Revistafinal

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Leme Revista

Estimulando suas escolhas

Óculos Rift Afinal o que é essa nova revolução? PAG.37

Galhofada

Mostra de teatro na rua atrai centenas de pessoas. PAG.40

QUAIS SEUS PLANOS PRO FUTURO?

EDIÇÃO 01

R$8,90

Jovens procuram por cursos tecnológicos na tentativa de chegar mais rápido ao mercado de trabalho

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Editorial

Leme A revista Leme surgiu como um periódico mensal de caráter científico –acadêmico que pretende promover o debate das características e relevância dos cursos Superiores de Tecnologia (CST) que hoje em dia sofrem uma parcela de preconceito. Na escolha do nome foi levado em consideração o próprio contexto em que os Cursos Tecnológicos foram inseridos na instituições, esses cursos tem como finalidade ser uma alternativa aos cursos de Bacharelado ou Licenciatura, como um caminho mais curto perante o objetivo do estudante, que é o de ter um diploma e ser inserido no mercado de trabalho. Pensando nesse conceito de caminhos, atalhos, direções e escolhas, proclamamos o nome Leme. Leme significa “ Intrumento que

imprime a .direção”, apesar de ser uma metáfora, tem um significado extremamente emocional, a ideia de que você tem um controle sobre sua vida, sobre seus caminhos, você tem escolhas, exatamente como temos ao pensar em que curso fazer, que área seguir. Pensando na revista, a própria nos serve como um leme, como um “instrumento que nos dá direção” ela funciona como um objeto que lhe auxilia, porém as escolhas são suas, a revista lhe introduz ao mundo dos cursos tecnológicos e com esse conhecimento você toma suas decisões. A expressão “perder o leme” bastante usada pelos nossos avós significa ficar desorientado, a revista tem justamente esse intuito de orientar o leitor, então o nome coube muito bem. Nayara Terumi

Intrumento que imprime a direção


SUMARIO PROCURA POR CURSOS TECNOLÓGICOS AUMENTA As matrículas em cursos tecnológicos saíram de 115 mil para um milhão, acréscimo de 24,1%.

OCULUS RIFT Um equipamento sofisticado que integra os sentidos humanos e permite imersão total no mundo virtual.

INCENTIVOS À EDUCAÇÃO Programas de incentivo à educação auxiliam na graduação


PORTFOLIO DE EGRESSOS Egressos de Cursos Superiores de Tecnologia revelam um mundo de oportunidades para profissionais qualificados.

GALHOFADA A festa que atrai centenas de pessoas é amostra da riqueza do povo goiano.

PAIXÃO COMPARTILHADA Taynara Ferreira Borges, estudante de Teatro, vivencia a experiência de “vestir” o personagem.


OLOGIA

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#NAVEGUENESSA

Este livro procura traçar uma história do design gráfico nacional. Com um panorama da cena mundial dos anos 1960, a obra pretende retratar e discutir o que pode ser considerado o período de consolidação do design gráfico brasileiro. No capítulo ‘Design de livros’, Chico Homem de Melo visa mostrar a relação entre o desenvolvimento da indústria editorial brasileira e do design gráfico a partir da década de 60, impulsionados pelo aumento e sofisticação do público, e se vale de

exemplos das revistas Realidade e Senhor para ilustrar sua reflexão. O texto seguinte tem por objetivo abordar o trabalho do design Rogério Duarte. O capítulo ‘A identidade visual toma corpo’, pretende tratar da consolidação da identidade visual no Brasil na década de 60. No capítulo ‘De costas para o Brasil - O ensino de um design internacionalista’, busca-se discutir o ensino de design no país a partir de uma análise aprofundada do exemplo da Esdi (Escola Superior de Desenho Industrial).

AS CAPAS DE DISCOS, DA BOSSA NOVA AO TROPICALISMO Se consideramos a musica como sendo a mais forte expressao da cultura brasileira, e sendo o disco um produto consumido pelos mais diversos segmentos da populacao, o exame de suas capas cumpre papel privilegiado como fonte de reflexao sobre a producao eo consumo da linguagem visual. Ao longo dos anos 60, a industria fonografica de maior interesse para o design concentrou-se em tres grandes eixos: a Bossa Nova - e , por extensao, a MPB -, o Tropicalismo ea Jovem Guarda.

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EUGENIO HIRSCH: Capas para agredir na civilização brasileira

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A obra de Heirsch é impressionante pela qualidade e diversidade. Nascido em Viena e tendo vivido na Argentina, o designer tinha cerca de quarenta anos quando comecou a trabalhar na Civilizacao Brasileira, em 1959. Hirsch tinha formcao artistica. Dedicou-se anos a pintura, donde vem seu gosto pela pincelada solta, que deixa nitida a heranca do expressionismo abstrato . Sao exemplos as manchas da capa de Cristo partido ao meio ou de O Crepusculo de um Romance. No desenho figurativo, os ecos do expressionismo alemao tambem sao notados, como os retratos de

Tóia ou o perfil feminino de O Ateneu (este para a BUP). A presenca mais frequente ee da fotografia em alto-contraste , como em O macaco e a essencia ( prox. pág), em Antes, o verao ou em Demian. em as cidades da noite há uma mudanca de tom , ficando ainda mais próximo da arte pop e explorando um tratamento da imagem que lembra trabalhos posteriores de Andy Warhol. De qualquer modo, nesses quatro exemplos podemos ver que Hirsch estava em sintonia com o panorama mindial da artes visuais e do design de seu tempo.

A tipografia é um caso a parte. Hirsch efetivamente tratava os tipos como imagem. Tipos com aspecto de carimbo, como em Memorias de Lazaro , tipos desconstruidos, como em Antes, o verao e em Os tempos de Dellinger, tipos pincelados, como em O Crepusculo de um Romance, tipos de imprensa desenhados a mao, como em A Guerra Civil Espanhola, tipos com intervencoes, como em Tóia. Tipos sao imagens, em todos esses casos. Em Os tempos de Dillinger, eles sao tambem material de colagem, a ponto de os textos maiores serem ilustracoes, e os menores sem o titulo.

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ALTERNATIVAS

PROGRAMAS DE INCENTIVO À EDUCAÇÃO AUXILIAM NA GRADUAÇÃO Basta verificar quais são as exigências e a que mais se encaixa no perfil do candidato

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O Sistema de Seleção Unificada de vestivulares (Sisu); bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni); O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies); programa Ciência sem Fronteiras; bolsa universitária pela Organização dos Voluntários de Goiás (OVG); Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), são oportunidades disponíveis para quem busca um curso profissionalizante ou até mesmo uma graduação superior. Basta verificar quais são as exigências e a que mais se encaixa no perfil do candidato. No Sisu, sistema gerenciado pelo Ministério da Educação (MEC), no qual instituições de ensino oferecem vagas para candidatos que participam do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). O processo seletivo do Sisu acontece duas vezes ao ano, no início de cada semestre letivo. O programa que possui inscrição gratuita, em uma única etapa e é realizada pela internet. Ao final do período de inscrição, os candidatos são selecionados de acordo com a melhor colocação, de acordo com o número de

vagas disponíveis. No ProUni, são disponibizados bolsas integrais e parciais de 50%, em instituições privadas de ensino superior. Para se inscrever às bolsas, o aluno tem que atender a requisitos, como por exemplo: participar do Enem, ter renda familiar bruta mensal de até um salário mínimo e meio; ter cursado o ensino médio completo, se em rede privada, na condição de bolsista. Como alternativa para acesso à universidade privada, por meio do Fies, o universitário pode custear até 100% das mensalidades. Todo e qualquer estudante que esteja regularmente matriculado em faculdades e universidades privadas autorizadas pelo MEC pode participar desse processo seletivo. Para quem se interessar as inscrições estão abertas e são realizadas apenas pela internet, no site do Fies. Para quem deseja se qualificar em renomados centros de pesquisa de alguns países, foi criado o Programa Ciência sem Fronteiras, que estimula o intercâmbio de conhecimento, com a permissão da ida de brasileiros para outros países. Com inscrições on line, preenchimento de pré-requisitos, o candidato será também avaliado para o processo seletivo

de matrícula das Universidades do Grupo Australian Technology Network of Universities (ATN), que reúne cinco universidades australianas que estão entre as melhores do país. Em Goiás não poderia faltar vantagens para quem quer se qualificar. Além de contar com o critério sócio econômico, o desempenho acadêmico é considerado como critério para definir o valor do benefício da Bolsa da OVG. Para participar, o universitário deve fazer a inscrição no período estabelecido, observando o edital disponível no site www.ovg.org.br, e preencher o formulário próprio e apresentar todos os documentos exigidos. Já o sistema Pronatec, criado pelo Governo Federal, tem a finalidade de ampliar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica em Goiás. As novas vagas são abertas em escolas públicas estaduais, nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia e nos Serviços Nacionais de Aprendizagem como o Senac. Cada uma dessas instâncias terão inscrições e critérios próprios para seleção de participantes no Pronatec. Kelly Martins

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TECNOLOGIA

テ田ulos Rift Uma revoluテァテ」o?

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Um equipamento sofisticado que integra os sentidos humanos e permite imers達o total no mundo virtual

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TECNOLOGIA

Se vai emplacar, é praticamente inevitável, mas vamos “ficar de olho”. O novo produto inventado por Palmer Lukey, de apenas 21 aninhos, Oculus Rift, promete revolucionar o mundo virtual e deixar os demais jogos, sem ele, parecerem relíquia. O Oculus se parece com uma máscara de mergulho que recebeu um upgrade, e que upgrade! Possui um painel de Led e é como usar ao mesmo tempo, um sistema estereoscópico 3D, 360 graus de visibilidade, som surrounding diretamente conectado aos seus ouvidos e um software que atinge diretamente seu córtex cerebral. Estes ingredientes do Oculus Rift são o que o tornam revolucionário: a capacidade de proporcionar as reações mais adversas, como sentir-se com frio ou enjoado e até perder o equilíbrio se estiver em alguma experiência de simulação virtual. Além de tudo isso, que mais parece a descrição de um ótimo filme de ficção científica do futuro, o projeto é viável hoje e já está à venda, inclusive no Brasil, por um preço médio de R$5 mil. O lançamento oficial está previsto para o primeiro trimestre de 2015 e Mark Zuckerberg, o garoto Facebook, já comprou parte da empresa depois de experimentar por uma hora a realidade ocular de Rift.

Capacidade de proporcionar as reações mais adversas, como sentir-se com frio ou enjoado e até perder o equilíbrio se estiver em alguma experiência de simulação virtual. Experimentos e referências não vão faltar, pelo menos se depender de Zuckerberg e Lukey que garantem que “este é o futuro (...) é como ir além da ideia de imersão e alcançar uma verdadeira presença humana, num mundo virtual” diz Mark e “Isso vai mudar a própria realidade”. O criador Lukey e seus sócios, Nate Mitchell e Brendan Iride, podem estar escrevendo parte importante da história atual, desde que Palmer começou o projeto aos 18 anos de idade na garagem da casa de seus pais em Long Beach, na Califórnia (Estados Unidos).

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EXPERIÊNCIA

CHOQUE DE GERAÇÕES

Quem experimenta a realidade virtual, testemunha ter estado dentro do jogo. Nos primeiros experimentos com jogadores em 2011, alguns se queixaram de náuseas e dores de cabeça após o uso que, depois de ajustes como o acelerômetro – um tipo de sensor que capta as respostas dos usuários a movimentos do aparelho (o mesmo presente em smartphones) – e a transmissão wireless conectado ao vídeo game e ao controle, o óculos está pronto para uso regular sem efeitos colaterais.Os 360 graus e o sensor permitem que em qualquer direção que o jogador “olhar”, (di-

Alguns usuários do “queridinho” Rift pediram para idosos e adultos experimentarem a realidade virtual enquanto registravam o momento com uma câmera. Resultado melhor impossível: muitas risadas, surpresa e quedas. Os mais idosos que permanecem sentados, para evitar acidentes, perdem o equilíbrio na cadeira e são amparados pelos jovens à volta, enquanto os adultos que testam, chegam a cair como quem bebeu todas mais outras tantas. A experiência é incrível para todos. E você já experimentou o seu Oculus Rift?

recionar a cabeça) existe uma projeção que corresponde ao comando. Um grupo de jovens resolveu testar o equipamento não somente com jogos digitais, mas também com uma câmera em frente a lente LCD, como em uma tentativa de transformar o real em virtual. Apesar de se divertirem bastante com as tentativas, preferem o virtual e a realidade separados, como deve ser. A lista de jogos compatíveis com o Oculus Roft disponível na internet inclui cerca de 200 jogos, entre eles, inclusive os eróticos, que prometem exceder as expectativas do irreal.

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CURSOS SUPERIORES TECNOLÓGICOS

AUMENTA A PROCURA POR CURSOS TECNOLÓGICOS As matrículas em cursos tecnológicos saíram de 115 mil para um milhão, acréscimo de 24,1%. Como alternativa para aquisição de competências profissionais, o Curso Superior Tecnológico (CST), tem a finalidade de atender as exigências e demandas do mercado de trabalho. A formação acadêmica tem sofrido mudanças com a globalização e o avanço da tecnologia. Em um mercado cada vez mais segmentado e informatizado, as graduações oferecidas pelos CST conseguem ter uma maior aproximação da realidade produtiva e técnica. A procura por CST aumenta a cada ano. Segundo dados divulgados no Censo da Educação Superior 2013, as matrículas nesta modalidade cresceram 5,4% no período de 2012 à 2013. Só no ano passado, o ingresso de estudantes para CST

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corresponderam a 13,6% do número de matrículas na educação superior, sendo que em 2003 o percentual era de 2,9%. Um aumento de 10,7% em 10 anos. E ainda, de 2003 a 2013, as matrículas em cursos tecnológicos passaram de 115 mil para um milhão, um acréscimo de 24,1%. O CST existe no Brasil desde 1960, e atualmente representa em torno de 16% da oferta de graduação no país. Nos últimos anos a procura intensificou, mas a porcentagem ainda é baixa. Menos de 1% dos estudantes brasileiros se formaram nesta modalidade nos últimos anos. Nos países desenvolvidos essa estatística chega a 29%, de acordo pesquisador Renato Pedrosa Barbosa dos Santos, da Universidade Estadual de Campinas.


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13,6% do número total de matrículas na educação superior

1 milhão

matriculados em cursos tecnológicos

2013

as matrículas nesta modalidade cresceram 5,4% no período de 2012 à 2013.

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115mil

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2,9% do número total de matrículas na educação superior

matriculados em cursos tecnológicos

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CURSOS SUPERIORES TECNOLÓGICOS

Os cursos superiores de tecnologia ou graduações tecnológicas são de graduação plena, como quaisquer outros cursos de licenciatura ou bacharelado, com validade nacional, segundo o Ministério da Educação. Para o presidente do Conselho Regional do Senac Goiás, José Evaristo dos Santos, o CST é uma opção para aquele que quer se graduar com um foco mais direto. “Segundo o Banco de Oportunidades do Senac, por exemplo, 80% dos acadêmicos cadastrados já estão trabalhando. Além do acadêmico sair da faculdade qualificado, ele consegue atender melhor a necessidade do mercado”, enfatiza. De acordo

com a diretora regional do Senac Goiás, Felicidade Maria de Faria Melo, a carência por pessoas qualificadas no mercado de trabalho está cada vez mais evidente. “Não se trata apenas da falta de um diploma de curso superior, mas de pessoas que realmente estejam qualificadas, capazes de enfrentar os desafios, independentemente da profissão”, esclarece. A diretora ressalta ainda que uma das principais razões que explicam a escolha do candidato ao CST, é a necessidade de um emprego associada com o academicismo, o que facilita a conquista de uma melhor colocação dentro do mercado de trabalho.

Segundoo Banco de Oportunidades do Senac, por exemplo, 80% dos acadêmicos cadastrados já estão trabalhando Além do acadêmico sair da faculdade qualificado, ele consegue atender melhor a necessidade do mercado

Não se trata apenas da falta de um diploma de curso superior, mas de pessoas que realmente estejam qualificadas, capazes de enfrentar os desafios, independentemente da profissão

Existem inúmeros casos de egressos dos cursos dessa modalidade que alcançaram sucesso em suas carreiras profissionais e financeiras

Para o coordenador do curso de Design Gráfico e Produção de Multimídia, da Faculdade de Tecnologia Senac Goiás, Marcos Costa, os Cursos superiores Tecnológicos representam uma oportunidade para o acadêmico adquirir prática profis-

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sional e, consequentemente, uma transformação de vida através da educação. “Existem inúmeros casos de egressos dos cursos dessa modalidade que alcançaram sucesso em suas carreiras profissionais e financeiras”, destaca.


Um breve histórico sobre o surgimento dos CST Pela crescente necessidade de atender as demandas de mercado, os Cursos Superiores Tecnológicos (CST) surgiram a partir da reforma universitária promovida pela Lei 5.540/68, como modelo de ensino alternativo de graduação, com características diferenciadas das tradicionais. O primeiro curso superior de tecnologia a funcionar no Brasil, em 1969, foi o de Construção Civil, nas modalidades: Edifícios, Obras Hidráulicas e Pavimentação da Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatec), reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC), em 1973. Neste momento, os tecnólogos dos primeiros cursos oferecidos de Engenharia de Operações, enfrentaram resistências do meio acadêmico, e deixam de existir em 1977. Na década de 80 surgiram as primeiras instituições representativas dos tecnólogos.

Em uma sequência de regularizações legais, e com a decisão do Governo Federal em recomeçar o processo de alteração das Escolas Federais em Centros Federais de Educação Tecnológica, pela Lei 11.195/05, essa nova modalidade passa a ser disseminada. E no ano de 2002, de acordo com a Associação Nacional dos Tecnólogos (ANT), cerca de 800 cursos tecnológicos já foram encontrados em instituições privadas. E no ano seguinte, cerca de 220 mil alunos estavam matriculados. A criação do Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia, pelo Decreto 5.773/06, do Ministério da Educação (MEC), teve o propósito de aprimorar e fortalecer os cursos superiores de tecnologia. O catálogo é apresentado como guia para dar referência a estudantes, educadores, instituições, sistemas de ensino e o público em geral. O CST demonstra uma capacidade de adequação relevante ao contexto do ensino superior tecnológico do Brasil. Com as exigências do mercado segmentado, voltado à tecnologia e as demandas por profissionais com competência refinada, a procura por esta modalidade aumenta a cada dia. Os estudantes tem procurado pela praticidade que esses cursos oferecem.

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O PROCESSO DE GRADUAÇÃO DA FACULDADE DE TECNOLOGIA SENAC GOIÁS 2 24

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m dos maiores desafios para uma instituição acadêmica é formar profissionais capacitados para o mercado de trabalho. Escolher as ferramentas ideais e a abordagem correta são primordiais para esse processo de aprendizagem. O Curso Superior Tecnológico (CST) conta com diferenciais que impulsionam o progresso profissional do aluno e o exercício da prática. Para compreender como são ministradas as aulas dessa modalidade e como funciona o processo de produção, alguns professores da Faculdade de Tecnologia Senac Goiás foram entrevistados.

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CURSOS SUPERIORES TECNOLÓGICOS

A professora das disciplinas de Algoritmos e Lógicas de Programação, Lucília Ribeiro, explica que ao final de cada semestre, é apresentado o produto elaborado a partir da integração de todas as disciplinas do curso. Ela ainda diz que “todas as disciplinas são aplicadas, as quais tem a finalidade de trabalhar com projetos integradores.”

Para complementar, o professor das disciplinas de Laboratório Multimídia e Sinalização, Diogo Maia, ressalta que o CST trabalha o conceitual juntamente com a prática. As atividades avaliativas de cada disciplina convergem a um único projeto ou produto que serão utilizados no mercado de trabalho. “A faculdade tem o papel de uiar o aluno. Quando ele aprende o caminho, trilha sem medo”, enfatiza. De acordo com Diogo, o aluno do CST consegue sair da faculdade com produtos para preencher um portfólio profissional. Muitos projetos concluídos pelos acadêmicos são utilizados por empresas e instituições filantrópicas.

Já o professor dos cursos de Gestão Comercial e Gestão de Tecnologia da Informação, José César de Paulo Neto, sinaliza que o egresso de cursos tecnológicos estará preparado para atuar tanto no operacional, quanto na gestão de um departamento e até mesmo do próprio negócio. “Na hora da contratação em grandes empresas não é feito a distinção de tecnólogo e bacharel, nem mesmo no salário. Ao terminar o curso o tecnólogo está altamente capacitado para produzir e se inserir no mercado”, afirma.

Na hora da contratação em grandes empresas não é feito a distinção de tecnólogo e bacharel, nem mesmo no salário. Ao terminar o curso o tecnólogo está altamente capacitado para produzir e se inserir no mercado Kelly Martins

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PORTFOLIOS E ENTREVISTAS

EDUCAÇÃO QUE TRANSFORMA VIDAS Os cursos de CST tem se tornado dia a dia, mais procurados e com planos de carreiras cada vez mais promissoras.

Quem nunca se rendeu a algum recurso tecnológico que “atire a primeira pedra”. A tecnologia do século XXI é inegavelmente o ponto de maior destaque da nova geração de jovens entre 14 e 30 anos de idade. Segundo dados publicados no site do IBGE (2006) sobre tecnologia da informação e comunicação, o número de empresas nas áreas de tecnologia teve um crescimento de 18,3% no ano da pesquisa, correspondendo à 89,7% de participação total O IBGE aponta também que há uma tendência de crescimento na procura de cursos nas áreas tecnológicas por jovens na faixa etária de 14 e 24 anos. O diretor da Faculdade de Tecnologia Senac Goiás, Lionisio Perei-

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ra dos Santos Filho, diz que “os alunos matriculados nos cursos de tecnologia da instituição, que hoje é referência no mercado do setor tecnológico, correspondem a mais de 60% das matrículas”, o que aponta o interesse no curso e na profissionalização prática na área. Os cursos superiores de tecnologia têm se tornado dia a dia, mais procurados e com carreiras cada vez mais promissoras. A tecnologia está na pauta de todas as geraçAões, comentários, pensamentos e anseios de conquista e aquisição. Ousadamente a realização de muitos sonhos que foram e que ainda estão por ai, basta somente saber encontrar o lugar e a oportunidade.


Henrique Finari Do Senac a Barcelona apenas um passo Um desses ex-alunos em Design Gráfico formados pela Faculdade Tecnologia Senac de Goiás é Henrique Finari. Ele vive hoje realizado por trabalhar com aquilo que ama. Terminou o curso em 2011 e as portas começaram a se abrir. Se mudou para Barcelona, fez pós graduação em Design Editorial, na universidade Bau Centre Univesitari de Disseny, passou por Buenos Aires para estagiar, fez trabalhos em São Paulo e depois, já contratado pela empresa voltou para Barcelona, onde trabalha até hoje e ainda presta serviços para outras duas empresas brasileiras. Mas para chegar onde chegou,

aperfeiçoou seus conhecimentos e se tornou um dos criadores e designers da empresa 021studio (Barcelona- Espanha). Um dos primeiros trabalhos que fez em sua área foi desenvolvido com base no projeto integrador, da Faculdade de Tecnologia Senac Goiás “Era um projeto de design corporativo, feito em grupo, em que definíamos o nome, desenvolveríamos o conceito e criávamos a marca” lembra Herique. O projeto que acabou evoluindo para uma revista destinada ao projeto de final de curso, chamava-se Lazydog Mag, uma expressão tirada da frase “the quick brown for jumps over the lazy dog” (tradução livre: A ligeira raposa marrom ataca o cão preguiçoso) – expressão utilizada por tipógrafos para provar todas as letras do alfabeto – “Um dos projetos que mais tenho o orgulho de ter participado”, ressaltou o ex-aluno do curso.

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ENTREVISTA

Onde você trabalha? Trabalho no 021studio em Barcelona, que é um espaço coworking no 22@ (uma zona industrial convertida em um distrito de inovação, tecnologia e criatividade). Trabalho como freelancer para duas agências no Brasil e para algumas pequenas empresas europeias. Qual é sua formação? Inicialmente, após terminar o ensino médio, me formei em Administração em Turismo pela Universidade Católica de Goiás. Pouco a pouco fui entrando no mundo do design e, então, anos depois resolvi estudar Design Gráfico na Faculdade de Tecnologia Senac Goiás. Me formei em 2011 e, em seguida, me mudei para Barcelona para fazer uma pós-graduação em Design Editorial na Bau Centre Universitari de Disseny. Por que você escolheu fazer um curso superior tecnológico? Antes de me dedicir, comparei a grade curricular das instituições que ofereciam o curso de design. Em geral, eram bastante parecidas. Como eu já tinha vivido uma experiência em uma universidade grande, já sabia como era o funcionamento, a lentidão em que as coisas acontecem, a impessoalidade, a burocracia. Na verdade, a decisão foi bastante fácil, pois a Faculdade de Tecnologia Senac oferecia o curso de maneira bastante objetiva e concisa. Além disso, a estrutura (laboratório, impressoras, etc) era excelente e muito acessível. Os conhecimentos e metodologias adquiridos no curso foram úteis? Sem dúvida, foram essenciais para minha vida profissional. Desde as primeiras aulas, já me sentia bastante seguro de que tinha tomado a decisão certa. Claro que o fato de termos dois anos e meio para concluir o curso acabava fazendo com que tudo fosse muito concentrado e rápido. Houve épocas bastante complicadas para conciliar os projetos da faculdade com o trabalho. Mas o ponto forte do curso, na minha opinião, foi a proximidade que tínhamos com os professores e direção do curso; e os projetos integradores que permitiam rever, aplicar e relacionar tudo o que foi aprendido durante o semestre. Sua vida profissional ou pessoal melhorou após fazer um curso superior? Fale de você, antes e após concluir o Curso Superior Tecnoclógico. Definitivamente! Sou muito feliz hoje por poder trabalhar com o que eu amo. Antes de estudar design, eu havia trabalhado em um hotel e em agências de intercâmbio, até que resolvi fazer alguns projetos com um amigo. Nesse período, começamos ter a necessidade de criar algumas peças gráficas. Fazendo cursos de softwares específicos fui me interessando pelo tema e aprofundando. Já na faculdade, no primeiro semestre, consegui um emprego em um estúdio de design. Aconteceu no momento certo, pois pude aplicar na prática o que ia aprendendo na faculdade e também pude contrastar informação do mercado de trabalho e o que víamos no mundo acadêmico. Durante todo o curso, estive trabalhando nesse estúdio e era responsável pela maioria dos projetos editoriais. Então, logo após a formatura me mudei para Barcelona para fazer uma pós-graduação em Design Editorial. Foi um ano em que estive imergido em outra realidade, outra maneira de ver as coisas (tanto para melhor, quanto para pior), com muitas referências novas e maneiras diferentes de ver e “fazer” design. Após o curso, tive a oportunidade de fazer um estágio no estúdio Tholön Kunst em Buenos Aires. Depois trabalhei em São Paulo durante um ano como freelancer até que surgiu a oportunidade de voltar à Barcelona. E aqui estou.

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Fale de algum trabalho de que tem orgulho de ter feito (ou participado) - se possível envie imagens em boa resolução. Um dos projetos que mais tenho orgulho de ter participado foi desenvolvido justamente em um projeto integrador. Era um projeto de design corportativo. Entre os quatro do grupo (eu, Diego Machado, Roni Carvalho e Eduardo Gusmão) definimos o nome, desenvolvemos o conceito e criamos a marca Lazydog. Uma expressão tirada da frase “the quick brown fox jumps over the lazy dog” utilizada por tipógrafos para provar todas as letras do alfabeto, queríamos uma marca visualmente forte e com um toque de criatividade. Baseado no conceito ainda meio indefinido do “aha realization” criamos o cachorro na contra-forma do texto. Apesar de muita gente não notar e de o próprio professor na época sugerir que evidenciássemos mais o cachorro, optamos por manter a marca como estava, pois era justamente esse elemento “oculto” que nos agradava. Esse projeto acabou evoluindo para a revista Lazydog Mag, que foi nosso projeto de fim de curso. Mais recente, já no âmbito profissional, um projeto que gostei muito de ter desenvolvido foi o encarte do primeiro EP da banda de rock independente goiano, Pressuposto. O briefing tinha apenas o nome do EP (Obra Imatura) e manifestava o interesse por algo criativo e técnicas não tradicionais de impressão. Baseado em uma imagem de ultrassom desenvolvi a ilustração. Devido às suas características visuais, definimos que a xilogravura seria a técnica de impressão. Então talhei a matriz em madeira e imprimi cada um dos 300 exemplares. Os acabamentos também foram feitos manualmente (corte, vinco e colagem). Carimbos foram utilizados para os dados técnicos e nome da banda. Foi bastante trabalhoso mas o resultado foi muito satisfatório. Qualquer coisa, estou à disposição!

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ENTREVISTA

Guilherme Andrade Desde menino um tecnólogo em potencial Um ex-aluno que soube aproveitar das oportunidades disponíveis foi Guilherme de Andrade Dourado. Formado também em Design Gráfico pela Faculdade de Tecnologia Senac Goiás, desenvolve aplicativos. Guilherme sempre foi “fã” de tecnologia, vídeo games, computador, ficção científica e diversas outras coisas que englobam essa realidade

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tecnológica. Procurou o curso porque queria encontrar uma maneira de aproveitar o “gosto” pelo assunto. Depois de descobrir o curso, traçou um plano de carreira e hoje faz parte da equipe que elabora um projeto há três anos, que já tem mais de 5 milhões de downloads só no site da Google Play. Quando iniciou o curso de Design Gráfico passou a valorizar e perceber outros trabalhos como dos profissionais da área de programação, que são parte importante no processo de criação de aplicativos. “Conhecer essa área hoje me faz respeitar muito os meus colegas.”.


Onde você trabalha? Trabalho na Vuziq Inc., uma empresa de desenvolvimento de aplivativos. Qual é sua formação? Design Gráfico na Faculdade Senac Goiás Por que você escolheu fazer um curso superior tecnológico? O curso tecnológico é mais focado no mercado de trabalho e te ensinar o que precisa pra não ficar perdido na hora de conseguir um emprego, não tem muita teoria como o bacharelado. WOs conhecimentos e metodologias adquiridos no curso foram úteis para Sua vida profissional ou pessoal melhorou após fazer um curso superior? Sem nenhuma dúvida! Foi durante o terceiro semestre, a matéria de Interface e usabilidade que eu finalmente achei o que eu queria fazer, o desenvolvimento de interfaces, principalmente móveis. Nesse semestre foi quando eu consegui um estágio na empresa que eu trabalho atualmente como Designer UX/ UI. Fale de você, antes e após concluir o Curso Superior Tecnoclógico. Eu sempre fui muito fã de tecnologia, video games, computador, ficção científica etc., mas não sabia muito bem como usar esse gosto e conhecimento para transformar em uma carreira. O curso de Design Editorial, Tipográfico, que é uma profissão que eu respeito muito hoje em dia, porque eu sei o quanto é dificil desenvolver um tipo hehehe... A parte de lógica de programação então, conhecer essa área me fez respeitar muito meus colegas de trabalho que fazem a parte de programação, é uma parte imprescindivel na area de desenvolvimento de aplicativos. Fale de algum trabalho de que tem orgulho de ter feito (ou participado) - se possível envie imagens em boa resolução. Acho que é o que eu estou trabalhando atualmente, um aplicativo para smarthphones de Rap/Hip-Hop chamado My Mixtapez, focado no público que americano. É um projeto que já vem de 3 anos, participei de duas das atualizações dele, nessa ultima tanto na versão para iOS e para Android. Me orgulho muito de fazer parte desse projeto, com mais de 5.000.000 de downloads só na Google Play.Por favor, envie uma foto sua, se possível em ambiente de trabalho. Guilherme Andrade Dourado

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Lynna de Oliveira Profissionalizando os softwares A ex-aluna Lynna Lorrany Oliveira Costa, Designer Gráfica pela Faculdade Senac, foi quem criou o redesign de marca e linha das tintas Ipê. Antes de se formar, conhecia os softwares de uso comum nesse tipo de trabalho, mas depois que passou a frequentar as aulas, percebeu que “saber utilizar os softwares não faz de ninguém um profissional”. Cada empresa tem um perfil, mas que se aplica “cada uma das metodologias” que aprendeu. O uso do que é

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aprendido enquanto aluno é a peça chave para o crescimento profissional. Saber utilizar os softwares não faz de ninguém um profissional

Para ela, a escolha do local de formação foi fácil, “pelo tempo que otimizei pela formação, pela infraestrutura e sobretudo, por possuir uma grade de professores completa”, concluiu Lynna.


Onde você trabalha? Sou designer gráfico, trabalho atualmente na Capitie Design, agência que tem foco principal em embalagens, porém fazemos vários outros projetos como identidade corporativa, material para ponto de venda, campanhas, entre outros. Qual é sua formação? Me formei pela Faculdade Senac Goiás, com graduação em Design Gráfico. Por que você escolheu fazer um curso superior tecnológico? Em especial pelo tempo que otimizei na formação, pela infraestrutura e sobretudo devido a faculdade possuir a mesma grade e professores das demais faculdades do ramo em Goiânia. Os conhecimentos e metodologias adquiridos no curso foram úteis para Sua vida profissional ou pessoal melhorou após fazer um curso superior? Muito, cada uma das metodologias que aprendi aplico em meus projetos, tanto pessoais quanto na agência em que trabalho. Lógico que alguns clientes ainda possuem o perfil diferenciado e bloqueia um pouco da metodologia, mas é ai que as demais disciplinas são aplicadas, possibilitando o desenvolvimento de um bom projeto sem cooperação das empresas. Fale de você, antes e após concluir o Curso Superior Tecnológico. Tinha muito receio anteriormente sobre graduação tecnológica, próximo ao vestibular pesquisei bastante e vi que os tecnólogos possuem praticamente os mesmos direitos que um bacharel. Antes de me formar meus trabalhos eram bem amadores, eu não estava satisfeita em apenas conhecer os softwares, estava muito infeliz com os meus resultados, pois sabia que entender o software não faz de ninguém profissional, não generalizando, obviamente toda área tem suas exceções, mas nesses casos é muito além de que domínio de software, o aprendizado, experiência profissional e vocação contam bastante na hora de avaliar um profissional. Mesmo antes de me formar o conteúdo aprendido em cada disciplina se tornou parte de mim, meus trabalhos tanto acadêmicos quanto profissionais foram desenvolvidos com planejamento, metodologia e tudo que faço aprendi a criar um conceito para cada projeto e isso só se tornou possível com o aprendizado que tive na faculdade, cada disciplina tem seu valor no dia-a-dia profissional. Fale de algum trabalho de que tem orgulho de ter feito (ou participado) - se possível envie imagens em boa resolução. Criei o redesign de marca e linha das Tintas Ipê. O projeto chegou para que fosse criado um novo design, completamente diferente do que já havia no mercado. No briefing conseguimos identificar como conceitos principais originalidade e clareza, notei que um diferencial poderia ser arriscado mas depois da pesquisa de mercado atual desse produto, notamos que se destacar no mercado seria o ideal para essa linha. As tintas Ipê ganharam junto com a marca, um redesign de suas embalagens, baseado na originalidade do naming. As latas foram projetadas com um conceito inovador e autêntico, fazendo com que o produto se destaque de todos os demais do mercado. Cada linha teve um tratamento diferenciado. Cores, ícones, grafismos e conceitos únicos para cada uma das embalagens. Hoje depois do redesign, a Tintas Ipê vem aquecendo o mercado goiano, o qual empresa nos informou que vem crescendo relativamente as vendas de seus produtos com o novo conceito. Lynna de Oliveira

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UMA BIOGRAFIA

Laila Bezerra Para crescer é preciso aprender

A história de Laila da Silva Bezerra com o design começa quando ela tinha 14 anos e já trabalhava em uma indústria de embalagens como auxiliar de produção e retomou os estudos para melhorar e ter mais oportunidades.

Acredito ter feito o curso da minha vida. Foi pela formação que conquistei o que tenho hoje, apesar de não ter sido fácil. Mas o objetivo era maior Aprendeu processos práticos de impressão e acabamento na empresa. Enquanto na prática,

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buscou se profissionalizar. Fez cursos de Informática Básica, Como Falar em Público, Web Design e Técnico em Design Gráfico e logo foi promovida a Designer industrial, mas ainda sentia que precisava crescer. Foi então que cursou Design Gráfico Como já conhecia parte do processo de execução dentro da empresa, foi se destacando no trabalho. Depois de um ano que terminou o curso na Faculdade de Tecnologia Senac Goiás, Laila foi convidada para assumir o departamento de artes da indústria onde iniciou como auxiliar. Hoje é diretora de artes do Grupo Jorge Abrão, formado por diversas empresas em uma ação integrada. “Acredito ter feito o curso da minha vida. Foi pela formação que conquistei o que tenho hoje, apesar de não ter sido fácil. Mas o objetivo era maior”, concluiu Laila.


HISTORIA Meu nome é Laila da Silva Bezerra, tenho 28 anos e nasci na cidade de Imperatriz no estado do Maranhão. Atualmente moro em Goiânia (GO) e vim para esta cidade com intuito de estudar e trabalhar. Aos 16 anos de idade consegui meu primeiro emprego com carteira assinada numa indústria de embalagens como de Auxiliar de Produção. Retomei meus estudos com intenção de melhorar minha qualificação, com o objetivo de ter mais oportunidades, fazer carreira e consequentemente um salário melhor. Nesse intervalo, surgiu uma oportunidade na empresa que trabalhava, para exercer a função de Auxiliar de Clicheria (Birô de impressão). Trabalhei durante três anos e meio nesta função e aprendi bastante sobre a pré-impressão, impressão, acabamento e vários outros processos de produção de embalagens, tive mais acesso a outros departamentos e outros profissionais do ramo. Durante esse tempo em que trabalhei como Auxiliar de Clicheria fiz alguns cursos, de curta duração, como: informáticaW básica, como falar em público, web design e Técnico em Design Gráfico. Logo fui promovida a Designer Industrial. Para melhor desempenho desta função senti a necessidade de cursar Design Gráfico na Faculdade SENAC. Pesquisei sobre a Faculdade e sobre o curso, analisei todas as Unidades Curriculares, as qualificações dos professores, enfim, o curso era voltado para prática, com duração mais curta, que se encaixava perfeitamente no que estava buscando. Fiz o vestibular, passei, e iniciei o curso em 2011. Já no primeiro semestre pude perceber a importância de um curso superior. A faculdade me mostrou novos horizontes e despertou em mim a confiança que tanto buscava para o exercício do meu trabalho. No trabalho fui me destacando, pois consegui aplicar o conhecimento adquirido durante o curso de forma clara e eficaz. A troca de experiência na faculdade me proporcionou maior segurança em lidar com os clientes

da empresa e com toda a equipe de trabalho. Embora tenha recebido reconhecimento por parte dos clientes e dos demais profissionais, não tive o reconhecimento financeiro por parte da Diretoria. Nesse período recebi um convite de uma empresa concorrente para criar um departamento de artes. Realmente foi um grande desafio, pois tive a oportunidade de colocar em prática todo aprendizado adquirido na Faculdade. A empresa era nova, estava entrando no mercado. Com muita dedicação tive êxito na função, fui conquistando meu espaço e o salário que pretendia. Conclui o curso de Graduação em Design Gráfico pela Faculdade de Tecnologia SENAC Goiás em julho de 2013, realizando assim um dos grandes sonhos da minha vida. Após um ano, recebi uma proposta para assumir o Departamento de Artes da Indústria onde iniciei minha carreira profissional. Aceitei a proposta por se tratar de um desafio ainda maior e por ter obtido o reconhecimento financeiro que tanto desejava.

A minha formação acadêmica contribuiu para minha ascensão profissional e pessoal. Hoje tenho a minha casa, meu carro, enfim, minha independência financeira.

Atualmente sou a Diretora de Artes do Grupo Jorge Abrão formado pelas empresas Grafigel Embalagens Flexíveis, Igel Indústria Goiana de Embalagens e Grafigel Plásticos Rígidos. Tenho reconhecimento do meu trabalho por todos na empresa e me sinto profissionalmente realizada. Futuramente pretendo fazer uma pós-graduação e abrir uma empresa de representação de embalagens. A minha formação acadêmica contribuiu para minha ascensão profissional e pessoal. Hoje tenho a minha casa, meu carro, enfim, minha independência financeira. Acredito que fiz o curso da minha vida, foi através desta formação que conquistei tudo que tenho, mas acredite, não foi fácil, mas o objetivo era maior que todas as dificuldades.

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PAIXÃO

Compartilhada

Teatro por definição é uma forma de arte em que o grupo ou ator interpreta uma história e atividades para o público em determinado lugar. A representação da vida cotidiana pelos interpretes é técnica e emocional. O significado em si da palavra destaca que não se trata de uma interpretação comum, mas faz descoberta do profundo, uma experiência única. O teatro chegou ao Brasil junto com os Jesuítas que vieram catequisar os índios. De lá pra cá, sempre desempenhou um papel cultural importante. Em todas as regiões o público se fascina com o cenário e se apaixona pelos personagens, envolvendo-se física e emocionalmente com uma única apresentação ou peça. Só quem já compôs uma plateia sabe como é experimentar “cultura pura”. Os que têm oportunidade de assistir grandes peças clássicas, com atores que fizeram carreira nos palcos do país, são sempre atraídos por mais histórias interpretadas, tornando-se grandes e fortes influências para outras pessoas que ainda não conhecem de fato o teatro. Na capital goiana, são mais de 20 unidades disponíveis e cinco centros culturais expostos nos sites de informações do incentivo à cultura regional. Os incentivos culturais, apesar de muitos, não atingem a demanda de companhias e projetos em todos os lugares. A diretora da companhia de teatro Cia Stars, Karoline Martins, diz que “tem um período que abre o edital para enviar projetos. Alguns são contemplados, mas ainda há um déficit muito grande” Em Goiânia, a maior riqueza dos atores que compõem o teatro goiano é a paixão, “por causa dessa paixão, vem a força para caminhar e lutar por dias melhores em que o teatro seja valorizado” acrescentou Karoline “o povo goiano ainda não vai tanto ao teatro, e quando vão geralmente é para

rever interpretações de enredos globais. Mesmo quando temos uma riqueza imensa de discursos e produções, que ganham muitos prêmios nacionais em festivais como o Fica, realizado na cidade de Goiás todos os anos”. O que falta para o teatro Goiano então é a paixão compartilhada, não só de quem está nos bastidores, mas de quem assiste e absorve as emoções. Taynara Ferreira Borges, estudante de Teatro, vivencia a experiência de “vestir” o personagem. E “foi a magia que envolve o teatro” que a fez se apaixonar pela arte de atuar. Para Taynara, o que ainda impede as pessoas de visitarem os teatros, muitas vezes, é a falta de informação e até um pouco de desinteresse. A estudante explicou que “cinema e teatro são parecidos, porém diferentes” noteatro o que marca é a emoção do momento que jamais poderá ser vivenciado novamente na mesma intensidade e modo, enquanto que no cinema é mecânico, pode-se pausar e voltar quantas vezes quiser. É como se ela descrevesse com individualidade a existência de aura do teatro. Arte que é surpreendida por ambas as partes. Por parte dos atores, por sentir-se eletrizado quando vê a plateia cheia, captando cada expressão, e do espectador quando está em fase de fascínio pelos personagens, música e cenário. Juntos assim, formando um eterno casamento da plateia com o teatro, uma paixão intensa o bastante, para os fazer retornar todas as vezes para o teatro e se apaixonarem cada vez de um jeito diferente. “A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.” Charles Chaplin Maressa Ellen

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CULTURA

BRINCADEIRA e CULTURA em Contato com a CIDADANIA A riqueza que temos em solo goiano na grande capital

A festa que atrai centenas de pessoas é amostra cultural da riqueza e do povo goiano

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A festa goiana conhecida como Galhofada – Pequena Mostra de Teatro na Rua, que acontece todos os anos no Setor Pedro Ludovico, mostra a riqueza da cultura goiana. Este ano a festa aconteceu no mês de maio e a 11ª edição recebeu crianças que dançaram, pintaram, fizeram artesanatos e se divertiram com as apresentações. Palhaços, fantoches, música e passeata com os artistas movimentaram o bairro e distribuíram cultura. Galhofada é a palavra usada para descrever brincadeira, gracejo ou risota. Por definição, a festa promove alegria de crianças e adultos de todas as idades que passam pelo setor. Cerca de 6 mil pessoas passaram pelo evento e assistiram apresentações de mais de 300 artistas. A estrutura funciona à base de doações por parte da população e


da própria organização, que vende rifas, entre outras coisas, para arrecadar o valor necessário para manter o evento. O encontro de crianças é marcado por jovens, que quando crianças, participavam da programação como espectadores, gerando um círculo cultural entre ambas gerações. No ano passado o desafio era a doação de banner ao evento para serem transformados em sacolas plásticas. A Faculdade de Tecnologia Senac Goiás contribuiu com mais de 20 banners, incentivando também a doação de outras empresas parceiras e pessoas que pudessem doar recursos.

A primeira ideia

O grupo, que se auto denominava (informalmente) de Articulação pelas Artes Ciências em Goiás, foi formado pela Cia de Teatro Nu Escuro, o Zabriskie Teatro, o Grupo Reinação, o Grupo Teatro que Roda, a Arte Brasil Eventos, a Oficina Cultural Geppetto, o Grupo Q’Mário de Teatro e outros artistas como Charles Rosa Rodrigues, Marcus Fidelis, Franco Pimentel e mais alguns, que se juntaram com outros grupos. “Surgiram várias sugestões e como a intenção

era de um encontro entre artistas e comunidade, achamos que seria uma grande brincadeira onde a alegria deveria reinar. Alguém falou Galhofa e ficou galhofada que tem isso tudo como significado”, lembrou Marcos Amaral Lotufo, Designer gráfico que hoje atua pelo segmento cultural com a confecção de bonecos e objetos animados para o teatro. Quando a primeira edição aconteceu, não tinha projeto de continuidade, apenas conversas a respeito. Aos poucos foi virando coisa séria e hoje, já no décimo primeiro ano de exposição, é um evento conhecido e respeitado pelos moradores da região que, inclusive, participam das ações e passeatas. Hoje Lotufo se preocupa em não perder a essência do festival, que é a reflexão sobre a arte, segundo ele quando cresce muito fica como uma farra impessoal e o objetivo é “um momento de congraçamento entre os artistas e entre estes e a comunidade, que tivesse maior penetração no bairro” concluiu ele. Assim, a cultura ganha, mais uma vez, a oportunidade de expor a riqueza que temos em solo goiano na grande capital. Maressa Ellen

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MÚSICA POPULAR BRASILEIRA A música popular brasileira não está em decadência. Pelo contrário, está cada vez mais em evidência e presente mais cedo na vida dos brasileiros. Talvez quando dizem MPB não exista a associação com o que de fato significa. O MPB, é geralmente confundido com a Bossa Nova e na verdade é a sigla representante de do tipo de segmento musical que representa toda Música Popular Brasileira ou seja o que é popular é MPB. Os principais artistas do MPB como Tiê, Tulipa Ruiz, Clarice Falcão, Roberto Carlos, Valesca Popozuda, Naldo, Ivete Sangalo, NX Xero fazem parte do grande cenário que compõem a música popular brasileira. Harmonias e melodias com letras que falam de amor, tranquilidade, cotidiano e outros diversos temas, alguns inclusive, com certo tom de humor. Transparecem a identidade de um povo de riqueza cultural e variável. A chamada terceira geração, é essa “leva” de artistas que atuam no mercado fonográfico recente. Vem recheados de experimentos e testes, como Cícero com o disco canções de apartamento, lançado em 2011, todo produzido e gravado no apartamento do cantor e disponibilizado completamente grátis na internet. Em Goiás, o segmento considerado “cult” ou clássico, o mercado é ainda mais disputado, já que o estado é conhecido como a terra do sertanejo. Nomes saídos daqui são referência para novos artistas como Maria Eugênia, hoje com mais de dez anos de carreira. “Só pelo fato de eu sobreviver a tanto tempo de MPB (Bossa Nova) eu me considero um nome importante, porque eu abri muitas portas” concluiu a cantora.

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O empresário do estúdio UP music, técnico de som e músico Geisler Sinelis, acredita que por “o MPB ser um produto caro e com poucas pessoas consumindo, poucos artistas são lançados e esses que emplacam tem uma carreira longa”, o mercado não sofre tantas atualizações de artistas.

Termômetro Social

Para além da academia de estudos sociais, a música como objeto de reflexão, é um material rico para análise da sociedade, reproduz o sentimento do povo e de quem toca para ele. Hoje quando o MPB se mistura com diversas modalidades e ritmos, mostra quem somos. Luiz Fernando Carijó Chafin, produtor musical – e por uma ótima coincidência casado com Maria Eugênia - acredita que o povo brasileiro aceita muito bem a diversidade, “a MPB é o reflexo do povo” declara. O que se entende de música depende do quanto nos envolvemos com ela, o quanto a sentimos e esperamos que nos modifique de alguma forma. A música foi o primeiro poema, o primeiro amor, a expressão do sentimento humano e hoje continua sendo o espelho que grava em sua moldura a imagem de quem refletiu. “Não morre aquele que deixou na terra a melodia de seu cântico na música de seus versos” CORA CORALINA Maressa Ellen

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QUADRINHOS

A vida de um Designer Por Pettra Matias

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Bom dia! jรก tem alguma resposta sobre o layout que te enviei?

sim, faz outro.


CINEMA

JOGOS VORAZES A ESPERANÇA O FINAL (THE HUNGER GAMES: MOCKINGJAY - PART 2) 2015 - Ação/Aventura/Drama/Fantasia - 139 min Com a nação de Panem em uma guerra de grande escala, Katniss enfrenta o Presidente Snow em um confronto final. Junto de um grupo de seus amigos mais próximos - incluindo Gale, Finnick e Peeta - Katniss sai em uma missão com a unidade do Distrito 13, a merdida que eles arriscam suas vidas para libertar os cidadãos de Panem, e encenar uma tentativa de assassinato contra o Presidente Snow, que se tornou cada vez mais obcecado com a destruição dela. As armadilhas mortais, os inimigos e as escolhas morais que esperam por Katniss irão desafiá-la mais do que qualquer arena que ela enfrentou em Jogos Vorazes. Direção: Francis Lawrence Elenco: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Woody Harrelson, Elizabeth Banks, Julianne Moore, Philip Seymour Hoffman, Jeffrey Wright, Willow Shields, Sam Claflin

COMO SOBREVIVER A UM ATAQUE ZUMBI SCOUTS GUIDE TO THE ZOMBIE APOCALYPSE 2015 - Comédia - 93 min Ben (Tye Sheridan), Carter (Logan Miller) e Augie (Joey Morgan) são grandes amigos que se conheceram ainda crianças, no grupo de escoteiros. Entretanto, eles cresceram e agora Ben e Carter não vêem mais graça na atividade, especialmente pelo fato de serem motivo de piada de todos os demais jovens da cidade. Augie, por sua vez, continua empolgado com a ideia de ser um escoteiro. Um dia, quando o trio está acampando, Ben e Carter deixam o local para ir a uma badalada festa secreta. Só que, quando chegam à cidade, percebem que ela está tomada por zumbis, dispostos a matar qualquer um que surgir pela frente. Elenco: Tye Sheridan, Logan Miller, Joey Morgan Direção: Christopher Landon

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