Revista AWAY

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EDITORIAL

S U M Á R I O

4 TRILHA três parques nacionais que todo trilheiro deve conhecer

16 FOTOGRAFANDO como fotografar as estrelas

6 PARAÍSOS OCULTOS Alter do Chão

22 DA GRINGA verão de Berlin

12 FUGERE URBEM Aldeia hippie de Arembepe

Muito prazer, nós somos a Revista AWAYum adjetivo em inglês que significa ausente, fora, distante, longe... Mais que uma revista de viagens, nós produzimos conteúdos para novas experiências, direcionado para aqueles que buscam rotas alternativas no modo de viver. Nessa primeira edição, trazemos uma reportagem especial sobre o verão de Berlim, considerada uma das cidades mais "cool" do mundo, com dicas diferentes de tudo que você já leu por aí. Além disso, sempre buscamos mostrar as belezas que nosso país tem a oferecer, valorizando a cultura local do Brasil, e os lugares que a natureza prevalece. Aqui você vai ler um pouquinho do que o mundo tem a oferecer, mas recomendamos que você vá para longe, fique AWAY, e explore tudo que o universo te permitir.

32 SAIBA MAIS Um infográfico para ficar por dentro do assunto

E X P E D I E N T E Editor chefe Projéto gráfico Edição de arte Produção Assistente de arte Fotos Redação

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Nathália Barreiro, Jair Alves Nathália Barreiro Nathália Barreiro Nathália Barreiro Beatriz Cajado Flickr - Diferentes autores G1,Claudia Regina,Quanto custa viajar,Catraca Livre, Vem Andar Comigo, Muita Viagem, Revista viajar

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VALE DO PATI, BA:

TRILHA

Três Parques nacionais que todo trilheiro deve conhecer

No coração do Parque Nacional da Chapada Diamantina, o Vale do Pati é um dos lugares mais encantadores do Brasil. O trekking pelo vale oferece uma experiência singular ao nos colocar em contato com os moradores locais – de vidas muito simples e muito ricas de histórias e saberes – além de proporcionar momentos de contemplação e reflexão durante as longas caminhadas, subindo e descendo montanhas, com altitudes entre 400 e 1.000 metros acima do nível do mar. Os trekkings são realizados, geralmente, em 3 a 6 dias de caminhada cada um, onde os visitantes podem contemplar com calma as inúmeras belezas do local. Nível de dificuldade: médio a difícil.

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Brasil possui diferentes tipos de paisagens, biomas, e parques espalhados por todo território nacional, por isso oferece várias opções de trilhas a serem exploradas . Seja de nível mais fácil ou para os mais experientes trilheiros, é sempre possivel vivenciar novas descobertas. Aqui estão alguns dos mais famosos destinos para conhecer no Brasil.

AS MAIS BELAS RESERVAS NATURAIS DO PAÍS

PARQUE ESTADUAL DO IBITIPOCA, MG:

VALE DA LUA - PARQUE NACIONAL DA CHAPADA DOS VEADEIROS, GO:

Várias opções de trilhas, incluindo a da Cachoeira do Rio Preto, Cachoeira dos Cariocas e o Vale da Lua . O conjunto de formação rochosa com aparência de

Cravado no coração do país, em cima de uma das maiores e mais antigas placas de cristais de quartzo do mundo, formada a mais de 2 bilhões de anos atrás, a Chapada dos Veadeiros é um lugar que, segundo a maioria dos visitantes, guarda uma energia especial.

uma paisagem lunar, é escavado pelas corredeiras de água transparente do rio São Miguel, onde se formam belíssimas piscinas naturais. Nível de dificuldade: Fácil

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Porta de entrada para uma das mais belas reservas naturais do país, o rústico povoado de Conceição de Ibitipoca, na Serra da Mantiqueira, preserva grutas, cânions e cachoeiras com uma área repleta de trilhas. O circuito das águas, que inclui Prainha, Ponte de Pedra e Cachoeira dos Macacos; o Pico do Pião e a Cachoeira Janela do Céu; Uma corredeira que segue por um cânion e acaba em uma cachoeira de 20 metros, que despenca de um paredão. Nível de dificuldade: médio a difícil.

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PARAÍSOS OCULTOS

Alter do chão UM VILAREJO DE 'PRAIAS' PARADISÍACAS NO PARÁ

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PARAÍSOS OCULTOS

CARIBE AMAZÔnico

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ernando de Noronha? Ilha Grande? Jericoacoara? Nada disso! A melhor praia do Brasil não está no litoral, mas sim no interior do Pará. Alter do Chão – Alter para os íntimos – é um paraíso de areias brancas banhadas pelas águas claras e cálidas do Rio Tapajós. Não por acaso, o local é conhecido como Caribe Amazônico – e faz por merecer.

Alter do Chão é um distrito de Santarém, no norte do Pará. Típico vilarejo amazônico, tem cerca de sete mil habitantes. Apesar do turismo estar mais forte agora (atraindo cada vez mais viajantes do Sul e Sudeste), a vila existe desde 1626. O grande forte são as praias de areias brancas e fofas e águas límpidas que variam entre azul próximo ao cristalino e verde estonteante. São inúmeras ilhas para conhecer. Parece até a descrição de um cenário paradisíaco no litoral do Nordeste, mas isso é no meio da floresta amazônica. Quem banha a região é o rio Tapajós, um dos mais importantes da região Norte.Tudo isso faz Alter do Chão ter uma das praias de água doce mais bonitas do Brasil (inclusive, parte do crescimento do turismo aconteceu quando o jornal inglês "The Guardian" destacou Alter do Chão em uma lista de praias brasileiras).

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Dança indigena na festa de Sairé

Quando ir A melhor época para visitar Alter do Chão é entre os meses de agosto e novembro. Nesse período, a chuva diminui consideravelmente e as praias, que estavam submersas com a cheia do rio Tapajós, voltam a aparecer. O viajante vai encontrar o vilarejo mais agitado, mas fique tranquilo, não chega a ser nenhuma aglomeração e o descanso está garantido perfeitamente. Quem preferir (ou só puder) ir em outros meses, ainda vai encontrar bastante opção para fazer, mas nada que envolva praia, pois elas estão submersas com a água do rio Tapajós. E existe ainda a melhor época dentro da melhor época para ir a Alter do Chão. É que a festa Çairé é simplesmente imperdível. Trata-se da mais antiga manifestação cultural popular da Amazônia. A festa acontece há nada mais nada menos que trezentos anos. Começou ainda na época das missões evangelizadoras dos padres jesuítas. O Çairé divide-se em duas partes: de dia a parte religiosa, e à noite a parte profana, com shows artísticos e danças. O ápice da comemoração é o confronto entre os botos Tucuxi e Cor de Rosa. (quem disse que só existe os bois Caprichoso e Garantido de Parintins?). O Sairé acontece de 15 a 19 de setembro, mas consulte a data ano a ano, pois costuma variar.

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PARAÍSOS OCULTOS

"IL DOLCE FAR NIENTE" É UMA EXPRESSÃO ITALIANA QUE SIGNIFICA, LITERALMENTE, O DOCE FAZER NADA.

A cidade paraense de Santarém está localizada bem no encontro do rio Tapajós com o Amazonas. Como eles não se misturam, é possível ver claramente a divisão: de um lado, o azul claro da água do Tapajós, de outro, a água marrom do Amazonas. Visitar essa fronteira fluvial é obrigatório antes ou depois de ir Chão. O grande barato de Alter é curtir il dolce far niente. Lá não há a animação de uma Praia do Futuro em Fortaleza nem o elegante cosmopolitismo de uma Búzios. Alter funciona em outro ritmo, num tempo próprio, de contemplação e desfrute. Tome uma catraia até a Ilha do Amor e passe uma manhã relaxando nas águas do Tapajós. Alugue um caiaque pra explorar o Lago Verde. Se esconda do sol do meio dia e aproveite pra tirar uma soneca na rede na varanda de seu chalé,

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mas acorde a tempo de fazer uma caminha pela praia no final da tarde e apreciar o pôr do sol – e, por que não, dar mais um mergulho sob a luz da lua? Diferentemente de outros lugares, o Tapajós se presta muito bem a mergulhos noturnos – mesmo a noite suas águas se mantêm com temperaturas próximas dos 26º, perfeitas pra aliviar o calor das noites mais quentes. Tenho várias lembranças de ver o pôr do sol de dentro d’água, e lá ficar até a lua subir aos céus – é uma experiência única. E o melhor, no outro dia você pode repetir tudo novamente!

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FUGERE URBEM

AREMBEPE UMA VILA HIPPIE NA BAHIA ENTRE O MAR E AS LAGOAS

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rembepe fica a 30 km da capital da Bahia, Salvador ao litoral norte. A mais famosa aldeia hippie do Brasil pertence ao distrito de Camaçari que possui belíssimas praias. É possível chegar até lá pela Linha Verde, que é uma estrada bacana que liga Salvador a Aracajú. Para quem visita a capital baiana deve incluir a visita à aldeia hippie em seu roteiro de viagem, pois a experiência de estar em contato com eles é única. Esta vila já foi frequentada por artistas consagrados como Janis Joplin, Mick Jagger, Raul Seixas entre outros que aderiram ao movimento hippie na década de 70 e escolheram o Arembepe como seu refúgio. E não é difícil de entender o porquê dessa escolha, o clima, as belas paisagens, o ambiente rústico e o contato com a natureza é garantido no local.

Casas na vila hippie de Arembepe 12

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FUGERE URBEM

Os hippies além de viverem da pesca, também tiram do artesanato seu sustento. Suas residências são construídas com aquilo que encontram na natureza, principalmente com coisas que não são mais utilizadas e que por nós são consideradas lixo, eles realmente sabem o significado da palavra reciclagem. O mais gostoso dessa visita à aldeia é ver como as crianças são criadas de forma livre e natural, usando a criatividade que possuem para construírem seu mundo infantil, suas brincadeiras e assim vão se tornando pessoas que no futuro podem dar valor às pequenas e "EXISTE A OPÇÃO DE valiosas coisas, tais como os sentimenACAMPAR NA VILA HIPPIE tos e se importar com o próximo. EMBALADO PELO LUAR E A grande parte dos moradores são simpáticos e receptivos com os turistas PELO SOM DO MAR" e com aqueles que se interessam pela ideologia de vida dos hippies, porém alguns são mais fechados podendo não gostar de se expor e falar sobre seu modo de vida. Existem muitos casos de pessoas, que largam suas vidas na cidade grande para se tornar um hippie apostando na tão sonhada qualidade de vida, as transições são muitas e para quem esta disposto a passar por elas poderá ser um crescimento muito grande e também uma quebra de paradigmas e mudança de valores! Para os mais corajosos existe a opção de acampar na Vila Hippie embalado pelo luar e pelo som do mar, leve sua barraca e garanta essa experiência! É cobrado 10,00 a diária do Camping do Arembepe.

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FOTOGRAFANDO

POR CLAUDIA REGINA

Como fazer fotos do céu estrelado PARA BOTAR ESSAS DICAS EM PRÁTICA É IMPORTANTE TER UMA CÂMERA COM MODOS MANUAIS!

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esmo quem não entende lá muita coisa das estrelas tem que concordar que fotos do céu estrelado podem ficar muito bonitas. Eu comecei a me interessar pelo assunto quando visitei a Islândia – um dos lugares com o céu mais lindo do planeta – e quando comecei a fazer viagens para caçar a aurora boreal. O que me fez aprender a apreciar o céu de outra forma – e a olhar mais frequentemente para o alto! Também estou tentando aprender um pouco mais sobre navegação astronômica e, papo vai papo vem, tudo isso me levou a procurar dicas para fotografar melhor o céu noturno. Conto aqui alguns dos segredos que encontrei para fazer fotos sem equipamento especializado para quem, assim como eu, quer começar a explorar o universo usando a fotografia.

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FOTOGRAFANDO

A primeira coisa que você vai precisar é de muita escuridão! Infelizmente nossas cidades causam uma enorme poluição luminosa e é difícil ver e fotografar o céu nessas condições. Nossa sorte é que nosso país possui muitas áreas menos iluminadas, onde é possível ver mais estrelas. A lua também emite muita luz então procure planejar suas fotos para uma época de lua nova. As estrelas estão beeeem longe, então é necessário usar uma exposição longa para conseguir captar a luz que elas emitem. Às vezes usamos 30 segundos ou mais. É essencial, então, usar um tripé que consiga manter sua câmera firme e forte durante esse tempo todo! Para facilitar a sua vida, é bom também usar um disparador remoto, que permite fazer a foto sem tocar na câmera (evitando tremores) e selecionar facilmente o tempo de exposição preferido. O último item necessário é paciência. As nuvens são bem vindas durante o dia, mas são as maiores inimigas das fotos de estrelas! É essencial ter calma e esperar elas passarem. Muita gente gosta de fazer esse tipo de foto durante acampamentos, pois além de conseguir pernoitar em lugares sem poluição luminosa, dá pra ficar a noite inteira olhando o céu e esperando a situação ideal. Se for impossível se livrar das nuvens, junte-se a elas, e tente incluí-las na composição.

ISO 6400 | 10mm | f/2.8 | 19seg

"UM BOM TRIPÉ É O EQUIPAMENTO MAIS IMPORTANTE PARA ESTE TIPO DE FOTO."

Lumiar/RJ. ISO 6400, 10mm, f/2.8,30seg, foto por Claudia Regina

Ok, agora que você já escolheu um lugar bem escuro e está com o tripé pronto apontando para o céu. Vish, como ver a composição? Como focar? Como fotometrar? Você vai perceber que no escuro é bem difícil ver o que você está fotografando! Nessa hora, vale a tentativa e erro. Não se importando muito com as configurações exatas, aponte para onde quer fotografar olhando pelo visor (não pelo LCD, que fica num breu total) e faça algumas fotos de teste para descobrir a melhor composição. Agora é a hora de fazer o foco. O mais prático é deixar no modo manual, sempre checando o resultado a cada foto. A maioria das lentes possui uma marcação que permite selecionar o foco infinito. É este que você vai escolher (use uma lanterna ou celular para ver a marcação no escuro.) Se a sua lente não possui essa marcação, crie uma. Durante o dia, use o foco automático para focar em um lugar bem longe, e use fita adesiva para marcar ou prender o anel de foco da lente. A fotometria é fácil: use a máxima abertura que a sua lente permitir e o máximo de ISO que você tem coragem (de acordo com o nível de ruído que sua câmera cria). O tempo de exposição deve ser longo o suficiente (quanto mais longo, mais sua câmera vai conseguir registrar as estrelas mais fraquinhas.) Será necessário fazer testes: comece com 30 segundos e altere conforme o resultado. Mas tome cuidado: ao usar um tempo de exposição muito longo a câmera começará a registrar o movimento de rotação da terra, fazendo com que as estrelas façam riscos no céu. Esse efeito – chamado de star trail – pode ser muito legal, mas nem sempre é o que você quer.

Ilha Grande durante um blecaute. ISO 2000, 10mm, f/2.8, 30seg foto por Claudia Regina

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DA GRINGA

O verão em Berlim

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Sommer in Berlin

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epois de um longo e rigoroso inverno, os berlinenses ficam enlouquecidos pelo verão, promovendo uma celebração generalizada – que você está convidado a participar!

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MERGULHE NA BADESCHIFF

DA GRINGA

Berliner Sommer (OU VERÃO DE BERLIN)

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omo no conto da cigarra e da formiga,os alemães passam o inverno inteiro entocados, esperando o calor bater à porta para curtir a vida adoidado. Para nós, latinos calientes, os 10 °C que marcam a largada ainda são uma “friaca” danada. Mas quando, lá pelos idos de junho, os termômetros atingem os 20 e poucos °C e o sol se despede às dez e tanto da noite, Berlim é uma farra universal. Aproveitar um verão na capital alemã é uma das obrigações na lista de qualquer viajante. Programações infinitas preenchem as agendas de manhã até bem tarde – invariavelmente, ao ar livre. Selecionamos alguns dos melhores passeios do verão berlinense para você se jogar na festança da cidade mais cool do mundo.

Nadar no Rio Spree, a rigor, não pode. Só se for na Badeschiff, uma piscina flutuante construída dentro do rio e sensação do verão. Perto da conhecida Oberbaumbrücke, os deques de madeira e a longa piscina azul fervem nos dias quentes, de maio a setembro. Por € 5, você pode se banhar e aproveitar o burburinho. A programação conta com festinhas ocasionais, massagens, curso de stand up paddle e ioga. Para evitar espera, é bom chegar cedo, porque quando lota (e não “se” lota), só é possível entrar depois que alguém sai. E se tem um lugar que faz jus à máxima forrozeira “quem está fora quer entrar, mas quem está dentro não sai” é a Badeschiff.

C E R V E J I N H A N O YA A M Sinta as areias da Jamaica sob seus pés… em Berlim! Tudo bem, a areia não é jamaicana, mas a vibe do lugar foi importada diretamente da ilha caribenha para rechear as tardes de paz e amor. Na entrada, há várias opções de comidas de rua e outras referências culturais, como artes e grafites. Seguindo um corredor comprido, chega-se à prainha. As cadeiras espalhadas à beira do Rio Spree convidam a tirar os sapatos e tomar uma cervejinha despreocupadamente. O lugar faz as vezes de uma espécie de embaixada informal de culturas africanas e latinas na cidade, e há uma programação intensa de reggae, ragga e dancehall à noite toda.

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DA GRINGA

UM R A N G O N O CAFÉ AM NEUEN SEE O Tiergarten, maior parque de Berlim, é como uma série dividida em quatro temporadas: deve ser explorado com calma. Por isso, vamos pular para o grand finale, pegar você pela mão e levar ao melhor lugar para comer no verão. À beira do Lago Neuen See, no sudoeste do parque, luzinhas esticadas sobre as mesas de piquenique do biergarten dão a dica de que vale a pena. Pequenos botes coloridos partem dali, onde se pode escolher entre especialidades alemãs e pizzas em esquema self-service – além do indispensável caneco de cerveja. Ao fundo, um restaurante de madeira, no estilo acampamento chique, serve versões mais requintadas (e caras) das comidas saboreadas lá fora.

SOLTE A VOZ NO KARAOKÊ DO MAUERPARK Desde 2009, o irlandês Joe Hatchiban faz a alegria de mais de 2 mil pessoas – gratuitamente –, levando suas caixas de som potentes e um laptop com um grande acervo de músicas de karaokê. Todo domingo de verão, uma arena nos moldes de teatro grego do Mauerpark, em Prenzlauerberg, é tomada por corajosos cantores ocasionais. O mestre de cerimônias, suado, escolhe a esmo na plateia candidatos a soltar o gogó, e lembra: “Não importa se você canta bem, o que conta aqui é atitude”. Alguns impressionam (para o bem e para o mal), e dificilmente você vai ficar parado. De quebra, ainda dá para curtir o mercado de pulgas, os artistas de rua e a feirinha gastronômica no mesmo parque.

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"MERCADO DE PULGAS, ARTISTAS DE RUA E FEIRINHA GASTRONÔMICA"

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DA GRINGA ESCOLHA UM PARQUE PARA O PIQUENIQUE Parque é o que não falta em Berlim, cada um com seu jeitão. O importante é comprar seus itens preferidos nos supermercados, escolher um gramado para chamar de seu e se deitar para receber a cota de raios ultravioleta. No Volkspark Friedrichshain há muita coisa para fazer– de mesas de pingue-pongue a quadras de vôlei de areia, além de área reservada para churrascos e um bonito chafariz. A vista é o forte do Viktoria Park, um dos morros erguidos com escombros da Segunda Guerra Mundial. Já o antigo aeroporto Tempelhof não conta com uma árvore sequer e deve ser evitado em dias muito quentes. Mas as pistas de pouso desativadas são perfeitas para praticar esportes como patins, skate e windsurfe com skate. O Treptower, no antigo lado soviético, esconde entre árvores um imenso memorial aos soldados russos mortos na guerra.

FI LMI NHO NO CI NEMA A CÉU A BERTO Pouco antes da sessão começar (pontualmente, estamos na Alemanha!), os convidados apanham suas cadeiras de praia e se espalham pelo gramado em frente à tela gigante. Recebem cobertorzinho (é noite, estamos na Alemanha!) e alguns levam travesseiros e outros itens de conforto. Quem quiser também degusta comes e bebes trazidos ou comprados no bar, e está armado um dos programas mais queridos da cidade no verão: o cinema a céu aberto. Justifica-se pelo fato de que ninguém ousa entrar em uma sala escura e fechada nesse período. O Freiluftkino Kreuzberg, atrás da Kunstraum, é um dos raros que têm legendas em inglês para filmes alemães e áudio original para as películas em inglês.

CURTA O MOVIMENTO NAS PONTES DE KREUZBERG

L AGOS R EF R E S C A N T E S Olhando o mapa de Berlim, uma infinidade de pontinhos azuis de variados tamanhos se distribui pela cidade e por seu entorno. São os diversos lagos que, nos dias quentes, fazem o papel de praia da galera. Cada um tem sua peculiaridade: alguns são mais familires, outros do agito jovem. Às vezes abarrotados, outras vezes tranquilos. Pagos ou gratuitos, com ou sem estrutura, longe ou perto, de fácil ou difícil acesso. Ah, e um clássico alemão: peladões ou vestidos. Para escolher o lago certo para se refrescar, basta pesquisar com antecedência. Se quer uma dica rápida, aqui vai: experimente o Tegeler See, no noroeste da cidade. Não muito cheio nem vazio, jovem e familiar, fácil de chegar, com árvores para se deitar embaixo e fazer um piquenique, costuma agradar à maioria. Dos vestidos.

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O que tem demais nessas pontes de Kreuzberg, o bairro hipster de Berlim? Nada e tudo. Pode ser que você apareça lá e realmente não aconteça nada. É mais comum que alguém surja para tocar e uma festa animada rola sem aviso prévio. Nos dias de verão, a segunda possibilidade se torna mais frequente do que a primeira. Se nada der certo, são bons lugares para papear e conhecer pessoas descoladas que moram na cidade – que podem indicar qual é a boa do dia. Fazer amigos locais nunca é demais.

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DA GRINGA

N O TOP O D E B E R L I M: KLUN K ER K R A N I C H Você pensou que não viveria para ver indicado um rolê em cima de um shopping center de Berlim. Pois é claro que essa cidade vai surpreendê-lo, já que o Klunkerkranich é um dos lugares mais legais que os locais frequentam. Para chegar lá, é preciso entrar no shopping Neukölln Arcaden, ao lado da estação de metrô U Rathaus Neukölln, pegar um elevador até o quinto andar e seguir o fluxo em direção a uma rampa que leva ao terraço. Pronto, você acaba de descobrir um segredinho de Berlim. As arquibancadas de madeira, os jardins e espreguiçadeiras dão vista para a cidade inteira. Vez ou outra, algum DJ se ocupa do som ambiente e o fim de tarde se torna mais especial ainda.

BA I L A NDO COM OS DEU SES NA SI SYPHO S Sísifo, filho de Éolo, é o mais astuto dos mortais segundo a mitologia grega. Para entrar na balada, não tem teste de QI, mas seu estilo será colocado à prova pelos porteiros. Se passar no exame, lá dentro você vai entender que quanto mais descolado, maior a chance de ingressar nesse templo da música. A festa pode começar sexta à noite e se alongar até segunda de manhã, à moda berlinense. Diferente de outras casas noturnas conhecidas, na Sisyphos, os ambientes rústico-kitsch são abertos e é no pátio central que a maioria se concentra para dançar, conversar e curtir o clima.

CLUB DER VI SI ONÄ RE: A ESSÊNCI A DE BERLI M A eterna festinha na beira do canal Landwehr é alegria garantida. Por isso, na dúvida do que tem para hoje, 9 entre 10 berlinenses vão parar no Club der Visionäre. O sucesso se explica pelo cenário idílico do deque montado à beira do rio, grafites e muita gente bonita. Geralmente, começa por volta de 12h, e algumas pessoas frequentam como “esquenta”. Outros se animam com a atmosfera e por lá ficam até o dia seguinte amanhecer. Um verdadeiro curinga da curtição berlinense.

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SAIBA MAIS!

BERLIN 52°31’0” N, 13°23’0”E

ALEMANHA

(ber’lin)

Código do Aeroporto: TXL

Moeda: € EURO

Zona de Tempo: CET

“The design city” 368m

LÍNGUA OFICIAL

DEUTSCH

TORRE DE TELEVISÃO

(Alemão)

3° DESTINO DE TURISTAS NA EUROPA (depois de Londres e Paris)

175

46%

DA ÁREA DA CIDADE É ESPAÇO VERDE OU ÁGUA

População:

3,5

MILHÕES DE PESSOAS

MUSEUS

BERLIN TEM MAIS MUSEUS DO QUE DIAS DE CHUVA

{

15,3% são extrangeiros

PESSOAS DE MAIS DE 190 PAÍSES DIFERENTES VIVEM EM BERLIN

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Estrutura mais alta da Alemanha, 4ª maior da Europa

ALEMANHA

CIDADE MAIS POPULOSA DA UNIÃO EUROPEIA

A CIDADE TEM MAIS LOJAS DE DÖNER KEBAB DO QUE EM ISTANBUL!

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