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Ano 02 Novembro/2015
www.revistapepper.com.br
#EDITORIAL CHEGOU A HORA DE APAGAR A VELINHA!! Este mês a Revista Pepper completou três anos de vida e de muito tempero na vida do brasiliense. A gente faz aniversário e o nosso maior presente é ter você como leitor. A nossa história é de muito trabalho, mas muita alegria. Graças a você é que podemos comemorar este aniversário com um sorriso que vai de orelha a orelha. A edição festiva da Pepper traz dicas para fazer a sua festa de fim de ano ficar mais apimentada. Curta bastante a dica e seja criativo. De agora em diante, o
tradicional amigo secreto nunca mais será o mesmo. =) Neste exemplar, nosso número 37, você vai saber mais sobre uma dança que vem se tornando cada vez mais sucesso entre as mulheres, sem falar que os homens babam quando veem a sensual pole dance. A gente traz mais um capítulo da série “Desde que o samba é samba”, tem receita do chef Alexandre Albanese, que já cozinhou para o casal Brad/ Jolie e nos brinda com sua arte em um agradável bistrô na Asa Norte. Contamos outra história de
sucesso de Jovens Empresários e apresentamos uma novidade da telinha. Para completar a nossa festa de 3 anos, a gente inaugurou o novo site da revista, que está bem legal, mais clean e intuitivo. A gente espera te ver lá e também nas nossas redes sociais, onde rolam sorteios e muita coisa bacana. Parabéns para todos nós! Um abraço comemorativo de toda a equipe da Revista Pepper. Boa leitura!
#EXPEDIENTE Publisher Sérgio Donato Contaldo jornalismo@revistapepper.com.br
Editora Taís Morais
Revisão Conttexto.com helenacontaldo@conttexto.com
Estagiárias
jornalismo@revistapepper.com.br
Fernanda Cabral Andressa Rocha
Redação Natália Moraes Abner Martins
Site Natália Moraes e equipe Andressa Rocha
jornalismo@revistapepper.com.br
Publicidade comercial@revistapepper.com.br
Colaboradores Sérgio Assunção J. Carlos Jr Ramalho Romolo Lazzaretti
Fernando Cabral Carlos Henrique A. Santos Lisiane Cardoso Marilha Gabriela Gráfica Gráfica 76 produção@setemeia.com.br
Diagramação Giovanni Oda giovanni_oda@yahoo.com.br
Contatos (61) 3257.8434 faleconosco@revistapepper.com.br
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#SUMÁRIO
#SUMÁRIO
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#NOVA SÉRIE
#ESPORTE
POLE DANCE – Sensualidade, beleza e muuuuita força para fazer esta dança que saiu dos filmes para o nosso dia a dia.
#CINEMA 17. NETFLIX – Primeiro filme, a gente vai amar?
12. JOVENS EMPRESÁRIOS – De Goiânia para Brasília e agora para o mundo. A comunicação fazendo a diferença na vida deste jovem empresário.
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#CULTURA MÊS DA CONSCIÊNCIA NEGRA – Mohammad Bazila, artista brasiliense, retrata a cultura negra em sua arte. Séries, como a “Odara” fazem refletir sobre o padrão de beleza imposto pela sociedade. Suas pinturas são uma grande contribuição para a luta estética das mulheres negras.
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#SÉRIE ESPECIAL
Quem não gosta de samba, bom sujeito não é! A revista Pepper traz a 3ª parte da série “Desde que o Samba é Samba”! Mestre Monarco da Portela conta suas raízes na música, suas influências e seu legado como líder da velha guarda da Portela.
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#COMPORTAMENTO AMIGO SEXCRETO Criatividade e um pouco de ousadia para a tradicional brincadeira de fim de ano.
#SAÚDE
22. CIRURGIA INTIMA – Para elas ficarem bonitas em público e na intimidade
#COLUNAS 21. JUNIOR RAMALHO – O mercado publicitário está na TPN
25. DEDO DE MOÇA – Apimentando os mais variados assuntos.
26. FERNANDO CABRAL – Deveria haver sempre uma boa notícia, mas....
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#RECEITA DO MÊS
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#GASTRONOMIA MAIS QUE UMA COZINHA – Seria apenas a cozinha do Chef, mas se tornou a Nossa Cozinha um lugar gostoso com comidas deliciosas.
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#ESPORTE
Por Lisiane Cardoso Fotos: Rodrigo Carletti e Diego Castillo
POLE DANCE: MISTURA DE SENSUALIDADE E FORÇA QUE ELEVA A AUTOESTIMA FEMININA
#ESPORTE
Quem olha de fora acha que é impossível ter a desenvoltura exigida pelo Pole Dance, mas a professora garante que já na terceira aula é possível executar os movimentos com perfeição. Se você ficou empolgada e quer correr para um estúdio de Pole Dance, fique atenta às dicas. “O ideal é que a aluna faça uma aula experimental, veja se o instrutor sabe explicar o movimento corretamente, se ele ajuda na execução, dando segurança. O Pole Dance é uma brincadeira, mas tem risco de lesão se não for feito corretamente”, alerta Damiana Rodrigues. A professora explica
“Quer fazer Pole Dance? Venha com o seu ‘corpitcho’, um top e um shortinho. E lembre-se de não passar creme hidratante no dia!” – Damiana Rodrigues, instrutora de Pole Dance
que existem dois estilos, um mais coreográfico, trabalhando principalmente o aspecto cardiovascular e outro que exige mais a força das costas, braços, abdome e coxa, chamado de Pole Esportivo. Neste estilo, o Distrito Federal se destaca nacionalmente com o segundo melhor grupo de atletas, perdendo apenas para
M
São Paulo. Uma das principais competidoras ulheres ultrasensuais fazendo movimentos
de Brasília é Tallyta Torres, 25 anos. Além de
inimagináveis em uma barra vertical ao som de
representar o Distrito Federal na categoria
música. Há alguns anos certamente a primeira
duplas em competições pelo país ela também
imagem que viria à sua cabeça seria a de
defende o Brasil em eventos internacionais. “Eu
strippers deixando homens de boca aberta
gosto de atividades que me desafiem, que tirem
nas casas de shows voltadas para o público
o melhor de mim, onde eu possa me expressar
masculino. Mas o Pole Dance ganhou os estúdios
livremente enquanto estou usando meu corpo e
e atrai, cada vez mais, mulheres comuns
no Pole encontrei isso”, afirma.
que buscam uma atividade física capaz de proporcionar saúde, corpo sarado, autoestima e diversão. O estilo é composto por uma série de acrobacias numa barra vertical, desenvolvendo força, flexibilidade, musicalidade e leveza. Pode ser sensual ou não, de acordo com o objetivo de cada praticante. Foi uma imagem provocante do filme Sujos e Sábios (2008), o primeiro dirigido por Madonna, que despertou na produtora cultural Damiana Rodrigues, 36 anos, o interesse pelo Pole. Hoje ela é professora, dona do primeiro estúdio de Pole Dance do Plano Piloto, inaugurado em 2010. “O grande barato do Pole é ser uma atividade lúdica, parece uma brincadeira, as alunas se divertem. O desafio motiva e depois da adaptação inicial a atividade se torna prazerosa”, conta. As aulas duram em média uma hora e não precisa ser sarada para praticar, basta ter disposição e persistência para viver uma nova experiência corporal.
“Eu tenho as minhas preferências, mas, seja sensual ou esportivo, acredito que o Pole é uma arte, completamente versátil e para todos os gostos” – Thallyta Torres, atleta 07 REVISTAPEPPER.COM.BR
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#GASTRONOMIA
Por Taís Morais Fotos: Divulgação
MAIS QUE UMA COZINHA, O BISTRÔ É HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO E SUCESSO
Alexandre Albanese, um apaixonado pela gastronomia, profissionalizou-se no The Culinary Institute of America, pelo SENAC. Trabalhou em SP, Brasília e foi para os Estados Unidos. Lá trabalhou como Chef na Residência Oficial do então Embaixador do Brasil, emprego que, segundo ele, “conseguiu como uma dessas “peças inexplicáveis” que o destino prega na gente”. Aprendeu a falar inglês e espanhol na marra, mas conseguiu superar tudo e teve a oportunidade de cozinhar para
U
ma graça de lugar! Essa foi a primeira frase que proferi quando vi o Nossa Cozinha Bistrô. Depois veio o Hummm, que delícia de comida. E mais tarde veio o Ufa! A conta a pagar tinha gosto de quero mais. Preço justo, atendimento impecável e um chef – Alexandre Albanese – que manda bem demais. Voltei. Mais de uma dezena de vezes.
chefes de estado, para o Senador Ted Kennedy e celebridades como, Angelina Jolie e Brad Pitt. Por dois anos consecutivos, foi escolhido pelo Instituto Brasil – Colômbia (IBRACO) para representar nossa culinária em um Festival Gastronômico promovido pelo renomado JW Marriott, em Bogotá. Recebeu também, o que ele afirma ser um dos momentos mais emocionantes da sua vida, o convite para representar a culinária brasileira no Festival Gastronômico na Disney, em Orlando. No Epcot Center. Mas foi em Brasília, no quintal da casa dos seus pais no condomínio Jardim Botânico que ele começou a entregar seu coração para nós. Agora é só saborear as delícias do Bistrô, que também tem refeições e sobremesas (hummm) para comer em casa.
#RECEITADOMÊS
PANQUECAS AMERICANAS
A Asa norte abriga diversos restaurantes, lanchonetes, bares e etc. Mas é na 402 norte que o Chef Alexandre Albanese, um carioca que se aventurou na cozinha pela primeira vez aos nove anos de idade, presenteia os clientes com um espaço super agradável e uma comida deliciosa.
Ingredientes
O restaurante
O problema era: o futuro Nossa Cozinha, fora alugado com o pagamento da venda de umas minissobremesas para um casamento. Sem dinheiro para o restante das despesas, não se fizeram de rogados. Pediram um fogão
Em 2013, foi eleito pela Revista Veja como o Melhor Restaurante Variado da capital. As quatro mesinhas do início se tornaram 80 lugares disputados quase a tapas todos os dias. Emprega 20 pessoas e mantém o bistrô com a cara da cozinha da nossa casa.
O Chef
A Revista Pepper vai trazer uma receita especial por mês. Na edição do nosso aniversário de três anos, essa jornalista, que vos escreve, correu atrás de um dos chefs que mais gosta. Alexandre Albanese, do Nossa Cozinha Bistrô.
A primeira vez que fui ao Nossa Cozinha, o local era ainda bem pequeno. Mas surpreendentemente convidativo e acolhedor. Fiquei fã. O sócio de Alexandre, Otávio Soares, (obrigada pela paciência comigo), conta que a loja que escolhida, nos fundos da 402 norte, fora uma funerária. Para alguém supersticioso, seria suficiente para ir embora. Como a ideia inicial era montar apenas uma Cozinha mais equipada e bem preparada para aumentar a produção de mini tortas e mini cheesecakes – sucesso de Albanese na cidade –, a loja foi ocupada.
#GASTRONOMIA
emprestado, pegaram umas panelas, roubaram a geladeira da mãe e mãos à obra. Um dia, uma amiga encantou-se com a paz da quadra e sugeriu que montassem um Bistrô e eles comprara a “loucura”. Com a venda de ceias de fim-de-ano, surgiu o primeiro espaço do Nossa Cozinha Bistrô. Não diferente de antes, Os móveis foram doações. “A escrivaninha do pai do Chef virou balcão, o lustre do avô do sócio foi dar o ar retrô, algumas cadeiras financiadas, criatividade, madeira que o Alexandre transformou em mesa e tecido que revestiu as paredes. Assim nasceu o Nossa Cozinha Bistrô, no dia 21 de janeiro de 2011”, conta Otávio.
• 2 xícaras de chá de farinha de trigo • 3 colheres de sopa de açúcar • 1 pitada de sal • 1 colher de sobremesa de fermento químico • 2 ovos batidos • 1/4 de xícara de chá de manteiga derretida • 1 3/4 de xícara de chá de leite
se ninguém estiver olhando, se aventure como um Master Chef e vire a panqueca no ar. Faça uma pilha com as panquecas, colocando um pedacinho de manteiga entre as camadas e despeje a cobertura de sua preferência. Be happy.
Preparo Misture os secos. Bata os ovos até que vire uma esponja e separe. Misture o leite na mistura seca e misture até ficar homogêneo. Adicione os ovos delicadamente à mistura e deixe descansar por 10 minutos. Aqueça uma frigideira, de preferência antiaderente, pincele com manteiga para untar, adicione 1 concha da mistura da panqueca com a frigideira em fogo médio. Quando começar a borbulhar na parte de cima e estiver desgrudada da frigideira, é hora de virar. Utilize uma espátula para isso ou, 09 REVISTAPEPPER.COM.BR
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#COMPORTAMENTO
#COMPORTAMENTO
Por Taís Morais Fotos: Divulgação
AMIGO
SE(X)CRETO
A NOVA ONDA DAS CONFRATERNIZAÇÕES Há algum tempo os chás de panela foram substituídos pelos chás de lingerie. Óleos de massagem, camisolas, calcinhas e brinquedinhos eróticos fazem a alegria de quem vai casar. Agora a moda pegou também nas confraternizações de fim de ano. Para apimentar as relações não tem data, então, na hora de escolher o presente de Amigo Oculto, passe num sex shop. Você vai agradar mais e ainda evita os badulaques que serão esquecidos no armário!
C
omprar presentes é sempre um sufoco. Quando chega o fim do ano, a situação piora. Sempre tem alguém do trabalho, da escola, faculdade, curso ou da família que inventa o tal Amigo Secreto. A brincadeira é bacana, tradicional e a gente adora. O problema é: o que dar para a pessoa? Existem diversos tipos de Amigo Secreto. A dica apimentada da Revista Pepper é o Amigo Se(x) creto. São presentes que quase sempre agradam e são para todo mundo. Os mimos ajudam a reacender e apimentar a intimidade dos casais. E são excelentes companheiros para as horas de solidão. Renata Freitas, 35 anos, contou para a Revista Pepper que ela e as colegas de trabalho adotaram
o amigo oculto erótico há dois anos. E vão repetir em 2015. “Foi uma descoberta bem legal, resolvemos que os presentes seriam de sex shop, firmamos os valores mínimos e máximos. E pronto, um sucesso!”, concluiu. Renata contou que elas também montaram um belo enxoval erótico para outra amiga que iria casar. “Ela é bem tímida, então elaboramos uma cesta bem legal de coisinhas para ela levar na lua de mel. Na volta, ela nos contou que tinha sido perfeito!”, segredou Renata” Os sex shops de hoje não possuem mais imagem relacionada à putaria pura e simples. São lojas requintadas e que oferecem privacidade para o cliente. Na loja Erotika, 502 Sul, a clientela é bem diversificada e a equipe muito bem treinada. Nós achamos legal. Parece que as pessoas estão
deixando de pensar que sexo é um tabu e estão abertas para experimentar a sua sexualidade de forma completa e intensa. Abordamos uma mulher, com um bebê de seis meses no carrinho, saindo da loja. Ela topou conversar, mas pediu que não revelássemos seu nome. Perguntamos a ela o que ela tinha ido comprar e a razão. Ela sorriu e disse: “tive bebê há pouco tempo. Mesmo com minha intimidade ter continuado quente, estou meio envergonhada por causa dos 20 kg que engordei. Vim em busca de algo para me deixar mais solta. Estou levando um massageador clitoriano e géis comestíveis. Dá para começar a farra, né?”, sorriu com uma piscadinha.
se sintam à vontade como em uma loja de balinhas”, conclui. Para acertar no presente e no evento, saiba que sexo é garantia de sucesso, afinal, quem disse que amigo oculto precisa ser um evento chato e sem graça?
No caso da clássica troca de papeizinhos, a gerente da Erotika, Lilian Daher, afirma que muitas pessoas já fazem este “amigo erótico”. “Muitas mulheres vêm aqui para comprar os presentes para trocar com as amigas, mas tem também grupos de homens e mulheres que fazem a brincadeira. De uns tempos para cá está bem normal”. Daher relata que os sex shops são lugares aonde as pessoas vão para se sentir bem consigo. Existem os clientes mais recatados e tímidos, os mais alegres e falantes, que inclusive trocam informações com os outros compradores. “A nossa loja é também um local onde as pessoas contam seus problemas, buscam conhecimento e informação. Somos quase um consultório de psicologia, além de termos todos os espaços bem privativos para que os clientes
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#NOVA SÉRIE
Por Taís Morais Fotos: Arquivo Pessoal
#COMPORTAMENTO
JOVENS EMPRESÁRIOS A comunicação digital tomou grande dimensão e é importante para as empresas e para as pessoas em geral.
A
comunicação digital tomou grande dimensão e é importante para as empresas e para as pessoas em geral. Não se pode imaginar, agora, um mundo sem a Internet. Somos aproximadamente 3,2 bilhões de pessoas utilizando a Web. Segundo a União Internacional de Telecomunicações, nos últimos 15 anos o número de internautas cresceu vertiginosamente. No ano 2000, éramos apenas 400 milhões de pessoas com acesso à internet.
currículo antes de contratar. Há mais de 100 milhões de brasileiros conectados à internet e que compram mais de 20 milhões de reais por ano. É fundamental estar presente de forma profissional no ciberespaço. Este é o nosso trabalho.
Enxergando a oportunidade de crescer, Micael Daher Jardim, formado em Engenharia de Produção pela UFV e pós graduando em Gestão de Negócios pela USP, decidiu vir para Brasília e criou a Lumbi Comunicação – uma agência especializada em comunicação digital.
RP. Porque este ramo? Quantas horas de trabalho por semana?
Conheça agora o ex-presidente dos Engenheiros Sem Fronteiras, que expandiu o programa de duas para 24, e agora se estabeleceu na capital federal e trouxe consigo a noiva, a cachorrinha Nina e todo o seu conhecimento para auxiliar aqueles que precisam desenvolver sua presença digital. RP. Onde você nasceu? MJ. Sou de Goiânia, mas moro em Brasília. RP. Quando se mudou para Brasília e o que o motivou? MJ. Eu morava aqui e tive que sair para estudar. No entanto, sempre quis voltar. Estar perto da minha família é importante. Então, há dois meses, fechamos um contrato muito interessante e eu pude voltar para a capital federal. Estou aqui há menos de dois meses e já estamos captando mais clientes. RP. Fale um pouco de você e de como surgiu a ideia de montar sua empresa. MJ. Fiz faculdade no interior de Minas Gerais. Lá, quando você precisa de algum serviço, vai para a rua e pergunta. Muita gente não tem
website, não estão na internet e, algumas, quando estão, é de forma tão amadora que fica impossível encontrá-las. Percebi que, mesmo nos grandes centros, como Rio, São Paulo e Belo Horizonte, as coisas não são tão diferentes. Isso não era um grande problema a pouco tempo atrás. Mas agora, as pessoas usam a internet por cerca de 12 horas por semana. Este hábito cresce cada vez mais, inclusive aumentando o números de celulares com internet móvel. Dessa forma, surge uma grande oportunidade para que empresas e também os profissionais liberais cresçam. Muitos advogados me dizem que ninguém procura advogado pela internet. Pode ser verdade, mas garanto que muita gente olha o
MJ. Internet ainda é um setor em estágio embrionário e vai se desenvolver cada vez mais. As empresas perdem muito com processos de marketing obsoletos, práticas de vendas ineficazes e desleixo no atendimento ao cliente. Quando trabalhamos com nosso cliente para melhorar a fidelização, aumentar o valor de vida, diminuir os custos de divulgação, aumentar a velocidade do feedback, é possível melhorar muito a qualidade do serviço e diminuir os custos. Isso significa ganho para o cliente e para o empresário. Praticamente todo o tempo em que estou acordado, me dedico à empresa. Diria que cerca de 12 horas por dia. Me acostumei durante a faculdade, quando tinha que dirigir uma ONG, estudar e fazer estágio ou iniciação científica.
em centros comerciais, industrias e até agropecuários. Muitas oportunidades fora do centro. Oportunidade tem. Não dá é para sentar na frente da televisão reclamando que este ano é ruim para concurso. RP. O que mais gosta de fazer nas horas de folga? MJ. Gosto de ler e de ouvir áudio-livros e ficar com minha família. Curto alimentação saudável e passear com a Nina - minha cadelinha-, e com a Marcela, minha noiva. RP. Uma palavra que o define. MJ. Obstinação. RP. Conte para a gente um segredo. MJ. Não existe mais segredo, agora está tudo na internet. (risos)
RP. Brasília é um local de oportunidades? MJ. Brasília tem um mercado muito característico. A cidade ainda depende muito do governo e a baixa densidade demográfica dificulta o comércio. Cada vez mais as cidades satélites deixam de ser dependentes do Plano Piloto e de cidades dormitórios transformam-se
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#CULTURA
Por Natália Morais Fotos: Rodrigo de Oliveira, Marcelo Silva e Arquivo Pessoal.
#CULTURA
Ele não tem como se orgulhar mais. A série é uma das poucas que só tem mulheres negras. Odaras. Repercussão, continuidade e padrão de trabalho que chamou a atenção de todo o mundo. Literalmente. O feedback foi positivo, principalmente pelas mulheres retratadas. “É uma pequena contribuição. E se eu puder causar um pensar sobre isso, já me deixa muito feliz e orgulhoso. Seja uma criança que vai achar bonito, ou uma mulher que vai se projetar na minha arte”, disse, cheio de orgulho! Mohammad procura retratar apenas mulheres negras. É sua paixão e tem um objetivo por trás disso. “Inicialmente o intuito foi para valorizar
e contribuir com uma luta que é uma luta estética... Uma luta que vai contra um padrão
ODARA E SUA CULTURA NEGRA Artista de Brasília retrata em sua arte a essência e a beleza da cultura negra. “Odara”, a série de retratos que marcou sua carreira, mostra que a luta negra é para ele e para todos. #DiaDaConsciênciaNegra
imposto. Eu acho que aí foi o início dos retratos das mulheres negras como a série Odara”, disse. Para ele, trabalhar e fomentar o pensamento da valorização da consciência negra gera uma reflexão que é de extrema importância. “A partir do momento em que você começa a pensar sobre a temática racial, você gera um questionamento sobre o porquê de só negros... Nunca teve o questionamento inverso. Por que só brancos?”, completou. E estamos aqui, no dia nacional da consciência negra, com essa arte que nos faz remeter, durante o mês todo, a essa data importantíssima para a nossa sociedade. Sim, Mohammad retrata
Q
perfeitamente a cultura negra. Why not? Toda Mohammad Bazila, 25 anos, atualmente mora
essa movimentação é necessária porque ainda
Pepper, com certeza vai gostar ainda mais da
em Princeton para estudar artes e se tornar
existe o racismo. “Ainda somos discriminados
história de Mohammad Bazila. O arquiteto e
artista residente na Universidade do local. A arte
e tratados como minoria, apesar de sermos
artista brasiliense esteve no palco do festival
sempre esteve em seu sangue e a afinidade com
a maior parte da população brasileira. Como
“Flores em Vida”, que rolou no CCBB no final de
as cores começou aos 5 anos. Desde cedo ele
assim?”. Os negros e mestiços são uma maioria
setembro. Ele retratou e pintou ao vivo todos os
achava que a arte era um jeito de compartilhar
representativa, até porque não pode ser uma
grandes ícones do samba que passaram por lá. A
as coisas com o mundo.Como foi estimulado
minoria sendo maioria da população, né? A
história do artista é grande e a luta pela cultura
muito cedo, Mohammad decidiu entrar no curso
data causa reflexão, e tem que causar... Tudo
negra é ainda maior. Novembro, mês em que
de arquitetura da Universidade de Brasília, onde
que gera um pensamento sobre um tema tem
se celebra o dia da #consciêncianegra, gira em
voltou a pintar. Foi lá que ele começou a série
uma consequência positiva. “As pessoas são
torno da data que é dedicada à reflexão sobre a
“Odara”, que virou uma referência de pesquisa e
obrigadas a pensar no dia 20 de novembro como
inserção do negro na sociedade brasileira.
quase um autodidatismo.
o dia da consciência negra. É uma oportunidade
uem gostou da arte da capa da Revista
para quem não teve acesso ou nunca refletiu
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#CULTURA
#CINEMA
O NETFLIX PRODUZIU O SEU
PRIMEIRO FILME E ISSO PODE SER ÓTIMO PARA OS CINÉFILOS
estar participando do projeto, porque ela é uma grande figura no imaginário da população brasileira”, disse, animado. A arte do Mr. Bazila foi sua primeira paixão. Tudo isso teve um retorno pessoal e, principalmente, da população. Essa troca já é gratificante. Então,
Aguarde novas produções fora-dacaixinha e de alto nível.
ei, você, leitor da Revista Pepper, dê uma olhada no trabalho desse nosso conterrâneo e vamos todos celebrar o mês da consciência negra!
sobre a realidade da população. E pra quem tem interesse, é importante para fomentar essa provável melhora social”. Dá-lhe! Em um desfile de modas, duas negras em meio a vinte mulheres representando o padrão de beleza? Não é assim, né? “É cota pra tudo quanto é lugar. Ainda vivemos isso”, disse Mohammad. O artista brasiliense está na flor da idade e no início da carreira. Com o sucesso de sua arte, Mohammad acabou de ser chamado para fazer parte do documentário científico sobre a vida de Chica da Silva. No ano que vem, o doc “A rainha das Américas: a verdadeira história de Chica da Silva” vai contar toda sua vida e Mohammad vai reconstruir as características da escrava a partir do DNA do seu corpo exumado. É toda a importância dela pra comunidade negra afro-latina! “O convite chegou em uma hora que me deixou super honrado e feliz de
O
cinema possui algumas dificuldades bem conhecidas. Para contar com uma ótima produção, que confere ao filme aquela cara de obra-de-arte, ele precisa corresponder na bilheteria. Contudo, para ter uma boa performance na bilheteria, ele sofre diversas restrições, que vão desde classificação indicativa até pasteurização na história para que o público a aceite melhor. Obras originais e com boa produção são raridade e parecem ser exclusividade de alguns diretores renomados, como Scorcese. Os canais de streaming despontam agora como uma ótima oportunidade para se livrar desse problema da bilheteria. O Netflix já descobriu que, ao tirar as amarras criativas da séries, traz novos assinantes. O canal de streaming tem a grande vantagem de não necessitar de uma faixa de horário para passar na televisão, logo, não tem concorrência nem horário nobre. O consumidor pode assistir ao que quiser no horário em que achar melhor. Por isso, as séries originais do canal, como Orange is the
New Black, Demolidor e Narcos (do brasileiro José Padilha), podem tratar de temas mais complexos e trazer uma realidade mais brutal para a tela. Beasts of no Nation é o primeiro filme produzido pelo canal de streaming Netflix e é nada menos do que excelente. Seguindo a mesma linha de boa produção+história das séries Netflix, Beasts of no Nation trouxe uma ideia original, sem medo de ser censurada ou com apelos mais comerciais. O diretor Joji Fukunaga também é um estreante, uma aposta do Netflix depois que ele dirigiu bons episódios da série True Detective. O que podemos esperar no futuro são novos filmes produzidos pelo Netflix e outros canais de streaming, seguindo na linha de Beasts of no Nation, revelando novos talentos da direção. Podemos esperar também histórias densas e complexas, sem medo de errar e ser menos comercial do que o necessário.
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#SÉRIE ESPECIAL – PARTE 3
Por Natália Moraes Fotos: Ândrea Possamai
#SÉRIE ESPECIAL – PARTE 3
SALVE, SALVE MONARCO DA PORTELA! O sambista não precisa ser membro da academia, ele é natural da sua poesia e o povo lhe faz imortal. E isso é desde que o samba é samba...
D
e linhagem nobre no samba, Monarco é figura entre os maiores sambistas da história. É um dos compositores mais respeitados da sua geração. Entre seus grandes sucessos estão “Vida de Rainha”, “Passado de Glória” e “Coração em Desalinho. Ele tem mais de 50 anos de carreira e, mesmo sendo um dos mais jovens integrantes da Velha Guarda da Portela, é autor de vários sucessos. Grandes intérpretes gravaram suas composições, entre eles; Zeca Pagodinho, Marisa Monte, Martinho da Vila, Beth Carvalho, Paulinho da Viola, Clara Nunes, João Nogueira, Roberto Ribeiro etc. Sua música exibe a forma tradicional do autêntico samba de raiz. Homem de voz grave e olhar feliz, Monarco da Portela recebeu a Revista Pepper para uma entrevista regada à cultura e histórias boas. O papo rolou no Festival “Flores em Vida” que aconteceu no CCBB, em Brasília. O projeto celebrou a carreira musical de grandes sambistas do País, junto com o samba brasiliense do Adora Roda. A 3ª parte da série “Desde que o Samba É Samba” está com “gostinho de quero mais”! Revista Pepper: Como foi a sua trajetória no samba?
Monarco da Portela: Eu nasci pro samba. Quando eu era menino, em nova Iguaçu, eu só vivia cantando samba. Ouvia um samba no radio e eu ficava todo animadinho... Todo mundo falava “Ih, esse menino vai ser sambista”. Com 8 anos fiz um samba em nova Iguaçu, o “Crioulinho Sabugo”. Era um pretinho que não tinha família e vivia jogado por lá, e eu gostava da companhia dele. Aí eu fiz o samba, né? “A Liga da Defesa Nacional vai contratar um crioulinho sabugo para cantar lá no Rio Grande do Sul, também vai contratar Monarco e Luís, e a garotada vai pedir bis”, cantarolou e depois disse: isso eu fiz com 8 anos... Eu não sei como, eu nem sabia o que era “Liga da Defesa Nacional”. Alguém falou e eu ouvi, eu acho. Então eu fiz e daí continuei. De repente, fui morar em Osvaldo Cruz, a terra do samba, idolatrada por Noel Rosa e Aracy de Almeida. Eles já cantavam “Salve Estácio, Salgueiro e Mangueira. Osvaldo Cruz e Matriz...” O destino foi bom pra mim. Eu fui morar perto da casa do falecido Paulo, perto da Portela! RP: Aí uma vez que entrou, não tinha como sair mais, né? MP: Pois é, eu no meio daqueles bambas, me lembrava do samba que eu fiz de nova Iguaçu, e
aí eu pensava “Imagina se um dia eu fizesse um samba pra Portela?” Fiquei com esse negócio na cabeça, até que um dia eu fiz, cantei pros colegas. Todo mundo elogio, Logo me chamaram pra ir pra Portela. Cheguei lá no botequim tava todo mundo animado... Cheguei meio cabreiro... E depois eu cantei lá e todo mundo parou! Logo veio um perguntando o tom, começaram no cavaquinho, eu cantei e tudo virou uma festa. Eu fiquei feliz demais! Aí de noite chegou o presidente da Portela e falou pra eu cantar a noite lá no terreno. Aí o samba foi pra lá, cantamos e todo mundo gostou. Foi o esquenta da Portela em 1952. Antes da Portela entrar pro desfile oficial, sempre se canta um samba que é o mais cantado na comunidade, nos ensaios. Aquele que era mais cantado a diretoria escolhia pra cantar antes do desfile. E o que despontou naquele ano foi o meu... Fiquei numa felicidade! Eu só pensava “Deus do céu, meu sonho foi realizado”. RP: Que coisa boa! E qual é o sentimento de ser o líder da velha guarda da Portela? MP: Ah, isso aconteceu normalmente, quando a velha guarda foi organizada. Os velhos sempre tiveram, né? (risos) O show da velha guarda foi através do Paulinho da Viola que resolveu fazer um disco pra registrar aquelas coisas bonitas que a gente cantava ali e dali não saiam. Ele subiu pra Osvaldo Cruz, começou a garimpar
o repertório e fez o disco. Através desse disco, surgiu um conjunto, a “Velha Guarda Show”. A Portela foi a pioneira. Depois a Mangueira, a Beija Flor... Pra mim a velha guarda é a espinha dorsal do samba. E primeiramente o líder era o Boaventura, quando ele ficou doente, foi o Manaceia. Manaceia ficou doente e me chamou. Aí eu era o caçula... Eu me lembro que um jornal da época fez uma chamada assim: “Monarco, o mais jovem dos patriarcas” (risos). Aí hoje a idade ta pesando e daqui a pouco eu passo pra outro. RP: E pra você qual é a importância da Portela no desenvolvimento do samba? MP: A Portela é uma escola de samba muito querida. Não é melhor do que ninguém, e eu não gosto de dizer que ela é maior. Todas elas são bonitas, eu respeito as escolas de menor porte. Que seja de uma comunidade que dá um suporte e tal. Agora a Portela é a escola que detém o maior número de títulos... E temos o Paulo da Portela que deixou uma história bonita e que era um líder das escolas de samba. O Paulo não trabalhava só pra Portela, ele fazia por todas as escolas de samba. Ele era o porta voz. Falavam que o sambista era vagabundo e marginal, e o Paulo desmentia tudo. Dizia “Eu sou lustrador, o Cartola é pedreiro”... As escolas de samba sofreram muito, e o Paulo lutou para apagar essa impressão. Ele teve um papel muito importante,
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#SÉRIE ESPECIAL – PARTE 3
#COLUNA
TPN: TENSÃO
PRÉ NATAL O então a Portela é feliz até nisso, de ter o Paulo da Portela, grandioso cidadão do samba na época. Invejado por outras escolas, ele levantou a bandeira, abraçava tudo. Era um líder mesmo. A Portela tem essa disciplina que ele deixou. Ele foi um civilizador. RP: Você tem musicas gravadas por grandes intérpretes que estão fazendo sucesso até hoje, mesmo anos depois de sua composição. Como é escutar músicas que você fez há tanto tempo fazer sucesso até hoje? Com crianças e adolescentes cantando com a maior alegria... Qual é a sensação? MP: Isso aí eu só tenho a agradecer a Deus. Tenho certeza que tem as mãos Dele aí. Eu pouco frequentei bancos escolares. Eu estudei pouco, tive que trabalhar desde cedo, mas esse foi o dom que Deus me deu. Eu comecei a fazer e produzir, e a colocando em um baú, guardando aqueles sambas... Na época eu guardava carros no estacionamento do Jornal do Brasil, e tinha um jornalista que falava do meu samba, que gostava... E depois eu comecei a ser assediado
e eu pensava que isso ia me prejudicar no meu emprego (risos)! O pessoal falava “Para com isso, Monarco! Você vai gravar, fica tranquilo. Não vai prejudicar em nada não”, aí tudo bem, né? E tudo que falaram aconteceu! Esses intérpretes que você falou começaram a me gravar... O primeiro de todos foi o Martinho da Vila. Depois Paulinho da Clara, Roberto Ribeiro, João Nogueira, aquela turma toda. E a Beth Carvalho foi a cantora que mais me gravou. Fui gravando com todo mundo e comecei a viver só de música mesmo. Até larguei meu emprego de guardador de carro! Quando o Martinho gravou o “Tudo Menos Amor”, meu nome ficou mais em evidência. A música estourou no Brasil inteiro. Onde eu passava estava tocando isso. Aí eu fiquei mais conhecido e acreditado. As gravadoras e artistas começaram a me pedir música. Foi muito bom pra mim! Aí eu agradeço a Deus! Se não fosse Ele, nada disso teria acontecido. O Candeia, por exemplo, dizia que o sambista não precisa ser membro da academia, ele é natural da sua poesia e o povo lhe faz imortal.
mercado publicitário de Brasília tem demonstrado, este ano, todos os sintomas que revelam uma tensão muito forte e até perigosa: mau humor nas campanhas; falta de paciência com as indefinições dos anunciantes; vontade de ficar quietinho esperando passar, enfim... Minha ideia não é fazer terror, tampouco apologia à crise. Contudo, para quem escreve sobre coisas da propaganda, deixar de perceber e de relatar este momento atípico para a nossa publicidade seria, no mínimo, covardia e falta de profissionalismo. O clima de natal que, até recentemente, era notado com boa antecedência – quem não se lembra do “papai noel de agosto Onogás?” – hoje chega próximo da data, tão esperada para movimentar a economia e, consequentemente, a publicidade local, sem dar sinais de vida. Está parecendo muito com o tão desejado período das águas que, invariavelmente, começava pra valer em meados de outubro e, este ano, um mês depois ainda não começou; ao contrário, tem trazido tórridos dias de seca e calor, quando todo mundo queria água. Já repararam a ausência de decoração natalina onde tradicionalmente, em meados de novembro – quando estou escrevendo –, já se notava
Por Junior Ramalho ramalhojunior@gmail.com
um encantamento e perspectivas de gordas vendas? E a redução drástica na contratação de vendedores temporários, pelas lojas, que nesta época já avançavam sobre os potenciais clientes que beiravam as vitrines? Claros sinais de tensão, pela incerteza na recuperação da economia e dos destinos políticos do País, afetando diretamente a publicidade natalina. Quem milita há muito tempo no mercado publicitário, como eu, está sempre em contato com profissionais e empresários da propaganda e, naturalmente, acaba trocando ideias e informações que, aliás, me motivaram a tocar neste tema tão sombrio. Só tenho ouvido coisas do tipo: “estou com 3 campanhas grandes de natal na agulha, mas os clientes toda hora mandam segurar e passar a data mais pra frente”, ou então “Meu Deus, este ano nenhum dos meus clientes vai fazer campanha institucional de natal”. Tenho uma amiga que representa várias empresas de brindes, aquelas manjadas agendas; relógios de mesa; pen drives... normalmente, neste período, já nem pegava mais encomendas, mas, agora, está correndo atrás para ver se consegue vender ao menos as canetinhas. Talvez estejamos apenas passando por um veranico antecipado, tanto nas chuvas como na publicidade local, e torço para que, mesmo com os atrasos, tudo volte a fluir com a intensidade que se espera e da qual se necessita. Pessoalmente, boto fé que a tensão vai passar e ainda possamos ter motivos para comemorar o ano. Tanto que até da insuportável experiência de ouvir “então é natal...” interpretado pela Simone, em todos os shoppings, está me dando saudade. Vamos ter fé, insistir, trabalhar ainda mais e pedir ao bom velhinho que nos traga novos, ou os bons antigos tempos, de mais esperança e realizações no mercado publicitário, e na vida! Bota pimenta na ceia, que vai... Sem cólicas.
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Por Taís Morais taismoraiss@gmail.com
CIRURGIA ESTÉTICA VAGINAL PODE MELHORAR A AUTO ESTIMA O assunto é meio tabu, mas deveria ser discutido abertamente. Melhorar a aparência vaginal para sentir-se bem e melhorar a vida sexual é muito importante. A cirurgia estética íntima, antes dolorosa e arriscada, tornou-se simples e segura com os procedimentos a laser.
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ão existe um padrão vaginal estético perfeito. A certeza é que vagina é vagina e existem diversos tipos. Bonita ou feia, na opinião de cada um, é a identidade de cada mulher. Entretanto, nem todas estão felizes ou se sentem confortáveis com a aparência da sua vagina. Muitas mulheres sequer sabem que existe uma cirurgia para melhorar a aparência da zona genital – a ninfoplastia.
#SAÚDE
A professora de Educação Física, Luiza (nome trocado a pedido da fonte), 29 anos, não era feliz com a sua vagina desde a adolescência. Os pequenos lábios cobriam os grandes e sempre que ela fechava as pernas ela sentia um incômodo. A hipertrofia dos pequenos lábios vaginais, nome deste problema, sempre foi motivo de constrangimento para a professora, que não se sentia confortável em se trocar na frente das amigas nem da própria mãe. Conversar sobre o assunto,
então, era impossível. “Quando eu usava biquíni ficava sempre preocupada, porque marcava a calcinha. Mas nunca tive coragem de falar sobre essas questões com ninguém. Só consegui me abrir com o meu marido e com a minha médica”, diz. Em uma época em que lipoaspiração, rinoplastia, silicone e outras plásticas são comuns e melhoram a qualidade de vida de muita gente, a recusa em abordar livremente a cirurgia
íntima é abominável. A falta de conhecimento sobre o procedimento prejudica a vida sexual e a auto estima de muitas mulheres, pois, dependendo do caso, elas têm dores na hora do sexo. O médico e especialista em estética, com certificações em dermatologia, coewsmeotologia nacionais e internacionais, Dr. Will Barros, pioneiro no método a laser, em Brasília, já fez mais de 750 procedimentos estéticos íntimos. Will afirma que suas clientes possuem idades entre 17 e 72 anos. Todas buscam uma aparência mais bonita ou funcionalidade da vagina. “Elas me procuram por motivos diferentes. As que buscam solução para a estética vaginal, sempre há uma baixa estima envolvida. Qualquer que seja o problema, a vida sexual e pessoal da mulher é prejudicada. A cirurgia íntima a laser trata tudo de forma simples e mais rápida, inclusive aumentando a auto estima.” Explica o médico. O procedimento, quando feito do método tradicional, é muito doloroso, mas o laser tornou mais fácil a vida de quem quer e precisa da intervenção na genitália. Will afirma que algumas mulheres, quando o procuram para tratar as hemorroidas, por exemplo, já tiveram uma experiência ruim antes. “A cirurgia anterior envolveu anestesia peridural ou raqui, bisturi e teve um pós-operatório bem complicado. Mas os procedimentos a laser – reduzem a dor em 90%. Além, disso o pós-operatório é bem menos complicado.”, conta o médico.
Há ainda as que têm conhecimento, mas morrem de vergonha de falar sobre o problema e de procurar ajuda. O assunto parece ser ainda um tabu. Não há propagandas em todos os lados, como há dos diversos tipos de tratamentos para pênis.
SEJA POR CONTA DO MACHISMO DA SOCIEDADE QUE TRATA OS TEMAS RELACIONADOS AOS
O método a laser também traz um benefício inovador. Para diminuir as consequências sexuais da menopausa, o laser é aplicado no canal vaginal e ele volta a ter sua funcionalidade. “Quando
PÊNIS NATURALMENTE, MAS NA HORA DE FALAR SOBRE VAGINAS, ATÉ AS APELIDAM DE PEPECA, XOXOTA, ENTRE OUTROS. UM HORROR. Um dos painéis do “Grande Mural da Vagina”, do artista plástico inglês Jamie McCartney
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#SAÚDE
#DEDODEMOÇA Dr. Will Barros Foto: Aline Silvério
SEXO Por Taís Morais taismoraiss@gmail.com
E AQUECIMENTO GLOBAL Segundo pesquisadores do National Bureau of Economic Research, o calor está “acabando” com a vida sexual de muita gente. O estudo diz que as altas temperaturas reduzem a taxa de natalidade. Por outro lado, a London School of Economics, defende que o controle de natalidade seria a forma mais barata de se reduzir emissões de carbono no futuro exigindo quase um quinto dos custos de uma transição para tecnologias “verdes”. Lobistas dos fabricantes de ar condicionado e de pílulas anticoncepcionais brigando?
a estrutura vaginal é restaurada e reparada os benefícios da funcionalidade da mucosa vaginal são restabelecidos, garantindo assim hidratação, sensibilidade, tônus dos tecidos, não há contra indicações para o tratamento.”, conclui Will.
pontos. A menos que o procedimento seja para apertar o anel vaginal. Neste caso o procedimento é feito com uma linha especial.
Não se sente linda? Tem vergonha da sua vagina? De transar de luz acesa ou de receber sexo oral?
A paciente, após avaliação, seguirá as recomendações médicas. Terá que realizar exames ginecológicos, exames de sangue e cardiológicos.
Esqueça essa fase e o tabu. Busque seu tratamento e viva uma vida sexual ativa, mais leve e seja mais feliz com você mesma. Saiba mais: Existem basicamente dois tipos de cirurgias na vulva: a redução dos pequenos e grandes lábios e o aumento ou diminuição do chamado monte de vênus. A cirurgia íntima pode e deve ser realizada em diversas situações e em qualquer idade. Há os problemas originados pela idade, pois a vagina, como qualquer outro membro, fica mais flácida e tende a “cair”. Após o parto, algumas mulheres podem apresentar flacidez vaginal ou problemas no períneo. Não raramente as mulheres precisam de correções no clitóris. O procedimento corrige ainda, incontinência urinária, falta de sensibilidade no clitóris, excesso de pele nos pequenos lábios, hemorroidas e sequelas de DST’s. Mulheres virgens também podem buscar o tratamento. O procedimento a laser Seja qual for a necessidade a cirurgia íntima a laser não necessita de internação ou anestesia geral. A sedação é tópica e não necessita de
Pré-operatório
Pós-operatório A paciente recebe alta logo após o procedimento que dura, normalmente, 40 minutos. O número de sessões depende de cada pessoa. A anestesia é local e a cirurgia é sem pontos. As atividades sexuais estarão normalizadas dentro de 5 a 15 dias dependendo do caso.
OS NÚMEROS De acordo com pesquisa encomendada pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), realizado pela Industry Insights, empresa de desenvolvimento de pesquisa em Ohio nos Estados Unidos, em 2014 foram feitos no Brasil 1.343.293 de cirurgias plásticas e 715.212 procedimentos estéticos. As intervenções mais realizadas são: lipoaspiração (217. 606), aumento de mama por prótese de silicone (185.042), blefaroplastia ou levantamento de pálpebras (161.235), abdominoplastia (121.884) e enxerto de gordura (112.306). Não há estatísticas para a cirurgia estética íntima.
Religiosos donos do Poder O deputado João Campos (PSDB/ GO), que defende a “cura gay”, se supera sempre. Ele é autor da PEC 99/2011, que autoriza as igrejas a questionarem regras ou leis junto ao Supremo Tribunal Federal. A proposta afronta o princípio do Estado Laico, mas é uma das prioridades da bancada evangélica, aliada de Cunha. O pior? Já recebeu parecer favorável na comissão especial e vai a plenário. Humm.... E por falar em Cunha Em ano de arrocho nas contas e ajuste fiscal, a Câmara dos Deputados, sob a batuta do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desde o início de 2015, tem gastado bastante. A casa do Povo levou R$ 3,6 bilhões de janeiro a setembro. Um aumento de quase R$ 350 milhões em relação ao mesmo período do exercício passado. Congresso de ouro A despeito da não economia deste ano, o Congresso Nacional vai dar um empurrão para cima nas suas despesas. A Câmara e o Senado Federal estão com um orçamento previsto no Projeto de Lei Orçamentária Anual, de R$ 9,4 bilhões para 2016. Significa dizer que a gente vai ter que engolir parlamentares que trabalham em benefícios de si mesmos, ao custo de mais ou menos, R$ 1,1 milhão por hora.
Pão francês ou brioches? Pão francês teve aumento de 1,29% de setembro para outubro. Agora ele é produto de luxo! Se ficar duro, a gente faz torrada, pudim, farinha de pão. É, com a inflação de volta a gente vai ter que usar de criatividade para não jogar comida/dinheiro fora. Se não tiver pão, esquece, não vai ter brioche também. Bolsa-idiotas e o salário da presidente O arrocho não chegou para a presidente Dilma. Ela custa para nós, brasileiros, o dobro que a Rainha Elizabeth e sua família. Ela disse que iria reduzir seu salário. Oh! Coitada. Tirou menos de três salários mínimos. Mas não gasta nada para comer. A gente paga tudo... Tapete verde presidencial Além de toda a mordomia da presidente, somente a irrigação e a jardinagem do tapete verde, maior que o campo do maracanã, onde a senhora caminha pela manhã no Palácio do Planalto, consomem R$ 4 milhões anuais. Gastos curiosos A Presidência comprou, no início do ano, um afiador de facas elétrico por R$ 9,3 mil e de 10 baldes térmicos de gelo para a cozinha do Palácio do Planalto, no valor total de R$ 9,1 mil. Cada balde, de 2,5 litros, saiu a R$ 914,50. Vai guardar o quê, meu Deus?
Haja segredo Na casa do vice-presidente, cerca R$ 9,7 pagam quatro camareiras para lavar as roupas da família Temer. Elas trabalham sob “sigilo de informações”. Mais R$ 7,8 mil vão para o tratamento semanal da piscina, que deve viver às moscas, do Palácio do Jaburu. Nem quero imaginar o resto. Tapetes Superiores O Supremo Tribunal Federal (STF) comprou 153 capachos para colocar nas suas portas. Os limpa-pés, de propileno e poliéster custaram a bagatela de R$ 91,3 mil. Fora isso, vai adquirir dois fornos elétricos por R$ 42 mil no total. E mais R$ 1,5 mil para comprar a mesa em aço inox, do tipo cavalete, para colocar os fornos. Haja assados para os supremos, não? Fonte: Contas Abertas A coluna Dedo de Moça presta suas condolências às vítimas das enchentes do Sul e do rompimento da barragem em Mariana/MG.
Que continuemos a nos omitir da política é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem.” Eça de Queirós
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#COLUNA
Fernando Cabral Empresário fcabralbr@gmail.com
ALGUÉM TEM QUE
ENCARAR
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o final de outubro, o Banco Mundial divulgou um ranking sobre o dia a dia nos negócios em 189 países. Nele pode-se saber quem está em que lugar em relação a facilidades para os negócios e uma escala final indicando os melhores países para se ter uma empresa. Alguns itens foram aqui pinçados: o Brasil está na 97ª posição quanto às facilidades de crédito, 174ª em relação à facilidade para abrir uma empresa e 178ª posição em relação aos impostos, seja no tanto que se paga quanto na energia e no tempo gastos para pagá-los. Deveria haver sempre um alento ou uma boa notícia, mas não há. Nos últimos três anos, de 2012 para cá, o nosso Brasil melhorou dez posições no resumo geral desse ranking. Passou à frente de dez outras nações do mundo, tornando-se o 120º melhor lugar para se ter um negócio. Nesse ritmo, no ano de 2055 já poderemos estar no TOP 20 do mundo. Nesse momento deverá ser um ótimo negócio abrir uma empresa no Brasil. Isso, é claro, se os demais países ficarem parados esperando o Brasil ultrapassá-los. O tom irônico dos parágrafos anteriores pode não transparecer a importância dos números, mas é uma forma de tentar dar – a quem acessa essa informação – uma noção do que devem passar os empresários nesta república de incompetência do Estado, escândalos e indecências. Mas alguém tem que se movimentar. A estagnação política e a marcha à ré da economia não podem impedir que novas empresas surjam, que as que estão aí se modernizem, cresçam e floresçam. Daí esta coluna traz mais um apelo aos jovens. No artigo anterior, houve um apelo para que eles se preparem para a política. O objetivo é que muito breve uma geração consciente, ética e honesta domine os poderes da república e encontre o caminho para o verdadeiro desenvolvimento.
Os jovens empresários precisam acreditar que podem, mesmo no mercado convencional, com empresa tradicional, obter eficiência e resultados excepcionais se aplicarem seus conhecimentos mais modernos e suas preocupações sociais, éticas e ambientais. Não são só start-ups, ou empresas da economia criativa, nem simplesmente as ligadas às modernas tecnologias que terão sucesso. Ainda há um grande mercado, um grande povo, uma grande nação que precisa de tudo. Bons restaurantes e bares. Cabeleireiros e barbeiros. Eficientes mercadinhos de vizinhança. Pequenas papelarias ou grandes livrarias. Marcenarias ou mercearias, casas de ferragens, consertadores de panelas, engraxatarias, lavadores de carros... Numa demonstração de que há espaço para todos, segue um exemplo de negócio simplório testemunhado dia desses em bairro nobre de Brasília. Como lavar o carro melhor que nesses lavadores de estacionamentos (com baldes de água duvidosa) e mais em conta e mais rápido que nesses “banhos” secos hi-tech supercaros? Como opção, aparece no canto de um estacionamento uma pequena estrutura: aspirador de pó, jato d’água sob pressão, sistema de escoamento de água, dois profissionais ao mesmo tempo e serviço bem feito. E de onde nasceu este pequeno negócio? O “empresário” é o guardador de carros da área, flanelinha mesmo! Está naquela área há mais de dez anos e resolveu “empreender”. Comprou os equipamentos, contratou dois “funcionários”, conseguiu água encanada e energia elétrica. Está lá, gerando “empregos”, prestando um serviço que continua sendo necessário e defendendo o seu honestamente. Não vai aqui nenhuma apologia à economia informal. Também tem delivery de lavagem de carros, tem Kombi profissional nas entrequadras da Asa Sul e ainda os grandes centros automotivos especializados. O que importa é que tem espaço para muitos, basta trabalhar corretamente, sempre avaliando as oportunidades de negócios.