerca da minha chácara
#DEDODEMOÇA
#VETA
próximo a Brasília. Esses maracujás são apenas para consumo próprio da família e amigos. RP: Qual a receita com maracujá o senhor mais gosta? Rosso: Suco de maracujá batido com água ou leite e bastante gelo, apenas isso. RP: Qual o seu programa favorito em Brasília? Rosso: Gosto de ir com a minha esposa e nossos 4 filhos ao Parque da Cidade andar de bicicleta, de skate ou apenas para fazer caminhadas. A prática do ciclismo, nas madrugadas também faz parte do meu cotidiano na Capital.
Por Taís Morais taismoraiss@gmail.com
É difícil eu concordar com este desgoverno do Brasil. Mas vetar o aumento dos salários dos servidores do judiciário é certíssimo. Com a crise que estamos vivendo, o reajuste de até 78,6 é um completo absurdo. Não bastam os ótimos holerites mensais?
RP: Qual a sua comida favorita? Rosso: A massa feita pelo meu Pai. Pão com manteiga e café com leite quente. RP: Qual sua bebida favorita? Rosso: Sucos em geral, especialmente de melancia, leite desnatado gelado, coca zero e muito eventualmente um copo de vinho tinto.
TUDO
Suíço, pero no mucho
Que saúde?
O presidente da Câmara dos deputados, cujas regalias são imensas, afirmou não ter conta alguma no exterior. Mas o ministério Público da Suíça desmentiu a versão do cidadão. Foram encontradas várias contas bancárias em nome de Eduardo Cunha, sua mulher e filha. O valor total? Míseros US$ 5 milhões. Mas nem sendo pego com batom na cueca o homem larga o osso.
Que saúde? Só tem gente saudável e médicos atendendo a população na propaganda do governo. Tem médico em todo lugar, segundo o Ministério da Saúde, mas aqui no DF falta tudo. Faltam medicamentos e médicos. Na área rural não há hospitais, apenas postos de saúde que mal funcionam. Sem atendimento adequado, os resultados podem ser trágicos. Incrível, mas ainda tem gente que acredita na propaganda do governo...
Barganha Para não Impeachar a DiUma, o tal Eduardo Cunha está barganhando a salvação do seu próprio pescoço. Todo mundo está vendo a manobra suja no Congresso. Só que na política brasilira é cada um por si. O povo? Está aí, com os braços cruzados pagando a conta. Sem luz no fim do túnel A dona DiUma diz que está vendo uma luz no fim do túnel para que o país saia da crise. Mas deve ser a luz do cartão corporativo Gold bem utilizado, cuja fatura ela não paga. Para nós, cidadãos comuns, a luz é a da inflação. A alta de 9,49% em 12 meses comeu nosso pobre dinheirinho. Valha-me, Deus! Ôooo, Distrito Federal... A Escola de Música de Brasília, por onde passaram diversos talentos da nossa MPB e, acolheu tantos talentos do DF, está em uma crise sem precedentes. A escola criou um abaixo assinado para que o governo do RR ajude a salvar a Escola. Tomara que funcione, mas o governador está mais preocupado em derrubar as construções chiques do lago. Vai entender....
Deputados festeiros Você vota nos caras, eles ganham uma grana preta e muitos benefícios. O que eles te dão de volta? Projetos para instituir o dia da Festa do Milho, do bloco carnavalesco Adocica Meu Amô, o Dia do Cantor Gospel, a Semana da Família, entre outras idiotices. Foram 35 projetos de lei para criar datas comemorativas para Brasília. Fora a montanha de títulos de cidadãos honorários para conceder. E trabalhar pelo povo que é bom, nada! Assalto Fui ao supermercado estes dias e ao passar no caixa, fui surrupiada. Duas bolsinhas de compras me levaram R$ 349! Há três anos, eu não teria gasto R$150.
Frase do mês
Políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo. Eça de Queirós 025 REVISTAPEPPER.COM.BR
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#COLUNA
“HERRAR É UMANO”
Por Junior Ramalho ramalhojunior@gmail.com
E
mbora esta coluna não tenha cunho acadêmico, vou abrir uma exceção, mesmo que de forma bem superficial, para atender o desejo de diversos leitores que têm paixão ou que são anunciantes em potencial e acabam sugerindo, nesses três anos, pautas que os auxiliem a não errar na área. Aí vão algumas dicas que aprendi ao longo de quase 40 anos: Definir claramente o “target” (público-alvo) da campanha Afinal, a quem se dirige a campanha de publicidade? Se não conseguir responder sem hesitar, é melhor não passar às fases seguintes do processo. E não é aceitável dizer que “o alvo da campanha são todos os consumidores”. Nunca se consegue captar a atenção de todos eles. Mesmo para os produtos de grande consumo, uma campanha de publicidade só funciona se tiver o público-alvo bem definido. Caprichar na mensagem O fato de a mensagem definida no “briefing” não ser inspiradora é uma falha grave. Uma boa ideia não surge do nada. Ela resulta de um “salto criativo”, dado em cima de uma orientação clara espelhada na mensagem. Quanto mais inspiradora e relevante ela for, melhor será a ideia criativa resultante dela. Portanto, é necessário discutir com a agência exaustivamente para que o briefing seja o inspirador das boas ideias. Eficácia X Criatividade É necessário refrear a imaginação dos criativos e fazer com que eles coloquem os pés no chão. Uma campanha pode ser tecnicamente brilhante, ganhar prêmios de criatividade, mas, na prática, não atingir o alvo e fracassar por completo. Se os consumidores a quem a mensagem supostamente deveria se dirigir não a perceberem, eles não vão identificá-la como dirigida a eles e muito menos retê-la em suas mentes. Escolher os meios e os veículos certos A televisão é um meio de comunicação de massas, mas nem sempre poderá ser o mais adequado para veicular uma campanha de publicidade. Muitas vezes, para que um determinado produto chegue ao alvo desejado, bastará um anúncio numa revista de menor tiragem. Por exemplo, uma publicação profissional chega a um número restrito de pessoas, porém é o público-alvo do produto ou serviço em causa. Independentemente do orçamento disponível para a campanha, a escolha certa dos veículos ou mídias é imprescindível. Estabelecer um orçamento publicitário É muito fácil gastar muito dinheiro em publicidade.
Os principais meios são dispendiosos e confiar uma campanha a uma agência também não fica barato. Por isso, é muito importante, antes de dar qualquer passo, definir o valor disponível do orçamento para a publicidade, além de apresentá-lo com clareza à agência escolhida ou ao departamento de publicidade. Os métodos, os meios e as pessoas que estarão envolvidas na campanha serão escolhidos também em função disso. Confiar a campanha só a profissionais Se a sua empresa não tem um departamento de publicidade, pense duas vezes antes de avançar com uma campanha feita por amadores. Apesar de ser mais dispendioso, é mais seguro entregar estes assuntos a quem sabe. Caso contrário, arrisca-se a gastar dinheiro e outros recursos em vão. A publicidade tem técnicas e métodos específicos que só os profissionais da área dominam. Não ter um critério claro na escolha da agência Pense no que deseja ao contratar um serviço de uma agência de publicidade. Quer contratá-la para um projeto de curta duração ou para uma campanha de publicidade mais longa? Seu orçamento permite contratar uma grande agência. É isso mesmo que pretende? Uma grande agência pode não ser necessariamente a melhor para a sua empresa, nem ir ao encontro das suas necessidades ou orçamento. É essencial fazer uma prospecção de mercado, marcar reuniões com algumas delas e obter referências sobre trabalhos anteriores. Dessa forma, se reduz a amostra. No final, selecione uma entre as três ou quatro selecionadas. Esses são os principais pontos que, a meu ver, se seguidos à risca, podem evitar grandes desgostos na hora de anunciar. Quero aproveitar para deixar o meu profundo agradecimento pela confiança da Direção da Pepper em me confiar este espaço, desde a primeira edição, ao longo desses três anos que a Revista completa este mês. E, é claro, deixar um forte abraço a todos os leitores que nos prestigiam, na versão impressa ou eletrônica, pelo www.revistapepper.com.br QUE VENHAM OS PRÓXIMOS ANOS, REPLETOS DE TEMPERO! 027 REVISTAPEPPER.COM.BR