nยบ
38
Ano 03 Dezembro/2015
www.revistapepper.com.br
#EDITORIAL ENTÃO CHEGOU O VERÃO Verão a toda, calor, sol, praia ou montanha. Não importa a hora, a ordem é curtir, aproveitar e, se der, descansar também. A Edição Impressa da nossa Revista PEPPER também vai pegar essa onda: vamos tirar umas férias. Vamos reciclar e buscar novidades para você, leitor que tem nos acompanhado nesses últimos 3 anos.
Momento ótimo para reflexões e rumos a serem tomados nestes próximos tempos que virão. Aproveite bem essa edição, está recheada com a nossa pimenta. Tem a finalização da série Desde que o Samba é Samba, a seção Jovens Empresários, nossos colunistas sempre afiados e apimentados e muito mais! Mas não se esqueça, apenas a edição
impressa sai de férias. Nosso Portal de Informações e notícias continua mais apimentado que nunca. Atualizado diariamente pela nossa equipe, ele vai cumprir em deixar nossos leitores sempre atualizados. Basta acessar www.revistapepper.com.br Bom fim de ano para todos, boas férias e até abril/16.
#EXPEDIENTE Publisher Sérgio Donato Contaldo
jornalismo@revistapepper.com.br
Revisão Conttexto.com helenacontaldo@conttexto.com
Editora Natália Moraes
Estagiárias Andressa Rocha Fernanda Cabral
Diretor Administrativo e Financeiro Antônio Augusto Cortez
Site Andressa Rocha Natália Moraes e equipe
jornalismo@revistapepper.com.br
Redação Abner Martins Natália Moraes jornalismo@revistapepper.com.br
Publicidade Marília Gabriela Faria comercial@revistapepper.com.br
Colaboradores Sérgio Assunção J. Carlos Jr Ramalho Romolo Lazzaretti Fernando Cabral Carlos Henrique A. Santos
Lisiane Cardoso Diego Lara Armando Barros Gráfica Gráfica e Editora Rossetto rossetto@brturbo.com.br
Diagramação Giovanni Oda giovanni_oda@yahoo.com.br
Contatos (61) 3257.8434 faleconosco@revistapepper.com.br
03 REVISTAPEPPER.COM.BR
#SUMÁRIO 06
#NOVA SÉRIE
13. JOVENS EMPRESÁRIOS
– Com uma Versão Brasileiríssima, Paulo Paim conta como é empreender em Brasília, visando sempre no entretenimento do público.
#COMPORTAMENTO
METAS DE ANO NOVO – Toda virada de ano é igual: listas e mais listas das metas para o ano que está chegando... A Revista Pepper trás dicas para essa listinha não desandar antes mesmo do carnaval.
16
#CAPA PRAIA DO CERRADO – Quando a chuva dá uma trégua em Brasília, a boa é passar a tarde na praia... Mas ué? Conheça a praia do quadradinho do Brasil.
#COLUNAS 15. FERNANDO CABRAL
– Não ao impeachment dos empresários.
18. JUNIOR RAMALHO
– Propaganda e Marketing no meio da crise.
#SUMÁRIO
08
#ESPORTE
UFC VERDE E AMARELO – Lutadores vão aparecer em peso nos octógonos do UFC neste fim de ano. Agora é só separar a cerveja e torcer pelo verde e amarelo.
10
09
#RECEITA DO MÊS
#SÉRIE ESPECIAL DESDE QUE O SAMBA É SAMBA PARTE 4 – Para encerrar com chave de ouro, a Revista Pepper foi para o Rio de Janeiro desbravar o famoso “Trem do Samba” e assistir o espetáculo “SamBra” que conta toda a história de nossa cultura.
06
#COMPORTAMENTO
Por Lisiane Cardoso Fotos: Divulgação
ANO NOVO, METAS NOVAS! JÁ ESCREVEU AS SUAS? A
Toda virada de ano é igual – atire a primeira pedra quem nunca fez uma listinha de desejos. nossa cabeça faz um balanço do ano que
Mas, para que tudo não desande antes mesmo
passou e promete a si mesmo mudanças para
de chegar o Carnaval, especialistas recomendam
serem iniciadas junto com o novo calendário.
a divisão das metas em duas partes: a
Como se fosse uma folha em branco, onde
profissional e a pessoal. Assim é possível
anotamos ideias, projetos, desapegos, desejos
organizar o futuro mais fácil dentro da mente.
e sentimentos. Mudar de emprego? Resolver
Escrever na agenda, ou em um papel, e deixá-lo
aquela pendência amorosa? Juntar dinheiro?
visível também é uma forma de se motivar para
Viajar? Terminar um curso? Emagrecer?
cumprir os objetivos do próximo ano. “Nosso
Fortalecer? Desencanar? Seja ela qual for, o
cérebro não diferencia o real do imaginário. Por
que importa é que, de onde estamos agora, já
isso, se você ficar com as metas apenas no plano
conseguimos ver janeiro apontando logo ali na
mental, com certeza irá esquecê-las e desistir.
frente e criamos nossas expectativas de que o
Escrevendo o que deseja, você terá algo físico
ano que vem será melhor.
que vai fazê-lo lembrar sempre, o que ajuda a
#COMPORTAMENTO
concretizá-las de maneira mais rápida e tranquila”, afirma Sulivan França, presidente da Sociedade Latino Americana de Coaching. Também não adianta achar que depois dos fogos e do brinde com espumante as coisas vão melhorar em um estalar de dedos. É preciso entender que você tem limites e que, mesmo correndo atrás, talvez não consiga cumprir todas a curto ou médio prazo. A estudante de publicidade Renata Marinho, de 23 anos, planeja fazer um mochilão pela América do Sul em 2016. “Essa é uma meta que coloquei em todas as últimas viradas, mas só vou realizar no ano que vem. Junto dinheiro há três anos e acho que chegou a hora de conhecer nossos países vizinhos”, conta. Confira as dicas que a última Pepper do ano separou para você começar 2016 com pé direito e metas novas!
Suas metas devem ser... • Específicas: escreva com detalhes o seu desejo, isso evita ambiguidades e vai ajudá-lo a saber exatamente o que está buscando; • Mensuráveis: quando se trata de objetivos financeiros, mensure, quantifique o que você deseja; • Atingíveis: a meta precisa ser desafiadora, mas possível de ser atingida. Se for muito fácil, você pode se desestimular e, se for impossível, poderá não criar o comprometimento necessário; • Relevantes: lembre-se de que, ao estabelecer uma meta, é importante que ela tenha relevância e que, ao ser alcançada, gere prazer e satisfação. O seu esforço deve valer a pena! • Temporais: estabeleça uma data limite para a meta, caso contrário você poderá adiar, adiar, adiar... Fonte: Erik Penna, especialista em vendas e consultor
07 REVISTAPEPPER.COM.BR
08
#ESPORTE
Por Redação Fotos: Divulgação
DEZEMBRO VERDE E AMARELO NO
UFC
Brasileiros estarão em peso no octógono no final do ano.
O
final do ano será excelente para quem gosta
de assistir MMA. Além de uma quantidade além do normal de eventos, muitos brasileiros estarão representando o país no octógono do UFC. Entre eles, dois grandes campeões, José Aldo e Rafael dos Anjos. Rafael é campeão dos leves, especialista em jiu-jitsu e vai defender o cinturão pela primeira vez contra o americano “Cowboy” Cerrone, uma dos melhores lutadores de Muay Thai do UFC. A luta vai acontecer no UFC Fight Night, dia 19. Nas casas de aposta em Las Vegas, Rafael é o favorito, mas deve ficar atento, Cerrone é conhecido por ser um grande nocauteador. No mesmo evento em que Rafael defenderá o cinturão, lutarão também Júnior Cigano, que busca recuperação na aguardada luta contra Overeem e Charles “do Bronx” Oliveira, uma das grandes promessas do MMA. José Aldo é um caso a parte, o grande campeão, invicto há mais de 15 lutas, caiu na pilha do falastrão irlandês Connor McGregor. No UFC 194, dia 12, os dois colocarão a prova todo o “trash talk” que está precedendo a luta. Apesar de toda a história vitoriosa de Aldo, nas casas de aposta
ele está figurando como azarão. A dificuldade de Aldo será no chão, McGregor pode dominar o campeão na luta agarrada, que não é sua especialidade. No mesmo dia lutam o estreante Márcio Lyoto, Leo Santos e Warlley Alves que vieram do The Ultimate Fighter Brasil e o veterano dono de um dos melhores jiu-jitsu do UFC, Demian Maia. Ronaldo Jacaré também vai lutar, se vencer o adversário Romero, se tornará o desafiante do cinturão disputado entre Aldo e McGregor. No dia 10, o evento contará com novatos vindos do The Ultimate Fighter Brasil: Johnny Eduardo, Cara de Sapato, Sergio Moraes e Thiago Santos. No dia 11 é a vez dos veteranos Gabriel Napão e Edson Barboza, famoso pelos nocautes plásticos.
#RECEITADOMÊS
MENOS BLÁ-BLÁ-BLÁ E MAIS COME-COME Salmão ao molho Leche de Tigre com Jardins de vegetais
A
receita deste mês veio de um restaurante bem diferente e que tem uma proposta inovadora! O Bla’s é uma cozinha criativa que visa à evolução da gastronomia com um serviço de restauração moderno. O cardápio é trocado semanalmente para oferecer novas experiências e sabores aos clientes, tudo a preços simbólicos. O menu é criado por jovens chefs formados em gastronomia e que possuem paixão pela cozinha. As opções sempre incluem filé, suíno, aves, peixes, frutos do mar e opções vegetarianas. Também é possível degustar o menu com cinco etapas (entrada, salada, prato principal, seleção de queijos e sobremesa). O restaurante oferece pratos muito bem elaborados, entradas inusitadas, sobremesas, cervejas especiais, vinhos importados e sucos naturais. Para ficarmos com mais água na boca, um dos chefs passou uma super receita pra gente! Ingredientes: • Suco de 2 limões
• • • • • •
Suco de 1 laranja coentro picado a gosto 1 colher de sopa dedo de moça 1 colher de café de gengibre 100g de peixe branco Pitada de sal
Preparo: - Corte o peixe em cubos - Corte a pimenta e a gengibre em Brunoise, e pique o coentro. - Misture o suco de limão e o de laranja, e acrescente aos outros ingredientes. - Coloque então o peixe para marinar na mistura por mais ou menos 15 minutos. - O resultado, liquido leitoso que irá se formar, é o Leche de Tigre - Retire o Leche de Tigre e espesse, caso ache necessário. - Prepare o peixe na grelha e o finalize no forno com ervas, alho, sal, azeite e pimenta do reino preta.
09 REVISTAPEPPER.COM.BR
010 010
#SÉRIEESPECIAL – PARTE 4
Por Natália Moraes Fotos: Arquivo Pessoal e Divulgação
100 ANOS DE SAMBA NA CABEÇA E NO PÉ Dezembro foi o mês de comemorações para o samba. Centenário, dia nacional, além do Trem do Samba e do musical SamBRA. A Revista Pepper foi parar em terras cariocas para conferir de pertinho...
A
s comemorações do Dia Nacional do Samba se iniciaram no começo do mês e se estendem até hoje. Por coincidência neste mês o samba completa 100 anos. 100 anos de música, cultura, história, transições e polêmicas... Temos tanta coisa pra contar que não cabe em uma série de quatro partes, mas tentamos... Com o sucesso da série, a Revista Pepper foi convidada para ver bem de pertinho o início das comemorações. E pela primeira vez, essa jornalista que vos fala vai escrever uma matéria
em primeira pessoa para poder contar tudo que aprendeu, viveu, sentiu e ouviu. Existiu uma época em que o samba era mal visto e marginalizado. Ninguém podia tocar samba, ouvir samba ou cantar samba. Esse estilo era altamente discriminado, e quem fosse pego se divertindo, era preso. Alguns sambistas, segurando essa bandeira que perdura até hoje, acharam um jeito de burlar o sistema. Todos os dias eles pegavam um trem na Central
#CULTURA
do Brasil e iam para suas casas, depois de um longo dia de jornada de trabalho. Mas fim de expediente sempre dá uma vontadezinha de se divertir, né? Eles levavam seus instrumentos e bandeiras e tocavam seu samba até a última parada. Mas pera aí... Como eles faziam para não caírem no xadrez? O caminho era longo, as paradas eram muitas, e eles tocavam apenas com o trem em movimento, já que não havia risco de um guarda pará-los. A cada estação, seja no Méier, Cascadura ou Madureira, os trabalhadores e sambistas escondiam os instrumentos para ninguém desconfiar... O trem partia para a próxima parada e o samba voltava a comer solto. Há 20 anos, mais ou menos nessa época, os sambistas fazem a mesma coisa para reviver essa história, só que dessa vez em ritmo de festa! O Trem do Samba acabou de passar, e foi pra lá que a Revista Pepper me levou. Nossa saga começou no dia 05 de dezembro. Eu estava sedenta por samba. Sou muito afobada e, por ironia, enrolada. Queria ver tudo logo, tudo de uma vez... Fomos para a Central do Brasil, onde já se escutavam diferentes batuques de samba. Tinha um palco, várias rodas de samba e um povo animado. Eu estava muito feliz por estar lá. Um trem saía de lá a cada 20 minutos – todos eles com roda de samba nos vagões. Pegamos o primeiro, e talvez o mais animado. O samba
estava lindo, os passageiros estavam em pé nos bancos cantando com os pulmões em uma só voz: “Um trem de luxo parte para exaltar a sua arte que encantou Madureira!”. Deu um arrepio bom... Dessa vez o trem não parou em nenhuma estação, foi direto para Oswaldo Cruz, onde havia outros três palcos. Chegamos ao primeiro palco, o “Dona Zica”. Lá conversamos com Clara Paixão e Wilson Neto, Rainha e Rei Momo do Carnaval 2016. Para eles, o Trem do Samba é importante por causa da tradição da cidade. “Aqui passaram grandes nomes do samba que são referência para todos nós. E claro que estamos no meio, afinal aprendemos a sambar antes mesmo de aprender a andar”, brincaram. Depois do primeiro show, partimos para o segundo palco, o “Tia Eunice”. Os palcos eram distantes, distribuídos entre Oswaldo Cruz e Madureira. Só que no meio do caminho tinha uma roda de samba em um boteco. Não tinha como não parar! O pessoal da Velha Guarda da Portela estava lá, todos sentados, tomando cerveja e tocando os melhores sambas... A felicidade tomou conta de mim, assim como de todos que estavam a minha volta. Não parava de pensar – e falar algumas vezes – “Já posso morrer. Eu já vi a silhueta da felicidade e isso já está bom”. Mal sabia eu que ainda tinha muito mais...
011 REVISTAPEPPER.COM.BR
012
#CULTURA
Chegamos ao palco, estava tocando a Velha Guarda do Império Serrano. Não estava tão cheio, como eu pensei que estaria. Eu olhava para os lados e via os moradores nas janelas ou nas lajes, com um copinho de cerveja e cantando. Foi lindo ver o auge da alegria estampado na cara de todo mundo. Nossa última parada foi o palco “Tia Doca” para ver o show do Casuarina, grupo carioca que vira e mexe se apresenta em Brasília. Esse palco estava um pouco mais cheio, mas valeu a pena cada minuto. Ver e viver o samba desse jeito não tem preço. Sérgio Martins, um dos passageiros, me falou durante a viagem que “o Trem do Samba é uma festa popular onde as pessoas se misturam. Aqui ninguém tem cor, não tem raça e nem dinheiro... Só tem gente feliz cantando, dançando e se divertindo”. E não tem como eu concordar mais! O samba é a junção dos povos, das raças e das crenças. O samba é a famosa miscigenação brasileira, só que sem preconceito. No samba ninguém é melhor do que ninguém, e todo mundo está lá para um mesmo fim: sambar!
Trem do Samba Internacional Neste 2015, o Trem do Samba iniciou os festejos de duas décadas de história com uma passagem avassaladora, em setembro, por Lille e Nice, na França. O projeto ganhou o aval das prefeituras dessas duas cidades e foi o grande destaque em festivais que agitaram as duas capitais. Tudo sob o comando do mentor do projeto, Marquinhos de Oswaldo Cruz.
SamBRA – O Musical Quem acha que a minha aventura terminou quando eu peguei o último trem de volta pra casa, se enganou. No dia seguinte já fomos atrás de outra aventura sambista: o musical SamBRA, que comemorou o centenário do samba. O espetáculo visita a história do samba e de seus baluartes, contando a trajetória desse gênero musical. Gustavo Gasparini, diretor e autor do musical, assumiu o papel de protagonista de Diogo Nogueira, que teve que se ausentar nas últimas apresentações. “Contar a história do
samba em apenas dois atos é um desafio. Logo eu, que nasci distante dele, mas, por algum batuque ancestral, por ele me apaixonei e por ele sinto uma velha intimidade”, disse Gustavo. O musical percorre todas as transições do samba. Do seu nascimento, da polêmica da primeira música gravada, “Pelo Telefone”, até os dias de hoje. Houve momentos marcantes... Em uma cena, os atores Alan Rocha e Cristiano Gualda interpretam Martinho da Vila e Noel Rosa. Eles sentam à luz do luar e começam a homenagear sua musa inspiradora: Vila Isabel. Tem piada, cultura, e emoção. Não sei por que, não entendi ainda, mas o samba realmente emociona. Às vezes eu acho que é porque a história dele se mistura com a história do Brasil... Mas às vezes eu acho que é pura poesia que vem do coração mesmo. Patrícia Costa interpreta várias cantoras do samba ao longo do espetáculo, e seu último papel é ela mesma. A Patrícia Rainha de Bateria da Portela. Ela nasceu no samba, seu avô foi um dos fundadores da escola de samba que canta no seu coração. Ela fala da emoção de pisar na avenida com mil e um batuques e, ao fundo, no telão, aparecem gravações dela desfilando. Todo mundo se emocionou. Mas infelizmente pegamos a última apresentação. Estava em cartaz desde março, rodou o País inteiro e encerrou suas atividades no dia 6 de dezembro... Pelo menos por enquanto. Vamos torcer para ter mais uma turnê e passar por aqui de novo, que tal?
#SÉRIEJOVENSEMPRESÁRIOS
EMPRESÁRIO E SUA VERSÃO BRASILEIRÍSSIMA
Por Natália Moraes Fotos: Divulgação
Paulo de Oliveira Paim, 31, é formado em administração e Gestão de Negócios Internacionais. Tem mestrado internacional de Liderança Institucional e, atualmente, é sócio-proprietário do bar Versão Brasileira.
O
entretenimento e a vida boêmia estão tomando conta da cidade. Jovens de todas as idades procuram lugares diferentes para a diversão diária. Quem não gosta de tomar um chopp depois do expediente? E isso melhora quando tem uma música boa e atendimento de primeira. Foi nessa visão que Paulo, Paulinho para os amigos, viu uma oportunidade de negócio. Há 2 anos e meio, está tocando o VB com excelência, com a casa sempre lotada. Pegou o negócio quase falindo, mas com sua visão empreendedora deu a volta por cima no mercado. Sua cabeça, sempre com ideias inovadoras, está a mil com novos projetos e com o sucesso do bar.
Paulo recebeu a Revista Pepper para uma conversa construtiva e descontraída, no meio de clientes sorrindo e dançando. Confira! Revista Pepper: O que você fez logo depois de se formar? Paulo Paim: Depois que eu me formei, eu fui morar nos Estados Unidos. Fiquei lá durante 4 anos fazendo um mestrado em Liderança Institucional. E nesse meio tempo eu fiz de tudo! Fui pedreiro, pintor, passeei com cachorros, cuidei de velhinhos, fui garçom... Tudo que você imaginar! Quando voltei, eu montei uma banda, a Outono 09. Sempre fui músico! A gente já foi top 10 MTV, 013 REVISTAPEPPER.COM.BR
014
#SÉRIEJOVENSEMPRESÁRIOS
abrimos 2 shows internacionais, o do Paramore e do Simple Plan... Aí no meio do processo da banda eu entrei no Versão Brasileira. Só que, quando eu entrei, ficou difícil de administrar. Eu e meu sócio e parceiro, Hugo Andrade, pegamos o estabelecimento praticamente falido. Estamos aqui há 2 anos e meio. Depois que pegamos, o VB começou a ficar famoso, conhecido... Fizemos um trabalho devagarzinho aqui, cativando os clientes, fazendo amizade. Aqui virou nosso mundo. Até hoje é. Hoje nós vamos pro VB encontrar amigos, não só clientes. RP: Antes do VB você teve outro empreendimento? PP: Eu tive uma empresa de som e iluminação e uma de eventos. Foi quando eu entrei no VB. Eu prestava um serviço de televisões pra eles, aí eu fiquei amigo de um dos donos e ele me chamou pra entrar como sócio do bar. Hoje ele nem está aqui e eu estou [risos]. Enfim, eu ainda mexo com produção de festas, com a Funn Entretenimento. Também estou envolvido nesse entretenimento da cidade, além do VB. RP: Como surgiu a vontade de entrar no mundo empreendedor? Entrar no mundo do VB? PP: Eu sempre participei da noite de alguma maneira, ou cantando, fazendo som, produzindo festas ou até mesmo sendo boêmio. Eu era cliente do antigo Versão Brasileira... Eu entendi que o povo gostava de entretenimento e resolvi unir tudo isso. Como sou formado em administração, sempre tive vontade de armar meu próprio negócio. Então isso cresceu dentro de mim, e a vontade de aplicar tudo que você aprendeu cresceu também. RP: Qual foi sua maior dificuldade nesses 2 anos e meio? PP: Perder uma vida social. A minha vida social é aqui dentro. E o pessoal deve pensar “ah, ele é dono de bar, a vida social dele deve ser a mil
por hora”, mas não é. É agitada pelo número de pessoas, mas você perde um pouco disso. Principalmente no começo, sendo um jovem empresário. Você está construindo algo, você não tem algo já estabelecido, onde você é um milionário e pode administrar de longe. Não, você está construindo. Você tem que botar a mão na massa, então sobra menos tempo pra família e pros amigos antigos. Acaba que quem fica mais presente na sua vida são os amigos que frequentam o bar. RP: E qual é o foco do VB, o foco e o diferencial? PP: Eu acredito que seja a junção de várias coisas. A gente quer agradar os jovens de 18 a 100 anos [risos]. Independente da idade, nosso público quer se divertir, ver pessoas bonitas, música legal, garçons atenciosos, bom atendimento... A gente dá essa estrutura pros nossos clientes. Enxergamos nossos clientes como foco, e pensamos em uma maneira de entretê-lo. Além da tradicional cerveja gelada e do petisco gostoso, né? RP: E quais são os planos futuros? PP: Surgiu uma oportunidade de montarmos nossa própria cachaça, com a nossa marca. E por que não montar uma loja virtual? Está em andamento essa loja com itens que são bem brasileiros! Camisetas, cachaça VB, cervejas especiais VB... Vamos começar a vender nossos produtos mesmo. O queijo, nossa geleia de pimenta – que está fazendo muito sucesso... É um projeto que está começando devagarzinho... E, além disso, estamos nos preparando para abrir uma franquia. Mas antes queremos criar o nosso padrão de atendimento, e talvez essa franquia fique mais pra frente, dependendo da crise. Mas antes disso queremos melhorar aqui, no que está dando certo, pra depois pensar em abrir outros. Não podemos ser malucos ao ponto de abrir um monte sem o padrão VB. Mas já temos propostas...
#COLUNA
NÃO AO IMPEACHMENT!
Fernando Cabral Empresário fcabralbr@gmail.com
DOS NEGÓCIOS...
O
ano de 2015 “fecha” em meio ao processo de impeachment da Presidente da República. Concomitantemente a Câmara dos Deputados deverá estar às voltas com o processo de afastamento do cargo e cassação do mandato do seu Presidente. Ou seja, os Poderes Executivo e Legislativo estarão às turras, envolvidos em suas picuinhas. O Poder Judiciário estará atribulado, especialmente o mais alto dos tribunais. Serão muitas ações, mandatos e liminares a julgar, além do próprio processo de impeachment que, na última etapa, passa a ser presidido pelo Presidente do Supremo. Isso sem contar processos e operações em andamento no Ministério Público, na Polícia e na Justiça Federal. Os Poderes do Estado voltados para os problemas políticos, provocados pelos problemáticos políticos e suas pouco patrióticas preocupações. E os cidadãos comuns? E a economia? E os empresários? Esses que esperem. Primeiro os poderosos. Depois o Brasil. A palavra impeachment é tratada em português, por muitos, como impedimento. O respeitável Dicionário Aurélio a coloca naturalmente em suas páginas, tratando mesmo como impedimento e registrando, é claro, a origem inglesa do vocábulo. Segundo o Dicionário Houaiss de Sinônimos e Antônimos, impedimento é obstáculo, barreira, embaraço, empecilho, óbice, proibição, coibição, interdição, restrição, tolhimento. Parece o vocabulário do empreendedor brasileiro! Obstáculos e barreiras estão por toda parte. Abrir uma empresa é uma quase infindável corrida de obstáculos. A cada barreira vencida aparece algo novo, por vezes maior e com cara de intransponível. Principalmente para quem não está disposto a pagar uma “bola” aqui e outra ali. O embaraço é especialidade da burocracia. A alegria da burocracia é embaraçar a vida dos empresários, complicando-a e embaralhando-a com inexplicável sadismo. Empecilhos pululam. Destaque para a CLT, aquela legislação velhaca da primeira metade do século
passado. Ela que se propunha a proteger os empregados, hoje dificulta a sua contratação. Achata o salário e a efetiva disponibilidade de dinheiro nas mãos dos trabalhadores, alimentando o paternalismo do Estado à custa do empregador. É proibido crescer! É um pouco de exagero, tudo bem – dose exagerada de pimenta. Mas, por exemplo, as empresas que optam pelo Simples Nacional para o pagamento de seus impostos têm que pensar muito antes de crescer. Aumentar o faturamento e “desenquadrar” pode ser a morte. Se dizer que crescer é proibido extrapola o razoável, pelo menos é nítido que a saída do Simples é coibida pelo próprio sistema. A baixa escolaridade e o baixíssimo nível cultural de grande parte dos trabalhadores brasileiros é um dos maiores óbices ao crescimento do mercado e das empresas. Mesmo com uma boa dose de crescimento da renda popular nos últimos anos, não se observa melhora na cultura e na educação, caracterizando indiscutível óbice ao desenvolvimento do país. A interdição ao crédito é um destaque no cenário econômico: mais uma vez em especial das menores empresas, que dificilmente têm acesso às linhas subsidiadas que as megacorporações conseguem - sabe-se lá como - junto ao BNDES. A interdição vem pelas dificuldades cadastrais ou pelas absurdas, escorchantes, indecentes e destrutivas taxas de juros cobradas em benefício das empresas mais lucrativas do país – os bancos. Por falar em lucro, se para os bancos eles são estratosféricos, para os pequenos eles sofrem muitas restrições. Sejam as de ordem cultural – o brasileiro médio acha que lucro é crime. Sejam as geradas pela pesadíssima e injusta carga tributária. Com margens cada vez menores, os investimentos produtivos têm sido tolhidos em função de todos os impedimentos aqui citados. Muitos empresários, muitos mesmo, conseguem superar todos esses impedimentos e obtêm sucesso. Imagine, então, os negócios sem tantos impedimentos. Seria outro Brasil. Não ao impeachment nos negócios.
015 REVISTAPEPPER.COM.BR
016 016
#CAPA
Por Natália Moraes Fotos: Arquivo Pessoal
SÓ FALTA O MAR NA
NOSSA PRAIA DO CERRADO Q
Projeto socioambiental desenvolvido entre amigos visa revitalizar o parque na QL 10 do Lago Sul e ainda oferece recreação, esportes aquáticos e pés na areia
ue história é essa de que Brasília não tem praia? É claro que tem! A Praia do Cerrado, localizada na QL 10, chegou para ficar. E já chegou há 2 anos, com um ótimo projeto socioambiental, aluguéis de pranchas e caiaques, além de areia para você se sentir na praia... Neste verão brasiliense, que, por incrível que pareça, não está caindo o céu como de costume, a boa é ir pra lá e conhecer os esportes aquáticos, pegar um sol e levar a família toda.
O projeto surgiu entre um grupo de amigos que decidiu fazer a limpeza do local e recuperar o espaço do Parque Ariel do Bosque. A proposta de oferecer a prática de esportes aquáticos e terrestres com segurança, além de limpeza e comodidade, tem dado certo. Lucas Generoso, 24, estudante de psicologia, é um dos sócios da Praia do Cerrado e conta que, antes do projeto, o lugar tinha muito lixo, usuário de drogas, sujeira para todo lado. “O nosso objetivo aqui é trazer
#CAPA
vida, reativar o parque, trazer pessoas, e fazer com que todo mundo conheça o nosso Lago Paranoá”, disse. Gustavo Vasconcelos, outro sócio, redigiu o projeto ambiental há 3 anos e apresentou para o IBRAM (Instituto Brasília Ambiental), que aprovou de cara. Em troca do espaço, os sócios são responsáveis pela área. “Nós temos o papel de agentes do parque. Temos que fiscalizar tudo. Aqui não pode fazer fogueira, churrascos, usar qualquer tipo de drogas – inclusive álcool”, contou. A Praia do Cerrado tem a estrutura toda em madeira reaproveitada, e é tudo móvel, não tem nada de concreto. Se algum dia eles precisarem sair de lá, o projeto não vai deixar impacto nenhum no parque. “Nós fizemos de uma forma que não dê impacto na natureza. Preservamos ao máximo as árvores e os animais que passam por aqui. A nossa função é cumprir a palavra que demos para o Ibram”, disse Lucas. A Praia do Cerrado também tem um projeto para inclusão de deficientes visuais e crianças carentes. Em parceria com o Instituto TAL, o local proporciona um dia inteiro de stand up paddle, caiaque e outras atividades. A vista de lá é linda, o pôr-do-sol é de cair o queixo... As cadeiras para você pegar um sol são de graça, e você pode até tirar um cochilo em um bangalô de madeira à beira do lago. O aluguel das pranchas varia entre R$20 e R$ 30 e o caiaque é a partir de R$ 40. A maior parte do valor cobrado pelo aluguel de alguns equipamentos é revertido para manutenção do local. E agora a Praia do Cerrado tem uma novidade: o flyboard! É um equipamento que fica ligado no jet ski e permite que a pessoa voe dentro d’água. Tipo o Homem de Ferro, só que com água. Inclusive o criador do flyboard, Frank Zapatta,
realmente se inspirou no Homem de Ferro pra criar essa máquina... “Trouxemos pra cá. É uma novidade e todo mundo está gostando! A gente passa as instruções direitinho, tem os equipamentos de segurança necessários, e não ficamos no meio do trânsito de embarcações”, conta Lucas. Na primeira vez a pessoa sobe 1 ou 2 metros... Mas com mais experiência o voo pode chegar a 10 metros! Não tem nem como sentir medo, afinal de contas o instrutor é profissional e até te ensina a cair certo. O verão brasiliense está crescendo a cada ano. Parece que as pessoas estão ficando mais por aqui durante as férias. Não tem mais aquela velha história de “o último a sair apaga a luz”. E, por isso, Lucas Generoso deixa seu recado: “o pessoal está descobrindo Brasília. Aqui tem muita coisa pra fazer. Aqui na praia o pessoal traz crianças, cachorros, violão... Outros fazem tirolesa ali na ponta, ou slack line nas árvores... Quem vem curte muito! Cheguem aqui que a galera vai ver como é rico o verão brasiliense”. Vamos?
PARA LEITORES DA PEPPER: Nosso Instagram está recheado de promoções e sorteios. Para as comemorações de fim de ano, a Revista Pepper está sorteando um voo de flyboard na Praia do Cerrado. Siga @revistapepper e participe!
017 REVISTAPEPPER.COM.BR
018
#COLUNA
Por Junior Ramalho ramalhojunior@gmail.com
A QUALQUER PREÇO!
P
ode parecer pessimismo, mas não dá mais para ver a crise econômica corroer os princípios éticos, nos vários segmentos da propaganda calado - ou tentado criar uma cortina de fumaça para abafar o caso - sob a alegação de que tudo vai passar. Há que se fazer alguma coisa, urgentemente, antes que a desvalorização profissional do publicitário se torne algo irreversível e os consumidores da propaganda acostumem-se a adquirir serviços a preços irrisórios. Sempre se disse que é em tempo de crise que se deve investir e anunciar, certo? Pelo que temos sentido, na pele, além de não ser assim que a grande maioria dos anunciantes tem se posicionado, os que ainda destinam recursos para a publicidade convencional, querem economizar dinheiro em cima das já tão escassas remunerações das agências, profissionais autônomos; produtoras; veículos de comunicação e fornecedores, em geral. É claro que não estou propondo uma guerra, nem qualquer tipo de confronto com os clientes da propaganda, até porque sem eles não existiria o mercado que, aliás, é um dos mais importantes para a formação do PIB nacional. Nem sequer, nossos empregos ou fontes de renda nós teríamos. Mas, talvez, auxiliar na mobilização – embora este termo já esteja enchendo o saco de todo brasileiro – das associações, sindicatos e diversos órgãos de representação classistas para a tentativa de conscientização daqueles que pagam nossos serviços, de que se espremerem demais os nossos lucros, fatalmente, eles próprios começarão a ver os resultados dos seus investimentos reduzirem, já que não é possível manter a mesma qualidade sem o mínimo de rentabilidade para quem produz. Há bem pouco tempo as agências de propaganda eram remuneradas pelas comissões da veiculação encaminhada aos veículos: cada vez que um anunciante investia 1000 em alguma TV, rádio, jornal, revista ou outros, a agência automaticamente tinha direito a 200, que eram pagos pelos próprios veículos, ou seja, não saía dos bolsos dos anunciantes. Hoje, dependendo do tamanho da agência, esses 20% têm que ser “rachados”, diminuídos ou, em muitos casos, até eliminados em benefício do anunciante. Havia, também, uma
tradicional taxa que girava em torno de 15%, sobre os valores cobrados pelos fornecedores, a título de acompanhamento dos serviços e garantia da qualidade. Hoje, a maioria das agências nem ousam cobrar essa taxa para preservar o cliente. Como as agências sobrevivem, ao menos as de pequeno e médio porte de praças como o DF? Com um “Fee” mensal, ou seja, um salário fixo para a empresa. A alegação de que os tempos mudaram e que a crise tem reduzido as vendas e, consequentemente, os lucros dos anunciantes, temos que considerar, já que é fato. Mas daí querer continuar anunciando, com a mesma intensidade e qualidade, massacrando os profissionais da propaganda, já vira algo impossível. E essa prática não atinge apenas as agências, mas também os veículos menores que estão sendo obrigados a abrir as pernas e vender muito abaixo das tabelas os seus espaços comerciais; produtoras que têm que rebolar para produzir e entregar jingles, filmes e outras peças com o brilho de sempre, mas com metade dos orçamentos; gráficas que precisam imprimir mais, por menos, enfim. Quando uma agência é pressionada a faturar bem menos para segurar seu cliente, sabe o que acontece? O dono se obriga a trocar o (a) profissional de criação; mídia, atendimento ou outra área, por outro mais “baratinho” e, com certeza, o bom profissional vai sofrer para arranjar outro emprego. Resultado: a qualidade da propaganda vai caindo na mesma proporção. Fica a pergunta no ar: vale a pena os verdadeiros e sérios publicitários se prostituir e trabalhar quase sem lucro algum para não perder o cliente? Ou a categoria tentar se unir, - sem picuinhas e individualismos - e tentar mostrar que é possível se aliar aos clientes para preservar a profissão e o mercado publicitário, mas não a qualquer preço? Não existe saída de qualquer crise sem propaganda. Bem produzida e remunerada, é lógico. Que tal em vez de uma grande festa de ano novo, promovermos um eficiente congresso, seminário, ou qualquer tipo de encontro, cheio de pimenta, mas para dar mais sabor ao mercado e não para arder os olhos ou outra parte do corpo de ninguém? É PEPPER NA RABANADA... Feliz Natal!