Corpo e Sentido: dimensão (in) visível do devaneio urbano

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DEVANEIO URBANO

CORPO E SENTIDO: DINMENSÃO (IN) VISÍVEL DO





“Eu me experimento na cidade; a cidade existe por meio de minha experiencia corporal. A cidade e meu corpo se complementam e se definem. Eu moro na cidade, e a cidade mora em mim� (PALLASMAA, 2011)



UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA Departamento de Arquitetura e Urbanismo Graduanda: Caren Nunes da Silva

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matr.:08131010

Orientador: Rodrigo Gonçalves dos Santos

CORPO E SENTIDO Dimensão (in) visível do devaneio urbano ___

“Eu me experimento na cidade; a cidade existe por meio de minha experiencia corporal. A cidade e meu corpo se complementam e se definem. Eu moro na cidade, e a cidade mora em mim” (PALLASMAA, 2011)

Introdção: Corpo e Espaço O corpo é de onde parte minha inquietação que ganha espaço em meu trabalho. O corpo enquanto possuidor de sentidos por meio dos quais ele recebe as impressoes do mundo e se expressa. Os sentidos não se afirmam de modo isolado, como bem aponta Pallasmaa, ‘as experiencias sensoriais se tornam integradas por meio do corpo, ou melhor, na propria constituição do corpo e no modo humano de ser, pois, ‘toda experiencia comovente com a arquitetura é multissensorial; as caracteristicas de espaço, matéria e escala são medidas igualmente por nossos olhos, ouvidos, nariz, pele, lingua, esqueleto, e musculos’1 . Sendo assim, a compreenção da relação do corpo e dos sentidos para a percepção e apreensão espacial é de onde parte minha busca. Quais as relações fundamentais para o meu próprio corpo de uma boa experiencia com a arquitetura? O que é a arquitetura para o meu corpo? Em sua analise ele afirma que isso se dá em decorrencia de se poder considerar todos os sentidos - inclusive a visão- como especializações da pele. São os sentidos que definem, através da pele, a interface entre a pele e o ambiente, entre a interioridade opaca do corpo e a exterioridade do mundo.2

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PALLASMAA, Juhani. ​ Os olhos da pele: ​ a arquitetura e os sentidos. Porto Alegre: Bookman, 2011. p.38 ​ PALLASMAA, Juhani. ​ Os olhos da pele: ​ a arquitetura e os sentidos. Porto Alegre: Bookman, 2011. p.39


Sendo o corpo, e os sentidos que este possui, o meio pelo qual se descobre o espaço. Adota-lo-emos como ‘cliente’, nesse debate reflexivo sobre a produção do espaço público e sua apropriação. De modo a resgatar a ​ sensibilidade espacial para permitir a percepção sensitiva e proporcionar o sonho e o devaneio de uma cidade melhor nas dimensões tangíveis e intangíveis.


Objetivos: Olhar poeticamente para a cidade e discorrer sobre a experiência do corpo na cidade por meio de uma leitura espacial voltada vida pública nos espaços públicos e a diversificação, qualificação e valorização da experiencia fisica e sensorial da cidade com ênfase na escala do pedestre. Metodologia​ : A discussão teórica proporá diretrizes projetuais de aplicação para se trabalhar com a paisagem e com espaços livres publicos na (antiga) Av Tronco Continetal que consiste em um recorte de 4,5 km abrangendo a R. Leoberto Leal, Avenida Marinheiro Max Schramm, Rua Cel. Pedro demoro e R. Fúlvio Aducci. Pretender‐se‐á alguns ensaios de aplicação dessas diretrizes ao longo da area de recorte como testes experimentais do conceito aplicado. Apoiarei‐me nos estudos da fenomenologia da estruturação do lugar de Norberg‐Schulz e Heidger ao definir a identidade do lugar atraves dos conceitos de identificação e caráter, dos quais se falará mais posteriormente. O presente trabalho é uma critica ao modo atual de composição das cidades onde o uso e interesse individual se sobressai ao uso e interesses coletivos. Como tentativa de dar ‘um destino de exterior ao ser do interior’. Uma busca de uma cidade com espaços que nos chamam 3 fora de nós mesmos, por uma cidade que nos permite o sonho e o devaneio ​ .

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​ BACHELARD, Gaston. ​ O direito de Sonhar​ . Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1991.


CONFLITOS e QUESTIONAMENTOS: Um retorno os conceitos mais básicos.? A vida é feita de questionamentos e conflitos e estes nos permitem encontrar respostas, evoluir e amadurecer. Nesse final de ciclo, muitos questionamentos vem a mente me tornando ciente de questões que necessito ter claras e definidas para poder me expressar com propriedade em minha profissão. Entre estes questionamentos me deparo com as questões mais básicas, a essência do que procuro: quem sou eu? o que é arquitetura, de fato, para mim? qual a função da arquitetura? arte ou função? Antes de escolher arquitetura ou mesmo quanto ingressei no curso, assim como muitos, eu não fazia ideia de diversidade de opções e ramos de atuação que a arquitetura iria me proporcionar. Ao longo do curso pude aprender não só sobre arquitetura como também de design, cenografia, semiótica, história da arte, fenomenologia e tantas outras áreas que foram adquirindo meu fascínio e me fazendo ver quão vasta a arte que eu havia escolhido como profissão. Com o conhecimento em expansão a dualidade de conceitos entre o que é e o que se acha que é a arquitetura, foram se tornando cada vez mais contrastante. Durante os anos de minha graduação as pessoas mais próximas de mim tinham uma visão rasa do que é a arquitetura. Aproveitando essa fonte simples e pura de uma percepção externa eu inicio a reflexão do que é arquitetura, ou melhor o que as pessoas esperam da arquitetura? Ao questioná‐los diretamente sobre o que eles achavam ser a utilidade da arquitetura as respostas foram me causando empatia e estranhamento. CONCEITOS E ANSEIOS Em sua vasta maioria, para as pessoas com quem convívo e com quem conversei, ficou claro que quando o assunto é arquitetura as pessoas esperam que o resultado seja ​ bonito, e funcional​ . Simples assim. Mas como chegar a uma conclusão do que é bonito? E como priorizar escolhas em favor do bonito ou do funcional? Segundo o dicionário Michaelis , bonito é definido por ​ algo que é agradável à vista, ao ouvido ou ao espírito​ , ​ aquilo ​ cuja forma, som ou cores agrada aos sentidos​ . Aqui se apresentou a primeira dica para a constituiçção desse trabalho com a indicação primeira de interação entre a experiência do corpo e os sentidos. Outra indicação aparece na fala de Barchelard sobre ver ‘intimamente’ o espaço onde ele afirma que “até a mais modesta habitação, vista intimamente, é bela” (BACHELARD, 1993). Considerou‐se importante, então, saber ver a casa intimamente, porque ainda que o presente trabalho vá abordar o uso e apropriação de espaços abertos e coletivos, como bem 4 disse Barchelard “todo espaço verdadeiramente habitado traz a essência da noção de casa.”

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BACHELARD, Gaston. ​ A poética do espaço​ . São Paulo: Martins Fontes, 1993


Se o reconhecimento da beleza se dá pelos sentidos, é mais provável de alcançarmos ela ao trabalharmos conscientemente em atingir esses sentidos. No entanto para agradar aos sentidos (especialmente tratando –se do agrado coletivo) é primeiro preciso conhecê‐los. 5

No clássico de Saint Exuperry lemos um pequeno principe aprender uma valiosa lição de que ​ só se vê bem com o coração pois o essencial é invisível aos olhos​ . Com o coração captamos os sentidos e sentimentos que nos ajudam a enxergar intimamente. Enxergar com o coração implica no reconhecimento e apropriação espacial através dos sentidos gerando afetividade. Afetividade espacial é algo que se relaciona intimamente com a memória, sentidos e espaço. Ao afirmar que até a mais modesta habitação, vista intimamente, é bela, Bachelard relaciona a beleza percebida diretamente a memória (mental, física e sensorial) e os sentidos que nos fazem ver a nós mesmos refletidos no espaço. Tal função psíquica e poética da edificação nos ajuda a habitar o mundo. É sobre a vista desse mesmo olhar sensível que precisamos analisar nós mesmos pois somente conhecendo nosso eu interior somos capazes de identificar‐nos refletidos no espaço. Pallasmaa afirma que um arquiteto perspicaz trabalha com todo o seu corpo e sua identidade, pois, no trabalho criativo, tanto a identificação quanto a projeção são poderosas uma vez que toda a constituição corporal e mental do criador se torna o terreno da obra6 . Sendo assim, ‘​ quem eu sou​ ’ ‐ deverá refletir produto final e no processo de meu trabalho. ARTE X TECNICA - FORMA X FUNÇÃO Tendo em mente conflito da arquitetura entre arte e técnica. Impossível fugir a pergunta: “qual a função da arquitetura?” Refletindo sobre a questão e ao buscar um rumo para o meu trabalho as palavras de Bachelard ecoaram em mim ao ler suas ponderações acerca da poética do espaço : “Nessas condições, se nos perguntassem qual o benefício mais precioso da casa, diríamos: a casa abriga o devaneio, a casa protege o sonhador, a casa nos permite sonhar em paz.“ (BACHELARD, 1992) Aqui Bachelard fala não da função, do fim ultimo da edificação, mas aborda seu ‘beneficio mais precioso’, um benefício ligado com a relação fisica e mental da necessidade que o corpo tem de sentir‐se seguro para sonhar ao se relacionar no e com o espaço. É um desejo praticamente universal o de se viver em paz. e quando nos sentimos em paz e seguros para sonhar literalmente habitamos e desenvolvemos afetividade pelo espaço que nos proporciona felicidade. Esse desejo e necessidade do sentimento de acolhimento se mostram presentes nos estudo sobre a fenomenologia da estrutura dos lugares de Heidgger e Norgberg‐Schulz: “As casas particulares, as aldeias, as cidades sao construções que reunem dentro delas e em torno delas esse entre multiforme. As construções trazem a terra, como paisagem habitada, para perto do homem e, ao mesmo tempo, situam a intimidade da vizinhança sob a vastidão do céu. Logo, a propriedade básica dos lugares criados pelo homem é a concentração e o 5 6

SAINT‐EXUPERY, Antoine de. ​ O Pequeno Principe​ . Ed P&T. 1999. PALLASMAA, Juhani. ​ Os olhos da pele: ​ a arquitetura e os sentidos. Porto Alegre: Bookman, 2011.p. 11


cercamento. Os lugares são literalmente interiores, o que significa dizer que reunem o que é conhecido. Para cumprir essa função, os lugares contem aberturas atraves das quais se ligam com o exterior.(HEIDGGER, apud Norberg‐Schulz, 2006, p.448) Em casa nos sentimos protegidos e acolhidos e então nos permitimos sair de dentro de nós mesmos e ao nos abrirmos temos nossas experiencias espaciais mais significativas. Um cuidado que deve ser tomado nessa análise é a questão de que esse senso de concentração e cercamento não deve levar a uma materialização do isolamento. A construção atual das cidades têm privilegiado os meios e individuais e nessa individualização o espaço publico é o que mais sofre seja pela falta de investimentos ou pelo próprio formato desconexo com as edificações e entorno urbano. Outra questão contemporânea das cidades, que surge com o crescente desenvolvimento tecnológico, aborda a relação entre tecnologia e o progresso de desenvolvimento atual das cidades. Esse desenvolvimento ignora em sua maior parte as necessidades de interção, apropriação e reflexão do corpo em relação ao espaço. Nas palavras de Steven Holl, “la existencia comercial moderna enturbia la cuestion acerca de lo esencial. A medida que nuestros medios tecnologicos se multiplican, maduramos más bien nos atrofianos desde un punto de vista perceptivo?” 7 A noção e consciência dessa verdade sobre a relação do corpo, mente e arquitetura nos faz considerar a oposição existente fora de casa. Porque a casa nos permite sonhar em paz e a cidade não? E como reverter esse processo.

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HOLL, Steven. ​ Cuestiones de percepción: ​ fenomenologia de la arquitectura. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2011.


CIDADE CORROMPIDA. Que falta nesta cidade?... Verdade. Que mais por sua desonra?... Honra. Falta mais que se lhe ponha?... Vergonha. O demo a viver se exponha, Por mais que a fama a exalta, Numa cidade onde falta Verdade, honra, vergonha. (Gregorio de Mattos ‐ Epigrama) As cidades tem se afastado cada vez mais do senso de intimidade que nos permite ‘sonhar em paz’ e se tornando cada vez mais corrompidas e reféns dos interesses individuais e financeiros. “A falta de humanismo da arquitetura e das cidades contemporaneas pode ser entendida como consequência da negligencia com o corpo e os sentidos e um desequilibrio de nosso sistema sensorial”. (Juhanni Pallasmma) Esse humanismo que falta na arquitetura como um todo também pode ser lido também como sendo a falta de verdade de honra e de vergonha que Gregório de Mattos pontua. A falta da verdade como a negação da integridade e veracidade dos materiais e propriamente dos espaços e o carater específico que os compõe. Falta de honra pela desconsideração com que o corpo e a escala a nível do pedestre é tratada na cidade. E falta de vergonha por essa ser uma prática já tão difundida que torna a agressão urbana ao corpo completamente explicita e escancarada. Um ajuste que equilibre nosso sistema sensorial se faz necessário uma vez que o processo de construção da cidade vem seguindo um modelo que prioriza e privilegia o transporte e os usos individuais e o afastamento da escala da cidade da escala ao nível dos olhos por meio de empreendimentos que cada vez mais se abrem pra dentro de si mesmos e se fecham para a cidade a ponto de a interpretação do significado de espaço público ser mais um ‘espaço de ninguém’ do que um ‘espaço de todos’. Em meio a esses espaços de ninguém, o abandono e descaso acentuam a diferença de acolhimento ao devaneio da casa para os espaços públicos abertos. Tais ações deformam e desconfiguram as relações originais do corpo com o espaço. Criamos espaços inseguros, desconfortáveis, desconexos e marginalizados: espaços corrompidos.


CIDADE INTEGRA “O que é mais necessário na arquitetura atual é justamente o que é mais necessário na vida ‐ ​ integridade​ . Assim como no ser humano, a integridade é a mais profunda qualidade de uma edificação...Se tivermos sucesso, teremos prestado um grande serviço á nossa natureza moral ‐ a psique ‐ de nossa sociedade democrática...Defenda a integridade de sua edificação como você defende a integridade não apenas na vida daqueles que a fizeram, mas , em termos sociais, pois uma relação reciproca é inevitavel.” ( Frank Loyd Wright apud Pallasmaa) No recente reelaborado Plano Diretor de São José (atualmente em etapa de consulta pública) me chamou muito a atenção uma das diretrizes e objetivos gerais que os delegados que representaram cada município nas oficinas participativas trouxeram. Essa diretriz especifica tras como um dos objetivos gerais do plano promover o ‘fortalecimento da identidade do município, tornando‐o um lugar em que todos tenham orgulho de viver’.8 Creio que isso resume bastante o que seria, pra mim, uma cidade integra. Uma cidade integra é, de fato, uma cidade onde todos tenham orgulho de viver. Orgulho pela transparência das relações que se desenvolvem, pela qualidade de suas áreas publicas e privadas e pelo ordenamento e equilíbrio de seu território e funções. Essa satisfação surge como forma de reconhecimento espacial do ser indivídual e coletivo. Como, então, resgatar, o devaneio urbano? Bachelard descorre da importancia de se ‘dar um destino de exterior ao ser do interior’, e nos lembra que ‘ainda que as pesquisas sejam centradas nos devaneios da tranquilidade, não devemos esquecer que há um devaneio do homem que anda, um devaneio do caminho(...). Cada pessoa então deveria falar de suas estradas, de seus entroncamentos, de seus bancos. Cada pessoa deveria preparar o cadastro de seus campos perdidos’9. Tal como a casa com suas paredes piso e teto que nos abrigam e acolhem ao devaneio, a cidade e suas paisagens, solo e céu, têm o potencial e a responsabilidade de abrigar o ‘devaneio que anda’ e que entrelaça o sentimento de pertencimento. Sendo assim meu trabalho parte da analise de meus próprios caminhos, estradas, entroncamentos e bancos. Ao tocar meus campos perdidos dou o primeiro passo na direção de alcançar e exteriorizar meus próprios sonhos e devaneios. Quais os caminhos dos meus devaneios? Quais espaços me chamam para fora de mim mesma? 8

Projeto de Lei do plano diretor participativo de são josé ‐ etapa preliminar, dispoível em http://www.saojose.sc.gov.br/images/uploads/geral/PDPSJ_Versao_Preliminar_Proposta_PDPSJ_03fev2016.pdf​ . Acesso em fev. de 2016. 9 BACHELARD, Gaston. ​ A poética do espaço​ . São Paulo: Martins Fontes, 1993.


RECORTE DE LEITURA ESPACIAL A analise da fenomenologia da estrutura dos lugares começa com a leitura da delimitação desse mesmo lugar, ou seja, suas fronteiras. Todo espaço cercado é definido por uma fronteira, e Heidgger afirma: “ a fronteira não é aquilo em que uma coisa termina, mas (...) é aquilo de onde algo começa a se fazer presente”. As fronteiras de um espaço construido são o chão, a parede e o teto. As fronteiras de uma paisagem são estruturalmente semelhantes e consistem no solo, no horizonte e no céu. Essa similaridade estrutural simples tem importancia fundamental para as relaçoes entre os lugares e os lugares feitos pelo ser humano. (NORBERG‐SCHULZ, 2006, p.450) Para justificar a àrea de recorte ​ retomarei a fala de Pallasmaa ao afirmar que “quando trabalham, tanto o artista como o artesão estão diretamente envolvidos com seu corpo em suas experiencias existenciais, eles não focam um problema externo e objetivo. Um arquiteto perspicaz trabalha com todo seu corpo e sua identidade (...) toda a constituição corporal e mental do criador se torna o terreno da obra.” ​ Vinda de São Paulo, os caminhos e ​ trajetos, que levam um tempo consideravel na capital paulista sempre tiveram um papel importante nas minhas reflexos e devaneios introspectivos. Moradora do distrito de Barreiros aqui em Santa Catarina desde 2004, o percurso que abrange “Barreiros” e o “Estreito” estiveram sempre presentes na minha rotina por grande parte das minhas atividades diárias concentrarem‐ se no centro de Florianópolis. A paisagem, cores, lojas, o próprio cheiro, texturas e dinâmica. A área de leitura consiste em um percurso de aproximadamente 4,5 quilometros da antiga Av. Tronco Continental que hoje abrange a R. Leoberto Leal, Avenida Marinheiro Max Schramm, Rua Cel. Pedro demoro e R. Fúlvio Aducci. Quatro ruas que se conectam para formar um eixo, um percurso de ligação e passagem. Adotou‐se um raio de 1000m (distancia dentro do raio de caminhabilidade extendido: aproximadamente 12 minutis) a partir do eixo da rua objeto de estudo, para parte das análises . Já o recorte de trabalho, definiu‐se a partir das edificações e lotes imediatos à rua por configurarem as “paredes que abrigam o devaneio” no espaço público, ou seja, a paisagem. Históricamente tal percurso foi estruturador na configuração do panorama atual de conectividade e escoamento de fluxos entre o continente e a ilha. por ele passavam todo o abastecimento que se dirigia á ilha e nas suas bordas estruturou‐se um forte fluxo de comercio e troca que se mantem até os dias de hoje.


LEITURA URBANA Para a leitura urbana identificou‐se de duas leituras distintas precisariam ser feitas e que complementassem para se compreender melhor as relações e elementos do recortel. A cidade é composta de camadas que se sobrepõem e intercalam influenciando nossa percepção e experiencia urbana. essas camadas são quase que outras dimensões de estado de um mesmo objeto. A leitura proposta procura captar a dimensão (in) visível do percurso. Steven Holl afirma que ““solo la arquitectura puede despertar simultaneamente todos los sentidos, todas las complejidades de la percepción10 ”. Essa interação tão complexa e próxima entre a arquitetura e os sentidos resulta, para Pallasmaa, em um ‘confronto carnal do homem com o mundo por meio de emoções plasticas’11 . Tal confronto entre meio construido e sensitivo redefine o espaço arquitetonico como sendo então a concretização do espaço existencial do homem12. Norberg Schulz afirma que para conquistar uma base de apoio existencial o homem deve ser capaz de ​ orientar­se​ , de saber onde está e tambem de identificar­se com o ambiente, isto é, tem de saber como esta em determinado lugar. (NORBERG‐SCHULZ, 2006, ​ p.455). O termo (in) visível aqui usado busca representar e retratar as dimensões de leitura do ambiente urbano captadas pelo olhar e pelos demais sentidos do corpo. DIMENSÃO VISÍVEL A leitura para essa camada se dará pela leitura dos elementos físicos da cidade, aqueles que nos auxiliam em nossa orientação. A metodologia usada aqui será a de leitura espacial tradicional e a proposta por Kevin Lynch atravéns dos caminhos, limites, bairros, nós e marcos. Dentro da metodologia de Lynch alguns conceitos utilizados merecem ficar claros para uma leitura urbana correta: Caminhos: “São canais ao longo dos quais o observador costumeiramente, ocasionalmente, ou potencialmente se move. Podem ser ruas, calçadas, linhas de trânsito, canais, estradas‐de‐ferro” (LYNCH, 1960, p. 47). Limites: São elementos lineares constituídos pelas bordas de duas regiões distintas, configurando quebras lineares na continuidade. Os limites que se percebem mais facilmente são aqueles não apenas chamam a atenção visual, mas também os que são contínuos na sua forma e sem permeabilidade à circulação. Bairros: “partes razoavelmente grandes da cidade na qual o observador ‘entra’, e que são percebidas como possuindo alguma característica comum, identificadora”. (LYNCH, 1960, p. 66). Nós: São pontos estratégicos na cidade, e que são importantes focos para onde se vai e de onde se vem. Na presente escala de trabalho (a do corpo) esses nós serão configurados como encontro de ruas, praças e afins mas em outras escalas poderiam ser representados por um bairro ou mesmo uma cidade inteira. Marcos: São elementos pontuais nos quais o observador não entra. Podem serrepresentados por torres, domos, edifícios, esculturas, etc. Sua principal característica é a singularidade, eles marcam algum aspecto que é único ou memorável no contexto. Para Lynch é importante considerar o quão legivel é a cidade e sua análise enfatiza os ​ HOLL, Steven. ​ Cuestiones de percepción: ​ fenomenologia de la arquitectura. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 2011 PALLASMAA, Juhani. ​ Os olhos da pele: ​ a arquitetura e os sentidos. Porto Alegre: Bookman, 2011. 12 NORBERG‐SCHULZ, Christian. O fenomeno do lugar. In: NESBITT, Kate (Org.). ​ Uma nova agenda para a arquitetura. São Paulo: Cosac Naify, 2006. 10 11


componentes da identidade e da estrutura para chegar ao que ele chamda de ‘imageabilidade’ é a “qualidade de um objeto físico que lhe dá uma alta probabilidade de evocar uma imagem forte em qualquer observador. Refere‐se à forma, cor ou arranjo que facilitam a formação de imagens mentais do ambiente fortemente identificadas, poderosamente estruturadas e altamente úteis. (LYNCH, 1960, p. 9). Essa imageabilidade teria por função convidar “os olhos e ouvidos a uma maior atenção e participação”. (LYNCH, 1960, p. 10) ­ Leitura visível (A cidade) No meio do caminho tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho Tinha uma pedra No meio do caminho tinha uma pedra. Nunca me esquecerei desse acontecimento Na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho Tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho No meio do caminho tinha uma pedra. (Carlos Drummond de Andrade) Utilizar‐se á o termo usado no I Congresso Internacional de Espaçõs Publicos para reunir os elementos de leitura espacial visíveis. O termo “Anatomia das ruas “ compreenderá a leitura da estrutura que compõe a área de recorte pelas análises tradicionais e pela metodologia de Lynch. Entre os limites que encontramos são o mar, o rio, a divísa dos municípios, a BR e o proprio percurso da antiga Av. tronco continental. A rua pode ser lida como sendo um limite entre o mar e a cidade uma vez que interrompe e redireciona o fluxo que corre das ruas perpendiculares em direção ao mar. Ao mesmo tempo com um olhar mais aproximado percebemos a dualidade desse ponto na area de intervenção pois apesar de administrativamente o percurso possuir diversos limites entre as quatro ruas que se conectam e mesmo a divisa entre os municípios ela apresenta grande continuidade formal que estabelece um caráter fluido ao corpo e sentidos que percorrem sua extensão. Nos nós mais significativos se dão nos encontros e conexões com o entorno que proporcionam maior conectividade. Já para os marcos foram considerados os elementos de maior relevancia para orientação local entre eles encontram‐se o Estádio Orlando Scarpelli, a ponte Hercílio Luz, O Supermercado Angeloni, o Supermercado Imperatriz, a Escola de Educação Básica Aderbal Ramos da Silva, A Faculdade Estácio de Sá, O Colégio Energia de Barreiros e o trevo de Barreiros. Na leitura dos caminhos procurou‐se a evolução do sistema viário para entender como a estrutura atual se deu e entender sua hierarquia. No processo de desenvolvimento viário pode‐se perceber o papel estruturador que o percurso desempenhou desde o inicio da ocupação regional como rota de abastecimento e


troca entre ilha e continente. Hoje o trajeto é um importante eixo de comercio e serviços bem consolidado como se percebe no diagrama de hierarquia viária. Ainda pela estruturação viária percebe‐se que o diagrama de cheios e vazios das quadras mostra claramente a função articuladora que o percurso escolhido representa para seu entorno por constituir a unica ligação continua e flúida entre as extremas. Com o diagrama de cheios e vazios das edificaçãos percebe‐se o imenso potencial de adensamento que a àrea possui uma vez que possui muitos terrenos ociosos e é uma àrea em crescente valorização. Apesar da dualidade de municípios e de o percurso abranger quatro ruas distintas todo o percurso pode ser enquadrado dentro de um mesmo “bairro” uma vez que a linguagem e caráter geral local se mantém com algumas especificades em trechos. Pontos de ônibus, bicicletários, faixas de pedestre, lixeiras, bancos, àrvores, postes de iluminação foram levantados para se entender se físicamente o percurso proporcionava estrutura para atividades diversificadas acontecerem com qualidade. COm isso percebeu‐se que a infraestrutura é um tanto deficiente por não existir ou não estar adequada à escala do pedestre. A iluminação, por exemplo, é voltada para as pistas de rolamento de veiculos motorizados o que mostra uma inadequação com o pedestre e sua escada de conforto e adequação. Há uma carência muito grande de lixeiras e equipamentos de descanso e estar ao longo do percurso que desmotiva o locomover‐se a pé e bicicletários são inexistentes em todo o percurso. Poucas faixas de pedestres contam com algum recurso de desaceleração veicular. Já os pontos de ônibus localizam‐se dentro do raio de caminhabilidade adequado na maior parte do percurso. DIMENSÃO (IN) VISÍVEL A leitura dessa camada envolve elementos que vão além do vísivel. Uma observação mais atenta do ambiente e seus elementos visíveis nos leva pra percepção sensorial do corpo no ambiente ajudando identificar e reconhecer o caráter local. Norberg‐Schulz exemplifica o reconhecimento desse caráter: “​ Quando visitamos uma cidade estrangeira, geralmente o que nos impressiona é seu carater peculiar, que é parte importante da experiência. As paisagens também possuem caráter, algumas das quais são de um tipo especialmente ‘natural’. Falamos por exemplo de paisagens ‘aridas’ e ‘ferteis’, sorridentes’ e ‘ameaçadoras’”. (NORBERG‐SCHULZ,2006, p.451). ​ Nesse contexto usarei a definição de Norberg‐Schulz para caráter: “O caráter é determinado pela constituição material e formal do lugar. (...)’Caráter’ é ao mesmo tempo um termo mais geral e mais concreto do que ‘espaço’(...) Toda presença real está intimamente ligada ao caráter. Uma fenomenologia do caráter deve compreender uma pesquisa sobre os caracteres observáveis bem como um exame de seus determinantes concretos”​ . (​ NORBERG‐SCHULZ, 2006, p.​ 456)


Para a análise dessa camada o apoio metodológico é feito em Jan Gehl. Na visão de Gehl o ​ planejamento e interveção espacial sempre começa com as pessoas; pensando como as pessoas vivem e trabalham. Para ele ainda que os avanços tecnologicos especialmente em transporte e comunicação tenham mudado drasticamente o modo de vida, as pessoas continuam funcionando como a centenas de anos afinal nossos corpos são mais ou menos os mesmos de centenas de anos com o mesmo tamanho e os mesmo sentidos. Os critérios de leitura dessa metodologia englobam conceitos como a caminhabilidade, nivél do olhar a 1,5m, angulo de visão de 72º, aroma, sonoridade e toque. É através desses conceitos que mais facilmente nos identificamos e reconhecemos com e no ambiente. Norberg‐Schulz explica, ‘a arquitetura existe em uma realidade diferente de nossa vida cotidiana e das nossas atividades. A força emocional das ruinas, da casa abandonada ou de objetos rejeitados nasce do fato de nos fazerem imaginar e compartilhar o destino de seus donos. Levam nossa imaginação a distanciar‐se do mundo das realidades cotidianas. A qualidade da arquitetura nao reside na sensação de realidade que expressa, mas, ao contrario, em sua capacidade de despertar nossa imaginação’. (​ NORBERG‐SCHULZ, 2006, p.​ 488). Pallasmaa complementa, “sem dúvida, o fato de que certas lembranças remotas conservam para toda a vida sua identificabilidade pessoal e vigor emocional é uma prova convincente da importância e da autenticidade dessas experiências, assim como os sonhos e devaneios diurnos revelam os conteúdos mais verdadeiros e espontâneos de nossa mente” 13. Leitura (in) visível (As pessoas) As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. Para uns, que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam d pequenas luzes. Para outros, os sábios, são problemas. Para o meu negociante, eram ouro. Mas todas essas estrelas se calam. Tu porém, terás estrelas como ninguém... Quero dizer: quando olhares o céu de noite, (porque habitarei uma delas e estarei rindo), então será como se todas as estrelas te rissem! E tu terás estrelas que sabem sorrir! Assim, tu te sentirás contente por me teres conhecido. Tu serás sempre meu amigo (basta olhar para o céu e estarei lá). Terás vontade de rir comigo. E abrirá, às vezes, a janela à toa, por gosto... e teus amigos ficarão espantados de ouvir‐te rir olhando o céu. Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir! (Antoine Saint‐Exuperry) Cada individuo é um ser e interage no espaço de forma particular, apreende e transmite sensações que constroem o caráter da cidade e a si próprios. O corpo e sua interação com os elementos da cidade vão além do que é visível por envolver ‘matérias’ da composição espacial não tão táteis ou visuais, como a luz e calor do sol o som, a sombra, a imensidão ou a velocidade/dinâmica. Para abranger as leituras urbanas aqui propostas dividimos a leitura nas 13

PALLASMAA, Juhani. A geometria do sentimento: um olhar sobre a fenomenologia da arquitetura. In: NESBITT, Kate (Org.). ​ Uma nova agenda para a arquitetura. ​ São Paulo: Cosac Naify, 2006. p.485.


temáticas “ambiências Urbanas” e “espaços colaterais” 14. Com o apoio metodológico em Jan Gehl a leitura aqui tem o ponto de vista voltado para as pessoas e suas relações de troca com o meio. Para essa visão além dos olhos Pallasmaa afirma “ a arquitetura modernista em geral tem abrigado os intelectos e os olhos, mas tem deixado desabrigados nossos corpos e demais sentidos, bem como nossa memória, imaginação e sonhos”.15 Ambiencias Urbanas Ao buscar as ambiências urbanas elementos como bordas dagua, fachadas ensolaradas, vistas privilegiadas, comercio com produtos expostos no passeio, espaços de estar ao ar livre, presença de patio ou jardim e arborização foram elementos de interesse pelo potencial existente de relações com o corpo. A diversidade de funções e fluxos encontrada no percurso tras uma multiplicidade de texturas, sons, vibrações e aromas que se valorizadas enriquecem e singularizam a experiência do percurso, para essa leitura levantou‐se os aromas, sons, texturas e colorações que se soprepóe á paisagem. Através do levantamento desses elementos percebeu‐se o grande potencial que a area de recorte possui de ampliar as experiencias fisicas e sensoriais do percurso atraves da qualificação e valorização de elementos em potencial. Proporcionam uma diversificação da paisagem e da ambiencia imediata onde se inserem, a valorização e qualificação destes. Na leitura comparativa entre a extensão do percurso e o raio de caminhabilidade médio (velocidade de caminhada de aproximadamente 4 mph) verifica‐se como o percurso como um todo não favorece a experienciação do corpo através da caminhada. Adotando o angulo de visão de 71º e o nível do olho a 1,50m da metodologia de Gehl para uma boa apropriação visual da paisagem, buscou‐se enquadramentos e visuais privilegiados ao longo do percurso e os trexos onde o olhar apresentava maior possibilidade de variedade e dinâmica visual. Também bucou‐se visuais e elementos desfavoráveis á apreciação e apreensão da paisagem. Espaços Colaterais Os espaços colaterais contemplam todos os comercios, serviços ou entretenimentos que funcionam à noite e ainda as sobras espaciais como fachadas cegas, grandes lotes vazios e etc. O levantamento e leitura destes se consideraram importantes pela dinâmica própria que eles desenvolvem no espaço em horários alternados. A oferta de atividades noturnas no percurso é consideravelmente baixo se comparada com o potencial de centralidade e confluencia de fluxos. Acredita‐se que com a diversificação qualificação e valorização dos espaços livres públicos possa haver um interesse mais concreto pelo investimento no setor. Como sobras espaciais significativas apontamos os estacionamentos ao longo da via e os que são usados nos recuos das edificações comerciais, estes enfatizam uma priorização automotiva que se pretende reverter em favor do pedestre. Verificou‐se também uma grande quantidade de fachadas cegas propiciando um grande potencial de inserção de arte pública através de murais artísticos. termos utilizados do I Congresso internacional de Espaços Públicos realizado em Outubro de 2015 em Porto Alegre, RS. 15 PALLASMAA, Juhani. ​ ​ Os olhos da pele: ​ a arquitetura e os sentidos. Porto Alegre: Bookman, 2011.pag. 19. 14


Existem ainda diversos grandes terrenos vazios em expeculação aguardando para receber grandes empreendimentos imobiliários. Um aspecto negativo gerado são os grandes vazios na paisagem.


RECOMENDAÇÕES: Com o objetivo de capacitar a cidade a abrigar o devaneio sugere‐se recomendações que visam melhorar a experiencia física e sensorial do corpo em sua relação urbana por meio de intervenções na escala do pedestre. Para melhorar essa experiencia o foco se dá em diversificar, qualificar e valorizar elementos e ações específicos que fortaleçam a vida pública nos espaços livres públicos da cidade. Para sugerir as seguintes recomendações utilizou‐se as leituras do espaço feitas anteriormente. Nessas leituras verificou‐se as Unidades de Paisagem existentes ao longo do percurso, e através delas foi possivel estabelecer diretrizes que valorizassem e respeitassem o caráter local. Abaixo segue os objetivos e ações que foram pensados para atingir uma experiencia urbana do corpo mais significativa do ponto de vista físico e sensorial. DIVERSIFICAR diversidade de usos e funções: ‐

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priorizar o uso e ocupação térrea para comércios que estimulem a convivência da vizinhança (lanchonetes, cafés, estéticas, minimercados, confeitarias, etc.), tanto no seu interior como nas calçadas e ruas; incentivar uso residencial nos andares superiores; implantar/incluir equipamentos de espera e pausa em pontos estratégicos do percurso.

diversidade de fluxos: ‐ ‐

acolher os ciclistas alargando as calçadas e tornando‐as em espaço compartilhado ; aumentar o tempo de permanência e parada das pessoas através de fachadas atrativas, riqueza de detalhes , muitas portas , permeabilidade visual no andar térreo; alargar as calçadas;

‐ diversidade de locomoção ‐ acolher os ciclistas tornando as calçadas em espaço compartilhado ; ‐ alargar as calçadas; ‐ diminuir a velocidade de veículos em trechos com maior fluxo de pedestre; ‐ garantir travessias seguras e confortáveis; ‐ garantir boa locação das paradas de ônibus em função do raio de caminhabilidade; ‐ incluir bicicletários ao longo do percurso; ‐ adequar a infra estrutura para abrigar os diferentes modais de transporte. (poderá ser feito ao longo do tempo) diversidade de público ‐ ‐

mesclar atividades variadas que atendam diferentes públicos e faixas etárias; incentivar o uso de diferentes modais que trazem novo público e dinâmica.

diversidade de sentidos e sensações


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integrar materiais diferentes nas superfícies existentes e projetadas explorar elementos imateriais do espaço (luz, sombra, aromas, texturas e etc) para agregar valor sensitivo e perceptivo ao espaço

diversidade de dinâmica espacial ‐ ‐ ‐ ‐ ‐

adicionar de atividades de lazer/lúdicas ao longo do percurso; aumentar o tempo de permanência e parada das pessoas através de fachadas atrativas, riqueza de detalhes e permeabilidade visual no andar térreo; implantar/incluir equipamentos de espera e pausa em pontos estratégicos do percurso; identificar as ‘unidades de paisagem’ ao longo do percurso e ressaltá‐las; prever politicas públicas voltadas para o uso e apropriação da rua;

diversidade de paisagens ‐ ‐ ‐ ‐ ‐

explorar uso de materiais diferentes nas superfícies ; explorar superfícies com visuais privilegiados para murais artisticos; adicionar e valorizar vegetação e arborização, pátios e jardins ao longo do percurso; fazer grandes campos urbanos com flores nos terrenos vazios ao longo da via; substituir muros por grades em terrenos ociosos.

QUALIFICAR caminhabilidade ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐

reestruturar perfil da rua priorizando o transporte não motorizado; converter estacionamentos na via ao longo do percurso em espaços para o pedestre alargar e regularizar as calçadas; aumentar o tempo de permanência e parada das pessoas através de fachadas atrativas, riqueza de detalhes e permeabilidade visual no andar térreo; implantar travessias seguras e confortáveis; adicionar e valorizar vegetação e arborização, pátios e jardins ao longo do percurso ; diminuir a velocidade de veículos em trechos com maior fluxo de pedestre; implantar/incluir equipamentos de espera e pausa em pontos estratégicos do percurso. incentivar criação de marquises e pérgolas ao longo das fachadas tornar o percurso mais atrativo através da arte pública;

conexões entre o público e o privado ‐ ‐ ‐ ‐

criar uma área de transição entre o edifício e a faixa livre do passeio onde for possível e não existir implantar equipamentos de espera e pausa em pontos estratégicos do percurso; permitir o comerciante expor seus produtos/ se apropriar em parte da calçada; prever politicas públicas voltadas para o uso e apropriação da rua.

superfícies e revestimentos ‐ ‐ ‐

reestruturar o perfil da rua; explorar uso de materiais diferentes nas superfícies; explorar superfícies com visuais privilegiadas para murais artísticos;


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possibilitar fachadas atrativas através da riqueza de detalhes e permeabilidade visual no andar térreo; adicionar e valorizar vegetação e arborização, pátios e jardins ao longo do percurso ;

andar térreo das edificações ‐

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priorizar o uso e ocupação térrea para comércios que estimulem a convivência da vizinhança (lanchonetes, cafés, estéticas, minimercados, confeitarias, etc.), tanto no seu interior como nas calçadas e ruas. explorar uso de materiais diferentes nas superfícies; possibilitar fachadas atrativas através da riqueza de detalhes e permeabilidade visual no andar térreo permitir o comerciante expor seus produtos/ se apropriar em parte da calçada; incentivar criação de marquises e pérgolas ao longo das fachadas

infraestrutura ‐ ‐ ‐

alargar e regularizar o nível das calçadas; iluminação pública adequada ao pedestre e com fiação subterrânea; implantar/incluir equipamentos de espera e pausa em pontos estratégicos do percurso;

VALORIZAR o espaço do pedestre ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐

alargar as calçadas; implantar travessias seguras e confortáveis; arborizar a via proporcionado sombra, aroma e ruido diferenciados; incentivar o uso de marquise ao longo do passeio publico onde for possivel; implantar/incluir equipamentos de espera e pausa em pontos estratégicos do percurso; incorporar atividades de lazer/lúdicas no percurso; explorar e valorizar as diferentes ambiências existentes (sonoras, aromáticas e táteis decorrentes da dinâmica ou estrutura local); implantar campos urbanos com flores nos terrenos vazios ao longo da via; implantar a substituição de muros por grades em terrenos ociosos.

rua como local de convívio e estar ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐

priorizar o uso e ocupação térrea para comércios que estimulem a convivência da vizinhança (lanchonetes, cafés, estéticas, minimercados, confeitarias, etc.), tanto no seu adicionar e valorizar vegetação e arborização, pátios e jardins ao longo do percurso ; implantar/incluir equipamentos de espera e pausa em pontos estratégicos do percurso; incorporar atividades de lazer/ludicas no percurso; permitir o comerciante expor seus produtos/ se apropriar em parte da calçada para; possibilitar fachadas atrativas através da riqueza de detalhes e permeabilidade visual no andar térreo; incentivar a arte pública: explorar superfícies com visuais privilegiados para murais artísticos; prever politicas públicas voltadas para o uso e apropriação da rua;


identidade do lugar ‐

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Garantir propostas integradas e que transmitam a noção de unidade enquanto percurso e ao mesmo tempo respeitem as diferentes ambiências ao longo do percurso.(carater e identidade); referenciar‐se no patrimônio material e imaterial como ativadores da memória; explorar e valorizar as ambiências sonoras, aromáticas e táteis decorrentes da dinâmica, estrutura e ambiência local; buscar qualidade formal aos equipamentos de estar e lazer; incentivar a arte pública: explorar superfícies com visuais privilegiados para murais artísticos; implantar campos urbanos com flores nos terrenos vazios ao longo da via; implantar a substituição de muros por grades em terrenos ociosos.


ENSAIOS Após a leitura sobre as dimensões visiveis e (in) visíveis da cidade, atenta‐se para importância da valorização e qualificação da vida pública e das experiências fisicas e sensoriais do corpo na cidade através da qualidade dos espaços públicos. Propoe‐se 5 ensaios ao longo do percurso de leitura visando a espacialização e materialização dos conceitos vistos e uma projeção de como a aplicação desses conceitos poderia influenciar a dinamica e a paisagem urbana.

Ensaio #1 ­ PAUSA INCONSCIÊNTE Ponto de Onibus Heriberto Hulse (espera) àrea:196,25m² Intensões de projeto: O caminho que se divide te proporciona uma escolha, ao ter que escolher (ou ficar tentado a escolher) ocorre a pausa inconsciente. A pausa te permite se deixar cativar pelos elementos do caminho novo e despertar o devaneio. Elementos naturais e com riqueza de detalhes auxilia na captura de atenção e no reconhecimento do seu “eu” refletido ‐ elementos de composição com os quais vc se identifica e te remetem as memórias da primeira infância do ambiente construído. Neste ensaio a ambiencia serve de contraponto ao movimento incessante da Leoberto Leal, local de descanso, pausa e espera onde os elementos do caminho se misturam com elementos de descanso com elementos que despertam a curiosidade. A audição é valorizada pelo uso da brita em contraponto ao concreto alisado na pavimentação e tambén nas conversas e rizos de conversas que entram em contraponto com a sonoridade da passagem dos veiculos e pedestres. O ponto de onibus é convertido em alimentador de passaros de são muito bem vindos á sombra das frondosas arvores existentes. O tato é incentivado é incentivado pelo próprio tratamento concentrico trazendo proximidade e interação. Um local de espera e pausa tanto para o corpo como para a mente. sentidos:​ tato/ audição especificação fenomenica: ​ brita, ripas de madeira de 15sm de larg. poste informativo com alimentador de pássaros, vegeração não pisoteável russélia, concreto. Ensaio #2 ­ CONTINUIDADE FLÚIDA Praça Divisa (passeio) àrea:949,85m² sentidos: visão / audição intensões de projeto​ : Um limite é onde algo começa a se fazer presente, como diria Pallasmaa. Aqui em meio a divisa entre os municipios propõe‐se um espaço lúdico e de interação com o ambiente. A água, a vegetação e as superfícies de piso tem papel dominante para compor um ambiente sensorial


atrativo voltado para a visão e audição onde a reflexão de um caráter dinamico e lúdico se faz presente. A visão com o objetivo de atrair e a audição objetivando o acolhimento. A intensão aqui é enfatizar a integração e proximidade que de fato existe entre os municipios de São José e Florianópolis e usar o espaço do ‘entre’ como conector não só fisico (dos municipios) como sensitivo e sensorial. Para isso o portal de divisa é substituido por marcador de horas que com jatos de agua que atravessam as pistas marcam a passagem e troca de municípios de maneira dinâmica e lúdica. O barulho da água aqui explorado contribui na ativação da memória corporal e sensorial para despertar o devaneio Explorar‐se‐á a conectividade transversal que liga a avenida ao bairro e o terreno de esquina que margeia o rio priorizando um local de estar e lazer. especificação fenomenica: água, piso emborrachado, bamboos, balanços, vegetação de margem (capins ornamentais), pedra portuguesa. Ensaio #3 ­ PERSPECTIVA MAGNÉTICA Fachadas da Marinha (apreciação) àrea: 785m² sentidos: olfato e visão intensões de projeto: Aqui, a memória tem destaque pela fachada e usos preservados da Escola de Aprendizes Marinheiros. A area possui uma area verde de lazer privilegiada porém pouco visivel e conhecida. A ambência própria do passeio, com calçamento em pedra, ativa a percepção pra elementos singulares como o cheiro de terra e grama frescas, a sombra das arvores acolhendo a passagem de consideravel extensão e o enquadramento das edificações brancas se sobressaindo à paisagem verde. Através dos elementos materiais de composição do espaço atenta‐se para os sentidos sensoriais já consolidados no caráter local: olfato e da visão. O objetivo aqui é valorizar as entradas da praça que se estendem para um parque de onde se vê no horizonte o mar e todo o conjunto preservado da marinha. A sequencia de pilares dos portais de entrada instalados em cada rua lateral a praça convidam os pedestres a uma viagem sensitiva por meio das textura e odor vindos da da oxidação do aço e da textura das pedras do caminho. O olhar, atraido pela perspectiva formada pelos portais postos em sequencia em cada um dos lados da praça convidam e quase impelem para uma exploração mais proxima O olfato e a visão serão sensibilizados também como a visão ao se trabalhar nos grandes terrenos vazios do entorno que aguardam a construção de condominios com campos de flores. especificação fenomenica: pórticos de aço cortenho, pedra polída de calçamento, sombra natural das árvores, flores. Ensaio #4 ­ DINÂMICA CÍCLICA Colegio Aderbal Ramos da Silva (encontro) àrea:785m² sentidos:olfato/paladar


intensões de projeto: Acolher a dinamicidade é uma das diretrizes para essa area. Por ser uma area de grande fluxo e dinamicidade estudantil, um espaço flexivel e acolhedor se faz necessário. O ciclo de fluxos e o caráter jovial dos usuarios são provavelmente as caracteristicas mais fortes deste espaço. Além do público estudantil á noite a as atividades gastronomicas do entorno atraem umpúblico variado. O espaço consiste de um grande banco plataforma que visa acolher diferentes usos e densidades de público seja pra esperar, comer, jogar ou simplesmente descansar. Aqui os sentidos do olfato e do paladar são acolhidos pelos diferentes grupos que buscam um lugar pra se reunir, comer, rir e conversar. A escolha da madeira para o banco tras um ambiente acolhedor pela temperatura e textura, o tom escuro auxilia na manutenção. A coloração dos elementos circulares em concreto dinamiza a borda do passeio e servem como bancos ou mesas. A faixa de pedestre elevada é deslocada para facilitar a ligação da entrada do colégio com a passagem que liga a rua paralela. Nessa ligação propoe‐se a implantação de parklets em parte das vagas de estacionamento para enfatizar o carater de passagem compartilhada. especificação fenomenica: madeira, concreto, aroma de alimentos, sombra das árvores e palmeiras. Ensaio #5 ­COTIDIANO AFETIVO Antigo Mercado Publico Continental (compra e troca) àrea:384,650m² sentidos: paladar / tato intensões de projeto: Em meio a um grande fluxo de chegada e partida e com uma dinâmica intensa de embarque e desembarque, o entorno do antigo Mercado Publico Continental tem um caráter vibrante e diversificado que se acentua nos horários de pico. Aos que o frequentãm se torna tão imerso no cotidiano que a ambiencia que os acolhe praticamente passa despercebida. As marquises do antigo mercado sombreiam o local de espera e de acesso as lojas de varejo e gastronomicas, para acolher essa espera e promover uma aproximação com o comercio propõe‐se bancos em frente as vitrines e uma maior permeabilidade visual entre interior e exterior. O comercio é incentivado a expor parte de seus produtos em area destinada no próprio passeio despertando a curiosidade e o interesse de quem passa e espera . Em contraponto do outro lado da rua a fachada ensolarada do edificio do almoxarifado do DEINFRA se transforma quase que em um cenário às atividades cotidianas. As amendoeiras projetam uma sombra leve que é aproveitada para mesas de descanso e estar postas na calçada alargada para acolher também os ciclistas. Aqui é mantida apenas uma via de faixa exclusiva para o transporte público. As diretrizes aqui visam explorar detalhes cotidianos: a fachada ensolarada, as texturas das edificações, suas vitrines e portas, produtos expostos e suas cores, aromas e texturas buscando despertar a afetividade pelo reconhecimento do corpo com algum desses elementos. especificação fenomenica: sol, sombra, vidro, aromas cores e texturas dos produtos expostos, cenário da fachada do deinfra, fachada do mercado.


CONSIDERAÇÕES FINAIS O processo de desenvolvimento desse trabalho de conclusão de curso me fez enchergar a cidade de uma forma mais profunda do que jamais havia experimentado. ​ Ao olhar poeticamente para a cidade pude encontrar meu próprio lado poético. Assim pude compreender e me sensibilizar minha consciência e corpo para a gama de possibilidades de experiências que a paisagem urbana tem, e de assim poder sonhar e devanear mais na cidade,, sentir e fazer parte da vida pública urbana com a consciência da troca entre o ambiente e meu próprio corpo. Um dialogo que, cada vez mais, vai deixando marcado em mim a história do espaço e de mim no próprio espaço. Após esse longo periodo, vejo como alguns aspectos do trabalho poderiam ter sido melhor desenvolvidos se ao inicio eu já tivesse consciência e o conhecimento que tenho hoje. Uma das maiores fragilidades que o trabalho em si apresentou em meio a minha falta de experiencia com o assunto vem do fato que o estudo analisa de forma muito pontual um recorte que não tras a ligação com as demais dinâmicas que influenciam e se relacionam com o quadro atual da area de leitura. Outro ponto vem dos ​ ensaios que se apresentam ainda frágeis, não correspondendo ou reproduzindo grande parte das preocupações e conceitos debatidos. Parte de tal fragilidade se verifica em decorrencia da não abrangencia do trabalho no processo participativo para a construção dos espaços públicos. Tal temática vem sido amplamente discutida e enfatizada em congressos, palestras e especialistas do assunto porém esse já seria objeto de estudo e trabalho para um outro TCC. Em meio a um potencial tão grande de possibilidades de uma vida mais completa e mais bem vivida por meio do acolhimento da cidade ao devaneio, muitas ideias de desdobramentos para uma continuação de estudo se veem possiveis e relevantes. Possivelmente o de maior relevancia constitui‐se de um estudo e leitura da vida e dos espaços públicos de todo o municipio de São José para a partir dele se orientar as intervenções e projetos pilotos para a melhoria da experiência física e sensorial do municipio como um todo, respeitando‐se as relações e dinâmicas interrelacionadas existentes. Ordenar os processo de composição da cidade a partir da escala ao nivel do pedestre . Nesse momento decisivo de minha formação onde um ciclo se encerra e outro começa, o conhecimento que eu desejo levar da academia para o meu dia a dia profissional é a de continuar sonhando e acreditando em uma cidade melhor. E podemos fazer isso, eu posso fazer isso com pequenos porém concretos e poéticos passos. Hoje olho pras vitrines e fachadas e me vejo muito além do reflexo dos vidros. Encerro com a fala de José Saramago que resume a unifica a proposta pretendida: “Fisicamente habitamos um espaço, mas sentimentalmente somos habitados por uma memória”. Que a memória e o aprendizado desse trabalho me façam sonhar e devanear muito mais pela cidade.


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