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Convento de Cristo vai ser restaurado com apoio de fundos europeus

O Convento de Cristo, em Tomar, vai ser objeto de obras de intervenção e restauro, numa empreitada de um milhão de euros, a concluir no prazo de um ano, incluindo as fachadas e coberturas da igreja e a janela manuelina, anunciou a Secretária de Estado da Cultura, Isabel Cordeiro.

ASecretária de Estado realçou a relevância da intervenção que se está a iniciar no monumento, que é Património da Humanidade, afirmando que a obra “percorre todo o exterior da igreja, onde está a mundialmente famosa Janela do Capítulo”. A janela possui “elementos escultóricos de extraordinária importância para o entendimento deste monumento absolutamente único em Portugal” que se encontram cobertos por líquenes.

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NOVA TÉCNICA

A intervenção de conservação e restauro prevista, com financiamento de um milhão de euros do Programa Operacional Centro 2020 (85% de fundos comunitários e 15% de comparticipação nacional), “vai permitir retirar a biocolonização excessiva que ao longo de séculos se acumulou nestes extremamente imbricados elementos pétreos e escultóricos, devolvendo-lhes a plena leitura iconográfica, decorativa, permitindo uma fruição e um entendimento muito mais imediato do monumento”, disse Isabel Cordeiro. Para reabilitação da janela manuelina, vai ser usada uma abordagem diferente, sendo a área completamente tapada para que, sem humidade e sem luz, os micro-organismos que invadiram os elementos escultóricos em pedra morram. Embora mais demorada, esta intervenção evita o recurso a biocidas que são agressivos para a pedra. Isabel Cordeiro destacou a congregação de várias equipas de especialistas e o envolvimento do Instituto Politécnico de Tomar, que vai permitir que, durante a obra, o público possa acompanhar “a alteração que se vai processando”, seja em imagens que serão projetadas em videowalls, seja na página do monumento na internet.

INTERVENÇÃO ABRANGENTE

“O que é de realçar é que é uma intervenção bastante abrangente, bastante grande, bastante completa, e que acaba por ter um contributo para a história da conservação e restauro em Portugal”, afi rmou.

A obra “inscreve-se num plano diretor para o monumento”, que, noutra intervenção, incluirá o castelo e a criação de uma nova zona de acessos, permitindo “devolver à fruição pública uma área desconhecida, mas de extraordinária relevância para a história da arte, para a história de Portugal”.

Esta obra, totalmente financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência, no valor de 4,4 milhões de euros, deverá estar concluída até ao final de 2025.

CASTELO E CLAUSTROS

A verba vai, nomeadamente, permitir a reabilitação do Castelo (paço henriquino, alcáçova e jardim; 2,8 milhões de euros) e dos claustros D. João III (1,25 milhões de euros).

No Castelo, atualmente em ruína, a intervenção vai permitir criar uma nova entrada e uma distribuição dos visitantes por dois circuitos, um resultante da herança templária (antiga fortaleza e paço) e outro da Ordem de Cristo (complexo monástico).

Dos mais de 150 milhões de euros do PRR para a cultura, a Direção-Geral do Património Cultural vai gerir perto de 90 milhões de euros para intervenções em 28 equipamentos, entre monumentos, museus, palácios e laboratórios. 

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