Nathalie Leonello ▲
DESIGN TELEVISIVO
São Paulo Dezembro de 2012
Presbiteriana Mackenzie
Universidade
Leonello de Oliveira
Nathalie
DESIGN TELEVISIVO
T
Trabalho de graduação interdisciplinar apresentado à FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO da UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE , como requisito parcial para obtenção do título de DESENHO INDUSTRIAL - HABILITAÇÃO EM PROGRAMAÇÃO VISUAL
Teresa Denser - orientadora
Prof. Maria São
Paulo
2012 3
4
AGRADECIMENTOS Agradeço, À minha Mãe, por me ensinar as trajetórias e levar o mundo de uma maneira bela. Ao meu Pai, por muitas vezes fazer eu querer ser a pessoa espirituosa que você é. À minha irmã, por dividir 23 anos de muitas alegrias. Vocês sempre serão meu exemplo de vida. Ao meu amor, Fábio, por saber as palavras certas. Por acreditar em mim, por estar ao meu lado e mostrar tantos caminhos. Pela cumplicidade única, agradeço por estar aqui. À minha orientadora, Teresa Denser, por brilhantemente me orientar, pela oportunidade de ter os ensinamentos de verdadeira mestre e abrir sua casa para me receber. Fico feliz de ter sido sua orientanda (e amiga), você é um exemplo profissional que trago comigo.
Aos amigos e ao professor Arthur Verga por acompanharem e pela disposição e ajuda. E finalmente, ao pessoal do SESCTV por sempre responderem meus email e dúvidas e à todos que contribuiram de alguma maneira com o projeto.
5
] RESUMO ABSTRACT
O presente Trabalho de Conclusão de curso tem como objetivo pesquisar e desenvolver linguagens do design gráfico para a plataforma televisiva. Mais específicamente, o projeto agrega volume teórico sobre o comportamento do design na TV, e principalmente nos canais culturais, que são o foco do estudo. E também os volumes práticos criados. Foi, então produzido um pacote gráfico temático para o canal SESCTV, resultante de todo processo de "projetar". A finalização do projeto implica em seguir a linha de pensamento gráfico televisivo e contribuir para o debate e estudos da área. This Work Completion course aims to research and develop languages of graphic design for television platform. More specifically, the project adds volume on the theoretical behavior of the design on TV, and especially in cultural channels, which are the focus of the study. And also the volumes created practical. It was then produced a themed graphic package for the channel SESCTV resulting from any process of "designing". The completion of the project involves the following line of thought graphic television and contribute to the discussion and area studies.
6
Design Televisivo â–˛
INDICE
8
INTRO
DUÇÃO Página 12 A 15
1.
DESIGN TELEVISIVO
2.
PONTUAÇÃO GRÁFICA
3.
SESCTV
4.
ROTEIRO DE PROJETO
5.
PROJETO
Página 16 A 23
Página 24 A 39
Página 40 A 53
Página 54 A 71
Página 72 A 113
CON
CLUSÃO Página 114 A 115
BIBLIO
GRAFIA Página 116 a 117
9
10
11
Design Televisivo ▲
INTRODUÇÃO
12
COMO
o design ajuda a sustentar a identidade cultural de um país, bem como suas diversas formas de manifestações que dialogam, através da Televisão – um dos veículos mais poderosos de mídia? Esta é a problemática adotada neste projeto: como dialogar e informar no ambiente televisivo, através do design, pensando principalmente na visão do telespectador. Entende-se aqui como ambiente televisivo um espaço irreal que se inicia ao ato de ligar um aparelho televisor, e apartir deste ato, mover-se a outra realidade através da concentração empregada em assistir o que está sendo emitido pelo aparelho, e assim estar em um novo ambiente, o da própria Tv. Como podemos ver em Videografias Invisibles, de Villarcorta, no capítulo Habitat (Midiático): “(…) a poética nascida do emprego experimental do meio digital provoca a aparição de dimensões visuais que a consciência enfrenta como experiências próprias de uma realidade diferente.” A televisão é uma poderosa ferramenta de comunicação, e este projeto não irá discutir a questão ética, ou temática dos canais. Mas como podemos usar este ambiente, como podemos inovar este habitat, quais são as possibilidades diante as qualidades deste tipo de veículo. Sendo assim, será escolhido um "canal cultural" (canal não comercial de conteúdo cultural), onde o projeto possa ter os limites necessários para criação acadêmica, mas que também faça parte da idéia como um todo: falar de cultura através do design. Para isso, algumas etapas de projeto serão definidas: primeiro, o principal foco de design do projeto será criar vinhetas de identidade para o respectivo canal. Segundo realizar adaptações necessárias para o logo e demais componentes do canal, para que estes, juntos, criem uma nova linguagem baseada no design gráfico e suas vertentes atuais como o motion graphics e o vídeo. A televisão vem nessa década atingindo um novo patamar, pois fixará seu local de visão diante ao público, que se transforma. Hoje, há uma dualidade de opiniões, algumas pessoas ainda são totalmente receptivas perante a máquina, os canais e as programações de tv, enquanto outras já não aceitam tão bem estes moldes e padrões adotados, principalmente no Brasil.
13
O importante é que nos abre, aqui, uma grande porta: a de que a televisão poderá se modificar. E provavelmente irá mesmo. É possível e é interessante pensar neste aspecto mutável da TV, pois ela nos dispõe a coisas que talvez não procuraríamos de espontânea vontade. A TV esta dentro da casa dos brasileiros, e o brasileiro poderá permitir um novo eixo de visão. Exemplo? MARIATÉGUI E VILLACORTA nos descrevem esse eixo da seguinte maneira; “A experiência do consumo televisivo se converte num dos principais eixos de referência para filtrar um acúmulo de narrativas, sem que nada seja rejeitado a priori: a história pessoal, familiar podem ficar entretecidas na história do terreno de ação – geográfico e social – e ambas podem ser reveladoras de uma dimensão política” É preciso pensar no necessário para este ambiente em questões focadas no design, principalmente as vinhetas, objeto de estudo desse projeto, transformando assim o ato de assistir televisão, nestes canais,em algo proveitoso e prazeiroso, além de conter carga cultural e de identidade. Villacorta explica novamente no capítulo; "Exercícios contra o esquecimento", que: “A televisão é na atualidade uma força vital para determinar nossa cultura, nossos valores e até nossas fantasias. Na América Latina, onde mais da metade das famílias, inclusive as mais pobres, têm um aparelho de televisão em casa, esta se converteu num meio contaminado por uma corrupção estrutural.” Em suma, a base da abordagem geral desse projeto consiste em um deisgn televisivo, focado em produção cultural e pesquisa desse ambiente. Usar do design para criar um ambiente imagético através das linguagens visuais e simbólicas do pacote gráfico do canal escolhido.
14
Design Televisivo ▲
1. DESIGN
TELEVISIVO
A questão
da Identidade Televisiva, vem sendo cada vez mais estudada no campo do design. Para que se comece a analisar o design, é importante que sejam separados os modos de se fazer televisão, que a priori, são dois: o comercial e o não-comercial. Partindo do inicio é necessário que se fale em identidade. De fato, pode-se pensar que a identidade televisiva funcione como uma identidade corporativa de uma emissora, visto que as emissoras hoje estão dentro de um sistema e funcionam como objetos de consumo entre telespectadores e no caso de emissoras comerciais as questões de identidade estão resolvidas no campo de design e suas metodologias, já que o branding, avalia o mercado e concorrência construindo uma proposta que contribua para a melhoria da emissora. Segundo Ponte e Niemeyer: A identidade televisiva é a identidade coorporativa de uma emissora de televisão. Composta pelas vinhetas interprogramas de identidade, também chamadas de vinhetas on-air, transmitidas nos intervalos comerciais, essa peça de design audiovisual tem por função identificar o canal, organizar a programação e, principalmente, transmitir os conceitos de marcada emissora. Sob a lógica de mercado, a identidade televisiva visa gerar identificação com o telespectador, a fim de garantir audiência da programação. (PONTE, Raquel; NIEMEYER, Lucy, artigo, p.1)
No caso de TVs de rede aberta ou a cabo comerciais, o design de mercadológico e o branding constroem uma identidade eficiente para suas necessidades, a Rede Globo, por exemplo, detém um formato comercial, que se baseia em patrocínios e em alto volume de audiência com o interesse de manter os patrocinadores, seu design televisivo, criado por Hans Donner, é formatado baseando- se na eficiência dentro dos objetivos da emissora e de seu público-alvo. A questão é quando uma emissora se propõe a ter um novo tipo de programação que possua, por exemplo, uma preocupação com as artes e cultura e que não seja dependente de patrocinadores ou venda de produtos. Como pode-se resolver a questão de construção de identidade, quando essa emissora entra em concorrência de audiência com emissoras de rede aberta ou comerciais? Entende-se que uma emissora de teor cultural e que não seja comprometida com patrocinadores ou venda comercial de horários, possua um tipo específico de identidade e programação. O que vemos no cenário brasileiro hoje, de canais como o SESCTV, é cada vez mais a experimentação da linguagem da televisão buscando programações
17
com outros ritmos, por exemplo programas documentais que são muito mais ligados ao ritmo cinematográfico do que ao ritmo de programas de entretenimento dos grandes canais comerciais. No caso de canais não-comerciais, de teor cultural, que sejam mais experimentais, pode-se propor um design também cultural, como uma outra metodologia de criação. Pois as “emissoras culturais” têm uma forte abertura a ser explorada em questões de desenvolvimento de novas linguagens e processos, isto porque elas ainda estão firmando um espaço no Brasil, e se baseiam em processos experimentais dentro da linguagem da televisão, o que pode ser bastante explorado no meio do design. Assim como são exploradas as novas linguagens para exposições de museus, cartazes sociais, ou de vinhetas no cinema, que sempre mantém uma certa “experimentação”. Segundo Cardoso, essa mudanças de aparências tornam-se necessárias, para compreensão do público: “De modo corolário e complementar, muitas vezes é preciso mudar as aparências para que os significados permaneçam estáveis.” (Cardoso, 2012, p.88) ''O desafio conceitual é manter constante a identificação do usuário com o produto e suas qualidades presumidas. (Cardoso, 2012, p. 90)''
No caso das emissoras culturais, podemos pensar nessa abertura de “significação” como uma intensa ligação às artes e ao conhecimento. O autor McLuhan (1998) afirma a linguagem televisiva incentiva a criação em paralelo ao mundo da arte e do entretenimento. Para uma emissora cultural manter seu espaço, outros fatores além de sua programação fazem diferença no mundo de hoje, para que seja interpretada corretamente sua visão como ambiente. Seu pacote gráfico de logos, vinhetas institucionais e derivados tem que a primeiro momento transgredir a ideia ao telespectador. E a criação neste ambiente ter coerência com seu conteúdo, tornase hoje indispensável para que seja atrativa aos telespectadores, diante ao aparecimento de tantos canais e difusores. Ou seja, no caso de uma emissora cultural, é válido que se pense em design como cultura.
18
Isso porque quando uma emissora entra ao ar, ela automaticamente entra em uma espécie de competição, seja comercial ou não. A TV como forma de expressão está pouco difundida no ambiente comercial de hoje, mas ela ainda assim, participa deste meio “competitivo”, porém não sendo dependente de fatores externos. A primeira ambientalização do público ao canal é uma espécie de simpatia às suas ideias. E este primeiro contato, é feito pela identidade televisiva. São elas as responsáveis por divulgar em alguns segundos o pensamento do canal. Então um fator competitivo dentro do ambiente televisivo destas emissoras, seria pensar em sua identidade como cultura e como um novo processo experimental para o suporte da televisão. Esta identidade que pode se relacionar, pelo conteúdo da emissora às produções artísticas e culturais brasileiras, pode ser construída com novos moldes televisivos. ''Resta indagar: como se constrói a identidade? Sem dúvida a memória é um mecanismo primordial para este fim. A identidade baseia-se na memória: eu sou quem eu sou porque eu fui quem eu fui. (Cardoso, 2012, p. 91)''
Cartazes Prêmio de Design, Museu da Casa Brasileira, edições 19, 20, 25 e 29
19
20
A Importância
do design televisivo como identidade cultural e brasileira
“Em incontáveis ocasiões recentes, a memória atingiu publicamente, contornos de atividade social que idealmente é um concerto de vontades com o objetivo de alcançar o que é percebido como um bem coletivo: reconstruir uma passagem no tempo, um ato cultural em que se constata o que se perdeu e se consolida o que fica para não se perder também. (…) A comunidade percebe a visão de seu passado como indispensável para construção de sua imagem futura.” (VILLACORTA; MARIÁTEGUI 2001, pág. 19)
Exercícios contra o esquecimento, é um “termo” dado por Jorge Villacorta e José Carlos Mariátegui, para falar de memória. A interpretação também pode ser dada à bens intelectuais coletivos, e principalmente, dessa memória no Brasil. O design constrói uma artéria na identidade do país, e no ambiente televisivo brasileiro, o que faz parte, de forma positiva ou negativa, a um exercício à memória. Segundo Flusser , filósofo do design: “(…) quem se interessa por nosso tempo deveria em primeiro lugar analisar criticamente as fábricas atuais”. O poder de subversão do design, está em tudo que fabricamos, claramente podemos notar desde o design construtivista, a Bauhaus, a escola de Ulm, até os cartazes de movimentos anarquistas, de exposições e bienais, as propagandas, as capas de cds, os postêrs pós-modernos. Tudo no design carrega uma mensagem de alto teor de informação, isto é, de memória. Quando falamos em design, falamos também de dois fatores muito importantes: o primeiro é o de se relatar o que acontece no mundo atual, segundo Milton Glaser, “desenhar sempre tem sido uma maneira absolutamente primordial de encontrar a realidade”, isto para o design
21
significa relatar em coisas, em expressões, em símbolos e leituras. Sendo assim, o design está dentro de um contexto temporal, e principalmente ligado à expressar o que é o mundo em que vivemos. O segundo fator é o de resgatar o que foi vivido em mundos passados, para fins de uma memória. E esta memória nos revela quem somos. Segundo Rafael Cardoso: “Há todo um vasto universo de objetos pertencentes às categorias de “mementos” e “memorabilia”, que acabam passando das gavetas, armários e estantes de cada um para brechós, sebos e antiquários, e daí para arquivos, museus e bibliotecas, que são os grandes repositórios das fontes documentais das quais é extraída nossa história.” (CARDOSO, 2012, p.76)
Revela-se aqui, a importância do design - no meio televisivo - como memória. Através do design nos localizamos assim como atingimos nosso ambiente temporalmente. E a memória é algo fundamental para que se reflita sobre sociedade e ambiente em que vivem os indivíduos. Segundo Villacorta e Mariátegui: A memória vira assim, em certo sentido, uma empresa flexível que se expande de acordo com as necessidades de uma sociedade em busca de fragmentos esquecidos, para um espécie de escrita compartilhada de um momento - ou momentos - de sua história..” (VILLACORTA E MARIÁTEGUI, 2008, p.19)
E ainda, o resgate deste design é tão importante quanto às novas criações do mesmo: Descobrir a importância do meio televisivo motivou a modificação da realidade “recriando-a” e decompondo-a para conseguir um novo olhar: o que nossa visão cotidiana não nos permite “ver”. (idem)
Para então que o design televisivo se torne de relevância cultural, podemos comparar aos setores de design interligados às artes, cinema, literatura, etc. Enquanto linguagem, o design para esses meios, possui uma característica, de que o design televisivo para emissoras culturais também pode se possuir. E essa linguagem é a responsável por modificar o que se é transmitido, no caso, como transmitir a ideia de uma emissora cultural pode ser comparada em como se emitir
22
a ideia de uma mostra de cinema, ou de uma exposição de arte. Linguagem essa que não é a mesma, por exemplo, de um salão de automóveis, ou de embalagens de produtos comercializados.
23
Design Televisivo ▲
2. PONT
UAÇÃO GRÁFICA
24
A QUESTÃO
do zapping
Telespectadores têm como hábito ZAPEAR, o que nada mais é do que mudar de canal, procurando algo que mais lhe agrade, ou ainda procurando algum canal ou emissora em que ele possa assistir à programação específica que lhe convém naquele momento. O design atua como peça fundamental no zapping, já que, na maioria das vezes ele é uma prática de intervalos dos programas. Ou seja, o design atua como localização, para o telespectador saber onde se está pelo logo, marca d’agua e tarjas, e no caso das vinhetas funciona como atrativo a mais. ''Tanto na TV aberta quanto na fechada, o zapping é um procedimento comum por parte do espectador. A programação da televisão aberta é gratuita e, no caso da fechada, paga-se por um conjunto de canais e não por emissoras individualmente. O assinante passa a ter disponível uma gama de emissoras que ele pode ir testando, já que, por ser a televisão um serviço, o consumo ocorre durante a apreciação do programa. A fim de manter o público para uma próxima atração, a identidade televisiva primeiramente cumpre a função de anunciar a programação, de forma a aumentar a curiosidade do espectador. As vinhetas on-air apresentam não só a grade para os que já estão sintonizados na emissora, como para aqueles que, zapeando, acessam o canal durante o intervalo comercial.''(PONTE, Raquel; NIEMEYER, Lucy, p.4)
A identidade televisiva, é o cartão de visitas da emissora, é seu aspecto simbólico enquanto marca. Ou seja, a identidade televisiva é um signo. Segundo Santaella e Ponte: “Podemos perceber que a identidade televisiva pode ser compreendida como um signo, uma vez que ela representa os valores de marca de um canal de televisão – seu objeto. Ela medeia a relação dos telespectadores com o conceito da emissora, que, por também constituir um signo, torna esse processo semiótico uma semiose genuína.” (NIEMEYER; PONTE, artigo, p.6)
Dentro da identidade televisiva então, é importante, quando
25
fala-se em televisão, pontuar dois tipos de design: o design implicito e o design explicito, pois são eles que constroem a identidade televisiva.
O design
implicito
O design implicito, é o design que está “escondido” na linguagem da televisão, ou seja, aqueles que são dados com as atmosferas dos programas, por exemplo em questão de ritmo, quando falamos em emissoras que têm conteúdos culturais e artísticos, falamos em ritmos mais próximos ao cinema, às artes, transformando a identidade do canal de forma mais implicita, como o próprio nome sugere. Enquanto cortes, enquadramentos, cores, a linguagem implicita que se destaca na televisão são as estereotipias. A estereotipia dos canais nesse caso, torna a comunicação muito eficaz, tratando-se principalmente deste design implicito. Segundo Denser, esta estereotipia, vem da sintetização da forma, e podemos entende-la da seguinte maneira: ''Neste caso a sintetização da forma, que é um recurso criativo, pode sofrer ao que chamamos de “formas estereotipadas” para se obter uma comunicação mais eficaz visto que, como define Adreson (2005) estereótipos são resultado de “um processo de categorização daquilo que a mente julga importante ser lembrado depois. O tipo (molde, modelo) torna-se estéreo (constante) e a comunicação ganha impulso. É necessário para que a comunicação ganhe esse impulso, da utilização do molde, do modelo, pois quando a intenção é a forma da ação, o estereótipo permite uma comunicação mais imediata, que associada a outras combinações criativas, pode encontrar a originalidade.'' (...) (DENSER, tese, p.36)
Vejamos aqui o caso da MTV, como exemplo, que é um marco de linguagem televisiva. Seus programas (que têm o design implicito) dialogam totalmente com suas vinhetas. E sua esterotipia, baseada nos jovens contemporâneos. Por exemplo os apresentadores são esteriótipos e simbolos jovens, que são inspirados em tendências contemporâneas do jovem de hoje. Todo este diálogo entre linguagens estereotipadas é o que faz o
26
canal ter identidade através do design implicito.
Frames da programação da emissora MTV Brasil
O design
explicito
O que acontece com o design explicito é caracterizar exteriormente as idéias da emissora enquanto símbolos e signos visuais. São produções própriamente gráficas que transmitem a liguagem ao emissor de maneira objetiva e sintética, mas que está na forma e não sob a forma.
Logo O logo é o sumo das ideias da emissora, a marca representativa oficial. É o primeiro a ser notado pelo telespectador que quer saber em qual canal está, ou que deseja estar. Quando o telespectador quer procurar um canal, ele se localiza pelo logo. Ele pode ser representado como marca d’água, que fica o tempo todo em tela, quando a programação não está em intervalo, por exemplo, geralmente fica no canto superior esquerdo em pequena escala para não interferir no conteúdo. Assim o telespectador localiza o logo a qualquer momento, sabendo em que canal está. Geralmente com as marca d’água também ficam as tarjas, são símbolos também de localização, mas são específicos para a programação, inserindo assim, os programas dentro da identidade da emissora e localizando o receptor mais especificamente: você
27
está neste canal, e assistindo à este programa. O logo também é representado como “encerramento”, que é quando ele aparece nos finais de programas e vinhetas.
Logo do canal Cultura
Logo do canal Cult
Vinhetas O design gráfico enquanto vinheta, tem papel fundamental para uma emissora. Trata-se que a vinheta é um momento histórico, temporal e social em que passa tanto a TV como seus receptores. E também atua como linguagem simbólica do que significa a emissora naquele momento para atrair seu público. Segundo Aznar: “As emissoras de TV, para garantirem seu ibope e, cada vez mais preocupadas com o fator espetáculo, vão em busca de estratégias visuais já utilizadas por outros meios de comunicação, como vinheta, adaptada à televisão e que a ela deve parte de seu sucesso. Desta forma, vinhetas são fantasias visuais que estão presentes no vídeo, levando aos telespectadores momentos de emoção, ação e criações artísticas.” (Aznar, 1997, p.51)
No caso de uma TV cultural, podemos ainda mais notar a significação da vinheta como ruptura de conceitos, pois a vinheta inclui uma parcela de produção própria, ou seja de criação do próprio canal, onde ele pode se expressar e mencionar referências, conceitos e linguagens que acha coerente. A vinheta é uma forma de expressão do canal. Segundo Santaella e Ponte: “A escolha entre por um determinado tipo de imagem nas vinhetas se dará de acordo com a mensagem que a
28
emissora deseja transmitir e com o público o qual deseja se comunicar” (NIEMEYER; PONTE, artigo, p.9)
Porém o entendimento da vinheta é amplo e relativo, e depende muito de quem assiste e como assiste, segundo Azner ainda: “A estas alturas estamos no terceiro e último nível da linguagem, que é aquele que diz respeito ao repertório do receptor da mensagem. Mas o repertório não varia por acaso, a olho, de pessoa pra pessoa; ele depende da vivência e da cultura de cada um, e a cultura depende da faixa socioeconômica em que se situa o receptor, ou seja, a pessoa em questão, pois a formação e a informação custam esforço e dinheiro. A questão seguinte é a de saber se, e em que nível, ela tem qualidade ou inova em alguma coisa. ” (Pignatari, sem data, p.15 apud Aznar, 1997, p.133)
Concluí-se então que esta parte criativa e de expressão das vinhetas é relativa e a escolha das linguagens não deve se restringir apenas a projeções utópicas ou desvinculadas de sentido. São duas as principais classificações das vinhetas televisivas, que interessam ao projeto: Vinheta Institucional ou interprograma: “(...)Existem também as vinhetas interprograma, ou seja aquelas que dão valor ao logotipo da emissora, geralmente feitas com desenhos animados em torno do símbolo da rede, ligando um programa ao outro.” (Manual de TV, sem data, p.172 apud Azner, 1997, p. 116)
Vinheta de chamada: que são vinhetas que informam sobre a programação, por exemplo, os horários ou próximas atrações.
Frames da vinheta noturna do canal Cultura
29
Frames da vinheta do canal Cult
Design
Sonoro
O design sonoro também atua como um sinal de reconhecimento do canal, como uma “marca registrada” que se mantém no imaginário e memória do telespectador. É o caso do famoso “plim plim” da rede Globo. O design sonoro pode ser criado de diversas maneiras, pois ele nasce juntamente com as vinhetas na era do rádio. É importante que o design sonoro também dialogue com a linguagem e formato da emissora para que se crie uma identidade eficiente.
30
▲
TELE
VISÃO
A linguagem
gráfica da Televisão
A plataforma gráfica da televisão A televisão já criou gerações. Hoje ela atua como primeiro contato aos veículos de mídia. As crianças, praticamente, já nascem com os olhos na tela. Não à toa, a TV vem sendo tema de debate desde sua origem. McLuhan (1998), coloca que os meios de comunicação são uma extensão do homem, e afirma que “os homens logo se tornam fascinados por qualquer extensão de si mesmos em qualquer material que não seja o deles próprios”. Ele explica como os meios agem em nossa cultura: “Numa cultura como a nossa, há muito acostumada a dividir e estilhaçar todas as coisas como meio de controlá-las, não deixa às vezes, de ser um tanto chocante lembrar que, para efeitos práticos e operacionais, o meio é a mensagem. Isto apenas significa que as consequências sociais e pessoais de qualquer meio – ou seja, de qualquer uma das extensões de nós mesmos – constituem o resultado do novo estalão introduzido em nossas vidas por uma nova tecnologia ou extensão de nós mesmos.” (McLuhan, 1998, p.21)
A televisão portanto, se comporta como uma extensão do ser humano e está enraizada em nosso cotidiano. McLuhan (1998) coloca ainda uma subdivisão nos meios de comunicação como meio quente - “aquele que prolonga um único
31
de nossos sentidos e em alta definição” e completa que “de outro lado, os meios quentes não deixam muita coisa a ser preenchida ou completada pela audiência” - e os meios frios - aqueles de “baixa definição” ou que fornecem pouca informação, como a fala, que segundo o autor “é um meio frio de baixa definição porque muito pouco é fornecido e muita coisa deve ser preenchida pelo ouvinte”. Sendo assim, McLuhan (idem) classifica a TV como um meio frio: “Um meio frio como a TV, quando bem empregado exige este envolvimento no processo”. Graficamente o aspecto de considerar a televisão um meio frio, implica por exemplo nas criações baseadas para baixa definição, por exemplo os cenários, que não precisam ser perfeitos ou locados, como os do cinema, para que sejam transmitidos ao público, pois concluindo assim que o público “completa” a informação gerada pelo meio frio. Segundo o autor ainda: “O meio frio da TV incentiva a criação de estruturas em profundidade no mundo da arte e do entretenimento criando ao mesmo tempo um profundo envolvimento da audiência.” (McLuhan, 1998, p.350)
Imageticamente, na época de McLuhan a TV era analisada como: ''O modo de imagem da TV nada tem em comum com o filme ou a fotografia – exceto a disposição de formas ou gestalt não-verbal. Com a TV o telespectador é a tela. (...) A imagem da TV, visualmente, apresenta baixo teor de informação. Ela não é uma tomada parada. (...) O contorno plástico resulta da luz que atravessa e não da luz que ilumina, formando uma imagem que tem a qualidade da escultura e do ícone , mais do que da pintura. Três milhões de pontos por segundo formam a imagem chuveiro que o telespectador recebe. Destes, ele capta algumas poucas dúzias com as quais forma uma imagem.'' (McLuhan, 1998, p.351)
Como esta classificação é dada também por sua baixa definição na época de McLuahn, hoje a TV talvez possa ser considerada de outra maneira, já que hoje seu grau de definição em imagem é mais avançado – o surgimento da TV HD - e se compara à definição do cinema. Mas à isso McLuhan afirma:
32
“Se alguém perguntasse se tudo isso não mudaria, caso a tecnologia acelerasse o caráter da imagem da TV até aproximá-la do nível de dados-informação do cinema, bastaria responder com a pergunta: ‘Podemos alterar uma caricatura, acrescentando detalhes de perspectivas, luz e de sombras?” A resposta é ‘Sim’ – só que já não seria mais uma caricatura. Nem a TV “aperfeiçoada” seria mais televisão. A imagem da TV é agora uma trama mosaica de pontos de luz e sombra, coisa que a tomada de cinema nunca é, mesmo quando a qualidade da fotografia é pobre. (McLuhan, 1998, p.352)
Graficamente podemos, então, entender a TV como “chapada”, hoje, mesmo com o avanço tecnológico, um grande exemplo disto são os cenários virtuais, onde o apresentador se encontra em um fundo de cromakey monocromático e os cenários são construídos graficamente depois e colocados em cena. A questão do mosaico que o autor aponta é este aspecto gráfico da TV, e o aspecto da terceira dimensão segundo McLuhan (1998) é uma ilusão sugerida, mas “sua imagem, propriamente, é um mosaico plano, bidimensional”. Porém hoje não podemos negar que a televisão já se transformou. Tanto sua transmissão como seu método de captação, se assemelham muito ao do cinema. As vezes as mesmas câmeras que são usadas para fotos, também são usadas para o cinema e também para a televisão. E o sistema de transmissão HD torna-se cada vez mais perfeito. É o caso da novela “Avenida Brasil” da Rede Globo, que é a primeira novela captada em estilo cinematográfico, com câmeras RED (utilizadas no cinema). A recepção do público foi ótima, e todos notam a diferença. A TV por sua vez, encaminha a transmissão e “segura as pontas” muito bem, transformando a novela em um novo tipo de produção e em mais um espetáculo. Esta tendência à conjunção de todos os meios audiovisuais (cinema,TV, internet) está ainda começando, mas já é uma forte caracterísca televisiva de hoje. Portanto é extremamente necessário que se pense em um produção que esteja ligada as novas formas de produção televisiva, para que não se torne ultrapassada qualquer
33
proposta efetuada. Assim, dentro da discussão do projeto teremos dois pontos que também se intercalam e dialogam. O primeiro seria enquanto projetar dentro das novas linguagens televisivas, o segundo, em pensar o design televisivo enquanto cultura e assemelhar as linguagens do cinema e artes. Para isso, não podemos deixar de mencionar o design no cinema e as formas de criações de vinhetas para este veículo.
Vinheta
na televisão
Esta pontuação servirá como um referencial projetual do que se é produzido hoje na televisão. A questão da identidade televisiva como referencial imagético para o projeto. Principalmente para se traçar a importância entre o diálogo de logo com as vinhetas dos canais, serão dadas algumas referências projetuais do que se é produzido neste ambiente.
O canal Kommersant é um canal Russo, que surgiu a partir de um dos mais influentes jornais russos, segundo o blog Televisual, e é exemplo de inovação visual, por se tratar de um canal jornalístico e inovar o ambiente que se conheceu até então. Em entrevista ao blog (Televisual) os autores do rebrand informam que a liberdade de criação se deu pelo jornal já ser algo não-convencional e foram utilizadas mensagens que têm a ver com a cultura russa.
Frames da vinheta do canal Kommersant
34
O Canal Cult aproveitou-se da liberdade criativa que a marca lhe permite, para fazer algo diferente, mas muito adequado à linguagem do canal. Todo o pacote foi desenvolvido com a técnica dos flips books, onde foram aplicados sobre imagens captadas em tons “non sense“, para se obter uma linguagem divertida e crítica, para dialogar com o seu público de alcance. As metáforas que os flipbooks sugerem, com um “parenteses” na realidade, trasmitem visualmente um conceito adotado com o slogam: “TV or not TV”.
Frames da vinheta do canal Cult
O Canal Historia é um canal canadense que tem como pauta a história mundial. Esta identidade do canal foi criada referênciando artigos e produtos existentes de períodos principalmente entre os anos 40 e 50. A interpretação pode ser dada ao conceito de se “guardar e transmitir a história” fazendo referência por exemplo aos museus.
Frames da vinheta do canal Historia
35
▲
PLAT
AFORMAS AUDIOVISUAIS
Pensamento gráfico no cinema
Segundo Teresa Denser, o pensamento gráfico no cinema, possui uma linguagem esclarecida, analisando: “A característica essencial dos filmes que recebem o tratamento gráfico está na composição do espaço na tela e na articulação da montagem, explorando as formas gráficas bidimensionais, reforçando a linha, o contorno, ou seja, a bidimensão.” (DENSER, tese, p.15)
E destaca em sua pesquisa: ''Não se trata, no entanto, de uma investigação apenas sobre o aspecto formal do filme, mas está se considerando a forma de representação escolhida pelos cineastas(...).O que se investiga é a imagem pensada pelo cineasta, que imprime ao filme um tratamento gráfico, para que possa atender às necessidades narrativas de expressão que envolve questões de tema, gênero e propósitos da comunicação.''(idem)
O processo gráfico tanto no cinema quanto na televisão vai além de vinhetas e artes gerais. Ele está na forma, em seu sentido de criação. Segundo Tereza Denser: ” A postura gráfica, como forma de pensamento do autor, pode ser compreendida pelo próprio Murnau que entendia que a câmera deveria operar como um lápis de desenho para o diretor.” (DENSER)
Sendo assim, será necessária uma análise de alguns pontos fundamentais da criação gráfica no cinema. Como por exemplo, Eisenstein e o construtivismo russo, um dos pioneiros em explorar
36
graficamente o cinema, com seus planos e desenhos esquematizados de cenas, ele transpõe uma plataforma gráfica e visual que contém conceitos como os de forma, movimento, ação, dinamismo, agressão, entre outros aspectos gráficos ligados as simbologias do enredo. Segundo Denser, ainda: “Eisenstein também fazia uso da linguagem gráfica enquanto projetação como um meio intrapessoal, correspondendo ao conceito de pensamento gráfico definido por Laseau (1997), podendo ser constatada pelos croquis e esquemas que desenhava durante a realização de seus filmes e na formulação de suas argumentações teóricas.” (DENSER, tese)
Sendo assim, podemos ver claramente a linguagem e pensamento gráfico no cinema. Com o exemplo de Eisenstain podemos notar elementos fundamentais de design como forma, ritmo, movimento, que muitas vezes no cinema do diretor aparecem com linhas diagonais, contrastes de fundo e forma, ou seja, como linguagem gráfica. É importante pensar nesse aspecto gráfico do cinema para ser tranposto em uma linguagem televisiva que possua formas de captação (filmagens inseridas nas vinhetas), para que ela se torne gráfica também junto aos elementos do canal, como o logo.
37
AS VINHETAS NO CINEMA Ainda dentro do campo do cinema, não podemos deixar de falar das vinhetas. Elas surgem como vinhetas tipográficas de filmes mudos, para interpretação da fala humana e se desenvolve no cinema cada vez mais. Com Saul Bass, surge uma produção puramente gráfica e produzida em formato de animação que iriam se tornar a “capa” dos filmes, são as vinhetas de abertura. Estas vinhetas são símbolos gráficos do enredo do filme. Como diz, Krasner: “According to director Martin Scorcese,’Bass fashioned title sequences into an art , creating in some cases, like Vertigo, a mini film within a film. His motion graphics compositions function as prologue to the movie – setting the tone, providing the mood and foreshadowing the action.” (KRASNER, 2012, p.18)
Depois do pioneiro Saul Bass, grandes nomes foram surgindo através da criação gráfica de vinhetas para cinema. Talvez um dos mais relevantes para este projeto, seja Pablo Ferro. Isto porque a linguagem de Ferro, foi a inspiradora para futuras criações televisivas e a influencia para o “estilo MTV” de vinhetas, que hoje é um ícone: “Ferro introduced several techniques to the commercial film industry including rapid cut editing, hand draw animation, extreme close-ups, split screen montage, overlays, and hand draw type. Many designers claim that his quick-cut technique, in particular, influenced what later became known in television as the MTV style.” (KRASNER, 2012, p.20)
Além de ter sido inspiração para um dos estilos mais conhecido de vinhetas na televisão, Ferro também criou vinhetas de logo animado para a TV, o caso da NBC Peacock. O autor ainda menciona como as técnicas do cinema, mais tarde, foram utilizadas na televisão, causando assim, o que chama da maior revolução do design gráfico: ''Early cinematic techniques that were used in experimental avantgarde film and movie title sequences became adopted in television. Harry Marks, who was working for ABC, conceived the idea of the moving logo and hired Douglas Trumbull, who pioneered the special
38
effects in the film 2001: A space Odyssey (1968), to help him animate the sequence to ABC’s Movie of the Week, which captivated audiences nationwide and brought about a major graphic design revolution.'' (KRASNER, 2012, p.23)
Frames da vinheta dos filmes: Vertigo, Ocean's Eleven e A Man with Golden Arm, por Saul Bass | Abertura do filme Dr. Strange Love, vinhetas televisivas e trailer do filme Clockwork Orange, por Pablo Ferro
39
Design Televisivo â–˛
3. SESC
TV
▲
O SESC T
V
O SESCTV é uma Unidade Operacional (UO) pertencente ao SESC regional de São Paulo, conforme Jucimara, do SESC TV, informou, via contato de email: “As UO´s são independentes, ficam localizadas em diferentes espaços físicos e possuem um gerente e um gerente adjunto, porém são “subordinadas” a uma Adminstração Central. Pertencemos ao Regional São Paulo e temos como Diretor Regional o Sr. Danilo Santos de Miranda. “
Sua produção é por meio de produtoras independentes terceirizadas, de quem eles encomendam ou compram os programas. O sinal do SESCTV é distribuído gratuitamente para qualquer sistema que queira transmiti-lo, porem, isso faz com que somente seja possível a veiculação em TV’s a cabo. O SescTv não possui quaisquer tipo de propaganda comercial. Seus intervalos são compostos por interprogramas, produtos internos da Instituição Sesc e campanhas. Temos aqui então alguns pontos-chave:
• Pertencente a instituição SESC • Sinal gratuito • Veiculação na TV a cabo • Não possui comerciais ou propagandas
41
ESPAÇO QUALIFICADO SESCTV vem sendo avaliado como um canal de “espaço qualificado”, o que está sendo discutido principalmente devido à nova lei da TV Paga, isso quer dizer que seu conteúdo se adéqua as características propostas pela Ancine (Agência Nacional do Cinema): “De acordo com a proposta, obras audiovisuais que constituem espaço qualificado são aquelas, seriadas ou não, dos tipos ficção, documentário, animação, reality show , videomusical e de variedades realizada fora de auditório. Já os canais de espaço qualificado são aqueles que, no horário nobre, veiculem obras audiovisuais de espaço qualificado em mais da metade da grade de programação. “ ANCINE site http://boletim.ancine. gov.br/ancine-comunica/004/ ultima visualização em 20/05/12.
Segundo a própria lei da Ancine um Espaço Qualificado constitue-se em: Espaço Qualificado: espaço total do canal de programação, excluindo-se conteúdos religiosos ou políticos, manifestações e eventos esportivos, concursos, publicidade, televendas, infomerciais, jogos eletrônicos, propaganda política obrigatória, conteúdo audiovisual veiculado em horário eleitoral gratuito, conteúdos jornalísticos e programas de auditório ancorados por apresentador; PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CASA CIVIL LEI Nº 12.485, DE 12 DE SETEMBRO DE 2011. SITE http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato20112014/2011/Lei/L12485.htm Última visualização em 20/05/12
Devido à essa Lei, mais um fator que é bastante relevante é que o SESCTV também pode ganhar mais espaço nas tv’s a cabo, pois ela exige que os canais pagos exibam conteúdo qualificado nacional, segundo Jacintho: “Com as novas regras do mercado de TV paga, o canal SescTV aspira ser alvo de disputa entre as operadoras de TV por assinatura. Tudo isso porque, segundo o texto da lei, o canal é atualmente um dos poucos considerados “brasileiro de espaço qualificado.” E, pela nova lei, todas
42
as operadoras são obrigadas a carregar em seu lineup um canal brasileiro de espaço qualificado para cada três canais estrangeiros (ou de capital misto) de espaço qualificado.” Etienne Jacintho http://www.estadao.com. br/noticias/arteelazer,com-nova-lei-sesctv-quer-serdisputado-por-operadoras-da-rede-paga,789720,0.htm última visualização em 20/05/12.
No caso do SESCTV ser transmitido a cabo é um fator benéfico. Segundo Machado: “(...) emissoras de programação qualitativa e altamente especializada resistiram e ainda resistem graças à relativa independência possibilitada pelo cabo.” (MACHADO, 1990, p.22)
Este, então é outro ponto chave a ser discutido no projeto:
• Espaço Qualificado
Fundamento da emissora ▲
O SESCTV é o canal de todas as artes. Aqui você fica em sintonia com o cinema, o teatro, a dança, as artes visuais, a literatura, a videoarte, a música... Todos os dias, para todos os públicos, 24 horas no ar, para todo o país. A diversidade cultural do Brasil, seus tons, seus ritmos, suas formas: em espetáculos, documentários, entrevistas. Aqui o erudito e o popular se encontram. A cultura regional e as manifestações mais universais em constante diálogo. O SESCTV é o canal de todas as expressões culturais. As formas de pensar e sentir dos jovens, dos velhos, dos que vivem nas florestas, dos que vivem nas cidades, dos que buscam bem-estar e qualidade de vida. Dos
43
que participam dos temas importantes da sociedade, discutindo meio ambiente e a vida em sociedade. O SESCTV fala sobre temas que valorizam a cultura brasileira e todas as suas identidades. A programação é diferente, diversa e múltipla. Como é o Brasil. A programação do SESCTV é feita 100% por produtoras independentes, que enxergam o Brasil do jeito que ele é; diversificado e criativo. Tem sua programação credenciado pelo Ministério da Cultura como um canal 100% brasileiro e de produção independente. SESCTV, O CANAL DE TELEVISÃO DO SESC São Paulo. TODA ARTE, TODA CULTURA, A TODA HORA NO SESCTV. Citação retirada do site da emissora, em junho de 2012. www.sesctv.org.br/
O sumo dessa ideia pode ser resumido em palavras-chaves principais:
• Todas as artes = cultura • Diversidade brasileira • Criatividade • Expressão cultural
Frames da programação do canal SESCTV
44
Programação A grade de programação do SESCTV, é composta por programas de diferentes áreas da cultura brasileira, todos ligados a questão cultural e de diversidade brasileira. E podem ser subdivididos da seguinte maneira:
▲
ARTE
• O mundo da Arte • Artes Visuais • Coleções
CINEMA
• Curta DOC • Direções • Documentário • Faixa Curtas • Sala de Cinema • Especial Curtas
DANÇA
• STV na Dança • Dança Contemporânea
2
DOC
• Especial • Hiperreal • Poéticas do Invisivel • Objetos da cultura • Temporal
5
UMENTAIS
FOTO
GRAFIA
MÚSICA LIT TEATRO ERATURA
• O Mundo da Fotografia • Musical • Instrumental • Sr. Brasil • Todas as Notas • Tertúlia • Derivações • Teatro e Circunstância
3 5
1 4 2 1
Dados do site da emissora, em novembro de 2012. www.sesctv.org.br/
45
▲
PONT
UAÇÃO GRÁFICA
LOGO Analisando as imagens podemos constatar, que o logo do SESCTV mantém a mesma identidade da instituição SESC, já que é parte integrante dela. Ambos possuem a diferenciação entre as siglas SESC e a sigla de sua unidade, no caso, SP e TV. Sendo que a única diferença significativa, é a de que no logo do SESCTV, a sigla TV, encontra-se em tranparência.
Logos do canal SESCTV
46
VINHETAS A vinheta de chamada do SESCTV é composta por captações em vídeos e linguagens gráficas de computação. A narrativa se dá como se o telespectador estivesse dentro de um cubo ou uma caixa que gira suas faces. Conforme as faces vão girando o telespectador vê trechos do programa e letreiros que são informativos quanto ao conteúdo. Ao final aparecem o logo do programa em uma das faces do cubo, enquanto na outra há um trecho de vídeo, e também a “frase jargão” do programa, que no caso é “Televisão com Literatura“. Após isso o cubo se fecha, indo para longe, e surge o logo do SESCTV. As vinhetas são de cores variáveis de acordo com o tema dos programas.
Frames da vinheta de chamada do canal SESCTV
47
Outra vinheta de chamada encontrada é a de “anúncio mensal”, que traduz a programação que será feita em determinado mês. Não chega a ser uma vinheta, e também não chega a não ser, pois ela constrói uma linguagem também com elementos gráficos. Nela são apresentados os programas do mês com os principais destaques. A narrativa começa com um grande letreiro vazado dando alusão ao conteúdo que está dentro dele, depois são apresentados trechos dos programas, com seus respectivos logos. O encerramento é dado com o mesmo letreiro vazado que vemos no começo.
Frames da vinheta mensal do canal SESCTV
48
Já a parte gráfica dos programas, esclarece Jucimara, que algumas, como as aberturas dos programas são realizadas pelas próprias produtoras. Analisando graficamente o ambiente televisivo podemos destacar as vinhetas como uma das principais ferramentas de identidade de um canal. Principalmente quando são vinhetas institucionais, que comunicam o espírito do canal. Porém o SESCTV ainda não possui este tipo de vinheta. E portanto o SESCTV sendo uma emissora culturalmente rica, é necessário que o seja proposto a criação de vinhetas institucionais como linguagem gráfica acompanhe este movimento. Dentro das questões abordadas no capítulo do tema, acerca da identidade televisual, pode-se então tirar mais alguns pontos importantes para a construção da problemática, do que poderia ser incluído na questão gráfica do SESCTV:
• Vinheta Institucional –Elaborar para o SESCTV vinhetas institucionais, que são as principais difusoras da mensagem da emissora. Dentro da linguagem gráfica televisiva como conceito encontramos algumas características importantes para um canal. Dentro disso é necessário então que se crie um ambiente videográfico:
• Tipicamente Brasileiro • Cultural • Que afirme o SESCTV como TV cultural • Criativo • Linguagem coerente e sintética • Relação com Logo • Vinhetas institucionais
49
▲
ANÁLISES GERAIS
Quem já assistiu ao SescTv consegue traçar uma característica temática e visual do ambiente. Essa caracterísca é bastante ampla, sendo que o Sesctv possui diversos programas, com diversas interpretações, e visualmente isto vai desde programas rápidos, com dinâmicas fortes, até programas mais experimentais e de ritmo lento. As vezes isso pode fazer com que o telespectador se perca na questão de identidade. Pois é necessário sempre uma ligação dos programas ao próprio canal, ou seja, o telespectador poderá assistir a programas totalmente diferentes visualmente mas terá sempre uma ancora à lembra-lo de que todos fazem parte de um só, do SESCTV. Esta identidade televisiva, então, será criada a partir das vinhetas institucionais, que servem como mensageiras para dizer que este ambiente que o telespectador está, não é o programa ou o filme, mas sim o SESCTV. Além disso, as vinhetas institucionais também podem situar o telespectador, que é facetado, ou seja, que assiste à alguns programas de seus temas preferidos, por exemplo, telespectadores que gostem de programas como o “Tertúlia” que é focado em literatura, poderão assistir no intervalo as vinhetas institucionais específicas de literatura, e saber que aquele horário do canal, é dedicado à este tema. Esta é a questão de ambientalização, em busca de uma linguagem gráfica que consiga transmitir a questão de identidade, memória, de situar o telespectador, criando assim, a identidade televisiva do canal, não apenas como marca, mas como ambiente.
51
Dentro das análises obtidas e decorrente dos tópicos apontados como principais, surge a necessidade de traspor para o SESCTV a questão do design como ferramenta para cultura. É importante que a emissora transmita através do design, símbolos e signos que a ela estejam atrelados para que se fixe como ambiente. Para o design é importante que se carregue todo o conteúdo ideológico da emissora, fazendo com que o telespectador reconheça o ambiente e adquira informações de acordo com a proposta do canal, como questões de identidade abordadas nos pontos principais decorridos da análise problemática do Sesctv:
• Pertencente a instituição SESC • Sinal gratuito • Veiculação na TV a cabo • Não possui comerciais ou propagandas • Espaço Qualificado • Todas as artes • Diversidade brasileira • Criatividade • Expressão cultural • Cultural • Que afirme o SESCTV como TV cultural • Linguagem coerente e sintética • Logo bem adaptado • Vinhetas institucionais
52
▲
RESULTADOS Dentro da linguagem gráfica televisiva, analisar pontos de vantagem via veículo para criar uma metodologia de construção visual. Design como ferramenta de cultura: utilizar de meios e pensamento gráfico relacionando a questão cultural como fundamental na construção imagética do que for necessário, vídeos, tipografia, grafismos e roteiro de vinheta. Como construir uma nova metodologia de processo de identidade que se adeque às propostas de criação da vinheta como linguagem cultural Está claro, que o design sendo cultural possa se assemelhar aos que vemos em outros segmentos de cultura, o que não acontece muito na televisão. Isto quer dizer que também se torna importante analisar peças gráficas e metodologias realizadas nestes processos, para que se encontre o melhor cami nho, e que essa metodologia, seja consistente. Com base na análise problemática do canal cultural, realizada, podemos entender que este resultado será a criação no projeto de uma vinheta institucional, como identidade televisiva. Esta vinheta será criada a partir dos pontos chaves encontrados aqui e desenvolvida gráficamente para que transmita o espírito do canal e se torne assim, sua identidade televisiva.
53
Design Televisivo ▲
4.ROTEIRO
DE PROJETO
Tratando-se
da temática cultural adotada no projeto, este teve como base romper algumas questões metodológicas clássicas do branding televisivo por exemplo, para que assim a criação pudesse tomar os mais diversos rumos até chegar ao resultado final, e foi exatamente assim que aconteceu, depois de muitos estudos, muitos projetos, muitas análises e muitos reprojetos, foi possivel concluir que quando trabalha-se com um tema em aberto, ele se modifica a cada instante: "o projeto se projeta". Assim neste capítulo estarão as fases e etapas de construção e narração do projeto final. Já que em sua maior parte, o trabalho esteve em desenvolver a linguagem e as suas etapas de construções pré-definidas.
▲
METODO
LOGIA
O foco do projeto não é em pré-moldar as narrativas e linguagens. A tentativa aqui, foi de concentração para criar algo que surpreenda como linguagem final. Para que isso fosse alcançado, algumas etapas podem ser caracterizadas como importantes pontos metodológicos.
55
BRAINSTORM Realizado para ver todas as possíveis linguagens que o projeto poderia assumir.
LOGO A primeira idéia foi a menor modificação possível do logo do canal, criando apenas uma redução para que a linguagem ficasse clara durante a programação, como as marcas d'água e selos.
56
VINHETAS Na mesma fase cronológica também ocorreu um brainstorm para as vinhetas, que no caso, tinham uma dificuldade a mais:era
preciso definir qual linha seguir
A primeira idéia é relacionar a Instituição SESC, com o canal SESCTV, fazendo assim uma analogia aos comerciários.
NÃO
A
IZAD
UTIL
Porém o resultado gráfico e narrativo ainda não era o que o projeto e toda pesquisa precisavam, então esta proposta não foi aceita.
57
MUUUITO TRABALHO, ALGUMAS DEFINICÕES... Ainda na fase de Brainstorm, uma etapa muito importante do projeto começou: a de que precisa-se de muito trabalho, para definir em qual sentido o projeto irá seguir. Foram realizados inúmeros testes, tanto de layouts quanto de vinhetas.
A VIDA E O COTIDIANO
NÃO
58
DA
UTILIZA
LAYOUTS
Nテグ
DA
UTILIZA
IMAGENS E SIMBOLISMOS
Nテグ
DA
UTILIZA
59
METテ:ORAS
Nテグ
DA
UTILIZA
EM CARTAZ
Nテグ 60
DA
UTILIZA
▲
LAYOUT
S ESCOLHIDOS
61
▲
MUDANÇAS DE RUMOS
Eis que, em meio ao projeto, é apresentada a nova marca da Instituição SESC. O feito mudou totalmente de rumos o os estudos de logo para o SESCTV, já que agora, seria importnte pensar na adequação para este.
Logo do SESC
62
NOVO BRAINSTORM
63
▲
ICÔNICO
ELEMENTO
Para que essas definições fossem retomadas e chegar ao processo final do projeto, foi preciso estabelecer uma das linguagens que seriam utilizadas, isso foi feito através de todo trabalho e pesquisa realizados anteriormente e também com a ajuda de algumas referências do design brasileiro:
TUDO JÁ FOI CRIADO - referências de projeto -
e l e m e n t o icônico- revista Para Todos - J. Carlos
e l e m e n t o icônico- revista A Maça
Retirados do livro O design Brasileiro - Antes do Design | Rafael Cardoso (org.)
64
e l e m e n t o icônicoeditora Cruzeiro do Sul
REPENSANDO AS VINHETAS Após definição do ELEMENTO ICÔNICO, as vinhetas foram repensadas. A começar pela técnica utilizada: a captação + efeitos gráficos.
INTENS PARA COMPOR VINHETAS: • ELEMENTO ICÔNICO • REMETER: A CULTURA DIRETAMENTE OU A ELEMENTOS
BRASILEIROS
Outro fator importânte, é que as vinhetas institucionais serão divididas de acordo com a programação e subgrupos da tabela mostrada no capítulo PROGRAMAÇÃO, (pag 45). Assim cada vinheta terá um tema, por exemplo: música, dança, artes, etc.
• VINHETAS SEPARADAS POR TEMAS DA PROGRAMAÇÃO
A ESCOLHA DOS ÍCONES MÚSICA: • CULTURA BRASILEIRA: PANDEIRO / MOVIMENTO
65
DANÇA: • CULTURA ARTÍSTICA: ELEMENTO HUMANO ABSTRATO
ARTE: • CULTURA ARTÍSTICA: OBJETO ARTÍSTICO
66
▲
DESENVOLVIMENTO Dentro das análises realizadas e depois de muitos testes gráficos, o projeto começa a ganhar corpo: falar por sí só. Foram então surgindo os principais elementos que resultarão na finalização e fechamento de projeto.
VINHETAS DE CHAMADA - LAYOUTS • ELEMENTO ICÔNICO + TIPOGRAFIA
VINHETAS INSTITUCIONAIS • ELEMENTO ICÔNICO + GRAFISMOS
LOGO • EM ABERTO
? 67
▲
VINHETAS
68
DANÇA
MÚSICA
ARTES
DOCUMENTAL
MÚSICA • FRAMES
69
DOCUMENTAL • FRAMES
70
ARTES • FRAMES
71
Design Televisivo â–˛
5.o PROJETO
▲
PROJETO FINAL Após todo material produzido na fase de roteiro de projeto, começaram os processos de finalização, para isso foram definidos quais elementos do pacote gráfico seriam desenvolvidos:
• LOGO
• MARCA D'ÁGUA • VINHETA DE CHAMADA NEUTRA • VINHETA DE CHAMADA ESPECÍFICA (TEMÁTICA) • VINHETA INSTITUCIONAL Recaptulando a fase de coleta de informações citadas no CAP 3. SESCTV, existem uma quantidade de itens que seriam o sumo do processo de produção deste pacote. São eles:
• Pertencente a instituição SESC
• Criatividade
• Sinal gratuito
• Expressão cultural
• Veiculação na TV a cabo
• Tipicamente Brasileiro
• Não possui comerciais ou propagandas
• Que afirme o SESCTV como TV cultural
• Espaço Qualificado
• Linguagem coerente e sintética
• Todas as artes
• Logo bem adaptado
• Diversidade brasileira
• Vinhetas institucionais 73
▲
PONT
UAÇÃO GRÁFICA
Conforme mencionado no capitulo teórico, o intuito de criação para um canal cultural era explorar o design televisivo de forma que sua linguagem se aproximasse de outros tipos de linguagens culturais, como a vinheta no o cinema, por exemplo. Também foi mencionado no volume teórico que os canais culturais possuem abertura para experimentação, e, isso pode ser utilizado em criação gráfica, já que o canal precisa manter seu espaço e competir pela audiência, mesmo sendo um canal não comercial, pois ele faz parte do ambiente como um todo. Para que o projeto tivesse coerência, a vinheta foi pensada nos seguintes aspectos:
• RITMO tratando-se de um canal de cultura, o SESCTV permite que se trabalhe com ritmos diversos, isso foi explorado, pois entra na questçao debatida no inicio deste projeto, e assemelha-se ao cinema e videoarte. • ELEMENTO GRÁFICO: Foi inserido no projeto um elemento base, que seria o sumo de toda a linguagem do canal, este mesmo elemento gera o logo, e dele também "nascem" algumas das vinhetas. • MÚSICA: Ponto fundamental. É principalmente na música que estão todas as questões relacionadas à identidade brasileira. Cada vinheta institucional terá uma música de um compositor nacional e entre eles um clássico, um erudito, um contemporâneo, um moderno, etc. A linguagem brasileira se reforça através do audio das vinhetas. • CORES: o preto e o branco são cores sóbrias, cores marcantes e expressivas. Elas são a unidade do canal, que mantém todo o pacote unificado, o preto e o branco trazer a unidade na diversidade.
74
LOGO Para elaboração do logo, foram retomadas as etapas de brainstorm e realizados links imagéticos relacionados aos tópicos citados, juntamente ao logo atual do canal e da instituição SESC.
+ + O logo é uma peça fundamental da emissora, por isso, ele precisa ser marcante, criativo e diferenciar-se dos demais canais. Porém ele também deve conter o espírito do canal, bem como, no caso do SESCTV estar ligado à instituição. As definições do logo portanto surgiram a partir destas ligações e de idéias inovadoras de movimento, linguagens gráficas e do ELEMENTO ICÔNICO, que fizeram parte da pesquisa teórica e prática. Devido se tratar de um projeto acadêmico, o elemento em motion do logo é uma free footage (elemento gratuito) modificada e adaptada ao projeto. Produzida pelo site: motionelements. link: http://www.motionelements.com/stockanimation/60580/surface.html
75
LOGO FINAL
Com base nos quesitos a serem alcançados, o logo apresenta características sintéticas e coerentes com a linguagem do SESCTV. As CORES preta e branca foram escolhidas para se manter a identidade e remeter ao logo atual. A sigla TV ganha destaque pois ela representa o canal como ambiente independente. É vazada em relação ao elemento que a circunda, mostrando a importância do que se é transmitido: é uma visualização do conteúdo que se une ao próprio logo, faz parte dele. Por fim, o ELEMENTO ICÔNICO, é uma forma quase tridimencional em movimento que pode sugerir desde a idéia de movimentação de uma dança, até o movimento de uma pincelada ou da própria rotação e mutação do vídeo. Assim, ela está ligada aos mais diversos tipos de artes e culturas, além de remeter ao dinamismo, constantes mudanças e renovação. O RITMO é sempre constante: o logo nunca está parado!
76
MARCA D'ÁGUA A marca d'água sofre uma redução do logo, ela ficará em constante movimento, no canto superior esquerdo da tela.
77
VINHETAS DE CHAMADA As vinhetas de chamada são fonte de informação sobre a programação do canal, por isso é importante que ela seja, principalmente, funcional. No aspecto técnico, elas precisam conter um canal ALPHA, pois sua entrada é sobre vídeo.
VINHETAS DE CHAMADA NEUTRA Para compor as vinhetas de chamada, foram utilizadas duas bases principais: a primeira é a tipografia, que, como linguagem faz alusão ao conteúdo informativo, bem como o constrói. Então com a utilização da Fonte Georgia Bold foram compostos os layouts destas chamadas. A segunda base principal é o próprio canal alpha, que foi formado a partir da tipografia utilizada em grande escala.
S
78
+
VINHETAS DE CHAMADA ESPECÍFICA A vinheta de chamada específica funcionará como aspecto temporal, quando o canal quiser mencionar o tema do próximo programa. Para a vinheta de chamada temática também foi utilizada a tipografia e as mascaras para o canal alpha e ainda foi utilizado um terceiro elemento que corresponde ao ELEMENTO ICÔNICO - que situará o tema.
S+
+
As CORES seguem o padrão de unidade do projeto. Enquanto o ELEMENTO GRÁFICO aqui é a própria tipografia, ou seja, a própria informação. O RITMO é ágil, pois tecnicamente vinhetas informativas precisam tem um ritmo alto e informar rapidamente, para não dispersar o conteúdo.
79
VINHETA INSTITUCIONAL
TEMÁTICA
A vinheta Institucional possui um processo mais longo. Depois dos estudos apresentados, foi escolhida uma linguagem que atendesse a maioria das necessidades do canal, assim o resultado gerado é o que o projeto necessitava.
• RITMO no caso da vinheta institucional, foi trabalhado um ritmo lento, pois o canal possui abertura ( e tempo ) para que sejam vinculados conteúdos mais "sensíveis" e ritmados de maneira diferente da tv comercial. • CORES: o preto e o branco foram utilizados para manter a unidade do canal, bem como expressar gráficamente as formas trabalhadas. • ELEMENTO GRÁFICO: o elemento que compõe o logo é o que origina toda a vinheta, assim, ela "nasce" do logo, do próprio canal. • MÚSICA: O tema apresentado é a ETUDE No. TRES ANIME composição do compositor moderno, Villalobos, interpretada por Fábio Zanon, violonista contemporâneo.
+
80
81
▲
PRODUÇÃO • CAPTAÇÃO A captação foi escolhida como linguagem pelo seu resultado de qualidade e por dialogar com as propostas de ELEMENTO ICÔNICO pré definidos anteriormente. A filmagem foi realizada com a câmera CANON T2i, e os arquivos exportados em HD 1920 x 1080 (formato HD televisivo).
82
▲
PRODUÇÃO • MOTION GRAPHICS O Motion Graphics foi adotado também, para finalização das vinhetas e criação dos elementos gráficos de projeto. O projeto foi realizado com o software After Effects. Padrão de 29.95 fps e também 1920 x 1080 px, formato televisivo.
83
FOTOS DO PROCESSO
84
85
▲
INSTRUÇÕES
HORIZONTAL
NA
VIRE
Para melhor visualização do projeto final, a monografia deverá ser rotacionada horizontalmente.
86
VIRE NA
HORIZONTAL
87
Agora sim! Tudo certo para continuarmos a apresentação do projeto. A idéia de apresentar o projeto virado horizontalmente é para que ele se assemelhe o máximo possivel na plataforma impressa, do que seria na plataforma da tela.
OK! VAMOS PROCESSEUIR
▲
LOGO
▲
D'ÁGUA
MARCA
▲
DE CHAMADA NEUTRA
VINHETA
▲
DE CHAMADA ESPECÍFICA
VINHETA
▲
INSTITUCIONAL
VINHETA
▲
Design Televisivo 笆イ
CONCLUSテグ
Ao fim deste projeto, espero, que possa contribuir para o meio acadêmico que foi criado e que assim gere frutos, mas principalmente fica agora a sensação gratificante de uma produção que teve seu sentido mais sensível para mim, pessoalmente. Descobri minha paixão pelo design através do cinema pois sempre fui muito ligada de maneira a admirá-lo. Com o tempo refleti que a própria relação com a TV é intensa em minha vida. Afinal sei que faço parte de uma geração que foi "criada" pela televisão e acredito que somos nós que devemos construir a televisão do futuro. Parte deste projeto, é a vontade utópica de contribuir para um possível futuro e específicamente do trabalho de design nele. Incluindo assim não em gerar revoluções gráficas, mas acompanhar o público e as vertentes exploradas na televisão, utilizá-la como veículo gráfico e informativo, e usar o design como conteúdo artistico e televisivo, ambas terefas, se completam. Quando me deparei com o design televisivo, tive que me aprimorar em projetar para o outro: o telespectador no caso, e me desligar um pouco de um projeto que seria somente meu. Tive que pensar em um trabalho para outras pessoas, que trocam essa experiência comigo e fazem meu aprendizado maior. A prática profissional me ajudou muito, o dia-a-dia de uma TV e os profissionais que convivo me mostraram como construir o design na TV, e nesse projeto, se algo pôde ser rompido, foi em questão temporal, onde pude explorar em mim mesma as características deste ambiente. Fazer algo para uma massa, pensando que o design televisivo atinge diversas casas, pessoas e ambientes me fez ir em frente, pesquisar e me manteve empolgada. O projeto foi resultado de experiências que pude ter como aprendizado e ficarei imensamente feliz se sua contribuição para estes estiver próxima ao imenso aprendizado que obtive neste percurso.
115
Design Televisivo ▲
BIBLIOGRAFIA
AZNAR, Sidney Carlos. Vinheta do pergaminho ao vídeo. São Paulo: Arte & Ciência, 1997 CARDOSO, Rafael. Design para um mundo complexo. São Paulo: Cosac Naify, 2012 KRASNER, Jon. Motion Graphic Design - Applied History and Aesthetics. China: Elsevier, 2010. MACHADO, Arlindo. A arte do vídeo. São Paulo: Brasiliense,1990. MCLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensões do homem. São Paulo: Cultrix, 2001 VILLACORTA, J. e MARIATÉGUI, J.. Videografias Invisibles. São Paulo: imprensaoficial, 2008 PONTE, Raquel; NIEMEYER, Lucy. A identidade televisiva como objeto de estudo. Disponível em http://www.raquelponte. com/publicacoes/identidade_televisiva_obj_estudo.pdf . Data do último acesso: 04.06.12 PONTE, Raquel; NIEMEYER, Lucy. A identidade televisiva como signo. Disponível em http://www.designemartigos.com. br/a-identidade-televisiva-como-signo/ Data do último acesso: 04.06.12 DENSER, Tereza. O Pensamento Gráfico no Cinema. Tese Doutorado. Pontifícia Universidade Católica PUC. São Paulo. PDF PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CASA CIVIL LEI Nº 12.485, DE 12 DE SETEMBRO DE 2011. SITE http://www.planalto. gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12485.htm Última visualização em 20/05/12 ANCINE site http://boletim.ancine.gov.br/ancinecomunica/004/ ultima visualização em 20/05/12. JACINTHO, Etienne. Com nova lei sesctv quer ser disputado por operadoras da rede paga. Disponível em http://www.estadao.com. br/noticias/arteelazer,com-nova-lei-sesctv-quer-ser-disputadopor-operadoras-da-rede-paga,789720,0.htm última visualização em 20/05/12. BLOG TELEVISUAL. http://blogtelevisual.com/. Ultimo acesso em 10/06/12
117