Revista Ribatejo Invest / dezembro 2016

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Dezembro 2016 | Ano II | N.º 15

Melhor Turismo 2020

Formação-Ação para empresas do setor do turismo

+ Empreendedorismo

Internacionalização

Ribatejo em destaque no Shark Tank

A Suíça e o setor agroalimentar

Mário Pereira, Presidente da Câmara Municipal de Alpiarça “Tenho confiança nas novas gerações”

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ÍNDICE

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Dezembro 2016 | Ano || | N.º 15

DESENVOLVIMENTO REGIONAL 04 06 09 10 12 14

Breves Notícias Empresas: Sumol+Compal Empresas: Adega Fiuza Poder Local Entrevista a Mário Pereira, Presidente da Câmara Municipal de Alpiarça

INFORMAÇÃO E APOIO

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Crónica Gastronómica: Comeres Natalícios Alcoolémia no Local de Trabalho Move PME Economia Social – Preparar e Implementar o SGQ Melhor Turismo 2020 Portugal 2020: Qualificação PME

VIVER O TEJO 26

Ribatejo Natural: Paul do Boquilobo

INFORMAÇÃO E APOIO 28 29

Gestão da sua rede informática Marca Ribatejo

EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO 32

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Breves Empresas: Silvex Empresas: Verso Move Empreendedorismo: Ribatejo em destaque no Shark Tank

INTERNACIONALIZAÇÃO 38 40 42 44 45 46 48

Breves Empresas: Astel Empresas: Renova Empresas: BAU Special Solutions Empresas: DFJ Vinhos Missão Empresarial ao Canadá A Suíça e o setor agroalimentar

40 FICHA TÉCNICA Diretora: Maria Salomé Rafael Conselho Redatorial: Cláudia Monteiro Sandra Pereira ribatejo.invest@nersant.pt

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Publicidade: Maria João Rodrigues maria.joao@nersant.pt Propriedade: NERSANT, AE. Várzea de Mesiões - Apartado 177 2354-909 Torres Novas Tel.: 249 839 500 | Fax: 249 839 509 www.nersant.pt

Periodicidade: Mensal Tiragem: 500 exemplares

Isento de registo na ERC ao abrigo do decreto regulamentar 8/99 de 9/6 artigo 12.º, n.º 1 a)

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DESENVOLVIMENTO REGIONAL

ORIVÁRZEA VAI PATROCINAR PRÉMIOS AHRESP

Editorial

Ribatejo Invest

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em plena época festiva que trazemos até vós mais uma edição da Revista Ribatejo Invest. Depois de intensamente vivida a época natalícia, normalmente dedicada à família e a todos os que nos são mais próximos, é altura de nos prepararmos para os desafios que o novo ano nos traz. A incerteza e a instabilidade que têm dominado a Europa e o mundo nos últimos tempos, e as dúvidas sobre o que o futuro nos reserva, obrigam-nos a ser bastante cautelosos quando confrontados com as projeções económicas que algumas instituições financeiras nos apresentam, por mais credíveis que estas sejam. Perante uma previsão de crescimento moderado para a economia portuguesa e uma retoma económica a um nível inferior ao que seria desejável, não há lugar para euforias. As empresas continuam a passar diariamente por grandes dificuldades. O investimento não está no nível que seria desejado. As dificuldades de tesouraria e de acesso ao crédito bancário criam obstáculos ao funcionamento normal das empresas e impedem que novos projetos se concretizem. As empresas do distrito de Santarém têm trabalhado arduamente na procura de soluções. A internacionalização, a procura de novos mercados, a aposta na inovação de produtos e serviços, investindo em novas tecnologias, na formação dos seus gestores e colaboradores, na economia digital, têm sido algumas das apostas estratégicas seguidas pelas nossas empresas. Seria desejável que todo o esforço e investimento realizado pelas empresas, que são o verdadeiro motor da riqueza e do desenvolvimento regional, que criam e asseguram postos de trabalho, fossem verdadeiramente apoiadas e acarinhadas por todos aqueles que têm responsabilidades políticas na região. Infelizmente, nem sempre assim acontece. Votos de um excelente 2017.

Maria Salomé Rafael Presidente da Direção da NERSANT

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Os Prémios da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) é o evento que distingue anualmente os Melhores do Ano nos setores da Hotelaria, Promoção Turística e Restauração, em Portugal. O evento, que já tem data marcada para o dia 26 de maio de 2017, no Pátio da Galé, à Praça do Comércio, conta, pela primeira vez, com o patrocínio de um dos maiores produtores de arroz em Portugal e dos maiores produtores do tipo carolino da Europa. Os Prémios AHRESP pretendem distinguir anualmente o que de melhor se faz nos setores da hotelaria, promoção turística e restauração no ano anterior. As inscrições para os prémios decorrem até dia 1 de março através do site oficial www.premiosahresp. pt, sendo os nomeados para os mesmos conhecidos na BTL. De referir que os Prémios AHRESP contam com o Alto Patrocínio de Sua Excelência, O Presidente da República.

TRINCANELA ABRE NO PARQUE DO BONITO Inaugurou no dia 24 de novembro, no Espaço Verde do Bonito, uma nova área de restauração “Bonito by Trincanela”. O novo restaurante Trincanela, o 13.º da empresa, oferece ao Entroncamento, um serviço de refeição em regime buffet. Todos os dias ao almoço está disponível o serviço de buffet livre, com uma variedade de 5 pratos: regional, carnes, aves, peixe e vegetariano, entradas, duas sopas, saladas e sobremesas. Jantares estão disponíveis à quinta, sexta e sábado. A empresa organiza ainda eventos, sempre que os clientes assim o desejem. O espaço e a sua cafetaria estão abertos 7 dias por semana, 365 dias por ano, das 9h00 às 23h00, exceto à segunda, que fecha às 16h00. De referir que a Trincanela é uma das marcas com maior dimensão e notoriedade na região, trazendo para este projeto a sua larga experiência no ramo da restauração em regime buffet.

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RESITEJO EM MISSÃO RESÍDUOS 2016 A Resitejo reiterou a sua participação na “Semana do Ambiente” da Brigada Mecanizada do Campo Militar de Santa Margarida numa parceria que continua a despoletar sinergias em “Defesa do Ambiente”. No âmbito da Semana do Ambiente realizou-se no dia 15 de novembro a “Missão Resíduos’16”, iniciativa que teve como objetivo sen-

sibilizar as comunidades para os perigos associados às diferentes tipologias de resíduos existentes tendo sido convidados diversos especialistas para o efeito. Estiveram presentes representantes da Sociedade Ponto Verde, Ecopilhas, Amb3E, Valormed e ainda do grupo EOD do Exército.

MACROFAL APRESENTA NOVO PRODUTO

WELCOME TO MY LAND INAUGURA LOJA ONLINE A empresa Welcome To My Land, criada em agosto de 2015 em Santarém, acaba de inaugurar a sua loja online. A empresa, para além de dar a conhecer Santarém em passeios turísticos a bordo de um tuk tuk, apresenta agora um conjunto de outros produtos que dão a conhecer as tradições portuguesas. Através de um conjunto de parcerias firmadas, a Welcome to My Land tem agora disponíveis chás, têxteis, cerâmicas, entre outros produtos de artesanato, que podem ser adquiridos na sua gift shop, em Santarém, mas também através da sua loja online que acaba de ser inaugurada (http://welcometomylandsantaremgiftshop.facestore. pt/). “A Welcome to My Land - Santarém Gift Shop nasceu da vontade de trazer à nossa cidade artigos Portugueses. Acreditamos que cada um destes artigos nos conta uma história...uma tradição, tornando-nos naquilo que melhor temos e que somos! Pretendemos, também, distinguir-nos pela novidade, originalidade e singularidade, sendo estes os nossos principais fatores críticos de sucesso!”, anunciou a empresa na sua página de facebook.

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Da sua parceria com a Sonae Industria, a Macrofal inclui agora no seu stock mais um produto de grande utilidade para a remodelação e outras aplicações tanto em interiores como em exteriores. Os painéis OSB, comercializados sob a marca Agepan System, da Sonae Indústria, apresentam-se no mercado com um potencial de utilização que vai desde a regularização e/ou construção de pavimentos sobre vigas metálicas, barrotes de madeira, soalhos antigos ou diretamente sobre betonilhas. Por outro lado, os painéis OSB são também o suporte base de diversos sistemas etics (external thermal insulation composite system, mais conhecidos por capoto – sistema de isolamento térmico pelo exterior), porque são económicos, muito leves, resistentes ao manuseamento e à humidade, permitindo a fixação do eps e restantes componentes. Para além disso, este novo produto é também útil, por exemplo, na construção de stands em feiras, reforço de coberturas, e ainda em paredes na abertura de valas de obras. Atualmente, graças aos arquitetos e outros agentes que intervêm na prescrição de materiais em diferentes áreas, o OSB também se usa com excelentes resultados como material decorativo em revestimento de paredes, tetos e mobiliário. Na Macrofal estão disponíveis as espessuras de 10, 12, 15 e 18mm, em painéis com 2,50x1,25m. Existe, no entanto, a possibilidade de encomendar outras medidas e espessuras. Fundada em 1995, a Macrofal está situada em Santarém. A sua imagem está associada a marcas conceituadas que representa e distribui, tendo como segmento de mercado os mais variados profissionais ligados ao setor da construção civil.

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DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Ministério da Agricultura atribuiu medalha de honra à Agrotejo A Agrotejo - União Agrícola do Norte do Vale do Tejo, assinalou o 30.º aniversário, num encontro que decorreu no dia 11 de novembro, na sede da Agrotejo, na Golegã. Este encontro serviu para avaliar o papel da associação nas últimas três décadas e perspetivar os desafios futuros para a agricultura regional e nacional. O evento, onde estiveram reunidos representantes de mais de 250 entidades e parceiros, contou com a participação de algumas das mais ilustres figuras do setor e da região, nomeadamente do atual Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, o Presidente da Câmara da Golegã, Rui Medinas, a Secretária de Estado Adjunta e da Modernização Administrativa, Graça Fonseca e antigos Ministros da Agricultura, como Assunção Cristas, Fernando Gomes da Silva e Arlindo Cunha. No decorrer do encontro, o Ministério da Agricultura decidiu atribuir a medalha de honra do ministério à Agrotejo pelo seu trabalho desenvolvido ao longo das últimas três décadas. “Esta distinção vem reconhecer a capacidade de liderança e de vontade dos agri-

cultores se organizarem, tornando-se competitivos, num percurso notável que corresponde ao da nossa integração europeia”, afirmou Capoulas Santos. Para o Ministro da Agricultura, a Agrotejo representa o que de melhor se faz na agricultura portuguesa. Ainda durante a sessão foi anunciado que o projeto de emparcelamento rural de Golegã, Azinhaga e Riachos, vai ser candidatado até final deste ano e o início dos trabalhos está previsto para 2017. “Um sonho antigo de resolver as limitações fundiárias, cujo financiamento tardou em demasia, mas vai chegar. Será uma oportunidade única para a agricultura da região se revitalizar e restruturar, saindo mais fortalecida e preparada para enfrentar os desafios com que hoje se depara”, afirmou o Presidente da Agrotejo, António de Carvalho. “O emparcelamento vai continuar a ser, nos próximos anos, o grande trabalho coletivo coordenado pela Agrotejo”, declarou o Presidente da Agromais, Luís Vasconcellos e Souza. Este encontro terminou com a apresentação da nova embaixadora do projeto Restolho, a cantora Mafalda Veiga. “Há já cerca de um ano que temos vindo a pen-

sar no quão importante seria termos um rosto para o projeto Restolho. Alguém que divulgasse o projeto tal como ele é, mas que ao mesmo tempo se identificasse de tal forma com ele que fosse mais um de nós, que o vivemos quase diariamente. A Mafalda Veiga aceitou e já é uma de nós,” revelou a responsável pelo projeto Restolho, Alexandra Fernandes.

SOBRE O PROJETO RESTOLHO O projeto RESTOLHO, com o mote “Uma segunda colheita para que nada se perca”, nasceu em 2013, numa parceria entre a Agrotejo, a Agromais, a Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome (FPBACF) e a Entrajuda, no combate ao desperdício alimentar. Nos últimos anos este projeto permitiu reaproveitar 70 toneladas de produtos agrícolas que, de outra forma, seriam desperdiçados.

Projeto familiar de restauração com futuro assegurado “A Cabana” está de portas abertas em Fátima há 30 anos O restaurante “A Cabana” está de portas abertas, na cidade de Fátima, há 30 anos. Recentemente, o espaço recebeu obras de remodelação e de beneficiação, para um melhor acolhimento e serviço ao cliente. A mudança foi estética e estrutural, tornou o espaço mais arejado, funcional e luminoso. Mantém-se inalterados o serviço e acolhimento familiares, pela família Ribeiro e sua equipa. Longe vai o ano de 1986, quando o jovem casal Manuel e Judite Ribeiro se aventurou na criação de um projeto próprio de restauração. “Comprámos um restaurante que já existia desde 1974 e demos-lhe continuidade. Decidimos manter o mesmo nome – A Cabana – porque já era conhecido”, recorda o casal Manuel e Judite. Volvidos 30 anos, o casal Ribeiro continua firme na intenção de servir aos seus clientes o melhor da gastronomia e doçaria nacionais. A dedicação das três filhas, Anabela, Salomé e Ângela, ao projeto dos pais faz antever a continuidade do negócio.

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“O crescimento e investimento no nosso restaurante foi acontecendo ao longo dos anos, procurámos sempre melhorar o serviço aos clientes e dar resposta às exigências do setor da restauração”, sublinha Manuel Ribeiro. “No desenvolvimento da nossa página na Internet, adotámos um slogan que explica bem o que somos e o que queremos ser: Novos Tempos. Os Mesmos Sabores. A tradição de sempre.”, explicam Anabela, Salomé e Ângela. O restaurante “A Cabana” é conhecido pelo seu serviço de refeições a famílias e a pequenos grupos, tendo capacidade para

80 lugares sentados. Da ementa constam diversos pratos, alguns dos quais fazem parte do cardápio desde o início: o Arroz de Tamboril, o Arroz de Marisco, o Bacalhau à Casa e o Cabrito no Forno. Outros são apostas mais recentes: o Polvo à Lagareiro e a Entremeada à Bairrada. O Pudim Caseiro, a Tarte de Lima, o Crumble de Maçã e a Pera com Chocolate Negro são algumas das propostas da lista de sobremesas. “De segunda a sexta-feira ao almoço, temos um serviço vocacionado para o mercado empresarial”, sublinha Salomé Ribeiro. O descanso semanal no “A Cabana” é às quartas-feiras.

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DESENVOLVIMENTO REGIONAL

É de Santarém uma das empresas vencedoras do Prémio Intermarché Produção Nacional A empresa Vivid Foods Lda., de Santarém, foi uma das empresas vencedoras do Prémio Intermarché Produção Nacional. A empresa destacou-se na categoria Carnes e Preparados de Carne. A cerimónia de divulgação dos premiados desta 3.ª edição do Prémio Intermarché Produção Nacional realizou-se no Instituto Superior de Agronomia e contou com a presença de Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos. Uma das empresas cujos projetos obtiveram a melhor avaliação do júri combinando as vertentes de inovação, sustentabilidade e respeito pelas origens foi a Vivid Foods, Lda., na categoria Carnes e Preparados de Carne. A Vivid Foods, Lda. é uma jovem empresa criada em 2014, com sede em Santarém e com unidade industrial em Tomar. A empresa pretende responder às necessidades latentes do mercado e dos distribuidores, com preocupação pelos grupos de novos consumidores: “Ambientalistas e Preocupados”, “Ativos e Saudáveis” ou “Sérios Apreciadores”. Motivada pela diferenciação, tem lançado gamas inovadoras e únicas no mercado. Tem em curso novos projetos, como as refeições prontas a cozinhar e produtos de abordagem a grupos de consumidores modernos, cujas preocupações se foquem na saúde, no planeta, no bem-estar animal ou na obesidade (nomeadamente infantil). Nesta candidatura o produto apresentado procura cruzar as necessidades do mercado, as características naturais dos Açores e a habilitação dos produtores locais. A candidatura a este prémio foi feita em parceria com a UNICOL – Cooperativa Agrícola, CRL, com sede na Ilha Terceira, Açores, uma cooperativa de agricultores que conta atualmente com cerca de 800 associados. “A referência aos Açores tem como base o local de nascimento e criação dos animais que deram origem à candidatura e consequente prémio”, disse Paulo Carvalho, sócio-gerente da empresa à Ribatejo Invest. As outras empresas vencedoras foram: Receituarium, Lda. em Produtos da Pesca e Preparados de Pesca; POM-Portugal, Lda. em Fruta e Preparados de Fruta; Hubertus J. Lenders (Bonjardim) em Produtos Processados – Vinho; Adolfo Ângelo Cândido Henriques (Granja dos Moinhos) em Produtos Processados – Queijo; Quinta dos Fumeiros (Presunto de Peru) em

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Produtos Processados - Enchidos. Pela qualidade dos projetos apresentados o Júri decidiu ainda atribuir duas Menções Honrosas aos que, não tendo sido premiados, se destacaram pela sua qualidade e potencial: a Quinta dos Fumeiros com o Cachaço de Porco e Coresa - Conserveiros Reunidos, S.A.. Estas duas Menções Honrosas estão na Categoria Processados – Enchidos e Preparados de Pesca, respetivamente. O escoamento dos produtos dos projetos vencedores será assegurado não só na rede nacional de lojas do Intermarché, mas também – sempre que se justifique – nos pontos de venda da insígnia em França, Bélgica e Polónia. “Esta terceira edição do Prémio Intermarché Produção Nacional confirma as nossas expectativas e torna os nossos objetivos mais ambiciosos,” afirmou Vasco Simões, Administrador do Intermarché. “Queremos continuar a estar com todos os produtores, que acreditam no setor primário como um dos motores do desenvolvimento económico nacional. Queremos continuar a contribuir para que eles se tornem mais eficientes, mais rentáveis e mais competitivos. O seu crescimento será o nosso crescimento e com isso garantimos uma maior e melhor satisfação dos nossos clientes,” acrescentou ainda Vasco Simões no seu discurso de encerramento. Todas as candidaturas foram avaliadas por um júri onde para além do Intermarché estiveram representantes todos os parceiros envolvidos nesta iniciativa: APED, CAP, FMV – Faculdade de Medi-

cina Veterinária, ISA – Instituto Superior de Agronomia, Grupo Impresa e Quercus. Todo o processo de análise de candidaturas e de decisão de vencedores foi auditado pela EY (parceiro auditor). A nível institucional, o Prémio Intermarché Produção Nacional contou com o apoio do Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Ministério do Ambiente, Ministério da Economia e Ministério do Mar. Recorde-se que o Prémio Intermarché Produção Nacional é um projeto de referência que promove ativamente e premeia os produtores, a produção nacional, reconhece a importância da sustentabilidade e inovação na produção portuguesa. É também impulsionado o reconhecimento produção nacional de qualidade.

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Sumol+Compal revê em alta previsões para 2016 A Sumol+Compal anunciou que o seu desempenho até esta altura do ano está a ser melhor do que o previsto, pelo que reviu em alta as previsões relativas ao volume de negócios e aos resultados operacionais deste ano. Esta melhoria do desempenho, anunciou a empresa em comunicado, prende-se, em grande parte, ao bom tempo e a uma recuperação do mercado angolano. A empresa, que tem uma unidade de produção em Almeirim, comunicou no seu relatório semestral que “em consequência dos desempenhos previstos em Portugal e nos mercados internacionais, o volume de negócios e os resultados operacionais da Sumol+Compal, em 2016, deverão ser moderadamente inferiores aos gerados no ano anterior”. Porém, a empresa de bebidas não alcoólicas revelou em comunicado que “o desempenho da empresa está a ser melhor do que o inicialmente perspetivado devido à conjugação” de vários fatores, o que “permite agora antever, em comparação com o ano anterior, um fecho do exercício de 2016 com um volume de negócios ligeiramente superior e um resultado operacional moderadamente superior“. De acordo com o mesmo comunicado, os fatores que sustentam a melhoria das perspetivas da empresa prendem-se com o facto de as condições climatéricas no

verão e no outono terem sido melhores do que o normal para a época, a um crescimento do consumo privado beneficiando do aumento do rendimento disponível e do turismo, e ainda a um ganho de quota de mercado. “E houve também uma recuperação do ritmo de vendas em Angola, beneficiando da alteração do modelo de distribuição”, referiu a empresa. A Sumol+Compal aproveitou ainda a ocasião para assinalar que “no próximo ano, em Portugal, a aplicação do Imposto Especial de Consumo às bebidas adicionadas de açúcar e outros edulcorantes (IABA) resultará inevitavelmente em aumentos significativos dos preços das bebidas

refrescantes”, tendo acrescentado que, por este motivo, antecipa “um impacto negativo no desempenho das nossas marcas daquela categoria de produtos, a qual representa cerca de 40% do nosso volume de negócios no mercado português”. A empresa terminou afirmando que “perante a incerteza substancial resultante do enorme incremento da fiscalidade aplicável às bebidas refrescantes em Portugal”, onde realiza cerca de 70% do seu negócio, é impossível manter ou substituir a perspetiva económico-financeira previsional de médio prazo que consta da Winning Aspiration divulgada no Relatório Único Integrado de 2015.

Empresa aposta em solução para modernizar processos de recursos humanos A Sumol+Compal está a implementar a solução SAP Success Factors, que corre em ambiente Cloud e que pode ser acedida através de qualquer dispositivo móvel.

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Segundo a empresa, “esta é uma solução flexível e fácil de utilizar, disponibilizando uma plataforma colaborativa de trabalho a todos os colaboradores”, ao mesmo tempo que “vem moderni-

zar os processos de recursos humanos, descentralizando tarefas administrativas e aumentando a eficiência dos processos de gestão de talento”. “O âmbito do projeto de implementação inclui os processos de employee central, avaliação de desempenho e objetivos, recrutamento, on-boarding e formação”, acrescentou a Sumol+Compal em comunicado. Catarina Graça, diretora de Pessoas da empresa, salientou que “os maiores benefícios para o negócio, além da melhoria significativa dos níveis de serviço, passam pela oportunidade de evoluir para uma ferramenta alinhada com as melhores práticas de recursos humanos do mercado”. De referir que a Sumol+Compal, que tem uma unidade de produção em Almeirim, emprega 1.200 pessoas em Portugal e quase 400 fora do país.

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DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Nova adega Fiuza apresenta graffiti dos artistas portugueses Francisco Camilo e Ivo Smile A empresa Fiuza & Bright, sediada em Almeirim desde 1985, nasceu da parceria entre Fiuza, uma família de secular tradição na viticultura, e o enólogo australiano de renome internacional, Peter Bright. Pioneiro no estudo das castas internacionais em solos portugueses, este produtor ocupa o 3.º lugar no ranking da região Tejo, com 11% de quota de mercado em valor, de acordo com a Nielsen Marketrack 2015.

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esde o ano passado que a marca adota a assinatura “Fiuza. Conhece-se pela Casta”, de modo a dar primazia às castas e comunicar a verdadeira essência da marca, reforçando o caráter de especialista do produtor. 2016 simboliza uma nova etapa para os vinhos Fiuza, com o restyling da adega. Com 3.000 m², foi transformada em arte pelo graffiti dos artistas portugueses Francisco Camilo e Ivo Smile, ao longo de 10 meses, simbolizando um rasgo de irreverência da marca. Este restyling retratou, nas paredes interiores e exteriores da adega, temas relacionados com a arte do vinho: verdadeira arte mural e exemplo único na atividade vitivinícola, idealizada por umas das sócias da empresa, Maria Luiza Fiuza Guedes de Queiroz.

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“A nossa adega é um duplo motivo de orgulho. Já o era pelo trabalho que temos vindo a desenvolver, dia após dia, e agora pela arte que contém, fruto do talento destes dois conceituados artistas que aceitaram o nosso desafio”, afirma Giovanni Nigra, da Fiuza & Bright. Desde novembro é possível fazer uma visita guiada à cave e à adega, com prova de inúmeros vinhos (mediante marcação prévia através do site). No último ano a empresa faturou 2 milhões e 100 mil de euros e engarrafou 1 milhão de unidades. “Para dar uma resposta de qualidade à procura realizámos investimentos na área da vinha na ordem de 1 milhão de euros”, revela o produtor. O responsável destaca a replantação de 60 hectares e a atualização da nova linha de enchimento, que permitiu aumentar a capacidade de engarrafamento e de distri-

buição, sendo esta última da responsabilidade da PrimeDrinks em Portugal. A gama Fiuza Monocastas é a mais vendida, especialmente Sauvignon Blanc e Chardonnay, duas castas reconhecidas internacionalmente que proporcionam vinhos de excelente qualidade no terroir da região Tejo. Seguem-se Fiuza 3 Castas Tinto e Branco, blends das castas internacionais com as melhores uvas nativas. Os mercados de exportação representam cerca de 50% do volume de vendas, destacando-se a Suécia, a Alemanha, os EUA e a Polónia como os principais países. Para o futuro está previsto investir na modernização, tanto nos equipamentos agrícolas, como em equipamentos de vinificação, ficando desta forma cobertas todas as áreas da empresa para a produção dos vinhos Fiuza.

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De 8 a 10 de dezembro, a adega Fiuza esteve de portas abertas para visitas guiadas, provas de vinho e eventos gastronómicos.

SOBRE FIUZA

Sobre Francisco Camilo Nasceu em outubro de 1990, em Santarém. A partir de 2002 até 2008 estudou e aprendeu na Oficina de Artes Plásticas do Centro Cultural Regional de Santarém, sob a tutela do pintor José Quaresma e dos pintores César Pires e Luísa Furtado. Estudou Artes Visuais na escola secundária Dr. Ginestal Machado. Em 2012 frequentou o curso de Urban Sketchers. Lecionou aulas de desenho e pintura para jovens no Círculo Cultural Scalabitano, entre 2012 e 2014. Em 2002 participou na sua primeira exposição na galeria Fórum ator Mário Viegas. Em 2006 foi premiado para o Concurso Anual de Pintura da EPC no Convento de S. Francisco em Santarém. Recebeu uma Menção Honrosa na Exposição coletiva Salão de Primavera com a obra Instinto na galeria Fórum ator Mário Viegas, em 2007. Em 2010 ilustrou o Manual de Itinerários

de Mergulho do Arquipélago das Berlengas. Já realizou várias exposições individuais em diferentes locais das cidades de Santarém e Lisboa, bem como uma série de murais para espaços privados. Recentemente fez a Pintura do Mural para o genérico do programa televisivo “E Depois de Abril” da RTP e participou como diretor de pintura no videoclip da cantora nacional selecionada para o festival internacional da Eurovisão. Atualmente é aluno do 3.º ano do curso de licenciatura e mestrado integrado em arquitetura no ISCTE-IUL em Lisboa. Artista que se iniciou na pintura em tela vê agora nas paredes, por influência da arquitetura, o seu veículo favorito de expressão plástica, contando com trabalhos em várias cidades de Portugal mas também no estrangeiro.

Fiuza & Bright resulta da parceria realizada em 1985 entre uma família de secular tradição na vitivinicultura – Fiuza – e o enólogo australiano de renome internacional, Peter Bright. Pioneira no estudo das castas internacionais em solos portugueses, a empresa desenvolveu uma gama de vinhos monovarietais. Hoje, essas castas são também cruzadas com as melhores uvas nativas, criando vinhos verdadeiramente únicos. Para dar primazia às castas e comunicar aquilo que lhe é intrínseco, a marca adotou em 2015 a assinatura: “Fiuza. Conhece-se pela Casta.” que reforça o caráter especialista do produtor. O portefólio Fiuza oferece propostas desde a gama de entrada, até aos vinhos do topo da gama, reconhecidos internacionalmente.

Sobre Smile Ivo Santos, nascido em Lisboa em 1985, descobre o amor pela cultura hip hop na década de 90, levando-o a descobrir a arte do graffiti. No início do novo milénio arriscou, pela primeira vez, a pintura a spray com latas de tinta de uma loja de ferragens, usando o pseudónimo Smile. Não obtendo o resultado desejado, dedica o par de anos seguinte a aperfeiçoar a técnica e os materiais. Em 2002 dá provas do seu talento ao vencer o Concurso de Graffiti de Odivelas. A partir daí surgem diversas intervenções, na sua grande maioria para a Junta de Freguesia da Ramada, localidade onde residia. A sua projeção nacional acontece em 2004, quando vence o Concurso de Graffiti de

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Oeiras, o mais importante certame àquela data. Seguem-se dois segundos lugares, em 2005 e 2006, cimentando o seu nome na elite artística portuguesa de arte urbana. Atinge o seu estatuto internacional em 2009, ao vencer um concurso em Barcelona, frente a nomes consagrados do graffiti mundial. A decisão de tornar-se um profissional da sua arte trouxe-lhe trabalhos para entidades tão distintas como a Nissan, McDonald’s, Billabong, Red Bull, entre muitas outras, bem como o patrocínio da LRG, DVS e Ray Just Energy. A internacionalização da sua arte tem vindo a decorrer com convites para participar em eventos em países como Reino Unido, Alemanha, França e Espanha.

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Banco Local de Voluntariado estabelece protocolo com a Tupperware O Banco Local de Voluntariado (BLV) de Constância assume-se como uma estrutura de âmbito concelhio, facilitadora da participação cívica que, atuando em subsidiariedade e usufruindo da proximidade e do conhecimento das características de cada comunidade, contribui para a promoção, organização e aprofundamento do voluntariado. Desta forma, reconhecendo a Câmara Municipal de Constância que o voluntariado tem, cada vez mais, uma importância relevante no desenvolvimento sustentável de uma comunidade, podendo, inclusivamente, contribuir para a obtenção de competências diversas, aquisição de saberes e alargamento da rede de conhecimentos do voluntário, foi, recentemente, estabelecido um protocolo de colaboração entre o Município, enquanto entidade promotora e enquadradora e a Tupperware, que se assume como entidade referenciadora. Do protocolo estabelecido foram acolhidos quatro colaboradores da referida empresa, que serão integrados nas seguintes áreas de voluntariado: Biblioteca Municipal Alexandre O’Neill, com participação na atividade “Ler aqui, ali

e por aí”, com o objetivo de promover a leitura junto das crianças; Pavilhão Desportivo Municipal, com principal incidência na atividade “A pé para a Escola”, que pretende fomentar a interação comunitária intergeracional, aquisição de competências sociais e interpessoais, contacto direto com o património natural e construído, bem como potenciar a destreza motora nas

crianças a frequentar o 1º ciclo; Associação “Os Quatro Cantos do Cisne”, com a dinamização de ateliês de “Artes Marciais”, com o fim de favorecer a dimensão cognitiva, comportamental e social e motora; incutir princípios de disciplina, respeito e autocontrolo e promover a prática de exercício regular junto das crianças beneficiárias do CATL; e Associação Popular e Social de Constância/ Universidade Sénior, através da lecionação de disciplinas, com vista a criar e dinamizar atividades e respostas sociais, culturais e educacionais para a população, bem como divulgar a história, as ciências, as tradições, a solidariedade, os saberes e os demais fenómenos socioculturais. O BLV foi constituído em 2015 e conta com uma bolsa de voluntários composta por nove munícipes. As inscrições no BLV poderão ser efetuadas através do preenchimento da ficha de candidatura online no site do Município (www.cmconstancia.pt) ou através da entrega da referida ficha no Gabinete de Ação Social, Saúde e Educação da Câmara Municipal de Constância.

Salvaterra cria incubadora de empresas A Câmara Municipal de Salvaterra de Magos criou o projeto “Empreender em Salvaterra – Incubadora de Empresas”. O objetivo é apoiar e promover o desenvolvimento e a criação de empresas por forma a criar mais empregos. Por esta razão, anteriormente, foi criado o Portal do Investidor, o Gabinete de Apoio ao Empreendedor (GAE), a Via Verde Empresas para agilizar a aprovação de projetos de licenciamento que visam o investimento e a criação de empregos. Neste momento, o Município quer dar o primeiro passo para criar um “ninho” de empresas, pois 87% das empresas desta região são pequenas empresas com menos de 9 trabalhadores, resultado obtido depois de estudo de caraterização de tecido empresarial do concelho, cuja

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elaboração o Município custeou. De acordo com o Município, a incubadora de empresas vai ter numa fase inicial um “espaço virtual” e em função do seu sucesso, avançar-se-á para um espaço físico. O dito “espaço virtual” será disponibilizado a quem tenha domicílio fiscal no concelho de Salvaterra de Magos e pretenda por 2 anos (o prazo pode ser mais alargado) utilizar o edifício do Cais

da Vala, o auditório, uma sala para reuniões, a área da receção para eventos de promoção e divulgação, a internet e uma caixa de correio dedicada. Tudo isto sem qualquer custo ou encargo para as empresas e sempre com o apoio administrativo do GAE.

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Município de Coruche mantém redução da taxa de Derrama e IRS e volta a reduzir a taxa de IMI para 2017 A Câmara Municipal de Coruche aprovou a fixação da taxa de participação variável em IRS, a taxa de Derrama e a fixação das taxas de IMI para o ano de 2017. O Município alivia a carga fiscal às famílias e às empresas numa lógica continuada e responsável, tendo em conta o princípio da estabilidade fiscal e a posição de Município familiarmente responsável. Para o Presidente Francisco Oliveira “ao mantermos a redução que temos vindo a fixar nos últimos anos na taxa de participação variável do IRS em 0.3 quando a taxa máxima é de 0.5, significa que o Município deixa de arrecadar cerca de 20% da receita que teria se não aplicasse esta faculdade que a lei nos permite de reduzirmos a participação no IRS dos munícipes que têm o seu domicílio fiscal em Coruche. Em 2016, por efeito da aplicação desta medida no ano anterior, a Câmara deixou de arrecadar cerca de 201 mil euros, mas ainda assim consideramos ser uma medida que apoia sobretudo quem vive dos rendimentos do trabalho e ao longo dos anos tem sido sacrificado com os impostos nacionais”. O Município de Coruche é o único Município do Distrito de Santarém a aplicar esta medida favorável para a população que tem o domicílio fiscal no concelho “e por isso podemos com legi-

timidade dizer que o facto da Câmara ter uma situação financeira sustentável e que permite realizar investimento, permite também aliviar as famílias e as empresas no que se refere à fixação de taxas, sem comprometer a nossa estabilidade orçamental” refere o Presidente Francisco Oliveira. Em relação à Derrama, a taxa mantémse em 0,5% para o volume de negócios até 150 mil euros e 1% para os negócios superiores a 150 mil euros. A Câmara de Coruche aprovou também a taxa do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e volta a aprovar pelo segundo ano consecutivo o IMI Familiar que prevê uma redução do imposto municipal sobre imóveis no prédio urbano destinado a habitação própria e permanente, atendendo o número de dependentes a cargo ( 1 – redução de 20 euros; 2 – redução de 40 euros; 3 ou mais – redução de 70 euros). A Taxa de IMI deve ser fixada entre 0.30 e 0.45 de acordo com a legislação nacional. Para o ano de 2017 a Câmara de Coruche deliberou reduzir a taxa para 0.34, apesar de já termos uma das mais baixas taxas do distrito. “Temos sempre presente a conjugação de dois fatores: as famílias e o equilíbrio fiscal. E por isso foi possível aliviar ligeira-

mente este encargo para as famílias, sem comprometer a receita municipal”. O Município informou ainda em comunicado que para 2017, “os prédios de reduzido valor patrimonial (que abrange quem tem baixos rendimentos) se mantêm isentos de IMI por força do Orçamento de Estado para 2017, sendo que as isenções são automáticas”. O Município de Coruche de acordo com o Ranking Financeiro dos Municípios Portugueses ocupa a nona posição (em 308 municípios) dos municípios que mais reduziram o IMI, contabilizando cerca de 10.7% de perda de receita. A Assembleia Municipal de 24 de novembro aprovou estes valores por maioria com os votos favoráveis do PS e da CDU.

Anuário Financeiro 2015: Torres Novas em 1.º lugar do Médio Tejo Foi publicado o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses que apresenta uma análise económica e financeira das contas dos municípios relativas ao exercício económicos de 2015. Neste documento, Torres Novas ocupa o 26.º lugar a nível nacional na lista dos municípios com maiores resultados económicos, num ranking liderado por Lisboa, seguido de Oeiras e Vila Nova de Gaia. O município torrejano, com o resultado de 5.215.176,00 (mais 2.176.335,00 que em 2014), é o primeiro do distrito e da região do Médio Tejo. O Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses resulta de um trabalho em equipa que envolve atualmente dois centros de investigação onde estão integrados os autores: o Centro de Investigação em Contabilidade e Fiscalidade (CICF) do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA) e o Centro de Investigação em Ciência Política (CICP) da Universidade do Minho.

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Este 12.º Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2015 analisa as contas de 308 municípios, 185 empresas municipais, e 25 serviços municipalizados. De referir que os dados foram obtidos através da consulta dos websites das entidades e a consulta da plataforma do Tribunal de Contas.

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ENTREVISTA

Mário Pereira, Presidente da Câmara Municipal de Alpiarça

“Tenho confiança nas novas gerações” A agricultura e agroindústria são os setores fortes do concelho de Alpiarça. Por este motivo, o Município vê como elemento estruturante para o seu território a criação de um associativismo agrícola forte, bem como a expansão da sua zona industrial. Neste momento, o Município procura manter uma fiscalidade atrativa de novos investimentos e está a apostar na regeneração urbana como uma das formas de dinamizar a economia local. A agricultura ainda é o forte do concelho de Alpiarça? A agricultura continua, de facto, a ter um peso preponderante no nosso concelho, com uma produção muito diversificada, destacando-se o melão e a melancia, mas também milho, trigo, beterraba, pimento, bróculo, courgette, batata, morango e flores. Há um conjunto diverso de produções agrícolas que vão fazendo parte cada vez mais da atividade dos nossos agricultores, com um aumento da área de estufas. Ainda no âmbito da agricultura, não posso deixar de referir o setor vitivinícola, que produz vinhos de grande qualidade e que tem grande importância no nosso concelho. Associado à atividade agrícola, temos um setor agroindustrial igualmente forte, em função de algumas empresas instaladas na Zona Industrial e que acabam por ter algum dinamismo. Estamos a falar da Monliz, importante produtor de legumes congelados e que é um dos grandes empregadores do concelho, e da Allfresh, ligada ao embalamento de frescos.

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Mário Pereira, Presidente da Câmara Municipal de Alpiarça

O setor agrícola é hoje um setor mais profissionalizado e modernizado? O que mudou? Há uma renovação da camada populacional ligada à produção agrícola, embora ainda se mantenham muitos agricultores que continuam a sua forma tradicional de cultivar a terra, sobretudo naquelas produções mais historicamente ligadas ao concelho, como o melão e a melancia.

Mas de facto há essa renovação. Muitos, por tradição familiar, acabaram por herdar as terras e a atividade agrícola, assim como também há situações em que o próprio decide enveredar por esta atividade. Temos hoje um conjunto de produtores na casa dos 30 / 40 anos, que se vai impondo no nosso concelho e na região, perfeitamente adaptados às novas exigências.

Temos a nossa função de promoção da atividade agrícola e dos produtos da nossa terra.”

Sendo este setor um dos mais importantes, de que forma o município apoia estes empresários? Por um lado, temos a nossa função de promoção da atividade agrícola e dos produtos da nossa terra. Fazemo-lo, por exemplo, através de alguns certames, como é o caso da Alpiagra, que continua a ser a montra da nossa atividade económica ao longo do ano. Desta forma, o certame dá destaque à agricultura e ao setor agrícola,

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mas permite a participação das empresas em geral. Temos também o Festival do Melão, mais virado para este produto específico, cuja primeira edição se realizou em 2010. Penso que tem sido desde então, e é reconhecido pelos nossos agricultores, como um elemento importante de promoção e da própria dinamização da atividade agrícola. Por outro lado, procuramos também sempre que possível, intervir ao nível das infraestruturas agrícolas, melhorando os caminhos agrícolas. Não tem sido muito fácil nos últimos anos, tendo em conta a falta de apoios nacionais e até de fundos europeus para o efeito, realidade agravada pela difícil situação financeira estrutural da Câmara. No nosso concelho existe um défice por nós assumido há muito tempo e que não tem sido fácil de inverter, que tem a ver

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com a questão do associativismo agrícola. Há a necessidade de reforço do associativismo agrícola, e a Câmara Municipal tem procurado a esse nível, encontrar as formas de o promover, mas reconhecemos que não tem sido fácil. Mesmo com esta nova geração de agricultores, há sempre alguma resistência, pelo que não tem sido fácil avançarmos com este projeto. Uma das propostas que temos “em cima da mesa” é a possibilidade de concretização de um projeto que já tem uns anos, e que envolve também os nossos vizinhos de Almeirim, que é a criação de uma Associação de Regantes destes dois concelhos, para possibilitar este desenvolvimento num setor importante que é o regadio, aproveitando a água do Tejo e da vala de Alpiarça. Teremos que reanimar e concretizar este projeto nos próximos anos. A concretizar-se o que viria fazer essa Associação de Regantes pelo setor? No fundo viria replicar na área territorial destes dois concelhos, o que já está a ser feito noutras zonas do país, como na Lezíria de Vila Franca de Xira, com a Associação de Regantes de Vila Franca, no Alqueva, para além de outras mais antigas na nossa região, como na zona do Sorraia. No fundo este projeto pretende que os agricultores se associem e explorem a conduta da água, a partir do Tejo e da vala de Alpiarça, distribuindo essa água através de condutas a custos muito mais baixos e também com menos impacto ambiental, às várias parcelas de terrenos nas culturas de regadio, como é o caso do tomate, do melão, da beterraba, e do próprio milho. A concretização desta

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Associação de Regantes seria um contributo importante e tornaria o setor mais competitivo. O que acontece atualmente é que cada agricultor acaba por fazer essa exploração individualmente, acarretando com os custos de realização dos furos e de captação da água, com um impacte ambiental negativo. Estamos a falar de uma exploração muito intensa dos lençóis freáticos, em vez se aproveitar a água que passa ao nível da superfície, com o Tejo e com a Vala de Alpiarça, e que se vai se perdendo posteriormente no oceano. Este é um projeto que, como digo, terá que ser desenvolvido nos próximos anos. Qual a política fiscal do Município para apoiar as empresas? Temos procurado seguir uma política fiscal municipal que seja atrativa, mas não inviabilizando a captação de receita do Município, que precisa muito dela. Neste momento temos o IMI na taxa mínima, desde há 4 anos, o que se reflete positivamente quer na população em geral, quer nas empresas. Temos também desde há 4 anos, uma isenção da taxa de derrama durante dois anos para todas as novas empresas que se fixem no concelho e que criem no mínimo, 3 postos de trabalho. Pretende-se, assim, incentivar a captação de novos investimentos e a instalação de novas empresas no concelho. Estas são no essencial as duas linhas de intervenção do Município para apoiar as empresas. Penso que são dois aspetos que nos diferenciam positivamente. Por outro lado, temos também um concelho onde a generalidade das taxas e licenças são baixas. De referir que não

aumentamos taxas, tarifas e licenças há 6 anos. Mesmo ao nível do serviço de águas e saneamento - o nosso Município está integrado nas Águas do Ribatejo - as tarifas são das mais baixas de toda a região. Relativamente às empresas que já estão instaladas em Alpiarça, garantimos, para além do IMI pela taxa mínima e da promoção da sua atividade através da organização de diversos certames, que o Município, sempre que se verificam desconformidades que condicionam de algum modo o investimento e desenvolvimento da empresa, por exemplo ao nível do PDM, como já aconteceu, ser um parceiro facilitador, intercedendo junto das várias entidades competentes. Por outro lado, não menos importante, o Município procura sempre que possível, recorrer a empresas do concelho para a prestação dos serviços de que necessita.

Uma das propostas que temos “em cima da mesa” é a possibilidade de concretização de um projeto que já tem uns anos, e que envolve também os nossos vizinhos de Almeirim, que é a criação de uma Associação de Regantes destes dois concelhos.” DEZEMBRO 2016

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ENTREVISTA

Tendo em conta esta estratégia de atração de investimento, tem sentido que há procura? Há novas empresas a fixarem-se em Alpiarça? Há algumas. No entanto, não é fácil fazer esse levantamento. O serviço de Finanças tem alguma dificuldade em fornecer esses dados. Mas o que é certo é que nos últimos anos, desde que se tomou a decisão de isentar novas empresas que criem no mínimo 3 postos de trabalho, 16 empresas instalaram-se no concelho, de dimensões e de setores e de importância na economia local diferenciada. De que setores de atividade são? São pequenas empresas na área do comércio, da agricultura e unidades oficinais. Por exemplo, uma empresa no ramo do desmantelamento de veículos e de comercialização de peças, uma outra na área de tratamento de plásticos, sobretudo plásticos agrícolas, pequenos estabelecimentos de comércio também, assim como algumas oficinas de serralharia e de tratamento de ferro forjado. Há espaços do Município para acolher empresas? Isso é um problema com que nos deparamos, sobretudo ao nível da zona industrial. Existe em Alpiarça uma zona industrial de alguma relevância, tendo em conta a dimensão do concelho. É uma zona industrial com 117 lotes, de facto, mas cerca de metade não têm, neste momento, qualquer atividade. São espaços que foram vendidos, não são da Câmara, e que não têm qualquer atividade empresarial. Isto é um problema. O que temos procurado fazer, através do Gabinete de Apoio ao Empreendedor e ao Empreendedorismo que a Câmara criou em articulação e com o apoio da NERSANT, é divulgar, difundir e facilitar alguns negócios de transmissão de lotes entre particulares na zona industrial. Realmente temos sentido um aumento da procura de espaços industriais nos últimos meses, direi até, no último ano.

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Foto Nogueira

É graças à Monliz, que o resultado líquido das exportações do concelho de Alpiarça tem um valor positivo de 14 milhões de euros anuais.”

Nota-se uma certa reanimação de procura de lotes na zona industrial. Aliás, a Câmara Municipal de Alpiarça, embora tenha direto de preferência sobre a aquisição dos lotes, normalmente não o exerce e permite o negócio. Temos nossos, neste momento, apenas 2 lotes que deverão ser adquiridos por uma das empresas já instalada na zona industrial. Desejamos, e é algo que se deverá concretizar nos próximos anos, a expansão da zona industrial. A própria Câmara Municipal tem terrenos contíguos à atual zona industrial, que podem agora ser utilizados, devido à suspensão da construção do IC3. A própria zona industrial circunda um terreno agrícola que está situado no seu interior e que está a ser explorado por uma empresa agrícola de grande dinamismo. Terá que se equacionar, no futuro, a aquisição deste terreno para expansão da zona industrial, mas isso implica capacidade financeira para o fazer, e neste momento estamos muito condicionados. Estamos, por isso, e à semelhança do que aconteceu no início do mandato, a rever o regulamento da zona industrial, que será discutido na Assembleia Municipal. Com esta revisão, pretendemos facilitar a integração de novas categorias de empresas na zona industrial, de forma a facilitar a transmissão dos lotes. Com a revisão do regulamento, há outra hipótese que estamos a ponderar efectivar, que é o próprio regulamento prever a reversão dos lotes que não estão a ser utilizados, para a Câmara Municipal. Neste ponto, deparamo-nos com outro problema, que é a morosidade do sistema judicial. Deveria haver apoios para a expansão da zona industrial? O problema é esse. Este quadro comunitário não facilita este tipo de operações por parte dos municípios, portanto não vai

haver verbas para a expansão das zonas industriais. O que está previsto no âmbito do Portugal 2020 é a conclusão de acessos e de trabalhos que já tenham sido iniciados. A expansão e a criação de novas áreas industriais não está contemplada, pelo que é algo que se fosse revisto no próprio programa dos fundos comunitários, seria certamente muito vantajoso para as várias comunidades, nomeadamente no interior do país, e Alpiarça podia também beneficiar dessa alteração. Existem novos investimentos perspetivados? Fomos confrontados já com a intenção de duas ou três empresas. É graças à Monliz, que o resultado líquido das exportações do concelho de Alpiarça tem um valor positivo de 14 milhões de euros anuais. Sendo uma grade empresa exportadora, a Monliz tem tido necessidade de expandir a sua atividade, aliás, o que já aconteceu em 2011, ano em duplicou a sua capacidade produtiva. Neste momento, a empresa pretende criar uma nova linha de produção e de embalamento e aumentar consideravelmente a área de armazenamento em frio. Estamos a falar de um investimento de vários milhões de euros no nosso concelho! Há uma perspetiva muito efetiva de que esse investimento possa ser feito em Alpiarça. Estamos a trabalhar com a Monliz no sentido de ultrapassar algumas questões ligadas ao próprio regulamento da zona industrial e ao relacionamento com entidades externas que terão que dar pareceres. Estamos a ser um parceiro ativo nessa matéria. A empresa Texsa, uma empresa de telas, pretende também aumentar a sua atividade e a sua produção. Para tal vão utilizar um lote que têm disponível neste momento, e deverão ainda adquirir um dos lotes que a Câmara Municipal tem disponível.

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Depois temos um conjunto de outros investimentos de menor montante, mas não menos importantes. Como disse, tivemos recentemente a abertura de uma empresa na área do desmantelamento de veículos e venda de peças e há perspetivas de atrairmos algum investimento ao nível do turismo com a aposta que está a ser feita com a recuperação de algum edificado urbano. Há um conjunto de intenções de empresas que nos contactaram para desenvolver alguns projetos turísticos, de animação, de rentabilização da Barragem dos Patudos (desportos radicais, passeios, circuitos pedestres e de BTT, etc.), portanto há um conjunto de coisas que estão a mexer nessa área No âmbito agrícola, há também a perspetiva de aumento de produção de um conjunto de empresas, como a Triplanta e a Alcides Catroga. Há um conjunto de investimentos que têm alguma relevância para o concelho de Alpiarça. O que perspetiva para o futuro do concelho? Aquilo que nos motiva é procurar dar aos nossos munícipes, à nossa população, as melhores condições de vida possíveis. Pretendemos, portanto, dar-lhes oportunidades não só de trabalho, mas também de se desenvolverem a vários níveis. Penso que será sempre a perspetiva que todos os autarcas terão e nós não fugimos à regra. Enquanto Município, temos um conjunto de investimentos previstos com esta finalidade, a de criar as condições para as pessoas se manterem aqui e outras virem para cá. Desde logo há uma aposta que vamos fazer, de acordo com as nossas possibilidades, na regeneração urbana, ou seja, no melhoramento de espaços. Este é um trabalho que tem sido feito ao longo dos anos e que tem passado por vários executivos e nós vamos continuar este trabalho de rejuvenescimento dos espaços da própria vila e do concelho. Tivemos o nosso PARU aprovado com 3 operações: a requalificação do jardim municipal, a requalificação do mercado e a recuperação do edifício da antiga Câmara. Relativamente ao jardim, há um conjunto de investimentos de requalificação do mesmo, criando ali um novo espaço central do concelho, proporcionando condições para que novas atividades, até também ao nível da restauração e de animação do espaço envolvente, se desenvolvam. Quanto ao mercado, temos a perspetiva de virmos lá a instalar pequenos núcleos

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de desenvolvimento empresarial. Quanto ao edifício da antiga Câmara, onde está agora instalada a GNR, a sua requalificação poder-lhe á trazer novas valências. Ao nível da educação, setor muito importante para o desenvolvimento local, temos de igual modo realizado investimentos. Já fizemos investimento numa escola nova no mandato anterior e neste momento temos em carteira - já foi dito pela Secretário de Estado da Educação – a requalificação da Escola Secundária, no valor de cerca de 3 milhões de euros. Também é esta a nossa missão, promover melhores condições educacionais aos nossos jovens. Ainda a nível de investimentos, eu não sou daqueles que vê no turismo a solução para todos os problemas. Penso antes que no nosso território o setor agrícola, agroindustrial e comércio, são fundamentais, e é nesses que temos que apostar prioritariamente. No entanto, o turismo terá que ser tido como um complemento. É algo que forçosamente terá que se desenvolver. E nós temos aqui algumas condições, temos um polo de atração turística importante que terá que ser ainda mais trabalhado, que é a Casa dos Patudos. Temos no Tejo. Temos a nossa barragem que tem alguns problemas de eutrofização, excesso de matéria orgânica, que estamos a tentar resolver, e depois temos toda aquela zona da barragem, com o parque de campismo e a reserva do cavalo do Sorraia. Este turismo de 2 / 3 dias é algo que terá que se desenvolver e claro que também puxa pela economia local. O setor turístico poderá e deverá merecer a nossa atenção, para um desenvolvimento nos próximos anos. Em suma, a perspetiva é que o Município, nas suas competên-

cias, consiga intervir no sentido de criar condições mais atrativas para a fixação de pessoas, para a manutenção daquelas que cá estão, e que proporcione qualidade de vida, muito ligada ao desenvolvimento económico. Às vezes pensa-se que é da responsabilidade da Autarquia tudo aquilo que tem a ver com o desenvolvimento ou os problemas de desenvolvimento económico, e não é. Há desde logo as políticas do Estado Central, que são determinantes, a própria evolução da situação do país, as imposições externas ao país, e até mesmo as características do setor empresarial. É claro que as autarquias podem procurar apoiar e dinamizar, mas terá sempre que haver uma dinâmica própria do setor empresarial e isso também é muito variável de lugar para lugar. Acha que a conjuntura vai melhorar? Penso que sim, tenho essa expetativa. Desde logo ao nível político, do Governo, penso que se estão a desenvolver condições para se alterar alguns aspetos mais gravosos de opções anteriores e dessa forma também melhorar o ambiente económico do país. Há sinais que também já estão a ser dados relativamente à economia nacional, que são sempre conjunturais claro, mas que me parecem estar a ser positivos nos últimos tempos. Depois também, tenho confiança nas novas gerações e na capacidade dos vários agentes, ao nível político, mas também cultural, desportivo, e económico, de dar a volta a alguns problemas do país e do concelho nos próximos anos. Tenho essa expetativa positiva, e claro que as autarquias, naturalmente que se empenharão em todo esse processo.

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INFORMAÇÃO E APOIO

Comeres Natalícios As festividades na quadra do Natal ultrapassam em muito o conceito cristão, alargando-se a centenas de milhões de pessoas veneradoras de outras religiões ou pura e simplesmente não seguidoras de nenhuma. Armando Fernandes Gastrónomo

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esta quadra, para lá dos apelos consumistas, há a preocupação de as celebrações recuperarem usanças antigas especialmente no tocante a comeres ancestrais, daí a multiplicação de representações culinárias quando os festeiros provêm de várias latitudes, raças e modos de viver. Se estabelecermos um quadro comparativo dos comeres de uma ceia de Natal dos anos cinquenta do século passado e de agora, a multiplicação de produtos, modos de fazer e intertextualidades de víveres, as alteridades são enormes. Pensemos no peru. Vindo do Novo Mundo (México, Texas e Arizona) o peru tinha estatuto de comer emblemático do Natal apenas ao alcance das pessoas donas de teres e haveres acima da média, sendo considerado presente de classe para gente de “classe”. Se consultarmos os receituários da época verificamos o desvelo e a demora nos preparativos da sua imolação e consequente tratamento culinário. Nalgumas casas ricas alentejanas o peru recebia no seu bojo uma perdiz, um

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tordo e um passarinho e ainda um recheio indo a assar em lume brando e sem pressas. Agora a maioria embeleza as mesas e adoça a boca apreciando rodelas de abacaxi ou ananás. Nos idos de cinquenta o abacaxi era desconhecido em quase todo o lado, o ananás vindo dos Açores tinha um preço exorbitante para a generalidade da população. Se quem batia às portas com os pés (levava as mãos ocupadas) também entregasse um ananás enchia de perfume a casa do recebedor e ressumava prazer na de todos os familiares. No Norte e em Trás-os-Montes, presente deveras apreciado era o polvo vitela, tão tenro, tão tenro a rivalizar com a carne de vitela de mama, o dito polvo ainda se encontra cada vez menos a servir de presente, primeiro porque exala odor penetrante, segundo porque os presentes mudaram de estilo e apresentação. Seguramente, o bacalhau adquiriu estatuto privilegiado na generalidade das mesas de consoada. Surge na companhia de batatas, cebolas, cenouras também cozidas, as referidas especificidades agregam-lhe outras espécies vegetais a gosto de todos. Especificidade apreciada são as rabas (da família dos nabos). Bem

cozidas ficam tão macias quanto macia é a manteiga e refulgem em agradáveis sabores de recorte doce. Se o leitor conhecer alguém residente em Bragança ou Vinhais peça-lhe duas ou três rabas, se as conseguir terá ensejo de verificar a ventura de tal presente. No tocante a doces e lambiscos a profusão é enorme, apesar de assim ser e caso detenha meios para tal quem ler esta crónica mastigará bem o tempo de antes da refeição tentando converter fatias de trigo em rabanadas, farinha bem amassada em filhós, pelo menos estas duas tradicionais comidas da ancestralidade lusitana. Pode alargar a geringonça acrescentando bolinhos de jerimu (abóbora-menina), sonhos, dormidos, aletria, leite-creme, toucinhodo-céu, azevias, coscorões, bolo de mel, bolo do caco, fatias da China (Tomar), tigeladas, trouxas, súplicas, covilhetes, cristas-de galo, e o republicano bolo-rei. Aos saudosos da doçaria oriunda do antigo “império”, lembro doce de papaia verde (Cabo Verde), bolinhas de mancarra (Guiné), canjica (São Tomé), cocada (Angola), ovos-moles de papaia (Moçambique), sericaia (Goa), chismas (Macau), àcal-cadaca (Timor).

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INFORMAÇÃO E APOIO

Alcoolémia no local de trabalho

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ma das questões que mais se coloca é a possibilidade do empregador efetuar ou não testes de alcoolémia no local e trabalho face à proteção dos direitos individuais previstos na CRP. Baseado na opinião do ACT, colocamos abaixo a nossa perspetiva.

CONTROLO DE ALCOOLEMIA NO MEIO LABORAL O controlo da alcoolemia em meio laboral sofreu recentemente alterações significativas na sequência da nova perspetiva da ACT – Autoridade para as Condições de Trabalho sobre esta matéria.

Enquadramento Normativo Referente a Substâncias Psicoativas em Meio Laboral A prevenção de riscos profissionais tem sede no novo regime jurídico da Segurança e Saúde do Trabalho (Lei nº 102/2009, de 10 de setembro) que estabelece (…) a Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde do Trabalho, a promoção e a vigilância da saúde do trabalhador e o incremento da investigação técnica e científica aplicadas no domínio da segurança e da saúde no trabalho, em particular no que se refere à emergência de novos fatores de risco (art.º 5º). Constitui obrigação geral do empregador “assegurar ao trabalhador condições de segurança e de saúde em todos os aspetos do seu trabalho” (art.º 15º), devendo zelar, de forma continuada e permanente, pelo exercício da atividade em condições de segurança e de saúde para o trabalhador,

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identificando todos os riscos previsíveis em todas as atividades da organização; deve, ainda atenuar o trabalho monótono e o trabalho repetitivo e reduzir os riscos psicossociais. Estes estão muitas vezes na origem de consumos aditivos que são, por sua vez, fator de risco de acidente e potenciadores de doenças relacionadas com o trabalho. A vigilância da saúde dos trabalhadores é também uma obrigação geral do empregador que, nos termos da Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro, deve ser assegurada em função dos riscos a que o trabalhador estiver potencialmente exposto no local de trabalho, devendo o empregador para o efeito vigiar as condições de trabalho, preservar a saúde dos trabalhadores em situações mais vulneráveis, respeitando a legislação disciplinadora da proteção de dados pessoais. A realização de exames médicos situase no âmbito da organização dos serviços de Segurança e Saúde no Trabalho e tem que ter em conta os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos. O Regime Jurídico para a Segurança e Saúde no Trabalho obriga o empregador a consultar por escrito, previamente ou em tempo útil, os representantes dos trabalhadores para a segurança e saúde ou, na sua falta, os próprios trabalhadores, sobre a avaliação dos riscos para a segurança e a saúde no trabalho (art.º 18º). Aqui incluem-se os respeitantes aos grupos de trabalhadores sujeitos a riscos especiais, bem como sobre as medidas de proteção e de prevenção e a forma como se

aplicam, quer em relação à atividade desenvolvida, quer em relação à organização. Se é certo que está em causa a defesa de um direito de personalidade consagrado na Lei – art.º 19.º do Código do Trabalho atual – não é menos verdade que, face ao panorama do país, obrigar as empresas a cumprir com todos os requisitos impostos pelas autoridades nesta matéria irá comprometer de forma seríssima a defesa de um outro bem maior, a vida e integridade física dos trabalhadores. Cabe a cada empresário, em consciência, saber como decidir em concreto quando esteja em causa um conflito entre a defesa de um direito de personalidade – art.19.º do CT – e de direitos constitucionalmente consagrados na Constituição da República Portuguesa. Na próxima coluna iniciaremos um conjunto de textos na ótica dos riscos de incêndio começando sobre os conceitos, avaliação de riscos nesta área, e finalmente um estudo sobre as coberturas do ramo de danos patrimoniais.

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MOVE PME

Atinja padrões de excelência com projeto de formação e consultoria para empresários É empresário ou gestor de uma empresa? Está preparado para os desafios da gestão? Utiliza todo o potencial das ferramentas digitais? Pretende melhorar a atividade exportadora? Precisa reorganizar a sua empresa implementando sistemas de gestão?

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NERSANT - Associação Empresarial da Região de Santarém, está a desenvolver o Move PME, projeto de formaçãoação que compreende a realização de formação em sala e a consultoria especializada nas empresas. A principal vantagem deste projeto prende-se com o facto de o mesmo disponibilizar às empresas participantes, um consultor sénior que realiza um diagnóstico à empresa e define, implementa e acompanha, em conjunto com o empresário, o plano de ação estratégico inicialmente delineado. Paralelamente, realizam-se ações de formação em sala quer para o empresário / gestor, quer para os trabalhadores da empresa. O objetivo do projeto e desta metodolo-

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gia inovadora é aumento das capacidades de gestão das empresas para encetar processos de mudança e inovação, bem como aumentar as qualificações específicas dos gestores e /ou trabalhadores em domínios relevantes para a estratégia de inovação, internacionalização e modernização das empresas. As empresas da região podem inscrever-se neste projeto tendo em conta diversas áreas de intervenção, consoante as suas necessidades. São elas Organização e Gestão; Implementação de Sistemas de Gestão (Qualidade, Ambiente, Segurança e Saúde no Trabalho, Inovação, entre outros); Internacionalização; Economia digital e Tecnologias de Informação e Comunicação; Eco-Eficiência (Eficiência Energética e Utilização Racional de Recursos Naturais); e Gestão Estratégica. O Move PME tem assim como objetivo apoiar as Micro, Pequenas e Médias Empresas a atingirem padrões de desem-

penho mais competitivos, recorrendo para o efeito a metodologias ativas e diversificadas, e proporcionar ações de formação qualificante para gestores, quadros e trabalhadores, devidamente enquadradas na estratégia da empresa. Esta não é a primeira vez que a NERSANT dinamiza o Move PME, tendo até sido a entidade nacional que mais sucesso teve na dinamização do projeto de formação-ação, com mais de 500 empresas participantes. De referir que o projeto Move PME é um programa de formação-ação (formação e consultoria) desenvolvido pela NERSANT em parceria com a AIP/CE - Associação Industrial Portuguesa/Confederação Empresarial. MAIS INFORMAÇÕES: Departamento de Formação e Qualificação E-mail: dfq@nersant.pt Tel.: 249 839 500

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INFORMAÇÃO E APOIO

Economia Social - Preparar e Implementar o SGQ

9 entidades da economia social preparadas para certificar sistema de gestão da qualidade

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anta Casa da Misericórdia de Sardoal, Centro Dia – Casa Idosos S. José das Matas (Envendos - Mação), Centro Solidariedade Social Nª Sra. Dores (Ortiga), Santa Casa da Misericórdia de Mação, Fundação José Relvas (Alpiarça), CRIB - Centro Recuperação Infantil de Benavente, CES-Fonte Boa (Vale de Santarém), Centro de Bem Estar Social da Glória do Ribatejo e Fundação Agostinho Albano de Almeida (Ourém), são as 9 entidades que concluíram a implementação do Sistema de Gestão da Qualidade em 2016, com o apoio da NERSANT – Associação Empresarial da Região de Santarém. O projeto “Economia Social - Preparar e Implementar o SGQ”, para além de desenhar um sistema de gestão da qualidade para cada organização de acordo com a Norma ISO 9001:2008, permite ainda preparar a instituição para a Qualificação de acordo com os níveis de qualificação da Segurança Social. Em cada uma das entidades, o projeto desenvolve-se em 5 etapas, sendo elas a realização de Auditoria de Diagnóstico; a Sensibilização na área da Qualidade; a Formação na área da Qualidade; a Conceção e Implementação do Sistema de Gestão da Qualidade; e a Pré auditoria de Preparação

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à Auditoria de concessão da certificação. Assim, através da implementação deste projeto, as entidades que o entendam poderão solicitar auditoria com vista a certificar o sistema de gestão e a ficarem certificadas pela ISO 9001:2008 e o nível C de qualificação da Segurança Social. No âmbito deste projeto, está ainda prevista a implementação de um sistema de intranet (rede interna de acesso restrito) que disponibiliza o acesso aos manuais, aos processos chave, às instruções de trabalho, aos impressos previstos nos Manuais da Segurança Social para cada uma das respostas sociais, fazendo ainda uma gestão mais cuidadosa de armazéns e economatos, compras, avaliação de fornecedores, registo de viaturas, fichas de colaboradores, entre outras funcionalidades. De referir que continuam em processo de implementação do sistema de gestão da qualidade, as seguintes entidades: Santa Casa da Misericórdia de Tomar, Fundação Antero Gonçalves - Lar Margarida Gonçalves + Lar 3ª Idade Envendos (Mação), Fundação Arca da Aliança (Fátima), Lar de S. Mateus (Junceira – Tomar), Associação Montepio N.ª Sra. da Nazaré (Torres Novas), Santa Casa da Misericórdia de Abrantes, APPACDM de Santarém. Ainda no âmbito do apoio à economia

social do distrito, a NERSANT apoia também as instituições no cumprimento do Regime Jurídico das IPSS, ao disponibilizar-se para a criação do sítio institucional eletrónico próprio das instituições. Neste sentido, foi desenvolvido um site para que, além de passarem a fazer parte do mundo digital e da presença na internet, qualquer instituição passe a cumprir a legislação em matéria de prestação de contas do exercício. Este site contém um conjunto alargado de informação/funcionalidades como a descrição da instituição, visão, valores e missão, organograma, corpos Sociais, plano de atividades, orçamentos, Relatório e Contas, convocatórias, entre outras. Foi assim desenvolvida uma proposta padrão, de fácil implementação e que permite às instituições terem autonomia na gestão da informação do próprio site, com apoio técnico da NERSANT. No site www.nersantsocial.pt poderá aceder a mais informação sobre a economia social do Distrito de Santarém. MAIS INFORMAÇÕES: Departamento de Formação e Qualificação E-mail: dfq@nersant.pt Tel.: 249 839 500

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Sabia que as IPSS devem publicar as contas do exercício no sítio institucional eletrónico próprio?

Regime Jurídico das IPSS O atual regime jurídico das IPSS – Instituições Particulares de Solidariedade Social, consta do DL nº 119/83 de 25 de fevereiro (alterado pelos Decretos Lei nºs 9/85 de 9 de janeiro, 89/85 de 1 de abril, 402/85 de 1 de outubro, e 29/86 de 19 de fevereiro). Em 2014 foi publicado um diploma (DL nº 172-A/2014 de 14 de novembro), com vigência desde 15 de novembro do mesmo ano, que procedeu a nova alteração do supracitado estatuto e que, em síntese, engloba: • Reformulação da definição de IPSS, destacando- se o facto de a sua atuação dever ser pautada pelo cumprimento dos princípios orientadores da economia social, definidos na Lei de Bases da Economia Social (Lei n.º 30/2013 de 8 de maio); • Clara separação entre os fins principais e instrumentais; • Introdução de normas que possibilitam

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um controlo mais efetivo dos titulares dos órgãos de administração e fiscalização; • Limitação dos mandatos dos presidentes das instituições ou cargos equiparados a três mandatos consecutivos; • Regras mais claras para a concretização da autonomia financeira e orçamental, bem como para o seu equilíbrio técnico e financeiro. O citado diploma introduziu alguns ajustamentos sistemáticos, alterando a denominação de secções e artigos, e fixou o prazo de um ano, após a sua entrada em vigor, para a adequação dos estatutos, por deliberação da assembleia geral, com maioria simples, sob pena da perda da qualificação como instituições particulares de solidariedade social e o respetivo registo ser cancelado. Por outro lado, com a extinção da respetiva figura jurídica, associação de voluntários de ação social, passa a ser

qualificada como associação de solidariedade social. Concentremo-nos num aspeto ao qual as IPSS’s têm manifestado menor atenção, a prestação de Contas do Exercício: No DL nº 172-A/2014 de 14 de novembro foi Introduzido um novo artigo (artº 14º-A), que estabelece regras respeitantes à contabilidade das IPSS. Assim, este artigo, obriga a que as contas do exercício das instituições obedecem ao Regime da Normalização Contabilística para as entidades do setor não lucrativo legalmente aplicável e são aprovadas pelos respetivos órgãos nos termos estatutários. O mesmo artigo refere ainda que as contas do exercício têm de ser publicitadas obrigatoriamente no sítio institucional eletrónico da instituição até 31 de maio do ano seguinte a que dizem respeito, e apresentadas, dentro dos prazos estabelecidos, ao órgão competente para a verificação da sua legalidade, para ulterior comunicação às entidades competentes.

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INFORMAÇÃO E APOIO

Melhor Turismo 2020

Formação-Ação para empresas do setor do turismo A NERSANT – Associação Empresarial da Região de Santarém vai dinamizar um novo projeto de formação-ação na área do turismo. “Melhor Turismo 2020” visa assim aumentar a capacidade de gestão das empresas deste setor, através da reorganização, inovação e a mudança, bem como da qualificação dos seus recursos humanos.

O

Programa de Formação-Ação “Melhor Turismo 2020”, candidatado à CTP - Confederação do Turismo Português, visa uma intervenção estruturada em conjuntos de PME às quais apresenta soluções comuns e coerentes face a problemas e oportunidades a explorar no quadro dessas empresas. O objetivo do programa é aumentar a capacidade de gestão das empresas participantes, promovendo a sua reorganização, inovação e mudança, bem como a qualificação dos seus recursos humanos em domínios relevantes. O programa visa, em suma, através da sua intervenção nas PME do turismo,

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modernizar os modelos de negócio, a organização e as práticas de gestão; diversificar a oferta e contribuir para a afirmação de Portugal como destino turístico de referência; referenciar Portugal como destino reconhecido pela qualidade e excelência dos seus serviços turísticos. O modelo de intervenção previsto privilegia, globalmente, a inovação face aos modelos tradicionais de formação no domínio da qualificação e requalificação de ativos. Assim, o modelo de formaçãoação proposto é orientado pela resolução de problemas concretos das empresas, ou seja, constrói-se em função da resposta a necessidades de evolução das empresas por contraponto à tradicional lógica

de organização da formação a partir da mobilização de conteúdos formativos mais ou menos catalogados, percorrendo as fases de Diagnóstico, Definição do Plano de Ação, Formação de Trabalhadores e Avaliação. Os destinatários são todas as empresas do turismo, integradas nas CAE 55, 56, 77, 79, 82, 91, 93 e 96, com menos de 50 trabalhadores. Podem ainda participar empresas com mais de 50 trabalhadores em função da relevância do projeto e no caso de não terem um volume de negócios superior a 2 milhões de euros.

MAIS INFORMAÇÕES: Departamento de Formação e Qualificação E-mail: dfq@nersant.pt Tel.: 249 839 500

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QualIficação PME - Contratação de Recursos Humanos Altamente Qualificados

Financiamento até 50% das despesas elegíveis a fundo perdido No âmbito do Quadro Comunitário 2014-2020, comumente conhecido Portugal 2020, está previsto em 2017, a abertura de uma linha de apoio orientada para as empresas que pretendam contratar Recursos Humanos Altamente Qualificados, isto é, com um grau académico igual ou superior ao nível 6 - Licenciatura (com 5 ou mais anos de experiência), nível 7 – Mestrado e nível 8 – Doutoramento.

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o âmbito do Quadro Comunitário 2014-2020, comumente conhecido Portugal 2020, está previsto em 2017, a abertura de uma linha de apoio orientada para as empresas que pretendam contratar Recursos Humanos Altamente Qualificados, isto é, com um grau académico igual ou superior ao nível 6 - Licenciatura (com 5 ou mais anos de experiência), nível 7 – Mestrado e nível 8 – Doutoramento. É sobretudo, destinado às Pequenas e Médias Empresas que pretendam investir em massa crítica e de suporte ao desenvolvimento de processos que promovam a inovação empresarial. Pretende-se com esta iniciativa apoiar as PME na inserção de recursos humanos, e por conseguinte, reforçar as competências, por via da contratação de IDI e a valorização internacional das empresas portuguesas. É privilegiado, a dinamização de projetos preferencialmente enquadrados na Estratégia Regional de Especialização Inteligente (RIS3). As despesas elegíveis para este tipo de

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projeto correspondem aos custos salariais relativos à contratação de recursos humanos altamente qualificados. Só são elegíveis despesas com recursos humanos cujo salário base seja no mínimo 1500 euros mensais, sendo o valor do salário base máximo elegível de 2600 euros mensais. Além do salário base, são ainda elegíveis os respetivos encargos sociais obrigatórios. Adicionalmente deverão ser respeitados os critérios de elegibilidade, nos seguintes termos: − Os custos salariais durante a execução do projeto não podem exceder os 36 meses e ter uma duração mínima de 24 meses; − Ter por base a existência de contrato de trabalho entre o trabalhador e o beneficiário, com data posterior à data da candidatura; − Os trabalhadores a contratar não podem ter vínculo de trabalho com o beneficiário (empresa) ou com empresas parceiras ou associadas desta, durante os

últimos 12 meses anteriores à data da candidatura; − O beneficiário deverá Registar uma criação líquida de emprego positiva relativa aos postos de trabalho altamente qualificados; − As vagas a emprego, não podem corresponder a postos de trabalho de gerentes, administradores e/ou sócios/acionistas das empresas beneficiárias. A taxa de financiamento para PME e NãoPME corresponde a uma Taxa base máxima de 50% sob a forma não-reembolsável (ou seja, a fundo perdido). Porém, para as empresas que são não-PME, existem alguns limites, uma vez que estão enquadradas no regime de auxílios de minimis.

MAIS INFORMAÇÕES: Departamento de Apoio Técnico, Inovação e Competitividade E-mail: portugal2020@nersant.pt Tel.: 249 839 500

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VIVER O TEJO

Ribatejo Natural

Paul do Boquilobo

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utêntico santuário ornitológico de reconhecida importância internacional (foram observadas cerca de 220 espécies de aves) e integrada na rede mundial de Reservas da Biosfera da UNESCO, a Reserva Natural do Paul do Boquilobo localiza-se na bacia hidrográfica do rio Almonda e alberga a mais importante colónia de garças do território português.


Transporte Com origem em Lisboa ou Porto em autocarro; no local, em autocarro Poderá ser feito em transporte próprio e em viagem não organizada, com marcação prévia das actividades

Área Geográfica Torres Novas, Golegã

Dia 1 Manhã Visita guiada de reconhecimento ao Paúl do Boquilobo; Almoço ligeiro ou pic-nic livre na Reserva Natural do Paúl do Boquilobo.

Dia 2

Tarde

Manhã

Reserva Natural do Paul do Boquilobo

Circuito pedestre no Paul do Boquilobo - observação e fotografia de aves;

Visita à Casa-Museu Carlos Relvas (Golegã); Workshop sobre fotografia de natureza; Visita ao Parque Ribeirinho da Barquinha e observação e fotografia de aves no Rio Tejo; Percurso pedestre até Tancos Jantar no Restaurante Almourol - Tancos (Vila Nova da Barquinha).

Almoço no Restaurante Hotel de Torres Novas Tarde Visita ao Castelo de Torres Novas. Workshop para análise das fotografias no Hotel.

Informações e reservas www.viverotejo.pt


INFORMAÇÃO E APOIO

Gestão da sua rede informática Com a evolução tecnológica, cada vez mais no dia-a-dia do nosso trabalho estamos bastante dependentes da Internet. Por isso torna-se crucial garantir que estamos a tirar o melhor partido da nossa rede informática, de forma a garantir uma boa ligação à Internet.

A

s redes informáticas podem ser divididas em dois tipos distintos, rede interna e rede externa. Por rede externa entende-se a estrutura que permite que a ligação à Internet chegue ao seu edifício, estrutura esta que na generalidade é gerida pela entidade que lhe fornece o serviço de Internet. Por outro lado, por rede interna entende-se a estrutura de equipamentos que se encontram dentro do seu edifício, sendo que na maioria dos casos a gestão desta parte da rede acaba por ser da sua responsabilidade. A gestão da sua rede informática pode ser dividida em duas etapas igualmente importantes: Implementação e Manutenção.

IMPLEMENTAÇÃO DA SUA REDE INFORMÁTICA Por implementação entende-se todo o trabalho inicial para que a nossa rede informática fique a funcionar corretamente dentro das especificações definidas. Esta é provavelmente a fase mais importante na gestão da sua rede informática, uma vez que uma má implementação da mesma é garantia de uma fonte de problemas no futuro. De igual forma uma boa implementação torna-se uma grande ajuda na prevenção do aparecimento de futuros problemas. A implementação de uma rede informática não é uma fase linear, variando sempre conforme as necessidades para a nossa rede informática. De qualquer

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forma durante a implementação, para nos ajudar a indicar qual o melhor caminho a seguir, podemos sempre tentar fazer a nós próprios as seguintes perguntas: “Quais as necessidades dos meus utilizadores?”; “Como podem ser implementadas as soluções para essas necessidades?”; “Quais os problemas que me podem vir a surgir com a solução escolhida?”. A forma como respondemos a estas questões irá encaminhar-nos para uma resposta mais concreta em relação aos passos que devemos ou não devemos seguir durante a implementação da nossa rede informática.

MANUTENÇÃO DA SUA REDE INFORMÁTICA Por manutenção entendem-se todas as tarefas necessárias no dia-a-dia de forma a garantir um bom funcionamento da nossa rede informática ou implementação de possíveis melhorias numa rede informática existente. A garantia de uma boa manutenção da rede informática assenta principalmente em dois pontos essenciais: familiaridade com a rede implementada e conhecimentos de redes que permitam a resolução de problemas inesperados. A familiaridade com a rede informática implementada é essencial para que se possam identificar facilmente a origem dos problemas existentes ou até para identificar pontos cruciais da rede que possam vir a ser melhorados. Se durante a manutenção da rede não estivermos familiarizados com a rede informática

que estivermos a trabalhar, isso pode fazer com que em vez de estarmos a contribuir para um bom funcionamento da nossa rede informática, estejamos sim a contribuir para o aparecimento de novos problemas ou até a estragar o trabalho anteriormente feito. Como é obvio, quanto maiores forem os conhecimentos de informática, mais fácil se torna a gestão de toda a rede informática. Mas que conhecimentos são estes que devemos possuir? Para começar devemos estar familiarizados com os tipos de equipamentos de redes existentes e possuir boas noções do funcionamento de redes informáticas, pois assim iremos mais facilmente encontrar soluções e identificar soluções para os problemas do dia-a-dia. Fora disso não é simples sintetizar os conhecimentos necessários em um ponto específico, sendo que a maioria dos conhecimentos necessários só irão ser adquiridos com a experiência de manutenção da rede informática. Em suma, numa era em que a Internet se tornou essencial para o nosso dia-a-dia, é crucial procurarmos garantir o melhor funcionamento possível da nossa rede informática. Para tal, os conhecimentos em gestão de redes informáticas são uma grande mais-valia para que possamos lidar com os problemas que nos possam surgir na nossa rede informática ou até implementar soluções que mais se ajustem às nossas necessidades.

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Marca Ribatejo

O selo de qualidade dos produtos e serviços da região A NERSANT – Associação Empresarial da Região de Santarém, tem como objetivo projetar o desenvolvimento económico da região do Ribatejo. Criou para o efeito a “Marca Ribatejo”, que pretende não só identificar os produtos e serviços desta região, mas também valorizar a imagem de qualidade dos mesmos. A marca desenvolvida pela NERSANT já está a ser utilizada por mais de 500 empresas.

É

através de uma relação de proximidade com a envolvente empresarial que a NERSANT procura contribuir para reforçar a competitividade regional, na qual a inovação ocupa um lugar central. Assim, a associação entendeu criar uma marca identitária da região que cumprisse o objetivo de valorizar a imagem de qualidade e sucesso dos produtos e serviços da região. Nasceu assim a “Marca Ribatejo”, que tem como finalidade transmitir a ligação do território com a potencialidade dos seus recursos e o aumento da competitividade territorial, através da valorização

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dos produtos e serviços oriundos deste território. A marca é representada por um logótipo pensado especificamente para responder a estes objetivos. Na sua configuração visual destaca-se o território conhecido como “Ribatejo”, o rio e as margens que o abraçam. A marca, através da colocação do seu logótipo nos diversos produtos, serviços e / ou suportes de comunicação institucionais, está já a ser utilizada por mais de 500 empresas. Todas as empresas da região do Ribatejo que queiram utilizar a imagem institucio-

nal do Ribatejo podem fazê-lo de forma inteiramente gratuita. Após manifestação do interesse, a NERSANT enviará o manual de normas de utilização da marca, que explica os elementos básicos da identidade gráfica da “Marca Ribatejo” para que possa ser usada de forma clara e consistente em todas as suas aplicações. MAIS INFORMAÇÕES: Departamento de Associativismo, Marketing e Eventos E-mail: dame@nersant.pt Tel.: 249 839 500

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EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO

Antiga aluna da EPC e aluno da EPSM na Web Summit com projeto inovador de empreendedorismo Josélia Godinho, antiga aluna da Escola Profissional de Coruche (EPC), foi convidada pela organização da Web Summit, graças ao seu projeto inovador de empreendedorismo. Em 2009, lembrou-se de transformar o seu veículo “pão de forma” numa marca e referência no que toca ao panorama atual do street food. Josélia Godinho e o seu sócio, Carlos Travessa, foram os pais da CaipiJoca´s, uma empresa que comercializa bebidas espirituosas de forma inovadora e com muita mobilidade. A CaipiJoca´s é hoje uma marca registada. Foi pioneira no projeto de venda de caipirinhas em veículos móveis em Portugal. Rapidamen-

te, começou a dar nas vistas em todo o país. Hoje, é já a viatura oficial da famosa Cachaça 51. As muitas solicitações que tem tido nos últimos tempos, levaram a jovem empresária ribatejana a reforçar a sua equipa, convidando o barman Miguel Pereira, finalista do curso de Restauração na Esco-

la Profissional de Salvaterra de Magos, a integrar a CaipiJoca´s. Desta forma, a Escola Profissional de Coruche e a Escola Profissional de Salvaterra de Magos tiveram dois alunos a participar na Web Summit, a maior conferência de empreendedorismo, tecnologia e inovação da Europa.

Alunos do curso de contabilidade aprendem a gerir empresas A Escola Profissional de Salvaterra de Magos (EPSM) volta a participar, este ano letivo, no Young Business Talents, competindo com os melhores do país. Trata-se de um simulador empresarial que irá permitir praticar gestão, tomando decisões dentro de uma empresa. A atividade que envolve as turmas do 11.º e 12.º anos do curso de Contabili-

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dade da escola beneficiará professores e alunos, uma vez que permitirá analisar, planear e controlar, em contexto empresarial prático, um conjunto de

conceitos económicos e de gestão. A iniciativa está a ser coordenada pelos professores Alexandre Neves e Luís Andrade.

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Portugal cria incentivo inovador para empresas com mais-valias em ciência e tecnologia O Secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, afirmou que o programa “200 M, coinvest with the best” (200 milhões, coinvestir com os melhores) que vai financiar empresas inovadoras que necessitem de capital de risco prevê 50% de financiamento público e 50% privado, perfazendo um total de 400 milhões de euros para investimento em ciência e tecnologia. Estas declarações, que explicam o anúncio do programa feito pelo Primeiro-Ministro António Costa, foram feitas aos jornalistas na Venture Summit, na abertura da Web Summit, o maior evento de tecnologia do mundo, que decorreu em Lisboa entre os dias 7 e 11 de novembro. “O Programa recorre a fundos comunitários e comparticipação nacional, ins-

trumentos financeiros que estão previstos no programa 2020”, afirmou o Secretário de Estado. João Vasconcelos sublinhou: “Isto é histórico, não compara com nada, mesmo em termos europeus. Vai tornar-nos um dos países mais avançados em termos de instrumentos de benefício fiscal para o jovem investidor, para quem investe até 100 mil euros numa empresa, que pode deduzir em sede de IRS esse investimento”, acrescentou o Secretário de Estado. “Se a empresa correr bem, se a empresa crescer, pode recorrer a este fundo. Este fundo está muito focado para capitais de risco que têm conhecimento prático de indústria, para investidores que não tragam só dinheiro, tragam conhecimento prático de

gestão, comercial, de desenvolvimento de produto”, disse também João Vasconcelos. O Secretário de Estado concluiu: “Serão organismos públicos a decidir quais as capitais de risco que têm direito a aceder a este programa. No entanto, vamos aceitar capitais de risco já certificados por organismos internacionais, como o Fundo Europeu de Investimento”.

Comissão Europeia premeia estatuto PME Líder O projeto PME Líder, um estatuto de reconhecimento atribuído pelo IAPMEI e pelo Turismo de Portugal, venceu o Galardão dos European Enterprise Promotion Awards - EEPA na categoria de “Desenvolvimento do ambiente empresarial”. O prémio foi entregue ao presidente do IAPMEI e aos representantes do Turismo de Portugal e da Associação Portuguesa de Bancos, numa cerimónia que teve lugar em Bratislava. A PME Líder é uma iniciativa do IAPMEI, dinamizada em parceria o Turismo de Portugal e os principais bancos nacionais, que tem como objetivo distinguir empresas com perfis de desempenho superiores, conferindo-lhes notoriedade e criando-lhes condições otimizadas de financiamento para desenvolverem as suas estratégias de crescimento e de reforço da sua base competitiva. De acordo com o Presidente do IAPMEI, Miguel Cruz, “este reconhecimento da Comissão Europeia vem afirmar a qualidade, capacidade de inovação, competitividade e dinamismo dos projetos nacionais, neste caso o estatuto PME Líder, promovido pelo IAPMEI. Trata-se de uma iniciativa com um forte e demonstrado impacto no potencial de financiamento e crescimento das empresas portuguesas e é um projeto com potencial de replicação noutros países. Por isso, constitui uma boa prática inovadora”.

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Para o Presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo, “a marca Portugal só sai reforçada com este galardão. Esta distinção reconhece, igualmente, as empresas que têm sido distinguidas como PME Líder e Excelência do Turismo, dandolhes motivos para estarem orgulhosas da sua performance e por favorecerem o crescimento, a criação de emprego e a sustentabilidade no que à indústria do turismo diz respeito”. Este prémio reconhece o projeto como uma iniciativa pioneira e inovadora e, especialmente, como uma iniciativa com impacto no financiamento das empresas, no reconhecimento das PME e na melhoria do fluxo de informação no mercado. Os EEPA contemplam seis categorias que distinguem iniciativas que contribuam ativamente para melhorar o desempenho das empresas e têm como principal objetivo premiar as boas práticas de promoção do empreendedorismo na Europa. Miguel Cruz salientou ainda que “para além do prémio deste ano, termos ganho vários prémios nas edições anteriores e, estarmos sempre no topo do conjunto de países com maior número de candidaturas, demonstra o dinamismo e o investimento que o país tem feito para promover a atividade empresarial além-fronteiras”. As PME Líder que apresentam os melhores desempenhos são anualmen-

te distinguidas com o Estatuto de PME Excelência, criando condições acrescidas de visibilidade para estas empresas de perfil superior. Sobre os prémios EEPA Lançados pela Comissão Europeia em 2005, os European Enterprise Promotion Awards (EEPA) são muito mais que um simples concurso de empreendedorismo, sendo uma iniciativa alinhada com as prioridades da estratégia Europa 2020. Os projetos distinguidos distribuem-se por seis categorias: “Promoção do espírito de empreendedorismo”, “Investimento nas competências empreendedoras”, “Desenvolvimento do ambiente empresarial”, “Apoio à internacionalização das empresas”, “Apoio ao desenvolvimento de mercados ecológicos e à eficiência de recursos” e “Empreendedorismo responsável e inclusivo”.

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EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO

Silvex

Mulch biodegradável Agrobiofilm© recebe menção honrosa no Prémio Produto Inovação A Silvex® obteve uma menção honrosa no âmbito do Prémio Produto Inovação promovido pela Cotec e ANI, para o seu produto Mulch biodegradável Agrobiofilm©.

O

Mulch biodegradável Agrobiofilm© é um polímero biodegradável para cobertura do solo (mulch) que permite a substituição do plástico de origem fóssil, proporcionando a obtenção de produtos agrícolas com rendimento e qualidade igual ou superior à obtida com mulch de polietileno (PE). No final do ciclo da cultura, incorpora-se no solo, sendo completamente decomposto por ação de micro-organismos, resolvendo, assim, quer o problema da contaminação dos solos agrícolas com plástico PE, quer a acumulação dos mesmos em aterros e lixeiras. Produzido a partir de fontes renováveis, contribui para a sustentabilidade das práticas agrícolas. A Lei da Fiscalidade Verde tratou o problema dos sacos de plásticos leves. No entanto, o legislador omitiu, supostamente por desconhecimento da realidade, a problemática dos impactos ambientais que tem o plástico de origem fóssil na agricultura. O impacto negativo no ambiente é muito maior que o dos sacos leves, visto que estes, em grande parte, ainda eram utilizados para o lixo. Ou seja, com os

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sacos leves ainda havia a possibilidade da sua reutilização e reciclagem limpa (deposição em ecoponto) enquanto o plástico de origem fóssil utilizado na agricultura (como cobertura de solo), muito dificilmente pode, sequer, ser reciclado. O Prémio Produto Inovação é promovido pela COTEC e ANI e tem como objetivo central o de premiar e divulgar

publicamente produtos (bens ou serviços) inovadores ou famílias de tais produtos desenvolvidos por empresas nacionais ou estrangeiras, de qualquer dimensão, que operem em Portugal. O Prémio Produto Inovação COTEC-ANI foi entregue pelo Presidente da República no 13.º Encontro Nacional de Inovação COTEC, que se realizou a 22 de novembro.

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A Silvex A SILVEX é uma empresa familiar, com 48 anos de experiência na criação e fabrico de produtos de consumo inovadores em plástico e papel. Em Portugal são os maiores fabricantes de embalagens domésticas e sacos de recolha de resíduos, líderes de mercado nas principais cadeias de hipermercados e supermercados. Mais de 40% das vendas desta empresa são exportações, sendo aprovada por grandes marcas globais tais como: a Tesco e marks and Spencer no Reino Unido, Auchan, Coca-Cola, Nestlé (…) e por todos os principais retalhistas em Portugal e Espanha, que confiam as suas marcas, desde a conceção do produto, ao design e embalagem. A inovação faz parte do ADN da empresa, investindo continuamente em atividades de investigação e desenvolvimento de novos produtos. A empresa situa-se em Benavente.

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O Mulch biodegradável Agrobiofilm© Em Portugal, mais de 25 mil hectares de terreno são cultivados recorrendo ao plástico de polietileno para cobertura do solo, o que representa a utilização de cerca de 5.000 toneladas de plástico de origem fóssil. Mesmo que, no fim do ciclo da cultura, os agricultores o procurem remover, é impossível não permanecerem resíduos no solo, que se vão acumulando, ano após ano, contribuindo para a crescente e irreversível contaminação dos solos. O destino autorizado destes resíduos passa pela deposição em aterro, incineração e reciclagem. As duas últimas opções são pouco utilizadas, quer seja por falta de instalações adequadas (incineração) quer seja pelo facto deste plástico se encontrar contaminado com pesticidas, terra e restos de plantas, tornando a reciclagem destes resíduos pouco interessante em termos económicos e ambientais (requerem elevado consumo de água e energia com pré-lavagem e descontaminação). Acresce que a deposição em aterro, sendo a solução mais comum, apesar de permitida pela legislação, vai contra os compromissos de Portugal em reduzir a percentagem de resíduos com esse destino final.. O mulch Agrobiofilm© é produzido de acordo com os requisitos das cultu-

ras a que se destina, existindo soluções para solarização do solo, milho doce, alface, rúcula, espinafres, cebola, alho, batata, melão, curgete, beringela, tomate em fresco, tomate de indústria, pimento, fisális, morango, vinha, fruteiras e ornamentais em viveiro. Este mulch permite ainda controlar as infestantes sem recurso ao dispendioso trabalho de sachas (manuais e mecânicas), aumentar a eficiência da rega por maior retenção da humidade do solo, aumentar a temperatura do solo, antecipar a data de colheita em culturas anuais e a entrada em produção de culturas perenes, melhorar a uniformidade da maturação, aumentar o teor de sólidos solúveis totais (ou °Brix) dos frutos, aumentando, assim, a produtividade, qualidade e rentabilidade da cultura. A utilização de plásticos biodegradáveis na agricultura é apoiada ao abrigo da “Estratégia Nacional para programas operacionais sustentáveis de organizações de produtores de frutas e produtos hortícolas”. Em Portugal, os agricultores enquadrados numa OP podem beneficiar de uma comparticipação de até 52,2% p no preço do mulch biodegradável, através da medida “7.6 – Utilização de plásticos biodegradáveis”.

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EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO

Verso Move antecipa tendências do mercado na área dos horse trucks e food trucks A Verso Move – empresa portuguesa criada em 2014 no Cartaxo, especializada na transformação de veículos de transporte de cavalos “Horse Trucks” e na criação de viaturas de “Street Food” – continua a crescer no mercado nacional e internacional, antecipando tendências e inovando no desenvolvimento, produção e comercialização de produtos e serviços. “Em 2016 a empresa crescerá cerca de 15%, comparativamente a 2015, depois de alcançar uma faturação de quase 1 milhão de euros no primeiro ano de atividade, números que superaram as expetativas iniciais dos mentores do projeto, que procuram ser uma referência de excelência na sua atividade”, salienta Luís Rato – brand manager da Verso Move. Exemplo da capacidade de ação da Verso Move é a criação e evolução da marca Kiosque Street Food (KSF) na área da transformação de veículos para venda de comida de rua, participando ativamente na definição dos mesmos, atendendo à experiência da equipa na sua conceção, desde a ideia inicial apresentada por muitos empreendedores. “Antecipamos ainda o aumento da capacida-

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EMPRESA É MARCA DE REFERÊNCIA PELO TERCEIRO ANO CONSECUTIVO

de produtiva em cerca de 25% a médio prazo, no seguimento do projeto aprovado no âmbito do Portugal 2020, na área do empreendedorismo qualificado e criativo, que viabilizou a aquisição de novos moldes em fibra de vidro para alargar o número de modelos de food trucks, através da criação de novos protótipos e aperfeiçoamento dos existentes atualmente”, prevê Luís Rato para o próximo ano.

A Verso Move acaba de ser eleita a “Escolha dos Profissionais” 2017 pelo terceiro ano consecutivo. “Este reconhecimento distingue as escolhas reais dos profissionais, resultado da análise das transações nos negócios B2B (Business-to-Business) entre indústrias, empresas e distribuidores”, salienta Luís Rato, Brand Manager da Verso Move. Criada em 2014, no Cartaxo, a Verso Move é uma empresa certificada pela ISO 9001 (projeto que desenvolveu com o apoio da NERSANT) que continua a crescer no mercado nacional e internacional, antecipando tendências e inovando no desenvolvimento, produção e comercialização de produtos e serviços. De salientar ainda que a Verso Move é atualmente detentora de 30% do valor da marca Kiosque Street Food (KSF), no seguimento da venda de 70% da KSF a um fundo de investimento gerido António Carrapatoso, um negócio concretizado em setembro que prevê a projeção mundial do conceito de “Food Trucks”, através do aumento da capacidade produtiva e know-how da equipa KSF. O grupo detém as marcas Kiosque Street Food, ATMHorsetrucks e a Verso EQ2. A faturação em 2014, ano da sua fundação, foi de 2,5 milhões de euros.

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EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO

O Shark Tank

Empreendedorismo do Ribatejo em destaque no Shark Tank

N

o âmbito de uma parceria firmada entre a NERSANT – Associação Empresarial da Região de Santarém, e a Blue Pipeline, empresa produtora do Shark Tank, foram dinamizadas no Ribatejo sessões de apresentação de pitchs de vários empreendedores e empresas do Ribatejo no início desta temporada do programa, o que permitiu aos empresários/ empreendedores ribatejanos concorrentes “trocar” o vídeo solicitado pela produção no processo de candidatura ao programa, pela realização de uma apresentação ao vivo, reservada aos produtores do programa. Se esta estratégia de promoção do progra-

ma e do empreendedorismo nacional, levada a cabo logo desde a 1.ª temporada do programa, não teve, na altura, grandes resultados, nesta 2.ª edição, cujo último episódio foi para o ar no dia 17 de dezembro, os resultados foram notáveis. Se todo o Portugal mostrou vitalidade, inovação e capacidade nos seus empreendedores, a região de Santarém assumiu uma posição cimeira. Depois de recebidas cerca de 1000 candidaturas, foram selecionadas apenas 69. Destas, 9 têm ligação à região de Santarém e 7 têm uma ligação direta à NERSANT ou à sua incubadora, a Startup Santarém. Destes 9 projetos 7 deles conseguiram financiamento.

Programa televisivo que nasceu em 2009 nos Estados Unidos e que tem como objetivo mostrar projetos empreendedores a um conjunto de investidores, denominados de “Tubarões”. É um dos mais aclamados programas de televisão orientados para os negócios, tendo sido nomeado para o prémio “Producers Guild Award “, para os “Emmy” e para “Critics’ Choice Television Award” e ganhou em 2014 o Emmy para “Outstanding Structured Reality Program”. Em 2015 a empresa Blue Pipeline trouxe o conceito para Portugal, sendo o programa transmitido na SIC e tendo contribuído para alterar a forma como os portugueses vêm a vida empresarial e o empreendedorismo. Face ao sucesso da 1.ª edição, na qual os Tubarões investiram quase 3 milhões de euros em mais de 40 negócios diferentes, um número que ultrapassou as melhores expetativas, a Blue Pipeline avançou para uma 2.ª edição, que terminou a 17 de dezembro.

Fibraline José Vicente é, aos 45 anos, um empreendedor reconhecido, cujos produtos, desenvolvidos com tecnologia e know-how próprios, equipam viaturas pick-up em todo o mundo. Embora não tenha obtido o financiamento desejado, a sua participação no Shark Tank é reveladora do interesse do

seu projeto, que conseguiu ser um dos selecionados para a fase de televisão. A Fibraline localiza-se em Ourém, no distrito de Santarém, e é associada da NERSANT, tendo José Vicente preparado a sua candidatura ao Shark Tank na Startup Santarém.

No Stressy Quando a NERSANT fez saber que iria realizar na Startup Santarém um conjunto de apresentações ao Shark Tank vários foram os empreendedores que consultaram a equipa de apoio ao empreendedorismo da associação. Um deles, Luís Antunes, trazia consigo um produto no qual tinha colocado todo o seu empe-

nho e know-how: o puff “No Stressy”. Após um período de preparação, com a realização de diversas reuniões onde se abordou o modelo de negócio e se preparou o pitch, Luís Antunes concorreu ao Shark Tank, foi selecionado e garantiu o financiamento pretendido: 30.000,00 €, tendo ficado com 3% de royalties.

Jobuoy Uma peça de roupa, vários visuais. Foi esta a proposta que Joana Vale levou aos Tubarões. A peça de roupa Jobuoy convenceu os Tubarões Isabel Neves e Mário Ferreira que investiram 15.000,00

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€ mais 3% de royalties. Concretizado o investimento, havia que criar uma empresa e encontrar um local para desenvolver o negócio. Assim nasceu a Jobuoy, Lda. sedidada na Startup Santarém.

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Rent-a-Box A Rent-a-Box é uma empresa que surge para facilitar a realização de mudanças domésticas e profissionais através do aluguer de caixas o que conjuga um conjunto importante de mais-valias: as caixas já vêm montadas, são muito mais resistentes que as caixas de cartão, por permitirem múltiplas utilizações o preço/caixa fica igual ou até abaixo das caixas de cartão, as caixas são entregues na morada do cliente e recolhidas na nova morada, permitem selar, protegendo o conteúdo, e são recicláveis. José Mendes,

sócio fundador da empresa sediada no Cartaxo, já conhecia a NERSANT pois a sua companheira já havia criado a sua empresa com o apoio do projeto Sítio do Empreendedor. Quando a associação comunicou que ia apoiar a preparação da apresentação de projetos ao Shark Tank, o empreendedor não perdeu a oportunidade. Veio até à NERSANT, preparou-se, candidatou-se, foi selecionado e conseguiu o financiamento de 30.000,00 € dos Tubarões João Kohler, Miguel Ribeiro Ferreira e Marco Galinha.

Phone Park Quando Jorge Silva, de Ourém, soube que a NERSANT estava a organizar sessões de apresentação de projetos ao Shark Tank veio até à Startup Santarém onde iniciou a preparação da sua candidatura. A sua invenção, Phone Park, sistema de

gestão de estacionamento patenteado e único no mundo focado no utilizador e não na viatura, convenceu o Tubarão Mário Ferreira que investiu os 70.000,00 € pretendidos pelo empreendedor com mais 5% de royalties.

Ideal Sumário Ângelo Belchior chegou ao Shark Tank e apresentou o seu projeto D’Alheira, plataforma para venda de produtos tradicionais. Convenceu o Tubarão Marco Galinha, que investiu 12.000,00 €. Mas, mais do que uma plataforma, Marco Galinha viu em Ângelo

Belchior um potencial parceiro para o desenvolvimento de mais projetos empreendedores e assim fundaram a Ideal Sumário, empresa que se dedica ao desenvolvimento de apps e soluções web e que se encontra sediada na Startup Santarém.

Gumelo A Gumelo é uma startup portuguesa sediada em Almeirim e fundada por três amigos de infância: um biólogo, um designer e um farmacêutico. Um deles, João Cavaleiro, quando decidiu avançar com o seu próprio negócio procurou a NERSANT para o apoiar no seu processo de maturação da ideia e preparação do modelo de negócio. Assim que a NERSANT teve a confirmação de que

se iriam realizar na Startup Santarém sessões de apresentação ao Shark Tank, prontamente a associação contactou a Gumelo para dar a conhecer essa possibilidade. A Gumelo candidatou-se, foi selecionada e teve propostas de financiamento por parte de dois Tubarões. No entanto, as mesmas não foram ao encontro das expetativas da empresa que declinou as ofertas.

Dynamic Flow Já reparou na quantidade de água que vai cano abaixo enquanto aguarda que saia água quente? Poupar nos gastos e melhorar o ambiente poupando água é o objetivo do Dynamic Flow, sistema que Cristóvão Oliveira apresentou no Shark Tank e que permite armazenar essa água até que a mesma seja disponibilizada à temperatura definida pelo utilizador. O Tubarão Marco Galinha acreditou no pro-

jeto e investiu 125.000,00 €. No entanto, o que os telespetadores não sabem é que antes deste projeto vencer no Shark Tank, já havia vencido no concurso EmpreEscola, programa de fomento do empreendedorismo no ensino profissional e secundário desenvolvido pela NERSANT onde, em conjunto com Cristóvão Oliveira, um grupo de alunos da Escola Profissional de Rio Maior o apresentou.

Spoon Up Já lhe aconteceu colocar uma colher encostada na travessa e a mesma escorregar lá para dentro ficando submergida no molho? A Spoon Up é a solução para este tipo de problema, uma vez que mais não é do que uma colher que quando encostada não cai para dentro da travessa. Foi com este produto inovador que Ricardo Maia Alves convenceu os três Tubarões a investirem 10.000,00 € no seu negó-

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cio, ficando ele com 10% de royalties. Sendo um inventor por natureza (já na 1.ª edição do Shark Tank havia levado um produto inovador e conseguido financiamento), Ricardo decidiu fundar uma empresa criadora de produtos e soluções inovadoras, a Tec2solvit, que se encontra sediada na Startup Santarém onde o empreendedor já realizou um programa de aceleração de ideias.

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Luz Charming Houses: Prémio internacional para hotel de Fátima O hotel Luz Charming Houses, do grupo Fátima Hotels, em Fátima, concelho de Ourém, foi reconhecido nos World Luxury Hotel Awards como retiro cultural de luxo. A entrega dos prémios decorreu no Qatar, no dia 29 de outubro. O hotel Luz Charming Houses obteve mais um prémio internacional, desta vez na categoria de Luxury Cultural Retreat (retiro cultural de luxo), nos World Luxury Hotel Awards, prémios que reconhecem e celebram a excelência da indústria hoteleira de luxo. O World Luxury Hotel Awards é, assim, uma organização reconhecida mundialmente que premeia os melhores hotéis pelas suas instalações de grande qualidade e serviço prestado aos hóspedes. Os prémios, que são atribuídos em mais de 60 categorias, são considerados um dos mais importantes prémios no setor da hotelaria. Ana Alves e Pedro Silva, diretores do Luz Houses, estiveram na cerimónia de entrega dos prémios, para receberem a distinção. Esta não é, contudo, a primeira vez que o hotel recebe um prémio internacional. Em 2015, poucos meses após a sua inauguração, o hotel recebeu também um prémio nos World Boutique Hotel Awards, facto também noticiado pela Ribatejo Invest.

O hotel O Luz Houses é fruto de uma paixão e do desejo de criar um espaço único e especial. Cada casa conta uma história, cada árvore guarda um segredo e cada pedra convida o cliente a perder-se onde o passado, o presente e o futuro brincam em harmonia. Inspirada na arquitetura tradicional dos séculos XIX e XX, a pequena aldeia esconde-se num bosque místico onde, em noites límpidas, ecoam os cânticos do Santuário de Fátima, que se situa a 5 minutos a pé do local. No Luz Houses, as origens nunca são

esquecidas. Aqui dão-se caminhadas sem pressas em percursos meditativos cuidadosamente desenhados, regressa-se ao pastoreio e pode-se jogar ao berlinde e ao pião. Nas paredes podem ser descobertas mensagens e no meio do jardim, uma gruta onde se despertam os sentidos. O regresso às origens, o sussurro das folhas beijadas pelo vento e os segredos que aqui se encerram fazem deste lugar único, o sítio perfeito para reencontrar o equilíbrio entre o corpo, a mente e a alma. Se não acredita, confira: www. luzhouses.pt.

petMaxi é o novo nome da Maxipet A empresa Maxipet acaba de anunciar uma mudança na sua designação institucional, passando de ora em diante a designar-se petMaxi, embora a designação social da empresa se mantenha. Esta nova denominação, anunciou a empresa no seu portal, tem como motivo uma estratégia de expansão internacional. A empresa, situada em Ferreira do Zêzere e inaugurada em fevereiro de 2015, é um projeto pioneiro em Portugal, dedicando-se ao fabrico de rações premium e super premium, com capitais e sócios 100% nacionais. Com um investimento de 8.000.000 de euros, inserido no âmbito do apoio à inovação, concedido pelo QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional), a petMaxi tem como principal objetivo abastecer até 60% do mercado nacional e exportar 30% da sua produção. Na petMaxi pretende-se oferecer alternativas de grande qualidade, que satisfaçam as necessidades do mercado, e assim atingir a liderança enquanto primeira escolha dos clientes.

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Empresa apresentou-se no Dubai Entre 1 e 3 de novembro, a petMaxi esteve na Pets Arabia, Dubai, a divulgar a empresa e os seus produtos, especialmente o superpremium, que se prevê chegar ao mercado no início do próximo ano. “Aqui no médio oriente encontra-se um mercado em expansão para os produtos premium e superpremium para o qual a petMaxi se preparou desde a sua fundação. A Maxipet pode concorrer em qualquer parte do mundo, pois possui produtos e condições para isso. Em apenas 1 ano já exporta com sucesso para 12 países”, afirmou Luís Guilherme, administrador da empresa.

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Bindopor abre subsidiária em Londres Dedicada ao desenvolvimento e fabrico de soluções de sinalética, artwork e iluminação, a Bindopor, empresa de Ourém, abriu uma subsidiária em Londres. A Bindopor UK tem como objetivo aumentar a proximidade ao mercado internacional. O fundador e CEO da empresa, José Costa Rodrigues, expressou em comunicado que “muito do nosso trabalho nos mercados externos tem origem em clientes e prescritores que operam a partir do Reino Unido”, pelo que se tornou essencial “dispor de uma estrutura local, capaz de dar resposta em tempo útil aos múltiplos projetos internacionais” em que a empresa está envolvida. Veja-se que, para além de Portugal, a empresa tem projetos a decorrer em França, Espanha, Cazaquistão, Bangladesh, Quénia e Qatar. A Bindopor trabalha essencialmente no setor da Hotelaria & Turismo e tem como pilar centrar a criação de produtos à medida.

Transfor e Green Apple em Paris

Vinomatos expõe na Argentina O mercado argentino teve oportunidade de conhecer a máquina de plantar mais sofisticada do mercado, com a participação da Vinomatos, empresa de Ourém, na Sitevinitech 2016, em Mendoza. Com o intuito de promover a máquina de plantar Oliva e os serviços de plantação de vinha, olival e pomar, a Vinomatos participou pela primeira vez naquele que é o mais importante salão vitivinícola de América Latina. Durante o certame, foram estabelecidos contactos bastante promissores e novas

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Decorreu na capital francesa, de 6 a 10 de novembro, a EquipHotel PARIS 2016, feira dedicada ao setor hoteleiro de destaque na Europa. No evento, estiveram presentes a Transfor, de Fátima, e a Green Apple, do Cartaxo. A Transfor esteve presente no certame com o objetivo de dar a conhecer os seus projetos de renovação / reabilitação Hoteleira e Restauração. Quanto à Green Apple, o objetivo de participação da empresa foi dar a conhecer a design das suas peças de decoração.

parcerias de negócio, que permitirão estender a atividade da empresa ao mercado argentino e chileno. De referir que a Argentina é o quinto maior produtor e consumidor de vinho no mundo e 94% da produção vinícola provém precisamente da região de Mendonza. A Sitevinitech decorreu entre 27 e 29 de outubro e reuniu num espaço de 17.000 m2 as mais recentes inovações em termos de tecnologia associada à vitivinicultura, maquinaria, produtos e serviços associados ao setor.

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INTERNACIONALIZAÇÃO

Astel

A única empresa portuguesa a construir dumpers É na zona industrial de Samora Correia, concelho de Benavente, que está localizada a Astel- Comércio de Equipamentos Industriais, Lda., a única empresa portuguesa que ainda se dedica à produção de dumpers. Com 32 anos de existência, a Astel tem procurado resistir à crise virando-se para a exportação e para a prestação de serviços a outras empresas.

É

das oficinas da Astel que saem os únicos dumpers totalmente made in Portugal. A empresa, que se dedica à produção, montagem e comercialização de dumpers, elevadores de contentores, equipamentos hidráulicos e eletromecânicos conta já com uma longa história. Tudo começou em 1984, estando a formação da Astel intimamente ligada à história da VM – Veículos Motorizados. Durante anos, a VM, também situada na zona industrial de Samora Correia foi a empresa portuguesa responsável pela produção de veículos blindados (chai-

“A Astel tem procurado intensificar contactos com importadores e tem participado de forma ativa em missões empresariais e encontros de negócios.” 40

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José Dotti, diretor-geral da Astel

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Angola é um mercado fundamental para a Astel, estamos disponíveis para parcerias, para a entrada de um sócio ou para encontrarmos um distribuidor.” mites) para as Forças Armadas e chegou a empregar cerca de 300 pessoas. João Vinhas, fundador da Astel desempenhava, nos anos 80, as funções de responsável de produção da VM. Esta empresa, que tinha no Estado português o seu principal cliente, viu-se numa situação difícil quando o Governo decidiu trocar as chaimites pelos Panzers. A VM tentou ainda diversificar a sua atividade e começou a produzir minidumpers. Esta alteração acabou por não ser suficiente e a VM fechou as suas portas em 1990. Porém, e antes deste desfecho, João Vinhas, apercebendo-se do destino inevitável que estava traçado para a VM, saiu da empresa, trazendo com ele alguns técnicos com experiência na produção de dumpers. Fundou a sua própria empresa, a Astel, que começou por funcionar primeiro numa garagem. Depois, com o negócio a crescer de vento em popa, a empresa mudou-se para novas instalações fabris na zona industrial da Murteira, em Samora Correia. Desde que foi criada, a Astel tem desenvolvido a sua atividade em todo o território nacional, tendo começado por dar assistência aos veículos de recolha do lixo e à produção de elevadores de contentores de lixo sobre camiões. José Dotti, atual diretor-geral da empresa, recorda que na época em que a empresa foi criada, a área comercial era “totalmente passiva”, pois “os clientes vinham bater à porta”, não era preciso fazer publicidade nem ter um comercial a bater à porta dos clientes. Nessa altura, bastava o reconhecimento da qualidade dos produtos e o “passa-palavra” para que as encomendas não parassem de chegar. Com o agravar da crise económica, a partir de 2010, a redução da atividade no setor da construção civil e os cortes orçamentais que foram impostos às Câmaras Municipais e Juntas de Freguesias resultaram numa diminuição das encomendas à Astel. Sem dinheiro, as câmaras e juntas de

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freguesia, as principais clientes, deixaram de comprar estes equipamentos e, quando compram, procuram sempre fazê-lo ao mais baixo custo. José Dotti lamenta, por isso, que a sua empresa esteja a trabalhar a 30% da sua capacidade e defende que as autarquias portuguesas deviam privilegiar a produção nacional quando necessitam de qualquer tipo de produtos e equipamentos. “Somos a única empresa portuguesa a construir dumpers, mas há muita concorrência no mercado, espanhóis, italianos e em alguns casos também há produtos chineses”. “Os nossos dumpers têm uma qualidade acima da média, o que até acaba por ser prejudicial para nós”, afirma. “Uma máquina tem uma vida útil de 10 anos e nós temos máquinas já com 30 anos, que continuam a trabalhar”. Sinónimo de qualidade, mas que acaba por ter um efeito perverso, pois quem tem uma máquina destas está sempre a adiar a compra de um novo equipamento, enquanto aquela funcionar. Para rentabilizar os investimentos e aproveitar o know-how que possui, a Astel começou a disponibilizar e a prestar serviços a outras empresas. Alguns desses serviços consistem na montagem de gruas, elevadores de contentores, equipamentos hidráulicos e eletromecânicos, trabalhos de torno, serralharia, pintura, produção de tubagens hidráulicas e pneumáticas, produção de cilindros hidráulicos e reparação de componentes hidráulicos.

APOSTA NOS MERCADOS EXTERNOS É para África e América do Sul que a Astel procura apontar as suas baterias em busca de novos contactos comerciais. As caraterísticas destes mercados ajustamse na perfeição ao produto da Astel, que

assenta na robustez e durabilidade das máquinas, sem exigir grande nível de tecnologia. Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Brasil, Argélia, Colômbia e Perú são alguns dos países com os quais já foram feitos contactos e que se espera agora, possam dar os seus frutos. “Angola é um dos nossos principais objetivos”, explica José Dotti. “Temos um produto muito apropriado para aquele mercado, muito robusto e que pode ter diversos usos, na agroindústria, na recolha do lixo, na construção civil. Existe alguma procura do nosso produto, o problema é que nos pretendem pagar em Kwanzas, o que não tem interesse para nós”, explica. A instabilidade dos últimos tempos, não diminuiu o interesse pelo mercado angolano e por outros países africanos. “Angola é um mercado fundamental para a Astel, estamos disponíveis para parcerias, para a entrada de um sócio ou para encontrarmos um distribuidor”. “Uma das dificuldades da internacionalização é que nos obriga a andar sempre com uma mala às costas, sempre a visitar clientes, para dar confiança, porque ninguém vende este tipo de produto pela internet. A Astel tem procurado intensificar contactos com importadores e tem participado de forma ativa em missões empresariais e encontros de negócios. Estamos também a explorar novos contatos comerciais, a tentar encontrar intermediários que possam vender os nossos produtos. Identificamos claramente os mercados de África e América do Sul, nomeadamente a Colômbia, Perú e Brasil. Dada a dimensão destes mercados, bastavam-nos algumas encomendas para assegurarmos trabalho para um ano”, refere José Dotti.

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INTERNACIONALIZAÇÃO

Renova inaugura investimento que vai aumentar produção em 50% A Renova fez um investimento de 36 milhões de euros numa nova máquina, a primeira na Europa e a quinta no mundo, para aumentar a sua produção em 35 a 40 mil toneladas por ano de papel tissue, tendo como objetivo quase duplicar as exportações até 2021. O investimento foi apoiado pelo Portugal 2020 com sete milhões de euros, reembolsáveis. A inauguração desta nova máquina aconteceu no dia 5 de dezembro, com a presença do Primeiro-ministro, António Costa. A nova máquina, um investimento de 36 milhões de euros com incentivos reembolsáveis no âmbito do Portugal 2020, da ordem dos 7 milhões de euros, vai permitir fazer “um papel estruturado”, que a empresa designou por “4D paper”, sendo que a “quarta dimensão tem a ver com a memória da forma”, e o “produto base” vai chamar-se “Magic”, disse Paulo Pereira da Silva, Presidente da Renova. “É a primeira máquina na Europa a fazer este tipo de papel e a quinta no mundo”, afirmou, referindo os “imensos desafios” que se colocam para conseguir fazer um produto com inovação na indús-

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tria. Segundo o presidente da Renova, a empresa investiu nos últimos dois anos 50 milhões de euros, tendo hoje uma fábrica “muito automatizada”, pois “só é possível desenvolver a marca se se for muito competitivo”, fazendo produtos a custos que as pessoas possam gastar. Paulo Pereira da Silva referiu a “alegria” que foi “partilhar um pouco da vida da Renova” com a delegação mais importante do Governo que alguma vez visitou a fábrica, realçando que esta resulta de uma marca criada no princípio do século XIX, então de forma manual, e desenvolvida por várias gerações de famílias, estando atualmente presente “nos quatro cantos do mundo”. “A Renova é uma marca fundadora porque fundou uma primeira categoria de produtos em Portugal (...). É sempre uma marca inovadora, irreverente por vezes, espero que sexy sempre”, disse, lembrando que foi António Costa, quando era presidente da Câmara de Lisboa, a permitir a abertura do primeiro espaço Renova em Portugal, no Terreiro do Paço, que hoje recebe milhares de visitantes. Paulo Pereira da Silva apontou como elemento mais importante da empresa as pessoas que nela trabalham, pela “enorme competência, esforço e entusiasmo”, sem esquecer uma área que lhe é “muito cara”,

a da ecologia, do ambiente e da reciclagem. O Primeiro-Ministro, que liderou uma delegação que integrou ainda o Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e o Secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, afirmou na inauguração que “o que leva a Renova a investir tem a ver com a confiança que têm na qualidade do seu produto, força da inovação que introduzem, da modernização que fazem, da qualidade dos seus trabalhadores, e o esforço dos seus acionistas”. A visita do primeiro-ministro à Renova inseriu-se no roteiro “Mais Crescimento”, tendo António Costa afirmado que, num ano que termina “cheio de boas notícias”, estas devem ser “um incentivo” à ação, sendo altura de a indústria se fortalecer.

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BAU Special Solutions continua a apostar na Argélia A partir do ano 2014 a Bau Special Solutions começou a exportar os seus serviços para a Argélia com duas importantes obras, uma no “Metro de Argel”, para o Agrupamento que inclui as empresas dos Grupos Teixeira Duarte e Andrade Gutierrez e outra no projeto ferroviário “Thenia – Tizi Ouzou” diretamente para a Teixeira Duarte, injetando fissuras em tabuleiros de dois viadutos ferroviários. Em 2017 a empresa conta manter as suas equipas na Argélia no mercado “tunnel waterproofing” com possibilidade de, no início do ano, iniciar duas empreitadas em obras subterrâneas na capital desse país do Magreb. A Argélia tem sido um mercado interessante e importante para a BAU, devido à sua proximidade, aos players locais e a vontade de investimento público. A Argélia é, em território, o maior país de África, com uma população de aproximadamente 40 milhões de habitantes e tem potencialidades imensas. A Argélia é o 13.º mercado em termos de exportações portuguesas e o 18.º fornecedor, onde se destacam as importações de gás natural.

Em termos económicos, estão instaladas neste país aproximadamente 100 empresas portuguesas e outras 400 exportam para a Argélia, país que está a sofrer o impacto da quebra dos preços do petróleo. O crescente interesse pelo mercado

é igualmente confirmado pelo conjunto significativo de empresas portuguesas instaladas na Argélia, nomeadamente dos setores da construção e obras públicas, materiais de construção, indústria alimentar e engenharia.

A BAU SPECIAL SOLUTIONS A BAU Special Solutions nasce em Barcelona em 2009. Em 2010 face aos vários projetos no mercado nacional, passa a localizar-se também em Portugal, na cidade de Lisboa. Aqui inicia-se também a abordagem às obras especiais no mercado nacional, nomeadamente com os trabalhos desenvolvidos em vários túneis no Funchal, na Região Autónoma da Madeira. Em dezembro 2012 é criada uma delegação em Torres Novas, passando, posteriormente,

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a sede em 2015. Esse ano veio a revelar-se um ano de crescimento com a abertura da delegação a sul, em Beja e com atividade em todo o território nacional, Geórgia e Argélia. A empresa tem também, desde 2016, uma delegação da Covilhã. Importa ainda referir que a empresa alterou a sua sede social, sendo a morada, desde o dia 1 de dezembro, a Rua da Várzea, n.º 55 – R/C, Várzea Mesiões, 2350-433 Torres Novas.

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DFJ Vinhos com 358 prémios em 2016 Até 16 de novembro, a DFJ Vinhos, de Vila Chã de Ourique, Cartaxo, recebeu 358 prémios, número superior ao de 2015, que no total do ano recebeu 312 prémios. Desde 2010, a DFJ Vinhos já ganhou 1604 prémios nacionais e internacionais. Sobre estes prémios José Neiva Correia, proprietário e enólogo-chefe da DFJ Vinhos, salientou: “Estamos orgulhosos pois este é um excelente reconhecimento do esforço do nosso grupo de trabalho, sempre lutando por conseguir o melhor preço e qualidade em todos os nossos vinhos. Os prémios não são um fim em si, são antes de mais um instrumento para os que trabalham connosco passarem a mensagem aos seus clientes da excelência do nosso trabalho.” O reconhecimento nacional e internacional de José Neiva Correia e da DFJ Vinhos tem sido uma constante destacando-se a vitória do troféu “Red Wine of the Year” no IWC London por duas vezes, o troféu “Empresa de vinhos do ano de 2004” dado pela Revista de Vinhos, o troféu “Portuguese winery of the year 2012” e também o “Portugue-

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se winery of the year 2014”no NYIWC. A DFJ Vinhos ganhou ainda o troféu “Portugal red wine producer of the year 2015” no concurso NYIWC, o troféu “CWSA ALENTEJO wine of the year 2015” no concurso CWSA, o “#1 TOP BEST BUY of 2012” na Wine Enthusiast com o VEGA Douro tinto 2009. Ganhou também o troféu “Portuguese winery of the year 2013” no CWSA, o troféu “Senhor do Vinho 2013” para José Neiva Correia atribuído pela Revista de Vinhos, ganhou o “#8 TOP BEST BUY 2014” na Wine Enthusiast com o Portada Tinto 2011 e o “#74 TOP BEST BUY 2015” na Wine Enthusiast com o ALUADO tinto 2014. A DFJ Vinhos foi criada em 1998 e controla 400 hectares de vinhas, maioritariamente na região de Lisboa, exportando mais de 95% da sua produção para 45

países, produzida por um grupo de 28 colaboradores. A listagem completa dos prémios ganhos pela DFJ Vinhos pode ser consultada no portal da empresa em www.dfjvinhos. com.

PAXIS “BULLDOG” EM DESTAQUE NO MERCADO AMERICANO O vinho PAXIS “Bulldog” Lisboa tinto 2013 foi selecionado o #5 TOP BEST BUY OF THE YEAR 2016 na revista americana Wine Enthusiast, lista tão importante no mercado americano. “A nossa equipa está muito orgulhosa por uma vez mais ver o seu trabalho reconhecido, e logo pela Wine Enthusiast, uma das mais prestigiadas e reconhecidas revistas do mundo do vinho. Este é um prémio importantíssimo no mercado americano e nos mercados influenciados pelos EUA, indo apoiar os nossos importadores, distribuidores, retalhistas, sommeliers e consumidores”, fez saber José Neiva Correia, proprietário e enólogo chefe da empresa.

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1.ª Missão Empresarial da NERSANT ao Canadá supera expetativas A NERSANT - Associação Empresarial da Região de Santarém, regressou do Canadá no dia 9 de dezembro, com a certeza de que a missão empresarial a Toronto, onde esteve com 8 empresários, foi um sucesso.

E

sta foi a primeira missão empresarial organizada pela associação ao país, onde as empresas participantes tiveram a oportunidade de reunir com empresas e entidades institucionais de relevo para os negócios, bem como de participar numa mostra permanente de produtos e ainda num jantar de networking onde marcaram presença mais de 100 empresários canadianos. Uma das empresas portuguesas participantes na missão empresarial foi a BAU Special Solutions, sediada em Torres Novas e representada na viagem de negócios pelo seu Diretor Geral, Jorge Rolão Fonseca. “A BAU Special Solutions participou nesta missão com o objetivo de poder conhecer o mercado de Toronto, seus atores e player’s locais e, ao mesmo tempo, analisar as oportunidades de negócio. Esta foi também uma oportunidade para apresentarmos a nossa empresa ao mercado de Toronto e de procurarmos as oportunidades de negócio que tanto ansiamos”, começou por revelar Jorge Rolão Fonseca, acrescentando que estas premissas foram cumpridas em todas as reuniões e encontros com empresas e entidades locais. Questionado quanto às oportunidades das empresas portuguesas no mercado canadia-

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no, o empresário não hesita: “Existe espaço para os produtos portugueses no Canadá. De facto, a comunidade de portugueses e lusodescendentes neste país, mais em concreto na cidade de Toronto, é enorme. A distância a Portugal faz com que o mercado da saudade seja uma realidade a ser tida em conta e a ser aproveitada como uma oportunidade de negócio, em setores tão variados como a alimentação, a hotelaria e o turismo. No nosso

caso, os sistemas da BAU Special Solutions só poderão ser implementados pela vertente técnica, o que não será difícil dado os mercados onde já atuamos”, fez saber, acrescentando que a BAU exporta já cerca de 80% do seu volume de faturação para mercados em África, Europa e Eurásia. Para a organização desta missão empresarial, a NERSANT prosseguiu com o seu modelo habitual. Auscultou com atenção

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os objetivos de cada empresa participante, e tendo em conta os mesmos, planificou uma agenda de reuniões com empresas canadianas tendo em conta os mesmos. Paralelamente, organizou a mostra permanente de produtos e serviços e promoveu a realização de reuniões e encontros com entidades institucionais de relevância, como foi o caso da AICEP e da FPCBP - Federation of Portuguese-Canadian Business & Professionals. No primeiro dia da missão, a comitiva empresarial portuguesa foi recebida num seminário de apresentação do mercado do Canadá, onde discursaram o Cônsul Geral de Portugal em Toronto, Luís Barros, o Delegado da AICEP em Toronto, Raúl Travado e a Presidente do FPCBP - Federation of Portuguese-Canadian Business & Professionals, Michelle Jorge. Esta última entidade organizou ainda um jantar de networking, onde a comitiva portuguesa pôde relacionar-se com mais de 100 empresários luso-canadianos. “A viagem de negócios teve um balanço extremamente positivo, tanto nas empresas envolvidas, assim como no acompanhamento que nos foi facultado. Houve interesse nos nossos produtos e esperamos que se materialize agora formalmente através de venda, prestação de serviços ou parcerias. Uma missão nestes moldes é uma primeira abordagem ao mercado. Haverá agora condições para podermos iniciar o acompanhamento de alguns contactos que realizámos e até procurar outros. As perspetivas são boas”, reconheceu Jorge Rolão Fonseca, Diretor Geral da Bau Special Solutions. Quanto à parte institucional da missão, o objetivo da associação foi também cumprido, tendo a NERSANT firmado desde logo um protocolo a FPCBP - Federation of PortugueseCanadian Business & Professionals, que foi assinado pelo Presidente da Comissão Executiva da associação empresarial, António Campos, e pela Presidente da FPCBP, Michelle Jorge, gesto que firma laços de cooperação entre as entidades em prol dos negócios entre os dois países. António Campos, Presidente da Comissão Executiva da associação empresarial, afirmou que, para além de “encontrar clientes e parceiros de negócio para as nossas empresas, num mercado com tanto potencial, a NERSANT veio também apresentar o nosso país e viemos convidar os empresários portugueses radicados no Canadá, para que possam ver Portugal como uma janela de oportunidade de investimento. Para além de promovermos as exportações das nossas empresas, queremos ao mesmo tempo, que os empresários olhem para Portugal e para o mercado Europeu de 500 milhões de habitantes”, realçou. Neste momento, a NERSANT está já a preparar o plano de internacionalização da associação para o próximo ano.

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Empresas do Ribatejo realizaram 100 reuniões de negócios em Marrocos 8 empresas portuguesas viajaram com a NERSANT para Casablanca, o maior centro industrial e comercial de Marrocos, com o objetivo de iniciar ou concretizar negócios com este mercado. Durante os 4 dias da missão empresarial, realizaram-se cerca de 100 reuniões de negócios. Cada uma das empresas participantes viajou para Marrocos com uma agenda de reuniões já preparada e definida de acordo com o seu objetivo. Durante a missão, foram realizados cerca de 100 contactos B2B, tendo as empresas participantes ficado com diversas oportunidades de negócio e / ou parcerias em carteira. Esta missão empresarial foi organizada pela NERSANT com o apoio da CCISPM - Comércio, Indústria e Serviços de Portugal em Marrocos e pela CCISC - Chambre de Commerce, Industrie et de Services de Casablanca. Por forma a facilitar os contactos, os Presidentes destas duas últimas entidades fizeram questão de marcar presença numa das sessões de networking empresarial entre os dois países, que decorreu nas instalações do hotel onde a comitiva ficou instalada, o que muito ajudou a concretização dos objetivos

definidos por ambos os mercados. O Secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, fez também questão de apoiar os empresários portugueses na sua demanda pela internacionalização. O representante do Governo português esteve num almoço onde estiveram presentes os empresários portugueses participantes na missão da NERSANT, bem como diversas empresas marroquinas, evento que acabou por ser mais um espaço privilegiado de networking entre as mesmas. Na missão empresarial, que terminou no dia 24 de novembro, participaram empresas portuguesas de diversos setores de atividade, especificamente na área do comércio de materiais para construção, comércio de produtos alimentares (batatas, cebolas, castanhas, alho, melão e melancia), tratamento do ar na indústria e manutenção desses equipamentos, fabricação de outros reservatórios e recipientes metálicos / climatização, agroindústria, metalomecânica, indústria gráfica e produção de fornos industriais para indústria cerâmica. Na sequência da realização desta missão empresarial, existem boas perspetivas de negócio entre as empresas portuguesas e as empresas marroquinas.

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INTERNACIONALIZAÇÃO

A Suíça e o setor agroalimentar O mercado suíço assume-se um dos mais competitivos e desenvolvidos do mundo, apresentandose famoso pelo seu sistema bancário e pela sua histórica tradição de sigilo, bem como por possuir sedes de organismos internacionais (46 no total). Encontra-.se estrategicamente localizada no centro da Europa, delimitada por alguns dos países mais ricos e povoados da União Europeia: a oeste pela França, a sul pela Itália, a este pela Áustria e Liechtenstein e a norte pela Alemanha, não possuindo portanto uma costa marítima.

R

ecentemente, a Suíça tem sofrido um significativo envelhecimento, acentuado pela crescente esperança de vida e baixa natalidade. Apresenta-se uma economia complexa em termos de regulamentações o que nem sempre facilita o dia-a-dia da sociedade, acrescendo o facto de não pertencer à União Europeia tendo, por isso especificidades neste âmbito de regulamentos.

ENQUADRAMENTO ECONÓMICO − Ocupa o primeiro lugar no índice geral de competitividade, de entre 148 países; − Posição privilegiada no sub índice “Fatores de Inovação e Sofisticação”: competências inovadoras e sofisticada cultura empresarial, elevada expressão de gastos em investigação e desenvolvimento, significativa presença de instituições científicas de investigação, consideradas das melhores do mundo, relação cooperativas entre o mundo académico e empresarial que garante que a maior parte da investigação se traduza em produtos e processos comercializáveis; − Forte competitividade do setor terciário, bem como de algumas indústrias: setor de relojoaria (exporta 95% de sua produção), de construção de máquinas, equipamentos elétricos e metálicos bem como de produtos farmacêuticos;

− Período de recessão em 2009 (contração de 1,9% do crescimento económico), seguido de uma rápida e sólida recuperação (em 2010, registou-se um crescimento económico de 3%);

− Tecido empresarial essencialmente constituído por Pequenas e Médias empresas;

− Anos seguintes: Cenário menos positivo dada a dívida soberana na Zona Euro, debilidade económica da União Europeia e conjuntura económica mundial;

− Enfâse nos recursos humanos altamente qualificados em detrimento da produção em série;

COMÉRCIO INTERNACIONAL – BALANÇA COMERCIAL

O presente resumo está inserido no âmbito do projeto PROMOTEJO, iniciativa da NERSANT e do Agrocluster Ribatejo. O dossier de mercado completo pode ser acedido gratuitamente, mediante solicitação.

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− Estratégias de “nichos de mercado”: gama limitada de produtos altamente especializados, possibilitando que empresas de pequena dimensão consigam dominar o mercado mundial na sua especialidade;

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− Posição de destaque nos rankings quer como exportador (23º lugar em 2013), quer como importador (26.º lugar) − Entre 2009 e 2013, a taxa média de crescimento das exportações ascendeu a 12,2 % ao ano e a das importações a 10,9 % − Tendência de crescimento das exportações e das importações para os anos seguintes

Ao nível de parceiros comerciais da Suíça, salienta-se em 2013 a UE28, com 54,9 % das exportações e 72,8 % das importações, destacando-se a Alemanha que enquanto cliente apresentava uma quota de 18,5 % e de 28,1 % como fornecedor. Ainda, em 2013, os Estados Unidos da América, a Itália, a França e o Reino Unido revelamse os cinco principais clientes que, no seu conjunto representam 49,6 % do valor das exportações. No entanto tem-se registado um decréscimo das quotas da Alemanha em detrimento de um aumento da dos EUA. De notar, que Portugal se posicionou na 30.ª posição enquanto cliente. Relativamente aos principais fornecedores, para além da Alemanha, evidencia-se a Itália, a França, a China e os Estados Unidos da América, representando no seu conjunto, em 2013, 58,7 % do total importado pela Suíça no último ano. De revelar, que neste âmbito, as quotas da China e dos Estados Unidos da América sofreram aumentos e a Alemanha, Itália e França verificaram diminuições. Torna-se pertinente sublinhar que em 2013, Portugal se posicionou no 25.º lugar a nível de fornecedores, com uma subida de 9 lugares relativamente a 2011.

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RELAÇÕES ECONÓMICAS COM PORTUGAL – COMÉRCIO DE BENS E SERVIÇOS O mercado suíço apresenta relativa importância com o comércio externo português, nomeadamente ao nível de destino das exportações, embora se observe um decréscimo em termos de posições, tanto como fornecedor como cliente. Em 2014, a suíça verificava o 16.º lugar como cliente e a 27.ª posição como fornecedor. De salientar que a balança comercial bilateral, que se apresentava geralmente desfavorável a Portugal, a partir de 2011, observou um saldo positivo, devido essencialmente ao aumento substancial e permanente das exportações portuguesas para a Suíça e a uma queda das importações. Esta tendência verificou-se também em 2014. No que concerne às exportações portuguesas, destaque para os produtos e alimentares e máquinas aparelhos que representam cerca de ¼ do valor global exportado em 2013. Relativamente aos produtos alimentares, ressalva-se o vinho de uvas frescas ou cervejas de malte como os bens mais exportados para a Suíça. No que respeita à estrutura exportadora dominam produtos de baixa tecnologia, 50,9 % do total exportado em 2012. Apesar de esta estrutura remeter para uma reduzida sofisticação tecnológica, tem havido uma inversão desta tendência. Ao nível das importações, evidencia-se, que em 2013, cerca de 59,5 % do valor global das compras diz respeito à categoria de produtos químicos, pelo que o grau de concentração das importações é relativamente superior ao das exportações. A estrutura de importações verifica principalmente produtos de alta tecnologia, 59,2 % do total das importações em 2012, apresentando portanto um teor tecnológico relativamente mais elevado.

ANÁLISE DO SETOR AGROALIMENTAR Apesar dos preços relativamente elevados da Suíça, especialmente relativamente a outros países, ao qual acresce a redução do turismo, o consumo alimentar continuou a verificar evoluções positivas, (2014), embora a um ritmo mais lento. De salientar, que os quiosques, lojas de conveniência, com novos conceitos de produtos e uma ampla gama de ofertas, com horários longos, assim como os cafés e

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OPORTUNIDADES

DESAFIOS

• Apresentava em 2014 a 4º posição mundial em termos de PIB per capita; • Possui uma classe média com um elevado poder de compra, encontrando-se em 2014 em 2º lugar no ranking de países europeus com maior poder de compra; • Com cerca de 8 milhões de habitantes, cerca de 300 000 são portugueses, relevando maior apetência por produtos da sua origem; • A suíça estabelece um tratado de livre comércio com a União Europeia, logo a maioria dos produtos portugueses está isento de tarifas alfandegárias nesse mercado; • Saldo da balança comercial claramente favorável a Portugal, com tendência crescente de aumento das exportações portuguesas para a Suíça; • Destaque para a exportação dos produtos alimentares portugueses para a Suíça; • Tendência crescente do teor tecnológico das exportações portuguesas para a Suíça; • Existem muitos pequenos importadores de origem portuguesa, opção que deve ser analisada à luz da cobertura geográfica e do posicionamento pretendido no mercado; • Principais áreas de oportunidades alimentares: fruta e legumes, sobretudo de origem biológica; peixe e marisco fresco; azeite, queijos gourmet; conservas de peixe; vinho; bolachas; refeições preparadas.

• Mercado altamente regulado; • Fragmentação do mercado dada a divisão linguística e cantonal; • Geralmente restaurantes e supermercados, destacam e preferem produtos de origem suíça; • Forte consciência de defesa dos produtos nacionais -forte protecionismo cultural que inibe o consumidor suíço de comprar idêntica qualidade a um melhor preço, caso haja alternativa suíça; • Setores da Alimentação ou Higiene Pessoal custam em Zurique mais 160% do que em Lisboa; • As principais cadeias de retalho oferecem um número crescente de produtos de marca insígnia; • Alguns produtos contêm taxas alfandegárias ou até normas fitossanitárias que impedem a entrada de produtos.

bares, foram os estabelecimentos que mais verificaram este aumento. (Consumer food servicee in switzerland, julho de 2015). Ainda neste âmbito, e uma vez que a Suíça obteve uma recuperação económica mais forte que a zona euro em 2014, com taxas de desemprego a diminuírem ligeiramente e com uma taxa de inflação muito próxima de zero, o serviço de restauração cresceu cerca de 1% em 2014, em termos de vendas. De salientar que os supermercados, em 2014, observaram um crescimento de 2% em termos de valor actual, esperando-se uma tendência de crescimento mais lento ou até de estagnação. (Grocery Retailers in switzerland, Março de 2015). De destacar, que na liderança das discount stores evidencia-se o hipermercado Denner, contudo, neste âmbito, o Lidl e o Aldi também tenham assumido crescente importância.

CONCLUSÕES A Suíça revela-se uma das economias mais desenvolvidas e competitivas a nível

mundial, com elevada densidade populacional para a sua reduzida dimensão, com um elevado PIB pc que confere aos seus consumidores um elevado poder de compra. As perspetivas económicas para o setor agroalimentar demonstram sinais de relativo crescimento, embora a um ritmo mais lento relativamente aos anos passados. De revelar, que a população suíça prefere melhor qualidade em detrimento de um menor preço o que lhes permite margem de manobra para um consumo médio alto. Ao nível deste setor, concluiuse a larga importância das exportações portuguesas para este país.

MAIS INFORMAÇÕES geral@agrocluster.com 249 839 500 www.agrocluster.com

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