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MELORGÂNICO MADEINCAATINGA
REPÓRTER:ANGÉLICA ARAÚJO
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Imagina o desafio de viver da agricultura em umlugarcomaltastemperaturas,solosecoe longosperíodosdeestiagensque,somadosà insuficiênciadeaçõesdopoderpúblicoparaa região, dificultam, por vezes, a permanência dasfamíliasnazonarural.Essaéarealidade demuitosquevivemdaagriculturafamiliarno
Ainda assim, a lida no campo é a atividade mais comum desenvolvida pelos moradores desse pedaço do Brasil. O cultivo de milho e feijão é para o sustento da família, mas quando a chuva não vem os agricultores se veem obrigados a se desfazer do pouco que possuem.Porfim,contamparaosustentoda família com a ajuda dos programas de transferênciaderendadogovernofederal. O drama se repete como um ciclo vicioso. Mas, hásoluçõesparasuperaressasituação.
Em uma região onde a atividade mais comum é a agricultura, criação de gado e caprinos, a criação de abelhasurgecomoumbálsamopara agricultores do Cariri paraibano. A apicultura se torna cada vez mais atrativa devido seu potencial de resistênciaàsecacomparadocoma produção agrícola e a criação de animais,dessaforma,aextraçãode mel surgiu em São José dos Cordeiros, cidade do semiárido paraibano, a cerca de 237 quilômetros de João Pessoa, como uma fonte de renda para a populaçãolocal.
Por isso, o anti-horário foi conhecer a Associação de Apicultores e Meliponicultores de São José dos Cordeiros,aAamesjc.
A associação foi fundada em 2007. Manoel Bezerra, apicultor e pioneiro na região conta que na época “existiaapenasavontadedecomeçarcomacriação e os apiários", o objetivo era melhorar a renda das famílias. Com o apoio da prefeitura que doou as primeirascaixasdeabelha,foipossíveldaropontapé inicial: “A gente começou com cinco caixas. Naquela época a gente não sabia de nada, a gente só queria criar”,contaoapicultor.
Ao longo do tempo e com interesse dos moradores de Pedra Lavrada, comunidade rural onde se concentramosapiários,outrasparceriasforamsendo firmadas pela prefeitura com o governo estadual, dessa forma os apicultores começaram a ter acesso ao conhecimento necessário na área. Nos cursos e oficinas os produtores aprimoram o conhecimento e técnicasparaacriaçãoeaumentodaprodução.
“Apartirdaí,cadaprodutorpassouainvestirnoseu apiáriodeacordocomsuarealidade”lembraManoel.
A associação chegou a ter 30 produtores ativos. O sucesso foi tanto que, em 2009, a prefeitura criou o “FestivaldoMel”
A iniciativa deu uma nova identidade à cidade: São José dos Cordeiros passou a ser conhecida como a capitaldomel.
No festival, que ocorre anualmente, os produtos são amplamente divulgados e comercializados, e de acordo com Paolla Leite, secretária de agricultura e meio ambientedomunicípio:“aapiculturaéatividadequegira a economia da cidade. No último festival do mel, os apicultores produziram cerca de 2 toneladas de mel, é umadasatividadesmaisfortesdomunicípio”. Oevento é voltado para a parte técnica “a cada ano a gente buscanovosmétodosparaavançarnanessaatividade, em adaptação à nossa terra, às condições climáticas, a nossa vegetação, a ao pasto apícola” ressalta Paolla Leitequetambéméengenheiradebiossistemaagrícola. O Festival do Mel conta com palestras, oficinas e minicursos,alémdestandscomartesanato,degustação e comercialização da culinária do mel. Acontecem também shows que trazem milhares de pessoas para a cidade, cerca de 50 mil estiveram na festa do mel este ano, de acordo com a prefeitura. A economia local agradece, segundo o Jornal da União da Paraíba a produçãodemelmovimenta4miporanonoestado. Este ano o evento promoveu o 12° Seminário de Integração da Cadeia Produtiva da Apicultura e Meliponicultura do Cariri, com a participação de acadêmicos, consultores, instrutores e profissionais da área.