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Kamilla Dourado Nathália Coelho
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Universidade Católica de Brasília Comunicação Social - Jornalismo Editoração Eletrônica Professora Nádia Gadelha Alunas Kamilla Dourado Nathália Coelho 1ª Impressão Taguatinga - 2008
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II Bienal Brasileira de Design e A arte em função da Utilidade.
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Dedicamos esse livreto Ă professora NĂĄdia, sempre tĂŁo prestativa a nos ajudar.
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Durante muitos anos, tem se discutido o segmento das atividades do design, e dois pólos distintos foram colocados em questão: a arte e a tecnologia. Há quem diga que o design é uma atividade voltada a valores culturais, estéticos. Outros afirmam que ele acompanha 10
a modernização das coisas, focando na melhoria técnica e econômica do produto. No entanto, seria muito difícil delimitar ambos os ramos e julgar este ou aquele como certo. O que podemos dizer é que o design é uma atividade com dimensão artística, que visa o conforto humano ao usufruir os objetos, portanto arte e tecnologia caminham juntas. É importante ressaltar que quando o designer produz algo, há um objetivo traçado, e é de sua intenção (e obrigação) que seu público alvo entenda e principalmente, goste, ache adequado, harmonioso, útil sua obra ou projeto. Já um artista propriamente dito vê a arte
como uma manifestação pessoal, sem o compromisso de necessariamente agradar ou ser compreendida pelas outras pessoas. Logo, a palavra “arte” no âmbito do design denota a idéia de “fazer criativamente”. A II Bienal Brasileira do Design, que o ocorreu entre os dias 8 de outubro e 5 de novembro em Brasília – DF, uniu o que o país tinha de mais significativo em design, principalmente industrial, aquele voltado à produção em larga escala. Com sua mostra de quase mil peças, foi possível apreciar e prestigiar produtos brasileiros, além de abrir ao público internacional uma porta para o nosso tão rico mercado. Esse livreto vai ilustrar, por meio de exemplos da Bienal,
algumas considerações pertinentes ao design, focando a relação do homem e da sociedade com o processo de criação do profissional da área. Para quem não foi à Bienal, é uma oportunidade de conhecêla mais de perto! Para quem foi, é o momento de reviver! Divirta-se!
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O produto do Design estabele uma relação física
com o HOMEM.
A relação entre homem e objeto se dá por meio de um contato visual e tátil, ou visual perceptivo.
Quando não há essa relação física direta, não existe a necessidade do trabalho do Designer. Esse conjunto de mesas idealizado por Milena Miranda, exemplifica ambos os contatos: o próprio objeto promove o contato visual e tátil, e a formação da palavra “AMOR”, o visual perceptivo. Conseguir estabelecer essa interação é de suma importância para o sucesso do projeto.
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Para o Design, HOMEM é usuário.
O valor de uso que o produto representa para o homem é parâmetro fundamental para sua avaliação. É a partir daqui, que os demais valores (estéticos, funcionais, econômicos, etc.) serão acrescentados. O projeto de design visa primeiramente à utilidade do objeto; seu uso deve corresponder a uma relação harmônica entre o homem e o produto. E é pen14 14
sando em suas funções, que o usuário o comprará. Esse carrinho auto-propulsionável é uma mostra do design dos objetos da rede Sarah de hospitais. Ele permite às crianças com deficiência motora se locomoverem sozinhas, sem risco de queda. Seu modelo possui uma melhor adequação do corpo, promovendo conforto e independência.
O produto do Design visa atender às necessidades do HOMEM.
O designer trabalha para o homem, portanto, ele é quem dita as regras de acordo com suas necessidades fisiológicas, psicológicas, materiais e culturais. O profissional da área sempre deve buscar a coerência do produto com o contexto relativo ao usuário. No projeto dessa poltrona revestida de couro ecológico do designer Pedro Useche, por exemplo, fatores ergonômicos, culturais, de produção, materiais foram avaliados. Assim, sua função como objeto destinado a um certo merca-
do vão até as necessidades de apreender um novo projeto, que melhore e substitua o anterior. 15
Para o Design,
o HOMEM é parte da sociedade. O produto resultante do projeto do Design se destina simultânea e indistintamente, a todos que dele necessitam. O Projeto FOZ, de Leandro 16
Gava e Muriele Saúde Pasini Vívian, propõe um novo abrigo ao usuário de transporte público, com iluminação gerada por energia solar.
A forma é o meio de Expressão ... A do designer...
concretização material do seu trabalho. A forma é o mais subjetivos dos conceitos manipulados pelo designer, embora o mais concreto, afinal, é o seu meio de expressão. Através dela, obtém-se aquela relação física direta com o usuário. Millôr Fernandes é escritor, desenhista, dramaturgo. Na Bienal, as diferentes formas de expressar seu nome promoveu-nos contatos visuais perceptivos diferentes. Aqui, o designer da palavra é o que vale.
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O HOMEM entra em contato com a forma
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através da percepção visual - GESTALT
A Gestalt pode ser entendida como aquilo que fica em nossa memória, ao nos depararmos com alguma estrutura, o todo independente das partes. A Gestalt de um objeto faz com que ele seja perceptível instantaneamente e se difira de outro. Quando dizemos por exemplo que aquele carro parece um inseto, significa dizer que a gestalt do pequeno ser se assemelha com a do automóvel. As fotos são do Fiat Concept Car. Logo que o observamos, nossa mente já nos remete à figura de um carro. É a nossa percepção gestáltica dando sinal.
é composto pela parte externa e interna. A capotaria protege sua estrutura de funcionamento.
Para o Design, forma é Informação.
O Designer transmite ou constitui informação através da forma que atribui ao seu projeto. Essa forma pode ser a conseqüência da estrutura que o objeto comporta interiormente. O Fiat 500 ou “Cinquecento” em italiano, exposto em “Made in Italy”, mostra a parte da II Bienal, como qualquer outro carro,
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A componente estética no Design. 20
Ao manipular a forma, o designer está estabelecendo uma valorização estética em seu trabalho. É a parte artística do processo produtivo, está presente a criatividade. Nessa etapa, o profissional também se preocupa com conceitos oriundos de outras teorias, como a da Percepção, Informação, Fabricação e Ergonomia. Portanto, o objeto, além da beleza, torna-se bonito também porque se entende, é informativo, funciona e adapta-se bem ao corpo. Essa poltrona, do designer Alessandro Mendini, também faz parte da mostra “Made in Italy”. Seu revestimento colorido foi pintado a mão. Sem sombra de dúvidas, essa peça foi desen-
volvida com bastatnte cuidade e precisão estética.
Para o Design, Utilidade implica em FUNCIONALIDADE. Para um objeto ser útil, é necessário que funcione. Essa é a proposta do Desing Popular, voltado a média escala de produção, e que tem uma grande dimensão social e cultural. Aqui, a criatividade está na satisfação de necessidades.
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A Utilidade do produto determina sua realidade de USO.
O uso revela a real dimensão do produto do Design. Quanto maior for sua utilidade (sua funcionalidade), maior será seu uso. Com os lápis de cor é assim. Não só as crianças, mas principalmente elas, os utilizam bastante. Além de que os anos passam, e eles não saem do palco. Os lápis da Faber Castell da ilustração possuem esferas antideslizantes que proporcionam maior firmeza e conforto na mão.
Sua nova embalagem promove mais praticidade e resistência do que as antigas de papelão.
A Utilidade do produto resulta
Juliesse Gambá e Daniel Jorge Tasca possui uma característica peculiar. Ela permite ao usuário diferenciar a temperatura da água pelas cores: quente (vermelho), fria (azul), temperada (violeta).
num processo de COMUNICAÇÃO.
O processo de comunicação revela o relacionamento entre o homem e o produto. Para exercer cada função do objeto, é preciso conhecê-lo, ter informações sobre ele. Essa torneira dos designers
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Para o Design, ambiente ĂŠ um sistema de produtos
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integrados entre si e em seu espaço de USO.
O homem estabelece em sua volta um círculo de objetos e estruturas que devem se interrelacionar. Uma casa, uma sala, um armário, uma gaveta. Em cada um desses lugares objetos são dispostos e “convivem”. Assim ocorreu com a organização do Museu da República em Brasília, onde aconteceu a II Bienal Brasileira do Design. Tanto no espaço do complexo (à direita), quanto nas bancadas de exposição (à esquerda), cada produto tinha seu devido local, e lá, fazia parte de um todo. Portanto, o diálogo existente entre os objetos, espaço e o homem é que determinará as características delimitantes do ambiente. E está estabelecida a interação. 25
Forma Percepção Visual
Estética CULTURA material
Identidade
CULTURAL.
INFORMAÇÃO 26
O crescimento do Design brasileiro é um fator de recuperação da nossa identidade cultural, através de elementos próprios à nossa cultura material e iconográfica. Isso ocorre devido à larga produção dirigida ao público estrangeiro e à importação de produtos externos. Nosso vasto terrítório com suas diversidades permite a criação de projetos e realizações que levem consigo a identidade brasileira por todo o canto que passarem. E a utilização de elementos ícones da nossa cultura é um meio de propagar essa idéia. As travessas da página anterior reproduzem a estrutura da folha de uma árvore típica do Brasil, a bananeira. Também, a espreguiçadeira (chaise longe) à direita, do designer Hugo França, nos remete à gestalt de uma canoa, meio de transporte tipicamente indígena. 27
BIBLIOGRAFIA - REDIG, Joaquim. Sobre Desenho Industrial. Porto Alegre, Editora Ritter dos Reis, 2005. I.
- SANTOS, MarinĂŞs Ribeiro . Design: Arte e Tecnologia. Parte - Site da II Bienal Brasileira de Design www.bienalbrasileiradedesign.org.br
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