CRIE mobiliário urbano

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Trabalho de conclusão de curso apresentado pela aluna Natália Massonetto Pazini no Centro Universitário Senac como requisito obrigatório para a conclusão do curso de Bacharelado em Design Industrial Orientadora: Profa. Dra. Myrna de Arruda Nascimento São Paulo | 2018



Agradecimentos A minha mãe, Luciana, e meus avós, Norma e Carlos, meu mais sincero obrigada. Sem vocês nada disso teria sido possível. A Myrna Nascimento, obrigada por tudo neste ano e nos anteriores. Sou eternamente grata por toda a paciência e o aprendizado até aqui. Ao João Yamamoto, por ter sido presente e acreditado no meu projeto desde o início. Aos técnicos da oficina, Lucas Escardovelli e Lourenço Amaral, pelas orientações que tornaram meu projeto real. Aos meus amigxs, por nunca me deixarem desistir.


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“If the cities are not meant for children, they are not meant for citizens either. If they are not meant for citizens – ourselves – they are not cities.” Aldo van Eyck, 1962



RESUMO

ABSTRACT

Este projeto teve o objetivo de desenvolver uma proposta de intervenção urbana para caracterizar um espaço público desocupado, transformando-o em um lugar de convívio. A proposta tem como objetivo destacar a importância das trocas de experiências humanas, de convívio e de interação, discutidas no cenário contemporâneo em relação ao meio urbano e os mobiliários que pertencem a ele. O trabalho conta com análises de estudos de caso de playgrounds, selecionados tendo como critério os tipos de experiências urbanas coletivas que proporcionam aos usuários das cidades em que estão implantados.

This project had the objective of developing an urban intervention to characterize an empty public space, transforming it into a place of coexistance. The purpose of the project is to highlight the importance of the exchange of human experiences, discussed in the contemporary scenario in relation to the urban environment and the furniture that belong to it. The work analyzes some playgrounds, selected based on the types of collective urban experiences that they can provide to the users of the cities where they are located.

Palavras chave: Mobiliário urbano; design industrial; lugar; convívio; apropriação.

Key words: Urban furniture; industrial design; places; coexistance; appropriation.


Sumario Introdução

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1. Conceitos

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1.1. Lugar e não lugar 1.2. Espaços públicos e apropriação

2. Estruturas urbanas em espaços públicos 2.1. Os playgrounds de Aldo Van Eyck 2.2. Os playgrounds de Isamu Noguchi 2.3. Playgrounds topográficos: OIKOTIE 2.4. Jardin D’email por Jean Dubuffet 2.5. Klimglijklauterhangzitvoetbaltoneelbuis 2.6. Material e materialidade

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3. Vitalidade urbana: senso de comunidade e convivio

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4. Desenvolvimento

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4.1. Elementos formais 4.2. Estudos e testes iniciais com o material 4.2.1. Teste 1 4.2.2. Teste 2 4.2.3. Teste 3 4.3. Justificativa do desenho pela estrutura

5. PROJETO CRIE 5.1. Processo em oficina 5.1. Aplicações gráficas

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Considerações finais

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Anexo 1 - desenho técnico

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Lista de figuras

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Bibliografia 98


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INTRODUCAO Pensar no mobiliário urbano como um elemento estratégico para promover o convívio e a integração de indivíduos, através de ações que transformem o uso da cidade em práticas compartilhadas e frequentes, foi o tema escolhido para este Trabalho de Conclusão de Curso. A escolha do tema se deu após uma experiência de intercâmbio internacional, em que foi possível observar e fazer reflexões sobre o meio urbano e as possibilidades de uso que oferece, de um modo geral.

No Capítulo 2, denominado Estruturas urbanas em espaços públicos, foi desenvolvida uma busca de referências de projetos urbanos com características de apropriação do espaço público de forma coletiva. Exemplos destinados à melhoria do senso de convívio estão presentes no Capítulo 3, denominado Vitalidade urbana. No Capítulo 4, são apresentados estudos e testes com materiais e formas, desenvolvidos de forma empírica, tendo como base experimentações, destinadas a revelar materialidades capazes de sugerir estruturas com potencial para abrigar e absorver ações de interação e convívio, entre diversos indivíduos, no espaço público. A intenção de desenvolver estes ensaios nesta primeira etapa do TCC sugere o princípio pelo qual foram definidas as bases para a realização do projeto final.

A partir do entendimento de observações pessoais, surgiu a motivação de realizar uma pesquisa mais específica do tema, inserindo neste trabalho a questão da apropriação e transformação de espaços vazios em lugares de convívio na cidade. Tendo, então, como objetivo principal, realizar uma abordagem das diferenças entre os tipos de espaços urbanos encontrados nas metrópoles contemporâneas, foi desenvolvido um levantamento bibliográfico como primeiro movimento investigativo do trabalho, resultando em uma pesquisa teórica sobre os conceitos de: lugar e não lugar; espaços públicos e apropriação.

Por fim, no Capítulo 5 é apresentado o Projeto CRIE, com todo o processo de produção em oficina e aplicação final do produto. No final deste trabalho, apresenta-se a lista de imagens e as referências bibliográficas.

Os estudos sobre as definições de lugar e não lugar foram apresentados no Capítulo 1, denominado Conceitos, através da abordagem de Augé (2012), Saadi (2014) e Jacques (2012).

Figura 1: Project Lentspace em Nova Iorque. A instalação urbana consiste em um muro móvel que pode ser aberto em diferentes ângulos para funcionar como bancas ou painéis de exposição.

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1. conceitos Autores contemporâneos como Augé (1994, 2012), Sá (2012) e Jacques (2012) dedicaram-se a estudar os conceitos de lugar e não lugar na cidade, as definições de apropriação e de espaços públicos, em função do significado que adquirem para os usuários acostumados a frequentá-los. Neste capítulo discutiremos estes conceitos para contextualizar o tema abordado no projeto: a ocupação e caracterização de espaços urbanos a partir do mobiliário, que podem proporcionar e incentivar novas experiências de convívio na cidade.

Figura 2: Bairro da Liberdade em São Paulo. As ruas possuem mobiliário e decoração que o caracterizam com sua cultura única em meio a uma cidade multicultural.

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1,1. lugar e nao lugar Um espaço pode ou não ser definido como um lugar. Esta afirmação decorre do entendimento das leituras de Augé (2012) sobre não lugares. O que caracteriza um lugar são as relações que os indivíduos mantêm com esses espaços, que têm como característica serem propícios às relações sociais, ou seja, permitem desenvolver o convívio, os compartilhamentos e apropriações de todo tipo. Em espaços onde há mais convivência humana existe a possibilidade de reconhecermos as identidades de grupos que o frequentam, ou seja, as “tribos urbanas”. Para o antropólogo brasileiro José Guilherme Magnani (1992) o termo “tribo urbana” referese a “[...] pequenos grupos delimitados, com regras particulares” encontrados nas sociedades complexas contemporâneas (BLASS; PAIS, 2004).

Essa reflexão diz respeito aos lugares nos quais permanecemos em trânsito, em espera ou de passagem: aeroportos, transporte público, salas de espera, paradas de ônibus, etc. Estes são denominados, por ele, de não lugares. Segundo SÁ (2012), [...] estes espaços transitórios são não lugares na medida em que sua vocação primeira não é territorial, não é a de criar identidades singulares, relações simbólicas e patrimônios comuns, mas antes de facilitar a circulação (e, dessa maneira, o consumo) em um mundo com as dimensões do planeta” (AUGÉ apud SÁ 2012, p. 222).

“O lugar é necessariamente histórico a partir do momento em que, conjugando identidade e relação, ele se define por uma estabilidade mínima” (AUGÉ, 2012, p. 53).

Isso significa que o não lugar, muitas vezes, é basicamente um espaço onde o comércio é o protagonista, portanto, onde ocorre a dinâmica da troca. Como um centro comercial, por exemplo, que não é considerado por Augé (2012) um espaço de relações pessoais, mas sim um espaço que propaga o consumo, lazer e informação.

Segundo Augé (1994, p. 73), “se um lugar pode se definir como identitário, relacional e histórico, um espaço que não pode se definir nem como identitário, nem como relacional, nem como histórico, definirá um não lugar”. Sendo assim, Augé (1994) afirma que os espaços de relações temporárias são incapazes de criar identidade de grupo.

É importante sempre considerar que, o que é um lugar para alguns pode não ser para outros, dependendo da experiência pessoal de cada indivíduo. É preciso

Figura 3: Fotografia de Moey Hoque. Observamos na fotografia indivíduos transitando em um espaço público. Este, um possível não-lugar, pela sua aparência de possuir apenas relações temporárias de parada rápida.

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estudar o espaço e os tipos de relações e convívio que ele promove, pois somente a partir desse tipo de análise, é possível diferenciar um lugar de um não lugar.

Os lugares são pertencentes de cada um conforme suas experiências anteriores, até mesmo os de estabilidade mínima que não trouxeram vivências específicas, mas que, por aproximação, fazem com que o indivíduo se sinta parte deles. A necessidade de pertencer resulta em atividades grupais e experiências de alteridade (AUGÉ, 2012).

Os estudos de espaço são fundamentais quando se trata de realizar algum tipo de intervenção. Com eles, realizam-se análises que geram dados, gráficos de frequência de usos, identificam-se tipos e as possibilidades de promover esse espaço, transformando-o em lugar de convívio.

Alteridade2 é o “conceito que define a existência do indivíduo a partir da relação com o outro, [...], é a diferença dele dentro da sociedade e como unidade”. Em síntese, não existe indivíduo se não existe coletivo. O individual e coletivo são dois conceitos que estão diretamente relacionados no meio de convívio, principalmente o público (JACQUES, 2012).

Os pontos de parada rápida ou de circulação de pessoas fazem parte do nosso dia a dia, já que o mundo está cada vez mais acelerado e a superpopulação acaba propiciando um afastamento com relação ao convívio humano (AUGÉ, 2012). Esse afastamento é o que incentiva cada vez mais a individualidade: os dias acelerados se transformam em excessos1 e as pessoas sentem cada vez mais a necessidade de suprir seu ego pertencendo a algum espaço específico para sentir-se parte dele (SAADI, 2014). O gradativo desaparecimento de relações sociais no espaço público é o que caracteriza os não lugares de Marc Augé.

1 O termo excesso é empregado por SAADI (2014), ao realizar uma análise dos não lugares de Marc Augé (2012), para referir-se às constantes transformações espaciais, à mobilidade social, a troca de bens e serviços e ao enorme fluxo de informação, características que nos levam a pensar que o mundo encolheu excessivamente.

O ego, segundo um estudo de Augé (2012) sobre alteridade e as transformações de organização social, também é uma figura do excesso na Antropologia pós-moderna. O indivíduo tem a necessidade de pertencer a algo, a um grupo e a um estilo de vida.

2 Fonte: https://www.significadosbr.com.br/alteridade <acesso em 15/03/2017>

Figura 4: Projeto Zighizaghi, Favara, Itália. Na imagem observa-se um espaço público com pessoas em interação, relações de convívio em grupo e também posturas isoladas. O sistema padrão hexagonal do mobiliário permite a adoção de módulos em diferentes alturas, portanto, gera diferentes topografias, e usos variados - cobertura, jardineira, piso, assento, etc.

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As vivências urbanas também são pensadas como experiências de alteridade, onde meu eu se relaciona diretamente com o outro em suas práticas diárias, compartilhando o espaço e apropriandose dele (JACQUES, 2012). Essas experiências são parte do que define um lugar, pois criam uma relação entre pessoa e espaço fazendo com que o usuário se sinta parte pertencente ao todo. As possibilidades de compartilhar experiências urbanas, segundo Jacques (2012, p. 20) podem ser inventadas por pessoas, denominadas como errantes pela autora, e podem recriar meios de utilização da rua e do espaço público, resultando em diferentes maneiras de compartilhar experiências.

Sendo assim, as relações humanas praticadas no espaço urbano o caracterizam como um lugar remetido à memória e, principalmente, às experiências individuais, independente de as vivências terem sido realizadas em grupo. As experiências de cada um são registradas individualmente, e, assim, relacionam cada um com espaços específicos.

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1.2. espacos publicos e apropriacao Por definição, espaço público é aquele através do qual conhecemos a cidade, sendo de uso comum e posse coletiva, pertencente ao poder público (NARCISO, 2009). É também o lugar onde se compartem experiências da vida coletiva: o existir; o experimentar práticas, percursos e apropriações que confrontam com o outro no meio urbano, uma ação que pode ser realizada por qualquer um de nós (JACQUES, 2012). Os espaços públicos são, além de tudo, o lugar que promove a alteridade de forma a incentivar o contato e as vivências entre os cidadãos para tornar a vida das pessoas melhor, gerando mais trocas, interações e compartilhamento.

Para o autor, a rua é entendida como: [...] uma extensão da casa para diversas comunidades, observadas e vivenciadas por meio de atividades cotidianas, como as brincadeiras infantis e encontros de vizinhos, [...] reafirmando a flexibilidade do uso dos espaços públicos, que podem sempre ser objeto de apropriações diferenciadas, mesmo que formalmente construídos para finalidade específica” (MENDONÇA apud SANTOS e VOGEL, 1985).

Segundo MENDONÇA (2007, p. 297 apud SANTOS e VOGEL, 1985), entende-se o ato de apropriar-se de um espaço como um mecanismo de defesa e superação da população às situações impostas anteriormente pelos planejadores da cidade. As situações pré-definidas por urbanistas, que deveriam compreender os desejos e necessidades da população, são mutáveis e sujeitas a ocupações alternativas. A ocupação é parte da apropriação de um espaço ou objeto, permitindo ao cidadão possuir livre escolha sobre como pode utilizá-lo.

Figura 5: Largo São Bento, São Paulo. Desde 2016, o projeto Centro Aberto oferece uma oportunidade aos moradores da região para discutir melhorias no deslocamento de pedestres e promover a criação de espaços de descanso, lazer e convívio. A área, que antes era cercada e abrigava um estacionamento, agora é um ponto de convivência no Centro da cidade, com árvores, cadeiras de praia, guarda-sóis, mesas, bancos, arquibancadas, iluminação decorativa e de LED. A ideia é possibilitar múltiplas formas de apropriação pelo público em diferentes horários.

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Conclui-se então que a rua, além de poder ser uma extensão da própria casa, onde se continua a vida cotidiana, também, é tida como um espaço de convívio social para manifestações, e expressões de ideias. Na rua acontecem os encontros e desencontros de comunidades, e a cidade se recria como sociedade promovendo questões de experiência e alteridade.

mobiliário. Existe, ainda, a possibilidade de alterar o posicionamento do mobiliário, como exemplificado nas imagens. Nas figuras 6 e 7, pode-se observar um mobiliário flexível (que também possui variações de forma e cor, mas ainda seguindo o mesmo padrão), que permite que o usuário se sinta em um ambiente novo a cada encontro, para assim apropriar-se do espaço e promover suas experiências e exercitar a alteridade urbana.

Dentre os elementos que configuram o espaço público urbano, estão os objetos e utensílios de mobiliário que compõe a paisagem e interferem na vida das cidades. O desenho desses elementos permite uma aproximação do usuário ao objeto, que de certo modo caracteriza e representa a vida das pessoas de determinado lugar.

Os mobiliários flexíveis permitem ao usuário uma recriação da sua função, uma liberdade para determinar como o objeto poderá ser utilizado, deixando-o “aberto” a interpretações. O fato de o usuário definir o modo de uso do objeto torna-o agente da experiência daquele momento. O indivíduo experimenta uma relação de pertencimento no espaço público, desenvolvendo um senso de comunidade e convívio. Essa é uma das formas de apropriação do espaço urbano.

“Integrar o mobiliário urbano ao entorno é uma condição para que o cidadão se sinta valorizado” (MONTENEGRO, 2006, p. 20). Quando o cidadão possui algum tipo de relação com os objetos de um espaço, ele se sente uma parte do todo. Ou seja, se a atenção está voltada para o indivíduo, ele se torna o protagonista do espaço e desenvolve relações de pertencimento que o incentiva a cuidar dos equipamentos.

Quando as pessoas se sentem pertencentes a algo, existe uma maior probabilidade de cuidarem daquele espaço ou objeto, e isso automaticamente influencia a convivência urbana e a qualidade de vida, pois os espaços que recebem melhores cuidados são vistos como mais seguros e incentivam o fluxo de pessoas.

Além disso, é preciso considerar as situações que não são definitivas no cenário urbano. Existem mobiliários que são implantados e retirados a qualquer momento, seja para alguma exposição, decoração ou evento que poderá acontecer. Nos exemplos da página ao lado (figuras 6 e 7), podemos observar diferentes configurações de uso do

Figuras 6 e 7: MuseumsQuartier Wien, em Viena, Áustria. Onde vemos a variação do mesmo mobiliário posicionado em frente ao museu. Esses objetos, feitos de plástico rotomoldado são ocos na parte interna, permitindo sua movimentação pelo espaço e trazendo ao usuário a liberdade de recriar seu posicionamento sempre que desejado.

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2. estruturas urbanas em espacos publicos Ao ser definido que o tema deste projeto se volta para a construção de um mobiliário com forma e função “abertas”, para, dessa forma, ocupar um espaço vazio, adotou-se como primeiro movimento o levantamento de referências, de modo a construir um repertório de soluções a serem analisadas e interpretadas pela autora. Segundo o designer e teórico italiano Bruno Munari3 (1998, p. 29-56, 96-102), o reconhecimento do estado da arte é fundamental antes da realização de qualquer projeto, pois é equívoco pôr-se a pensar num tipo de solução sem saber se ela já existe e de que forma é constituída. Também se definiu parâmetros de análise para os estudos de caso, de modo a identificar critérios através do qual podem ser comparados e reconhecidos. Os estudos de caso a seguir foram selecionados a partir de referências de projetos de playgrounds urbanos, levando em consideração, principalmente, sua forma e função (se são pré-definidas ou não) e a maneira como convidam o usuário a apropriarse do espaço onde estão instalados, de forma espontânea.

3 Bruno Munari (Milão, 1907 - 1998) foi um designer, escultor e escritor italiano (Fonte: http://www.treccani.it/enciclopedia/ bruno-munari/)

Figura 8: The Rampart Wave, playground localizado em Lyon, na França.

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2.1. os playgrounds de aldo van eyck Os playgrounds de Aldo Van Eyck foram construídos no período pós-guerra (1947), em um momento em que a organização e recriação do espaço público foram entendidas como uma medida de emergência, pois a cidade de Amsterdam se encontrava em grande parte destruída, com alto déficit habitacional e falta de equipamentos de uso coletivo.

Essa característica é um ponto fundamental do projeto, pois o fato de o uso e as interpretações serem livres permite que os objetos sejam instalados em diferentes lugares. A forma de ocupação do playground realizada por Aldo Van Eyck chama a atenção com relação a este projeto porque o mesmo não necessitava de grandes requisitos para ser implantado e utilizado. Era necessário apenas um bairro com espaços desocupados, onde mesmo áreas mínimas conseguiam se tornar um lugar, graças aos objetos do playground. Essa relação que a ocupação cria entre as pessoas e o espaço é um ponto fundamental e muito importante no trabalho de Van Eyck, que está sendo considerada como referência principal neste trabalho.

Apesar de a maioria desses playgrounds terem sido desmontados ou esquecidos, foram reconhecidos na época pelo sentido que conferiram ao espaço. Mesmo com cores e tamanhos diferentes, os elementos não possuíam hierarquia e tudo era organizado de tal maneira que todos os objetos tinham importância, tanto quanto a grande caixa de areia central. O objetivo era que as crianças pudessem se apropriar do espaço, deixando as formas de uso em aberto. “A simplicidade das suas formas é um ato consciente no sentido de estimular a imaginação e participação” (ROSA, 2013). O caráter modular do equipamento permitia a combinação dos elementos em infinitas composições, em função de cada lugar.

Figura 9: playground de Aldo Van Eyck instalado em um espaço restrito, mas ainda assim trazendo nova função ao poder ser apropriado de diversas maneiras. Nas páginas 20 e 21, Figuras 10 e 11: Comparação entre o espaço urbano pós-guerra e sua reestruturação com a implantação de um dos playgrounds de Van Eyck. É possível ver claramente a forma como seus playgrounds se apropriaram do espaço, trazendo uma nova configuração e função, onde já não havia nenhuma.

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2.2. os playgrounds de isamu noguchi O trabalho de Isamu Noguchi nos faz questionar a definição e os limites entre a arte e o design, guiandonos para uma nova forma de entender esses dois conceitos. Noguchi queria que a escultura fosse uma disciplina maior e mais universal, considerada uma arte relevante para o dia a dia das pessoas (WITCHER, 2011, p. 72).

Também é possível observar a variedade de formas utilizadas por Noguchi, e a questão da materialidade de seus objetos que conjugam matrizes orgânicas e geométricas, mesclando elementos formais que necessitam diferentes meios construtivos e de implantação.

Tendo influências e inspirações relacionadas com sua infância no Japão, o artista criou monumentos, playgrounds e paisagens em forma de esculturas em grande escala, com a característica fundamental de que comunicassem algum significado para as pessoas que utilizassem ou vivenciassem aqueles objetos. Com uma proposta menos convencional para o desenvolvimento de objetos lúdicos, é possível notar que as formas abstratas (mesmo de matriz geométrica) sugerem uma liberdade de uso e apropriação do espaço. Percebemos com clareza a relação entre as estruturas construídas e a delicadeza de um trabalho escultural (Figura 12).

Figura 12: playground de Noguchi sendo utilizado no Piedmont Park, Atlanta, nos Estados Unidos. Nas páginas 24 e 25, Figuras 13 e 14: modelos de playground de Noguchi em escala reduzida. Nesta imagem é possível notar a variedade de formas e estruturas, que podem sugerir apropriações de diversas maneiras.

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Dentre suas influências de projeto se encontram obras de Le Corbusier, Louis Kahn e Buckminster Fuller, três arquitetos que trabalhavam diversas formas geométricas, cores e estilos claramente adotados por Noguchi em seu trabalho. Desde a qualidade geométrica das estruturas de Fuller, até as cores e estruturação adotadas por Le Corbusier, é notável a forma com que Noguchi se apropriou dos estilos mencionados para a criação de suas esculturas em grande escala. Por certo, Le Corbusier (2000, p. 80) comenta, ao falar sobre unidades de lazer, que “a arquitetura é mestra nessas coisas extremamente variadas”, ou seja, a estrutura em grande escala pode se relacionar com as mais variadas escalas, trabalhando da mesma maneira como Noguchi criou seus equipamentos para o uso das pessoas no dia a dia. Essa citação de Corbusier (2000, p. 80) se relaciona com este projeto em virtude das referências escolhidas, em que todas elas não são necessariamente do caráter de mobiliário urbano.

Figuras 15, 16, 17 e 18: referências de projeto de Isamu Noguchi. No sentido horário, 1. Estrutura geodésica de Buckminster Fuller; 2. Salk Institute projetado por Louis Kahn; 3. Unidade de habitação em Marselha, de Le Corbusier; 4. Pavilhão Suíço de Le Corbusier.

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2.3. Playgrounds topograficos: OIKOTIE Os projetos de playground instalados no solo questionam os valores de utilização que podem assumir e a forma como são vistos. A recriação da “topografia” é uma intervenção no espaço que não tira a aparência principal dele, mas, assume características lúdicas e liberdade para o usuário utilizá-lo espontaneamente. O projeto abre possibilidades para brincadeiras e exploração livre dos usuários e o faz de forma a encorajar o brincar e a experimentação, deixando em aberto suas formas de utilizar. A tridimensionalidade dessas superfícies é totalmente única e inventiva, permitindo a diferenciação espacial, brincadeiras criativas e uma tecelagem de ida e volta no espaço existente: o playground é uma topografia ondulada aberta, fluida em sua definição e finalidade, disponível para exploração e experimentação.

Figuras 19, 20, 21 e 22: projetos de playgrounds realizados pela empresa OIKOTIE, localizada no Rio de Janeiro, que possui seus projetos espalhados em diferentes países. Desses projetos com piso emborrachados, denominados pela OIKOTIE de Playtop, alguns possuem túneis em aço inox.

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2.4. Jardin D’email por Jean dubuffet O projeto em questão foi construído em concreto e fibra de vidro reforçados com resina epóxi e pintura de poliuretano, e, assim como o playground de Egon Möller-Nielsen (Figura 28, p. 37), é uma peça de arte em que é permitido tocar, andar sobre, e apropriarse dela como bem se desejar: sua utilização é livre. O jardim foi desenhado especificamente para o Kröller-Müller Museum e é composto de planos e volumes orgânicos, em uma topografia de livre interpretação.

Figura 23: parte do Jardin D’émail em exposição no Museu Coleção Berardo, em Lisboa. Nessa situação, não é permitido que o usuário utilize a obra pois o projeto se encontra em exposição formal, diferentemente da Figura 24, na próxima página.

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2.5. Klimglijklauterhangzitvoet baltoneelbuis 4

O projeto de playground feito pelo estúdio Kaptein Roodnat, em Amsterdam, consiste em um tubo de aço contínuo que faz um trajeto por toda a área do local instalado, assumindo diferentes formas e funções. Ele começa na entrada principal, onde é possível segurá-lo como um corrimão e segue por todo o pátio incentivando a imaginação com possibilidades de recriar todos os caminhos que o tubo percorre.

A proposta deste projeto, em explorar um único material e suas potencialidades como organização de uma estrutura “armada” no espaço aberto, sugeriu para este trabalho um capítulo em que fosse observado o comportamento de um material, em distintas e variadas formas de exploração e configuração.

Nota-se que as formas desse playground fogem dos modelos convencionais como o balanço e a caixa de areia, ou os que personificam animais ou figuras conhecidas. Em comparação ao projeto de Aldo van Eyck (Figura 9, p. 18), este, também instalado em Amsterdam, é uma versão moderna e estendida das possibilidades do brincar. No caso de van Eyck, seu propósito era recriar espaços para crianças, reconstruir uma cidade devastada com objetos simples, de fácil produção e identificação. Neste, o objetivo é recriar o espaço público com formas inusitadas que incentivam a imaginação.

4 Tradução para o inglês: climb slide climb hang sit football show tube, que são os movimentos que o tubo faz e permite o usuário também fazer pelo espaço.

Figuras 25, 26 e 27: playground em Amsterdam composto por um tubo de aço contínuo que se desenrola em diferentes formas ao longo do espaço

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2.6. material e materialidade Neste ponto, em específico, são selecionados projetos que têm como material constante o concreto e o aço na parte interna. Sendo assim, estes projetos foram analisados, a partir da característica descoberta ou evidenciada de sua materialidade, em associação direta do modo como o mesmo é utilizado.

Também, as esculturas de Möller-Nielsen estimularam a ocupação do espaço público de Estocolmo, e o fato de suas esculturas serem “dinâmicas” conquistou as pessoas, principalmente por permitirem que fossem utilizadas de infinitas formas. A importância da utilização de uma peça de arte moderna por crianças, reforça ainda mais o conceito de apropriação e democratização da arte, estimulando todas as pessoas a terem acesso e contato com a mesma. O espaços e ambientes criados trazem experiências novas aos usuários, novas lembranças, e, logo, podem ser caracterizados também como lugares.

Os playgrounds como o de Egon Möller-Nielsen trazem uma experiência em que é permitido que o usuário suba em uma obra de arte moderna, como no caso de sua instalação de 1949 em Estocolmo (figura 28). A questão principal é que mesmo que a arte esteja dissimulada, ou fora do alcance de playgrounds convencionais, ela tem potencial de trazer uma experiência única para as crianças, permitindo que estas se apropriem do objeto da forma que desejarem. Assim como o projeto de Isamu Noguchi (Figura 12), ao invés do artista produzir algo para estar dentro de um museu, ele produz uma arte “viva” na rua, ocupando espaços públicos e democratizando a questão da apropriação e envolvimento da arte para e com as pessoas.

Figura 28: playground de Egon Möller-Nielsen, ou, como ele chamava: play sculptures (esculturas de brincar).

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3. vitalidade urbana: senso de comunidade e convivio O cenário urbano atual implica em uma necessidade de movimento e locomoção dinâmica pela cidade, o que significa intensos fluxos de transporte e ambientes de circulação rápida. Esse dinamismo influencia na criação dos espaços vazios que impossibilitam a população de criar relações, como foram mencionados anteriormente, e também de conflitos populacionais com relação ao trânsito.

Segundo os dados de um projeto de planejamento sem fins lucrativos de Nova Iorque, o Project for Public Spaces Inc (2008, p.2), houve um tempo em que ir de um lugar a outro era satisfatório e uma experiência nova, mas, com o passar dos anos, essa experiência se tornou algo perigoso e não tão amigável: os espaços públicos se tornaram vazios e alienados. Por essa razão, a construção de espaços que as pessoas desfrutem é importante para a convivência e melhora na qualidade de vida de determinada região.

O aumento do tráfego de automóveis incentivou a disputa pelo espaço urbano, o que a cada ano resulta em piores condições de trânsito para os pedestres. Esse tipo de conflito pode ser resolvido com um melhor planejamento urbano, para a criação de novas áreas dinâmicas e de uso misto entre os conflitantes (GEHL, 2010). As ruas deixaram de ser um espaço para as pessoas, e se tornaram espaços para carros. Jan Gehl (2010) cujo trabalho mudou a ideia de urbanismo contemporâneo, comenta que nós sabemos mais sobre o que são ambientes saudáveis para gorilas, tigres siberianos e ursospandas do que sabemos sobre um bom ambiente urbano para o homem.

Deve ser considerado também que, por falta de qualidade de vida, a população é impossibilitada de ter acesso a bens públicos para garantir a apropriação do entorno, a utilização eficiente, e o cuidado e preservação (DAZA, 2008). Sendo assim, o espaço público com equipamento adequado é um fator condicionante para a percepção do senso de comunidade e convívio.

Figura 29: playground de Robert Winston. Sua construção foi feita de concreto com uma armação de ferro na parte interna para garantir resistência, principalmente nas partes orgânicas que não possuem apoio.

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Ainda, Gehl (2010) relata pontos que podem favorecer o meio urbano com relação ao problema do esvaziamento de grandes áreas. Segundo ele, o conceito de vitalidade urbana deve-se à alta intensidade e riqueza de apropriação do espaço público. Uma rua com vida, significa uma rua com maior densidade de usos, funções e pessoas. Se as pessoas têm um incentivo a sair de suas casas, a circulação de pessoas aumenta. Essa situação não tem relação com a circulação de automóveis, mas sim, de pedestres. Quanto mais pessoas nas ruas, menos espaços vazios, e logo, menos espaços descaracterizados, menos desertos, menos vandalismo. Se os espaços vazios diminuem, criam-se novos lugares com possibilidades de experiências. O mobiliário urbano pode e deve relacionar-se com o espaço público de forma a incentivar as pessoas a terem a sensação de pertencimento naquele local. Além do mobiliário, outros fatores que tornam os espaços públicos caminháveis são pontos de interesse, boas dimensões de espaço entre a rua e a calçada, boa iluminação e atividades atrativas, entre outros (GEHL, 2010).

Figura 30: Representação da descaracterização da rua como lugar pela falta de equipamento urbano. Fotografia de Tomer Ifrah, At a Distance – Brazil

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4. desenvolvimento Após a fundamentação teórica e o levantamento de referências de projetos análogos ao que se pretende desenvolver neste trabalho, foram definidos os requisitos de projeto para iniciar o desenvolvimento de uma forma de intervenção a partir de um mobiliário convidativo às pessoas.

Figura 31: Projeto tecnológico de concreto ultra fino. A partir da referência, foi pensada uma maneira de extrair formas a partir de curvas.

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4.1, elementos formais Os requisitos de projeto foram definidos conforme as referências vistas no Capítulo 2 (Estruturas urbanas em espaços públicos), portanto era desejado que a estrutura a ser construída não tivesse o formato e nem a função de um mobiliário convencional, ou seja, deveria possuir uma forma convidativa para ser usado livremente pelas pessoas. Os exemplos dos playgrounds exemplificam bem a liberdade de uso e apropriação desejada neste projeto, oferecendo ao usuário infinitas possibilidades de criar novas relações no espaço, transformando-o num lugar onde a alteridade e a troca de experiências estão propícias a acontecer.

A seguir serão apresentados croquis de estudos de possibilidades de materiais e materialidades, que foram feitos de forma empírica e experimental.

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Figura 32: Croquis realizado a partir de referência de projeto tecnológico de concreto ultra fino, visto na Figura 31. A partir da referência, foi pensada uma maneira de extrair formas a partir de curvas

Figura 33: Estudo de curva catenária como método de testes experimentais. A curva é formada a partir de um elemento (nesse caso, um barbante) fixo por dois pontos e o próprio efeito da gravidade. O resultado da catenária permite ao objeto uma configuração orgânica que assegura também o caráter estrutural necessário no objeto.

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Figura 34: Croqui de testes experimentais com barbante e barras de aรงo

Figura 35: teste experimental de curva catenรกria

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Os seis estudos a seguir são imagens de experimentações desenvolvidas em laboratório, a fim de especular um desenho convidativo relacionado aos requisitos anteriormente citados.

Figura 36: Fotografias das experimentações realizadas em oficina com barras de metal e barbante, encaixados em uma chapa de madeira OSB anteriormente furada e lixada.

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Dos testes realizados, foram extraĂ­dos alguns croquis iniciais de possibilidades de materialidades e expressĂľes formais, para em um segundo momento do trabalho, construir modelos em oficina.

Figura 37: Desenho de linhas sobre fotografias de modelos

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Figura 38: Desenhos de extração livre de linhas dos modelos construídos Figura 39: Fotografia de modelo para teste em oficina

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Os testes da Figura 40, foram realizados a fim de estudar as variações de formas criadas derivadas da curva catenária. Figura 40: Desenho da junção de linhas extraídas dos modelos para estudos de formas

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4.2. estudos e testes iniciais com o material Foram realizadas investigações sobre o material que seria utilizado: o concreto.

Segundo Fuentes (2003), “a representação concreta de coisas abstratas, propõe novas formas criação e, liberta da representação do mundo tal qual ele é, permitindo assim, recriar o mundo e a sociedade”. Isso relaciona-se com a recriação de espaços e suas funções, um dos objetivos deste projeto, que será consumado na proposição de infinitas possibilidades de ocupar um lugar.

O concreto se tornou um símbolo das sociedades urbanas contemporâneas, ao se constituir de um material estrutural, pouco utilizado para ornamentação e propício ao uso racional e modular. “[...] um “bode expiatório” para os excessos5 arquitetônicos e urbanísticos” (KULA; TERNAUX, 2012).

Os testes em oficina a seguir serviram para medir possibilidades de formas e resistência do concreto, além de entender melhor como é feito todo o processo de moldagem do material e seu tempo de cura.

Constituído a partir da mistura de cimento e agregados, o concreto é associado a rigidez, dureza e solidez. Nas cidades, é relacionado com o cinza, estável e estrutural. Por definição da palavra, algo concreto é real, existente e verdadeiro, podendo ser relacionado com algo único, específico, de caráter individual. A partir dessa definição, o que nos move a relacionar o concreto ao conceito desejado neste projeto, além das vantagens materiais que o concreto nos proporciona (dureza, durabilidade, impermeabilidade, preço, etc), é também o significado que o termo concreto assume, ao contradizer os conceitos que são relacionados com sua aparência.

5 Assim como no Capítulo 1.2 (Espaços públicos e apropriação), a palavra excessos pode-se relacionar às constantes transformações do espaço, ao enorme fluxo de informação e pessoas, afirmando mais uma vez que a rua é composta de excessos.

Figura 41: molde de madeira OSB revestida, com diferentes larguras antes de ser concretado Figura 42: detalhamento do vergalhão com os espaçadores no centro para mantê-lo fora das bordas, que é o que permite que a estrutura se mantenha resistente Figuras 43 e 44: pode-se observar a forma concretada em seu momento de cura e, em seguida, as peças curadas já removidas

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4.2.1. teste 1 O Teste 1 de concreto armado foi realizado construindo um molde retangular com madeira OSB revestida, a qual permite a remoção da peça da forma sem grandes esforços. Apesar disso, a forma foi construída com ângulo de saída. A variação de larguras serviu para testar a resistência de cada peça de concreto armado, que são as que possuem uma estrutura de vergalhão amarrado no meio do traço, separado com espaçadores.


4.2.2. teste 2 O Teste 2 foi realizado com uma forma construída com madeira compensada revestida, a qual também permite que a peça seja removida sem grandes esforços. A forma possuí 20x10x20cm, e também foi concretada com o vergalhão amarrado com arame e espaçador de plástico. A diferença desse teste, com o anterior, é o fato de o vergalhão estar exposto para conectar-se a outro bloco com as mesmas medidas.

Figuras 45 e 46: observa-se as formas quadradas que foram utilizadas no Teste 2 e, em seguida, a peça sendo concretada com o vergalhão exposto. Figura 47 e 48: pode-se ver a primeira parte já concretada e pronta para encaixar a segunda, seguida de peça já retirada do molde após o processo de cura.

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4.2.3. teste 3 O Teste 3 foi realizado a partir de uma forma construída com madeira compensada revestida, a qual também permite que a peça seja removida sem grandes esforços. A forma possui 20x10x20cm, e, nesse caso, não foi concretada com o vergalhão amarrado e nem espaçador. O molde foi construído com um acrílico curvado ao fundo, trazendo a forma orgânica desejada. Ao desenformar a peça, observou-se que o acrílico deu um acabamento brilhante ao modelo final.

Figura 49, 50 e 51: a primeira imagem é referente ao molde com o fundo de acrílico antes de ser concretado, seguida de peça desmoldada com o acabamento que o próprio plástico deixou.

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4.3. justificativA DO DESENHO PELA ESTRUTURA Os primeiros testes em oficina mostrados neste capítulo foram realizados a partir do pensamento da curva catenária como meio estrutural, já que se necessitava uma estrutura resistente a força aplicada e, também, a ação do tempo. A partir dos testes, foram realizados esboços de possibilidades de forma e construção da estrutura, buscando sempre mantê-la sem função pré-definida, ou seja: de livre caracterização pelo usuário.

Figura 52 e 53: esboços feitos a mão com a forma extraída dos testes com barbante e vergalhão. Na imagem, um parágrafo de reflexão que diz: “forma (topografia) definida a partir desta fluidez dinâmica que caracteriza o espaço latente em situação urbana”.

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Figura 54: esboços de estudos para corte de seções. Figura 55: processo realizado no software Rhinoceros para definição das curvas e corte dos perfis do molde.

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Figura 56: processo realizado no software Rhinoceros para definição das curvas e corte dos perfis do molde. Nessa etapa, pode-se estudar os pontos de apoio da estrutura no chão, que posteriormente seria testado nas impressões 3D e modelos em escala.

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5. projeto crie O Projeto CRIE de mobiliário urbano surgiu da inquietação e desejo de integrar pessoas no meio urbano a partir de experiências coletivas. Seu objetivo foi claro desde o início: criar uma peça com forma convidativa e simples, que transformasse um espaço vazio em um espaço de convívio, a partir da ocupação dele. Sua forma não convencional transparece possibilidades de usos variados e incentivam a apropriação de pessoas no espaço a partir do mobiliário. O nome do projeto foi escolhido pelo seu objetivo principal: permitir que o usuário CRIE relações no meio urbano.

Figura 57: a direita, fotografia do modelo final em escala 1:5

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5.1. processo em oficina As primeiras etapas em oficina foram realizadas após os estudos em desenho e modelagem 3D apresentados anteriormente. Teve início em modelos em escala 1:25 e 1:15, para posteriormente (e no material do produto real), ser feito o protótipo em escala 1:5.

Figura 58: notas com explorações de escrita do nome do projeto Figura 59: primeiros modelos feitos em plástico ABS na impressora 3D

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Figura 60 e 61: junção de chapas de MDF com cola branca e pregos em um bloco que posteriormente foi colocado na prensa para secagem Figura 62: início do processo de usinagem no bloco. A peça foi feita como um bloco inteiro e quadrado até a base, pois visto o tamanho da peça, não era possível realizá-lo dos dois lados na CNC do Laboratório Figura 63: usinagem em andamento Figura 64: peça sendo finalizada e acabada pela própria máquina Figura 65: peça usinada e finalizada, sem bordas, em MDF e escala 1:15. Esse modelo foi construído para reforçar a importância das curvas da estrutura e concluir que são possíveis de serem feitas e utilizadas por pessoas de diferentes formas

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Figura 66: MDF de 3mm de espessura sendo cortado e gravado na máquina de corte à laser. As seções foram construídas no Rhinoceros a partir da extenção Grasshopper, que permite que os cortes sejam feitos com encaixes perfeitos Figura 67: estrutura com seções montadas 70


Figura 68: Estrutura montada a partir do corte de seções da peça. Esse modelo foi construído para o molde do protótipo final, onde servirá de base para a forma de argamassa Figura 69: foi cortada em madeira compensada uma base mais 71 espessa para reforçar a estrutura das seções


Figura 70, 71 e 72: etapa de construção das paredes da forma a partir de uma chapa de poliestireno curvado e pregado sobre a base de compensado O poliestireno permite que as curvas sejam realizadas, coladas e pregadas sem grandes esforços. O processo de secagem da cola é instantâneo.


Figura 73, 74 e 75: forma com as paredes finalizadas e estrutura seccionada posicionada na parte interna. Neste momento, foi realizada uma inserção de areia dentro de cada vão das seções, para que a peça seja moldada sobre a ela com as curvas do desenho realizado. A areia inserida no fundo do molde foi seca, e posteriormente, na parte superior foi um pouco umedecida para que fosse possível conseguir as curvas desejadas.


Figura 76 e 77: forma com tela de metal posicionada. Foi colocado uma camada de argamassa diretamente na areia, seguido da tela, e posteriormente, outra camada de argamassa. A tela teve como objetivo reforçar a estrutura da peça, que em escala 1:1 seria substituída pelo vergalhão soldado. Figura 78: após 4 dias, notou-se que a peça já estava completamente seca, possibilitando a abertura da forma e sua remoção. Na imagem, é possível ver a espessura da peça (20mm - escala 1:5) e a camada inferior em areia. Foi realizado o acabamento da peça com a aplicação de Cimentcola, que é um tipo de argamassa para a aplicação de azulejos. A finalização foi feita para obter o efeito de cimento queimado (figuras 79 e 80)


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Figura 83: peรงa em escala 1:5 finalizada em รกrea externa


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Figura 85: peรงa em escala 1:5 finalizada em รกrea externa

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5.1. aplicacoes graficas Após finalizar o projeto, foi realizado o desenho do logo com seu nome CRIE centralizado a partir de linhas orgânicas. As cores foram selecionadas a partir de observação do meio urbano relacionando-o, acima de tudo, com o material e as condições formais do produto final.

Flama Light ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVXZ abcdefghijklmnopqrstuvxz 1234567890

Figura 87: aplicações gráficas

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consideracOES FINAIS A proposta foi realizada sob uma ampla perspectiva de trazer para a rua uma possibilidade de incentivar cada vez mais o convívio de pessoas. Desde as primeiras pesquisas com relação ao tema, o objetivo foi claramente definido: criar relações no meio urbano. O Projeto CRIE deverá continuar com seus mesmos propósitos de reestruturar espaços e promover a interação humana na cidade, algo estritamente necessário que condiciona a sensação de segurança e pertencimento, para que o cidadão esteja envolvido em sua cidade com a sensação de estar em casa.

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anexo 1 - desenho tecnico

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lista de figuras Figura 1: Lentspace Interboro, fotografia de Michael Falco (fonte: https://divisare.com/projects/194229interboro-michael-falco-lentspace-new-york <acesso em 25/07/2018>), p. 4 Figura 2: Bairro da Liberdade, São Paulo (fonte: https://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/noticias/prefeituraexpande-projeto-centro-aberto-para-a-rua-galvao-bueno-e-o-largo-sao-bento/ <acesso em 15/02/2018>), p. 7 Figura 3: Figura 1: fotografia de Moey Hoque (fonte: https://www.flickr.com/photos/therealmoeysphotograp hy/6819719654 <acesso em 02/03/2018>), p. 8 Figura 4: projeto Zighizaghi, Favara, Itália .(fonte: https://www.designboom.com/architecture/ofl-architecturezighizaghi-garden-milia-shop-favara-italy-11-11-2016/ <acesso em 15/02/2018>), p. 11 Figura 5: Figura 3: Largo São Bento, São Paulo, Brasil (fonte: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/noticias/ prefeitura-expande-projeto-centro-aberto-para-a-rua-galvao-bueno-e-o-largo-sao-bento/ <acesso em 18/03/2018>), p. 12 Figura 6: MuseumsQuartier Wien, Viena https://www.afar.com/places/museums-quartier-vienna-vienna <acesso em 13/03/2018>), p. 15 Figura 7: MuseumsQuartier Wien, Viena (fonte: http://www.persico.com/en/sustainability/community/arts <acesso em 12/03/2018>), p. 15 Figura 8: The Rampart Wave em Lyon, França (fonte: https://www.modlar.com/photos/5974/the-rampart-wave/ <acesso em 18/10/2018>), p. 17 Figura 9: Figura 11: playground de Aldo Van Eyck (Fonte: http://www.play-scapes.com/tag/aldo-van-eyck/ <acesso em 20/03/2018>), p. 18 Figura 10: Espaço vazio posteriormente caracterizado por playground de Van Eyck (Fonte: https://www. metalocus.es/en/news/domesticity-netherlands-modern-movement-present <acesso em: 20/03/2018>), p. 20 Figura 11: playground de Aldo Van Eyck (Fonte: https://www.metalocus.es/en/news/domesticity-netherlands92


modern-movement-present <acesso em: 20/03/2018>), p. 21 Figura 12: playground de Noguchi sendo utilizado no Piedmont Park, Atlanta, nos Estados Unidos (Fonte: http://www.metroexpert.com/properties/colony-1019/piedmont-park-noguchi-playground-2/ <acesso em: 04/04/2018>), p. 23 Figura 13: modelo de playground de Noguchi em escala reduzida. (fonte: http://pruned.blogspot.com. br/2007/09/proposal-for-un-playground.html <acesso em: 10/04/2018>), p. 24 Figura 14: modelo de playground de Noguchi em escala reduzida. (fonte: http://www.johannesreponen.com/ journal/2017/9/9/playground-equipments-for-the-ala-moana-park-1940-by-isamu-noguchi <Acesso em 10/04/2018>), p. 25 Figura 15: Estrutura geodésica de Buckminster Fuller (fonte: https://www.archdaily.com.br/br/796023/ classicos-da-arquitetura-biosfera-de-montreal-buckminster-fuller/ <acesso em: 10/04/2018), p. 27 Figura 16: Salk Institute projetado por Louis Kahn (fonte: https://www.archdaily.com/61288/ad-classicssalk-institute-louis-kahn <acesso em: 10/04/2018), p.27 Figura 17: Unidade de habitação em Marselha, de Le Corbusier (fonte: http://biblioteca.fadu.uba.ar/tiki-read_ article.php?articleId=1144 <acesso em: 10/04/2018>), p. 27 Figura 18: Pavilhão Suíço de Le Corbusier (fonte: https://www.ara.cat/cultura/Larquitectura-Le-CorbusierPatrimoni-UNESCO_0_1615038679.html <acesso em 10/04/2018>), p. 27 Figura 19: playground OIKOTIE, no Rio de Janeiro (Fonte: https://www.oikotie.com.br/piso-emborrachado <acesso em 26/05/2018>), p. 29 Figura 20: playground OIKOTIE, no Rio de Janeiro (Fonte: https://www.oikotie.com.br/escola-americana <acesso em 26/05/2018>), p. 29 Figura 21: playground OIKOTIE localizado em Praga (Fonte: https://www.oikotie.com.br/piso-emborrachado <acesso em 26/05/2018>), p. 29

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Figura 22: playground OIKOTIE, no Rio de Janeiro (Fonte: https://www.oikotie.com.br/piso-emborrachado <acesso em 26/05/2018>), p. 29 Figura 23: parte do Jardin D’émail em exposição no Museu Coleção Berardo, em Lisboa (fonte: autoria própria, Abril/2017), p. 31 Figura 24: Jardin D’émail (fonte: http://www.voca.network/blog/2013/11/04/conserving-outdoor-paintedsculpture/ <acesso em 20/05/2018>), p. 32 e 33 Figura 25: Klimglijklauterhangzitvoetbaltoneelbuis (fonte: http://www.kapteinroodnat.nl/Klimglijklauterhangzi tvoetbaltoneelbuis <acesso em 10/05/2018>), p. 35 Figura 26: Klimglijklauterhangzitvoetbaltoneelbuis (fonte: http://www.kapteinroodnat.nl/Klimglijklauterhangzi tvoetbaltoneelbuis <acesso em 10/05/2018>), p. 35 Figura 27: Klimglijklauterhangzitvoetbaltoneelbuis (fonte: http://www.kapteinroodnat.nl/Klimglijklauterhangzi tvoetbaltoneelbuis <acesso em 10/05/2018>), p. 35 Figura 28: playground de Egon Möller-Nielsen (fonte: http://zero1magazine.com/2010/05/places/ <acesso em 01/05/2018>), p. 37 Figura 29: playground de Robert Winston (fonte: http://www.architectureofearlychildhood.com/2012/03/ designer-playground-continued.html <acesso em 20/05/2018>), p. 38 Figura 30: Fotografia de Tomer Ifrah, At a Distance – Brazil (Fonte: http://tomerifrah.com/projects/at-a-distance-brazil <acesso em 20/03/2018>), p. 41 Figura 31: projeto de concreto ultra-fino (fonte: https://phys.org/news/2017-10-prototype-ultra-thinconcrete-roof.html <acesso em 26/05/2018>), p. 43 Figura 32: croquis (acervo pessoal), p. 44 e 45 Figura 33: esboço de estudo de curvas (acervo pessoal), p. 45 Figura 34: Croqui de testes experimentais com barbante e barras de aço (fonte: acervo pessoal), p. 46 Figura 35: teste experimental de curva catenária (fonte: acervo pessoal), p. 47 94


Figura 36: Fotografias das experimentações realizadas em oficina (fonte: acervo pessoal), p. 48 Figura 37: Desenho de linhas sobre fotografias de modelos (fonte: acervo pessoal), p. 49 Figura 38: desenhos de extração livre (acervo pessoal), p. 50 Figura 39: Foto de modelo para teste em oficina (acervo pessoal), p. 51 Figura 40: Desenho da junção de linhas extraídas dos modelos para estudos de formas (acervo pessoal), p. 52 e 53 Figura 41: Testes de material realizados em oficina (fonte: acervo pessoal), p. 55 Figura 42: Testes de material realizados em oficina (fonte: acervo pessoal), p. 55 Figura 43: Testes de material realizados em oficina (fonte: acervo pessoal), p. 55 Figura 44: Testes de material realizados em oficina (fonte: acervo pessoal), p. 55 Figura 45: Testes de material realizados em oficina (fonte: acervo pessoal), p. 56 Figura 46: Testes de material realizados em oficina (fonte: acervo pessoal), p. 56 Figura 47: Testes de material realizados em oficina (fonte: acervo pessoal), p. 56 Figura 48: Testes de material realizados em oficina (fonte: acervo pessoal), p. 56 Figura 49: Testes de material realizados em oficina (fonte: acervo pessoal), p. 57 Figura 50: Testes de material realizados em oficina (fonte: acervo pessoal), p. 57 Figura 51: Testes de material realizados em oficina (fonte: acervo pessoal), p. 57 Figura 52: esboços feitos a mão com a forma extraída dos testes com barbante e vergalhão (fonte: acervo pessoal), p. 58

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Figura 53: esboços feitos a mão com a forma extraída dos testes com barbante e vergalhão (fonte: acervo pessoal), p. 59 Figura 54: esboços de estudos para corte de seções (fonte: acervo pessoal), p. 60 Figura 55: processo realizado no software Rhinoceros (fonte: acervo pessoal), p. 61 Figura 55: processo realizado no software Rhinoceros (fonte: acervo pessoal), p. 62 Figura 56: anotações (fonte: acervo pessoal), p. 64 Figura 57: modelo final em escala 1:5 (fonte: acervo pessoal), p. 65 Figura 58: anotações (fonte: acervo pessoal), p. 66 Figura 59: primeiros modelos feitos em plástico ABS (fonte: acervo pessoal), p. 67 Figura 60 : junção de chapas de MDF (fonte: acervo pessoal), p. 68 Figura 61: secagem do bloco de MDF (fonte: acervo pessoal), p. 68 Figura 62: início do processo de usinagem no bloco (fonte: acervo pessoal), p. 68 Figura 63: usinagem em andamento (fonte: acervo pessoal), p. 69 Figura 64: peça sendo finalizada (fonte: acervo pessoal), p. 69 Figura 65: peça finalizada (fonte: acervo pessoal), p. 69 Figura 66: corte a laser no MDF (fonte: acervo pessoal), p. 70 Figura 67: estrutura com seções montadas (fonte: acervo pessoal), p. 70 Figura 68: estrutura com seções montadas (fonte: acervo pessoal), p. 71 Figura 69: estrutura com base em madeira compensada (fonte: acervo pessoal), p. 71

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Figura 70: construção das paredes da forma (fonte: acervo pessoal), p. 72 Figura 71: construção das paredes da forma (fonte: acervo pessoal), p. 72 Figura 72: construção das paredes da forma (fonte: acervo pessoal), p. 72 Figura 73: inserção de areia na forma (fonte: acervo pessoal), p. 73 Figura 74: inserção de areia na forma (fonte: acervo pessoal), p. 73 Figura 75: inserção de areia na forma (fonte: acervo pessoal), p. 73 Figura 76: forma com tela de metal (fonte: acervo pessoal), p. 74 Figura 77: processo de cura da argamassa (fonte: acervo pessoal), p. 74 Figura 78: abertura da forma (fonte: acervo pessoal), p. 74 Figura 79: acabamento da peça (fonte: acervo pessoal), p.74 Figura 80: acabento da peça (fonte: acervo pessoal), p. 75 Figura 81: acabamento da peça (fonte: acervo pessoal), p. 76 Figura 82: acabamento da peça (fonte: acervo pessoal), p. 77 Figura 83: fotografia do modelo em escala 1:5 (fonte: acervo pessoal), p. 78 e 79 Figura 84: modelo em aplicação (fonte: acervo pessoal), p. 80 e 81 Figura 85: modelo em aplicação (fonte: acervo pessoal), p. 82 e 83 Figura 86: modelo em aplicação (fonte: acervo pessoal), p. 84 e 85 Figura 87: aplicações gráficas, p. 86 e 87 Figura 88: desenho técnico, p. 90 e 91 97


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