COMMUNIS Edição jun/2020
l a t i g i D o i d u á e d s a i d i M Entrevista com Ed Brown
É a vez das mulheres Atráves da mídias OOH as mulheres ganham voz
Publicidade no universo geek Saiba como sair do convencional
EXPEDIENTE
Anna Ribeiro RA: 3020100934 Função: Arte, Diagramação e Redação
Kathleen Rodrigues RA: 3020103618 Função: Fotografia
Carolina Gomes Pirillo RA: 3019100441 Função: Redação e Anúncios
Giovanna de Castro RA: 3020108224 Função: Redação
Luís Fernando RA: 3020107184 Função: Entrevista e Redação
Nathália Guedes
RA: 3019204815 Função: Arte, Diagramação e Revisão
ORIENTADORES
Comunicação e Expressão: Marcello Ribeiro Arte e Cultura: Tatiane Mazzei Fotografia: Vitor Palacin Comunicação Gráfica e Design: Maurício Mattos
Trabalho apresentado a Universidade Nove de Julho, unidade Vila Prudente - Período Noturno
Índice
04 Editorial 05 O companheiro perfeito para você 07 Mídias de áudio digital como um meio publicitário 11 Advergames: a publicidade do mundo geek 13 De voz e vez às mulheres nas mídias OOH
Editorial
O mundo vem se desenvolvendo cada vez mais rápido com consequência de uma evolução tecnológica. Para entender esse processo de mudança, é preciso ter por base a sociedade, no seu modo de pensar, relacionar e se comunicar. Diante disso, empresas têm feito investimentos em pesquisas de mercado, para então, atender às necessidades presentes no cotidiano de cada um, o que proporciona grandes mudanças na comunicação. Então, a publicidade sofre impactos diretos ligados às tecnologias e novas mídias, assim trazendo melhores resultados na escolha e direcionamento de público. Tratando-se de novas mídias tecnológicas, os advergames vêm ganhando espaço na publicidade para jovens, que estão sempre conectados passando uma boa parte de seu tempo de descontração jogando, uma excelente maneira de captar a atenção do consumidor. As mídias de áudio assim como as mídias OOH, estão presentes há um bom tempo no mercado, ambas permanecem forte no presente e se reinventando para se destacar dentre as novas tendências. Seguindo isso temos o marketing de guerrilha, onde marcas de maneira não convencional fazem campanhas criativas e muitas vezes interativas para chamar o público. Por meio das mídias Out of Home empresas se uniram a causas sociais para despertar a atenção do público em temas que sofrem “tabu” na sociedade, com o intuito de conscientizar e trazer informação ao público. As mídias de áudio sempre foram porta-voz para diversas causas que nos permeiam, assim ganharam espaço, hoje oferecem entretenimento nas plataformas de streaming, assim como o conhecimento, por meio de podcasts, por exemplo. Não é novidade o crescimento das indústrias dos games, com isso, surgem o advergames, cuja interação publicitária é feita diretamente nos jogos, o cenário perfeito para interagir com esses consumidores. As novas mídias e tecnologias estão ai para facilitar o processo da comunicação, a rapidez com que o conhecimento chega ao público-alvo é muito grande, independente de qual seja a sua intenção, elas vieram pra revolucionar o mercado, causando grande impactos e influência no dia a dia de todos. Não perca tempo e venha conferir os conteúdos que preparamos pra você. COMMUNIS
O companheiro
PERFEITO para
VOCÊ Foto: Kathleen Rodrigues
Intitulada “Valeu 2016, foi bem esquisi-
to”, a campanha global do Spotify feita em 2016, usa o marketing de guerrilha – ferramenta que visa oferecer um produto de forma não convencional – para divulgação de alguns dados, como por exemplo, que no dia mais frio do ano, 1.078 pessoas ouviram a playlist “Partiu praia”, mostrando que além de ser seu companheiro fiel, Spotify faz muito mais: ele presta atenção em você. Mostra que você não é apenas um número ou um dado de streaming, você é uma pessoa atrás de um dispositivo, e o que você ouve diz muito sobre você e sobre seu humor. E é dessa forma que o Spotify fideliza tantos ouvintes.
Por estarmos vivendo em um mundo que passamos muito tempo atarefados, o pouco tempo livre que temos para acessar nossas músicas, podcasts e etc. deve ser aproveitado com qualidade, e para isso, existe o Spotify, que é considerado o melhor player de músicas atualmente e é o mais acessado, pois te possibilita ouvir músicas e podcasts fora de casa ou enquanto Foto: Kathleen Rodrigues exerce suas atividades do dia a dia, acompanhar os lançamentos do seu artista favorito, seguir playlists dos seus amigos para ampliar seu gosto musical e mais outras inúmeras vantagens.
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Foto: Kathleen Rodrigues
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Não bastava ser o melhor em serviço de streaming e se importar com seus gostos musicais, o Spotify também se importa com a sua saúde e segurança. Em meio à situação que estamos vivendo por conta do COVID-19, o Spotify vem sendo um grande aliado para quem procura se distrair mesmo estando em quarentena, e até para quem procura se atualizar sobre a pandemia. Disponibilizando espaço para anúncios e podcasts informativos sobre os cuidados com a nossa saúde, a plataforma tem papel crucial na conscientização sobre o COVID-19 E além de ajudar seus ouvintes, o Spotify está usando sua influência no meio musical para buscar parcerias, e assim, poder ajudar também artistas que não têm tanta visibilidade a continuarem investindo em seu trabalho. Dessa forma, o Spotify mostra ser não apenas uma plataforma de áudio digital, mas também, uma
uma empresa que busca melhoras no mundo em que vivemos. Para aproveitar as vantagens do Spotify, basta acessar o site www.spotify.com.br ou fazer download do app que está disponível tanto para Android como para iOS, assim, obtendo a versão gratuita ou premium da plataforma. Ter acesso rápido a músicas, playlists, podcasts e muito mais, nunca foi tão rápido e barato. Giovanna de Castro
Mídias de áudio digital como um meio publicitário Entrevista com Ed Brown Por Luís Fernando
A revista COMMUNIS entrevistou o cantor, podcaster e youtuber de 24 anos, Ederson Barbosa, ou “Ed Brown” como é conhecido pelo seu trabalho artístico. Apaixonado pela técnica de canto, foi em busca de estudar por conta própria, pois nunca encontrou alguém que estivesse disposto a ajuda-lo, muitas vezes por acharem que estariam criando um concorrente. Hoje, depois de se empenhar, tem grande conhecimento sobre música e arte técnica e vocal, e em março deste ano, resolveu criar um podcast, para que assim pudesse falar sobre tudo isso e ensinar outras pessoas a entenderem também, pois para ele, se você tem um conhecimento e não o compartilha com o próximo, seu conhecimento é inútil. Venha conhecer um pouco sobre a evolução das mídias de áudio e como elas podem ser usadas para transmitir mensagens, ensinamentos e compartilhar fatos.
Ederson - Então, a gente se comunica pelo som,
né? Então, pela nossa comunicação ser pelo som, a gente tem uma sensibilidade mais aguçada para essas coisas, por exemplo, se você assistir um vídeo e a imagem estiver ruim e o áudio estiver bom, você consegue assistir. Se o áudio estiver ruim, e a imagem estiver boa, você já não consegue. A gente é sensível pro áudio, né? O mundo todo tem som, então a gente tem uma sensibilidade maior. Então, antes, quando surgiu o rádio, as pessoas falaram assim “as outras artes vão acabar, o teatro vai acabar, essas coisas todas. Por que a gente agora tem essa comunicação dentro de casa, a música está dentro da nossa casa, então essas coisas vão acabar.” E você tinha essa informação toda do jornal, da música e tal, então, isso começou não a afastar as outras coisas, por que elas continuam existindo até hoje, o teatro continua aí até hoje, mas ela começou a deixar mais acessível, né? Essas coisas começaram a aparecer tanto na casa de quem tinha dinheiro, quanto na casa de quem não tinha. Só que o rádio também era uma coisa de não muito fácil acesso quando surgiu, era na casa das pessoas que tinham mais poder aquisitivo, assim como a TV. Então, esse negócio de que quando surgiu o rádio, estava na disposição de todo mundo, não é bem assim, mas
as pessoas de uma forma mais prática, as coisas começaram a chegar para as pessoas de uma forma mais rápida. Então, tudo ficou um pouco mais acessível, acho que o mundo da tecnologia começou a avançar, né? Isso favoreceu bastante as pessoas.
COMMUNIS – Uma das principais novidades
foi o processo de digitalização no meio do rádio no Brasil, quais as principais mudanças e impactos os ouvintes tiveram no processo de digitalização?
Ederson – Então, eu acho que foi o mesmo processo de quando surgiu o rádio, de quando surgiu a TV. Quando surgiu a TV, falou “acabou o rádio”, quando surgiu o Youtube falaram “agora a TV já era!”. Só que cada um está no seu lugar ainda, porque cada pessoa se identifica com um meio de comunicação específico. Tem gente que ainda lê jornal de papel, entende?
Ed Brown Foto: Kahleen Rodrigues
COMMUNIS – Historicamente o áudio foi um dos meios de comunicação mais importantes. E o rádio experimentou um processo de massificação entre os meios eletrônicos, desde a camada assalariada mais baixa de trabalhadores até a camada mais intelectual. O quão importante isso foi pro momento e pro avanço dos meios de comunicação?
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Quando surgiu o rádio falou “não, o jornal de papel acabou”, não. Eu prefiro livro físico, tem gente que depois do ebook falou “não, o livro físico acabou”, só que o livro físico continua vendendo ainda mais do que o livro ebook e o ebook que é muito mais barato e muito mais prático. Então, eu acho que teve uma facilitação, hoje você tem um acesso à informação muito mais fácil, teve um impacto sim nos outros meios, porque antes você só tinha aquilo, então, como você só tinha o rádio e a propaganda que era feita no rádio vendia, como você tinha depois a televisão e toda propaganda que era feita, você sabe disso, tudo que era propaganda da Globo, vende. Hoje não é mais assim, hoje qualquer um pode fazer um anúncio no Youtube. Então, isso impactou porque democratizou o negócio, entregou na mão de todo mundo. Hoje você faz um anúncio no Instagram e você concorre com o iFood, quando que isso poderia acontecer? Quando que alguém além da Natura, poderia anunciar na Globo, né? E hoje ninguém quer anunciar na Globo, é queimar dinheiro. Então na medida que as coisas vão ficando mais acessíveis, elas vão ficando mais fracas, menos sólidas, mas elas também vão ficando mais acessíveis para todo mundo, ela vai ficando maior. É como um bolo com bastante fermento, ele fica maior, mas sem conteúdo. Quando você dá as coisas na mão de todo mundo, todo mundo pode fazer, fica um monte de gente fazendo, mas nem sempre é de boa qualidade, né? Então, teve um impacto eu acho que principalmente econômico nas outras mídias. Na medida que as coisas foram se digitalizando e todo mundo tem acesso à internet, todo mundo pode fazer, só que na mesma medida que todo mundo pode fazer, nem todo mundo tinha a mesma qualidade, por exemplo, do jornalista do rádio que sabe como falar, que sabe como transmitir a informação, que tem conteúdo pra falar, que tem conteúdo histórico para contextualizar, nem todo mundo tem essa qualificação. Então, na mesma medida que abriu as portas para todo mundo, nem todo mundo pode fazer exatamente.
E quando você tem esse tipo de informação, aí sim você investe em determinado meio. Não é todo mundo que ouve podcast, eu produzo, mas não ouço, eu acho de um modo geral muito ruim, o pessoal enche muita linguiça, enfim... e é aquilo que a gente estava falando, né? Todo mundo pode fazer, mas nem todo mundo consegue fazer, o que adianta? Então, se você for investir em áudio, em uma propaganda em áudio, você tem que ver onde vai investir, porque nem todo mundo está lá, nem todo mundo que assiste televisão... obviamente, a pessoa que assiste lá novela das seis, não ouve o meu podcast, entendeu? Então se eu for vender, eu não vou vender produtos de limpeza lá, entende? O meu público é um público que consome podcast, então investir em propaganda de áudio funciona, mas funciona pro público que realmente está ali. E tem o nicho, né? Por exemplo, o meu podcast fala de música, mas eu não sei se eu conseguiria vender instrumento musical lá, porque eu poderia talvez vender algum curso, porque eu falo de música em um outro plano, eu falo de música no sentido mais teórico e não de teoria musical, eu falo de uma coisa mais filosófica, artística e tal, e de técnica vocal. Então, talvez eu conseguisse vender alguma coisa nesse sentido. Então, precisa saber qual é o público que está ouvindo ali, qual é o público de podcast e dentro do público de podcast, qual é o assunto do podcast, para poder vender alguma coisa ali. Mas funciona, funciona... todo mundo tem dinheiro e todo mundo quer comprar, você só precisa convencer essa pessoa a comprar o seu produto.
COMMUNIS – Para você, qual o aspecto de maior importância quando o assunto é mídia de áudio
Ederson – Saber comunicar bem. Comunica-
ção não é o que você diz, é o que o outro entende do que você diz, então, se você consegue comunicar bem, você consegue fazer qualquer coisa.
COMMUNIS
– O que diferencia a propaganda em áudio digital? O que levaria as pessoas a investirem nesse tipo de publicidade?
Ederson – Eu acho que pega só uma parcela do pú-
blico, né? Por exemplo, eu não posso dizer que todo mundo que ouve rádio, ouve podcast, é uma parcela, né? Você pega um tipo de público. Tem gente que ouve áudio no Youtube, é o mesmo que ouve podcast? Provavelmente não. Então, uando você investe em áudio, você tem que ver onde você está investindo. Tem empresas que cuidam só desse tipo de informação: quem ouve, onde ouve, porque ouve, sabe? 08
Foto: Kathleen Rodrigues
Foto: Kathleen Rodrigues Só que comunicar bem não é só ficar falando bonito e ficar falando coisas que você acha que é legal, comunicar é realmente fazer com que a pessoa entenda o que você está dizendo. Então, não necessariamente é falar difícil, falar bonito, não é isso, é falar alguma coisa que realmente importa. Então, para mim, é a comunicação. Você precisa comunicar bem, você precisa fazer com que as pessoas entendam o que você está dizendo e principalmente alguma coisa relevante, porque lógico que o entretenimento é muito importante para a vida mas se você puder ouvir alguma coisa que realmente seja relevante, você não perdeu tempo. Então, eu acho que precisa ser alguma coisa que tenha uma solidez, que seja importante, que tenha algum conteúdo e que comunique, porque se não fica uma coisa esquisita, sabe? Não é bom. A importância pra mim é isso: a comunicação.
COMMUNIS
– Para você, o avanço dos podcasts interativos pode ter uma relação com a decadência de programas radialistas, e o próprio pode ter uma relação educacional com o público alvo?
Ederson – Eu acho que depende muito de quem está
fazendo podcast e quem está fazendo rádio. Tem gente muito capacitada até hoje, está 30 anos, 40 anos no rádio, não da para você pegar qualquer pessoa que faz podcast hoje e comparar com um cara desse. É outro nível, é outra parada. Tem muita gente capacitada fazendo rádio, e muito pouco capacitada também, tem muita gente fazendo porcaria no podcast. Então, acho que depende mais de quem está fazendo do que do meio em si O rádio é muito importante, o rádio é a grande escola, né? Tanto da TV, quanto de todas as outras mídias. Só que o negócio é quem está fazendo e como está fazendo e não o meio em si. É aquele negócio, não é o instrumento, é o tocador do instrumento. Não adianta você ter o melhor instrumento do mundo, se você não sabe tocar.
COMMUNIS - O que você acha de aplicativos que dis-
ponibilizam a criação e divulgação de podcasts gratuitamente como por exemplo o Anchor e o Apple podcast?
Ederson – Eu acho que isso é bom para quem con-
some, só que nada é de graça, né? Você é o cara do marketing, você sabe que nada é de graça, alguém paga a conta. Mas é bom para quem consome, porque quando você ligava o rádio, você não tinha controle sobre o que você ia ouvir, sobre as músicas que você ia ouvir, as propagandas e tal. Hoje quando você liga lá o Spotify, você pode escolher a música que você quer ouvir, então, isso te dá alguma liberdade. Quando você vai lá no podcast tal, você sabe o que você vai ouvir, você quer ouvir aquilo ali. Agora quando você ligava o rádio, era um programa de rádio que o cara falava tal, não sei o que, além das notícias, mas ele falava o que ele queria. Quando você vai lá no podcast você ouve o que você quer, então, de certo modo inverteu a parada e isso é bom porque abre o mercado, se você sabe fazer isso, você oferece isso, e tudo o que você fizer, vai ter alguém querendo comprar. Qualquer coisa, qualquer coisa, qualquer coisa... as gavetas da cozinha das mulheres estão cheias de revistas de emagrecimento, de panelas, de tupperware, de tudo. Você compraria? Não. Eu compro? Não. Mas mulher compra, algumas mulheres compram. Então, sempre tem gente querendo comprar, sempre tem gente querendo ouvir. Isso é bom, porque abre espaço para quem quer fazer aquilo que sabe fazer, fazer. Quem gosta, consome e tem a possibilidade de escolher o que quer, né? Antes você tinha isso inverso, antes era o que os caras conseguiam produzir e você só tinha aquilo ali, não tinha muito o que escolher. Eu acho que é muito positivo, porque abre espaço para muita gente fazer muita coisa e diversifica, né? Cria emprego e etc, tem gente que ganha muito dinheiro com isso. Eu acho muito positivo. Muito, muito positivo.
COMMUNIS – O smart áudio é um ramo em crescimento constante, se tornando algo como fundamento básico para todos aparelhos digitais, esse crescimento poderia ter um resultado negativo? Tanto na função dos aparelhos quanto nas funções humanas?
Ederson – Eu acho que nas funções huma-
nas é muito ruim, mas dos aplicativos não, eu acho que isso é muito ruim para o humano, né Eu acho que se você for pensar em pessoas com deficiência é uma parcela muito pequena, não deixa de ser importante, mas você não pode pensar que a Samsung vai aprimorar um áudio, um funcionamento do celular de áudio para 0,00005% das pessoas que vão comprar e vai aprimorar para os 99%, né? Então, o pessoal quer lucrar e está certo. Você também vai ter o seu produto e você vai querer vender, as pessoas querem dinheiro. Mas eu acho que isso tem um ponto muito negativo para nós seres humanos que é a sensação de que a gente pode substituir 09
uma conversa dessa que a gente está tendo com o celular, né? Que a gente pode se comunicar com o aparelho e suprir as nossas necessidades. Daqui a pouco eles vão inventar alguma sessão de terapia de psicologia com o celular, sabe? E não substitui, não substitui... a gente vive em conjunto, o ser humano foi feito para viver em sociedade, se o ser humano ficar isolado, ele fica triste, depressivo e morre. Então, não tem como substituir. Até essa nova conversa em vídeo chamada, não substitui uma conversa pessoal, então acho que isso impacta muito negativamente no convívio, na vida social é muito negativo. E todas essas coisas que eu falei, o podcast, o rádio, essas coisas todas, não substituem uma conversa. É um meio talvez de adquirir conhecimento, é um meio de informação tal, beleza. Mas é um meio que complementa muitas outras coisas. Não posso pegar meu celular e tratar ele como se fosse meu filho, ficar conversando e tal, ao invés de ir comprar alguma coisa, sempre peço, sabe? A gente começa a perder muita característica humana, então, eu acho que é muito nocivo nesse sentido. Mas em contra partida é uma facilidade, né? É uma facilidade boa e prática em muitos momentos, mas também tem um ponto negativo, para finalizar essa resposta, que é o pessoal ouvir tudo que a gente conversa, né?
COMMUNIS – No cenário no qual vivemos, como
é viver das mídias de áudio e qual o valor disso no mercado, em questão a reconhecimento e resultados?
Ederson – Eu acho que é bom, porque é aquele ne-
gócio que você vive de um negócio que você produz, né? Eu acho que quando você consegue produzir alguma coisa, você se sente mais vivo, é bom isso. É bom viver de uma coisa que você produz, de um trabalho que você fez e quando é um trabalho intelectual isso é ainda maior, é mais prazeroso, né? E eu acho que a relevância disso é de acordo com o que você consegue oferecer, de acordo com o que você produz. Você só é respeitado por uma coisa que seja relevante, o seu respeito e o seu reconhecimento vêm na medida do que você consegue produzir de útil para a sociedade, para o público, para o seu consumidor. Então, a gente volta lá no início, sobre o conhecimento, que eu estava desabafando lá, se você tem um conhecimento e você não passa para as pessoas porque você acha que vão roubar o seu lugar, que vão te derrubar ou que a pessoa não merece ouvir o que você tem para dizer, desculpa, mas o seu conhecimento não vale para nada. Se você não. conseguir acrescentar alguma coisa na vida de alguém, sua vida é vazia. Então, a sua relevância vem na medida que você consegue acrescentar as coisas para os outros. E a fama é o menos importante, de 500 pessoas, 10
1.000 pessoas, 3.000 pessoas que ouçam meu podcast, se uma só falar assim “meu, muito legal o que você falou, muito relevante, vou usar isso para a minha vida. Isso foi muito útil para mim, mudou minha vida” ou qualquer coisa do tipo, para mim, ganhei o dia! Foi uma pessoa que eu conheci ajudar, uma só, então está bom, está ótimo! O valor para o mercado, é o seguinte, você só vai conseguir vender alguma coisa no seu podcast, no que você fizer, se você tiver relevância, se as pessoas quiserem te ouvir, se você souber vender, se você tiver algum valor. Por exemplo, tem a rádio 003 de Londrina, e tem a Jovem Pan, e tem a Mix e tem a Metropolitana. A primeira você não ouviu falar, as outras você conhece, em qual você vai apostar? Nas que já são conhecidos, as que já têm algum valor, as que já têm algum respeito. Não que a outra não seja importante, mas a que já tem valor e já tem respeito e já está estabelecida, ela consegue vender muito mais. Então, o impacto econômico que isso tem é, ai é que está o negócio, na medida que você tem que se esforçar para produzir alguma coisa boa e relevante e que vai te gerar valor, assim como a Metropolitana tem, assim como não sei quem tem, e tem equivalentes a uma Metropolitana no meio do podcast, tem gente com tanto valor quanto uma rádio, né? É tão sólida quanto uma rádio. Isso é fruto do que ele conseguiu produzir enquanto conteúdo, quanto público, e não sei o que, não sei o que... Então, não é que essas mídias sociais sejam menos importantes e tenham um impacto econômico menor, eu acho que isso é proporcional ao que o cara conseguiu construir. Meu trabalho hoje é levar uma coisa relevante e gerar valor. Você só vai conseguir vender alguma coisa na medida que as pessoas confiem em você, na medida em que você gera valor. É proporcional ao que a pessoa consegue fazer. Se eu confio em você, eu compro seu produto, se eu não confio, eu não compro. Tem que saber vender, tem que ser útil e gerar valor.
COMMUNIS – O senhor acha que o rádio pode ser substituído por completo com os avanços das mídias de áudio, como “streaming, on demand e rádio on-line”
Ederson – Não, porque eu acho que tem público para
tudo. Tem público que ouve rádio AM hoje ainda, tem público que ouve rádio FM, tem público que assiste o SBT, tem gente que assiste a Cultura, tem gente que ouve a Nativa, então, tem público para tudo. Tem um público mais conservador no sentido de informação mesmo, um público mais conservador que ouve e confia na informação que vem do rádio, esse cara jamais vai ouvir um podcast para se informar, por mais que seja um podcast de notícia. Então, assim como o rádio não substitui o jornal físico, assim como o ebook não substituiu o livro físico, então, eu acho que não vai acabar.
Advergames: a publicidade do mundo geek
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ão é novidade que os jogos vêm ganhando força a cada ano que passa. Crianças, adolescentes ou até mesmo adultos são seduzidos a esse tipo de passatempo. Isso acontece porque quem tem contato com os games desde cedo, acaba consumindo em todas as fases de sua vida e quem tarda a conhecer também adquire uma leve dependência A ciência nos diz que isso é fruto de nosso cérebro, que libera um neurotransmissor chamado dopamina, nos causando uma breve sensação de felicidade e prazer, com isso, acabamos nos rendendo a um ‘’replay’’ e buscamos novamente através dos jogos, que se torna um vício e parte de nossas vidas. Desta forma, se entende o porquê do sucesso dos Advergames como meio de divulgar uma marca, nada mais inteligente do que inserir a publicidade no momento de descontração de um público-alvo. É visível o crescimento gigantesco dessa indústria, não só em palavras, mas também em números. Atualmente e com base em uma pesquisa realizada pela WePC, já são aproximadamente 2,5 bilhões de consumidores da mídia de games ao redor do mundo.
Os jogos já lucram mais que indústrias cinematográficas e aproximam pessoas de todas as idades e personalidades através de suas versões On- line. Empresas e marcas não poderiam ficar de fora e assim foi criado as propagandas em games, os famosos Advergames. Nada mais são que jogos em que dependendo da quantia que a empresa esteja disposta a investir, poderão carregar sua marca de forma sútil ou descarada. Podemos dividir esses investimentos em três níveis, começando pelo Associativo, o mais leve e mais barato e não tão eficaz dependendo da imersão do jogador. Esses são as placas, outdoors, mensagens referenciando as marcas dentro do jogo. Em sequência temos o nível Ilustrativo, que tem mais força para atingir o target que o anterior, já que a marca interage com o jogador, em exemplo podemos usar o jogo “GTA” em que você pode entrar em um restaurante para restaurar a vida do personagem. E finalizando com o terceiro nível, o Demonstrativo, que é o mais caro de todos os três, mas o mais eficaz, em que a marca aparece a todo o momento, como foi feito em “Pepsi Man”. As mídias sociais também podem ajudar na hora de promover um Advergames, visto que a possibilidade de se compartilhar de uma pessoa para outra é bem maior. Os resultados em jogos, promoções, dados coletados ajudam a levar a informação de uma pessoa para outra, e principalmente chegar em pessoas que estão realmente interessadas na pauta.
Em aplicativos para celular, geralmente, o advergame é feito de forma muito menos agressiva, sempre procurando deixar a propaganda em segundo plano, algo em que o jogador acabe por nem se incomodar que está lá, é ai que ela se torna positiva e eficaz garantindo que o utilizador voltará para o jogo. Jogo “Pepsi Man” Foto: Kathleen Rodrigues 11
Foto: Anna Ribeiro Usar o Advergame como um meio de marketing de conteúdo é bastante comum, e quase sempre atinge o público-alvo, além de chegar em todas as idades, classes sociais e sexo é bem simples de transmitir uma mensagem, que muitos considerariam um assunto ‘’chato’’ de uma forma criativa e inteligente, como fez o Mcdonalds, usando o advergame “Global Gladiators”. Um jogo em que dois garotos são transportados para uma história em quadrinhos, que o lugar está completamente poluído, a missão dos protagonistas é de exterminar a poluição usando armas de ketchup e mostarda. Com isso, a marca se reforça a todo momento e em qualquer horário, aumentando o tempo de exposição da propaganda. A parte mais inteligente desse marketing é que no fim de cada fase, o jogador recebe um vídeo educativo sobre coleta seletiva. E durante a jornada dos dois aventureiros, é visto um diálogo sobre a preservação de florestas e reciclagem. Como resultado, o jogo se tornou viral e completamente
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educativo para crianças e adolescentes, elogiado por ONGS e até mesmo o Greenpeace, rendendo bastante pontos positivos e lucro para o Mcdonalds. Em recompensa foi notado o aumento, conscientização e fidelização dos clientes, que começam a ver a marca não apenas como uma rede
alimentícia, mas também uma empresa humanizada e preocupada com o meio ambiente e as próximas gerações. Foi uma ótima alternativa de propaganda e sobre um assunto que talvez em uma outra mídia, poderia não ter tido tanto sucesso e atenção, já que são momentos em que o público-alvo não estaria tão imerso como em um game, que exige mais atenção e concentração, e o anúncio passaria despercebido ou seria ignorado. Assim, é notável como os publicitários podem se apropriar do Advergame como um meio de fugir do comum, e garantir a comunicação com seu público de uma forma mais interativa e eficaz, pensando em uma pauta a ser inclusa discretamente dentro de um jogo e, dessa forma, tornar-se viral naturalmente, com uma redução de custos e aumento de lucros.
GLOBAL GLADIA TORS
Anna Ribeiro.
Legenda
De voz e vez NAS MÍDIAS OO
H
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o Brasil é evidente a depreciação em relação a causas sociais, porém quando o assunto é tecnologia e meio digital o cenário é outro. É inaceitável que em um país tão desigual e arcaico a sociedade patriarcal possa ser usada a palavra “desenvolvimento”, pois, nós mulheres, em pleno século XXI vivemos a cultura do medo. Então, por que fato tão revolucionário como as mídias de massa, não nos dá voz e a devida importância? A mídia OOH tem crescido e, desde então, tem feito parte do dia a dia da população, trazendo conectividade das pessoas com a cidade, pois diferente de outros veículos que recebemos, não podemos bloquear um outdoor ou relógio de rua. Indubitavelmente, somos capazes de reter, com facilidade, os estímulos visuais que recebemos, assim, campanhas explícitas de conscientização a violência doméstica, seriam de grande impacto, como foi feito pela Federação Inglesa Women´s Aid, a mensagem apresentada era: “If you can see it, you can change it” (“Se você pode ver, você pode mudar isso”), dessa forma, existe um impacto que vai durar mais que o tempo de exposição na rua. O Brasil ocupa o 5º lugar no ranking mundial de Feminicídio, fato que sempre aconteceu mas existia vergonha, as mulheres sempre se culpavam pelo ocorrido, devido ao encorajamento para serem feitos relatos os casos aumentaram, de forma assustadora. Durante toda a história, foi relativizado e naturalizado atitudes e comportamentos agressivos dos homens, violência física, psicológica e sexual. Existem diversos motivos pelos quais as mulheres se calam diante estas atitudes, sendo eles, dificuldade na busca por ajuda, visão idealizada, crença na violência temporária, dependência emocional, sentimento de culpa, medo diante ameaças, autoestima
às mulheres bombardeada, interpretação religiosa, escassez de recursos judiciários, delegacias de atendimento especializada, muitas vezes, não funcionam em plantão, sendo que a maior parte dos casos acontece, à noite, aos finais de semana, e o maior descaso notado é a demora das medidas protetivas. Desde a antiguidade, a mulher é desmoralizada, é inadmissível o estigma do machismo, ao olhar as protagonistas da história, literatura e quadrinhos, percebemos isto. A rainha do Egito, Cleópatra tem sua figura associada à sensualidade, está envolvida a ideia de objeto de cunho sexual. Nas histórias em quadrinhos, quando as mulheres em uma superexposição, muito comum, extremamente sensuais.
Foto: Kathleen Rodrigues
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Na literatura, Jorge de Lima relata a conotação de papel social e sexual da mulher, como no seguinte poema: “Para não apanhar mais, falou que sabia fazer bolos: virou cozinha. Foi outras coisas para que tinha jeito. Não falou mais. Viram que sabia fazer tudo, até molecas para a Casa-Grande. Depois falou só, só diante da ventania que vinha do Sudão; falou que queria fugir dos senhores e das judiarias deste mundo para o sumidouro” A violência é democrática. Atinge várias etnias, faixas etárias e classes sociais. Por isso, campanhas OOH tem um impacto especial, pois ocupa o espaço ativo, onde não existe escolha e direcionamento de público, todos que passam por um outdoor tem livre acesso, as pessoas ficam mais atentas e receptivas a mensagens. Além do fato de que não há melhor meio para liderar essa mudança democrática, acessível e incorporada ao ambiente urbano. Marcas estão usando sua influência para moldar espaços urbanos ao redor do mundo, assim, reconhecendo a importância dos efeitos sociais da publicidade na percepção de gênero.
Por conseguinte, está claro que as mulheres precisam de voz e atenção nas mídias de massa, para que por meio da interação a mensagem apresentada tenha o impacto preciso. Um Outdoor tem como medida padrão 9x3m. Então você só não vê se opta por esta opção, se a violência existe pode se intensificar, são em casos como este que devemos “meter a colher”. Todos podemos contribuir para a divulgação da legislação, políticas públicas de estado que devem ser Laico, ou seja, sem direcionamento religioso e atendendo a pluralidade de possibilidades, e tendo como exercício de cidadania, podemos auxiliar a reduzir uma série de fatores. Carolina Pirillo.
Foto: Carolina Pirillo
Avon e Natura possuem campanhas de apoio às mulheres vítimas de violência doméstica, em 2019 o Instituto Avon promoveu sua primeira campanha intitulada “Você não está sozinha”, distribuída em cem painéis de mídia out of home na Avenida Paulista. Foram sete textos diferente, todos baseados em histórias reais, o que chamava atenção era a narração feita por vários objetos, representando testemunhas presentes no ato da violência.
Pensando no presente momento de quarentena, Natura e Avon entraram em parceria no combate a violência doméstica, que muitas mulheres estão enfrentando neste momento de isolamento social, o que dá nome a campanha #IsoladasSimSozinhasNão. Através de projeções de mensagens em diversos pontos do Brasil, buscam criar uma rede de apoio entre vizinhos, amigos e familiares, fornecendo informações para que saibam como proceder. Com nossa voz exposta nas mídias de massa, nos lembramos do fato que precisa estar exposto e causar o mínimo de empatia, a final, os índices de morte são altos e crescem a cada dia, enquanto você lê este artigo, uma mulher pode ter sido morta vítima da violência
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