PRECARIZAÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES: (IN)FLEXIBILIDADES NO “MUSEU DE GRANDES NOVIDADES”*1 Diego de Oliveira Souza Ana Inês Simões Cardoso de Melo Luiz Carlos Fadel de Vasconcellos
Introdução A “pedra de toque” da dinâmica atual do capitalismo tem se constituído em um conjunto de ações que prometem “modernizar” as relações de trabalho, reduzir o desemprego e crescer as economias. Isso tem perpassado a concretização de variadas “reformas” que desregulamentam o trabalho, abrindo espaço para a propagação, de forma ainda mais vigorosa, do ideário da “flexibilidade” do trabalho em todo o mundo. Esse aspecto possui relevo no debate contemporâneo, seja na agenda política dos vários países tomados pela direção neoliberal, na defesa intransigente sobre a necessidade de concretizar esse conjunto de ações; seja nos movimentos de resistência oriundos de setores da classe trabalhadora e, em alguma medida, no debate acadêmico. Nesse último caso, tem crescido o interesse pela investigação das várias dimensões e modalidades de precarização do trabalho, denominada pelo que se convencionou designar o conjunto de ações demandado pela “flexibilidade” do trabalho. A mediação constituída na interface de tal processo com a saúde dos
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DOI – 10.29388/978-65-86678-15-4-0-f.71-92 Expressão que toma de empréstimo da composição musical uma referência para tratar de grandes e antigas novidades que permeiam as contradições atuais entre a “flexibilidade do trabalho” e “inflexibilidade do capital”, que subjazem à precarização da força de trabalho. CAZUZA; BRANDÃO, A. O tempo não para. In: O tempo não para. Rio de Janeiro: Polygram,1988. 71