Revista Mundo Pet

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1º Edição - Dezembro 2020

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Dieta Animal

6 Motivos para Adotar

deixe o seu pet saudável com uma alimentação balanceada

saiba porquê e como contribuir com a causa

Pantanal em Chamas entenda a situação atual da maior área úmida continental do planeta.



Aos leitores

Olá! Nós somos a Mundo Pet

e é um enorme prazer ter vocês com a gente. Esse é um momento especial para nos, o lançamento da nossa primeira edição, com noticias feitas com carinho e cuidado para vocês leitores. Nossa revista te levará para o mundo dos nossos amigos de quatro patas. Aqui veremos materias divertidas, informativas e de concientização desse mundo dócil, inocente e puro. As nossas materias ilustrarão boa parte da vida animal. De amigo para amigo de pet, sabemos o quanto é díficil cuidar dos nossos animais, e com informação a mão ficará mais fácil. Queridos leitores, nesta edição vamos saber mais sobre a alimentação animal. Quem já não ficou preocupado com a procedência das rações que damos para os nossos amigos? E pensando nisso, fizemos uma pesquisa em cima desse ponto. Vamos falar também sobre a obesidade animal que é uma questão que está assombrando vários lares por aí. Você gosta de animais exóticos? Quer criar esses animais? Aqui você saberá como ter o seu animal exótico legalizado, informando a importâcia de ter o bicho legalmente, sobre a criação do animal e quanto a ilegalidade pode ser cruel. Quando esses animais são presos em cativeiros eles sofrem danos físicos e psicológicos. Então fica a dica! Nunca comprem animais ilegais e tenham certeza que ele é legalizado. E Por falar em compra de animais, já perceberam que existem vários animais morando na rua? Acredito que boa parte de vocês leitores, já se depararam com algum animal na rua, sujo, magro, com sede... não é de cortar o coração? Para você que queria saber sobre o resgate animal e como proceder com essa prática, trouxemos cinco dicas para você começar a resgatar e cuidar desses animais em estado de vulnerabilidade. Nessa edição, você terá em primeira mão tudo que está acontecendo no Pantanal, que já é a maior crise ambiental de todos os tempos, e com perda irreversiveis. A situação do Pantanal está tão séria que uma perdemos uma área equivalente a dez estados de São Paulo e Rio de Janeiro juntas, só pra termos uma ideia de quão grande está o desmatamento. Ainda temos informações de como estão os animais resgatados e queimados, eles estão recebendo tratamento de pele de Tílapia, que está ajudando na cura dos nossos animais silvestres. Com o avanço da fumaça das queimadas várias pessoas estão tendo problemas respiratórios, que com isso aumenta a frequência nos hospitais, aumentando o risco de contrair o Covid 19. Já pararam para pensar quanto tempo o pantanal vai se recuperar depois dessa queimada? Mundando de assunto, e voltando um pouco para o resgate animal, vamos falar sobre adoção, além de você resgatar os animais na rua, muitas ONG’s cuidam dos animais e colocam para adoção. Isso tudo você verá nas páginas a seguir. Então fique a vontade, aprecie a leitura com um bom café. Tenha uma boa leitura! Equipe Mundo Pet


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Alimentação

Dieta animal A Qualidade da dieta animal é de suma importância quando falamos de produtividade e aproveitamento de nutrientes, uma vez que ela está diretamente relacionada com o rendimento do animal. A alimentação nada mais é que a relação entre quantidade de ração consumida pelo animal e a quantidade de produto por ele gerada. Mas atenção na escolha da dieta do seu animal, deve sempre ser acompanhada por um profissional De acordo com o especialista em nutrição e alimentação canina, Jhonatan self, os alimentos processados para cães podem ter danos graves, até mesmo fatal. Elas tem efeitos parecidos a alimentos processados de humanos. Os donos preocupados com os problemas que as rações podem trazer, aos pets, vêm trocando a ração por comida natural. Esta é similar a alimentação de animais selvagens, fazendo uso de carnes, frango e peixe em sua maior parte - de preferência carnes com ossos e crua, contendo também vísceras e em alguns casos. No caso da dieta onívora para cães, estas dietas incluem vegetais crus, ovos, entre outros. Uma alimentação saudável para seu animal de estimação consiste em proteína animal, gorduras saudáveis, vitaminas, minerais e fibras. Quanto mais diversificada, mais nutritiva a dieta será. Assim como nós, seres humanos, todos os outros animais também precisam de uma alimentação adequada, pois é de onde retiramos a energia necessária para manter o organismo funcionando corretamente e para realizar todas as nossas atividades. A alimentação varia de animal para animal, sendo que existem alguns que se alimentam de frutas, outros de carne e assim por diante, dependendo sempre do que o veterinário receitar! A obesidade pode causar vários problemas de saúde, reduz o seu bem estar, prejudica a qualidade de vida e diminui sua longevidade. Também é possível agravar o quadro de problemas de saúde já existentes. A prevenção deve começar com as recomendações do médico veterinário para os tutores, desde a primeira ida do animal na clínica. O profissional deve instruir o tutor a reconhecer a condição corporal do seu animalzinho e ainda o estimular a pesá-lo periodicamente, corrigindo a quantidade de ração sempre que houver necessidade. É necessário evitar oferecer petiscos em excesso, priorizando sempre petiscos naturais, como legumes e frutas. Sempre que possível evite os industrializados, crie uma rotina de atividades para que o animal venha se exercitar. 06


Mundo Pet

Os problemas em rações A obesidade é atualmente uma das doenças mais recorrentes em animais de estimação. Ela é caracterizada pelo acúmulo de gordura acima do necessário no corpo. Podendo prejudicar a saúde do animal e sua qualidade de vida, acarretando em outras possíveis doenças. Cães e gatos são os animais domésticos mais afetados. No Brasil, cerca de 25% à 40% estão com sobrepeso ou obesos. A incidência é maior em animais adultos. Uma das principais causas do acúmulo excessivo de gordura em pets, é a má alimentação e o sedentarismo. Oferecer alimentos que fogem de uma dieta saudável, por exemplo, favorece para que seu animalzinho esteja com sobrepeso ou obeso. A ração colorida pode fazer mal ao seu animalzinho, pois é feita com corantes artificiais, tem exerço de sódio e de componentes químicos, podem ocasionar em perda de pelo, problemas de pele, alergia a longo prazo, e comprometer os rins Os corantes só são encontrados em rações Standards que são as mais baratas e em algumas rações Premium. A maioria das rações Premium com corantes estão vindo ao mercado com opção sem corante, devido à alta procura dos donos de pets alertados por veterinários Segundo o estudo “Alimentação natural para cães e gatos”, realizado pelos pesquisadores Saad e França (2010), o interesse atual sobre novas alternativas alimentares para cães e 07

gatos teve início devido a um grande recall ocorrido nos Estados Unidos entre março e abril de 2007. Nessa época, a empresa canadense Menu Foods, a maior fabricante de rações da América do Norte, anunciou que retiraria do mercado 60 milhões de enlatados para animais. O motivo do Recall foi a morte de 16 bichos de estimação (oficialmente confirmadas) com falência renal e hepática. Neste período, a Food and Drug Administration (FDA), agência responsável pela regulamentação de alimentos e medicamentos nos EUA recebeu mais de 14 mil reclamações sobre animais domésticos com sintomas de perda de apetite, vômitos e apatia - os principais sintomas da intoxicação. Muitos donos de Pet acham que seu animal vai gostar mais de uma ração colorida por ser mais atraente visivelmente, porem cães e gatos não enxergam cores como nós, eles são atraídos apenas pelo cheiro, ou seja, isso não possa de um mito.


Obesidade animal

Alimentação

A obesidade é mais frequente entre cães e gatos na atualidade, 25% a 40% dos cães e gatos adultos estão com sobrepeso ou obesos. A prevalência é maior entre os 5 e 10 anos do animal O animal é considerado obeso quando seu peso corporal é 20% maior que o devido, esse excesso de peso corporal se acumula na forma de tecido adiposo. Em um estudo 48 cães da raça labrador foi visto que mesmo os animais moderadamente obesos apresentam risco de mobilidade e menor expectativa de vida. Neste estudo metade dos animais receberam quantidade controlada de alimento ao longo da vida, enquanto a outra metade foi alimentada ad libitum (grupo controle). O grupo de cães que foi alimentado com quantidade controlada pesou em média 26% menos que o grupo controle. A conclusão do estudo foi que a restrição alimentar ajudou a prolongar a longevidade dos animais sendo 13 anos a média dos animais que tiveram a alimentação controlada e 11,2 anos a média de vida dos animais do grupo de controle, além disso retardou o desenvolvimento de doenças crônicas. Em relação a gatos, a obesidade está associada ao desenvolvimento de diabetes mellitus tipo 2. Dados sugerem que 31% dos gatos diagnosticados com diabetes mellitus e com sobrepeso ou obesos poderiam ter seu diagnóstico revertido de os mesmos voltassem a um escore de condição corporal (ECC) ideal (Scarlet etal. 1998)

Causa da obesidade A obesidade é causada por um desequilíbrio entre a ingestão e o gasto de energia. Inúmeros fatores que afetam este equilíbrio, sendo a castração um fator que contribui pra obesidade. Outra causa da obesidade animal é a superalimentação, mas também pode ser ocasionada por problemas hormonais, o que corresponde a 25% dos casos entre os cachorros. Outro motivo é o estresse, consequência de falta de atividade física, carinho ou solidão. Fatores concomitantes também fazem com que o animal coma mais do que o necessário, principalmente as fêmeas que podem desenvolver a Síndrome de Cushing. Sob as orientações do veterinário do seu cachorro, mantenha a dieta regrada e dispense qualquer tipo de biscoitos ou qualquer outra forma de alimentação que não seja balanceada. 08


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Animais exóticos não são estranhos, são aqueles que estão fora de seu habitat natural e requerem muito mais cuidado que os outros animais, pois precisam se adaptar às condições de sua nova moradia.


Animais Exóticos

Animais exóticos Gatinhos e doguinhos são ótimos e tem o nosso coração, mas vamos combinar que algumas pessoas preferem bichinhos mais… diferentes. No planeta Terra, encontramos uma imensa variedade de animais e seres vivos com qualidades únicas que os tornam muito especiais, diferentes, tidos como bichos estranhos e por isso, são animais pouco conhecidos. Ao contrário do que muitas pessoas pensam o animal exótico não é um tipo estranho, ele é, na verdade, aquele que se encontra fora da sua fauna original, em um ambiente geográfico totalmente diferente daquele em que deveria estar. O que são animais exóticos? Existem todos os tipos de mamíferos, pássaros, peixes ou insetos que nos agradam, outros que nos causam medo, e outros que podemos chamar de animais exóticos ou bizarros, pois apresentam características incomuns. Atualmente, podemos dizer que animais exóticos são bichinhos de estimação de pequeno porte, como por exemplo: papagaios, canários, porquinhos-da-índia, tartarugas, peixes, serpentes, chinchilas ou hamsters. Ainda podemos incluir nesta lista as tarântulas, caranguejos eremitas, sapos, doninhas, suricatos e cães da pradaria. Os animais de estimação são ótimas companhias, que deixam os nossos dias bem mais alegres, não é mesmo? Apesar disso, nem todo mundo sente-se tentado em criar gatos e cachorros e preferem pets diferentes e exóticos para companhia. Os motivos que levam as pessoas a terem pets diferentes são variados como o fato de algumas espécies darem menos trabalho, até a vontade de criar um animalzinho um pouco “fora do comum”. Apesar de causarem certa estranheza, alguns animais exóticos podem ser ótimas companhias e tornar a sua casa muito mais alegre e divertida. Contudo, antes de criar qualquer bichinho “diferente”, é importante conferir se eles podem ser animais domésticos, quais cuidados necessitam e como é a legislação (já que animais silvestres, por exemplo, necessitam de cadastro específico no IBAMA e nem todos podem ser criados em casa). Então nos da Mundo pet trazemos uma lista dos principais animais exóticos que podemos ter em casa e dicas de como cuidar desses bichinho que precisam de um cuidado muito especial e minucioso. Vem com a gente, temos dicas valiosas. Se você for uma delas, então vai adorar nossa lista com os melhores animais de estimação exóticos. 12


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10 animais exóticos que podem ser pets

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Se você gosta de animais, já deve ter pensado em ter mais do que um cão ou gato em casa. Aves diferentes, répteis, pequenos roedores – existem várias outras espécies que podem ser domesticadas e se tornar o seu próximo bichinho de estimação. Confira uma lista com 10 animais exóticos:

De aparência peculiar, com corpo magro e alongado, o furão (ou ferret) é um animal dócil que gosta da companhia dos donos. São mais ativos à noite e passam boa parte do dia dormindo. A gaiola deve ter tamanho apropriado, com brinquedos e rede para o pet dormir.

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Este animal virou mania no País há alguns anos. É dócil, mede até 40 cm e se adapta bem ao convívio doméstico. Necessita de cuidados como alimentação adequada com ração e passeios constantes – principalmente os que vivem em espaços menores licenciado pelo IBAMA.exóticos.

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Este pequeno primata pode viver em cativeiro, desde que tenha espaço suficiente para brincar e se locomover com toda a sua agilidade. Possuem a cauda alongada, maior do que o corpo, que serve para dar equilíbrio nas suas escaladas e corridas pelos galhos das árvores. Antes de comprar é preciso escolher um criador licenciado pelo IBAMA exóticos.

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O porquinhoda-índia é um roedor de pequeno porte originário da América do Sul. Tem temperamento tranquilo e é muito sociável – ideal para convívio familiar. Apesar de ter hábitos noturnos, ele também gosta de brincar durante o dia entre uma soneca e outra. Vive em pequenos cercados ou gaiolas apropriadas.


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Pequeno roedor de orelhas grandes e pelo acinzentado, o chinchila é um animal de estimação bastante procurado. É dócil e vive tranquilamente na presença de crianças. A gaiola precisa ter espaço suficiente para que ele possa brincar, já que passa a maior parte do dia dentro dela, e deve ser feita de arame para que ele não consiga roer as grades.

Réptil da família dos quelônios (como os jabutis e cágados), este animal é verde com listras amarelas. Daí vem seu nome Tigre d’água. Vive em lagos ou em pequenos riachos e em casa precisa de um ambiente com água, como aquários e tanques, que tenham também uma área seca de fácil acesso.

Natural da Austrália, esta é uma ave de tamanho médio, que pode atingir até 30 cm quando adulta. Ela tem boa convivência doméstica e normalmente vive em gaiolas, que precisam ter tamanho suficiente para que possa abrir as asas sem esbarrar na grade.

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Comum na América do Sul e Central, a arara canindé é também conhecida como arara-debarriga-amarela ou arara-amarela. O tamanho varia de 75 cm a 80 cm quando adulta e pode viver até 70 anos em cativeiro. Precisa de gaiolas ou viveiros amplos, que permitam que ela abra as asas sem bater nas grades.

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Réptil que vive principalmente em áreas florestais, sobre os galhos das árvores. Em cativeiro, é necessário reproduzir minimamente seu habitat, com um terrário de tamanho adequado e galhos para que o animal suba. A iguana pode atingir quase dois metros de comprimento quando adulta, portanto é preciso ter espaço suficiente em casa e aptidão para cuidar de um pet deste porte.

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a tu a c a Originária da Oceania, está linda ave de penas brancas, crista exuberante e bico encurvado pode viver até 80 anos, dependendo da espécie. Ela emite sons muito altos – portanto se você tem restrições com barulho deve evitar escolher este pet.

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Animais Exóticos

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Tráfico de Animais Exóticos

Como Legalizar um Animal Exótico

Entenda antes de tudo o quanto o tráfico de animais exóticos e silvestres é preocupante. O mercado negro de bichos é desumano e prejudicial ao meio ambiente. E um dos responsáveis pelo risco de extinção de animais, como a Arara Azul. Além de ser crime, o animal é retirado de forma compulsória do seu habitat natural, onde nasceu, cresceu e se criou. Inclusive, filhotes são retirados de suas mães para a venda e suas mães são presas e usadas como reprodutoras de forma cruel e sem o menor cuidado, apenas para manter esse comércio ilegal. A venda desses animais é feita sem o mínimo de precaução. Os animais são sequestrados, não recebem os cuidados necessários e acabam ficando desnutridos, isso quando não morrem. Quando sobrevivem, são vendidos a preço de banana e em péssimas condições. São sedados e muitas vezes até mutilados para não fugirem quando são transportados em caixas sem ventilação adequada e presos de forma sufocante, caracterizando ainda o crime de maus tratos. E como se tudo isso já não fosse aterrorizante, ainda existe o comércio ilegal de animais exóticos que NÃO são permitidos para domesticação como cobras venenosas, tubarões, onças, entre outros. Para a satisfação do ego de colecionadores, mas também para comércio ilegal de pet shops, e para quem produz adornos e subprodutos de animais. Com tudo isso, a extinção de animais exóticos e silvestres se torna mais uma das consequências do tráfico de animais. Por que os traficantes não se preocupam com a manutenção da espécie na natureza, o que gera o desequilíbrio ambiental. Outra consequência dessa rede criminosa: o crime ambiental.

A única forma de ter um animal exótico ou silvestre legalizado, é quando o compra de um criadouro autorizado pelo IBAMA. Caso tenha capturado um passarinho exótico ou silvestre ou qualquer outro animal que seja, ou comprado de forma ilegal, não consegue legalizar mais. E a melhor opção é devolver o animal para o seu habitat natural no caso tenha feito a captura recente. Vai que é uma mãe que saiu para caçar alimentos para os filhotes. Ou entregar aos órgãos competentes caso tenha comprado e fazer a denúncia do local irregular. Assim evita multas e as detenções, e salva a vida dos animais que estão sendo expostos a esse tipo de situação. Mas caso deseje se tornar um criador amador de forma legal, há outras maneiras! Primeiro precisa fazer o cadastro no site do IBAMA com a categoria desejada, depois ir pessoalmente ao órgão com os documentos solicitados, aguardar a homologação do processo e a emissão do boleto da licença. Feito isso, já pode visitar outros criadores legais, adquirir a espécie a qual se cadastrou para criar. Lembrando que não é apenas reproduzir e vender. Animais precisam de cuidados veterinários recorrentes, alimentação e ambientes adaptados à rotina doméstica. Também é importante dizer que os animais exóticos permitidos a venda, são apenas aqueles que são criados em cativeiros desde sempre. E nunca retirados da natureza para a venda direta. Como também somente aqueles que não oferecem perigo à sociedade, como no caso de cobras, aranhas e escorpiões que são peçonhentos. Animais peçonhentos só são autorizados para fins comerciais por instituições farmacêuticas ou para conservação, quando o animal é entregue ao IBAMA ou outro órgão, e já não consegue voltar a viver no seu habitat.




Resgate Animal

Resgate animal Devido a pandemia de coronavírus, muitos animais estão sofrendo do reflexo que a mesma causou. Os motivos são variados, eles vão de desemprego a brigas em casa. Segundo ONGs, o abandono chegou a quintuplicar durante esse período, impactando até animais de raça definida que raramente apareciam por lá. No começo, muitas pessoas procuravam adotar algum bichinho novo para ter de companhia durante a quarentena, porém muito aconteceu de lá pra cá (boatos sobre transmissão do vírus através de animais, diminuição de renda, estresse e etc) o que fez muitos deles abandonarem, devolverem ou simplesmente manterem-nos sobre maus-tratos. Segundo levantamento do Instituto Pet Brasil, realizado em 2019, existiam cerca de 3,9 milhões de cães e gatos em situação de vulnerabilidade, dentre eles: animais que vivem com famílias em situação de pobreza e os que moram nas ruas e recebem auxílio de pessoas. Segundo eles por volta de 4% dos animais em condição de vulnerabilidade tem tendência ao abandono completo no futuro. Eles precisam da sua ajuda, seja da forma que for! Quem nunca saiu de casa e viu gatos e cachorros na rua sentindo fome, sede e a falta de um lugar pra chamar de casa? Muitos com machucados e doenças que os atormentam dia e noite diminuindo drasticamente sua expectativa de vida. Apesar de serem companhia para todas as horas, muitos animais ainda estão abandonados nas ruas, num ritmo ainda maior devido às consequências da pandemia de Covid-19, que causou uma diminuição de campanhas de adoção e um maior índice de abandono. Apesar de tudo, ainda podemos ser a luz que brilhará na escuridão desses bichinhos. Não é raro termos conhecimento da prática de abandono animal. As redes sociais ajudam a disseminar as informações e os milhares de pedidos para resgatar um animal. Infelizmente, quem paga um preço muito alto pela omissão de cuidados é o bicho, que, sem voz, precisa contar com a boa vontade dos humanos para defendê-los. Pensando nisso, criamos um manual de conduta durante um resgate animal para que você saiba o que fazer, para onde levar o pet resgatado e os principais cuidados que deve ter. Resgatar um animal abandonado é um ato solidário e respeitável! E lembre-se: não se tornar tutor definitivo de um animal não é razão para não resgatá-lo.

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Antes de qualquer coisa, tenha em mente

Ao praticar um ato de resgate de animal, é necessário ter consciência de que ele se tornará sua responsabilidade durante todo o processo, tanto se você pretende adotá-lo futuramente como se pretende apenas resgatá-lo, incluindo desde ceder abrigo à arcar com os custos de alimentação e tratamento. Alguns animais podem se encontrar em áreas de risco ou estarem muito debilitados, portanto em qualquer situação fora do normal não hesite em acionar os bombeiros, priorize a sua vida e a do próprio animal.

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Esteja preparado pra tudo

A grande maioria dos gatos são muito assustados, se forem mal manuseados podem facilmente arranhar e causar grandes estragos a você. tome muito cuidado com seu rosto e utilize de ferramentas protetivas como panos e toalhas para evitar o pior, lembre-se de utilizar uma caixa para o transporte dos bichanos, para promover a proteção de ambos. No caso de Cachorros, é muito recomendado o uso de guias, tendo em mente que, apesar de serem mais sociáveis que gatos alguns ainda se assustam facilmente e podem acabar fugindo de você..

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Resgate Animal

Como proceder ao resgatar

Muitos dos animais estão passando fome e sede, então trate de ganhar a confiança do animal através da alimentação, se não possuir ração adequada, a carne e o frango são grandes opções na maioria das vezes, além de uma boa bacia d’água. Tome cuidado com o leite para gatos, na grande maioria das vezes ele não faz bem a eles, seja adulto ou filhote. Após isso, trate de levar ao veterinário (esteja preparado financeiramente), lá ele será avaliado por um profissional e no melhor dos casos será apenas castrado e vacinado para inibir futuras doenças e manter um maior controle populacional.

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Outras maneiras de ajudar

Se achar todo esse processo muito inviável pra você, um bom jeito de ajudar é a divulgação da situação desses bichinhos em redes sociais, muitas ONGs fazem o trabalho de resgate e promovem a adoção dos bichinhos. Algumas, por motivos de superlotação, terceirizam um lar temporário para os animais, você ajuda e cede seu lar enquanto o animal recebe tratamento médico e depois ele parte para a adoção. Você também pode ajudar as ONGs com doações, seja financeiramente ou com alimentação. Outro jeito de ajudar é você mesmo adotar um bichinho, desde filhotes a adultos abandonados ou a animais com alguma deficiência.

Se deseja adotar

Tenha em mente se o local que você reside e suas condições financeiras são adequados para cuidar de uma vida, além da sua disponibilidade de, além de alimentar e cuidar, tratar seu novo bichinho com muito amor, carinho e atenção. Cada animal tem seu período de adaptação, tome muito cuidado caso tenha outros animais em casa, principalmente com os bichinhos que já residem, o ideal é deixar os novos residentes isolados por um tempo e fazer uma liberação com o tempo. Continue ganhando confiança de seu novo bichinho, além de uma boa alimentação seja muito carinhoso e presente quando for lhe dado liberdade, lembre de não invadir o espaço de seu bichinho, eles ainda estão se adaptando ao espaço e a você.

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Pantanal em chamas

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Pantanal em Chamas

Há aproximadamente dois meses, o Pantanal brasileiro sofre o maior incêndio das últimas décadas. De acordo com o Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), o fogo já consumiu uma área de 2,3 milhões de hectares, aproximadamente 10 vezes o tamanho das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro combinadas.

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Mundo Pet Além do inegável impacto negativo na fauna e flora, muitos animais estão sofrendo com essa tragédia, os que não estão sendo atingidos pelo fogo, sofrem na busca por comida, já que, como mostrado com os números, uma grande área foi queimada. Em entrevista ao MSN, Sandra Ramiro, coordenadora do Centro de Medicina e Pesquisa de Animais Silvestre (Cema), explica a situação de um filho de veadocatingueiro que chegou ao centro. O filhote teve suas quatro patas queimadas e está sobrevivendo graças ao cuidado dos veterinários e amamentação artificial. Ela comentou "A grande dificuldade é a gravidade de cada lesão. São queimaduras de segundo e terceiro graus que comprometem ligamento e causam exposição óssea, já que a pele é consumida pela queimadura" . Até o momento, não é possível mensurar quantos animais foram afetados pelo incêndio que ainda cresce no Pantanal. Era meu último dia fotografando as queimadas no Pantanal. Saio para pegar o ônibus quase acostumado com o cheiro de fumaça impregnado na roupa, o gosto amargo na boca, os olhos vermelhos e lacrimejando. Ignoro a ardência nos olhos para mantê-los abertos; fico em vigília, atento, câmara na mão. Do lado de fora, vejo a calamidade. Perto de Poconé (MT), focos de incêndio. A fumaça e velocidade do ônibus atrapalham, mas aperto o olhar e avisto uma cena brutal. O corpo duro e sem vida de uma jaguatirica. Grito para pararem o ônibus e desço para fotografar. O ar é pesado. Os olhos do animal brancos e a língua de fora, como se tivesse tentado sorver o pouco que ainda resta do ar do Pantanal. O motorista aparece ao meu lado, e falamos baixo, como que em luto. Ele diz que ela não foi atropelada. Morreu fugindo. Me abaixo no asfalto escolhendo um ângulo que mostre a quantidade de fumaça no caminho que ainda

vou seguir. Clico o filhote tentando não mostrar toda a brutalidade que a morte impôs naquele animal tão belo. Eu nunca tinha visto uma jaguatirica. Ainda não vi. Ninguém quer ver a morte que o fogo traz para o Pantanal tão de perto assim. Eu vi. Vi o fogo e o fim de tudo em um dos biomas mais ricos e lindos do planeta. Quando cheguei em Poconé, perto da meia noite, a cidade estava envolta na penumbra. A fumaça era tão pesada que acreditei ser a névoa da madrugada. Não era. Era o efeito causado pelos mais de 2 milhões de hectares que estavam em chamas no Pantanal. Várzea Grande e Cuiabá também sentem o impacto da queimada criminosa e covarde. Vi como o agronegócio abre pasto com gasolina e diesel. Fazendeiros apressados em passar a boiada com a chancela do governo federal e do Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Quantos genocídios mais são possíveis na nossa nação? O Pantanal é só mais um crime impune na lista interminável dessa administração. No meio de uma tarde de 43ºC e da fumaça sem fim em Barão de Melgaço (MT), os bombeiros e brigadistas olham o fogo, impotentes. Um dos brigadistas, com a pá na mão, é ‘seu’ Crovis. Ele diz que o fogo tem raiva. Pula de um lado para o outro. Está vivo. Ele olha para o caminho sem fim, escondido pela fumaça e avisa que não dá pra fazer nada além de esperar. Encosta no caminhão-pipa ao seu lado, que está vazio, e toma seu tererê. O fogo consome tudo ao redor e o barulho é assustador. Os bombeiros — são cinco no local — usam um drone para avaliar a situação. Mas a conclusão é a mesma: não há nada a ser feito. É esperar o fogo se cansar do mato e desaparecer debaixo da terra. Por João Paulo Guimarães, na Repórter Brasil/ Guilherme Nascimento

Foto: João Paulo Guimarães/Repórter Brasil

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Pantanal em Chamas

Tratamento com pele de tilapia Pensando na situação atual, pesquisadores do Ceará enviaram peles de tilápia, para utilizarem no tratamento dos animais atingidos pelo fogo. Segundo o G1, na terça-feira, dia 6 de outubro de 2020, a equipe formada por uma veterinária, um biólogo e um enfermeiro, viajou para Minas Gerais, levando 130 amostras do material para auxiliar no tratamento desses animais. Essa técnica de tratamento foi criada pelo Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento em Medicamentos (NPDM) da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), e desde 2016 vem sendo utilizada pelos pacientes do Instituto Doutor José Frota (IDJ). Em 2018, o material inclusive foi exportado e utilizado no tratamento de três ursos, um puma e um leão que sofreram queimaduras em um incêndio na região da Califórnia, nos Estados Unidos.. A tilápia é um dos principais peixes de água doce no Brasil, e antes, era descartado com o consumo do mesmo, mas, se mostrou um poderoso curativo natural. Rico em colágeno, o material acelera a cicatrização da queimadura

e minimiza o desconforto e dor nos pacientes, já que esse material pode ser mantido por mais tempo, ao contrário de outros curativos, que necessitam de uma troca diária. Além desses benefícios biológicos, o tratamento tem um custo menor, justamente pela frequência do uso. Em entrevista ao G1, o biólogo e coordenador da equipe, Felipe Rocha, informou que existe uma possibilidade do tratamento ser utilizado em média, 30 animais. Alguns desses animais são, a anta brasileira, tamanduá bandeira e veado catingueiro, que atualmente estão ameaçados de extinção. A técnica, desenvolvida por pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) e do Instituto de Apoio ao Queimado (IAQ), funciona assim: os pesquisadores recebem peles do peixe de água doce – que normalmente são descartadas pela indústria – de uma piscicultura. As peles são então desidratadas e esterilizadas, e ficam armazenadas em temperatura ambiente. Depois, são aplicadas em pessoas ou animais com ferimentos de queimadura, funcionando como um curativo para a região queimada e ajudando sua cicatrização. “A pele da tilápia tem uma camada muito grande de colágeno, que é importante no processo de cicatrização da queimadura”, explica o biólogo Felipe Rocha, coordenador da Missão Ajuda Pantanal e pesquisador do projeto Pele de Tilápia. Rocha viajou a Cuiabá, capital matogrossense, ao lado da veterinária Behatriz Odebrecht e do enfermeiro Silva Júnior, especialista em anexo e aplicação do curativo de pele de tilápia – todos do projeto Pele de Tilápia. 24


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A maior tragédia no Pantanal nas últimas décadas O Pantanal sofre muito com as queimadas nos últimos meses, e é a pior fase dele em décadas. Sendo a maior área úmida do planeta, além de sofrer com os incêndios, outra situação contribuiu para que isso piorasse. O principal rio do Pantanal, o Rio Paraguai, chegou a 2,10 metros de altura, seu menor nível em quase cinco décadas, além disso, as chuvas foram escassas, aumentando o desmatamento e os incêndios. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), os primeiros sete meses de 2020 tiveram um número de queimadas maior que o mesmo período em outros anos, como por exemplo, no fim dos anos 90. E esses números continuam crescendo em comparativo com anos anteriores, como por exemplo, julho de 2020 foi o maior julho de incêndios no Pantanal dos últimos 22 anos. Em setembro de 2020, foram registrados mais de 10,153 focos de incêndio no local. Esse número já é três vezes maior que o ano passado, e já se acumula 19% de perda de área. Em entrevista ao Estadão, a professora Cátia Nunes da Cunha, pós doutorada em ecologia da vegetação de áreas úmidas pelo Instituto MaxPlanck da Alemanha e Pesquisadora associada do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Biodiversidade da Universidade Federal de Mato Grosso (PPG-ECB/IB-UFMT), quando questionada sobre os prejuízos para a biodiversidade do Pantanal, respondeu o seguinte: Não é um fogo normal, é um incêndio. Quando o fogo fica fora do controle e se torna incêndio, significa que a temperatura atinge níveis tão altos que ele calcina, ou seja, torra as plantas que se tornam pó. É uma situação nova, inclusive, para pesquisadores. Não registramos nada dessa intensidade ao longo de nossas pesquisas dentro do Pantanal. Tenho informação de fogo dentro da região, mas de forma mais branda. Por exemplo, quando analisamos o banco de sementes, estava lá perfeito, quer dizer que tinha capacidade de se regenerar. Agora, em uma situação de incêndios no momento atual, ainda não temos dados para que possamos avaliar o dano total à região. O que podemos dizer é, com base na experiência e de conhecimento adquiridos ao longo de anos no Pantanal. Além disso, é preciso aguardar e ver como será a resposta da natureza, associada às condições climáticas, com presença de chuvas ou não. Sobre a recuperação do local, ela informou que: A recuperação natural age como um processo integrado no âmbito do ecossistema. Todas as interações envolvendo plantas e animais 25

são preciosas para a recuperação. Cada espécie de planta tem um lugar preferencial no gradiente de inundação. Até a natureza acomodar tudo novamente, leva tempo, a recuperação ocorre aos poucos, lentamente e depende das condições de sazonalidade da inundação.

Qual a causa dos incêndios atuais? Há algumas semanas atrás, houveram alguns focos de incêndios nas regiões da Serra do Amolar, Parque Nacional do Pantanal Matogrossense e no território indígena Guató, todos próximos da fronteira com a Bolívia. Inicialmente, análises indicam que a causa desses incêndios tem origem natural, por conta de raios que foram intensos com as chuvas recentes. Especialistas também indicam que alguns focos atuais podem ter explicação por conta de chamas que reacenderam em algumas áreas, principalmente nas que houve um número menor de chuvas. Essa situação é algo comum, é causada pela característica chamada de “fogo de turfa”, ou também conhecida como “fogo subterrâneo”. Com os períodos longos de seca, são criadas camadas de matéria orgânica no solo, e, com o passar dos anos, esse material se torna inflamável. Quando ocorre da vegetação ser impactada por queimadas, o fogo pode se estender por camadas mais profundas, que possuem uma grande quantidade de matéria orgânica. O fogo pode chegar a entrar por baixo da camada mais superficial da terra, até encontrar uma fissura e uma vegetação mais seca para incendiar. Em entrevista ao G1, o tenente-coronel Dércio Santos, diretor-adjunto operacional do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso, afirmou que: “Os atuais focos de calor são situações naturais no Pantanal, por causa das condições climáticas adversas, com poucas chuvas em alguns pontos e muito calor. Não é um absurdo que ainda haja incêndios” porém, alertou que “é importante aguardar uma confirmação científica legal, após uma análise aprofundada”. Após levantamentos na região, foi afirmado que os incêndios no pantanal, entre julho e outubro, foram causados pelo homem. Nesse período temporal, não houve registro de raios que pudesse causar um foco natural, justamente, pela falta de chuva no local nesse tempo. O que fez com que esses focos crescessem foi, segundo pesquisadores, a grande seca no local, que é a pior em quase cinco décadas, e a demora do poder público em tentar controlar os incêndios.


Pantanal em Chamas

Foto: Justin Sullivan/getty images/AFP/JC


Mundo Pet

A fumaça das queimadas e o Covid-19 Segundo o BBC, em julho de 2020, cidades do Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, ficaram encobertas por fumaças vindo do Pantanal. Isso é algo perigoso, visto que o mundo está passando por um pandemia de coronavirus, isso pode ser afetar muito às pessoas do grupo de risco, como idosos. Em 2019, houve casos de fumaças do Pantanal, porém, em escala menor. Nessa mesma época, o mundo não passava por uma pandemia de coronavirus, e especialistas alertavam sobre o perigo dessa fumaça, sendo uma ameaça para a saúde e podendo até mesmo matar. Eles afirmaram que essa fumaça pode agravar doenças respiratórias, como bronquite, asma, rinite e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Foi dito que em alguns casos, poderia até provocar em pessoas saudáveis. Em entrevista a BBC, Marcos Abdo Arbex, da Faculdade de Medicina da Universidade de Araraquara (Uniara) explicou o motivo dessa fumaça ser prejudicial: A fumaça possui o monóxido de carbono (CO), quando ele é inalado, chega ao sangue e é ligado a hemoglobina, da qual a função é transportar oxigênio, isso faz com que essa proteína não leve oxigênio para as celular. Marcos ainda disse: “Isso tudo desencadeia um processo inflamatório sistêmico, com efeitos deletérios sobre o coração e o pulmão. Em alguns casos, pode até causar

a morte” Segundo o Ecoa (Ecologia e Ação), a probabilidade dessas fumaças piorarem o quadro de Covid-19 é alta. Visto que um estudo nos Estados Unidos identificou que o aumento nas concentrações de PM2,5 (partículas finas e ultra-finas presentes nas fumaças) equivale a um aumento de 8% na taxa de mortalidade de covid-19. Isso na Holanda, significaria até 16,6%. Essa situação ainda pode se agravar ainda mais para pacientes que já foram curados do covid-19, por eles serem mais sensíveis. Em entrevista ao site “A Crítica”, Dr. Izac Miranda, Clínico Geral do Sistema Hapvida, explica: “O Coronavírus somando-se à fuligem é pior. Pois, já temos população propensa a ter essa irritação pela inalação. Em Parauapebas, o número de de pessoas já contaminadas com a Covid-19 é alto, o vírus pode deixar sequelas que levam dias ou meses para ter a recuperação total. Então a fumaça faz com que essa inflamação pulmonar venha à tona deixando a pessoa, novamente, com franca dispneia, tendo que procurar o pronto atendimento para fazer alguma medida para retornar à normalidade”. De acordo com uma nota técnica produzida por pesquisadores do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), conhecida como Covid-19 e queimadas na Amazônia Legal e no Pantanal: aspectos cumulativos e vulnerabilidades, pode ocorrer um aumento de 30% na internação por doenças respiratórias de crianças que forem moradoras a áreas próximas as queimadas. O esperado aumento na incidência de doenças cardiovasculares e respiratórias, principalmente em grupos mais vulneráveis como crianças e idosos, em virtude das queimadas, tende a intensificar a demanda por serviços de saúde dessas regiões”. De acordo com a Nota Técnica, os focos de queimadas atingem grande parte dos estados do Mato Grosso, Rondônia, Maranhão, leste de Roraima e leste do Pará, além de parte do Mato Grosso do Sul, próxima ao Pantanal.


Pantanal em Chamas

Pantanal pode precisar de 5 anos sem queimadas para se recuperar Segundo o BBC, em julho de 2020, cEm entrevista ao G1, o pesquisador Felipe Viegas de Arruda disse que trabalha nos impactos do fogo no Pantanal desde 2015 e que o fogo em pequenas áreas podem levar de 4-5 anos para desapareceram. Mas como as queimadas estão em descontrole, esse tempo se estender. Ele explicou: “Antes, os animais tinham espaço para se deslocarem para longe do fogo. Mas, desde o ano passado, os incêndios têm devastado grandes áreas e é justamente isso que vem nos preocupando. Muitos não estão conseguindo se deslocar para outro local e acabam morrendo queimados”. Ele disse que se os incêndios continuarem assim pelos próximos anos, pode fazer com que algumas espécies de formigas e roedores possam desaparecer, tendo em vista que as chamas impactaram mamíferos e aves ameaçados de extinção. “É necessário cerca de 5 anos sem queimadas dessa proporção para conseguirem retornar, mas esse é o grande problema. Está queimando muito, não dá tempo de voltarem. Se continuar assim,

a fauna vai mudar. Várias espécies de animais tendem a aparecer. Tendem a ser extintas” disse o pesquisador ao G1. É importante ressaltar que o Pantanal já perdeu 20% da biodiversidade, são 2,3 milhões de hectares perdidos pelos incêndios que se estendem pelo ano de 2020 e já duram mais de 100 dias. A área perdida pelo incêndio é equivalente a cidade de São Paulo e Rio de Janeiro juntas. Segundo especialistas, os principais focos de incêndios atuais, são em áreas que tiveram pouca chuva, e, em entrevista ao G1, o biólogo André Luiz Siqueira, diretor da ONG Ecoa, disse que: “É uma situação preocupante. A gente precisa estar alerta. Há muita matéria seca que pode ser queimada nesses locais. Precisamos ficar atentos até que chuvas mais contundentes cheguem nesses lugares”. Atualmente, o combate tem sido liderado pelo Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, com apoio de aeronaves da Marinha do Brasil e de brigadistas do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). Essa equipe, por conta da redução de fogo no bioma, é suficiente para esse combate. O Corpo de Bombeiros do Mato Grosso chegou a oferecer ajuda, mas, segundo Santos, disseram que não seria necessário, e que haviam 21 servidores do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) na região. O secretário de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck, afirmou em entrevista à BBC News Brasil, que essa equipe é suficiente para a resolução do problema atual, e caso necessário, outras equipes do estado poderão atuar no local. Porém, em 21 de outubro, uma circular do PrevFogo decretou que, por falta de dinheiro para continuar o trabalho, os estados deveriam recolher as equipes brigadistas a partir da meia noite do dia seguinte.

Foto: AMPARA Silvestre



Animais na Pandemia

A pandemia aumenta o abandono, mas também a adoção de pets Especialistas temem que o abandono de animais de estimação cresça ainda mais no pós-pandemia, apesar do aumento de adoções para mitigar a solidão durante o isolamento social Os animais de estimação, também chamados de pets, somam cerca de 139 milhões no Brasil, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2018. A pandemia do novo coronavírus expôs a relação das pessoas com os pets, sobretudo cães e gatos, os mais populares. Se, de um lado, o medo de contágio da Covid-19 aumentou o número de animais abandonados – mesmo não havendo evidências de que se contaminem ou que sejam transmissores do vírus – de outro, o distanciamento social tem levado à adocão de um pet para driblar a solidão. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que só no Brasil existam mais de 30 milhões de animais abandonados, sendo cerca de 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães. Nas grandes cidades, a cada 5 habitantes há um cachorro, dos quais 10% estão abandonados. Mas na pandemia o número de animais abandonados vem crescendo e pode piorar quando a quarentena acabar. “Infelizmente, penso que há uma possibilidade maior dos animais adotados agora serem abandonados após a pandemia, pois o ser humano tende a se voltar para os seus próprios interesses  e se esquecer dos bons momentos vividos juntos com os seus animais”, enfatiza Stelio Pacca Loureiro Luna, médico veterinário e docente na Universidade Estadual Paulista (Unesp) que coordena um projeto de pesquisas sobre dor e qualidade de vida em animais. Parte do abandono durante a pandemia pode ser consequência da desinformação. Muitas pessoas, com medo de que os animais sejam transmissores da

Covid-19, acabam por abandoná-los sem antes buscar informações adequadas. Outra possível razão para o abandono dos pets na pandemia é que muitas famílias estão lidando com a instabilidade financeira. Conforme lembra o veterinário, antes de adotar é preciso ter noção do gasto envolvido no cuidado de um animal. “Nas devidas proporções, adotar um animal é a mesma coisa que ter um filho, ou seja, passamos a ser responsáveis por aquele animal”, conclui. Para Eliana Ferraz Santos, bióloga que trabalha com resgate e adoção de gatos abandonados no Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal (DPBEA) da prefeitura de Campinas (SP), a probabilidade de abandonar o animal após a adoção, mesmo na pandemia, depende muito do cuidado ao avaliar as pessoas que chegam com intenção de adotar. “É importante gastar tempo fazendo uma boa entrevista e avaliando bem os prós e os contras em cada caso; adoção precisa ser algo muito bem avaliado por quem faz a entrevista com o possível tutor”, destaca a bióloga. De acordo com o diretor da ONG ‘’Cão sem dono’’ a taxa de donos que estão tentando doar seus animais aumentou cerca de 40% após a pandemia começar, ou seja, muitos desses animais provavelmente vão acabar sem um lugar para morar. Essas queixas se repetem vindo de diversas ONGS diferentes, então é notável que a situação está piorando cada vez mais não só para os animais, mas também para nós pessoas. 30


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Mundo Pet

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Para garantir uma convivência harmoniosa entre as pessoas e seus pets é importante levar em conta as necessidades de todos os envolvidos nessa relação. No momento, a maior preocupação com o bemestar dos pets é quando a quarentena acabar. Eliana salienta que é preciso avaliar se aqueles que pretendem adotar terão disposição para dar a atenção necessária aos animais depois de um dia de trabalho ou estudos. Ela não recomenda a adoção de pets por pessoas que saem para trabalhar de manhã e que à noite ainda vão para a faculdade, porque vão chegar cansadas e, certamente, não terão disposição para interagir com o animal, que passou o dia sozinho. Nessa situação, o tutor pode até se irritar com o pet. Quando os tutores precisam se ausentar em parte do dia, é necessário fornecer um ambiente adequado para que os animais não sofram com a separação. “Uma forma simples para melhorar o bem-estar animal é prover enriquecimento ambiental. Para os gatos, pode-se fornecer tecidos em que possam afofar os membros e tanto para cães e gatos, disponibilizar brinquedinhos como bolas de tênis”, orienta Stelio. Animais também precisam de companhia e distração. Segundo a Lei Federal de Crimes Ambientais nº 9.605 (1998) e a Constituição Federal Brasileira (1988), o abandono de animais é considerado maus-tratos e é crime. As denúncias de abandono ou outros tipos de maus-tratos devem ser 31

feitas junto ao órgão público competente do município, no setor de vigilância sanitária, zoonoses ou meio ambiente. No estado de São Paulo, também podem ser feitas pelo site da Delegacia Eletrônica de Proteção Animal (DEPA), um serviço da Secretaria de Segurança Pública criado para enviar denúncias de crimes ocorridos no estado.


Animais na Pandemia

A adoção na pandemia

Por outro lado, felizmente, a pandemia fez com que mais pessoas quisessem adotar um animal de estimação. Isso reflete como os pets podem ajudar as pessoas a lidarem melhor com o isolamento. De acordo com Caio Maximino de Oliveira, psicólogo e professor da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), a solidão causada pelo isolamento social é dolorosa e pode impactar tanto a parte física quanto mental das pessoas, afetando negativamente a saúde e a qualidade de vida. “Muitas vezes, as pessoas procuram formas de resolver essa solidão; algumas o fazem com ligações frequentes para as pessoas queridas, outras adotam animais de estimação”, comenta o psicólogo. Caio ainda pontua que os pets ajudam as pessoas a enfrentarem situações difíceis, que envolvem muito medo, como o momento que vivemos agora. “Os animais de estimação são importantes em momentos de crise e desastre. A educadora Holly Travis sugere que isso acontece porque a relação com os pets parece dar um senso de estabilidade quando outros aspectos da vida cotidiana estão além do controle individual”, explica. Nesse cenário, a adoção de animais na pandemia é uma atitude natural, mas as pessoas devem trabalhar a expectativa antes de realmente adotarem um animal. “A imagem que as pessoas transmitem dos pets nas redes sociais é muito diferente da realidade desses animais, e essa disparidade pode gerar muita frustração. Mas se

essa expectativa for trabalhada, os animais de estimação podem atenuar de maneira muito significativa o sentimento de solidão”, destaca o psicólogo. Esse alerta também faz parte do dia a dia de Eliana no DPBEA. “No departamento [Proteção e Bem-Estar Animal], sempre tivemos a preocupação de falar sobre a posse responsável, independentemente da pandemia. Adotar um animal é um ato de muita responsabilidade. Não é simplesmente chegar e adotar um bicho, levá-lo para casa, ‘usá-lo’, enjoar dele e aí querer jogar fora e abandoná-lo. A posse responsável é um ato que tem que ser muito pensado”, enfatiza. De acordo com Eliana, outra possibilidade para o aumento das adoções na pandemia é o ganho de tempo livre pela redução das atividades das pessoas na quarentena. “Acredito que muita gente, há muito tempo, estava querendo ter um animal de companhia mas, devido a vida ser muito corrida, as pessoas acabam sempre postergando isso. E agora, com as pessoas mais reclusas, talvez tenha dado ‘esse tempo’ para adotar um pet”, afirma. A bióloga aponta que as pessoas também tem indicado ou influenciado a adoção de pets. “As pessoas estão sendo multiplicadoras para que outros também tenham esse ato de adotar um animal”, comenta. Você tem certeza que não cabe mais um membro na sua familia? A forma mais eficaz de ajudar esses animais é dando um novo lar para eles, por isso esteja atento caso queira adotar um pet! Agora é possivel fazer todo o processo de sua casa sem precisar sair e correr risco algum. Além disso, os veterinários responsáveis por esse tema estão estudando e mantendo esses animais o mais bem cuidados e longe de qualquer tipo de contato com esse vírus. Se você pensa em adotar algum pet saiba que o melhor momento é esse.

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Animais na Pandemia

Conselho de veterinária alerta sobre abandono de animais durante a pandemia

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Desde que a pandemia de coronavírus começou, muitos cães e gatos passaram a ser abandonados nas ruas das cidades brasileiras. Por conta disso, o Conselho Federal de Medicina Veterinária está fazendo um alerta sobre a situação. Segundo a médica-veterinária Kellen de Sousa Oliveira, presidente da comissão de bem-estar animal do CFMV, o abandono no Brasil já deve ter aumentado entre 20% e 30%. De acordo com ela, existem dois grandes motivos para que as famílias estejam desistindo dos animais de estimação: a dificuldade financeira e o medo de que os animais possam ser transmissores do vírus. “Muitas pessoas perderam o emprego, estão vivendo apenas com o auxílio do governo, a gente não sabe o que vai acontecer”, explica. “Mas a gente já sabe que os animais não passam a doença para o ser humano, o que já foi comprovado. Às vezes, sai uma notícia na imprensa ou na internet e ela vem de forma errada. Mas, cientificamente, não existe comprovação de que cães e gatos transmitam o coronavírus”, afirma. Mesmo entendendo que muitas pessoas estão passando por dificuldades por conta da crise econômica, Kellen diz que o ideal é que as pessoas nunca abandonem os animais. “Eles têm sentimentos. Eles se apegam ao proprietário. Mesmo que você retire ele da família e dê para outra família ou para um abrigo, ele vai sofrer um trauma”, analisa. O certo, de acordo com ela, é que os donos dos animais arquem com a responsabilidade que adquiriram no momento em que decidiram inserir um cachorro ou um gato na família. No entanto, ela avalia que, se for muito necessário, é preciso que os atuais donos procurem uma família de

confiança para cuidar do animal. Mesmo assim, ela avalia que o bicho ainda viverá um trauma. “O certo é não abandonar jamais. Mas, na rua, ele pode sofrer maus tratos por parte de pessoas ou até de outros animais. Ele pode causar acidentes de carro, as fezes e urina do animal no meio ambiente também podem causar doenças… então, esse é um desgaste para o animal, para a população e para o meio ambiente”, afirma. De acordo com a médica-veterinária, a maioria dos animais domésticos não são preparados para viver nas ruas. “Eles não aprenderam a procurar comida, eles não conhecem alguns perigos da rua… ele está acostumado com alguém dando comida, água e carinho para ele. Ele não tem discernimento e as chances de ele sobreviver são menores”, explica. Ela também alerta para compulsões que animais que tinham um lar e que são abandonados podem desenvolver. “Se você modifica a rotina do animal, há um estresse. Na rua, ele pode se tornar agressivo, ele pode correr atrás do próprio rabo, pode começar a lamber a própria pata… isso gera um trauma e pode culminar em alguma doença. Por isso que nunca se deve abandonar um animal na rua”, diz. “A partir do momento que você adquire um animal, ele é sua responsabilidade e você tem que oferecer água, comida, abrigo, você não pode submeter esse animal a medos, você tem que levar ao veterinário sempre que preciso… dentro dessa posse responsável a gente tem o não abandono do animal, a castração… a gente não deve abandonar o animal. Ele é um membro da família”, afirma.




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