NDesign 2017 - Projeto Político-Andragógico

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Projeto Pol铆tico-Andrag贸gico



Projeto Político-Andragógico do 27º Encontro Nacional de Estudantes de Design Julho de 2017 Curitiba - PR ncuritiba2017.com.br

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SUMÁRIO


1. DO PROJETO 2. O QUE É O N DESIGN?

2.1 Com que frequência ocorre o NDesign? 2.2 Qual o teor do evento? 2.3 Qual o público do evento?

3. O QUE É A PRÉ-CONDE CURITIBA? 3.1 Qual a estrutura da organização?

4. EDIÇÕES ANTERIORES 5. POR QUE EM CURITIBA?

5.1 Quais são as instituições de ensino e cursos de design em Curitiba? 5.2 Quais os eventos de design em Curitiba? 5.3 Quais as instituições Culturais e iniciativas de apropriação da cidade?

6. FUNDAMENTOS TEÓRICOS NORTEADORES 7. PLANO DE ATIVIDADES 8. INTERAÇÕES 9. ESTRUTURA REALIZAÇÃO/APOIOS AGRADECIMENTO CONTATO



1. DO PROJETO


A Pré-CONDe sentiu a necessidade de elaborar a fundamentação deste projeto mais profundamente, e para tanto, valemo-nos do cruzamento e interrelação de teorias. Isto, pois, nosso trabalho será direcionado antes de tudo a uma sociedade, a um indivíduo e este último com toda a sua complexidade. Este projeto foi elaborado nos moldes de um projeto políticopedagógico, pois acreditamos que por meio deste será possível criar uma base segura que irá conduzir as nossas ações e propostas, tanto teóricas quanto práticas. Um projeto político-pedagógico é o fruto da interação entre os objetivos e prioridades estabelecidas pela organização, que designa, através da reflexão, as ações necessárias à construção de uma nova experiência. “O termo projeto indica plano, intento; significa lançar-se, precipitar-se.” Portanto, começamos nos questionando quais são as nossas intenções, objetivos, aspirações e os ideais que nós compartilhamos, pois:

Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função de promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente a determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores [...] (GADOTTI, 1994, p.579) . O termo político está relacionado, segundo a nossa compreensão, ao sentido de estabelecer e exercer a sua autonomia em todos os níveis, incluindo à coletividade. Segundo Aristóteles, “o homem é um ser político” e sendo assim, deveria ter a habilidade em tratar das relações humanas, bem governar a si mesmo e também


representar-se perante a sociedade. Qual é a melhor forma de governo de si e da sociedade? É algo que este projeto também nos leva a pensar, com ênfase nos processos internos de tomada consciencial, pois a práxis educacional está relacionada diretamente à política, e a sua construção histórico-social deveria incluir ações participativas e de integração social. A organização preza pela cooperação e construção coletiva, o que nos leva a, também, prezar por este instrumento de auxílio ao planejamento educacional e execução de uma gestão menos verticalizada e, ainda que um projeto político-pedagógico seja usualmente ligado a educação formal, o adotamos para a construção do conteúdo que será aplicado durante o Encontro Nacional dos Estudantes de Design – ENE (NDesign) em 2017. O termo pedagógico, por sua vez, refere-se à dimensão que possibilita a efetivação da finalidade da educação, que é o ato de ensinar e de aprender. Veiga nos esclarece a relação entre os dois termos:

O projeto busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos da população majoritária. É político no sentido de compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade [...] Pedagógico, no sentido de definir as ações educativas e as características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade. (VEIGA, 1995, p. 13). Este projeto é, então, a expressão política deste evento. É o documento essencial que contém a (s) concepção (ões) de ser, sociedade e educação. A ou as vertentes filosóficas, políticas, sociais, psicológicas, pedagógicas e andragógicas; e é justamente aí que se revela a curadoria da relevância das nossas atividades, sejam elas palestras, oficinas, workshops, rodas de conversa, entre outras. Sendo assim, este documento permeará as nossas interações com os sujeitos-alvo neste encontro, sempre potencializando a autogestão do encontrista, porém jamais negligenciando a orientação em sua aprendizagem.



2. O QUE É NDESIGN?


Segundo o estatuto do Conselho Nacional de Estudantes de Design:

“[...] é um evento itinerante e anual, de cunho científico, político, acadêmico e cultural, sem fins lucrativos que promove a integração de estudantes de Design do Brasil, bem como o aprofundamento do debate crítico na área entre acadêmicos e os mais diversos setores da sociedade. É organizado e realizado pelos (as) estudantes de Design do Brasil. Cada NDesign é único em projeto, estrutura e objetivos, ficando a critério da CONDe a sua organização e formato, desde que estes não agridam ou neguem o presente Estatuto.” Mais do que apenas um evento, o N se mostra com uma experiência onde os envolvidos vivenciam durante uma semana o contato direto com outros encontristas de inúmeras partes do Brasil, com os repertórios mais diversos, bem como com palestrantes, professores e profissionais que direcionam discussões de acordo com a linha temática principal do evento, além de empresas e demais instituições como ONG’s, coletivos, grupos artísticos e afins que podem se inserir dentro deste espaço, seja ajudando com materiais, stand no local, entre muitos outros acontecimentos. Tudo isso influência diretamente na vida desse encontrista, que volta para sua cidade transformado depois dessa intensa experiência de motivação e incentivo para o trabalho em equipe, busca para as soluções dos desafios do dia a dia que são enfrentados não somente durante o encontro, mas também na vida pessoal e profissional.


2.1 - Com qual frequência ocorre o NDesign? 2.2 - Qual o teor do evento? 2.3 - Qual o público do evento?

O N design acontece anualmente, sempre em um estado/regional diferente. Essa itinerância, aliada construção e especificidade de cada CONDe, faz de cada N uma experiência única, já que os assuntos discutidos e a imersão cultural é sempre diferente.

Cada ano conta com uma temática diferente, e dentro dessa temática acontecem várias atividades como palestras, oficinas, workshops, debates, rodas de conversa; além de espaços de integração, como festas e pequenos festivais. O público do evento é formado majoritariamente por estudantes de Design de todo o Brasil, com faixa etária de 18 a 25 anos, geralmente com renda fixa. Estes encontristas estão sempre conectados à internet, mobilizando conteúdos e questionando a sociedade em comunidades virtuais e redes sociais, sabendo que fazem parte dela e que tem papel importante dentro de sua construção. Também mantêm contato entre si em encontros presenciais anuais como reuniões do CoNE Design (Conselho Nacional de Estudantes de Design), além do N Design e o R Design (Encontros Nacional e Regional de Estudantes de Design). Espera-se um público de aproximadamente 3.000 pessoas durante o evento.


3. O QUE É A PRÉ-CONDE CURITIBA


A Comissão Organizadora do Encontro Nacional dos Estudantes de Design (CONDe) é o grupo formado por estudantes de graduação em Design regularmente matriculados em uma Instituição Ensino Superior, encarregados de organizar e estruturar o já citado evento (NDesign), bem como os dois CoNE - Conselho Nacional de Estudantes de Design ordinários do ano para qual a organização foi eleita. Essa eleição acontece com um ano de antecedência. As organizações que ainda não foram eleitas para sediar o encontro nacional são chamadas de Pré-CONDe.

3.1 - Qual a estrutura da organização?

Comunicação

A célula de Comunicação é responsável pela construção da identidade visual do encontro, pela divulgação do mesmo, pelo contato com o encontrista, bem como a elaboração de todo o material de papelaria, audiovisual, bazar e afins.

Estrutura

A célula de recursos é responsável por buscar patrocínios, apoios e parcerias para promover a estrutura para a viabilização do encontro, estando nisto inclusos O espaço de alojamento dos encontristas, o espaço onde as atividades acontecerão e recursos para possibilitar que o encontro aconteça; pela ambientação do espaço escolhido para a realização do mesmo, e possui também em sua formação um responsável pelas finanças da organização (tesouraria).

Conteúdo

A célula de Conteúdo é responsável pelas pesquisas que resultarão na temática e conceito do evento, bem como na


elaboração das atividades que serão executadas pelos convidados que as integrarão, pela listagem dos materiais e recursos que serão necessários para que os itens citados anteriormente sejam realizados, pela escolha dos melhores horários e formatos para as atividades que serão realizadas, e também pelas atividades de chamada que serão realizadas no período anterior ao evento.

Gestão

A célula de gestão conta com uma sub célula de RH, responsável por gerenciar os membros da organização, com uma subcélula de s onho que envolve todos os membros para imaginar o evento perfeito, e planejar ações para concretizá-lo, e a subcélula de coordenadoria, responsável por, junto com RH, avaliar toda a organização e alinhar cronogramas e deadlines, gerindo a organização.

3.1 - Missão da organização

A principal missão da organização é propor um espaço onde o encontrista reflita sobre a condição que ele está inserido, considerando seu papel como designer dentro das dinâmicas culturais, sociais e filosóficas, aprendendo com o panorama histórico sobre o ensino e a produção de design no Brasil. Esperamos que esse encontrista se situe em um papel ativo em vários níveis, dialogando com outras pessoas que estão inseridas nesse cenário e modificando. Refletir, enquanto reflexão que chega a lucidez e como reflexo que considera a lucidez alheia, a propagando. E com isso, nós estabelecemos os principais pontos norteadores para a missão proposta pela nossa organização:

• Autonomia do encontrista; • Propor projetos para serem elaborados e problemas para serem solucionados coletivamente; • A participação dos encontristas no decorrer dos projetos é imprescindível e deverá ser ativa; • Estimular o conhecimento e a participação em áreas diferentes do “gosto pessoal” dos encontristas; • Explorar problemas para que se possa refletir sobre eles próprios e caracterizar essa reflexão como ferramenta de construção e evolução;


• Auxiliar e facilitar as interações; • Aprender a desaprender, aprender a aprender e aprender a ensinar; • Horizontalidade e transparência para com os encontristas pois todos possuem conhecimentos válidos e pertinentes a serem compartilhados.


4. EDIÇÕES ANTERIORES


1991

2004

1992

2005

1993

2006

1994

2007

Curitiba/PR - Sem tema específico

Santa Mari/SC - Identidade e Sociedade Belo Horizonte/MG - Demandas e Perspectivas Rio de Janeiro/RJ Qual a cara do estudante de design brasileiro?

1995

Recife/PE - Onde estão os criadores?

Santa Maria/RS - O design emergente São Luís/MA - PontaPonta Brasília/DF - NDesign: aberto para balanço Florianópolis/SC - Sem tema específico

2008

Manaus/AM - Waty’Amá

1996

2009

1997

2010

1998

2011

São Luís/MA - Democratizando o Design São Paulo/SP - Pluralidade e Diversidade do Design Curitiba/PR Design para todos: vamos mostrar a cara

1999

Brasília/DF - Design: reconhecer pelo conhecimento

2000

Salvador/BA - N Passos a frente

2001

Recife/PE - Educação, interdisciplinaridade e outros

2002

Bauru/SP - Sem tema específico

2003

Belo Horizonte/MG - Design por necessidade

Olinda/PE - Manguebit Curitiba/PR - Imersão Rio de Janeiro/RJ - Aonde você pensa que vai?

2012

Belo Horizonte/MG - NJeitos

2013

Salvador/BA - Insira seu contexto aqui

2014

Goiânia/GO - Mude seu estado

2015

São Paulo/SP - Da potência ao ato

2016

João Pessoa/PB - Movimento



5. POR QUE EM CURITIBA?


“Curitiba é a cidade do Design e finalista no processo de escolha da cidade que levará o título de Capital Mundial do Design 2018.” O título representa o reconhecimento do potencial da cidade no desenvolvimento do design em âmbito nacional e internacional. Além do destaque proporcionado pelo título, o fato de Curitiba integrar a rede global de Cidades Criativas possibilista também a troca de conhecimentos, experiências e melhores práticas com grupos culturais de todo o mundo, já que a UNESCO Creative Cities Network trata-se de uma plataforma global que estimula a geração de novas oportunidades de cooperação e parceria com outras cidades que fazem da criatividade um elemento essencial de seu desenvolvimento econômico e social. Para tanto, Curitiba precisou fazer um relatório mostrando suas indústrias de design estabelecidas, além de iniciativas que integram e melhoram o ambiente da cidade, tais como arquitetura, planejamento, domínio público, esculturas e arte de rua; assim como o projeto impulsionado indústrias criativas como interiores, moda, têxteis e joias. Além de um levantamento completo de escolas de design e centros de investigação na cidade e o Apoio da cidade à feiras, eventos e exposições em matéria de concepção indústrias nacionais e internacionais.

5.1 - Quais são as Instituições de Ensino e os cursos de Design em Curitiba?

UTFPR

O departamento acadêmico de desenho industrial (DADIN) foi criado em 1971. Originalmente mantinha os cursos de Artes gráficas e Design de móveis, que foram reestruturados para os cursos de Tecnologia em Design gráfico e Bacharelado em Design. Em 2011 aconteceu a mudança e reestruturação da grade do curso de tecnologia em design gráfico, e a reestruturação da grade do


bacharelado em Design está em processo. CADUT - Fundado em 2007, o Centro Acadêmico de Design da UTFPR, está atualmente em sua 8º gestão.

UFPR

Em 1971 é criado o Departamento de Artes com os cursos de Comunicação Visual, Desenho Industrial e Educação Artística, no Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Federal do Paraná. Em 1975 são criados os cursos de Design. Possui atualmente os cursos de bacharelado em Design Gráfico e Design de Produto. CADI - Centro Acadêmico de Design, foifundado em 1987 e é um dos primeiros centros acadêmicos de design do país.

PUCPR

Bacharelados em Desenho Industrial - Design Gráfico/Produto, Design de Moda/Digital. Gráfico e Produto foram fundados em 1975, em 2010 houve reestruturação das grades e implantação das novas habilitações, Moda e Digital. CAD - O Centro Acadêmico de Design da Pontifícia Universidade Católica do Paraná foi fundado em 1994.

UniBrasil

Possui o curso de Bacharelado em Design.

Universidade Tuiutí

Possui os cursos de Tecnologia em Design gráfico e Digital, Tecnologia em Design de Interiores e Bacharelado em Design de Moda.

Universidade Positivo

Os cursos de Design iniciaram em 1999 com Bacharelado em Design - Projeto de Produto e Bacharelado em Projeto Visual. Em 2009, surgiu o Bacharelado em Design de Moda, todos com duração de 03 anos. Em 2010, surgiu o curso de Tecnólogo em Design de Interiores, com dois anos de duração.

UniAndrade

Possui os cursos de Bacharel em Design de moda, Tecnologia em Design de Interiores.

FAE

Possui o curso de Tecnologia em Design


5.2 - Quais eventos de design acontecem em Curitiba?

Purungo

O purungo é o encontro municipal de estudantes de design de Curitiba. Conhecido por sua versatilidade, onde os encontristas podem experimentar novas ideias integradoras, já que o encontro não possui um formato específico, ficando a cargo da organização planejar o que fica melhor para cada edição. A organização reúne interessados de todas as universidades de design de Curitiba, e o encontro engloba estudantes e interessados em design de diversas áreas. Aconteceu periodicamente até sua 12º edição, onde houve um hiato até sua 13º edição em 2013. Há planos para que o Purungo volte a ser realizado no ano de 2016.

Semana D

Organizada pela pró-design e pelo CBD, é um festival de design que acontece anualmente entre setembro e novembro e é moldado de acordo com eventos similares que acontecem na Europa. O evento pretende mostrar ao público o poder transformador do design e que ele está presente no cotidiano de todos. Além da programação oficial, o evento, que tem caráter colaborativo, conta também com ações promovidas pela comunidade acadêmica, instituições, indústrias e lojas que intensificam ainda mais a vivência do tema na cidade. Já a Semana Desconto promove uma parceria entre a Semana D e lojas físicas e virtuais, dando uma oportunidade para que o consumidor possa adquirir produtos de design a um preço mais acessível.

Charneira - Semana Acadêmica PUCPR

Acontece Anualmente, geralmente no mês de outubro/novembro, e é atualmente uma das maiores semanas acadêmicas de Curitiba. A organização é realizada a partir de uma disciplina de eventos para 7˚ e 8˚ período, e a Charneira está na 13˚ edição.

Algures - Semana Acadêmica UTFPR

O Algures, acontece regularmente nas dependências da UTFPR, geralmente durante o primeiro semestre. Com a primeira edição em 2006, está atualmente em sua 10º Edição.

Singura - Semana Acadêmica UniBrasil

Singura, palavra de origem romena que significa “único”, foi o termo escolhido para batizar a Semana Acadêmica de Design das Faculdades Integradas do Brasil, a UniBrasil. A primeira edição do Singura ocorreu em 2010.


Revés - Semana Acadêmica UFPR

Teve sua primeira edição organizada por alunos em 2014, anteriormente a coordenação do curso juntamente aos professores ficavam a frente da semana acadêmica.

5.3 - Quais instituições culturais e iniciativas de apropriação da cidade?

Fundação Cultural

Criada no dia 5 de janeiro de 1973, a Fundação Cultural de Curitiba nasceu do processo de transformações urbanas vivenciado pela cidade nas décadas de 1960 e 1970, que envolvia, além de uma série de ações de planejamento, uma política de preservação da cultura e da história da cidade. Tem como missão promover o desenvolvimento sociocultural e artístico da comunidade, subsidiado pelas necessidades e expectativas de todos os segmentos da sociedade curitibana, de modo a enriquecer e compartilhar o conhecimento, criando igualdade de oportunidades para todos.

São Francisco/Praça do Ciclista

A praça de bolso do ciclista é um espaço construído pela comunidade com o apoio de várias secretarias municipais, em uma área na região central cedida pela Prefeitura. Mais que uma obra física, a praça é considerada como um marco da cultura de parceria entre sociedade e poder público. A Praça de Bolso do Ciclista é um bem imaterial da cidade. A palavra que define este lugar é atitude, e é somente dessa maneira, com a mobilização de todos, que a transformação da sociedade se faz possível.

Pré-Carnaval

Durante os domingos que Antecedem o carnaval, o centro da Cidade se transforma, e podemos sair às ruas cantando tradicionais marchinhas e dançando. O pré-carnaval de Curitiba já é tradição, e a cidade que é conhecida por não ter força no carnaval se mostra alegre e irreverente. Inúmeras iniciativas sacodem com o público, como o bloco Garibaldis e Sacís, o carnaval eletrônico, show de artistas, o psychocarnival, e culminando com a zombiewalk, no domingo de carnaval.

Corrente Cultural

Movimento criado em 2009, a Corrente Cultural é fruto da união de instituições públicas e privadas, artistas e produtores culturais, em torno de um mesmo objetivo: valorizar e promover a diversidade


cultural em Curitiba. Durante uma semana, em novembro, o centro e os bairros são tomados por uma intensa programação artística que culmina com a Virada Cultural.

GIBICON

Convenção Internacional de Quadrinhos: É um evento internacional de histórias em quadrinhos, que ocupa diversos espaços da cidade de Curitiba com atividades gratuitas: minicursos, oficinas, palestras, debates, lançamentos de livros, sessões de autógrafos e exposições com a presença de artistas gráficos e quadrinistas do Brasil e outros países. Prestigia os artistas locais e a força da sua produção no cenário nacional ao mesmo tempo em que apresenta quadrinistas do mundo todo, promovendo o intercâmbio profissional e intelectual.

Festival de Teatro

Realizado pela iniciativa privada desde 1992, com patrocínio da Prefeitura Municipal de Curitiba, o festival constitui uma vitrine do teatro brasileiro contemporâneo. Com uma programação rica em qualidade e diversidade, oferece, além das peças teatrais, inúmeras atividades relacionadas, como feiras de arte, oficinas, cursos, exposições, lançamentos de livros e outras atrações. Traz uma média de 400 espetáculos de companhias teatrais de todo o país e do exterior, e atrai a cada edição um público de mais de 200 mil pessoas.

Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Curitiba - VentoSul

A Bienal vem se consagrando como um dos maiores eventos de arte da América Latina, exibindo a cada edição obras de artistas de países dos cinco continentes. Organizada pelo Instituto Paranaense de Arte, conta com o apoio da Fundação Cultural de Curitiba, que disponibiliza seus espaços para o evento.

Singura - Semana Acadêmica UniBrasil

O festival internacional de cinema de Curitiba tem como objetivo expandir e aguçar os sentidos de seus participantes, realiza oficinas, palestras e debates a fim de proporcionar uma experiência relevante durante sua realização. Durante o festival inúmeros curtas e longas nacionais e internacionais, alguns inéditos, são apresentados para o público. A Seleção Oficial do festival é composta por mostras


competitivas e não-competitivas. As Competições de Curtas e Longas recebem produções de todo o mundo, inclusive brasileiros; a mostra Novos Olhares aceita inscrições de primeiros longas-metragens de seus diretores; a mostra Outros Olhares aceita curtas e longasmetragens de todo o mundo; e a seção Mirada Paranaense é dedicada aos realizadores nascidos ou residentes no Paraná há pelo menos 2 anos. Nas categorias competitivas, terão destaque curtas e longas-metragens que não renunciem ao experimentalismo, mas que mantenham uma boa comunicação com o público por meio de narrativas que abordem temas contemporâneos.

Tijucão Cultural

O evento é realizado no Edificio Tijucas, que possui 21 andares, 420 salas e intermináveis corredores, localizado no Centro próximo à Praça Osório. O edifício abre suas portas de quase seis décadas de vida com o objetivo de conectar as pessoas e promover um mercado de arte, cultura, bens e serviços mais criativo e justo, contando com mostras, performances e diversas intervenções.

Feira Printa

Feiras de zines independentes: Mais de 60 artistas vendendo seus próprios trabalhos como posters, zines, impressos e originais


6. FUNDAMENTOS TEÓRICOS NORTEADORES


A sociedade atual está profundamente marcada por transformações em sua estrutura, uma série de fatores acabaram por influenciar o cerne social, este que ainda persiste. A ascensão da tecnologia, globalização, a rapidez na troca de informações online e entre outras modificações alteraram, inclusive, a construção social do ser, que passou a reconhecer-se como indivíduo singular e consumidor. Desde as Revoluções Industriais, com a transição dos mecanismos de manufatura para a maquinofaturação, a educação e o trabalho foram novamente vinculados com o propósito de doutrinar as massas para que houvesse maior produção e mais acúmulo de capital por parte dos grandes detentores do poder econômico. O novo modelo de produção capitalista e também as grandes produções de conhecimento da época incentivaram o reconhecimento de si enquanto indivíduo, conhecido como individuação. É também um processo que foi iniciado com o surgimento do pensamento Liberal que, mais tarde, foi renovado e continuado pelo neoliberalismo e hoje nos trouxe um aspecto de exaltação da liberdade, levando-nos a um exacerbado individualismo egocêntrico, que de tão intrincado à nossa educação, coisificamo-nos. Com a influência do Taylorismo e do Fordismo surge no Brasil uma nova concepção de educação que se instaurou por meio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional número 5.692/71, a pedagogia tecnicista. E, de acordo com Saviani (p. 23),

“assim também na educação, aperfeiçoam-se os mecanismos de controle, inserindo-a no processo mais geral de gerenciamento das crises no interesse da manutenção da ordem vigente”


Devido a não preocupação do tecnicismo com a formação integral do indivíduo, com o passar do tempo a sociedade se compunha de homens e mulheres condicionados física, emocional e psicologicamente ao trabalho árduo, mas que não compreendiam a causa de tanto esforço para tão pouca recompensa. Com a prática da pedagogia tecnicista, com bases positivista e behaviorista, os indivíduos a cada vez mais, formam-se sem o poder de mudar as suas realidades; estes indivíduos, por uma ilusão de vontade própria, ainda mantêm os cabrestos que os cegam, os direcionam e os silenciam. Com isso, o trabalho passou a ser compreendido enquanto reprodução das mercadorias e das ideologias impostas pela classe dominante, deixando de possuir um valor ontológico na constituição do ser, na sua formação enquanto homem e a educação uma ferramenta para a formação de indivíduos que existem às margens da reflexão filosófica, sociológica e crítica, fazendo com que apenas a técnica seja levada em consideração. Com a influência filosófica da Ontologia, a área que investiga a origem do ser, sentimos que era mais do que necessário resgatar teorias sobre a nossa gênese para podermos pensar e refletir o ser-social ao qual nos deparamos hoje, assim como os malefícios da redução do seu valor e, desta forma, buscamos auxílio em três filósofos que, sobretudo, também se ocupavam com estas perguntas; dito isso, partimos de um pré-socrático chamado Heráclito de Éfeso, que viveu na Grécia Antiga e foi um dos primeiros a conceber o conceito de movimento justamente por observar o movimento da natureza ao nascer, viver e morrer. Este fisiólogo, como hoje chamamos aqueles que se detêm em filosofar com base na natureza, elaborou a sua filosofia e dela muito se perdeu restando apenas alguns fragmentos. Para Heráclito, o mundo e a vida se originou no Fogo que tudo consome, incluindo a si mesmo e que quando condensado se umidifica e gera a água ao ganhar mais consistência e que ao se solidificar torna-se terra, o que possibilita o surgimento de todas as coisas. Este aspecto de movimento nos acompanha até hoje, pois como afirmou Martin Heidegger em seu pensamento, um filósofo alemão do século XX, há uma diferença entre o Ser e o Ente, pois o Ser é indefinível, o Ente é aquele que existe, nós homens e mulheres e todas as coisas. O diferencial é que o homem é dotado da


consciência racional e pode questionar a sua própria existência, nós nos encontramos em uma situação ou interação com o que está ao nosso redor, com os afetos, interesses, atos que tomamos no instante em que vivemos, aspirações futuras e etc. Este autor ainda considera o homem enquanto ele mesmo, também enquanto o seu potencial e capacidades, isto porque estamos sempre ligados, também, ao próprio tempo em que existimos. Retornamos, então, a Agostinho de Hipona (3 54 – 430 d.C), teólogo e filósofo da Idade Média, que acrescentou a nossa reflexão o Tempo, pois perguntou:

“ Que é, pois, o tempo? Se ninguém me pergunta, eu sei; mas se quiser explicar a quem indaga, já não sei” A gostinho investiga o tempo e a sua linearidade (passado, presente e futuro) e percebe que tudo o que já houve é uma memória, o presente está acontecendo e o futuro ainda não existe, porém há um eterno movimento de vir-à-ser, pois o futuro está nascendo no presente que morre ao se tornar passado. Frente a este raciocínio, começamos a entender o ser como uma construção íntegra, linear, completo em si mesmo. Entretanto, com uma perspectiva multifacetada que se forma através da sua interação com o Outro e com o mundo. Esta interação do homem com o exterior faz com que os signos em seu repertorio sejam constantemente ressignificados, gerando inúmeros interpretantes dinâmicos. Cabe dizer que o nosso propósito é o de evidenciar a verossimilhança entre a particularidade e o diálogo com aquilo que é externo ao indivíduo, como afirma Georg Lukács :

“(...) esta aplicação correta necessita primeiramente uma concepção do homem como um ser a priori e integralmente social, e que mesmo os problemas mais íntimos do indivíduo mais solitário possuem igualmente seu aspecto social. O problema da liberdade humana é, ao mesmo tempo, um problema social e histórico. (...)”


Agora nos deparamos com a riqueza da troca experiencial e das relações reais, com a liberdade do homem, porém que ainda é atrofiada pelos sistemas presentes na sociedade e é neste aspecto que nos aprofundamos. Atualmente, o modo de vida a qual nos adaptamos nos incentiva a individualizar ao máximo as nossas expressões singulares; o ser-social, então, é levado a consumir não somente os produtos materiais e ideológicos, mas também a si mesmo e a todo o seu potencial criativo e gerador; visto que frente a todos estes mecanismos de manipulação em massa, o ser-social e os ambientes de socialização são moldados exatamente de acordo com o ideário de repressão em vigência, pois de acordo com Foucault, o poder não é uma manifestação local, senão uma prática social disciplinadora que tem como objetivo a produção de micropoderes, ou seja, manifestações regionalizadas da normatividade. Esta foi uma das contribuições do filósofo francês à filosofia política, pois nos induz a refletir que atacar o Estado não nos levará a lugar algum, pois este é apenas uma das representações do poder, e que há outras influências sendo exercidas sobre nós justamente porque passam despercebidas através das instituições familiares, religiosas, de ensino, públicas e privadas, de saúde e afins. E em a sua conceituação, Foucault destacou que àqueles que resistem a normatividade são categorizados como “corpos improdutíveis”, pois para este conjunto de sistemas, ligado ao capitalismo e ao neoliberalismo, este (s) indivíduo (s) não é produtivo, não reproduz as suas normas homogeneizadoras, nem encaixa-se no padrão pré-estabelecido e aceito socialmente; logo, são considerados subversivos devido ao não-poder de escolha, negação e/ou rompimento com os valores tradicionais como houve com os negros, as mulheres, os índios, os homossexuais, transexuais, travestis e dentre outras resistências que surgem como contra-poder. Uma dessas estratégias é a Teoria Queer, que se consolidou por volta dos anos 90 com a influência de Teresa de Lauretis, Judith Butler e, atualmente, com o seu contemporâneo, Paul B. Preciado. Queer traduz-se por “estranho” e engloba estudos culturais como forma de estudo, questionamento e compreensão dos crescentes movimentos ligados a minorias, à época, como as Panteras Negras, o “Free Speech” (Liberdade de Expressão), o movimento feminista, o movimento gay e lésbico, assim como outros. Segundo o Prof. Dr.


Richard Miskolci em sua fala no I Seminário Queer, realizado pelo Sesc Vila Mariana em parceria com a Revista Cult, o Queer é um convite à desconstrução do olhar normalizador, um convite de criar uma perspectiva que se desvie dos preconceitos que marcaram a criação de posições de onde estabelecemos julgamentos, convite onde possamos reconhecer a possibilidade de transformação e autonomia envolvendo gênero, sexualidade e desejo, mas, mais do que isso, qualquer forma de normalização, divisão e categorização dos corpos e seres. O Queer não quer aceitar a sociedade como ela é, mas toma uma posição critica de transformação da sociedade como um todo, questionando os locais de enquadramento dos sujeitos. Vem propor uma mudança de uma defesa das identidades para uma critica das normas sociais. Trás essa virada: do sujeito para as normas, da defesa para a crítica. Segundo Guacira Louro, são muitas as teorias e estudiosos que chamam atenção para o potencial critico e político do Queer — que vai muito além da sexualidade. A subversão Queer, na sua radicalidade, implica em romper com a lógica dominante, muito além dos binarismos de gênero e sexualdade; implica em questionar a lógica que rege a nossa cultura, o que conhecemos e como conhecemos. Esse caráter subversivo pede que se ouse romper ou forçar a normatividade com o intuito de pensar o que há pouco tempo era impensável. Que os seres desenvolvam curiosidades impertinentes e perguntas indecentes. Olhando para a educação, pudemos perceber que a nossa educação base (Ensino Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio), aparentemente, nos ensina a aprender de modo que a nossa cognição se limita às operações repetitivas costumeiramente exigidas pelo mercado de trabalho, este que, por sua vez, continua a castrar as nossas pulsões mais subjetivas, como a vontade de viver sob menor influência ou livres do domínio gerado pelo capitalismo – como discorrido anteriormente – e ao nos interiorizar de modo a esconder as nossas crenças, sonhos, desejos, vontades, receios e alegrias o processo de individualização se eleva ao isolamento e a sociabilização natural do ser também é interrompida. A escolarização fixa em nós julgamentos, comparações, avaliações e classificações, a competição, nos leva a provar diferentes coisas para sermos aceitos e instaura hábitos e dogmas que são extremamente maléficos, como explica a educadora Ana Thomaz em seu método chamado desescolarização.


Este método, um caminho a ser percorrido, é acerca da potência que o indivíduo possui tanto em si quanto em seu exterior para romper com o sistema e o seu conservadorismo; e por “entre” aquilo que nos é interno e externo é onde reside o ímpeto que possibilitará melhorar as nossas vidas, tomando a consciência dos paradigmas que nos acorrentam à sociedade atual e principalmente escolhendo romper com os mesmos. Por exemplo, o modo de vida que temos está completamente sustentado por estas criações paradigmáticas como na educação, em que apenas se estuda aquilo que lhe é traçado para aprender com o objetivo de chegar ao diploma para ganhar dinheiro e também no trabalho, pois “devemos” ter um bom trabalho, ganhar muito dinheiro e se aposentar recebendo uma grande quantia como pagamento pelos anos exaustivos. Ana Thomaz nos chama a atenção para a nossa essência e singularidade que pode ser expressa na vida pessoal, social, profissional, amorosa e em todos os demais aspectos, pois onde há ser humano pode haver mudança; esta mudança ocorre exatamente no campo educacional, pois ao invés de aprender apenas pelo conhecimento, a educadora sugere que deixemos os moldes formais das instituições de ensino que não nos preparam para a vida e façamos um grande exercício de experimentação: primeiramente em nós mesmo, depois com as pessoas, com informações e por fim com o mundo, o que nos lembra do método socrático chamado Maiêutica, que significa “parto de ideias”, em tradução livre. Este antigo método de ensino fundamenta-se na indução em que, por meio do diálogo e do raciocínio lógico, leva os indivíduos a refletir. Sócrates nos da abertura para novamente questionar o papel do agente educador, do professor ou dos facilitadores da aprendizagem, pois a relação entre a teoria da desescolarização e a filosofia da educação socrática estabelece mais um dos pontos norteadores deste projeto: o desenvolvimento cognitivo, que observamos em Henri Wallon, cuja vida foi dedicada a psicologia e em suas obras destacou a afetividade, o movimento, as vontades e toda a subjetividade do ser como principais pontos preponderantes. Os processos internos, biológicos e cognitivos dos indivíduos possuem um peso em equilíbrio com as influências do meio externo no desenvolvimento e edificação tanto da criança quanto do adulto, visto que a educação e a aprendizagem jamais cessam, nem o parto de ideias ou ainda a constante vigília contra as forças que tentam nos reduzir.


Esta nova iniciativa de apropriação se equilibra em três pilares que são: aprender a desaprender, aprender a aprender a aprender a ensinar para que haja uma reforma íntima de desintoxicação das doses sistemáticas do dia a dia com o intuito de que a aprendizagem enquanto potência seja ainda mais maximizada. Compreender que a lei-de-si ou autonomia é possível também é uma de nossas metas, a qual podemos atingir por meio da autodisciplina, autogestão e exercício da liberdade lúcida, que quando, por exemplo, propagada continua a atingir mais e mais indivíduos. Durante este encontro, pretendemos incitar a cocriação de uma “bolha” a qual permite viver e reinventar uma vivência compartilhada absolutamente diferenciada da que estamos todos acostumados, mas para isso será preciso deslocar os encontristas de suas zonas de conforto a fim de, ao mesmo tempo que co-criam uma nova experiência inseridos nesta “bolha”, possam rompê-la ao término do NDesign, levando em si e para si aquilo que aprenderam, vivenciaram e apropriaram para que continuem cocriando, reinventando e reformulando suas vidas cônscios de todos os vínculos que estabelecem consigo mesmos, com o sistema, com as demais pessoas e com o mundo. Os conteúdos em nosso encontro serão disponibilizados de modo que o contato com a informação e a oportunidade de nova apropriação estejam presentes no dia a dia; o ensino será nãodiretivo, como orientações aos grupos de estudo e reflexões para que se organizem de modo a manter-se em movimento, porém no próprio ritmo. Através da percepção individual das particularidades mais subjetivas do homem por meio da alteridade, é possível reconhecer-se, desenvolver e exercitar a empatia. E é esta lucidez na percepção que nos torna cônscios. Cada indivíduo na formação do grupo poderá focar em sua experiência de vida (como a história de cada um, suas crenças, habilidades e ferramentas disponíveis), nas oportunidades para que todos aprendam com os erros, acertos, dificuldades, intuições e que cada um, bem como o grupo empodere-se nas projeções ao futuro alinhadas com as aspirações e reflexões realizadas. Este trabalho será rigoroso e há diversos aspectos a serem transformados e à luz desta fundamentação, este será o nosso posicionamento ao receber os encontristas, direcionando-os em sua formação nos baseando em nosso ponto de partida: o refletir, que em dinâmica com a nossa fundamentação pode ser representado


por círculos concêntricos como na imagem abaixo:

1. O primeiro círculo interno representa o indivíduo, a subjetividade e singularidades e o autoconhecimento; 2. O segundo círculo interno representa as interações; 3. O terceiro representa o espaço, que pode ser um ambiente físico, virtual ou imaginário. Não há limite de formação de círculos concêntricos, pois partindo do primeiro, o indivíduo em si, das interações com o espaço e demais círculos advindos de outros indivíduos as possibilidades são infinitas, tanto em relações quanto em cocriações, pois um círculo não restringe a abrangência do outro, nem é limitado por si mesmo. Desta forma, partindo desta perspectiva, a nossa sociedade, bem como grupos sociais, são puras conexões concêntricas em que os círculos-de-si estão interagindo com os demais círculos presentes no mundo, alimentando-os, compartilhando-os, os expandindo. Invocar a concepção dos círculos concêntricos foi um dos meios de materializar o conceito de autoconhecimento, liberdade, refinamento e amplificação de raciocínio para que, por fim, haja autonomia.


O traçado ou ligação presente entre um ou mais círculos ocorre devido ao aumento e/ou contração das relações geradas em um fluxo ininterrupto. A linha que perpassa todos os círculos representa uma pergunta voltada ao encontrista que parte da fundamentação deste projeto: E Eu Designer? Queremos que os encontrista percebam a potência e relevância que possuem para modificar cenários, mediar relações e construir ou questionar constructos sociais. Desta forma:

E

Simboliza a reflexão, a interiorização rumo a sua potência, as perguntas que fazemos a nós mesmos;

EU

Simboliza o reconhecimento do indivíduo, o círculo concêntrico menor em relação aos outros. O indivíduo com uma concepção holística, se apropriando do seu aparato filosófico, psicológico, artístico, cultural e social;

DESIGNER

Simboliza a inclinação profissional do encontrista, visto que o encontro é voltado para estudantes de Design. Dentro da profissão de Design, identificamos quatro pontos que são fundamentais para situar o encontrista nas discussões do Design, munindo-o de repertório para que ele possa se inserir nas discussões. Os pilares são:

Histórico de Design

História, tanto do Grego quanto do Latim, significa “narrativa”; “cultura oral”; a aprendizagem acerca do que já se passou e que ficou registrado informalmente em memórias que são transmitidas às novas gerações através dos contos, da “estória”. O conceito de “pesquisa” “conhecimento advindo da investigação” foi acrescentado futuramente e é a c iência que estuda o H omem e sua ação no t empo e no e spaço, concomitante à a nálise de processos e eventos ocorridos no passado. O estudo histórico começa quando os homens encontram os elementos de sua existência nas realizações dos seus antepassados. Aqui também sugerimos um questionamento acerca do registro histórico, pois a história é uma construção individual, porém também coletiva, e buscar conhecer as influências que originaram determinadas perspectivas é fundamental para compreender o meio em que nos


encontramos, não nos atendo somente a uma região ou localidade.

Localidade do Design

Cada localidade tem suas especificidades, cada ambiente dá suporte as interações de determinada maneira, e é moldada historicamente de determinada forma. Considerar a localidade é também considerar os conceitos plurais de manifestações que acontecem simultaneamente. É imprescindível considerarmos a localidade onde estamos inseridos, valorizando suas identidades e representações, sejam elas bairros, cidades, estados, regionais, países, etc.

Ensino de Design

A academia de Design, inserida no Brasil em 1962, carregava muito dos princípios da Bauhaus e de Ulm. Em mais de 50 anos temos inúmeras outras universidades de Design que continuam sendo influenciadas por essas tendências. Neste momento incentivamos a questionar quais são os conceitos filosóficos e educacionais apropriados por estas instituições para a formação dos indivíduos e como estes profissionais são formados? Quais são as principais críticas dos alunos, as diferenças entre as instituições? Como todos podem ter força e voz para juntos formar uma academia que seja construtiva para todos? E, por último, mas não menos importante, como esta formação está capacitando os profissionais da área para o mercado de trabalho?

DESIGNER

A academia produz profissionais que vão exercer sua profissão no mercado de trabalho, mas será que o indivíduo que sai da universidade está preparado pra esse mercado? O que é esse mercado, quais as oportunidades que ele guarda e que expectativas ele possui? Quais as empresas influentes, quais os grandes ícones que se fazem visíveis? O mercado é só um ou existem inúmeras tendências nele? Tudo isso toca nas inseguranças que o designer recém-formado tem ao se lançar no mercado. Questionamos, também, se o mercado está preparado para receber profissionais empoderados, que exerce a sua existência de modo a questionar os paradigmas e propor inovações. E é assim, frente ao fundamento teórico norteador elaborado por nós, que esperamos e trabalhamos para que os encontristas tenham uma experiência enriquecedora e possam conhecer mais de si mesmos, dos seus congêneres e acerca do mundo.


7. PLANO DE ATIVIDADES


As atividades de cunho hierárquico como palestras, debates e oficinas serão vinculadas a fundamentação deste projeto e selecionadas por uma curadoria.


Primeira parte

Inspirar e enriquecer repertórios

Segunda parte

Produção de projetos fundamentados no que foi aprendido

Terceira parte

Refletir em debate uma análise acerca do conhecimento que foi apropriado e dos projetos desenvolvidos


8. INTERAÇÕES


Com o objetivo de estar mais presente nas discussões e no diaa-dia dos estudantes e Centros Acadêmicos de design do país, podendo assim construir um evento mais coletivo e de acordo com as demandas dos próprios estudantes, além de divulgar para todos o que está acontecendo na organização do NDesign e no movimento estudantil nacional, a pré-CONDe Curitiba conta, até o momento, com dois projetos de interação:

Totem

A ideia de desenvolver uma atividade que facilitasse a interação dos estudantes de Design no Brasil, a comunicação e troca de experiências surgiu com um grande ímpeto dentro da Pré-CONDe Curitiba, e a partir desta vontade nasceu o totem e os totinhos.

“O totem simboliza os encontros. Os encontros que se fazem entre duas pessoas, entre duas ideias. Os encontros entre grupos que no diálogo se constroem E mudam o mundo. Os encontros entre as regionais que tem força para transformar o Design no Brasil. O totem simboliza o que se aprende e se ensina com esses encontros E o que deles fica” Por trás da estrutura do totinho há o conceito dos círculos concêntricos, ao qual já foi descrito neste projeto e está diretamente vinculado as nossas propostas. Em sua construção há, também, os quatro sugestões temáticas para o debate acerca do movimento estudantil de Design no país: a história, a localidade, o ensino e o mercado. Por isso, o totem possui quatro vértices, cada um apontando para uma direção e que, juntos, dão base para o indivíduo se engajar em discussões, se conhecer, conhecer ao outro


e atuar sobre o espaço onde está inserido. Porém, o foco não está sobre o totinho, mas sim sobre o que está ou estará acontecendo ao seu redor. Queremos que a egrégora do totinho incentive a reflexão acerca da nossa fundamentação referencial, que parte do indivíduo questionando a si mesmo, as interações com as outras pessoas, com o meio ao qual está inserido e percebendo a relação entre esta análise e o Design. Nós daremos suporte para que estas reflexões ocorram ao longo do tempo, para que o empoderamento gerado pelo totem seja capaz de propagar a lucidez e consciência acerca dos liames políticos e sociais e para tanto, contamos com a colaboração de pessoas engajadas as quais foram confiadas o cuidado com os totinhos, que os levarão para os seus estados, regionais, universidades, centros acadêmicos e, assim, passarão para frente os seus significados e ideias. É interessante que os totens sejam customizados com a identidade de cada local, dando visibilidade para as inúmeras causas regionais, estaduais e nacionais o que tornará possível construir um encontro preenchido pelas características advindas de todo o nosso país, que os totens estejam presentes em reuniões, bate-papos, encontros, rodas de debates, conversas sobre eventos passados, conversas sobre o que todos gostariam que houvesse em um encontro de Design, assembleias estudantis e etc. A Pré-CONDe e os responsáveis estarão em contato direto através das mídias sociais e de acordo com o engajamento e registro das interações com o totem, os estados e regionais acumularão pontos que poderão trazer benefícios durante o N que ocorrerá em Curitiba no ano de 2017.

Firnizine: A revista do NDesign

A Revista N é um projeto de conteúdo da pré-conde que visa o registro histórico do momento atual das movimentações estudantis de design no país, divulgação e registro do andamento da pré-conde e também mostrar a produção estudantil de design nacional. Por meio de editais, a organização abrirá espaço para que estudantes de todo o país enviem seus projetos, nas mais variadas formas e áreas do design, e mostrem sua produção através da revista. O projeto terá edições semestrais até o NDesign 2017, onde será feita uma nova edição compilando o conteúdo das edições anteriores e adicionando novos conteúdos para serem entregues no evento.


9. ESTRUTURA


UFPR Campus Centro Politécnico

Fundada em de Dezembro de 1912, a Universidade Federal do Paraná é a mais antiga instituição de ensino com concepção de Universidade do Brasil. As instalações da universidade estão distribuidas entre diversos campi de Curitiba e outras cidades do Paraná. A instituição oferta 113 cursos de graduação, 68 de mestrado, 43 de doutorado, 62 de especialização lato sensu, além de residências médicas, cursos técnicos e à distância. Localizado no bairro Jardim das Américas, o Campus Centro Politécnico é um dos maiores da universidade e encontra-se ao lado de restaurantes e shopping, estando também ao lado do Jardim Botânico de Curitiba e à poucos minutos do centro da cidade. O campus conta com vários prédios novos e modernos para as mais diversas atividades, quadras e ginásios, restaurantes, banheiros, praças e muita área verde. Sendo assim, além de estar sendo cotado para as atividades do NDesign, o campus também é o principal candidato a alojamento do evento. As negociações com a UFPR para uso dos espaços da universidade iniciaram no final de 2015 e incluem também o uso de outros serviços que ela poderá ofertar ao NDesign, como Restaurante universitário (café da manhã, almoço e jantar), segurança, ônibus para transporte dos encontristas, tendas para atividades, entre outros.


PUCPR

O Câmpus Curitiba foi projetado de modo a se integrar à cidade. A PUCPR teve inicio aqui e gradualmente expandiu sua atuação para mais quatro municípios: São José dos Pinhais, Londrina, Toledo e Maringá. Localizado no bairro do Prado Velho, o Câmpus Curitiba oferece cursos e programas nas diversas áreas do conhecimento, seja na Graduação, Especialização, Mestrado e Doutorado. No Câmpus Curitiba, estão os Centros de Ciências Biológicas e da Saúde, Exatas e de Tecnologia, Jurídicas e Sociais, Teologia e Ciências Humanas e o Centro de Ciências Sociais e Aplicadas. A sua ampla estrutura inclui a Biblioteca Central, que coordena todo o sistema integrado de bibliotecas da PUCPR, laboratórios, salas de aula e auditórios equipados, salas de projeção, usinaspiloto e um centro completo para a prática de atividades físicas e esportes. No câmpus também encontra-se o Museu de Zoologia, com uma coletânea de cerca de 10 mil espécimes de vertebrados e invertebrados e um herbário com mais de 21 mil plantas de diversos locais do Paraná e de outros estados do Sul e Sudeste. Além de clínicas equipadas e outros setores para a prática acadêmica. As negociações com a PUCPR tiveram inicio no começo de 2016 e incluem o uso de diversos espaços, salas, auditórios e laboratórios para as atividades do NDesign.



REALIZAÇÃO


Agradecimento

Um agradecimento especial aqueles que, nesses 13 meses de organização que se passaram, voluntariamente trabalharam, se dedicaram e ajudaram de alguma forma na construção desse sonho, seja como membro da organização ou como colaborador: Aline Costa

Isadora Floriano

Aline Mugnon

Jéssica Taube

Aurora Cristina

João Tarran Araújo

Barbara do Nascimento

Julio Teodoro

Bianca Prado Zerbatto

Letícia Turola

Bryan Axt

Levy Neto

Cassio Oliveira

Lucas Garcia

Débora de Paula

Maíra Fernandes Costa

Eduardo Quagliato

Manuela G. Ribeiro

Eduardo Zmievski

Marcela Frasson

Gabriela Azevedo

Marcela Rolim Ribas

Gabriela Barboza

Maria Eugenia Raulino

Gabriel Watoniki

Mariana Alves

Giordano Macedo

Mariana Midori Ando

Giulia Natalie

Monica Becker

Guilherme Nascimento

Neyllon Costa

Gustavo Kokot

Renan Alexandre Silva

Henrique Eiras

Rodrigo Gomes

Henrique Lindner

Ryan Lopes

Isabela Ruaro

ROBSON Costa Garcia


Referências do projeto: http://bit.ly/203fAsH

Acesse: WWW.NCURITIBA2017.COM.BR facebook.com/NDesign27 instagram.com/N27 issuu.com/ncuritiba2017

Fale com a gente: contato@ncuritiba2017.com.br Estrutura estrutura@ncuritiba2017.com.br Conteúdo conteudo@ncuritiba2017.com.br Comunicação comunicacao@ncuritiba2017.com.br



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