Eu danço, você dança, nós dançamos

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Eu danço Você dança Nós dançamos

Nathéssia Marques 1


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Trabalho Final de Graduação Nathéssia Luzia Marques Temóteo

Eu danço Você dança Nós dançamos

Monografia apresentada ao curso de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Bandeirante de São Paulo, como requisito parcial para conclusão da disciplina Trabalho Final de Graduação, sob a orientação do professor mestre Adhemar Carlos Pala.

Dezembro de 2013

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Aos meus pais em reconhecimento por todo esforço, confiança, pelo apoio incondicional , pelo carinho e por serem simplesmente meus maiores exemplos de amor e dedicação. À minha irmã, pelas horas de descontração, risadas e compreensão. Aos meus amigos, pessoas tão queridas que estiveram sempre comigo.

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Agradecimentos Agradeço primeiramente à Deus. Ao meu orientador Professor Pala pelos esclarecimentos, conselhos, broncas e por acreditar em meu trabalho. À minha amiga querida, Tatiane Santos, por esses anos de convívio, apoio, trabalhos, risadas, desabafos, conselhos e por acompanhar uma etapa tão importante em minha vida, amo você . Ao meu “LAR” por ser a ponte que me levou à este tema tão fascinante , apoiando direta ou indiretamente , entenderam meus “nãos” devido à falta de tempo, mas que sempre estiveram em meu pensamento. Obrigada à todos que de alguma forma contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho.

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“Não é o ângulo reto que me atrai . Nem a linha reta, dura, inflexível , criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual . A curva que encontro nas montanhas do meu País, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, nas nuvens do céu, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o Universo - o Universo curvo de Einstein .” Oscar Niemeyer

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RESUMO Este trabalho faz um breve resumo sobre a dança, suas origens, características e benefícios, com o enfoque teórico obtido através de artigos, livros e projetos sobre o tema. No decorrer do trabalho serão apresentados estudos de caso, onde foram analisados os recursos usados desde a concepção à execução dos projetos. A conclusão de toda a pesquisa resultou em um projeto que tem como objetivo a criação de um espaço para o aperfeiçoamento da dança, que auxiliará a cidade e sua população em termos sociais, econômicos e culturais, promovendo sua evolução como um todo. PALAVRAS-CHAVE Arquitetura, dança, complexo, acessibilidade, inclusão.

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ABSTRACT This project is a brief summary of the dance, its origins, characteristics and benefits, with the theoretical approach obtained through articles, books and projects on the subject. As the project will be presented case studies, which analyzed the resources used from design to project execution. The conclusion of all the research resulted in a project that aims to create a space for the betterment of the dance, which will help the city and its people in terms of social, economic and cultural aspects, promoting its evolution as a whole. KEYWORDS Architecture, dance, complex, accessibility, inclusion.

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Sumário Por que dançar?

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Primeiros passos Liberdade nos movimentos

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Direto das ruas

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Pés no salão

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Uma dança que revoluciona

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O normal é ser diferente

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Objetivos e Justificativas

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Pelo mundo

Por que eu danço?

Estudos de Caso

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Zagreb Dance Center / 3lhd

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The National Ballet School / Kpmb Architects

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Saint-Nazaire Teatro / K-Arquiteturas

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Praça Das Artes / Brasil Arquitetura

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Sala São Paulo – Estação Júlio Prestes

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Centro De Artes E Educação Dos Pimentas/ Biselli + Katchborian Arquitetos

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Guarulhos História e Lugar

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No Princípio

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Aspectos Geográficos

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Área de Intervenção

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Falando de Cecap

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Legislação

O Complexo de Dança Concepção

Projeto Final

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Considera;贸es FInais

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Bibliografia

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Introdução Apesar de não ser obvio, a arte está presente em todos os momentos de nossas vidas, desde o momento em que nos levantamos até o ultimo instante do nosso dia. A dança é uma forma de expressão que faz com aperfeiçoemos nossa coordenação motora, os movimentos transportam nossas sensações e nosso estado de espirito, podendo ajudar e facilitar a maneira com que transpomos certos obstáculos. A oportunidade de educar através da arte , possibilita uma melhor compreensão de si mesmo e dos outros no mundo, criando uma perspectiva intercultural . A intenção de unir dança à educação possibilita a união da sociedade em prol do seu desenvolvimento cultural , promovendo a inclusão social de classes menos favorecidas, oportunizando lazer e atividades extracurriculares. Está pesquisa procurou subsidios para elaboração de um projeto arquitetônico destinado a contemplação do estudo e prática da dança. O complexo contará com espaços destinados ao desenvolvimento de atividades aqui estudadas e relacionadas. A dança transformará este complexo em um centro de formação de seres mais desenvolvidos, trabalhando os movimentos, percepção e interpretação através da arte do corpo, sua qualidade arquitetônica possui responsabilidade perante o bom desenvolvimento das atividades propostas, sendo elemento aglutinador e socializador.

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Por que dançar?

“A dança faz parte da natureza humana por ser uma de suas manifestações instintivas e , tem por base as manifestações biológicas dos animais e dos seres humanos, uma vez que os movimentos são dirigidos pela pulsação e respiração.” Poliana Dutra Toneli

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Por que dançar? Dança: sf (de dançar) 1 Ato ou efeito de dançar. 2 Baile. 3 Sequência de movimentos estereotipados, mais ou menos rítmicos, executados habitualmente por um animal em resposta a um estímulo particular (p ex: a dança de cortejo de certas aves ou a dança da colheita das abelhas). Fonte: Dicionário Michaelis “Desde que existe o homem, existe a dança”. Através de figuras dançantes gravadas em cavernas foi possível observar que a dança pré-histórica era utilizada como ritual sagrado para pedir chuvas, fertilidade, cura para as doenças, homenagear deuses e como ritual social .”

Pintura rupestre de Lérida, Espanha, uma das mais antigas encontradas, cerca de 8300 mil anos a.C., que representa uma dança num ritual de fertilidade. Fonte: http://www.arte.seed. pr.gov.br/modules/galeria/detalhe. php?foto=293&evento=1

“A imagem da acrobata é uma figura bastante conhecida no Egito Antigo, e mostra a dançarina usando apenas uma faixa na cintura fazendo uma performance bastante complicada. A dança era versátil e, além dos movimentos costumeiros, também incorporava acrobacias complicadas. Essas danças acrobáticas eram realizadas com menor frequência e mostrava as habilidades de uma dançarina.” A acrobata Fonte: http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/ detalhe.php?foto=2&evento=1

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Assim como Egito e Índia, a Grécia sempre integrou rituais religiosos, mesmo antes de fazer parte das manifestações teatrais. Entre eles era muito valorizada, buscavam a harmonia entre o corpo e espírito, adquirindo graça ao esporte e à dança. O cotidiano do povo grego era infestado de danças. Dançavam em ocasiões de nascimentos, passagem de efebos para cidadãos, núpcias, banquetes e outros. As crianças eram educadas para a guerra e acreditavam que a dança contribuía para o equilíbrio da mente e o aprimoramento do espírito, como também lhes daria a agilidade necessária para vida militar. Em Roma, inicialmente a dança era praticada como rito religioso, frequentemente de origem agrária. Posteriormente as danças voltaram-se para as formas sensuais, em homenagem ao deus Baco (deus do vinho), dançavam em festas bacanais. Durante a Idade Média, chamada de “idade das trevas” pelos humanistas do Renascimento, foi para a dança um período contraditório. Como a igreja torna-se autoridade constituída, as manifestações corporais foram proibidas, uma vez que a dança foi vinculada ao pecado. Teatros foram fechados e eram usados apenas para manifestações e festas religiosas. No Renascimento, na França e Itália o movimento denominado de Renascimento na França e Quattrocento na Itália foi responsável pelo desligamento da arte com a igreja e pelo desenvolvimento de uma sociedade que valorizava a arte. A burguesia crescia aos poucos, mostrando o surgimento de uma classe revolucionária, buscavam a “arte de viver com elegância”. Começaram os estudos e desenvolvimento das artes, com intercâmbios entre países, diversificando os movimentos. A dança de corte chegava a uma nova fase, em que os participantes tinham que saber, além da métrica, passos .

Dançarinos arcaicos em vaso pintado. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_da_ Gr%C3%A9cia_Antiga

A dança inspirava a arte no renascimento e nos séculos seguintes Edgar Degas - Exame de Dança Fonte: http://www.centroartisticodedanca.com.br/site_ novo/paginas/historia.asp

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As danças nas cortes começaram a ser executadas sempre da mesma forma, como coreografias, onde devia ser aprendida por todos os nobres. Possuíam diversos nomes como o Pás de Brébant e o Bransle franceses, o Canário, a Chacona e a Passacale vindos da Espanha, e a Pavana, o Pazzo mezzo e a Volta italianas. Essa última, a Volta, era considerada uma dança imoral, porque os cavalheiros seguravam as damas proximamente de seus corpos, giravam sobre si mesmos fazendo-as saltarem, numa espécie de carregada. Com esse movimento, as longas saias levantavam-se e mostravam parte dos tornozelos. Os balés de corte surgiram na França em 1600 e se espalharam pelas cortes de toda a Europa. Na segunda metade do século XVI uma grande quantidade de problemas na sucessão dos reis da França, brigas e guerras entre as famílias dos nobres geraram a necessidade de se reafirmar o poder real. O ballet se tornou, então, um meio privilegiado de propaganda, e após a consolidação do reinado de Luís XIV, era dançado como uma cerimônia de adulação ao Rei. Aliás, Luís XIV era um apaixonado pela dança. Praticou desde pequeno, às vezes até preocupando os responsáveis por sua educação porque ele não se interessava por mais nada. Incentivou a dança durante todo o seu reinado, e não só compôs um ballet inteiro como participou como ator de muitos, e, a título de curiosidade, preferia os papéis de “grotescos mal vestidos” e de mulheres. O século VII foi marcado como o século do balé, pois é transferido dos grandes salões para os palcos, provocando mudanças na maneira de se apresentar, surgindo assim, os espetáculos de dança. Em 1661 foi fundado por Luís XIV a Academia Real de Dança, antes mesmo da Academia de Letras (1663) e de Ciências (1666). A academia tinha função de preservar a dança em sua qualidade técnica. Nenhum balé poderia ser apresentado na Corte ou fora dela antes de ser avaliado pelos acadêmicos. A academia não foi totalmente levada à sério nem mesmo pelos seus próprios membros, de forma que não cumpriu sua missão e foi fechada em 1780.

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A Academia Real foi responsável pelo aprimoramento técnico da dança, porém contribuiu regularmente para a monotonia, com o apego ao movimento e esquecimento da emoção. A partir desses pequenos avanços surgiu a dança acadêmica, a técnica clássica definida, que é a mesma técnica que usamos hoje, apesar das mudanças e influências sofridas nos dias atuais. A Academia Real foi responsável pelo aprimoramento técnico da dança, porém contribuiu regularmente para a monotonia, com o apego ao movimento e esquecimento da emoção. A partir desses pequenos avanços surgiu a dança acadêmica, a técnica clássica definida, que é a mesma técnica que usamos hoje, apesar das mudanças e influências sofridas nos dias atuais. “Os ideais da bailarina romântica, sublime, provocaram uma grande modificação da técnica de dança, introduzindo as sapatilhas de ponta. As roupas ficaram mais leves, o que permitiu a ilusão do etéreo da figura feminina e facilitou a fluidez dos movimentos”. Rosana van Langendonck

Óleo sobre tela Edgar Degas Fonte: http://cristyflor-balletclassico.blogspot.com. br/2011/07/resumo-da-historia-do-ballet.html


A expressão e valorização do rosto na dança atual são decorrentes dos ideais dos reformistas. Fonte: http://www.centroartisticodedanca.com.br/site_ novo/paginas/historia.asp O “teórico” da dança moderna é François Delsarte, e o conjunto de suas ideias é conhecido como Delsartismo. Quando jovem, no início do século XIX, Delsarte foi inserido no meio da arte mas nunca foi considerado um artista brilhante. Por isso, muito cedo encerrou sua carreira, e culpou seus mestres pelo seu fracasso. Delsarte achava que a técnica deveria ser ensinada de forma adaptada a cada organismo, a cada pessoa e suas limitações. É assim que ele começa a estudar a relação entre a voz, o movimento, a expressão e a emoção do ser humano, começando primeiramente a se dedicar aos ramos artísticos que conhecia, como o canto e as artes plásticas, e mais tarde se interessou pela dança. Segundo Rosana van Langendonck, o que separa o clássico do moderno não é simplesmente a técnica, mas, também, o pensamento que norteou sua elaboração. No final do século XIV o balé era considerado a única forma de arte. Alguns artistas então começam a desafiar os padrões estabelecidos e a inventar novas formas de expressão corporal.

Um dos principais nomes da reforma é Jean Georges Noverre, ficou conhecido por sua insatisfação com as regras da dança. Libretista (que constrói o libreto, a história da peça), historiador, e, principalmente, crítico. Para ele, qualquer manifestação artística servia para imitar a vida real, e por isso a dança deveria ser uma forma de se expressar com o corpo as intempéries da alma. Apesar da dança clássica ainda ser utilizada, a dança moderna conseguiu aos poucos seu lugar. Nasceu nos Estados Unidos, até hoje é um produto tipicamente americano, foi fruto de novos pensamentos e crenças criando discípulos e se multiplicando vertiginosamente. Grandes nomes sugiram como Isadora Duncan, Martha Graham que trouxeram novas sugestões seguindo determinadas técnicas, porém usufruindo de uma maior liberdade para a escolha dos movimentos.

Martha Graham (1893 – 1991), coreógrafa, professora e bailarina. Fonte: http://danceeaprenda.blogspot.com.br/2011/05/ martha-graham-1893-1991-coreografa.html

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Fonte: http://pinterest.com


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Liberdade nos movimentos A dança Jazz, utiliza-se de elementos como transferência, locomoções, giros, saltos e quedas. Além de técnicas de movimentação adquiridas ao longo de seu desenvolvimentos histórico. Ela é Resultado de uma fusão de influências e relações que prosperaram os territórios americanos no século XVII, a cultura do Jazz está diretamente ligada à África, tratando-se tanto da música quanto da dança, onde não se eram considerados espetáculos, mas sim formas de diversão. Tal manifestação ficou sendo considerada unicamente vinda dos escravos das plantações de algodão e tabaco, que apreciavam ritmos e bailes africanos com manifestações de origem religiosa, dançando para a chuva, celebrando nascimentos, pedindo fecundidade. As danças serviam como narração de histórias, aventuras ou contemplações do próprio cotidiano. O comércio de escravos em torno de 1619, foi o grande difusor dessa cultura africana entre os países da Europa e América do Norte. Durante o trajeto dos navios, diferentes tribos se encontravam e acabavam misturando costumes, quando os navios chegavam ao seu destino demonstravam sua força e saúde através da dança. “Como as leis de escravidão proibiam os negros de tocarem seus tambores eles utilizavam instrumentos de danças folclóricas brancas, além das próprias mãos e pés para marcar o ritmo e o tempo de suas danças, na tentativa de manter vivas as suas tradições. Após tornarem-se livres os escravos resgataram ainda mais suas danças, músicas, costumes e tradições (STEARNS,1968).” O desenvolvimento da história apresenta duas vertentes relacionadas à origem da dança jazz. A primeira vem através das danças de salão que se desenvolveram em teatros e salões de dança , tudo era novo e em grande quantidade que não se podia nomear, então dava-se o nome de jazz. Haviam também casas só para negros, onde podiam dançar livremente, eram locais sagrados de celebração da liberdade.

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A segunda se origina no início do século XIX, nas plantações onde ocorriam grandes festivais envolvendo as danças, com negros já mestiços norte-americanos. Com o crescimento da cidade a indústria do entretenimento também se expandiu. Na metade do século XIX surge o café-concerto ou concert salloon, que promovia espetáculos para o público. Ao decorrer do tempo, a ideia de espetáculo foi ficando mais refinada, passando a ser apresentados em teatros, para que toda a população tivesse acesso. Ganhou seu espaço na Broadway lentamente, considerado o maior centro cultural dos Estados Unidos no final do século XIX, o jazz foi criticado e taxado de “grotesco” e “vulgar”, principalmente ao que se referia aos movimentos de quadris, porém o público torna-se cada vez mais assíduo e quanto mais vulgar era considerado maior era sua audiência. Em 1920, o termo jazz-dance começa a ser utilizado, porém o processo de transformação da dança jazz só se inicia por volta da década de 50, com outras denominações como estilo livre, novo estilo, comédia musical. Posteriormente a dança jazz estabelece-se como modalidade de dança, sendo incluída em toda grade de escolas de dança, centros culturais e academias.


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Direto das ruas A dança de rua surge com os negros das metrópoles americanas. As primeiras manifestações surgiram na época da grande crise econômica, onde músicos e dançarinos de cabarés se viram desempregados e obrigados a levar seus shows para as ruas. Segundo Patrícia Lauxen, ela surgiu não só como forma de expressão cultural, pois retratava a vida cotidiana e os problemas enfrentados por negros e moradores das periferias, mas também como meio de sobrevivência para estes músicos e dançarinos, que encontraram na dança uma forma de serem recompensados financeiramente. O Street Dance é um dos pilares fundamentais do movimento Hip-Hop que é composto pelo rap, DJ, escrita e grafite. Surgiu em meio as grandes metrópoles americanas. Há quem diga que sua origem venha dos antigos escravos jamaicanos devido à semelhança do gingado com a capoeira e o axé. Porém, os indícios de sua originalidade e expansão surgem na década de 70, em Nova York, USA, usado inicialmente por jovens como manifestação popular para não entrar em gangues de ruas. Na década de 80 surge o breaking como uma nova vertente, sendo uma das mais rápidas a se disseminar, tendo como seu principal percursos Michael Jackson. Durante esse período, vários estilos foram criados, cada um com sua característica específica como: Locking, Popping, Boogaloo B-Boying ou B-Girling (Breaking):Freestyle, New Style Dance, O cramp e House Dance No Brasil, os primeiros indícios de dança de rua se dão por volta de 1982, por manifestações de dançarinos amadores, porém apensas em 1991 se tem registros desta prática com o surgimento de grupos de dança específicos juntamente com locais destinados ao desenvolvimento dessa expressão artística. Hoje, a dança de rua alcança cada vez mais espaço, tendo como característica marcante a liberdade de movimento, expressão e comunicação, havendo espaço aberto para criatividade.

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Também tem sido grande instrumento na formação de crianças, jovens e adolescentes, onde o dançarino é estimulado à entregar-se e a expressar seus sentimentos e anseios através dos movimentos de seu corpo.


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Pés no salão A dança de salão é um exemplo de dança popular conhecida tambpem como dança de sociedade ou dança social. Surgiu na Europa, no Renascimento, dentre os séculos XV e XVI, tornando-se uma forma de lazer apreciada tanto em meio aos salões da nobreza, quanto pelo povo em geral. No inicio as danças não eram realizadas a dois, mas sim, em grupos formando filas de pares de dançarinos, que dependiam uns dos outros para suas evoluções. A valsa foi a responsável por colocar damas e cavalheiros dançando em par, vinda da Áustria e Alemanha chega à Paris no final do século XVIII, tornando-se vicio nos salões no século seguinte. A valsa de polca também fez sucesso no final do século XIX, surgindo na Boêmia em 1830 como uma dança rústica, se transformando em dança de salão sete anos depois. O século XIX é considerado o apogeu das danças de salão, devido a popularização e o desenvolvimento alcançado pela mesma. Já no século XX, uma nova era se inicia para a dança, A influência de ritmos americanos como o jazz, adaptando “o cakewalk – uma forma afro-americana de música e dança – os movimentos de giros da valsa e da polca foram trocados por movimentos de “(...) deslocamentos para frente e para trás” característicos, atualmente, de danças como o bolero e o chachachá. Em 1910, o maxixe que é a primeira dança brasileira que deu origem ao samba de gafieira, chega aos Estados Unidos e a Europa, alcançando grande sucesso. Durante os anos 20, surgem as primeiras competições de salão, assim surge a necessidade de padronizar os passos, figurinos e critérios de avaliação. A partir daí surge o Ballroom Dancing ou Dança Esportiva, uma forma competitiva da Dança de Salão que atualmente está muito em voga na Europa e Estados Unidos e prestes a se tornar modalidade olímpica. Dentre as décadas de 30 e 50 se popularizam as danças latinas como o mambo e a rumba, posteriormente, na década de 40 que o tango argentino é considerado dança de salão.

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Nos anos 50 explode o Rock and Roll, uma dança diferente das praticadas até o momento, pois apesar de ser dançados com pares, os casais não dançavam enlaçados e sim de uma forma mais solta. Por volta dos anos 70, as discotecas tiveram seu auge, fazendo com que alguns estilos perdessem sua popularidade que só não foi maior porque houve uma grade contribuição da mídia para estimular os jovens a continuar dançando a dois nas pistas de discotecas. A mídia sempre contribuiu para o desenvolvimento da Dança de Salão. Um exemplo é o filme “Dirty Dancing” de 1987, que relançou o mambo, fazendo-o cair nas graças dos jovens e se tornar a dança da moda. De 1990 até os dias atuais vários outros filmes referentes à Dança Social fizeram sucesso, entre eles “Dirty Dancing 2”, “Shall we Dance” (Dança Comigo) e o mais recente “Take the Lead” (Vem Dançar).


“Não só de filmes se fez o aparecimento da dança na mídia. Reportagens, revistas e jornais especializados, programas de TV, como o “Dancing with the Stars” (Dançando com as Estrelas) – criado pelos americanos e copiado por vários países, inclusive o Brasil – foram e ainda são personagens importantes na crescente popularidade da Dança Social.“ Mesmo tendo passado por altos e baixos, sofrendo proibições, preconceitos, muitas vezes taxada de “brega” ou “coisa de velho” e considerada apenas modismo. A riqueza da dança a dois está em sua diversidade, englobando vários ritmos é uma atividade sem preconceitos, podendo ser praticada por ambos os sexos, idade, cor, raça, religião e níveis sociais. A todo tempo surgem novos ritmos, novas formas, podendo cada vez mais representar características culturais populares, assim como o tango na Argentina, o samba no Brasil e a salsa em Cuba. Não é a toa seu crescimento e o aumento do público no decorrer do tempo, com maior procura nas academias, escolas especializadas no assunto e maior frequência na mídia, fatores que comprovam seu atual desenvolvimento.

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Uma dança que revoluciona A dança contemporânea surge em meio a um período de revolução e de novas visões nas formas em que se concebem as danças para a sociedade. “Garaudy (1980) chama de “Nova Dança” o movimento que surgiu a partir de Alwin Nikolais e Merce Cunningham, os quais se propunham a contrapor os fins e meios da Dança Moderna. O termo é designado em analogia a outros movimentos de Arte, como o do Novo Romance, Novo Teatro e Novo Cinema, todos advindos do pós-modernismo. Podemos notar que o que Garaudy chama de Nova Dança são de fato as primeiras ideias e pressupostos da Dança Contemporânea.” Fonte: http://www.cpgls.ucg.br/7mostra/Artigos/ SAUDE%20E%20BIOLOGICAS/DAN%C3%87A%20 CONTEMPOR%C3%82NEA%20CONFLITOS%20E%20 APROXIMA%C3%87%C3%95ES.pdf Durante as décadas de 50 e 60, a nova dança surge em contraposição das expressões dramáticas das emoções e paixões vindas da dança moderna. Não se queria mais estar presos ao balé clássico nem aos seus movimentos imutáveis. Também não queriam aceitar o propósito da dança moderna de viver intensamente as promessas do mundo moderno. A dança não precisava mais de significado, sentimento ou emoção, apenas era celebrado o movimento sem qualquer motivação inicial que não seja o simples movimentar. Merce Cunninghan diz que: “a dança pode ser sobre qualquer coisa, mas é fundamentalmente e primeiramente sobre o corpo humano e seus movimentos...” (BANES, 1980, p.6, tradução nossa). Outra característica da dança contemporânea refere-se ao abandono do palco convencional, dando lugar a diferentes opções cênicas, aliados a processos de experimentação e improvisação utilizados intensamente. A independência de música, figurino, cenário e iluminação também começa a surgir.

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Outro aspecto marcante em sua trajetória, diferente do balé clássico e da dança moderna que exigem corpos longilíneos e alongados, a dança contemporânea, principalmente na década de 60, começa a ser praticada por pessoas fora desse estereótipo. “[...] no limite, qualquer um podia ser bailarino, e a dança deixava de atrelasse a uma escola para pertencer ao corpo de quem estivesse se movimentando.” (STUART, 1999, p. 199). Fonte: http://www.cpgls.ucg.br/7mostra/Artigos/SAUDE%20E%20BIOLOGICAS/DAN%C3%87A%20 CONTEMPOR%C3%82NEA%20CONFLITOS%20E%20 APROXIMA%C3%87%C3%95ES.pdf

Durante as décadas de 70 e 80, ocorreu a substituição de bailarinos leigos por altamente técnicos e a falta de repertório fixo pela grande estruturação dos espetáculos. As técnicas de butoh, teatro, mímica, acrobacia, esgrima, canto e um número imenso de estratégias para enriquecer os espetáculos foram incrementadas à dança. Atualmente ainda se é muito discutido o que de fato significa a dança contemporânea, segundo Ana Maria de São José, professora e pesquisadora do curso de Dança da Universidade Federal de Sergipe, define-se como: [...] não existe apenas um conceito que possa dar conta da complexidade da dança contemporânea, não existe apenas um caminho para se pensar a dança que é realizada na contemporaneidade, não existe apenas uma dança contemporânea por se tratar de construções coreográficas diversas, provenientes de lugares e culturas diferenciadas, etc. Assim o tema dança contemporânea sempre gera discussões, dúvidas, conflitos e questionamentos (JOSÉ, 2011, p. 2; 3).


O bailarino contemporâneo não se limita apenas ao aprendizado da técnica como referência, mas sim a uma vivência de experiências e técnicas espalhadas através de uma Cultura Coreográfica. “[...] é a descoberta de diversas técnicas, estilos, movimentações e criações permitindo que o próprio intérprete internalize cada sensação e movimento do seu corpo. [...]”Entrevistado 13. Fonte: http://www.cpgls.ucg.br/7mostra/Artigos/ SAUDE%20E%20BIOLOGICAS/DAN%C3%87A%20 CONTEMPOR%C3%82NEA%20CONFLITOS%20E%20 APROXIMA%C3%87%C3%95ES.pdf

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Pelo Mundo A Escola de dança da Ópera de Paris é a mais antiga do mundo ocidental, completando 300 anos em 2013. É conhecida por sua exigência e rigor, fazendo uma das escolas mais conceituadas no mundo do balé clássico. Sua história começa com Luís XIV na França que fundou 1661 a Academia Real de Dança e em 1713 a escola da Academia. A escola mantém até hoje o objetivo de formar bons bailarinos e para fazer parte da companhia é preciso fazer muito esforço e dedicação.

Fonte: http://noticias.sapo.pt/fotos/escola-de-danca-da-opera-de-pariscompleta-300-anos_384800/5167d4efa46faeed6e001b3c/#

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Desde 1776, O Bolshoi Ballet Academy é uma das mais tradicionais escolas de balé do mundo. Alunos que frequentaram esta escola estão espalhados pelo mundo considerados grandes bailarinos como Polyna Seminova, Maya Plisetskaya, uma das duas únicas bailarinas russas que recebeu o conceituado título de “primeira bailarina assoluta”.

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Foi fundado em 1968 com o nome de Corpo de Balé Municipal e tinha como objetivo acompanhar as óperas do Teatro Municipal e se apresentar com obras de repertório clássico. Desde 2001 a atuação do Balé da Cidade se estende a programas de formação de plateia e ações culturais paralelas. Sua história, rigor e padrão técnico de sua equipe artística, atraem os mais importantes coreógrafos nacionais e internacionais afim de criar para a companhia.

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Fundada em 2003, pela então bailarina Tati Sanchis. A Casa da Dança Tati Sanchis fica situada em São Paulo, oferecendo aulas de hip hop, house dance, videodance, dancefusion, popping, locking, breaking, waacking, stiletto, femme fusion, krumping, jazz, ballet clássico, tap (sapateado americano), dança contemporânea. Possui uma infraestrutura capaz de atender às necessidades dos alunos e frequentadores.

Fonte: http://www.casadadanca.com.br/

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O normal é ser diferente Já sabemos dos benefícios ocasionados com o contato com a dança. Todas essas vantagens também não deixariam de beneficiar àqueles que se veem limitados de alguma forma, mas quando pensamos em dançarinos com algum tipo de deficiência nos vemos em meio a mesma questão: Como é possível? Acredita-se que desde as mais remotas civilizações, os povos buscam diversas formas de atividades para eliminar dores e melhorar o rendimento da população.

Ela trabalha aspectos que desenvolvem o pensamento, a criatividade, a ideia de tempo e espaço, equilíbrio e postura corporal. As atividades do indivíduo cego portanto, não são mais limitadas e sim processa de maneira diferente devido à ausência de visão. O movimento da dança é adquirido conforme as condições oferecidas que o corpo tem da percepção, estabelece relações entre a sensação e o movimento elaborado. Possibilitando a prevenção mental de atos motores complexos.

O reconhecimento do movimento como expressão das dinâmicas corporalmente, como percurso Moebiano entre a experiência visível e a invisível, e a compreensão do movimento como parte visível do pensamento, aglutina os elementos do discurso e cria formas dinâmicas, onde estabilidade e mobilidade se alternam, se desafiam e se complementam continuamente (MIRANDA, 2003, p. 39). A dança age no âmbito da deficiência locomotora na melhora da saúde física, no que se refere à melhora das capacidades físicas e também nas condições organo-funcional (aparelho circulatório, respiratório, digestivo, reprodutor e excretor). Além da melhora na autoestima, independência e melhorando a socialização com as demais pessoas. A dança também beneficia os deficientes visuais. O corpo cego, assim como qualquer outro corpo desenvolve uma história pessoal. Constituído pelo movimento, pensamento, emoção, razão, sentimentos e sonhos. O movimento é a primeira forma de linguagem, pois é a primeira condição para que ocorra o pensamento a partir de articulação das ações senso-motoras. O indivíduo cego está limitado à percepção visual, porém suas outras fontes de percepção continuam intactas possibilitando a total aprendizagem. O desenvolvimento senso-motor desenvolve-se no decorrer da vida, não se restringindo apenas ao período infantil, sendo um fator importante a prática também na vida adulta.

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Fonte: http://www.cbdcr.org.br/cbdcr A companhia de dança da Associação Baiana de Dança em cadeira de rodas – Cia Rodas no Salão, foi criada em 2002 em Salvador - BA. Tem como objetivo a inclusão social do cadeirante através da dança artística e esportiva, desenvolvendo atividades que ressaltam o direito de acesso das pessoas com deficiência ao esporte, lazer e à arte. Promove a participação dos seus componentes em campeonatos e mostras de dança nacionais e internacionais, seminários, oficinas e cursos para capacitação do grupo e sociedade. A companhia já conquistou diversos títulos adquiridos desde sua formação, dentre eles campeonatos nacionais, internacionais e diversos espetáculos de dança.


O Instituto Fernanda Bianchini foi o pioneiro e atualmente é único a se dedicar ao balé clássico para deficientes visuais. Foi desenvolvido pela bailarina e fisioterapeuta Fernanda Bianchini Saad. Ela desenvolveu um método onde deficientes visuais aprendessem a dançar balé de forma graciosa e coordenada, como qualquer outro bailarino, iniciando o aprendizado pelo toque, o professor repete os movimentos até que o aluno consiga reproduzir apenas com instruções orais. Atualmente é oferecido 10% das vagas a portadores de outras deficiências visando a extensão do programa, além de crianças e adolescentes interessados em trabalhar com inclusão as avessas. A associação tem recebido reconhecimento internacional e constantemente aparece em matérias de jornais e programas de televisão, apresentada com orgulho no Brasil e exterior.

Fonte: http://www.ciafernandabianchini.org.br/

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Objetivos e Justificativas

No seguimentofísico, a dança torna as pessoas mais habilitadas da coordenação visual e motora podendoassim, controlar e orientar melhor seu corpo. Na área da percepção, desenvolve os sentidos antes adormecidos. No seguimento social , juntamente com o seguimento f ísico são os desenvolvimentos mais nítidos, pois torna o individuo livre da inibição e timidez, trazendo a oportunidade de aproximação e comunicação com outras pessoas. A dança desenvolve os campos da criação, da estética, da moral , e da psicologia, entre outros. Fonte: Aspectos desenvolvidos pela Dança, Luciana Mayumi Kussuda

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A proposta de um complexo de dança em Guarulhos vem devido à necessidade de políticas culturais para a cidade , transformando o espaço escolhido em um foco irradiador de qualidade para seu entorno e automaticamente para toda a cidade . Apesar dos últimos investimentos feitos neste âmbito cultural em prol da cidade , ainda percebe-se a necessidade de programas e locais mais específicos que contribuam amplamente nas questões culturais e artísticas. Ao ter contato com esse “universo dançante”, percebi que existe uma certa potencialidade nesta questão, porém a falta de investimento municipal prejudica toda essa capacidade artística local . As pequenas e poucas escolas e companhias que existem são pagas, impossibilitando frequentadores da classe mais baixa que gostariam de fazer ou conhecer tal atividade artística. Além disso, constata-se um grande abismo quando se trata das questões relacionadas à alguma deficiência, seja ela f ísica, visual ou intelectual . A cidade não possui um programa que tenha porte suficiente para atender essa população, muito menos programas de inclusão social . Este trabalho final de graduação tem o objetivo de proporcionar um novo local para a prática de atividades relacionadas à dança. Com o propósito de abranger todas as classes sociais e incluir projetos capazes de atender ao deficiente f ísico, visual e intelectual . Busca-se como ponto principal uma inclusão social que proporcione uma nova ligação cultural , através de um novo espaço com total infraestrutura capaz de atender a todos os seus frequentadores.

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Fonte: http://pinterest.com

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Estudos de caso

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ZAGREB DANCE CENTRE 3LHD

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Arquitetos: 3LHD Localização: Zagreb, Croácia Equipe do Projeto: Sasa Begovic, Marko Dabrovic, Tatjana Grozdanic Begovic, Silvije Novak, Jarro Jasminka, Zorislav Petric, Zeljko Mohorovic, Dijana Vandekar, Marin Mikelic Cliente: Cidade de Zagreb Área: 1.360 m² Área de Projeto: 1.438 m² Ano de projeto: 2003-2008 Ano de construção: 2005-2009 Fotografias: Sandro Lendler

Fonte: http://www.3lhd.com/index.php/en/projects/zagreb-dance-center/gallery/selection

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As aberturas das novas salas de cinema Moviplex levaram à extinção as antigas salas de cinema do centro da cidade de Zagreb, Croácia. O proprietário de um antigo cinema decidiu então , reutilizar o espaço propiciando novas instalações culturais. Neste cenário antigo de cinema foi dado o papel de um novo centro de dança.

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Fonte: http://www.3lhd.com/index.php/en/projects/zagreb-dance-center/gallery/selection


Fonte: http://www.3lhd.com/index.php/en/projects/zagreb-dance-center/gallery/selection

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Com cinquenta anos de cultura na dança contemporânea, Zagreb já produziu mais de quarenta companhias de dança e com a execução do projeto todos ganharam uma nova casa no centro da cidade. O cinema estava localizado em um bloco residencial abandonado a 100 metros da praça principal de Zagreb. O programa foi determinado a partir da área bruta definida pelo plano diretor. O centro de dança abriga inúmeros dançarinos, coreógrafos, companhias de arte e três estúdios polivalentes (um grande estúdio com 150 lugares e dois estúdios menores), três vestiários, banheiros espaçosos, camarins, sala técnica e administração.

Fonte: http://www.3lhd.com/index.php/en/projects/zagreb-dance-center/gallery

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y/selection

Fonte: http://www.3lhd.com/index.php/en/projects/zagreb-dance-center/gallery/selection

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Fonte: http://www.3lhd.com/index.php/en/projects/zagreb-dance-center/gallery/selection

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Considerações O Zagreb Dance Centre , é caracterizado como projeto de revitalização, deu-se um novo uso ao que sofria com a degradação do tempo. Foi integrando ao centro toda infra necessária para o conforto e necessidades de seus frequentadores, desde vestiários, estúdios, camarins até a tecnologia necessária para as apresentações. O volume destaca-se por sua forma quebrada, fazendo alusão aos movimentos da dança, além de conversar com todo o entorno predominantemente residencial , apresentando um lobby de entrada marcante com um espaço a serviço da comunicação e reunião da população. Abrigando também um café , biblioteca e loja de vídeo

Fonte: http://www.3lhd.com/index.php/en/projects/zagreb-dance-center/gallery/selection

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Fonte: http://www.3lhd.com/index.php/en/projects/zagreb-dance-center/gallery/selection

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THE NATIONAL BALLET SCHOOL / KPMB ARCHITECTS

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Arquitetos: K-arquiteturas Localização: Saint-Nazaire, FrançaDesign Equipe: Karine Herman, Jérôme Sigwalt, Olivier Jonchère, Alexandre Plantady Consultores: Changement à Vue (cenografia), Altia (acústica), Alto (fluidos), Quéfren (estrutura) , Bougon (economista) Orçamento: 16,4 M € de obras, incluindo o imposto Área: 3.900 m² Ano: 2012 Fotografias: Luc Boegly , Patrick Miara

Fonte: http://www.archdaily.com/134268/the-national-ballet-school-kpmb-architects/

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O edifício é composto pelo The Celia Franca Centre e um antigo patrimônio chamado Northfield House, situado no centro da escola. É organizado em uma série de plataformas horizontais organizadas de forma assimétrica em torno do edifício histórico existente ligando-os através de passarelas. Sua composição se dá através do aço, painéis de metal e blocos de concreto, fazendo com que a fachada para a rua torne-se quase transparente. Há um espaço fechado entre Northfield House e o The Celia Franca Centre que cria uma praça para a cidade, o coração da escola. O novo edifício acaba atuando como plano de fundo para as estruturas de alvenaria históricas, minimiza o impacto da paisagem global sobre a massa urbana.

Fonte: http://www.archdaily.com/134268/the-national-ballet-school-kpmb-architects/

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O edifício é composto pelo The Celia Franca Centre e um antigo patrimônio chamado Northfield House, situado no centro da escola. É organizado em uma série de plataformas horizontais organizadas de forma assimétrica em torno do edifício histórico existente ligandoos através de passarelas. Sua composição se dá através do aço, painéis de metal e blocos de concreto, fazendo com que a fachada para a rua torne-se quase transparente. Há um espaço fechado entre Northfield House e o The Celia Franca Centre que cria uma praça para a cidade, o coração da escola. O novo edifício acaba atuando como plano de fundo para as estruturas de alvenaria históricas, minimiza o impacto da paisagem global sobre a massa urbana.

Fonte: http://www.archdaily.com/134268/the-national-ballet-school-kpmb-architects/

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Interação entre herança e elementos contemporâneos (esquerda); ponte de ligação a Margaret McCain Acadêmico Building (direita); Foto: Tom Arban

Patamar do segundo andar, com vista para estúdio no primeiro andar; Foto: Tom Arban

58 Fonte: http://www.archdaily.com/134268/the-national-ballet-school-kpmb-architects/


Celia Franca Centre de Formação, estúdio no segundo andar; Foto: Tom Arban

Ponte de ligação a Margaret McCain Acadêmico Building (esquerda); Suspenso parede de cortina (direita) Fonte: http://www.archdaily.com/134268/the-national-ballet-school-kpmb-architects/

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Celia Franca Centro de Formação, estúdio terceiro andar; Foto: Tom Arban

Praça da cidade, com vista para a cafeteria; Foto: Tom Arban 60

Fonte: http://www.archdaily.com/134268/the-national-ballet-school-kpmb-architects/


Considerações Considerada uma das melhores instituições de formação de balé do mundo, a Escola Nacional de Balé do Canadá (NBS). Teve participação do projeto jeté que entrelaça edif ícios novos a patrimônios, com isso a escola ganhou novas instalações. Um edif ício novo vertical e um antigo patrimônio existente , o projeto para a sede da escola fez com que ambos conversassem simultaneamente e participassem do processo de revitalização do seu contexto urbano, apresentando equilíbrio entre tradição e inovação na arte do balé , não deixando de enfatizar é claro a interação entre os elementos do patrimônio e da arquitetura contemporânea.

Fonte: http://www.archdaily.com/134268/the-national-ballet-school-kpmb-architects/

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SAINT-NAZAIRE TEATRO / K-ARQUITETURAS

62 Fonte: http://www.archdaily.com/298563/saint-nazaire-theatre-k-architectures/ 62


Arquitetos: K-arquiteturasLocalização: Saint-Nazaire , França Design Equipe: Karine Herman, Jérôme Sigwalt, Olivier Jonchère, Alexandre Plantady Consultores: Changement à Vue (cenografia), Altia (acústica), Alto (fluidos), Quéfren (estrutura) , Bougon (economista) Orçamento: 16,4 M € de obras,

Fonte: http://www.archdaily.com/298563/saint-nazaire-theatre-k-architectures/

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O local era uma antiga estação portuária, passaram por lá inúmeros navios transatlânticos de passageiros ricos. A estação foi inaugurada em 1867 com o estilo neoclássico no edifício. Recentemente a cidade de Saint Nazaire lançou um programa de regeneração urbana, um projeto amplo, cujo teatro foi um dos passos fundamentais. A entrada do terreno agora é emoldurada com os restos da antiga estação, dois pavilhões ligados por uma arcada. Duas sentinelas imutáveis que se encaixam em um vácuo anteriormente ocupados pelo cais, salão e salão

de vidro e ferro.

64 Fontehttp://www.archdaily.com/298563/saint-nazaire-theatre-k-architectures/


O teatro chama atenção por seu material e por sua linguagem em meio ao seu ambiente quase que imediato. Sua massa mineral e monolítica gigante adicionam volume e forma a simples elementos da arquitetura. O concreto é utilizado como matéria-prima principal, com a aparência de cinzelado suave, matrix enobrecido e uma estampa floral que liga o classicismo à estação e teatros românticos. A linha que inspirou um padrão de seda francesa do século XVIII foi ampliada para a escala do edifício, passando o simples efeito de ornamentação para o material destacado. Ocasionalmente, os detalhes são tão cavados que perfuram a parede de concreto. As fachadas foram feitas usando duas técnicas: “cast in place” nas paredes lisas e nas estampadas “painéis pré-fabricados. O maior destes painéis, montados por guindastes, pesa até cinco toneladas com uma altura de 11,5m, os padrões perfurados permitem a entrada da luz suave em um ambiente espaçoso. O auditório e palco, compõem a estrutura de concreto principal. Os espaços anexos ( salão, sala de ensaio, vestiário e instalações técnicas) são colocados para fora, ao longo das laterais.

Fonte: http://www.archdaily.com/298563/saint-nazaire-theatre-k-architectures/

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O público entra através dos arcos da antiga estação, bem como o novo estacionamento construído ao norte. Uma vez passadas as arcadas, o público entra em um pátio interno, em seguida à esquerda, o hall de entrada que dá para as escadas principais que conduzem ao auditório. O espaço é conduzido como uma entidade neutra, fornecendo uma transição fluída entre o interior e o exterior. Com o detalhe minimalista, desliza discretamente entre teatro e o frontispício da estação. Seu terraço é acessível durante o horário de funcionamento e se estende como uma ponte para o segundo pavilhão.

66 Fonte: http://www.archdaily.com/298563/saint-nazaire-theatre-k-architectures/


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Nas bilheterias os pavilhões foram restaurados, mantendo suas marcas históricas que incluem as cicatrizes dos bombardeios e do longo período em que estiveram abandonados. O pavilhão oriental, mais distante do teatro abriga a administração. O pavilhão ocidental, anteriormente buffet na estação, é a casa de bilheteria. O espaço é equipado com 10 painéis que antes adornavam as paredes da sala show no transatlântico france (1962-1979). Elas foram removidas quando o transatlântico foi convertido a um navio de cruzeiro. Os painéis foram comprados pela cidade de Saint Nazaire, em um leilão na Noruega. O prefeito logo em seguida, pediu aos arquitetos que encontrassem um lugar especial para eles em seu teatro. Aproximando-se do auditório, a sala torna-se um hall de entrada e assume a estrutura de um monumento, subindo para a altura total do monumento. A partir do hall de entrada, o público pode acessar três níveis do auditório. As galerias laterais direitas e esquerdas levam para “barracas” menores no piso térreo e as “barracas” superiores no primeiro andar, com uma capacidade de 530 assentos. A varanda de 296 lugares é acessada através de duas galerias no segundo andar.

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Corte longitudinal

Localização

Fonte: http://www.archdaily.com/298563/saint-nazaire-theatre-k-architectures/

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Plantas gerais

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Considerações

O projeto de Saint-Nazaire Theatre usa a antiga estação neoclássica que foi destruída na segunda guerra mundial , usando formas monolíticas e sólidas. Uma grande massa de concreto que dá a impressão de que a pedra foi entalhada em uma pedreira. Grandes paredes de concreto caracterizam a obra, o mesmo é configurado com um padrão floral derivado das fábricas de seda do século 17, adicionando a forma imponente do concreto e sua aparência pesada uma dose de leveza aos detalhes. O novo edif ício foi pensando de forma que aderisse à história vivida pelo local , onde as fachadas foram revestidas com a madeira das estantes encontradas em terrenos e galpões industriais abandonados. Os pavilhões da antiga estação foram restaurados mantendo as características de seu passado de guerra e abandono. O projeto trouxe para a pequena cidade de Saint-Nazaire uma nova vida para uma antiga estação de trem devastada e esquecida pela guerra. Iluminando a cidade com mais arte e cultura ainda cultiva peculiaridades históricas, com uma abordagem sensível , mas proposital , combinando design moderno com as histórias do passado.

Fonte: http://www.archdaily.com/298563/saint-nazaire-theatre-k-architectures/

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PRAÇA DAS ARTES / BRASIL ARQUITETURA

72 72 Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-98332/praca-das-artes-brasil-arquitetura/


Arquitetos: Brasil Arquitetura Ano:2012 Área construída:28500.0 m² Área do terreno:7200 m² Endereço: Rua Conselheiro Crispiniano São Paulo Brasil Tipo de projeto: Cultural Operação projetual: Ampliação Status: Construído Materialidade: Concreto e Vidro Estrutura: Concreto e Aço Localização: Rua Conselheiro Crispiniano, São Paulo, Brasil Implantação no terreno: Adossado às 2 divisas

Fonte:http://www.archdaily.com.br/br/01-98332/praca-das-artes-brasil-arquitetura/

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A praça das artes é um novo espaço de música e dança para a requalificação do centro de São Paulo. A edificação do antigo Conservatório Dramático Musical de São Paulo, encontrava-se incrustado em meio a uma região degradada do centro da cidade, é um importante marco arquitetônico que abriga uma rara sala de recitais, que há décadas estava inutilizada.

O projeto restaurou e reabilitou o edifício, vinculando-o a um novo complexo com novos espaços, circulação e estar que abrigam as instalações da Escola e dos Corpos Artísticos do Teatro Municipal. O novo conjunto integra as sedes das Orquestra Sinfônica Municipal e Experimental de Repertório, dos Corais Lírico e Paulistano, do Balé da Cidade e do Quarteto de Cordas. Abriga também as Escolas Municipais de Música e Dança, o Museu do Teatro, o Centro de Documentação Artística, além de restaurantes, estacionamento subterrâneo e áreas de convivência.

A implantação desse equipamento cultural, atende a histórica carência de espaços para o funcionamento do Teatro e desempenha papel estratégico na requalificação da área central da cidade, o programa do complexo é focado nas atividades profissionais e educacionais de música e dança e está fortemente marcado por funções de caráter público, convivência e vida urbana.

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-98332/praca-das-artes-brasil-arquitetura/

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Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-98332/praca-das-artes-brasil-arquitetura/

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Croqui

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O novo edifício se desenvolve em três direções a partir do centro da quadra: Vale do Anhangabaú (Rua Formosa), Avenida São João e Rua Conselheiro Crispiniano. Um conjunto de edifício em concreto aparente pigmentado, estabelece um novo diálogo, tanto com os remanescentes integrantes do conjunto ( o edifício do Conservatório Dramático e Musical e a fachada do Cine Cairo) com a vizinhança.

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-98332/praca-das-artes-brasil-arquitetura/

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Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-98332/praca-das-artes-brasil-arquitetura/

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Situação

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-98332/praca-das-artes-brasil-arquitetura/

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Pavimento TĂŠrreo

Primeiro Pavimento

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Segundo Pavimento

Corte AA

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Corte BB

Corte CC

82 Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-98332/praca-das-artes-brasil-arquitetura/


Considerações

A Praça das Artes se acomoda em uma situação adversa, com um espaço mínimo, um rasgo de terreno comprimido por construções existentes, onde os parâmetros para seu desenvolvimento foram ditados pelas dificuldades. A compreensão da natureza do lugar foi fator determinante para a conceptualização do projeto, que deveria atender a demanda de diversos novos usos ligados à arte e ao corpo, mas que também deve responder a situação f ísica e espacial e a vizinhança fortemente presente . O projeto cria novos espaços de convivência a partir da geografia urbana , da história do local e dos valores contemporâneos da vida pública. Outro projeto de revitalização, a praça das artes inclui e restaura o antigo conservatório de música à um novo edif ício. O novo conjunto integra todos os programas antes existentes à um único complexo, além de restaurantes, estacionamento e áreas de convivência, o novo edif ício de concreto torna-se o elemento principal do conjunto, estabelecendo um diálogo, tanto com os remanescentes integrantes como com a vizinhança.

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SALA SÃO PAULO – ESTAÇÃO JÚLIO PRESTES

8484 Fonte: http://pinterest.com


Projeto de transformação: Dupré Arquitetura e Coordenação S / S (Arquitetura, Restauro, Interiores e Paisagismo) Autor Projeto: Arq. Nelson Dupré Coordenação geral: Arq. Luizette Davini Coordenador: Arq. Mauro Pucci Colaboradores: Arq. Polyana Frangetto; Arq. Reinaldo Lopes; Arq. Renata Maradini; Arq. Luciana Mateus; Arq. Valéia D'Agostino; Arq. Heloísa Hachul; Arq. Marcello Pucci; Arq. Fernando Medeiros Alcoragi; Arq. Adriana Gazoti; Arq. Marcos Vinícius Campos Estagiários: André Caperutto; Andréa Semeghini Dupré Projeto de implantação: Acunha Sole Engenharia Acústica: Artec Consultants Inc; Acústica & Sônica Estrutura: Vantec Estruturas Ar condicionado: SPM Engenharia Elétrica / Hidráulica: Etip Fundações: MGA Iluminação: Arq. Ana Moraes Fotos: Dario Freitas Fonte: http://pinterest.com

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8686Fonte: http://www.duprearquitetura.com.br/


O edifício da estrada de ferro Sorocabana foi projetado por Christiano Stockler das Neves em 1925, o prédio é marcado pela sobriedade de ornamentos e detalhes do estilo Luís XVI, concluído apenas em 1938, quando a urbanização de São Paulo já caracterizava-se com a presença dos automóveis. Desde 1980, a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) assumiu a linha e a estação tornou-se ponto de chegada. O nome Júlio Prestes é uma homenagem a um exgovernador do estado de São Paulo. No antigo Grande Hall, onde encontra-se atualmente a sala de concertos, existiu uma pequena estação ferroviária. Com o passar do tempo as principais áreas do edifício começaram a ser locadas para a realização de festas e eventos institucionais, quando então em 1997, a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo assume o controle e decide transformá-lo no Complexo Cultural Júlio Prestes. Foi tombada pelo CONDEPHAAT e inaugurada em 1999, a Sala São Paulo foi inaugurada com a apresentação da sinfonia A Ressurreição, de Gustav Mahler, pela Osesp, para ser mantida como importante marco da cidade.

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O responsável pelas obras de revitalização e restauro da Sala, foi o arquiteto Nelson Dupré. A estação foi então totalmente remodelada afim de abrigar uma sala de concerto à nível internacional. O espaço funciona hoje como sede da OSESP, Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, abrigando também a Secretaria Estadual da Cultura e seus diversos departamentos. Entre eles a Unidade de Preservação do Patrimônio Histórico (UPPH) e um braço do Conselho de Defesa do Patrimônio Historio, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (CONDEPHAAT).

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A sala possui diversos níveis e aproveita do grande hall e dos espaços contínuos disponíveis. Escadas e um mezanino foram construídos para acesso aos balcões inferiores, tirando como partido o pé direito duplo original. Toda parte de circulação vertical teve de ser reestruturada. Para o acesso aos balcões superiores, é usando o pavimento superior original, através de grandes corredores. A acústica do projeto ficou a cargo da empresa de consultoria norte-americana Artec intermediada pelo consultor brasileiro José Augusto Nepomuceno, e pelo CONDEPHAAT.

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O forro móvel tornou-se um dos ícones do projeto, garantindo a adaptação da sala ao tipo de música que será tocada, trazendo flexibilidade mas também visibilidade a arquitetura original por trás do projeto de intervenção. Pode ficar a uma altura máxima de 25 metros acima do piso principal, o teto possui 15 painéis, cada um pesando 7,5 toneladas e são detidos por 20 cabos enrolados. Podem ser enrolados individualmente ajustando o volume do hall entre 12 mil e 28 mil m², além da possibilidade de serem ajustados independentes ou através de conjuntos, tudo através do uso de computadores, travas e sensores automáticos.

Fonte: http://www.duprearquitetura.com.br/

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Fonte: http://www.duprearquitetura.com.br/

O grande hall da estação foi escolhido porque suas dimensões são similares às salas de concerto do século XIX, ou seja, é moldado de acordo com estilo Shoebox. Especialistas consideram esse estilo de construção o melhor para salas de concerto, como é o caso das salas de Boston, de Viena e de Amsterdã. A Sala São Paulo possui 22 balcões no mezanino e no primeiro andar. Eles foram colocados entre as grandes colunas e o teto ajustável, criado pela empresa estadunidense Artec (a maior especialista do mundo em salas de concerto). Seu espaço é 10000 m² e o limite máximo é de 24 m de altura.

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Implantação Geral

92 Fonte: http://www.duprearquitetura.com.br/


Pavimento TĂŠrreo

Fonte: http://www.duprearquitetura.com.br/

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Considerações

O projeto de restauração e revitalização da Sala São Paulo foi concebido de forma que todos os seus elementos tivessem condições de reflexão sonora multidirecional , conforme todas as recomendações acústicas, razão pela qual todo o ambiente inclusive seu mobiliário recebesse tratamento especial por parte da arquitetura, desenvolvendo para cada um projetos compatíveis com suas condições acústicas. Não foi esquecido em momento algum o compromisso de adequar a estética do fim de século à do seu início, valorizando toda a linguagem arquitetônica aliados a tecnologia desenvolvida..

Fonte: http://www.duprearquitetura.com.br/

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CENTRO DE ARTES E EDUCAÇÃO DOS PIMENTAS/ Biselli + Katchborian

96 96 Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-26029/ceu-pimentas-biselli-katchborian-arquitetos


Local: Guarulhos, SP Início do projeto: 2008 Conclusão da obra: 2010 Área do terreno: 30.780 m² Área construída: 16.000 m² Arquitetura: Biselli e Katchborian Arquitetos e Associados – Mario Biselli e Artur Katchborian (autores); Paulo Roberto dos Santos Barbosa, Luiz Marino Kuller, Cássia Lopes Moral, Cássio Mendes e Débora Pinheiro (colaboradores; CNH Arquitetos (desenvolvimento). Acústica: Alberto Paim da Costa Estrutura: Edatec – Ênio Canavello Barbosa Luminotécnica, fundações, elétrica e hidráulica: Geométrica Construção: JZ

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-26029/ceu-pimentas-biselli-katchborian-arquitetos

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Localizado em Guarulhos, no bairro dos pimentas, lugar com poucos equipamentos comunitários voltados à educação, lazer e esporte. O projeto caracteriza-se em uma linha, onde uma grande cobertura metálica abriga as bordas de sua dimensão longitudinal e seus diversos usos articulados por um vazio central onde termina em uma área dedicada aos usos esportivos. Há um conjunto aquático localizado fora do eixo, em uma área externa, para sua viabilização a topografia plana foi criada de modo que se adequasse a forma linear do terreno, determinantes ao projeto. Os usos são distribuídos por blocos, ora concreto pré-fabricado, ora concreto moldado in-loco. O programa possui biblioteca, salas de aula e refeitório – localizados no lado oeste do eixo, já no lado oposto, localizam-se os volumes de sala de aula, ginástica olímpica, dança e auditórios.

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Sem programa definido para o vazio central, ele articula todos os programas em sua volta, atravÊs de caminhos sugeridos e as pontes do primeiros andar, permitindo diversos usos ao longo de seus espaços livres e assentos. Foram escolhidas cores variadas para as fachadas internas (variantes do amarelo para o verde), contribuindo para a diversidade e atmosfera lúdica da praça interna.

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-26029/ceu-pimentas-biselli-katchborian-arquitetos

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Em vez do tradicional uso do concreto armado à vista, com suas vigas nervuradas e pontos de apoio lapidados a cobertura independe dos blocos do complexo, vencendo um vão de 25 metros. Protege apenas a circulação já que as demais construções têm cobertura própria, mas é larga o suficiente para resguardar a circulação de respingos.

Brises de alumínio protegem a abertura da área administrativa

No piso superior, a circulação funciona como uma varanda

100 Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-26029/ceu-pimentas-biselli-katchborian-arquitetos


Implantação Geral

Pavimento Térreo e Inferior Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-26029/ceu-pimentas-biselli-katchborian-arquitetos

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Pavimento Superior

Cortes Longitudinais

102 Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-26029/ceu-pimentas-biselli-katchborian-arquitetos


Cortes Transversais

Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-26029/ceu-pimentas-biselli-katchborian-arquitetos

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104Fonte: http://www.archdaily.com.br/br/01-26029/ceu-pimentas-biselli-katchborian-arquitetos 104


Considerações

O CEU de Guarulhos foi um ganho para a cidade , como o primeiro centro de grande porte a englobar uma escola-modelo, com salas de música, ginástica e usos diversos. O projeto discute diversos temas relacionados a arquitetura. Os blocos independentes deram a possibilidade da criação de uma rua coberta, espaços de convívio entre os blocos onde pode se sentar, conversar, passear, brincar e correr. Totalmente acessível , o percurso cria trechos convidativos e atraentes devido às suas cores chamativas. A salas de aula e quadras de esporte dividem o espaço com as rampas e bancos rebaixados no piso, criando uma topografia própria. A junção da estrutura metálica ao concreto armado variam as possiblidades, permitindo que seu sistema construtivo fosse realizado em uma parte com pré-moldado e outra executada in loco. O edif ício expõe sua escala de forma que é possível contar as tesouras metálicas e descobrir quantos metros possui . Dialoga facilmente com seu entorno e com a cidade .

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Guarulhos Hist贸ria e lugar

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No princípio Guarulhos constitui-se por volta de 1560, porém seu nome, sua data de fundação e seu fundados são alvo de polêmicas até hoje. Das versões mais aceitas dentre os estudiosos é a que se refere à fundação da vila São Paulo de Piratininga. Os colonizadores portugueses tinham o intuito de controlar o espaço para impedir a passagem dos espanhóis em direção às minas de ouro de Patosí, na Bolívia e também para a proteção dos possíveis ataques de índios Tamoios. A origem da população está relacionada aos primitivos habitantes do território local, os índios Maromoi, foram os primeiros povoadores do lugar, expulsos do litoral paulista pelos Tupis, chegaram à região por volta de 1.400 da era cristã. Nômades que viviam da caça, da pesca e coleta de frutos, em contato com os colonizadores foram escravizados e a partir de 1640, passaram a ser chamados Guarulhos. Em 1560, ocorre a fundação da aldeia de Nossa Senhora da Conceição, com a controvérsia do padre responsável – na letra do hino de Guarulhos, lançado por ocasião do quarto centenários de emancipação do município, em 1960, consta o nome do padre João Álvares, já na Lei Municipal número 2789 de 1983, a fundação é atribuída ao padre Manoel de Paiva. Para o pesquisador Benedito Prezia, o responsável seria o padre Manoel Viegas.

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O aldeamento começa a prosperar, sobretudo com o descobrimento de ouro em meio à região, como núcleo irradiador das primeiras estradas que demandavam do sertão bruto, tornou-se berço dos bandeirantes e o centro de suas provisões. Tendo como limites os rios Tietê e Cabuçu, seu desenvolvimento econômico deu-se inicio através da extração de ouro, sua descoberta ocorreu no início do século XVI na serra do Jaguamimbaba e em 1597 o feito é atribuído a Afonso Sardinha, o velho.

A mineração concentrou força de trabalho em seis garimpos de ouro: bairro das lavras, Catas Velhas, Monjolo de Ferro ou Lavras Velhas do Geraldo, Campos dos Ouros, Bananal e Tanque Grande. O ouro era a base monetária internacional da época e Guarulhos tornou-se um dos locais a compor o mercantilismo português durante a Idade Moderna, as minas de São Paulo, entre elas a de Guarulhos, foram laboratórios para os bandeirantes acumularem experiências para as descobertas de mineração em Minas Gerais. “Em muitos desses córregos encontramos pequenas pepitas de ouro do tamanho de uma noz, e muito ouro em pó feito areia. Depois disso, chegamos a uma região bonita onde avistamos uma enorme montanha brilhante à nossa frente.” Extraído de: Guarulhos, Espaços de Muitos Povos, (p.31).

Indígena Puri, aparentando aos Maromomi. Ilustração de Rugendas. Fonte: Guarulhos de Muitos Povos.


Durante os séculos XVII e XVIII notou-se grande interesse pela região devido a quantidade de sesmarias (responsáveis pelas ocupações dos assentamentos na época do Brasil-Colônia), dedicando-se às atividades agrícolas e a mineração, os sesmeiros criavam gado vacum e cavalar. O trabalho escravo foi utilizado em grande escala, realizados principalmente por negros de origem sudanesa, denominados Gegês. Um dos canais de garimpo de ouro do Ribeirão das Lavras. Guarulhos de Muitos Povos

Bandeirantes. Obra de Jean Baptiste Debret. Fonte: Guarulhos de Muitos Povos

Escravo trabalhando com a bateia. Fonte: Guarulhos de Muitos Povos

Escravo. Jean Baptiste Debret. Fonte: Guarulhos de Muitos Povos

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Com a presença colonial portuguesa no planalto paulista, as construções das casas, igrejas, câmaras, etc., eram feitas de taipa de pilão e representavam um método construtivo barato, seguro e duradouro, muito utilizado pela comunidade lusa com a terra como sua própria matéria-prima.

Casa de Dona Candinha (Maria Candida Barbosa), uma das construções mais antigas de Guarulhos, a casa sede da fazenda Bananal (região do Lavras, é a única remanescente do período escravagista que possui senzala na região metropolitana de São Paulo. Fonte: Guarulhos fotos antigas

Parte da parede de taipa da Casa Grande do bairro das Lavras. Fonte: Guarulhos Cidade de Muitos Povos

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Em 1685, foi erguida a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, atual Igreja Matriz, que mantém paredes de taipa revestidas com tijolos e todas as paredes do altar em taipa de pilão. No bairro de Bonsucesso, a Igreja de Nossa Senhora de Bonsucesso foi construída, com essa técnica. No bairro das Lavras, no meio da mata, resta um pedaço de parede que os moradores afirmam ser de uma antiga senzala, haja vista que há pouco tempo foram retiradas argolas de ferro da referida parede.

Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição (Catedral)Localizada na Praça Teresa Cristina, no Centro, teve sua construção, originariamente em taipa de pilão, iniciada possivelmente em 1741 e terminada entre 1761 e 1763. Sofreu várias reformas, incorporando ampliações e outros materiais construtivos. Fonte: Guarulhos fotos antigas


A partir de 1870, imigrantes Europeus começam a fazer presença em território paulista, principalmente italianos e alemães motivados com a expansão da cafeicultura do estado, com a rede ferroviária e com as condições naturais existentes (água, argila, madeira, areia e pedra), possibilitaram o desenvolvimento econômico. Em 1906 uma Lei Estadual então determina que Guarulhos recebesse a denominação de cidade. Na década de 40 foram inaugurados a biblioteca municipal, o primeiro centro de saúde da cidade e a Santa Casa de Misericórdia. Nos anos 50 recebe o ramal Guapyra-Guarulhos, da estrada de ferro da Cantareira, que possibilitou o escoamento de madeira, pedra e tijolos que eram fabricados em diversas olarias da região sendo amplamente utilizados na construção civil da capital. Foram construídas cinco estações: Vila Galvão, Torres Tibagy, Gopoúva, Vila Augusta e Guarulhos. O período também foi marcado com a chegada da energia elétrica (Light & Power), alinhadas a pedidos de telefonia, licença para implantação de indústrias de atividades comerciais e dos serviços de transportes a passageiros.

“Apesar da falta de comodidade que se verifica na Estrada de Ferro do Tramway da Cantareira, que diariamente nos dá 14 trens, é extraordinário o progresso que esta estrada trouxe ao município não só à sede e seus arredores como também às estações vizinhas. Assim é que por ocasião da inauguração do Ramal da estrada de Ferro da Cantareira a 4 de fevereiro de 1915 eram completamente desabitados os lugares onde hoje florescem e prosperam as estações de Vila Galvão e Vila Augusta, cheias de habitações, desde casas operárias até os palacetes luxuosos.” (Oliveira Sobrinho, 1920 in: Santos, 2006).

Diversos fatores tornaram-se decisivos para o avanço da industrialização de Guarulhos, a posição geográfica, primeira e segunda guerra mundial, existência do aquífero de Cumbica, isenção de impostos municipais, êxodo rural, direcionamento de investimentos públicos criando infraestrutura, siderúrgicas (Volta Redonda e Usiminas), plataformas de petróleo, etc.

Estação Ferroviária de Guarulhos – Inaugurada junto ao ramal em 24/12/1915, foi terminal até 1946, foi desativada em 1965. Fonte: Guarulhos fotos antigas.

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Diversos fatores tornaram-se decisivos para o avanço da industrialização de Guarulhos, a posição geográfica, primeira e segunda guerra mundial, existência do aquífero de Cumbica, isenção de impostos municipais, êxodo rural, direcionamento de investimentos públicos criando infraestrutura, siderúrgicas (Volta Redonda e Usiminas), plataformas de petróleo, etc. Com a escassez e custos dos imóveis de São Paulo impulsionaram a busca de alternativas de localização industrial, a inauguração das rodovias Presidente Dutra e Fernão Dias, aproxima as pessoas e materiais da cidade. Estrategicamente bem posicionada no centro do eixo econômico do Brasil (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais), Guarulhos se viu unida a cidade em meio a um período histórico de aceleração em que o Rio de Janeiro ainda era Capital Federal, ocasionando o desenvolvimento regional e sua inserção no modo de produção capitalista, dando impulso para a instalação de grandes trechos de áreas industriais nos seguimentos: elétrico, metalúrgico, plástico, alimentício, de borracha, peças para automóveis e couro. Tal expansão alterou as características de Guarulhos de hortifrugranjeiro para industrial. Em 1885 foi inaugurado o aeroporto de Cumbica, “Aeroporto Interna-

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cional de São Paulo – Guarulhos Governador André Franco Montoro”, o maior da América do Sul. Devido à industrialização desenvolvida, atraiu-se grande quantidade de mão-de-obra, e a população trabalhadora acabou se fixando na área urbana, acarretando determinada formação de loteamentos executados sem grandes preocupações relacionadas à infraestrutu-

remediações, e logo em seguida, encontram-se aquelas que vem passando por um acelerado processo de adensamento, devido à considerável oferta de áreas livres que ocasionam preços mais acessíveis de terra urbana.

Antiga fábrica Casimiras Adamastor, na Avenida Monteiro Lobato. Fonte: Guarulhos fotos antigas ra urbana e com serviços de utilidade pública. Entre 2000 e 2006 a população de Guarulhos triplicou segundo fontes do IBGE, é o municipio mais populoso depois da Capital. As regiões mais densas são aquelas de ocupação mais antiga, situadas no centro e em suas


Aspectos geográficos A cidade de Guarulhos é um dos 39 municípios que integram a Região Metropolitana do Estado de São Paulo. Distante apenas 17km da capital de São Paulo, limítrofe das zonas leste e norte. Guarulhos está a 108 km do Porto de Santos e possui extensão territorial de 319, 95 km², fazendo divisa com os municípios de Mairiporã, Nazaré Paulista, Santa Isabel, Arujá, Itaquaquecetuba e São Paulo, possuindo ao total 47 bairros.

Mapa da RMSP. Localização de Guarulhos Fonte: Guarulhos tem história

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Evolução Populacional de Guarulhos. Fonte: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel. php?codmun=351880# Atualmente a cidade conta com mais de 2.890 indústrias, 11.835 estabelecimentos comerciais, 6.662 empresas prestadoras de serviços e 54 unidades produtivas em meio rural (Dipam 2006). Em 2006 atingiu o 9º maior PIB do país, sendo os dez maiores: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Manaus, Belo Horizonte, Campos Goytacazes, Curitiba, Macaé, Guarulhos e Duque de Caxias.

Praça IV Centenário e Centro de Guarulhos noite. Fonte: http://www.guarulhos.sp.gov.br/

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O sítio escolhido fica localizado no bairro Cecap em Guarulhos. Possui uma área de aproximadamente 55.476m² e está situado entre as ruas Fgr. Quatro, Odair Santanelli e Cristóbal Claudio Etílio, todas de caráter predominante local. Encontra-se próximo a algumas Avenidas e Rodovias chaves para a cidade, como a Av. Monteiro Lobato – principal ligação com o centro. Fácil acesso ao terminal rodoviário e ao aeroporto internacional André Franco Montoro, além das ligações diretas com as rodovias Presidente Dutra, Fernão Dias e Ayrton Senna, fazendo com que sua localização seja extremamente bem posicionada, apresentando visibilidade e fácil acesso. Fonte: Google Maps

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ÁREA DE INTERVENÇÃO


Fonte: Arquivo Paulo Mendes da Rocha – Requalificação do Centro Urbano de Guarulhos Área de intervenção

Rodovias Vias arteriais intermunicipais Vias arteriais municipais Corredor metropolitano Guarulhos – Tucuruvi Limite da área do parque Tietê Rios e córregos Projeto de retificação do rio baquiviru Expresso aeroporto de Guarulhos

Imagem aérea bairro Cecap Fonte: http://www. skyscrapercity.com/showthread.php?t=256691

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Falando de CECAP É predominantemente constituído pelo Conjunto Habitacional Zezinho Magalhães Prado, tornando-se conhecido pelo nome de Cecap – Cumbica. Foi encomendado pelo extinto órgão (Caixa Estadual de Casas Para o Povo) ao arquiteto Vilanova Artigas em 1967, com o apoio e colaboração de Paulo Mendes da Rocha e Fábio Penteado. Construído para acomodar cerca de 55 mil habitantes em um terreno de 130 hectares nos arredores de Guarulhos. O projeto contempla infraestrutura urbana, como escolas, centros de saúde, comércio, etc. As unidades foram divididas em grandes blocos autônomos, com seus próprios equipamentos urbanos. Fazendo clara alusão aos princípios corbuseanos, além dos pilares, apenas as paredes dos blocos externos eram portantes de concreto. As demais divisórias eram todas leves: painéis de madeira compensada, no interior e módulos de armários pré-fabricados em argamassas armadas nas fachadas externas. Deixando não apenas o interior reorganizável, mas também a fachada. O conjunto fazia parte das discussões sobre racionalização, pré-fabricação e industrialização das construções.

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Os objetivos foram alcançados devido às novas possibilidades oferecidas pela pré-fabricação, um nível de excelência foi demonstrado onde moradias simplificadas, honestas e industrialização das construções. Os objetivos foram alcançados devido às novas possibilidades oferecidas pela pré-fabricação, um nível de excelência foi demonstrado onde moradias simplificadas, honestas e acessíveis a todos, independente de sua classe econômica social.

Fonte: Facebook Juventude Parque Cecap


Fonte: Facebook Juventude Parque Cecap

Fonte: Facebook Juventude Parque Cecap

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Legislação As diretrizes de desenvolvimento municipal e em particular para a área de estudo estão definidas no Plano Diretor Municipal, que cria dentro do município o Macrozoneamento, delimitando grandes zonas ou macrozonas. A área de intervenção está localizada na macrozona de urnanização consolida. “A Macrozona de Urbanização Consolidada caracteriza-se por áreas dotadas de média ou boa infra-estrutura urbana com alta incidência de usos habitacionais, comércio e prestação de serviços que requeiram uma qualificação urbanística, têm maior potencialidade para atrair investimentos imobiliários e produtivos e tendência à estabilidade ou até ao esvaziamento populacional.” (Art 19) “Na Macrozona de Urbanização Consolidada, as ações têm como objetivos: I - estimular a ocupação com a promoção imobiliária, o adensamento populacional e as oportunidades para habitação de interesse social; II – otimizar e ampliar a rede de infra-estrutura urbana e a prestação dos serviços públicos; III – melhorar a relação entre oferta de emprego e moradia; IV – atrair novos empreendimentos econômicos; V – promover a regularização fundiária e urbanística em geral, com especial destaque aos locais de população de baixa renda.” (Art 20).

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1 - Ver quota mínima de terreno por unidade habitacional no § 1º do artigo 57 e § 2º do artigo 58. 2 - Os recuos laterais de ambos os lados e de fundo no volume superior serão dados pela fórmula: R = (H - 6) / 10, respeitado o mínimo de 3,0m, onde: R = recuos laterais de ambos os lados e fundo no volume superior; H = altura total da edificação. 3 - o conjunto de casas agrupadas horizontalmente deverá respeitar recuos laterais mínimos, de 1,50m de ambos os lados, junto às divisas do lote.


Mapa Zoneamento

ÁREA DE INTERVENÇÃO

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O complexo de Danรงa

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Concepção O primeiro contato que tive com o termo dança foi há três anos, através de amigos conheci diferentes ritmos, estilos, apresentações e quando dei por mim estava totalmente submersa neste mundo. Foram à partir destas experiências que me interessei pelo termo profissional e comecei a pesquisar sobre o tema. Surgiu então, a vontade de fazer algo que unisse profissão ao hobbie . Aliados à consciência de que alguma coisa precisava ser feita em benef ício social , escolhi a cidade em que habito, Guarulhos, que apesar de ser a oitava economia do país, peca ao tratar de seus habitantes e dos benef ícios propostos à eles. Diante a um emaranhado de ideias surge a proposta de um complexo de dança. Uma academia capaz de atender aos usuários desde crianças até aos adultos, capaz de formar profissionais de qualidade e ao mesmo tempo ser um meio irradiador de cultura e educação para a cidade , além de mecanismo para inclusão social ,o objetivos é beneficiar a toda a população, incluindo diferentes níveis sociais, f ísicos e intelectuais. A proposta tem como partido o movimento, seja ele ortogonal ou orgânico. O complexo apesar de sua forma retangular, busca o movimento fazendo alusão à dinâmica exercida pelo corpo. O objetivo de terná-lo meio inclusivo vê a necessidade de uma rampa lateral , a forma circular torna mais orgânica sua concepção, tornando-o acessível à todos. O palco central localizado no primeiro pavimento é destinado à pequenas apresentações internas dos alunos, além de local de integração e socialização. Nas salas de dança foram usados forros e vidros acústicos, possibilitando maior conforto e aproveitamento das aulas, além do seu piso flutuante ser composto por molas capazes de absorver grande parte dos impactos causados pelos saltos durante as aulas.

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Projeto Final

O complexo de dança caracteriza-se por ser um espaço destinado ao aprendizado e aperfeiçoamento de atividades relacionadas à dança, de maneira que a estrutura fosse capaz de comportar as necessidades de seus frequentadores. É composto por 2 blocos e um teatro. O primeiro bloco possui três pavimentos, no primeiro pavimento encontra-se um restaurante destinado aos alunos e funcionários, no segundo pavimento estão as salas de estudo e no terceiro a área administrativa. O segundo bloco é composto por cinco pavimentos. No primeiro estão biblioteca, academia, enfermaria, videoteca e palco interno. Os demais pavimentos tornam-se tipo, diferenciado-se apenas pelo rasgo central para visualização do palco interno. O auditório é composto por 400 lugares, sala de projeção e camarins. No pavimento térreo encontram-se apenas o teatro e a recepção do complexo, além de uma pista de corrida e playground. O térreo praticamente livre possibilita outros usos culturais como feiras, eventos, etc.

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Considerações Finais O objetivo geral deste trabalho foi a busca por uma arquitetura que trabalhe os níveis arquitetura- cidade e arquitetura-usuário, originando uma obra capaz de ser chamada de “inclusiva”, na medida que relaciona essas duas instâncias. Tratando do nível arquitetura - cidade temos a implantação que direciona o olhar através do enquadramento, que de certa maneira estão integrados. No nível arquitetura - usuário a fachada é tida como a “pele” do edif ício, trabalhando como objeto de mediação entre os níveis e responsável por imbulir a obra arquitetônica de maiores significados. A arquitetura inclusiva busca integrar cidade-usuário, na medida em que procura estabelecer relações e proximidades com o entorno, a cidade e o contexto mais amplo de suas culturas e tradições, fazer parte de um todo maior e ainda lançar um olhar sobre as questões características à contemporaneidade , como a tecnologia e os meios de comunicação eletrônicos. É uma arquitetura que pode num primeiro momento parecer confusa e desordenada, mas que aos poucos vai sentindo, ganhando e transmitindo significados. É, enfim, uma arquitetura que busca “consubstânciar a dificil unidade de inclusão, em vez da fácil unidade de exclusão” (Adaptação VENTURI).

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Bibliografia ALEIXO, Adriana de Araújo; PREZIA, Antonio Benedito; OLIVEIRA Antonio Manoel dos Santos; HASSEN, Beatriz de Aguiar; JULIANI, Caetano; BARROS, Edson José de; OLIVEIRA, Elton Soares de; BAGATTINI, Gláucia Garcia de C. Guilherme; PINHEIRO, José Elmano de M.; ANDRADE, Marcio Roberto M de; FERNADES, Maria Claudia Viera; SATO, Sandra Emi; MORAES, Silvia Piedade de; PORTO, Vagner Carvalheiro; QUEIROZ, William de. Guarulhos tem história - 1ª Ed. Ananda Gráfica, 2008 ALEIXO, Adriana de Araújo; PREZIA, Antonio Benedito; OLIVEIRA Antonio Manoel dos Santos; HASSEN, Beatriz de Aguiar; JULIANI, Caetano; BARROS, Edson José de; OLIVEIRA, Elton Soares de; BAGATTINI, Gláucia Garcia de C. Guilherme; PINHEIRO, José Elmano de M.; ANDRADE, Marcio Roberto M de; FERNADES, Maria Claudia Viera; SATO, Sandra Emi; MORAES, Silvia Piedade de; PORTO, Vagner Carvalheiro; QUEIROZ, William de. Guarulhos: espaços de muitos povos - 2ª Ed. Noovha América, 2008 BOTELHO, Manoel Henrique Campos; MARCHETTI, Osvaldemar. Concreto Armado Eu Te Amo 3ª Ed. Blucher, 2011 BOURCIER, Paul. Historia da danca no ocidente - 1ª Ed. Mantins Fontes, 2000 CAMINADA, Eliana. História da dança: evolução cultural- 1ª Ed. Sprint, 1999 CHING, Francis D.K. Sistemas estruturais ilustrados padrões, sistemas e projeto - 1ª Ed. Bookman, 2009 DIAS, Luis Andrade de Mattos. Estruturas de aço, conceitos técnincas e linguagem - 4ª Ed. Zigurate, 2007 FROTA, Anésia Barros, Manual de Conforto Térmico - 8ª Ed. Studio Nobel, 2009 GRÁFICA, Ananda LATORRACA, Giancarlo (Org.). Cidadela da liberdade. São Paulo, Instituto Lina Bo e P.M. Bardi, SESC, 1999. LITTLEFIELD, David. Manual do arquiteto: planejamento, dimensionamento e projeto - 3ª Ed. Bookman, 2011 NEUFERT, Peter. Arte de Projetar Em Arquitetura - 18ª Ed. 2013 NOSEK, Victor. Praça das Artes - 1ª Ed. 2013 PORTINARI, Maribel. História da dança - 2ª Ed. Nova Fronteira, 1989 REBELLO, Yopanan Conrado Pereira. Concepção Estrutural da Arquitetura - 1ª Ed. Zigurate, 2000 REBELLO, Yopanan Conrado Pereira. Bases para Projeto Estrutural na Arquitetura - 1ªEd. Zigurate, 2007 RIBEIRO, Ana Cristina; CARDOSO, Ricardo. Dança de Rua - 1ª Ed. Atomo, 2011

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