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Fevereiro 2017 | Ano II | N.º 17
Entrevista Miguel Cruz, ex-presidente do IAPMEI
“Santarém está no conjunto de distritos que maior nível de candidaturas e de investimento aprovado tem no Portugal 2020”
+ Naturea
Internacionalização
A marca do Ribatejo que produz alimentação para cães e gatos biologicamente apropriada
Vinhos Casa Cadaval estão… na boca do mundo
João Vasconcelos, Secretário de Estado da Indústria “Há um novo Ribatejo a nascer e que quer fazer parte do melhor que o século XXI tem para oferecer”
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ÍNDICE
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Fevereiro 2017 | Ano || | N.º 17
DESENVOLVIMENTO REGIONAL 04 06 10 12 14 20
Notícias das empresas Novos investimentos: Programa de Valorização das Áreas Empresariais Novos investimentos: The Agartha Boutique Hotel Empresas: Terreiro Poder Local Entrevista a Miguel Cruz, ex-presidente do IAPMEI
INFORMAÇÃO E APOIO 12
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Crónica Gastronómica: Açafrão Processos de extinção de incêndios Linha de Crédito Capitalizar Indústria 4.0
VIVER O TEJO 28
Percurso Pedestre: Rota entre o Aqueduto e o Alviela
INFORMAÇÃO E APOIO 30 31 32
Cópias de Segurança Formação: o micro-learning SIFIDE II: Sistema de Incentivos Fiscais à I&D Empresarial
EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO
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João Vasconcelos, Secretário de Estado da Indústria: “Há um novo Ribatejo a nascer e que quer fazer parte do melhor que o século XXI tem para oferecer”
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Notícias Empresas: Couro Azul Empresas: Naturea
INTERNACIONALIZAÇÃO 44 46 48 49 48 FICHA TÉCNICA Diretora: Maria Salomé Rafael Conselho Redatorial: Cláudia Monteiro Sandra Pereira ribatejo.invest@nersant.pt
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Notícias Empresas: Casa Cadaval Empresas: Hidro Ibérica Informação de mercado: Agriexport – Emirados Árabes Unidos
Publicidade: Maria João Rodrigues maria.joao@nersant.pt Propriedade: NERSANT, AE. Várzea de Mesiões - Apartado 177 2354-909 Torres Novas Tel.: 249 839 500 | Fax: 249 839 509 www.nersant.pt
Periodicidade: Mensal Tiragem: 500 exemplares
Isento de registo na ERC ao abrigo do decreto regulamentar 8/99 de 9/6 artigo 12.º, n.º 1 a)
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DESENVOLVIMENTO REGIONAL
AGROSPORT TEM NOVA IMAGEM CORPORATIVA
Editorial
Ribatejo Invest
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oucos dias depois de ter deixado as funções de presidente do IAPMEI, Miguel Cruz conversou com a Ribatejo Invest. Numa longa entrevista, Miguel Cruz relembrou as mudanças registadas nos últimos anos nas políticas de apoio e incentivo às empresas e deixa um alerta sobre os desafios que se colocam nos próximos anos. É essa entrevista que o convidamos a ler e à qual damos especial destaque nesta edição. Em fevereiro, recordamos também a visita do Secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, à Startup Santarém, onde foi apresentado o projeto Ribatejo Empreende, promovido pela NERSANT e cofinanciado pelo Compete 2020. Esta iniciativa serviu também para entregar os certificados aos participantes do 1º Programa de Aceleração de Ideias e aos vencedores dos dois concursos de ideias de negócio. De resto, e como habitual, damos a conhecer nesta edição novas histórias de sucesso empresarial e alguns projetos de investimento e de inovação que estão em curso. Quem conhece bem a dinâmica empresarial desta região encara com naturalidade o facto de ter sido este o distrito que mais candidaturas apresentou ao Vale Inovação, uma das medidas lançadas no âmbito da estratégia nacional para o empreendedorismo. A NERSANT, através da Startup Santarém, assumiu a liderança nacional ao submeter 18% das candidaturas. Outra das boas notícias deste mês foi a apresentação do Programa de Valorização das Áreas Empresariais pelo Governo. A anunciada construção de novas acessibilidades à Zona Industrial de Riachos e ao Parque de Negócios de Rio Maior, investimentos há muito aguardados, trará certamente melhorias significativas à atividade das empresas.
Maria Salomé Rafael Presidente da Direção da NERSANT
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Ao fim de 25 anos de atividade, a empresa Agrosport mudou a sua identidade corporativa. Esta mudança, explicou a empresa, prende-se com a vontade de continuar a crescer e evoluir. Da nova identidade corporativa fazem parte uma nova imagem e uma nova organização gráfica, a marca PNTECH se assume como líder na construção de painéis de construção a nível nacional e internacional. A empresa do ramo da Construção Civil e dedicada à fabricação de Painéis de Cofragem em Alumínio, situa-se em Vale da Pinta, Cartaxo.
NOVO CANAL DE TELEVISÃO RELIGIOSO VAI NASCER EM FÁTIMA Fátima vai acolher um novo canal de televisão religioso. A Angelus TV, projeto privado de inspiração cristã e de divulgação cultural, terá sede nesta cidade do concelho de Ourém e representa um investimento na ordem dos 800 mil euros. A grelha de programação semanal, para uma emissão diária de 24 horas, está definida e é diversificada, integrando programas de informação, com magazines diários em direto às 13:00 e às 19:30, de Cultura, Saúde e Culinária. Alguns programas são especialmente vocacionados para crianças. Noutros espaços serão exibidos Filmes e Documentários. Assumindo de forma evidente a génese cristã católica do projeto, a Angelus TV dará destaque à informação religiosa e exibirá programas de oração, formação e evangelização. Além dos programas temáticos, transmitirá em direto a Eucaristia diária das 11:00 e o Rosário às 21:30 a partir do Santuário de Fátima. À quarta-feira será transmitida a Catequese do Papa, e ao Domingo o Angelus, estes últimos a partir do Vaticano. Quanto à difusão em território nacional, o canal estará presente nas operadoras por cabo em Portugal e nos países de língua oficial portuguesa, com distribuição sem custos para os telespetadores. O canal também vai estar disponível na internet. O canal já estabeleceu parcerias com a Agência Lusa, a Paulus Editora e a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS). Estando sediados em Fátima, o objetivo do projeto televisivo é estreitar relações com os organismos e entidades civis locais e regionais e com a população, valorizando por isso todas as iniciativas de cooperação e aproximação à comunidade. A sede da Angelus TV será na zona da Tapada da Ajuda, em Fátima. Até à conclusão das obras, a produção da Angelus TV conta com a parceria da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes, ao abrigo do protocolo assinado com o Instituto Politécnico de Tomar.
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GRUPO TRANSFOR APOSTA NA CERTIFICAÇÃO
RIOGRÁFICA RENOVA QUALIDADE A RioGráfica – Tipografia Santos & Marques, Lda., viu renovada a certificação do seu sistema de gestão da qualidade no dia 20 de janeiro, data em que recebeu a auditoria externa anual que comprova o funcionamento do sistema. De acordo com a empresa, o relatório da auditoria foi apresentado pelo terceiro ano consecutivo sem nenhuma Não Conformidade Maior nem Menor, o que atesta desde logo o profissionalismo e rigor com que
a empresa de Rio Maior é gerida e tratada por todos os colaboradores. Na mesma informação, a empresa explicou anda que “a entidade certificadora QEC teceu inúmeros elogios ao nosso sistema que já se encontra implementado desde 2004, tendo sofrido maiores alterações em 2014 com a otimização de alguns processos e com uma maior adaptabilidade de todo o sistema de Qualidade ao sistema de Gestão da Riográfica”.
MULTINACIONAL FRANCESA RECRUTA PROGRAMADORES INFORMÁTICOS
LANÇADA FASE PILOTO DO “SELO DE QUALIDADE E+” Foi lançada recentemente a fase piloto da iniciativa “Selo de Qualidade e+”, inserida na campanha “A Qualidade de Serviços cabe a todos”, dinamizada pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), em parceria com o IAPMEI, a DGEG, a REN - Rede Elétrica Nacional, EDP Distribuição e as entidades gestoras dos parques empresariais e industriais (Câmaras Municipais, Depomor e AICEP Global Parques). O “Selo de Qualidade e+” tem como objetivo atestar a qualidade de serviço no fornecimento de energia elétrica nos parques empresariais e industriais ade-
O Grupo Transfor, consciente da importância de uma política ambiental sustentável, tem apostado no seu desenvolvimento através da proteção do ambiente, da prevenção da poluição e da consciencialização de todos que executem tarefas para a Transfor ou em seu nome e que possam causar danos ambientais significativos. Este empenho na aplicação de boas práticas ambientais resultou já na certificação ambiental da empresa Transfor Engenharia e Construção S.A.ao abrigo da norma ISO 14001:2015. De igual modo, o grupo tem apostado na melhoria contínua por forma a elevar os padrões de qualidade dos seus produtos e em melhorar os processos produtivos de modo a alcançar esses objetivos, tendo também este trabalho sido reconhecido com a atribuição do certificado da qualidade à Transfor Indústria, S.A., no âmbito da norma ISO 9001:2015. O Grupo sediado em Fátima arrecadou ambas as certificações em janeiro.
rentes, tornando-se uma ferramenta de promoção e de competitividade. Trata-se de uma iniciativa de caráter voluntário que pretende valorizar as medidas de melhoria da qualidade de serviço de energia elétrica concretizadas pelos promotores ou gestores de parques empresariais e industriais que aderirem à iniciativa.
A Interlog Solutions, multinacional francesa instalada na Zona Industrial de Caxarias, concelho de Ourém, encontra-se em fase de enorme investimento na sua unidade de Portugal, estando por isso a recrutar para entrada imediata programadores informáticos para dar suporte a diversos projetos internacionais (C#, VB, JAVA/J2EE). Os interessados em concorrer às vagas disponibilizadas pela empresa deverão enviar o seu Curriculum Vitae para o endereço de correio eletrónico vanda.vitorino@ temperalternativo.com. De referir que a Interlog Solutions conta já mais de 15 anos de atividade em desenvolvimento, programação e suporte informático nas áreas da logística e transportes, entre outras, com polos de desenvolvimento em França (sede), Índia, Portugal e Estados Unidos da América.
MARSIPEL COMEMOROU 40 ANOS No dia 20 de janeiro, a empresa Marsipel - Indústria de Curtumes S.A. comemorou 40 anos de atividade. No seu portal, onde anunciou a efeméride, a empresa garante que vai continuar a trabalhar rumo às necessidades dos seus clientes, uma vez que “a qualidade e a satisfação do cliente são as grandes prioridades da empresa”. A Marsipel encontra-se situada em Alcanena e integra toda a cadeia produtiva inerente ao processo de trans-
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formação do couro, desenvolvendo a sua atividade em 4 unidades fabris, sediadas em Alcanena (que em conjunto ocupam uma área coberta de 38.000 m2). Com uma capacidade de produção anual de peles acabadas superior a 25 milhões de pés quadrados, a Marsipel especializou-se na produção e comercialização de peles de bovino para as indústrias de calçado, artigos de couro e mobiliário.
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DESENVOLVIMENTO REGIONAL Programa de Valorização das Áreas Empresariais apresentado no Entroncamento
Mais de 10,5 milhões de euros vão ser investidos no distrito de Santarém O Primeiro-Ministro, António Costa, apresentou no dia 7 de fevereiro, pelas 16 horas, nas instalações da MSC do Entroncamento, junto à Zona Industrial de Riachos, o Programa de Valorização das Áreas Empresariais. Segundo o Governo, este programa vai permitir um investimento público de 180 milhões de euros nas áreas industriais (dos quais 102 milhões em acessibilidades rodoviárias e 78 milhões na criação e na expansão de zonas industrias). No distrito de Santarém são dois os projetos contemplados: a construção de acessibilidades à zona industrial de Riachos, que liga os concelhos de Torres Novas, Golegã e Entroncamento, com um investimento de 8,35 milhões de euros, a concretizar até 2020, e a requalificação da ligação da zona industrial de Rio Maior à estrada nacional 114, no concelho de Rio Maior, com um investimento de 2,4 milhões de euros, a concretizar até 2019. No total, são 10,75 milhões de euros de investimento no distrito de Santarém. No evento, o Primeiro-Ministro disse que o investimento público de 180 milhões de euros do Programa de Valorização das Áreas Empresariais nas áreas industriais vai potenciar o investimento privado já realizado, com ganhos para o país em termos de crescimento e criação de emprego. “Por isso, a prioridade foi muito clara: servir as zonas de localização empresarial e fazer o investimento público que melhor potencia o investimento privado realizado (..) e que pode ter melhor ganho de eficiência e melhor encurtamento de prazos de distribuição de mercadorias ou de acesso às matérias primas”, acrescentou. “É isso que estamos aqui hoje a fazer, investimentos que permitem potenciar o investimento que já foi feito pelas empresas, pelas autarquias, nas zonas industriais, e pelo Estado, nas infraestruturas rodoviárias e ferroviárias, e que temos de potenciar para termos mais crescimento, melhor emprego e maior igualdade”, afirmou António Costa. O Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, afirmou que além do investimento das acessibilidades em 12 áreas empresariais, contemplado no Programa de Valorização das Áreas Empresariais, o Governo tem “a expetativa de que mais 50 áreas empresariais venham a ser aprovadas no mapeamento a apoiar por Bruxelas, no mapeamento das três
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zonas de convergência”, as regiões Norte, Centro e Alentejo. O presidente da Câmara de Torres Novas, Pedro Ferreira, aplaude esta estratégia de desbloqueio destes investimentos que “representa o concretizar de um anseio de há muitos anos”. O autarca sublinha que a melhoria das acessibilidades à zona industrial de Riachos, com provas dadas em termos de dinâmica, a nível nacional e europeu, irá permitir duplicar, ou até triplicar, os negócios que aqui se geram, aumentando a competitividade do território e facilitando a movimentação de mercadorias sem prejudicar as localidades por onde passam os camiões. Tal permitirá captar novos investimentos, criar mais riqueza, mais emprego e melhorar a qualidade de vida da nossa região. À autarquia torrejana cabe agora assumir a sua quotaparte do investimento (15% e as parcelas relativas a expropriações para a construção da nova variante). A Presidente da Direção da NERSANT, Maria Salomé Rafael, que acompanhou o lançamento do projeto de investimento do Governo na MSC do Entroncamento, referiu à Ribatejo Invest que este anúncio é da maior importância para a região do Ribatejo. “Quer o Entroncamento, Torres Novas e Rio Maior são localizações dotadas de uma centralidade única, pelas excelentes acessibilidades que têm e que nos levam não só à capital do país, mas também ao norte, ao sul e até a Espanha. É com muita satisfação que vejo esta valorização acontecer. É um ponto a favor da competitividade das nossas empresas”, assegurou a dirigente associativa. O Programa de Valorização das Áreas Empresariais destina-se a reforçar a com-
petitividade das regiões de convergência, melhorar as condições de instalação das empresas nas áreas em que existe falta de espaços de implantação empresarial, potenciar a criação de emprego e aumentar as exportações. O investimento nas acessibilidades de 12 áreas empresariais já existentes, realizado maioritariamente com orçamento da Infraestruturas de Portugal, tem como objetivo reduzir o tempo de percurso até à rede estruturante, facilitar o acesso aos portos e à fronteira, fomentar o crescimento económico e a captação de novos investimentos e aumentar a circulação rodoviária. Os critérios para este investimento passaram pela redução do tempo de percurso, o custo por quilómetro e a dimensão do tecido empresarial. Por regiões, o Norte, no eixo das acessibilidades rodoviárias, terá oito intervenções (seis construções e duas requalificações), num total de 39 quilómetros de extensão, o que representa um investimento de 82 milhões de euros. Para a criação e expansão de áreas empresariais estão reservados 30 milhões de euros. Na região Centro estão previstas duas intervenções rodoviárias (uma requalificação e uma construção nova) na extensão de 21 quilómetros, o que representa um investimento de 15 milhões de euros. Para as áreas empresariais, o investimento ascende a 35 milhões de euros. No Alentejo está previsto um investimento de 13 milhões nas áreas de acolhimento empresarial e cinco milhões para as acessibilidades, estando contempladas uma requalificação e uma construção, num total de cinco quilómetros.
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Rações Zêzere aposta em formação profissional A Rações Zêzere, empresa de Ferreira do Zêzere dedicada ao fabrico e comercialização de cereais, misturas e alimentos compostos para animais de criação, tem vindo a apostar em formação profissional, acreditando que esta “ferramenta de gestão” se reflete claramente na qualidade dos seus produtos. “A empresa Rações Zêzere tem apostado em ações de formação orientadas para o conhecimento técnico e operacional adequadas a atividade da empresa, tendo em conta que este setor tem sofrido mudanças ao nível dos equipamentos tecnológicos introduzidos, maiores exigências legais, concorrência, matérias-primas utilizadas, entre outros que requerem a dedicação e envolvimento de todos os trabalhadores vinculados a empresa. Deste modo, considera-se importante proporcionar formação aos trabalhadores, pois acreditamos que irá influenciar a qualidade dos produtos e trazer valor acrescentado à empresa”, fez saber Ana Lopes, do Departamento de Recursos Humanos da empresa. De facto,
continuou a profissional, a formação profissional é vista pela organização como uma importante “ferramenta de gestão para fazer face às mudanças”, podendo de igual modo “alertar, sensibilizar, aconselhar e prevenir alguns erros que se fazem de forma negligente e inocente”. A formação, continuou ainda, “deverá contribuir para uma melhor adaptação dos trabalhadores às exigências do posto de trabalho, para melhorar a qualidade dos produtos e para fazer face à introdução de novas tecnologias”. E concluiu, afirmando que “por mais evoluída que seja uma empresa quanto à sua tecnologia e infraestruturas, se não houver uma estratégia de qualificação dos trabalhadores, esses investimentos poderão ficar aquém do desejado”. Quanto a áreas de formação, a Rações Zêzere tem apostado recentemente na área da Segurança, tendo desenvolvido no ano de 2016 as ações de formação “Segurança e Higiene no Trabalho”, “Higiene e Segurança Alimentar”, “Primeiros Socorros e Combate a Incêndios” e “Segurança na Opera-
ção de Empilhadores”, numa lógica de que a prevenção é sempre a melhor solução. A empresa tem contado com a NERSANT para o desenvolvimento destas ações de formação “à medida”, uma vez que permitem, segundo a profissional dos Recursos Humanos, “uma flexibilidade e liberdade de carga horária, conteúdos programáticos e número de formandos, o que seria difícil de conciliar com outras modalidades de formação. Ana Lopes terminou a sua conversa com a Ribatejo Invest dizendo que uma empresa com colaboradores despertos para a formação é uma empresa mais competitiva. “Tudo leva a crer que um trabalhador disposto a aprender é um trabalhador mais eficiente e produtivo, pois consegue transferir os conhecimentos adquiridos para o local de trabalho e por conseguinte influenciar o comportamento da equipa ao nível da forma de pensar, interagir, de pertença e nas trocas de saberes que trarão certamente benefícios à empresa”, concluiu a responsável pelos recursos humanos da empresa.
IAPMEI com agenda online para gestão de projetos Portugal 2020 O IAPMEI tem agora disponível uma agenda eletrónica, com um calendário de obrigações e avisos automáticos de novidades, por empresa e por projeto, bem como informações e recomendações de atuação contextualizadas a cada situação. Com este nova funcionalidade, o IAPMEI, no âmbito das suas atribuições de acompanhamento dos projetos do Portugal 2020, pretende melhorar a informação às empresas nesta matéria. O lançamento desta ferramenta, medida integrada do programa Simplex+, dedicada às empresas e gestores de projeto com processos de candidatura a decorrer no Portugal 2020, QREN e Comércio Investe, surge na sequência
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do lançamento da Consola de Gestão de Incentivos IAPMEI+, que disponibiliza instrumentos inteligentes destinados a apoiar as empresas no cumprimento das obrigações associadas à execução dos projetos. Para além da agenda eletrónica agora disponibilizada, os empresários contam ainda com um canal eletrónico de men-
sagens, através do qual podem obter de forma direta, todos os esclarecimentos de que necessitem. A Consola de Gestão de Incentivos IAPMEI continuará a ser desenvolvida pelo IAPMEI e serão disponibilizadas brevemente outras funcionalidades relevantes para apoio à gestão dos projetos por parte das empresas acrescentou o executivo.
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DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Heróis PME
Três empresas da região a concurso O Prémio “Heróis PME”, uma iniciativa Yunit Consulting e SIC Notícias, pretende dar a conhecer histórias empresariais de sucesso e distinguir empresários que estão a criar emprego e contribuir para o crescimento do país. Da região do Ribatejo, estão três empresas a concurso.
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Yunit Consulting, consultora nacional especializada em pequenas e médias empresas, lançou em novembro o prémio “Heróis PME – Histórias de empresas que deram o salto”, concurso que pretende assegurar reconhecimento público aos empresários portugueses que, ao arriscar, conseguiram que as suas empresas gerassem investimento, riqueza e emprego nos seus mercados de atuação, trazendo crescimento à sua região e ao país. O objetivo do concurso, explicou a consultora em comunicado, é dar a conhecer histórias de sucesso e distinguir os empresários que, com a sua visão, trabalho e perseverança estão a fazer a diferença. “As empresas são mais do que apenas números. São, sobretudo, pessoas. É, essencialmente, do empresário que dependem as decisões difíceis, e estas frequentemente são muito solitárias. A sua visão, a leitura que faz da realidade, e a consciência do impacto que tem na comunidade que o rodeia, são a sua base. Mas não há segurança. Não há garantias a 100%. É preciso arriscar e para isso é preciso ter coragem”, afirmou o CEO da Yunit, Ricardo Gonçalves Pereira, acrescentando ainda que “é necessário dar o justo reconhecimento à coragem, à visão e ao impacto social positivo que promovem com
as suas decisões. O objetivo não é premiar só resultados, que também são importantes, mas sim reconhecer e louvar o caminho que ousaram percorrer. Ao olharmos para o caminho e não só para a meta, descobrimos os verdadeiros motivos do sucesso e todos podemos aprender a ser melhores”. As candidaturas de empresas e empresários já encerraram. No portal da iniciativa (www.heroispme.pt) estão já disponíveis os candidatos nos quais o público poderá votar. O nível de heroísmo, o impacto social e a capacidade inspiracional são os três fatores votados. O concurso prevê que seja feita um vídeo com cada um dos concorrentes. Para ganhar, a história tem que estar entre as 10 mais votadas pelos
milhares de visitantes deste site. E ser uma das cinco escolhidas pelo júri do projeto. Se a empresa fizer parte das 10 mais votadas, mas não chegar ao top 5, mesmo assim terá direito a uma reportagem, em vídeo, feita pela SIC Notícias e partilhada em todos os canais digitais do projeto. Cada um dos cinco grandes vencedores desta iniciativa terá direito a um programa exclusivo sobre a sua empresa na série Heróis PME da SIC notícias. Os interessados poderão votar nos seus heróis favoritos no portal da iniciativa até 7 de março. No dia 14 do mesmo mês, serão divulgados as 10 histórias com maior pontuação. Da região do Ribatejo, estão três empresas a concurso. A Ribatejo Invest já votou? E você?
GAPIC “Depois de nós, a contabilidade nunca mais voltará a ser como era” Fundada: 1981
Sede: Entroncamento
ANTES DO SALTO A nossa empresa já existia há 35 anos, com uma carteira de mais de 200 clientes. No nosso setor de contabilidade, a informação torna-se muitas vezes complexa e sentimos a necessidade de tornar a essa informação muito mais simples e fácil de compreender. Ao tornarmos a contabilidade mais fácil de compreender e assimilar, os clientes possuem mais ferramentas para gerirem melhor a sua empresa. Fizemolo através de um relatório mensal, a que demos o nome de “SEARA” original e concebido por nós, onde é reunida informação
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simplificada, de organização simples (imensamente mais simples do que o balancete ou o balanço que são as práticas habituais no setor). Consideramos um salto qualitativo porque transformou a contabilidade das empresas de uma informação complexa, apenas ao alcance dos peritos, para ser também acessível ao empresário comum.
O QUE MOTIVOU O SALTO A razão principal que nos levou a dar este salto qualitativo foi a necessidade de sermos mais competitivos, e de oferecermos uma diferença relativamente aos nossos
concorrentes. Atualmente temos uma pessoa apenas a trabalhar nestes relatórios.
DAR OU NÃO O SALTO O processo de decisão foi simples, e partiu do departamento de marketing. Criar uma linguagem acessível aos clientes era o objetivo. Que foi conseguido. Foi necessária no entanto muita coragem da administração para mudar uma forma de trabalhar que existia desde sempre nos gabinetes de contabilidade e praticamente imutável.
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VIGOBLOCO “Quando ninguém acreditava que havia saída, construímos um grande projeto de internacionalização” Fundada: 1977
Sede: Urqueira – Ourém
ANTES DO SALTO A Vigobloco iniciou atividade em 1977, com a fabricação de vigas e blocos de betão. Atenta às necessidades do mercado, a empresa foi introduzindo novos produtos para a construção (pré-fabricação pesada) e entrando em novos mercados como foi o caso da inserção de elementos préfabricados para edifícios em 1992, o fabrico de travessas para a via-férrea em 1994 e a diversificação da atividade com a conceção, fabrico e montagem de elementos pré-fabricados para Pontes e Viadutos em 2004. Assente nesta política de diversificação foi conseguindo atingir o objetivo de crescimento das vendas nos vários anos, atingindo em 2010 um volume de negócios aproximado de 13,6 milhões de euros, em que cerca de 51 % eram obras públicas. Em 2011, surgiu a crise económica e financeira em Portugal, sendo o setor da construção o mais afetado. O investimento em obras públicas ficou congelado, provocando uma
quebra das vendas em cerca de 35% em 2011 e com tendência para piorar nos anos seguintes.
O QUE MOTIVOU O SALTO O que motivou o salto foi efetivamente a crise que se instalou em Portugal, com principal impacto no setor da construção. Estando a Vigobloco com mais de mais de metade da sua atividade assente no mercado das obras públicas, não vimos outra alternativa se não apostar no mercado internacional e decidiu aceitar o desafio: “Missão Vivenda na Venezuela”, e, em parceria com o Grupo Lena Engenharia e Construções, construiu duas unidades fabris de pré-fabricados na Venezuela para a produção de prefabricados para 12 500 habitações.
DAR OU NÃO O SALTO Foi uma decisão rápida. Foi-nos dada a oportunidade de concorrer ao projeto
acima referido e, em apenas duas semanas, desenvolvemos o estudo e apresentámos proposta. A decisão foi difícil, pois a Vigobloco é uma empresa de gestão familiar e sabíamos que este desafio obrigaria a uma dedicação da gestão de topo no local e por conseguinte um sacrifício no seio familiar. Sabíamos que a decisão que estávamos a tomar de iniciar atividade na Venezuela era arriscada, tratava-se de um país de grande risco social e considerado de grande criminalidade. Por outro lado, o projeto era ambicioso e de grande exigência técnico-profissional, com um prazo de concretização reduzido, num país que não conhecíamos em termos de legislação e de cultura e sem experiência na área do expatriamento do pessoal. Apesar da identificação dos riscos, todos, na administração, éramos unânimes na decisão. Não tínhamos outra alternativa se não aceitar este desafio. Era impossível sobrevivermos sem este passo.
MENDES GONÇALVES “Somos um grupo de pessoas confiantes, alegres e com os olhos postos no mundo” Fundada: 1982
Sede: Golegã
ANTES DO SALTO Existíamos há 30 anos, fazíamos vinagres e molhos, éramos uma média empresa com cerca de 150 pessoas. Íamos crescendo o nosso negócio de uma forma gradual todos os anos, fazíamos fundamentalmente marcas próprias, tendo a nossa marca pouca expressão e estando muito suportada no preço baixo e alguma diferenciação. Tínhamos uma pequena expressão internacional, exportando para alguns mercados, fundamentalmente os tradicionais mercados da saudade e África de expressão Portuguesa.
O QUE MOTIVOU O SALTO O facto de ser uma empresa familiar com um negócio de commodities, muito dependente do mercado nacional e sem ter uma marca com notoriedade. Era um caminho perigoso, que não permitia grandes crescimentos futuros e com
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grandes riscos de sustentabilidade, no caso de perda de um negócio importante. Assim, era absolutamente necessário profissionalizar a empresa, aproveitando o que tinha de bom enquanto empresa familiar mas acrescentando uma gestão e uma visão totalmente profissionalizada. Verificava-se a necessidade imediata de criar mais valor e fortalecer uma das marcas próprias da empresa. Tornava-se também absolutamente imprescindível ter uma política de internacionalização, criando novos mercados, reduzindo a dependência do mercado nacional (pequeno e muito centralizado em poucos clientes) e aumentando a capacidade de produção e a dimensão da empresa.
DAR OU NÃO O SALTO Foi, antes de mais, uma decisão muito ponderada mas necessária para assegurar o futuro da empresa, de todos os que nela
trabalhavam e de todos os que viriam a trabalhar. Foi uma decisão muito difícil e com resistências internas, que chegaram mesmo a motivar a saída de uma das sócias. Mas era antes de mais uma decisão que se impunha pela sobrevivência futura da empresa. Foram tempos de incerteza, de muitas noites sem dormir, principalmente pela situação da saída da sócia, também irmã, e consequente cisão familiar que se previa suceder. No entanto, a decisão foi tomada com grande firmeza e certeza de que era a única alternativa possível para um futuro saudável da empresa e para poder almejar outros voos. Foi uma decisão rápida, mas a demora de cerca de um ano nos processos burocráticos, causou bastantes preocupações, nervosismo, muitas mais noites em claro, tornado esta fase muito traumática. Foi um período de dúvidas e incertezas, até, claro, por parte da banca.
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DESENVOLVIMENTO REGIONAL
The Agartha Boutique Hotel
Entre Tomar e Fátima nasceu um conceito diferente na área da hotelaria Em setembro de 2016, “The Agartha Boutique Hotel”, no lugar de Monchite, em Sabacheira, no concelho de Tomar, nasceu como uma proposta diferenciada de hotelaria, como um convite a uma experiência de descanso e de tranquilidade, de quebra da rotina e de bem-estar, ao conciliar num mesmo espaço o equilíbrio entre a Natureza e as comodidades do mundo moderno.
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m mês depois, The Agartha foi valorizado com a abertura do “Abundância Restaurante”, que serve os hóspedes do boutique hotel mas é aberto à população em geral. Com Pedro Rodrigues como chefe de cozinha, o Abundância situa-se no segmento da cozinha tradicional portuguesa, dentro do conceito da quinta para a mesa, com a opção preferencial pelos produtos locais, e com pratos apresentados com um toque criativo e de requinte. O propósito da diferenciação relativamente ao que existe na área da hotelaria e da restauração na região é notório e surpreende quem chega. The Agartha Boutique Hotel dispõe de nove quartos, todos decorados de forma exclusiva, uma casa familiar com dois quartos e uma sala, o restaurante Abundância e uma sala multiusos com capacidade para 75 pessoas sentadas. A sala poderá ser reservada para festas temáticas – nos últimos quatro meses já algumas ali tiveram lugar -, apresentação de produtos, conferências, workshops, iniciativas familiares ou eventos empresarias. “Nas opiniões que tenho recebido sobre este projeto uma palavra tem ressaltado: improvável. Concordo plenamente com ela, já que a improbabilidade é uma característica do The Agartha desde o seu início”, explica Sérgio Freitas, promotor do empreendimento, natural de Tomar, engenheiro de formação. Localizado num lugar improvável, uma pequena localidade mesmo na fronteira entre Tomar e Ourém, entre vales e serra, o nascimento deste hotel é ele mesmo inesperado até porque a formação e experiência profissional do promotor assentava e apontava para caminhos diferentes, já que Sérgio Freitas trabalhava como project manager em projetos de engenharia internacionais numa empresa multinacional da área da construção. Sérgio Freitas dedica-se agora totalmente a este empreendimento. O próprio nome do boutique hotel é inusual. “Agartha é um termo místico associado à Natureza e que designa o interior da Terra, pois estamos num local muito
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especial, envolvido pela Mãe-Natureza”, explica o promotor. The Agartha Boutique Hotel tem como principal mais-valia o estar em plena união com a Natureza mas simultaneamente muito próximo dos centros urbanos de Fátima, Ourém e de Tomar. Situa-se a 10 quilómetros de Tomar e a 17 de Fátima, é favorecido pela ligação do IC9, com saída em Carregueira - Fungalvaz, ali mesmo ao lado. Situa-se ainda na vizinhança da praia fluvial do Agroal, na maior nascente do rio Nabão, nos últimos anos a ganhar destaque como local de turismo e visita. “Nestes primeiros quatro meses desde a inauguração, os hóspedes do hotel têm vindo um pouco de todo o país e alguns chegaram do estrangeiro. O restaurante tem tido muito bom acolhimento, o que agradecemos e queremos incentivar. A presença nos meios digitais ajuda muito à divulgação do empreendimento, as pessoas têm interesse em conhecer projetos inovadores”, sublinha Sérgio Freitas. A ideia para este desafio profissional teve início em 2010: “Tinha residência em Braga mas na génese do The Agartha vivia no Togo, em África. Sempre senti necessidade de sair da rotina frenética do dia-a-dia, de procurar tranquilidade, para encontrar o equilíbrio e de recarregar baterias, decidime então criar para mim e para quem o deseje um empreendimento com estas características”.
A arquitetura é assinada por Filipe Saraiva, que projetou de forma harmoniosa a reabilitação de algumas das estruturas do centenário edifício primitivo, conjugando nos diversos espaços os materiais de construção locais, como o calcário, e a integração da natureza no próprio edifício – no átrio da receção uma oliveira centenária dá as boas-vindas a quem chega. “A Agartha foi edificada em estruturas de pedra originais com centenas de anos, mantendo a traça original e todas as características construtivas desta região templária”, evidencia Sérgio Freitas. O projeto de engenharia esteve a cargo do próprio promotor, a construção, nas várias especialidades, foi toda entregue a empresas da região. A decoração é sóbria com elementos tradicionais locais e outros mais contemporâneos. Toda a construção preserva a arte local dos Homens que trabalham a pedra. “Procuro em primeiro lugar os serviços de empresas da região, como forma de valorizar a desenvolvimento local e como primeiro meio de diálogo com as pessoas, empresas e entidades”, explica Sérgio Freitas. Um dos exemplos é o espaço Saúde para massagens de relaxamento, rejuvenescimento e terapêuticas, sessões de Yoga e de Reiki, que o empreendimento também possibilita, mas que está entregue ao cuidado de uma empresa especializada.
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DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Terreiro
Sucesso empresarial começou com a venda de vinho embalado em Bag-in-Box Com poucos anos de existência, a Terreiro é hoje um caso de sucesso empresarial. Manuel Terreiro, empresário do Cartaxo, recorreu à experiência profissional que possuía no mundo dos vinhos para criar a sua própria empresa. Hoje, a Terreiro emprega 22 colaboradores e está a exportar para os quatro cantos do mundo.
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azendo o percurso inverso à maioria das empresas de vinhos, a Terreiro começou por ser um operador no setor do comércio e distribuição. Só mais tarde, a empresa decidiu investir no setor dos vinhos, construindo uma unidade produtiva e criando marcas próprias. Comecemos por recuar a 2008, ano em que Manuel António Terreiro resolveu criar a sua empresa, a Terreiro Distribuição, através da abertura de um Cash & Carry. Tudo começou numas pequenas instalações situadas no Cartaxo e, como o nome deixa antever, a Terreiro começou por dedicar-se, inicialmente apenas ao negócio da distribuição. Ali os clientes passaram a encontrar, num só espaço, todo o sortido de vinhos e bebidas espirituosas a preços competitivos. A satisfação dos clientes levou ao crescimento do negócio e posteriormente à mudança para umas instalações maiores. O Cash & Carry está aberto ao público em geral e não apenas aos comerciantes. Aos clientes que fazem encomendas de vulto, a Terreiro faz a entrega das encomendas, recorrendo à sua própria frota de camiões. A empresa investiu também numa plataforma online que permite aos seus clientes aceder aos produtos de forma fácil, assegurando depois as entregas a partir de
O sistema Bag-in-Box (BIB), embalamento em pacote, acabou por dar uma vantagem competitiva à Terreiro, uma vez que eram poucas as empresas que na altura investiam neste tipo de embalamento.” 12
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Alice Simões, enóloga, e Ana Pedro, Diretora Financeira da Terreiro
um determinado valor de encomenda. Mas a história da Terreiro não ficou por aqui. Em 2010, Manuel Terreiro resolveu apostar noutro segmento de negócio. Ana Pedro, Diretora Financeira da Terreiro e sobrinha do administrador, explica que o tio possuía já uma experiência profissional de 30 anos no setor dos vinhos. “O meu tio sempre acompanhou o meu avô, que toda a vida trabalhou em vinhos e era comissionista na venda de vinhos porta a porta”. Foi assim que, ao perceber que estava perante um setor com enorme potencial de crescimento, Manuel Terreiro resolveu investir na produção de vinho de alta qualidade embalado. Ana Pedro explica que o facto de não terem vinhas próprias não foi um obstáculo. “A Terreiro compra o vinho a granel a diversos fornecedores e tenta controlar a vinificação. Depois preparamos o vinho, fazemos os lotes, os blends e preparamos o vinho ao gosto do cliente”. O sistema Bag-in-Box (BIB), embalamento em pacote, acabou por dar uma vantagem competitiva à Terreiro, uma vez que eram poucas as empresas que na altura investiam neste tipo de embalamento de vinho. O BIB é
muito utilizado na restauração, pelo facto de permitir a utilização integral de todo o conteúdo da embalagem, desde que se abre o pacote até ao último copo, sem perda de qualidade do vinho. Nos restaurantes e cafés, o vinho embalado em BIB é usualmente servido em jarros e vendido ao cliente, como o vinho da casa. Ana Pedro reconhece que “muitas vezes as pessoas nos restaurantes não sabem que o vinho da casa que estão a beber é nosso”. A preocupação da empresa é “vender sempre um vinho de muita qualidade, de forma a agradar aos nossos clientes, procurando sempre a melhor relação qualidade/preço”. A aposta no segmento dos vinhos correntes revelou-se certeira e o negócio não tem parado de crescer. Tanto, que a adega onde tudo começou já não tinha capacidade para responder ao fluxo de encomendas, surgindo a necessidade de construção de uma nova adega. Como explicou à Ribatejo Invest Ana Pedro, a construção da nova adega representou um investimento de mais de 3 milhões de euros, com recurso a financiamento bancário. Foi apresentada uma candidatura ao PDR 2020, o projeto foi
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aprovado mas a empresa ainda não sabe se terá financiamento, revela a diretora financeira, não escondendo algum desalento com os atrasos registados. A nova adega ocupa uma área total coberta de 3700m2 onde se concentram as suas instalações produtivas e unidades de embalamento. A capacidade instalada de armazenamento é agora de 3 milhões de litros de vinho, possível graças às novas cubas. “Temos agora duas máquinas de enchimento de bag-in-box, uma máquina de tetra-pack e uma linha de enchimento de garrafas. Melhorámos significativamente a nossa capacidade de resposta e dispomos agora de máquinas que cobrem todas as formas de enchimento de vinho”. A nova adega dispõe ainda de um novo laboratório, necessário para fazer as análises e todo o controle de qualidade do vinho”. Esta nova unidade, feita a pensar principalmente na preparação de vinhos em Bag-in-Box (BIB), tem uma capacidade de embalamento de 600box 5l /hora por máquina, o que lhe permite responder às atuais exigências do mercado interno e externo. A opção do embalamento de
MARCAS PRÓPRIAS: Encosta das Pipas, Dombarril, Conversas com Vinho, Modelar, Alma do Tejo; Terreiro das Pipas Tintos: Touriga Nacional, Tinta Roriz, Castelão, Trincadeira, Syrah, Merlot e Cabernet Sauvignhon. Brancos: Fernão Pires, Arinto, Trincadeira das Pratas, Alvarinho, Chardonnay, Riesling e Sauvignon Blanc. Rosé: De diversas castas, e com quantidades acordadas com os nossos parceiros viticultores. Vinificadas com leve curtimenta pré-fermentativa
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vinhos de qualidade em BIB veio preencher uma lacuna que existia no mercado interno e abrir portas para os mercados externos.
EXPORTAÇÃO Foi há pouco mais de ano e meio que a Terreiro se voltou para a exportação. A diretora financeira assume que o mercado interno é determinante para a empresa, e que a exportação é ainda algo “embrionário, que tem que se ir explorando pouco a pouco.” Ainda assim, é assinalável o caminho que a Terreiro ter percorrido num tão curto espaço de tempo. França, Brasil, Cabo Verde, Costa Rica e China são os mercados onde os vinhos da Terreiro já têm presença consolidada. A estes mercados juntou-se, no final do ano passado a Suécia. Este é um mercado com algumas particularidades, uma vez que a venda de bebidas alcoólicas está sob controlo estatal. Os únicos locais onde é permitida a venda de bebidas alcoólicas com teor alcoólico superior a 3,5%, são lojas estatais, conhecidas como Systembolag. A Suécia tem uma política muito rígida para evitar os problemas causados pelo consumo exagerado de álcool, que passa por um controlo rigoroso da venda e compra de bebidas alcoólicas, assim como pela imposição de elevados impostos sobre estas bebidas. As 410 lojas estatais de bebidas alcoólicas existentes no país não vendem os seus produtos a menores de 20 anos, nem a pessoas embriagadas. Todos os vinhos vendidos no país são alvo de uma cuidada seleção e análise e necessitam obrigatoriamente de ter licença
estatal para poderem estar à venda no país. Alice Simões, enóloga da Terreiro, contou à Ribatejo Invest que a possibilidade de exportar para a Suécia aconteceu “muito por acaso”. “Enviámos umas amostras através de um distribuidor que convidou algumas empresas da região do Ribatejo”. Essas amostras foram sujeitas a uma prova cega na Suécia, o júri gostou e ganhámos o direito a poder exportar para lá”, explicou. Este facto levou à criação de uma nova marca, os vinhos Alma do Tejo, à venda em Portugal e que se destinam também aos mercados externos. Apesar de representar apenas 10% do volume de faturação, a exportação para novos mercados não para de crescer. Até ao momento, a metodologia utlizada pela Terreiro para a abordagem a novos mercados tem passado pela parceria com distribuidores. “Até à data, não se revelou necessária a nossa presença física nesses mercados. “Os vinhos do Tejo são muito apreciados e têm grande aceitação. O nosso objetivo é continuar a desbravar terreno”, adiantou. A Terreiro não tem participado em feiras internacionais nem em qualquer iniciativa de promoção dos Vinhos do Tejo, promovidos por organizações do setor. Mas os projetos para o futuro não passam apenas por um reforço na exportação. A médio prazo a Terreiro pretende plantar vinha e começar a produzir o seu próprio vinho. O primeiro passo já foi dado, através da compra de um terreno com cinco hectares que já está a ser preparado para a plantação de vinha. “Ainda é pouquinho, mas é para começar, se correr bem logo se verá” revela Alice Simões. Para já, a ideia é apostar num vinho de qualidade superior, criando uma marca premium.
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DESENVOLVIMENTO REGIONAL Abrantes INVEST
Lançada campanha de estímulo ao desenvolvimento económico A Câmara Municipal de Abrantes apresentou no dia 23 de janeiro, no Parque Tecnológico do Vale do Tejo, a campanha de estímulo ao desenvolvimento económico Abrantes INVEST, numa cerimónia para empresários e entidades que contou com as presenças da presidente da CCDR Centro, Ana Abrunhosa e do Secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão, Nelson de Souza. A campanha decorre da operacionalização do Plano Estratégico Abrantes@2020 e abrange as três zonas de investimento identificadas como prioritários para o concelho de Abrantes: as Zonas Industriais (Abrantes, Pego e Tramagal), o Centro Histórico e o Parque Tecnológico do Vale do Tejo. A campanha Abrantes INVEST engloba ainda um pacote de incentivos, nomeadamente isenções fiscais e tributárias (IMT, IMI, Derrama) para investimento empresarial (novo ou de continuidade) que garantam a criação líquida de emprego no concelho, incentivo à criação de emprego qualificado no Parque Tecnológico do Vale do Tejo, que define um quadro de apoios financeiros para projetos instalados na incubadora de empresas e comercialização de lotes a preços reduzidos e apoio à instalação no Centro Histórico (rendas apoiadas). Aos investidores, a autarquia reforçou o apoio técnico e institucional, de forma personalizada através da Unidade de Desenvolvimento Económico do Município, localizada no edifício dos Paços do Concelho,
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garantindo o acesso a informação oriunda dos organismos da Administração Central e Local e de uma vasta rede integrada de serviços de apoio ao investidor (AICEP; IEFP; CCDR Centro; NERSANT; IAPMEI e Tagus Valley). Esta campanha do Município de Abrantes pretende atrair e fixar mais empresas e mais investimento no concelho, mas
também apoiar e estimular as empresas “residentes” neste território. A Presidente da Câmara, Maria do Céu Albuquerque, salientou que a missão da Câmara é “estar ao lado das empresas e dos empresários, para criarmos valor para a nossa economia local”. O Secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão, Nelson de Souza presidiu à cerimónia de apresentação da iniciativa, tendo congratulado a campanha do Município de Abrantes, salientando que “o crescimento é a chave para a resolução de muitos problemas que afetam a economia portuguesa”. Os interessados em conhecer melhor os incentivos disponíveis ao abrigo da campanha Abrantes INVEST, poderão consultá-los no portal do Município, em www.cm-abrantes.pt.
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Tomar vê Festa dos Tabuleiros premiada como melhor evento público de Portugal… O Município de Tomar, com a Festa dos Tabuleiros, recebeu o troféu de Melhor Evento Público realizado em Portugal nos anos 2015 e 2016, na Gala dos Eventos, que decorreu dia 24 de janeiro no Hotel Tryp Aeroporto, em Lisboa. A presidente da Câmara, Anabela Freitas e o mordomo da Festa, João Victal, receberam o prémio das mãos de Lili Caneças, numa iniciativa que pretende distinguir os eventos e seus organizadores que mais se distinguem no nosso país, e que vai já na 9.ª edição. Na breve apresentação feita pelos diversos candidatos, a autarca tomarense salientou o facto de os Tabuleiros serem uma festa genuinamente feita pelo povo, em quem recai desde logo a decisão de realizar o evento na data prevista, de quatro em quatro anos, o que significa que a próxima deverá ser, se assim for entendido, em 2019. Mas é também o povo que escolhe o mordomo e é da sua dedicação durante mais de um ano de trabalho que nascem os tabuleiros com os seus pães e as suas deslumbrantes flores de papel, as ruas espetacularmente
ornamentadas e o cortejo único no mundo. Este é, pois, um prémio para todos os tomarenses, mas também um reflexo da aposta séria que o Município tem vindo a realizar na promoção do turismo como um dos recursos mais valiosos do concelho, afirmando-se como cidade de referência e destino de excelência.
... VAI INTEGRAR REDE DE LUGARES PATRIMÓNIO MUNDIAL DO CENTRO Tomar vai integrar, juntamente com Batalha, Alcobaça e Coimbra, a rede de Lugares Património Mundial do Centro. A
… e já tem certificado de acessibilidade para itinerários turísticos Paula Teles, do Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade (ICVM), entregou dia 16 de janeiro à Presidente da Câmara de Tomar, Anabela Freitas, o Certificado de Acessibilidade atribuído no âmbito dos “Itinerários Turísticos Acessíveis de Portugal”. O Município vê assim reconhecido o esforço que tem vindo a fazer para adaptar a cidade às necessidades de pessoas com dificuldades motoras, mas também pais com carrinhos de bebé, por exemplo, tarefa especialmente complexa num lugar com todos os constrangimentos da presença constante de património histórico e natural. O Certificado de Acessibilidade do ICVM tem como propósito criar uma diferenciação positiva e atestar a vantagem comparativa dos seus titulares, informando sobre o reconhecimento do mérito de lugares turísticos no que respeita as condições de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida.
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No diagnóstico feito pelo Instituto, foram elencados não apenas os bons exemplos, mas também as situações que carecem de melhoria, propondo-se aquela entidade a colaborar com a autarquia de modo a tornar a cidade de Tomar cada vez mais acessível. Em síntese, o relatório afirma que “atualmente, verifica-se a presença de mais espaços onde a primazia pelo conforto do peão é o objetivo central. O planeamento da cidade vem privilegiando atuações em prol de Todos os cidadãos, oferecendo, cada vez mais, boas condições de acessibilidade em espaço público e edificado.”
minuta do protocolo, que integra igualmente a Entidade Regional de Turismo Centro de Portugal, a Universidade de Coimbra, a Direção Geral do Património Cultural e a Direção Regional de Cultura do Centro, foi aprovada em reunião do executivo. Pretende-se criar uma programação cultural em rede, potenciando as mais-valias patrimoniais destas cidades e associando ainda o valor académico acrescido da mais antiga universidade portuguesa. Esta iniciativa contará com apoios comunitários no âmbito do Programa Operacional Regional Centro 2020.
Câmara aprova valores para venda de lotes do Parque Empresarial de Tomar Por deliberação de Câmara de 30 de janeiro foram aprovados os valores por metro quadrado dos lotes no Parque Empresarial de Tomar (PET, antiga Zona Industrial), para alienação tanto em regime de direito de superfície como em regime de propriedade plena. Assim, de acordo com o previsto no Regulamento do PET, os valores por estipulados para o ano de 2017 são os seguintes: - Direito de superfície - 0,50 €/m2; - Propriedade plena: • 11 €/m2 para lotes com área inferior a 1 ha; • 7 €/m2 para lotes com área superior a 1 ha; • 6 €/m2 para lotes com área superior a 1 ha mas com geometria assimétrica, topografia irregular e exposição fraca em relação aos arruamentos. Recorde-se que o Parque Empresarial de Tomar tem uma excelente localização, num dos pontos mais centrais do país, servido diretamente pela autoestrada A13 com ligação à A23 e à A1, bem como pelo ramal de Tomar do caminho-de-ferro. Os interessados em investir em Tomar devem comunicar com o Município através dos contactos tomarinveste@cm-tomar.pt ou 912 007 577.
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Produção Florestal em debate no Sardoal “Produção Florestal – que oportunidades?” foi o tema da sessão de esclarecimento que aconteceu na sala multiusos do Centro Cultural Gil Vicente, no Sardoal, no dia 17 de janeiro. A iniciativa, organizada por este Município e pela Associação de Agricultores dos Concelhos de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação, teve como objetivo prestar esclarecimentos e informar sobre Zonas de Intervenção Florestal (ZIF’s), Bolsa de Terras e outros apoios existentes no âmbito da Produção Florestal. A sessão contou com intervenções de Miguel Borges, Presidente da Câmara Municipal do Sardoal, Nuno Morgado, Coordenador do Gabinete Técnico Florestal de Sardoal, e Luís Damas, Presidente da Direção da Associação de Agricultores dos Concelhos de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação.
Município da Chamusca com novas medidas de eficiência energética para 2017 O Município da Chamusca definiu como uma das suas Grandes Opções do Plano para 2017, a consciência ambiental e a sustentabilidade de recursos, nomeadamente na redução do consumo de energia elétrica, aplicando a melhor tecnologia disponível para ajudar a preservar o ambiente. Para 2017 existem vários projetos que permitirão alcançar esse grande objetivo, nomeadamente a substituição da iluminação interior dos edifícios públicos, a totalidade da iluminação pública por luminárias com tecnologia LED, a substituição da caldeira existente na Piscina Municipal por uma alimentada por biomassa e a colocação da cobertura do plano de água. Alguns destes projetos são elegíveis para candidatura a financiamento por fundos comunitários. Para o Presidente da Câmara Municipal,
Paulo Queimado “o orçamento Municipal para 2017, é também o espelho desta grande preocupação com o Ambiente, com 2.135.303,00€ destinados a medidas que permitirão melhorias significativas a esse nível. Existe por parte do executivo a premissa de melhorar a eficiência energética como forma de diminuir consumos e custos energéticos contribuindo para um desenvolvimento mais sustentável.” Paralelamente, a EDP decidiu avançar com a substituição das luminárias com lâmpadas de mercúrio existentes por luminárias LED e a localidade foi Chouto/ Gaviãozinho, onde foram substituídas 40 lâmpadas. A substituição melhorou substancialmente o nível de iluminação, tendo mais luz com menos potência, permitindo reduzir custos e melhorar o ambiente.
Autarquia adquire edifício da antiga moagem de Rio Maior O Município de Rio Maior adquiriu dia 16 de janeiro através de escritura pública, a histórica “Moagem Maria Celeste” situada no percurso do rio Maior, na zona mais antiga da cidade. A aquisição deste espaço histórico, pelo montante de 250.000 euros, inclui-se em todo um processo de negociações em curso com os proprietários de terrenos na zona de implantação do projeto de Requalificação e Valorização da Villa Romana e do Rio Maior, projetando devolver o rio à cidade numa zona onde nascerá um parque urbano ao longo de todo o seu percurso, com um novo edifício para albergar a Villa Romana, permitindo a sua abertura permanente ao público, bem como diversos equipamentos que passarão a ficar à disposição dos munícipes e que valorizarão todo o troço da Avenida dos Combatentes entre
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o Cemitério Municipal e a Rua Norton de Matos. Este é um dos projetos estruturantes de intervenção do município na cidade, no âmbito do PEDU (Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano), aumentando os níveis de qualidade de vida da zona mais antiga de Rio Maior e promovendo a requalificação pelos proprietários dos imóveis ali existentes. Uma intervenção com financiamento comunitário já garan-
tido mas do qual estão excluídas todas as aquisições de terrenos e outros imóveis necessários para a implementação dos projetos, verbas que saem diretamente do orçamento municipal. Espera-se que todo este projeto, cujo valor global atinge os 4,5 milhões de euros, comparticipados por verbas provenientes do FEDER no âmbito do Programa PORTUGAL2020, e que inclui ainda intervenções de Recuperação da Casa Senhorial e Núcleo histórico do Paço Real, já em curso, a Requalificação da Praça do Comércio e sua zona envolvente, a construção das ciclovias Rio MaiorAsseiceira e Rio Maior-Vale de Óbidos, bem como a construção de um Parque de Estacionamento de apoio ao Terminal Rodoviário e respetivas acessibilidades, entre outras, possa estar concluída até ao final de 2018.
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Santarém sensibiliza para a limpeza das linhas de água A Câmara Municipal de Santarém promoveu, no dia 24 de janeiro, a sessão “Novas Abordagens na Reabilitação Fluvial”, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, proferida por Maria Helena Alves, especialista da Administração da Região Hidrográfica (ARH) do Tejo e Oeste da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Esta ação de informação e sensibilização contou com a presença de Inês Barroso, vereadora da Proteção Ambiental, Carlos Castro, chefe de Divisão da ARH do Tejo e Oeste, executivos das Juntas de Freguesia de Abitureiras, Alcanede, Almoster, Alcanhões, Amiais de Baixo, Arneiro das Milhariças, Gançaria, Pernes e União de Freguesias da Cidade de Santarém, e representantes da ARH do Tejo e Oeste. A ação teve o intuito de sensibilizar para a importância da intervenção nas linhas de água, bem como, partilhar informação sobre algumas normas legislativas e técnicas adequadas de reabilitação de rios e ribeiras. A abordagem da temática exige conhecimentos especializados e mudança de comportamentos, para que efetivamente seja um sucesso devolver os rios e ribeiras
à comunidade, com melhor qualidade de água e maior biodiversidade. As linhas de água limpas e em equilíbrio são um fator de valorização do território e garantia das condições de segurança e qualidade de vida das populações. Através do projeto “Reabilitar troço a troço”, lançado em Junho de 2012, o município de Santarém tem promovido a reabilitação, troço a troço, das linhas de água do concelho, num processo que envolve as juntas de freguesia, os proprietários confinantes com linhas de água, a Câmara de Santarém, a Agência Portuguesa do Ambiente - ARH do Tejo e Oeste e
as comunidades locais. É de salientar que o município de Santarém foi galardoado com o prémio “Município do Ano Portugal 2016”, na região que envolve o Alentejo e a Lezíria do Tejo, com o projeto ambiental “Reabilitar troço a troço”, numa iniciativa criada pela UM Cidades, com o objetivo de reconhecer as boas práticas dos municípios portugueses. A UM - Cidades é uma estrutura criada pela Universidade do Minho que tem como visão o reconhecimento de boas práticas, numa cooperação entre o conhecimento, a política e a prática na temática das cidades e das regiões.
Torres Novas investe 7 milhões de euros em reabilitação até 2020 A Câmara Municipal de Torres Novas apresentou no auditório da Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes, o Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) da região que concerne um investimento total de 7.378.412 de euros até 2020. Esta decisão reforça a aposta do executivo na reabilitação da cidade e região de Torres Novas, que obteve a classificação máxima no documento PEDU, o que permitiu o acesso a 4.500.000 € do FEDER. Posteriormente, com concretização de mais de 15% no ano de 2016, obteve uma majoração de 10%, perfazendo 450.000,00 €. Do total de 7.378.412 de euros de investimento no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano, a Câmara Municipal de Torres Novas comparticipará com 15%, com os restantes 85% a resultar do FEDER. O PEDU apresentado estabelece as principais orientações estratégicas, em coerência com a Estratégia Integrada de Desenvolvimento Territorial colmatando os principais problemas e poten-
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ciando o respetivo território de forma a enfrentar os desafios económicos, ambientais, demográficos e sociais das zonas urbanas. Pedro Ferreira, Presidente da Câmara Municipal de Torres Novas refere que “O Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) reflete a nossa visão para Torres Novas, tornando-a, cada vez mais, uma referência do centro do país. Estamos a preparar-nos para o futuro, a fazer as reformas necessárias para melhorar a condição de vida dos torrejanos e da região, seja em termos sociais, ambientais, demográficos ou económicos. A reabilitação do nosso património, tornar a cidade mais sustentável e dotá-la de mais e melhores infraestruturas são peças-chave para reter os torrejanos, conquistar novas pessoas e empresas para a região.” O PEDU foca-se em três vertentes distintas, no Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (PAMUS), no Plano de Ação de Regeneração Urbana (PARU) e Plano de Ação Integrado para as Comunidades
Desfavorecidas (PAICD). A primeira fase do PEDU de Torres Novas representa um investimento total de 5.823.529,00 de euros, com a revitalização da cidade como um dos pontos principais, a par da promoção de estratégias de baixo teor de carbono e de mobilidade urbana multimodal sustentável, bem como a concessão de apoio à regeneração física, económica e social das comunidades desfavorecidas em zonas urbanas e rurais. Na segunda fase, o investimento é de 1.554.882,36 euros, para dar continuidade à regeneração urbana e reabilitação das comunidades desfavorecidas.
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Presidente da Câmara Municipal de Constância visita empresas do concelho A Presidente da Câmara Municipal de Constância, Júlia Amorim, esteve no final de janeiro e no início de fevereiro em visita a empresas do seu concelho. A autarca esteve nas empresas Tagus PVC e Panorama Global / Panorama Drinks. Na manhã do dia 27 de janeiro, a convite da Tagus PVC, a Presidente da Câmara Municipal de Constância, Júlia Amorim, acompanhada pelo Vice-presidente, Arsénio Cristóvão e pelo Chefe de Divisão, Jorge Heitor, visitou as instalações da empresa na Zona Industrial de Montalvo, numa ocasião em que a mesma assinala os seus 20 anos. A autarca mostrou-se muito satisfeita com a visita, relevando o grande investimento feito pela empresa, o aumento do número de postos de trabalho no último ano, em cerca de 30%, e ainda a inovação na tecnologia que estão a usar. A Tagus PVC é uma empresa que trabalha em PVC. Desde o fabrico da sua primeira janela em 1997, até hoje, a Tagus PVC afirma que “foi adquirindo experiência necessária para poder satisfazer todas as exigências do mercado, visando valores da eficiência energética, materiais ecologicamente corretos, desenhos de perfis futuristas, otimização no processo de fabrico de produtos de alta tecnologia, alegria e elegância no design e personalização das janelas das habitações”. Tagus PVC Aluskin 85 é um produto diferenciado que faz com que a Tagus PVC seja a única empresa portuguesa a produzir janelas em PVC com revestimento exterior em alumínio, tendo já aplicado este produto em obras feitas em Portugal Continental e na ilha da Madeira. Trata-se de uma solução inovadora, que através da combinação de dois materiais tão distintos
proporciona uma série de propriedades e vantagens que uma janela convencional de alumínio não oferece. O resultado é uma janela exclusiva, com o mais alto nível técnico, excelente design personalizado, e que cumpre as mais rigorosas normas no que concerne à segurança. No dia 3 de fevereiro, foi realizada uma visita às instalações da Panorama Global e Panorama Drinks, empresa sediada na Zona Industrial de Montalvo. A Panorama Global tem como principal objetivo criar uma ponte entre a produção e o ponto de venda, focando-se principalmente na pesquisa de produtores com capacidade de produção, qualidade e vontade de dinami-
zar e ampliar a sua abrangência comercial quer a nível nacional como internacional, cujo volume de exportação é bastante significativo. Na visita a empresa afirmou que o foco “é na produção de qualidade, onde procuramos conhecer a capacidade que cada produtor tem de conceber o seu produto e todos os processos aliados à elaboração do mesmo. Não só valorizamos os melhores métodos e técnicas aplicadas na produção, bem como o tempo e o custo aplicados nessa mesma atividade para que o resultado seja um produto adequado ao mercado, competitivo e com possibilidades de crescimento”. Inserida numa sociedade em constante desenvolvimento, a atividade da empresa presentemente abrange quatro áreas de negócio: Serviços, Trading, Produção de Cabazes e Venda e Distribuição de Bebidas, sendo este último setor assumido pela Panorama Drinks. A Presidente da Câmara Municipal congratulou-se com a expansão da empresa nos últimos dois anos bem como com o aumento do número de postos de trabalho.
Ourém recebe VI Feira dos Produtos da Terra em março Estão já definidas as datas da próxima edição da Feira dos Produtos da Terra, evento que constitui já um momento incontornável de promoção do mundo rural e do concelho de Ourém. A VI Feira dos Produtos da Terra realiza-se a 25 e 26 de março, com muitas novidades e um vasto programa de animação, no Centro de Negócios de Ourém e Parque da Cidade António Teixeira. A Feira dos Produtos da Terra é um momento por excelência para divul-
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gação dos produtos típicos da região e gastronomia local, para além das áreas dedicadas à exposição e comércio de gado e máquinas e alfaias agrícolas. Este certame tem como objetivo estimular e apoiar os agentes económicos, locais e regionais, e divulgar projetos associados ao mundo rural. Já estão abertas as inscrições para expositores e para submeter a inscrição, bem como, recolher informações ou esclarecimentos adicionais os interessa-
dos deverão contactar a organização através dos contactos 915 002 924 ou 911 746 820 e do e-mail eventos@ ouremviva.pt. De referir que a VI Feira dos Produtos da Terra é uma organização conjunta do Município de Ourém e empresa municipal OurémViva.
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ENTREVISTA
Miguel Cruz, ex-presidente do IAPMEI
“Santarém está no conjunto de distritos que maior nível de candidaturas e de investimento aprovado tem no Portugal 2020” Ligado ao IAPMEI desde 2005 e Presidente desde instituto desde 2014, cargo que acaba de deixar, Miguel Cruz tem irrefutavelmente uma enorme ligação e conhecimento daquilo que tem sido o trabalho do tecido empresarial português. A Ribatejo Invest não perdeu a oportunidade de fazer um balanço da atividade do IAPMEI nos últimos anos. Está desde 2005 ligado ao IAPMEI, e acaba de sair do cargo de Presidente, que ocupou desde 2014. Que balanço faz destes anos, em especial dos últimos 3? É verdade. Tive a honra de fazer parte da Administração do IAPMEI desde 2005 e de ter assumido as responsabilidades de Presidente nos últimos 3 anos. Fi-lo com muito gosto e empenho, e tenho uma elevada opinião do profissionalismo e dedicação das equipas técnicas do IAPMEI, e do papel importante que pode ter no domínio das políticas públicas. Neste período, o IAPMEI analisou mais de 44 mil projetos, das mais diferentes áreas e com ciclos de vida muito diversificados. Mais de 2,5 mil milhões de euros passados para as empresas. Mais de 65 mil empresas utilizaram as linhas de crédito desde 2009. Mais de 3000 empresas envolvidas em acompanhamento pela rede de proximidade. Mais de 85 mil empresas obtiveram a certificação PME. Mais de mil jovens que acederam a processos de escrutínio das suas ideias de negócio. Mais de 1000 empresas já recorreram ao mecanismo de Early Warning, lançado
Existe uma aposta na inovação que tem sido constante ao longo da última década e que se tem revelado da maior importância para o crescimento da competitividade da economia portuguesa.” 20
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Miguel Cruz, ex-presidente do IAPMEI no final de 2015. Mais de 6000 empresas por ano a quem foi atribuído o estatuto PME Líder, desde 2008. Mais de 4000 produtos a quem foi atribuído o selo “Portugal Sou Eu”. Mais de 16 mil milhões de euros de incremento de exportações em projetos apoiados pelo IAPMEI no âmbito do QREN. Poderia continuar a lançar números que mostram bem a dimensão e abrangência do trabalho realizado pelo IAPMEI, no âmbito do microcrédito ou do SIREVE ou dos benefícios fiscais, incluindo a participação no SIFIDE, ou o impacto da rede Entreprise Europe Network, ou ao nível das propostas de simplificação administrativa, incluindo após a incorporação da responsabilidade no Sistema de Indústria Responsável, ou nos avanços
que introduzimos no acompanhamento e simplificação do relacionamento com as empresas nos sistemas de incentivos e particularmente no Portugal 2020. No entanto, creio que o essencial é referir que estes números demonstram de uma forma muito clara, que o IAPMEI conhece bem as empresas, o mercado, os projetos e os fatores críticos de sucesso de um negócio. Esta proximidade às empresas, bem como a capacidade de adaptação da própria estrutura, e o foco no funcionamento em parceria são, creio, elementos marcantes da atuação do IAPMEI, mas são também elementos marcantes de uma política pública moderna e eficiente. As parcerias com as nossas participadas Sociedade Portuguesa de Garantia Mútua, Portugal Ventures e PME Investimentos,
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“O distrito de Santarém tem mostrado um dinamismo que faz com que não seja complexo referir que as suas empresas estão mais competitivas.”
bem como no domínio dos Business Angels ou com as Câmaras e Associações Empresariais ou Centros Tecnológicos, ou outras entidades públicas como a AICEP ou o Turismo Portugal, são elementos essenciais para a eficiência da política pública. Quais as mudanças que se registaram nas políticas de apoio e incentivo às empresas? Há muitas alterações técnicas que se têm verificado ao longo do tempo. Diria que há uma evolução muito significativa nas exigências quanto ao foco nos mercados internacionais e quanto ao efeito incentivo. Há uma evolução muito grande da parte do IAPMEI na forma de acompanhar os projetos, que continuam a crescer de forma exponencial. O IAPMEI é cada vez mais eficiente, num contexto de limitação de recursos. E tem a perfeita consciência, bem como pugna, para uma simplificação regulamentar que facilite processos, sem criar facilitismos ou reduzir seletividade. É, no entanto, também necessário termos a noção de que existe uma aposta na inovação que tem sido constante ao longo da última década e que, não tenho qualquer pejo em o afirmar, se tem revelado da maior importância para o crescimento da competitividade da economia portuguesa. O IAPMEI foi pioneiro nesta abordagem, mas o importante a registar é o percurso notável realizado por muitas empresas. As empresas apresentaram mais candidaturas aos Sistemas de Incentivos neste quadro comunitário? Que diferenças em
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termos qualitativos há a destacar em relação ao quadro anterior? Sim. Como tenho referido em muitos momentos, no âmbito do Portugal 2020, o IAPMEI recebeu e analisou quase 3 vezes mais candidaturas do que as entradas no quadro anterior. As taxas de seletividade não são significativamente diferentes das anteriormente registadas, exceto em determinados concursos específicos. Isso causa uma pressão elevada sobre dotações orçamentais. Há muitos projetos interessantes, e creio poder referir que há uma melhoria na qualidade de algumas candidaturas e, particularmente, do foco na justificação da diferenciação de mercado. Acha que as empresas portuguesas têm conseguido aproveitar da melhor maneira os incentivos que têm sido disponibilizados? Acho que muitas empresas têm aproveitado os incentivos para crescer, para melhorar os seus níveis competitivos, para alterar ou aprofundar uma cultura de inovação. O número que há pouco referi, no âmbito do QREN, de um aumento de 16 MM € de exportações é um excelente exemplo. O incremento, nestes últimos anos, do peso das exportações no PIB de menos de 30% para mais de 40% foi baseado num posicionamento diferenciador das empresas, e particularmente como resultado de uma aposta consistente na inovação, para o que os incentivos desempenharam um papel importante. Uma nota para assinalar a evolução que se tem verificado na relação entre empresas e entidades terceiras, nomeadamente universidades, politécnicos e outras entidades de interface. Também
esse é um caminho importante que se iniciou e que importa continuar. E relativamente às empresas do distrito de Santarém, de acordo com as informações que possui, considera que têm conseguido utilizar os fundos comunitários da melhor forma? Sim, o distrito de Santarém está no conjunto de distritos que maior nível de candidaturas e de investimento aprovado tem no âmbito do Portugal 2020. É um sinal importante de dinamismo, sendo que o que importa é a execução dos projetos e não a sua aprovação. É por isso que o IAPMEI tem relevado tanto a importância dos Guias de Boas Práticas, bem como as funcionalidades introduzidas na conta corrente online. Como estão a decorrer os pagamentos relativos ao Portugal 2020? No âmbito dos sistemas de incentivos a empresas do Portugal 2020, o ano de 2016 encerrou com uma execução de mais de 460 milhões de euros, acima da meta de 450 milhões que tinha sido anunciada pelo Governo. É um valor importante, sendo que o IAPMEI pagou acima dos 300 milhões de euros. A execução e pagamento dos projetos continuam a bom ritmo. Em relação ao QREN, as empresas queixavam-se de que também existiam grandes atrasos nos pagamentos. Em que ponto está essa situação agora? No âmbito do QREN existiu, com questões também associadas ao facto de o Orçamento de Estado de 2016 ter sido aprovado apenas após o primeiro trimestre, um período transitório em que não foi possível aos organismos pagar as últimas
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ENTREVISTA
Muitas empresas têm aproveitado os incentivos para crescer, para melhorar os seus níveis competitivos, para alterar ou aprofundar uma cultura de inovação.”
tranches de incentivos. No entanto este problema foi resolvido e ultrapassado em 2016. Um dos maiores problemas que o tecido empresarial enfrenta é o défice de capitalização. Que medidas estão a ser preparadas para responder a este problema? Várias medidas foram apresentadas pelo Governo para abordar o tema da capitalização das empresas. Essas medidas foram assinaladas pela Estrutura de Missão para a Capitalização. O IAPMEI está envolvido em várias dessas medidas. Uma delas é o mecanismo de Early Warning. Destaco-a aqui por considerar importante que as empresas recorram regularmente a mecanismos de diagnóstico, para antecipar problemas e discutir medidas, tão cedo quanto possível. Posso ainda indicar o exemplo da linha de crédito Capitalizar recentemente lançada em cerimónia que teve lugar precisamente no IAPMEI. Outras medidas têm vindo gradualmente a ser anunciadas e implementadas. Portugal é um país que apoia os empreendedores? Sim. Os empreendedores e aqueles que ainda estão numa fase de desenvolvimento da sua ideia, ainda antes de terem uma efetiva ideia de negócio. O IAPMEI geriu o passaporte para o empreendedorismo e lançou em 2016 o Voucher para o Empreendedorismo em que é concedida uma bolsa para o período de desenvolvimento e teste da ideia. Em Portugal tem-se vindo a aprofundar um verdadeiro ecossistema de empreendedorismo. Veja que hoje temos já mais de 90 incubadoras reconhecidas no âmbito de uma outra medida em que o IAPMEI tem um importante papel de gestão que se chama Vale Incubação. Recentemente, aliás, tive a oportunidade de participar também no lançamento do Vale Indústria 4.0, que poderá ter um
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impacto também importante na atividade empreendedora. Considera que as empresas do distrito de Santarém estão mais competitivas? Considero que muitas empresas portuguesas estão mais competitivas. O distrito de Santarém tem mostrado um dinamismo que faz com que não seja complexo referir que as suas empresas estão mais competitivas. Um dos grandes desafios de política pública em Portugal é ter mais empresas que inovam, que competem, que internacionalizam. Na sua opinião, quais são os grandes desafios que as empresas enfrentam no futuro e para os quais se devem preparar? No contexto económico atual e que se espera futuro, os desafios são diversos. Vou assinalar três. Um primeiro tem a ver com a sua capacidade de adaptação a uma mudança constante, cada vez mais rápida. Essa adaptabilidade será o grande fator competitivo das empresas, e terá uma importância enorme em algo essencial para as nossas empresas de pequena dimensão: a subida na cadeia de valor. Um segundo, também relacionado com a dimensão estrutural das nossas empresas, tem a ver com o incremento da capacidade de participar em redes, de cooperar, de inovar de forma aberta e em ligação a outras entidades. Um terceiro desafio respeita à crescente digitalização da economia. Este é um desafio e uma oportunidade para diferentes setores da economia portuguesa. Tem muito a ver com o posicionamento competitivo das empresas e com o aumento da eficiência no seu funcionamento. Um aspeto importante, neste domínio,
relaciona-se diretamente com o acesso a competências e qualificações. Tendo em conta a resposta anterior, acha que as empresas já estão sensibilizadas para essas questões? Muitas empresas já estão, para qualquer dos três desafios que referi. Importa alargar o número de empresas que o estão, mas particularmente, importa, no concreto, aprofundar o processo de alteração efetiva de modelos de negócio que permitam uma resposta eficiente a estes desafios. A mudança é profunda, continuada e abrangente. Muitas empresas já a realizaram, muitas estão a realizá-la e muitas precisam de a abordar. Quer deixar alguma mensagem, em especial para as empresas do distrito de Santarém? Só posso deixar uma mensagem de confiança. Este é o momento em que Portugal precisa de mais investimento, de mais inovação, de mais internacionalização (e aqui, de mais exportações). A confiança depende de muitos aspetos. No entanto, importa deixar uma mensagem daquilo que tem sido o empenho do IAPMEI na dinamização e facilitação do investimento inovador, bem como na disponibilização de instrumentos que apoiem efetivamente a aposta competitiva das empresas. E neste contexto, o ritmo de pagamento para as empresas no âmbito do PT 2020, constitui um bom sinal disso mesmo. Esta mensagem final é ainda de confiança na capacidade das empresas, das micro, pequenas e médias empresas, para inovar, para competir, mas particularmente para crescer, incluindo, neste contexto, o seu crescimento baseado no desenvolvimento de redes colaborativas.
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Açafrão Armando Fernandes Crítico Gastronómico
São terras novas gradadas! Que nunca foram lavradas. Oh que terras para pão! Que vales para açafrão E Canas açucaradas.
A
citação em epígrafe foi retirada da farsa O Juiz da Beira, de Gil Vicente, e refere-se à charneca a campos circundantes de Coruche. O grande teatrólogo (pai do teatro português) sabia quão apreciada era tão custosa especiaria e não se esquece dela ao aludir à fertilidade das terras de Coruche. O grande e irreverente Mestre terá nascido em 1465 e morrido em 1536. O açafrão é uma custosa especiaria originária do Oriente, os muçulmanos
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introduziram-na em Espanha, sendo cultivada noutros países como a Itália, Grécia e Irão (julgo que em Portugal não), mas devido ao seu elevado preço é imitada por produtos de inferior qualidade, que não passam de …imitações. Para lá da seu emprego nas artes culinárias, pensemos na paelha e no caril, na pastelaria, o açafrão carrega uma história onde se mistura a magia, os aromas e a preparação de comeres e perfumes. Não podemos esquecer o facto de a obtenção de meio-quilo de açafrão exigir 70.000 a 80.000 estigmas. Trago à colação a referência às cercanias de Coruche porque há cerca de dez anos falei com um autarca do Alto Alentejo no sentido de ser potenciado o cultivo do açafrão englobando vigamentos científicos e técnicos de modo a ser concebida uma indústria cultural de vincada representação culinária e gastronómica, sem esquecer a paisagística. O projecto não foi avante, ao que sei, porque existiam insanidades de foro político.
Pois bem, recupero a ideia e trago-a agora para as páginas da Revista da NERSANT - Associação Empresarial da Região de Santarém porque estando a reler Mestre Gil, a sua observação entrelaçando a especiaria aos campos de Coruche fez soar a campainha da oportunidade de poder ser reavivado o projecto acima aludido. Ora, sendo esta Associação Empresarial o mais expressivo representante económico do sector primário, secundário e terciário parece-me apropriado trazer a terreiro no seu órgão de comunicação o acima referido. Não se me afigura apropriado tecer outras considerações referentes às valências da referida indústria, no que tange às qualidades e possibilidades de emprego da especiaria na confecção de comeres em sentido lato também não dada a sua expressividade milenar. Obviamente é possível elaborarem-se receituários culinários de várias matricialidade, bem como no respeitante à pastelaria e gelados.
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Processos de extinção de incêndios
PROCESSOS DE EXTINÇÃO • O fogo só se produz e desenvolve aquando da presença simultânea de três factores (triângulo de fogo): combustível; comburente; energia de activação. • No entanto para além destes três elementos deve ser também considerado um quarto elemento que é a reacção em cadeia (tetraedro do fogo). • Se só é concebivel o aparecimento do fogo quando da presença simultânea destes factores, a ausência de qualquer deles inviabiliza o fogo. • Deste modo na presença de um fogo, se retirarmos um destes factores, este se apagará necessariamente.
DISPERSÃO OU CARÊNCIA DO COMBUSTÍVEL Consiste na remoção do combustível da situação que o mantém em presença simultânea com os dois outros elementos do triângulo do fogo. Fogos da classe A – este processo é possível sobre esta classe de fogos quando a eclosão se deu entre fragmentos de combustível sólido amontoados. Fogos da classe B – dado tratar-se
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de líquidos, o fogo só é possível na superfície de contacto do combustível com o ar, e neste caso, o processo de dispersão é ineficaz, uma vez que aumentaríamos a sua superfície de contacto com o ar e assim o fogo alastraria. Fogos da classe C – nesta classe basta suprimir o fluxo de gás para que se dê a extinção por falta de combustível.
ASFIXIA Consiste na supressão do comburente ou diminuição da proporção de oxigénio. • Este processo é facilmente realizável em fogos de pequenas dimensões, sendo muito difícil em grandes incêndios. • Baixando o teor de oxigénio no ar atmosférico para valores inferiores a 14%, a combustão torna-se normalmente, impossível. Esta solução consegue-se, por exemplo, pela projecção de gases inertes tais como o CO2 (anidrido carbónico) ou azoto.
ARREFECIMENTO O abaixamento de temperatura de um incêndio provoca o desaparecimento da energia de activação do triângulo de fogo.
Fogos da classe A – neste caso por absorção directa de calor através da passagem de água de extinção da sua fase líquida para a de vapor. Fogos da classe B – neste caso provocando o arrefecimento dos reservatórios por absorção de calor, portanto do combustível.
INIBIÇÃO Consiste na interrupção da reacção em cadeia da combustão, o que conduz à extinção do incêndio (intervenção sobre o quarto elemento, neste caso designado tetraedro do fogo). • No caso da inibição utilizam-se produtos ou agentes extintores que vão actuar sobre a reacção química da chama de forma directa (reacção em cadeia – ligação dos radicais livres do combustível com o oxigénio
Mais informações: NERSANT Seguros, S.A. Telef.: 249 839 500 geral@nersantseguros.pt www.nersant.pt
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Linha de Crédito Capitalizar
€1.600 milhões para Micro e Pequenas Empresas, Fundo de Maneio, Tesouraria e Investimento O acesso a financiamento continua a ser uma das prioridades das empresas portuguesas. As estruturas de financiamento das PME estão dependentes do acesso ao crédito bancário, como uma das formas de angariação de meios para suportar adequadamente os seus planos de investimento, bem como, o crescimento da atividade das empresas.
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m dos objetivos do Governo prende-se com o reforço de instrumentos que permitem criar melhores condições de investimento para as empresas, tendo especialmente em consideração os condicionalismos existentes ao financiamento. O aumento do crescimento e da produtividade da economia portuguesa têm como denominador comum o aumento do investimento do tecido empresarial português. As medidas que estão a ser trabalhadas pelo Ministério da Economia, pela Estrutura de Missão para a Capitalização das Empresas (EMCE), encarregue do Programa Capitalizar, e por diversos agentes de mercado têm como um dos objetivos a diversificação das fontes de financiamento e a melhoria de condições para o investimento das empresas. Neste enquadramento e no âmbito do Programa Capitalizar, o Governo vai promover o lançamento de um conjunto de instrumentos financeiros dirigidos maioritariamente a Pequenas e Médias Empresas (PME), que visam apoiar investimentos de longo prazo, criar condições mais vantajosas de financiamento para Micro e
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Pequenas Empresas, alavancar a oferta de soluções de financiamento para investimentos em projetos com fundos comunitários, ampliar a oferta de operações de Fundo de Maneio, e ainda, alargar o acesso a plafonds de crédito a todas as empresas. Desta forma, o Governo lança a Linha de Crédito Capitalizar, no âmbito do Programa Capitalizar, gerida pela PME Investimentos em articulação com o Sistema Nacional de Garantia Mutua, destinada a PME com montantes de financiamento por empresa entre 25 mil e 2 milhões de euros e com prazos entre 3 a 10 anos. A Linha de Crédito Capitalizar será disponibilizada nos balcões dos bancos protocolados e é estruturada da seguinte forma: • Linha “Micro e Pequenas Empresas”: ᧐ Dotação: 400 milhões de euros. ᧐ Objetivo: potenciar o acesso a financiamento para investimentos em ativos e reforço de capitais para Micro e Pequenas Empresas. • Linha “Fundo de Maneio”: ᧐ Dotação: 700 milhões de euros. ᧐ Objetivo: financiar necessidades de fundo de maneio das empresas com
financiamentos de médio prazo, em alternativa ao crédito de curto prazo e assim contribuir para uma maior estabilidade dos recursos financeiros ao seu dispor. • Linha “Plafond de Tesouraria”: ᧐ Dotação: 100 milhões de euros. ᧐ Objetivo: alargar a oferta de crédito em sistema de revolving, conferindo uma maior flexibilidade à gestão corrente de tesouraria. • Linha “Investimento Geral”: ᧐ Dotação: 100 milhões de euros. ᧐ Objetivo: financiar investimentos em ativos com elevado prazo de recuperação. • Linha “Investimento Projetos 2020”: ᧐ Dotação: 300 milhões de euros. ᧐ Objetivo: alargar a oferta de crédito bancário para financiamento de projetos aprovados no âmbito do Portugal 2020, com enfoque em despesas elegíveis e outros segmentos de mercado em que a Linha de Crédito e Garantias IFD 2016-2020 possa vir a revelar-se insuficiente.
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A estratégia para a Indústria 4.0 é um conjunto de 60 medidas de iniciativa pública e privada que deverão ter impacto sobre mais de 50.000 empresas a operar em Portugal e, numa fase inicial, permitirão requalificar e formar mais de 20.000 trabalhadores em competências digitais.
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o âmbito das medidas Indústria 4.0, está previsto que serem injetados na economia até 4,5 mil milhões de euros de investimento nos próximos 4 anos. Para a região do Ribatejo, destacamos as seguintes medidas:
FINANCIAMENTO: VALE INDÚSTRIA Mobilização de Fundos Europeus estruturais e de investimento até 2,26 mil milhões de euros de incentivos, através do Portugal 2020, para a consciencialização, adoção e massificação de tecnologias associadas ao conceito de Indústria 4.0, nos próximos 4 anos. Pretende-se investir em recursos relevantes para a transformação digital da economia através de financiamentos seguindo critérios específicos de elegibilidade. Destaca-se um instrumento chamado Vale Indústria 4.0, destinado a apoiar a transformação digital através da adoção de tecnologias que permitem mudanças disruptivas nos modelos de negócio de PME (como a contratação de sites de comércio eletrónico ou softwares de gestão fabril a prestadores certificados). Estes vales têm o valor unitário de 7500 euros, deverão apoiar mais de 1500 empresas e representam um investimento público de 12 milhões de euros. Destaque-se ainda o lançamento de uma linha de crédito para o apoio às exportações das PME, através da PME Investimentos. Esta linha permite antecipar receitas da venda a taxas de juro bonificadas, mitigan-
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do assim o risco de empresas exportadoras de tecnologia inovadora de equipamentos que integram tecnologias 4.0
PROGRAMA DE COMPETÊNCIAS DIGITAIS Promover o lançamento da iniciativa que permitirá capacitar, até 2020, mais 20 mil pessoas em tecnologias da informação e comunicações face aos atuais níveis de formação. Em colaboração com o setor privado, esta medida destina-se a fazer face à carência de técnicos especializados nesta área e permite apoiar a reconversão profissional, criando novas oportunidades de inserção profissional através da obtenção de novas competências.
CURSOS TÉCNICOS INDÚSTRIA 4.0 Revisão da carteira de cursos profissionais técnicos em linha com a procura de novas competências por parte das empresas no âmbito da digitalização da economia. Neste contexto, serão criados momentos de interface entre as escolas e a indústria e será promovido o recurso a trabalhadores qualificados, bem como a utilização de equipamentos de empresas para suportar as atividades letivas.
LEARNING FACTORIES Promoção e apoio na criação de infraestruturas físicas com equipamento tecnológico que recriem ambientes empresariais Indústria 4.0, com vista à capacitação do capital humano, promovendo e dando continuidade a iniciativas em curso como a
Fabtec, Laboratório de Processos e Tecnologias para Sistemas Avançados de Produção, que consiste numa learning factory para demonstração de soluções inovadoras ao tecido empresarial, e a Introsys Training Academy, que integra um chão de fábrica simulado (SGF), e a Academy 360 Room com painéis interativos que controlam equipamentos no chão de fábrica.
MISSÕES INTERNACIONAIS Promoção de missões com comitivas nacionais, lideradas por representantes do Governo, com vista à partilha de produtos e serviços de âmbito Indústria 4.0 desenvolvidos em Portugal. Estas comitivas deverão estar presentes em eventos/feiras (ex.: Hannover Messe), cidades/regiões e polos industriais (ex.: missões a Lombardia e País Basco) que possam constituir oportunidades para as empresas portuguesas. Acompanhando o lançamento desta Estratégia, a NERSANT está empenhada em ajudar as empresas a estarem preparadas para aproveitarem as oportunidades de negócio que daí advêm, pelo que vai criar grupos de trabalho para identificar as necessidades das PME’s nesta temática e informar e apoiar as empresas da região no acesso e implementação destas medidas.
MAIS INFORMAÇÕES: DATIC - Departamento de Apoio Técnico, Inovação e Competitividade E-mail: datic@nersant.pt Tel.: 249 839 500
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VIVER O TEJO
Percorrer e conhecer Alcanena
Percurso Pedestre Rota entre o Aqueduto e o Alviela
Tipo de Percurso: Pequena Rota Circular Generalista Âmbito do Percurso: Paisagístico Ponto de Partida/Chegada: Parque de Campismo da Praia Fluvial dos Olhos D’Água Distância Percorrida: 11.1 km Duração do Percurso: 4h Grau de Dificuldade: Médio Altitude min./máx.: 50 m / 128 m Sentido Aconselhado: Seguir em direção à zona balnear atravessando a Ponte sobre o Rio Alviela. São muitos os Percursos Pedestres existentes por toda na nossa região. Este mês, sugerimos um passeio pedestre no concelho de Alcanena- a Rota entre o Aqueduto e o Alviela. Este percurso decorre, maioritariamente,
junto à margem do Rio Alviela, e pretende demonstrar a importância deste recurso, quer para a região, quer para o abastecimento de águas às populações. O percurso inicia-se na Praia Fluvial dos Olhos de Água, mesmo junto à nascente do rio Alviela e segue junto ao Aqueduto do Alviela. Passa pela Ponte da Pedra até à zona do Vigário e chega à Ponte da Ferreira, locais que são apreciados pelo seu enquadramento com o rio. Aqui, podemos encontrar o ramal pertencente à Rota da Arcada. O trilho regressa do outro lado do rio até ao Miradouro de Raposeira e segue caminho junto aos campos de cultivo, que se prolongam por várias colinas. Por fim, seguindo o restante traçado, chegamos de novo ao ponto de partida.
No final do percurso, ao chegar de novo à Praia Fluvial, existe um ramal à direita com cerca de 100m que leva o caminheiro a visitar a Nascente do Rio Alviela e o Poço Escuro.
Com os Percursos do Centro de BTT de Alcanena – Nascente dos Olhos D’Água: - Grande parte deste percurso é coincidente com Percursos do Centro de BTT de Alcanena, com os quais é possível estabelecer Rotas de Ligação. O Centro de BTT está sediado na Praia Fluvial, junto ao início deste Percurso Pedestre. Aí, é possível consultar todos os percursos traçados e pontos de ligação.
Informações Importantes Algumas zonas do percurso são coincidentes com Percursos do Centro de BTT de Alcane-
na – Nascentes dos Olhos D’Água, pelo que aconselhamos algum cuidado adicional.
- Café/Restaurante; - Casas de Banho; - Assador e Parque de Merendas.
Pontos de Interesse
- Parque de Campismo da Praia Fluvial dos Olhos D’Água – Campismo e Bungalows.
Ali perto: (raio de 15km)
- Praia Fluvial dos Olhos D’Água; - Aqueduto do Alviela; - Ponte da Pedra; - Vigário; - Ponte da Ferreira; - Miradouro da Raposeira; - Nascente do Rio Alviela; - Poço Escuro; - Centro Ciência Viva do Alviela.
Onde comer
Estruturas de Apoio: - Centro Ciência Viva – Nascentes do Alviela; - Parque de Campismo da Praia Fluvial dos Olhos D’Água – Campismo + Bungalows;
Alojamento
No local: - Restaurante da Praia Fluvial dos Olhos D’Água;
Ali perto (raio de 7 km): - O Peregrino (Louriceira); O Malho (Malhou); O Nosso Cantinho (Alcanena); Retiro dos Pacatos (Malhou), ente outros.
No local: - Centro Ciência Viva do Alviela – Alojamento em Camarata;
- Hotel Eurosol (Alcanena).
Informações e reservas www.viverotejo.pt
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Cópias de Segurança
H
oje em dia vivemos cada vez mais numa era em que temos a possibilidade de guardar em formato digital quase toda a informação com que trabalhamos no nosso dia-a-dia. Com isto a informação deixou praticamente de ser guardada fisicamente, sendo substituída por ficheiros num computador. Isto torna possível o aparecimento de sistemas com a informação mais centralizada, onde todos guardam a informação num local comum, invés de ter a informação espalhada fisicamente por todo o lado. Mas o aparecimento desta vantagem também implica cuidados especiais. Embora ter a informação toda centralizada num único sítio pode ser benéfico, por outro lado também implica alguns cuidados ao nível de cópias de segurança da informação.
COMO É QUE AS CÓPIAS DE SEGURANÇA PODEM AJUDAR O MEU SISTEMA DE INFORMAÇÃO? Quando falamos em cópias de segurança o nosso principal objetivo é a redundância do nosso sistema, ou seja em caso de algum desastre continuamos a ter toda a informação que precisamos para continuar o nosso trabalho. Mas como é que conseguimos atingir este objetivo? Para começar devemos procurar ter sempre mais do que uma cópia de segurança, pois quanto mais cópias de segurança tivermos menor será a probabilidade de as perdermos todas em simultâneo. Ou seja, se guardarmos as cópias de segurança todas no mesmo computador, isso de pouco nos vai servir pois basta acontecer uma catástrofe com esse PC e lá se vai toda a informação. Por essa razão devemos procurar armazenar as várias cópias de segurança em locais o mais fisicamente distantes possível. Imaginemos, por exemplo, que deflagra um incêndio nas instalações da sua empresa. As cópias de segurança que detiver nessas instalações ficam irrecuperáveis. No entanto, se tiver uma cópia de segurança noutro local, pode respirar de alívio.
COM QUE FREQUÊNCIA É QUE DEVO REALIZAR AS CÓPIAS DE SEGURANÇA? A frequência com que deve realizar as suas cópias de segurança depende principalmente de dois fatores: a frequência com que são gerados/alterados os seus dados e o espaço de armazenamento que tem disponível para as mesmas. Imaginemos o caso de uma empresa que trabalha diariamente com a informação guardada em formato digital e que faz
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cópias de segurança de 2 em 2 dias. A certa altura acontece um problema e mesmo com a última cópia de segurança a empresa perde 1 dia de informação. Como se trata de uma empresa que trabalha frequentemente com a informação, essa perda de 1 dia poderá ter algum impacto na empresa, sendo por isso aconselhável fazer uma cópia de segurança com mais frequência (por exemplo 1 ou 2 vezes por dia). Quando consideramos a frequência das cópias de segurança, também devemos considerar o seguinte: quanto maior for a frequência das cópias de segurança maior será o espaço de armazenamento que vamos necessitar, pois para motivos de segurança devemos sempre guardar não só a última cópia de segurança mas também as cópias de segurança até uma certa data. Imaginemos o seguinte caso: uma empresa que realiza cópias de segurança 2 vezes por dia mas só guarda as últimas 4 cópias de segurança, fica com uma cópia de segurança dos últimos 2 dias. A certa altura a empresa repara que houve um ficheiro que foi apagado e é necessário recuperar esse ficheiro, se o ficheiro já tiver sido apagado há mais de 2 dias a cópia de segurança não vai valer de muito à empresa, pois a cópia de segurança onde esse ficheiro existia já foi apagada. É devido a casos como estes que devemos também procurar sempre as cópias de segurança até uma certa data anterior e quanto maior for o espaço de armazenamento que tivermos disponível, de certa forma, mais antiga poderá ser essa data. Na maioria dos casos um espaço de 7 dias acaba por dar já alguma segurança
para evitar casos como o descrito.
FERRAMENTAS DE CÓPIA DE SEGURANÇA A realização de cópias de segurança deve ser sempre um processo automatizado, por isso não devemos estar dependentes do fator humano para que estas as mesmas sejam iniciadas. Para isso existem diversos conjuntos de aplicações que fazem com que o processo de cópias de segurança seja realizado de acordo com a frequência pretendida. Embora existam diversas aplicações que o podem ajudar nesse processo, recomendamos o uso do “Cobian Backup” pois é uma aplicação gratuita que acaba por ser de fácil utilização até para o utilizador mais comum, e possui praticamente todas as funcionalidades necessárias para a implementação de um bom sistema de cópias de segurança.
REALIZAR AS SUAS CÓPIAS DE SEGURANÇA OU CONTATAR ESSE SERVIÇO A UMA EMPRESA EXTERNA? Se for o tipo de pessoa que embora necessite de realizar as cópias de segurança do seu sistema não se sinta muito à vontade com este processo, existe sempre a possibilidade de procurar uma empresa que lhe possa fornecer esse serviço. A contratação desse serviço é, normalmente, também uma garantia da implementação de um sistema de cópias de segurança mais robusto, pois se estamos a falar de uma empresa que se especializa nessa área é normal que possamos esperar de uma solução implementada seja uma garantia para evitar a perda de informação e dar mais robustez ao seu sistema de informação.
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Formação
O micro-learning é mesmo a próxima grande tendência Sabia que uma pessoa consegue-se concentrar por apenas 8 segundos? É tempo suficiente para uma época onde as notícias são compartilhadas utilizando 140 caracteres e as conversas são feitas por meio de emojis.
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será que apenas 8 segundos são suficientes quando se quer aprender algo? É nesse contexto que surge o micro-learning, uma maneira eficiente de transmitir conteúdo, principalmente no cenário caótico que vivemos hoje, onde os smartphones nos acompanham em qualquer lugar e o tempo é um recurso escasso.
AFINAL, O QUE É O MICRO-LEARNING? O micro-learning é a próxima grande tendência no mercado da formação e distingue-se de outros formatos, sobretudo, pelas suas pequenas sessões de formação centradas no indivíduo e no reforço de competências previamente adquiridas, com o poder sempre nas mãos do formando. Ao contrário do que alguns pensam, não se trata de uma oferta com menos conteúdo, mas sim de conteúdos mais concentrados e diretos, que levam em consideração o dia-a-dia, a realidade e as necessidades de quem os irá receber. Porque é que se vai tornar cada vez mais importante? Segundo os líderes do setor, a entrada dos Millennials no mercado de trabalho, uma geração com um tempo de atenção médio de 90 segundos, vai obrigar a investir neste formato.
UTILIZAÇÃO DE NOVAS FERRAMENTAS PEDAGÓGICAS Prova da realidade do micro-learning é a utilização de App’s para aprendizagem em determinadas áreas. Alguns exemplos: a App Primer, desenvolvida pela Google, conseguiu unir conceitos de micro-learning e bom interface para atingir o objetivo de ensinar marketing digital em 5 minutos, utilizando atividades interativas. A App Duolingo, também desenvolvida pela Google, permite a aprendizagem de línguas (inglês, espanhol, francês e alemão), e possui uma forma de ensinar semelhante ao Primer. A diferença está no propósito, mas o uso de microlearning segue as mesmas características de textos pequenos e pontuais, divididos em módulos que precisam ser completados. A aprendizagem ocorre durante todo o processo, acertando ou errando a questão, em que cada pequena lição é semelhante a um jogo interativo. Muitas outras App’s existem hoje em dia e são também exemplos de micro-learning. Outra realidade de utilização do micro-learning é o vídeo, que está há muitos anos presente
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como ferramenta formativa, embora ainda não se tenha encontrado a fórmula ideal para manter os formandos agarrados ao ecrã e aos seus conteúdos de aprendizagem. Mas a tendência será a utilização de ‘micro-vídeos’: vídeos cada vez mais curtos, com a duração máxima de 1 minuto. O vídeo irá entrar em força no mercado da formação. Com o micro-learning a sua necessidade torna-se ainda mais importante, ou seja, vídeos curtos, muito direcionados e que se pareçam com entretenimento. Também pode ser utilizado noutros contextos como, por exemplo, ensinar a utilizar um aplicativo pela primeira vez. É comum encontrarmos aplicativos que nos rececionam com cards contendo uma ilustração e uma frase pontual explicando a utilização. Essa maneira de transmitir pequenas instruções também faz parte do micro-learning.
DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS CLAROS Definir claramente os objetivos de uma formação é já essencial, o micro-learning vai acentuar ainda mais a necessidade. O formando necessita perceber exatamente qual é o objetivo da formação que está a fazer para, assim, se focar no mais importante.
EFICIÊNCIA NO ENSINO E TRANSMISSÃO DE CONTEÚDO As tecnologias que temos hoje à nossa disposição vieram fazer com que seja cada vez mais fácil produzir conteúdos e difundi-los, seja através de um smartphone, de um tablet ou de uma action cam. Mas é importante que não perca de vista o seu principal objetivo: a aprendizagem. Se os conteúdos não forem realmente bons, nunca se conseguirá cativar os formandos. Deste modo, blocos enormes de textos estão a ceder lugar ao micro-texto.
O TEMPO É TUDO Como já foi referido, em média, um Millennial não consegue estar focado na mesma coisa durante muito mais do que 90 segundos. E segundo a maioria dos especialistas, um vídeo formativo não deve ultrapassar os quatro minutos. Outra regra essencial é ser direto e evitar ser redundante, uma vez que, na generalidade, as pessoas gostam de ir diretamente ao assunto e o mesmo se aplica em formação.
O que é a geração Millennials? A geração ‘Millennials’, também chamada geração do milénio ou geração da internet, é o termo usado para categorizar os indivíduos que nasceram entre 1980 e 2000. A definição foi criada pelos autores norte-americanos William Strauss e Neil Howe em 1991. Pertencem a esta geração os jovens entre os 15 e 35 anos, filhos da Geração X e netos dos ‘baby boomers’. São apresentados como a primeira geração de nativos digitais. Os Millennials são também designados de geração Y e da Internet. Nasceram na era dos equipamentos eletrónicos, do crescimento rápido do ‘online’ e do mundo das redes sociais. Se a geração X foi concebida na transição para o novo mundo tecnológico, a geração Y foi a primeira verdadeiramente nascida neste meio, mesmo que incipiente. Desde pequenos, criaram uma relação íntima com as novas tecnologias e dominam a internet como ninguém. Para as empresas é fundamental conhecer em detalhe o perfil desta nova geração de consumidores que privilegiam canais de informação diferentes dos usados pelas gerações anteriores e têm padrões de consumo igualmente distintos.
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INFORMAÇÃO E APOIO
SIFIDE II Sistema de Incentivos Fiscais à I&D Empresarial
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SIFIDE II – Sistema de Incentivos Fiscais à I&D Empresarial, visa a concessão de incentivos às atividades de investigação e desenvolvimento (I&D) empresarial como forma de apoio às empresas que queiram intensificar os seus investimentos em I&D. O Sistema de Incentivos Fiscais em Investigação e Desenvolvimento Empresarias II, a vigorar no período de 2013 a 2020, visa apoiar as atividades de Investigação e de Desenvolvimento, relacionadas com a criação ou melhoria de um produto, de um processo, de um programa ou de um de um equipamento, que apresentem uma melhoria substancial e que não resultem apenas de uma simples utilização do estado atual das técnicas existentes.
ELEGIBILIDADE DAS DESPESAS São despesas elegíveis: • Despesas com pessoal (nível ≥ IV) diretamente envolvido em tarefas de I&D (sendo que no caso de doutorados a despesa elegível corresponde a 120% do custo real); • Aquisições de ativos fixos tangíveis, à exceção de edifícios e terrenos; • Despesas relativas à contratação de atividades de I&D; • Despesas de funcionamento, até ao máximo de 55% das despesas com pessoal (nível ≥ IV) diretamente envolvido em tarefas de I&D; • Despesas com a participação de dirigentes e quadros na gestão de instituições de I&D; • Participação no capital de instituições de I&D e contributos para fundos de investimentos, públicos ou privados, destinados a financiar empresas dedicadas sobretudo a I&D; • Custos com registo e manutenção de patentes; • Despesas com a aquisição de patentes (PME); • Despesas com auditorias à I&D; • Despesas com ações de demonstração que decorram de projetos de I&D apoiados (desde que previamente comunicadas). No âmbito deste sistema de incentivos fiscais consideram-se: Despesas de investigação, as realizadas pelo sujeito passivo de
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IRC com vista à aquisição de novos conhecimentos científicos ou técnicos; Despesas de desenvolvimento, as realizadas pelo sujeito passivo de IRC através da exploração de resultados de trabalhos de investigação ou de outros conhecimentos científicos ou técnicos com vista à descoberta ou melhoria substancial de matérias -primas, produtos, serviços ou processos de fabrico.
CÁLCULO DO BENEFICIÁRIO Os sujeitos passivos de IRC podem deduzir ao montante apurado nos termos do artigo 90.º do Código do IRC, e até à sua concorrência, o valor correspondente às despesas com investigação e desenvolvimento, na parte que não tenha sido objeto de comparticipação financeira do Estado a fundo perdido, realizadas no período de tributação. Estes apoios permitem recuperar até 82,5% do Investimento em I&D, ressalvase, na parte que não tenha sido objeto de comparticipação financeira do Estado a fundo perdido, realizadas nos períodos de tributação de 1 de Janeiro de 2013 a 31 de Dezembro de 2020. • Taxa Base: Dedução fiscal aplicável à despesa total em I&D no ano corrente – 32,5%; • Taxa Incremental (Majoração) 50% do aumento da despesa face à média dos dois anos anteriores (máximo de 1.5M€)
CONDIÇÕES DE ACESSO Apenas podem beneficiar da dedução os sujeitos passivos de IRC que preencham cumulativamente as seguintes condições: • O seu lucro tributável não seja determinado por métodos indiretos; • Não sejam devedores ao Estado e à Segurança Social de quaisquer contribuições, impostos ou quotizações, ou tenham o seu pagamento devidamente assegurado. As entidades interessadas em recorrer ao SIFIDE II devem aceitar submeter-se às auditorias tecnológicas que vierem a ser determinadas. São obrigatoriamente submetidas a uma auditoria tecnológica pela Comissão Certificadora no âmbito do SIFIDE designada por despacho do membro do Governo responsável pela área da economia no final da vigência dos projetos. A contabilidade dos beneficiários deve dar expressão ao imposto que deixe de ser pago em resultado da dedução mediante menção do valor correspondente no anexo às demonstrações financeiras relativa ao exercício em que se efetua a dedução.
VANTAGENS SIFIDE • Traduz-se em crédito fiscal (dedução à coleta) que ascende até 82,5% dos montantes de investimentos relacionados com as atividades de I&D; • É compatível com outros apoios públicos para a realização de atividades de I&D (e.g. projectos financiados pelo Portugal 2020), sendo elegível a componente não financiada destes projectos; • Incide sobre atividades/ despesas já realizadas; • Permite a dedução do crédito fiscal atribuído até ao 8º exercício fiscal imediato.
CANDIDATURAS A candidatura é efetuada online, através de um formulário disponibilizado no site http://sifide.ani.pt/, Os campos descritivos do formulário de candidatura deverão dar resposta aos seguintes pontos: Objetivos, Descrição das Atividades de I&D, Resultados. As candidaturas devem obrigatoriamente ser submetidas até ao final do mês de julho do ano seguinte ao do exercício (ou do último dia do sétimo mês seguinte à data do termo do período de tributação a que respeitam as despesas de I&D, para as empresas com período de tributação diferente do ano civil), não sendo aceites candidaturas referentes a anos anteriores a esse período de tributação. Só as empresas que submetam candidaturas dentro do prazo da entrega da declaração anual de rendimentos (maio) poderão inscrever na mesma o cálculo do Crédito Fiscal de que pretende beneficiar. Em caso de não aceitação da candidatura, a empresa será obrigada a pagar ao Estado o imposto em falta, juros de mora e a respetiva multa. Para as candidaturas submetidas após esta data (junho e julho), a empresa terá que aguardar, para efeitos de usufruição do benefício, pela declaração de certificação das despesas.
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EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO
João Vasconcelos, Secretário de Estado da Indústria, sobre o empreendedorismo da região
“Há um novo Ribatejo a nascer e que quer fazer parte do melhor que o século XXI tem para oferecer” O Ribatejo deu mais um passo para o desenvolvimento do empreendedorismo na região.
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oi apresentado no dia 3 de fevereiro o Ribatejo Empreende, um projeto promovido pela NERSANT e cofinanciado pelo COMPETE2020, que visa promover o espírito empresarial no Ribatejo, através da dinamização e criação de atividades e ferramentas que permitam fortalecer o ecossistema empreendedor, no sentido de fomentar a cultura empreendedora, promover a geração de ideias inovadoras, capacitar os empreendedores e os seus projetos e assim promover e apoiar a criação de novas empresas nesta região. A apresentação contou com a presença do Secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, a quem a Presidente da Direção da NERSANT lançou um desafio. Maria Salomé Rafael lembrou que uma das principais dificuldades das startups prende-se com a dificuldade de acesso ao financiamento e defendeu a criação de um “instrumento
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financeiro Regional para apoiar o empreendedorismo. Deixo aqui o desafio: será que não se podem unir as Caixas de Crédito Agrícola da região de forma a apoiar estes e outros projetos empresariais da região?”. A Presidente da NERSANT apelou às parcerias e defendeu a necessidade de haver mecanismos financeiros de proximidade que poderão
impulsionar ainda mais o crescimento do empreendedorismo na Região. Um crescimento elogiado pelo Secretário de Estado da Indústria, que destaca o papel da NERSANT: “a NERSANT foi verdadeiramente empreendedora e não ficou à espera do Estado e do Governo para arrancar”. João Vasconcelos, que inaugurou as instalações da
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Startup Santarém em março de 2016, defende que “há um novo Ribatejo a nascer, o que vejo neste distrito garante-me que o Ribatejo quer fazer parte do século XXI, do melhor que o século XXI tem para oferecer”. De acordo com o balanço feito pela NERSANT, em 2016 foram criadas 96 empresas no âmbito da Startup Santarém, e já em 2017 concorreram 22 startups ao programa do Governo português Vale Incubação: “a região
com mais candidaturas”, destacou o Secretário de Estado da Indústria. O Governante destacou ainda o papel das startups da região na agroindústria “que para muitos, era algo que não representava futuro, mas hoje é um dos setores mais sofisticados de Portugal. Uma das fábricas mais desenvolvidas da indústria 4.0 pertence à agroindústria”. Na cerimónia foram ainda entregues cer-
tificados aos participantes do 1.º Programa de Aceleração de Ideias e aos vencedores dos dois concursos de Ideias de Negócio. Um caminho que a região quer continuar a trilhar, o Presidente da Câmara Municipal de Santarém garante que “os autarcas da região vão prosseguir este desenvolvimento”. Ricardo Gonçalves vai mais longe e anunciou mesmo a abertura de uma nova Startup em Alcanede até ao final do verão.
Resultados excecionais de apoio ao empreendedorismo da NERSANT apresentados a rede de parceiros Mais de 1500 empreendedores recebidos, 356 novas empresas criadas e 7 milhões de euros investidos na região em apenas 4 anos. Foram estes os resultados da estratégia de apoio ao empreendedorismo levada a cabo na região pela NERSANT - Associação Empresarial da Região de Santarém, entre 2013 e 2016. Os resultados foram apresentados no final de janeiro, em Torres Novas, onde a associação empresarial reuniu com a rede de parceiros do seu ecossistema empreender, no total de cerca de 30 entidades presentes, nomeadamente IAPMEI, IEFP, CIMLT, CIMT, Instituto Politécnico de Santarém e Instituto Politécnico de Tomar, Garval, Clube de Business Angels de Santarém, AgroCluster Ribatejo, TagusValley, CTIC, Tagus, CGD, Caixa de Crédito Agrícola, Millennium BCP, Montepio Geral e Novo Banco. O objetivo desta reunião com os parceiros foi, de facto, apresentar o trabalho que tem sido feito pela associação em prol do empreendedorismo e da criação de novas empresas, trabalho este realizado com o apoio dos parceiros presentes nesta reunião. Só em 2016, foi também enunciado na mesma, a associação reuniu com 433 empreendedores do distrito de Santarém,
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o que resultou no desenvolvimento de 189 ideias de negócio, sendo que resultaram destas ideias 110 planos de negócio e 96 empresas criadas. Para além disso, estas empresas criadas com o apoio da NERSANT têm uma taxa de sobrevivência de 92%, muito superior à média nacional, que ronda os 50%. O ano de 2016, explicou a NERSANT aos seus parceiros, foi ainda nota devido à abertura da Startup Santarém, em março, que veio permitir fechar o ciclo de apoio ao empreendedorismo da NERSANT com um serviço que permite acolher empresas virtual e fisicamente. Destaque também para a atribuição do Prémio Europeu de Promoção Empresarial para o Empreendedorismo.
Para além do balanço de 2016, foi ainda apresentado e colocado à discussão o plano de atividades no âmbito do empreendedorismo para 2017, nomeadamente rotas e calendários de um roadshow de fomento do empreendedorismo, o agendamento de sessões de apoio ao empreendedorismo, as temáticas dos concursos de ideias de negócio e possibilidade de criação de programas temáticos de aceleração de ideias, entre outros. José Vale, do IAPMEI, fechou a reunião com a apresentação da Estratégia Nacional para o Empreendedorismo (Startup Portugal), não sem antes elogiar o trabalho notável, comprovado pelos números apresentados, que a NERSANT tem feito ao nível do empreendedorismo.
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EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO
Guia Prático do Empreendedor Agrícola apresentado em Santarém No dia 10 de janeiro, a McDonald’s Business Initiative for Agriculture (MBIA) promoveu uma sessão de Networking na Escola Superior Agrária de Santarém para apresentar o Guia Prático do Empreendedor Agrícola, promover o debate em torno do agroalimentar e apresentar um caso de sucesso de empresa do setor, nomeadamente a Campotec. A MBIA (www.mbia.pt) é uma iniciativa que visa promover o desenvolvimento do setor agrícola nacional. Procura fazê-lo através da geração e partilha de conhecimento e da criação de uma relação de colaboração e proximidade entre os agricultores e o universo do empreendedorismo nacional. Esta iniciativa nasce da visão de que a aproximação entre agricultores e a rede do empreendedorismo em Portugal contribuirá para
Web Summit muda política de preços dos bilhetes
acelerar o crescimento e inovação dos negócios agrícolas e, desta forma, contribuir para o desenvolvimento do sector. Com esta visão a MBIA pretende reforçar os agricultores portugueses com competências de gestão, através de iniciativas que visam este fim.
Inscrições abertas para Feira de Empreendedorismo e Franchising de Lisboa O Empreendedor.com e a Associação Portuguesa de Franchising vão organizar, nos dias 24 e 25 de março, a FEF Lisboa 2017 - Feira de Empreendedorismo e Franchising. Este evento, que contará com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, tem a missão de assumir um importante relevo no panorama económico local, pretendendo ser dinamizador de negócios e de criação de emprego e o ponto de encontro entre empresários, empreendedores e entidades de apoio ao empreendedorismo. A FEF Lisboa 2017, que será de entrada livre para o público, ocupará uma área de mais de 2.400 m2, divididos em duas áreas de exposição distintas, mas complementares: o Salão de Empreendedorismo e o Salão de Franchising. São esperados cerca de 50.000 visitantes que, durante os dois dias, terão oportunidade de assistir às diversas palestras e workshops que irão compor o evento, e de visitar o espaço de exposição das entidades e empresas mais significativas do setor. O espaço de Empreendedorismo será dividido por áreas temáticas onde, além da exposição de entidades públicas e privadas ligadas ao empreendedorismo, decorrerão atividades de capacitação e apoio a novos e atuais empreendedores. O espaço de Franchising contará igualmente com uma mostra de oportunidades em franchising, tanto nacionais como internacionais. Além desta
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oferta de negócios, existirá também um espaço de workshops temáticos e serviços de apoio tanto a Franchisadores como a Franchisados. De acordo com Miguel Cordeiro, coorganizador do evento e responsável pelo portal de empreendedorismo “Empreendedor. com”, “temos como objetivo alcançar grande impacto num público que quer, ou já está a empreender, inspirando, capacitando e conectando empreendedores e oferecendo soluções e caminhos”. Cristina Matos, Diretora Geral da Associação Portuguesa de Franchising e também coorganizadora da FEF Lisboa, acrescenta que esta junção das duas áreas pretende “capacitar o franchising como forma de empreendedorismo sustentável, promovendo as suas vantagens no ecossistema empreendedor nacional”. A FEF Lisboa 2017 será realizada no Pátio da Galé, no Terreiro do Paço, em Lisboa. O formulário de inscrição gratuita, bem como toda a informação sobre o programa e agenda de conferências serão brevemente disponibilizados no site do evento – www. fef.com.pt.
A organização do Web Summit quer reduzir o preço dos bilhetes e o número de lugares disponíveis para pacotes ALPHA. Trata-se de uma redução de mais de metade do preço. A conferência tecnológica anunciou, através do seu blog oficial, que vai diminuir em 56% o valor dos bilhetes do pacote ALPHA para startups que ainda estão em fase inicial. A decisão acontece no seguimento de um estudo estatístico que a organização fez para avaliar como tinha corrido a conferência, tendo chegado à conclusão que os preços altos praticados acabaram por afastar alguns potenciais participantes. “Quando inquirimos as startups que tinham sido selecionadas para participar como ALPHA, em 2016, mas que recusaram, a razão principal para não terem vindo foi o custo, em 77% dos casos. O número sobe para mais de 95% em situações em que a startup veio de um país desenvolvido. De todas as startups que recusaram vir, 81% são de países desenvolvidos. É um problema”, pode ler-se na publicação. A Web Summit assume que o custo dos bilhetes de acesso à conferência tem subido 27% de ano para ano. O preço do pacote ALPHA é perto de dois mil euros e dá direito a um dia de expositor para a startup e bilhetes para a equipa, que têm ainda acesso a investidores e programas específicos. Com a redução do valor ALPHA, a organização indica que também menos lugares estarão disponíveis no acesso a este pacote. Contudo, vão ser disponibilizados mais bilhetes nas categorias BETA e START, para startups em fase mais avançada.
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HORIZONTE 2020 apoia as PME Inovadoras portuguesas com 300 milhões do FEI O FEI - Fundo Europeu de Investimento financiou com 300 milhões de euros uma nova linha de crédito dirigida às Micro, Pequenas e Médias Empresas portuguesas que se destaquem pela sua Inovação, lançada pelo Novo Banco. A transação beneficia do apoio financeiro da União Europeia através do Programa HORIZONTE 2020 e do FEIE - Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos, criados no âmbito do Plano de Investimento para a Europa. O FEIE visa apoiar o financiamento de investimentos produtivos na União Europeia e assegurar um maior acesso a fontes de financiamento. “O Novo Banco disponibiliza uma nova linha de crédito no valor de 300 milhões de euros tendo por base o acordo celebrado com o Fundo Europeu de Investimento (FEI), que tem como beneficiários micro, Pequenas e Médias Empresas (PME’s), assim como empresas de maior dimensão (empregando até 499 trabalhadores)”, informou em comunicado o Novo Banco. “A nova linha destina-se especificamente
a empresas que pretendam financiamento para apoiar as suas atividades ou projetos de investigação, desenvolvimento e inovação, até um máximo de 7,5 milhões de euros, e conta com uma cobertura do FEI para 50% do risco de crédito subjacente, sendo por isso muito relevante no apoio aos projetos aprovados nos sistemas de incentivos à inovação produtiva e qualificação de PME no âmbito do Portugal 2020”, destacou. Este instrumento reveste-se de particular importância para o Novo Banco porque permite o acesso das PME portuguesas a condições de financiamento mais favoráveis, promovendo assim a criação de
emprego e o crescimento da economia, e dando continuidade à estratégia prosseguida de permanente apoio ao tecido empresarial Português. Esta é a terceira transação do género assinada entre o Novo Banco e o FEI, sublinhou a entidade portuguesa, “depois do sucesso alcançado com o lançamento, em outubro de 2013, da linha Risk Sharing Finance Facility e, em julho de 2015, da linha InnovFin SME Guarantee Facility, através das quais o Novo Banco facultou 360 milhões de euros de financiamento a mais de 400 empresas inovadoras suas clientes”.
Concurso “Ideias em Caixa” com candidaturas até 24 de março Programa Defesa Empreende 2017 Está a decorrer o prazo para submissão de candidaturas ao Programa Defesa Empreende 2017, uma iniciativa do Ministério da Defesa Nacional, através do Centro de Informação e Orientação para a Formação e o Emprego (CIOFE). O programa tem como objetivo apoiar e fomentar o empreendedorismo junto de militares e ex-militares oriundos do Regime de Contrato (RC) que queiram criar o seu próprio emprego. O Programa Defesa Empreende foi desenvolvido de forma a estimular o empreendedorismo como política privilegiada de reinserção profissional dos militares e ex-militares do RC e apoiá-los na implementação de uma ideia de negócio ou projeto empresarial. As candidaturas estão abertas até 31 de março e podem ser feitas através do portal do CIOFE.
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A Universidade do Algarve, através do CRIA – Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia, promove a 5.ª Edição do “Ideias em Caixa”, concurso de ideias para criação de empresas inovadoras. O “Ideias em Caixa” tem como objetivo promover a iniciativa empresarial e o empreendedorismo qualificado e inovador, em especial nos setores do Turismo, Mar, Agroalimentar, Economia Verde, Saúde e Ciências da Vida, e TIC e Atividades Culturais e Criativas. O concurso é desenvolvido em parceria com o IAPMEI, o NERA - Associação Empresarial da Região do Algarve, a ANJE, a Caixa Geral de Depósitos, com apoio à divulgação da Rádio Universitária do Algarve (RUA FM) e do SulInformação. O “Ideias em Caixa” está aberto a pessoas com mais de 18 anos (individualmente ou em grupo), e a empresas e organizações constituídas há menos de dois anos, que pretendam desenvolver
ideias de negócio inovadoras que não estejam em fase de exploração comercial. As 30 melhores ideias de negócio serão premiadas com um programa de formação em empreendedorismo. As 15 melhores ideias terão ainda acesso a um pacote de serviços de apoio à criação das empresas e implementação dos negócios. Os vencedores serão anunciados numa cerimónia de entrega de prémios. As candidaturas estão abertas até ao dia 24 de março. Mais informações sobre o processo de candidatura podem ser obtidas junto da Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia da Universidade do Algarve, em www. cria.pt.
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EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO
Comissão Europeia procura empreendedores em Portugal
Women Economic Forum chega a Portugal em outubro O Women Economic Forum (WEF) é uma conferência global que tem o propósito de proporcionar plataformas de conversação, troca produtiva de experiências, ideias e networking entre mulheres de todo o mundo, criando assim mudanças positivas e construtivas em todas as áreas e a nível internacional. Este ano a conferência vai passar por Portugal, em outubro. O contexto desta conferência global, que ocorre este ano em 12 a 15 países ao redor do mundo, é interdisciplinar, e pretende criar oportunidades de negócio e aumentar a influência feminina em todos os setores. Também são bem-vindos homens que apoiam a causa da liderança feminina. A visão deste evento é filantrópica e não tem fins lucrativos, funcionando em modo colaborativo, criando pontes entre culturas e religiões, para uma nova economia. Para além de ser uma oportunidade de aprendizagem, esta é uma plataforma de lançamento para startups, programas de angariação de fundos, projetos colaborativos e inspiração, com a oportunidade de conhecer, ouvir e interagir com algumas das pessoas mais empreendedoras e influentes no mundo. Abrem-se assim portas para as mulheres e homens menos afortunados, dando-lhes novas ferramentas para implementar ideias construtivas nos seus países, bem como para os empresários de sucesso que queiram expandir ainda mais a sua influência global. Este ano, para além do Encontro Anual em Nova Deli, Índia, em maio, a conferência vai marcar presença em países como Estados Unidos da América, Bangladesh, Butão, Chipre, Islândia, Maldivas, África do Sul, Marrocos e Canadá. Está também prevista a realização da conferência em Portugal, nos dias 15 e 16 de outubro.
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A Representação da Comissão Europeia em Portugal lançou dia 27 de janeiro, a edição 2017 da Bolsa do Empreendedorismo, que pretende descobrir empreendedores em Portugal. A iniciativa foi apresentada formalmente na Representação da Comissão Europeia em Portugal, em Lisboa, e as candidaturas estão online até 26 de fevereiro. A Bolsa do Empreendedorismo 2017 tem por objetivo difundir informação sobre as iniciativas da União Europeia para a promoção do investimento, do crescimento e do emprego e proporcionar a potenciais
empreendedores oportunidades para desenvolver as suas ideias, projetos ou empresas. A iniciativa é composta por três fases, sendo que a primeira – o concurso “Elevator Pitch – IdeiasQueMarcam” – desafia todos aqueles que possuam uma ideia de negócio a submeter o seu projeto. Para além de dois prémios de 5 mil euros cada, será dada formação aos finalistas, coaching personalizado, acesso a uma rede de contactos de diversos parceiros e informação sobre instrumentos de apoio a nível europeu. As inscrições estão abertas até 26 de fevereiro.
Organização mundial de empreendedores abre delegação em Lisboa A Entrepreneurs Organization, uma associação sem fins lucrativos que promove a partilha de experiências entre empreendedores do mundo inteiro, vai abrir uma delegação em Lisboa. Presente em 50 países, com 160 delegações, a organização orgulha-se de representar empresas que, na totalidade, contabilizam mais de 50 mil milhões de dólares anuais, empregando perto de três milhões de pessoas. Em Lisboa, é agora aberto um capítulo nacional (nome que a EO dá às suas delegações), que vai ser presidido por Miguel Santo Amaro, um dos fundadores da Uniplaces. O lançamento da delegação portugue-
sa acontecerá no Pestana Palace, com a participação do Secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos. Antes, no mesmo lugar, terá lugar uma reunião dos presidentes dos capítulos da Europa, Norte de África, Médio Oriente e Paquistão. Para além de Miguel Santo Amaro, a delegação portuguesa contará com outros empreendedores portugueses como Pedro Janela do WY Group, André Gil da Bliss e o empresário Tim Vieira, do Shark Tank.
Wine Lounge da Quinta Casal da Coelheira nomeado para prémio de arquitetura O projeto de arquitetura da Loja de Vinhos da Quinta do Casal da Coelheira, no Tramagal, foi nomeado no dia 24 de janeiro, pela plataforma ArchDaily, para os “2017 Building of the Year Awards”. O projeto de arquitetura é da responsabilidade da MODO - Arquitetos Associados, gabinete de arquitetura situado no Sardoal, concelho de Abrantes. O projeto, nomeado na categoria de Hospitalidade, renovou e modernizou edifícios existentes, convertidos em showroom, loja e lounge de vinhos. A intervenção valorizou a comunicação entre a empresa, clientes e visitantes, mostrando o cuidado e a alta tecnologia do processo de produção de vinhos desenvolvido por esta empresa.
Os vencedores foram já eleitos pelos visitantes da ArchDaily, plataforma de informação e divulgação da arquitetura, com base em Nova Iorque, com perto de meio milhão de visitas diárias.
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Peles auto-laváveis e anti-sujidade em desenvolvimento na Couro Azul Já ouviu falar do projeto Nanocleanleather? Trata-se de um projeto cofinanciado pelo COMPETE 2020 que tem como objetivo a investigação e desenvolvimento de pele natural com propriedades de limpeza melhorada - anti-soiling e self-cleaning - destinada ao interior automóvel, com recurso a aditivos nanoestruturados. Este projeto inovador está a ser desenvolvido pela Couro Azul, empresa de Alcanena.
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as, de que se trata? O projeto Nanocleanleather pretende, por um lado, responder à necessidade premente da indústria dos curtumes, no que respeita à obtenção de pele com propriedades de limpeza melhorada, com elevado desempenho, durabilidade e manutenção do seu aspeto natural. Por outro lado, e dada a ambição do promotor do projeto, a Couro Azul, este projeto visa apostar no fornecimento para os setores ferroviário e aeronáutico, onde estas propriedades assumem ainda uma maior importância - dada a frequência superior dos procedimentos de limpeza, e os “timings” reduzidos - do que a que já é veiculada no setor automóvel. Assim, o projeto Nanocleanleather visa o desenvolvimento de pele com propriedades anti-soiling (capacidade de um material repelir sujidade e ser facilmente limpo) e self-cleaning (capacidade de um material efetuar a degradação de contaminantes presentes na sua superfície por ação fotocatalítica), destinada ao setor automóvel (especificamente ao revestimento de assentos, volantes, painéis de instrumentos e de porta) com base em aditivos nanoestruturados. A necessidade da Couro Azul desenvolver este tipo de solução prende-se com o seguinte: o conceito de anti-soiling – capacidade de um material repelir sujidade e ser facilmente limpo – é um conceito cada vez mais exigido pelos fabricantes da indústria automóvel e de outros meios de transporte, como o ferroviário e o aeronáutico, e como o couro se tem assumido como material de eleição no revestimento de assentos, é importante que os atores industriais encontrem soluções tecnologicamente avançadas
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que vão de encontro a esta ambição. Já no que se refere às propriedades self-cleaning capacidade de um material efetuar a degradação de contaminantes presentes na sua superfície por ação fotocatalítica - trata-se de uma conceção inexistente na indústria dos curtumes, revestindo-se por isso de um caráter altamente inovador. É conhecido o potencial que existe na aplicação de nanomateriais para providenciar um abrangente espetro de funcionalidades a materiais diversos, com mais-valias ao nível do desempenho e da manutenção das propriedades intrínsecas dos materiais. No entanto, existem desafios na investigação quer ao nível da síntese de aditivos nanoestruturados para antisoiling e self-cleaning, quer ao nível da sua compatibilidade com o couro. Assim, o consórcio, e em especial o promotor Couro Azul, pretende apostar fortemente numa estratégia de investigação que conduza à introdução de aditivos nanoestruturados no processamento da pele natural, inexplorada até ao momento, para obtenção de propriedades de limpeza melhorada, com mais-valias em termos do desempenho e da manutenção das características estéticas e de conforto da pele natural. A solução deverá, desta forma, assegurar uma higienização superior e a consequente minimização dos procedimentos de limpeza (particularmente relevante nos transportes aeronáutico e ferroviário). Tais propriedades garantirão a diminuição do impacto ambiental e económico referente aos procedimentos de limpeza de materiais de pele natural com aplicação na indústria dos transportes, com um elevado potencial de exploração por outras áreas, como na indústria do mobiliário.
O projeto Nanocleanleather foi cofinanciado pelo COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico, na vertente de co-promoção, com um investimento elegível de 459 mil euros, correspondendo a um incentivo FEDER de cerca de 330 mil euros. O consórcio do projeto foi definido de modo a englobar o conjunto de competências e conhecimentos necessários e adequados ao desenvolvimento das soluções previstas no âmbito do Nanocleanleather. É constituído por três entidades, a empresa Couro Azul, e duas entidades do SI&I (Sistema Nacional de Investigação e Inovação): CTIC e CeNTI. De referir que a empresa Couro Azul, situada em Alcanena, fornece couros para volantes das principais marcas de automóveis do mundo, bem como para o setor ferroviário e aeronáutico. A inovação tem sido o segredo de sucesso da empresa, que tem vindo a responder eficazmente aos desafios dos seus clientes. “A Couro Azul entendeu sempre, a inovação como um dos pilares do seu desenvolvimento e competitividade, seguindo-se a qualidade dos seus produtos”, fez saber Pedro Carvalho, Presidente do Conselho de Administração da Couro Azul, numa entrevista já publicada na Revista Ribatejo Invest. Ao abrigo da estratégia de inovação da empresa, e a título de exemplo, toda a produção de couros da empresa é feita sem crómio e sem metais pesados e está neste momento em desenvolvimento uma solução que permitirá que os couros sejam mais leves e mais resistentes ao fogo (solução deveras importante e solicitada pelo setor da aviação). Também em desenvolvimento, está uma solução que permita valorizar o subproduto dos couros.
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Naturea
A marca do Ribatejo que produz alimentação para cães e gatos biologicamente apropriada A Naturea está situada na zona industrial de Santarém e está a dar nas vistas no segmento da alimentação para animais de companhia. Concorrendo diretamente com marcas multinacionais, a Naturea apostou num conceito inovador, onde o principal ingrediente dos seus produtos é sempre a proteína animal aprovada para o consumo humano . Em apenas seis anos tornou-se um caso de sucesso e exporta atualmente para 22 países.
Q
uando se fecha uma porta, abrese uma janela. A história de Raul Abraão e da sua empresa é o exemplo perfeito desta frase inspiradora. Em 2010 a sua vida mudou. Após oito anos a trabalhar com uma marca canadiana de alimentação para cães e gatos, com quem tinha um vínculo de representação em Portugal, foi surpreendido com a rescisão do contrato. Com um passivo bancário considerável, que fora forçado a contrair para corresponder aos requisitos da empresa canadiana, e sem saber o que fazer, Raul Abraão tratou de procurar um novo rumo para a sua vida. Pegou nos 20 mil euros de indemnização que recebeu e, a primeira coisa que fez, foi comprar um bilhete de avião para visitar a maior feira de alimentação animal do mundo que se realiza em Nuremberga, na Alemanha. Decidido a fazer uma prospecção ao mercado e ver o que a concorrência andava a fazer, o empresário saiu de lá decidido a criar a sua própria marca, apostando num conceito diferenciador. “Toda gente me chamou um pouco louco, tendo em conta a concorrência que exisRaul Abraão, com a sua equipa
Nos últimos quatro anos assistimos a uma humanização do mercado de pet, o cão e o gato estão quase ao nível dos nossos filhos. Temos pessoas que ao pegarem numa embalagem, a sua preocupação é ver a composição e este é o nosso cliente-tipo.” 40
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tia - as grandes empresas multinacionais, gigantes do setor. Só o budget de comunicação destas empresas é maior que a minha faturação!” Decidido a concretizar este projeto, o passo seguinte foi a contratação de um… designer. Estranho? Não tanto. Para Raul Abraão a afirmação de uma nova marca passava, em primeiro lugar, por oferecer um produto de qualidade superior, com uma imagem inovadora e diferenciada, por forma a captar a atenção para quem compra estes produtos… os donos. Foi assim que em Setembro de 2010 nasceu a Naturea - The Natural Grain Free Concept, com um conceito diferenciado de alimentação para cães e gatos.
Com a ajuda de um veterinário e de um biólogo, e já com uma fórmula bem definida, Raul Abraão encontrou uma fábrica em Inglaterra para produzir as primeiras dietas Naturea. A parceria com essa fábrica correu tão bem que se mantém até hoje, a parceria na produção de uma das gamas da marca - Naturea Grain Free Dry Food. Seis meses depois, a primeira remessa chegou a Portugal e já estava toda vendida. O segredo consistiu numa boa comunicação com o canal especializado, realizada através de uma enorme campanha nas redes sociais e num packaging apelativo, explica o empresário. “Para embalar as primeiras dietas, utilizámos sacos pré-
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Curiosidade Estima-se que existam em Portugal cerca de 6,7 milhões de animais de estimação, com os cães a surgirem em maioria, seguidos dos gatos. Mais de dois milhões de lares possuem, pelo menos, um animal de estimação.
Pouco mais de seis anos depois da sua fundação, a Naturea é hoje um dos concorrentes da empresa canadiana de quem Raul Abraão foi representante em Portugal.” feitos fornecidos pela fábrica. Tinham uma aparência e um toque de papel manteiga levando os consumidores para um ambiente gourmet a fazer recordar as antigas mercearias portuguesas. Nestas embalagens aplicamos um autocolante com a imagem da Naturea. O resultado foi fantástico… As pessoas adoraram o aspecto. Os consumidores pensavam que esta solução de embalagem tinha sido pensada e propositada, e não faziam ideia de que fora feito desta forma porque não havia recursos financeiros para fazer de outra forma!”, explicou. Apesar deste projeto e desta marca terem sido criados quase por obrigação, para responder a um problema, e unicamente para o mercado nacional, começaram entretanto, a ser contatados por distribuidores de outros países interessados em representar a Naturea. Para testar a possibilidade de internacionalizar a marca, Raul Abraão regressou às feiras de pet food no ano seguinte, desta vez em Itália e já como expositor. O empresário e atual CEO da empresa recorda, com sentido de humor alguns episódios dessa viagem a os da feira eram elevados, Itália: “os custos mos juntar algum dinheiro mas conseguimos rias e participámos. Eu, o das vendas diárias veterinário) e o Bernardo Pedro Nabais (veterinário) ólogo), atravessámos quase Nascimento (biólogo), opa de carro e, na bagagem, metade da Europa levávamos um painel com uma imagem impressa, uma mesa e 4 cadeiras, e uma me de vencer. Chegámos vontade enorme cansados mas expectantes. Ainda hoje me pergunto como é que tive coragem ar com um stand tão pouco de me apresentar ”. profissional… !”. Na bagagem, a a um Naturea levava ador, produto inovador, um biscoito para tação cães, cuja aceitação a em ia ser testada ó que plena feira. Só encontrar uma paste-
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laria disponível para fabricar estes biscoitos não foi tão fácil como à partida se poderia supor. A primeira tentativa, junto de uma pastelaria de bolos tradicional em Mafra saiu frustrada. “Apesar da receita ter unicamente ingredientes para consumo humano, quando disse que o meu objetivo era fazer biscoitos para cão, o dono da pastelaria recusou. Aprendi a lição e na segunda tentativa já numa pastelaria em Sintra, não mencionei que os biscoitos eram para cães”. Só depois do produto ser testado é que eles ficaram a saber quem era o destinatário. Apesar da relutância inicial, lá decidiram avançar. A insistência de Raul Abraão resultou, uma vez mais, num grande negócio, porque os biscoitos para cão valeram quatro novos contratos de exportação e um prémio de design nessa feira de Itália. Ainda hoje, e com um portfólio mais alargado que inclui alimentação para cães
e gatos, os biscoitos para cão são um dos produtos mais importantes, funcionando como um cartão de visita para novos mercados. “Existem lojas que começam apenas por vender os biscoitos e passados dois meses começam a encomendarnos outros produtos.” Apesar de tudo, os biscoitos representam menos de 10% das vendas totais. Dois anos depois de começar a sua atividade, a Naturea mudou as embalagens de papel para o alumínio, de forma a responder às exigências dos importadores, que queriam uma embalagem mais resistente e impermeabilizada. A aposta na exportação obrigou a um maior investimento e à entrada de um novo investidor, que ainda se mantém como sócio da empresa. A estratégia de comunicação da Naturea passa por ter uma presença constante nas redes sociais, onde está grande parte do seu público-alvo, apostando sempre numa forte ligação emocional aos animais. É também nas redes sociais que a Naturea obtém o feedback dos consumidores e é lá que anuncia sempre as novidades, que vai lançando pelo menos duas vezes por ano. No final do ano passado foi lançada uma linha de Treats e Snacks, e este ano já foram lançadas duas novas referências para gatos. Em abril devem surgir mais novidades. E se neste momento já tem alguma curiosidade em relação
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Em 2015 o crescimento foi de 100%. O volume de negócios em 2016 foi de 2,5 milhões e a perspetiva para este ano, tal como aconteceu nos anteriores, é de crescimento.” a esta marca, fique a saber que não se encontra à venda na grande distribuição, mas apenas no mercado especializado de onde fazem parte clínicas veterinárias e lojas de animais. A decisão é consciente, em virtude do posicionamento premium assumido pela marca. Mesmo assim, Raul Abraão diz que não são exclusivamente os clientes com maior poder de compra que escolhem a Naturea. “Nos últimos quatro anos assistimos a uma humanização do mercado de pet, o cão e o gato estão quase ao nível dos nossos filhos. Temos pessoas que ao pegarem numa embalagem, a sua preocupação é ver a composição e este é o nosso cliente-tipo”. O preço mais elevado dos produtos Naturea acaba por não ser decisivo no momento da compra, porque uma alimentação mais saudável refletese numa melhor qualidade de vida e de saúde do animal e numa redução de idas ao veterinário. Outra das características da Naturea reside nas embalagens, que chamam a atenção por assumirem um layout diferenciado. O facto de não existirem imagens de cães e de gatos como na maioria das marcas deste segmento, atribui ao produto uma exclusividade e diferenciação a que os consumidores não ficam, por norma, indiferentes. A apresentação dos produtos em expositor é outro dos pormenores
cuidadosamente ponderados, o que levou a Naturea a desenvolver os seus próprios expositores.
ALIMENTAÇÃO À BASE DE PROTEÍNA ANIMAL O objetivo da Naturea é desenvolver e produzir dietas para cães e gatos, que sejam uma referência neste segmento de mercado. O conceito da marca, Alimentação Naturalmente Apropriada para Animais de Estimação – é também a base de todos os produtos. O principal ingrediente é sempre a proteína animal (carne ou peixe), aprovada para o consumo humano. O portfólio de produtos inclui comida para cães e gatos, desenvolvida para um cuidado máximo em todas as idades, contando com as linhas Grain Free (sem cereais), a linha Naturals (principal ingrediente carne ou peixe desossado e nunca congelado) e alimentação húmida (produzida numa fábrica de conservas para consumo humano). Nas prateleiras encontram-se ainda os famosos biscoitos, treats para gatos e cães, snacks e as barras dentais para cão. Raul Abraão faz questão de enfatizar que a marca recorre sempre a ingredientes
BI da empresa Naturea - GFC Sede: Santarém Setor de atividade: Alimentação naturalmente apropriada para cães e gatos Número de trabalhadores: 12 Volume de negócios em 2016: 2,5 milhões de euros Prémios ganhos: O Prémio Portugal Vencedor, promovido pela Intervet/MSD, que distingue o projeto que mais se destacou na área da saúde animal.
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Exporta para 22 países Onde comprar: Clínicas veterinárias e lojas de animais
aprovados para o consumo humano, entre eles a carne fresca de frango, desossada e nunca congelada, o salmão e outros peixes frescos. Estas receitas são complementadas com batata-doce, frutos, vegetais, ervas aromáticas e algas marinhas, apresentando sempre um baixo teor de hidratos de carbono. É o exemplo de uma dieta mediterrânea saudável, repercutida nos animais de estimação. As fórmulas são idealizadas por Raul Abraão, com o apoio de um veterinário e com o aconselhamento nutricional das fábricas onde são produzidas. Todos os produtos são sujeitos a rigorosos testes de controlo de qualidade. Pouco mais de seis anos depois da sua fundação, a Naturea é hoje um dos concorrentes da empresa canadiana de quem Raul Abraão foi representante em Portugal. Desde aí, a empresa não parou de crescer: em 2015 o crescimento foi de 100%. O volume de negócios em 2016 foi de 2,5 milhões e a perspetiva para este ano, tal como aconteceu nos anteriores, é de crescimento. Apesar de Portugal ser ainda o principal mercado, a Naturea exporta para 22 países, entre eles China (Hong Kong), Japão, Dinamarca, Suécia, Finlândia, França, Reino Unido, Grécia, Polónia e Espanha. A opção para a expansão da marca tem sido a parceria com distribuidores exclusivos por áreas geográficas e países. Neste processo de crescimento, a empresa tem feito candidaturas a fundos comunitários (já participaram com um projeto no QREN e agora têm aprovado um ao Portugal 2020). Ainda assim, o empresário confessa que faria os investimentos que se propôs fazer, mesmo sem estes incentivos: “Fazer investimento e despesa só por fazer, só porque foi aprovado, não é uma boa estratégia e pode correr mal.”
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INTERNACIONALIZAÇÃO
Aplicação Registo Viajante facilita deslocações curtas ao estrangeiro O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, apresentaram a Aplicação Registo Viajante que, a partir de agora está disponível para todos. A aplicação destinase a quem efetua viagens ou deslocações de curta duração no estrangeiro. O registo no Ministério dos Negócios Estrangeiros é voluntário, fácil e gratuito. Os dados pessoais inseridos na Aplicação são utilizados pela Direção Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas, que garante a sua segurança e confidencialidade. Quanto às vantagens da Aplicação, quem se inscreve na mesma passa a receber recomendações de segurança no equipamento móvel sempre que a situação no país visitado o justifique e informações sobre condições de segurança nos países que pretende visitar, tem acesso a contactos em caso de crise grave no país em que se encontra, pode ser localizado através do serviço de georreferenciação, e tem acesso a informação sobre os países, como representações diplomáticas e consulares de Portugal.
Com esta Aplicação, o utilizador passa ainda a fazer um registo da viagem com detalhes de cidades e locais a visitar, tem acesso a informações de última hora e a respostas a questões frequentes, tem uma ligação rápida com Gabinete de Emergência Consular em caso de crise e acede ainda a informação atualizada dos países, regiões, cidades ou locais a evitar. Em caso de emergência (catástrofe natural, alteração ordem pública, acidentes) a Aplicação permite que seja mais facilmente localizado e contactado. Caso o país onde se encontre seja afetado por algumas das situações anteriormente referidas, poderá ser contactado, nomeadamente através dos postos consulares portugueses que, em coordenação com as autoridades locais do país, fornecerão informações úteis. Desta forma, aconselha o Ministério dos Negócios Estrangeiros “se reside em Portugal Continental, Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores; se é português, lusodescendente ou tem dupla nacionalidade, e reside em qualquer outro país do mundo, e vai realizar uma deslocação ao estrangeiro, mesmo que temporária,
deverá registar-se nesta Aplicação.” A inscrição não implica nenhuma obrigação de intervenção por parte do Ministério dos Negócios Estrangeiros. As informações recebidas não têm carácter vinculativo, funcionando apenas como indicações e conselhos, sendo suscetíveis de alteração a qualquer momento. Nem o Estado Português, nem as representações diplomáticas e consulares poderão ser responsabilizadas pelos danos ou prejuízos em pessoas e/ou bens daí advenientes. O registo é voluntário, mas deve ser rigoroso e verdadeiro. Em caso de suspeita de informações falsas, a conta do utilizador será encerrada. Em viagem, o utilizador deve considerar a subscrição de um contrato de itinerário junto do seu operador de telecomunicações.
Pelarigo & Filhos em Espanha A empresa Pelarigo & Filhos, situada em Foros de Salvaterra, esteve em janeiro em Espanha a participar como expositor na Expoagro, feira agroalimentar de caráter internacional, na província de Almeria. No certame, a empresa teve oportunidade de apresentar o seu leque de produtos a um conjunto alargado de potenciais clientes internacionais. A empresa é vocacionada para o comércio e distribuição de adubos, agroquímicos, sementes, cereais, rações, batatas de semente e consumo.
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Green Apple percorre feiras de todo o mundo A Green Apple esteve presente na feira Atlanta Internacional Gift & Home Furnishings Market, que se realizou entre os dias 10 e 17 de janeiro. O evento é considerado o maior no setor, tanto para o mercado americano, como a nível internacional. Durante a exposição, a empresa do Cartaxo expôs a sua mais recente coleção, bem como as suas cerâmicas dedicadas à nova estação. Já em fevereiro, de 5 a 8, a empresa também deu a conhecer os seus produtos em terras americanas. A empresa foi expositor na NY NOW, em Nova Ior-
que, tendo, aliás, um dos seus sofás - o Cambridge – sido nomeado Best New Product Award nesta edição da feira nova iorquina. De 7 a 11 de fevereiro, a empresa esteve ainda na Stockholm Furniture Light Fair, em Estocolmo na Suécia. De 11 a 14 de fevereiro, a empresa estará numa feira em Frankfurt na Alemanha e de 13 a 15 de fevereiro, está em Oman. A empresa continua assim em 2017 a dar seguimento à sua visão, que passa por afirmar-se como referência internacional no mercado do mobiliário e decoração de interiores.
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Máquinas de plantar fabricadas em Portugal conquistam mercados internacionais Com os olhos postos na conquista de novos mercados e na consolidação dos existentes, a Vinomatos esteve presente na feira Agroexpo, em Don Benito, Badajoz, onde promoveu os seus serviços de plantação e a excecionalidade da sua máquina de plantar. Este equipamento, fabricado em Portugal, é único no mundo e tem a particularidade de executar três funções numa única passagem, rentabilizando o processo de plantação. A Extremadura espanhola é uma zona geográfica de grande importância para esta empresa, sendo um mercado bastante interessante no que se refere à plantação de vinha, amendoal e olival superintensivo, recorrendo ao satélite. Este tipo de eventos servem essencialmente para estabelecer um primeiro contacto com futuros clientes e estabelecer parcerias dentro do mesmo setor. A Vinomatos, empresa instalada em Portugal desde 1997, nasceu da experiência de uma empresa francesa que desde há mais de 36 anos tem vindo a plantar nos melhores vinhedos de França.
Entre estes, encontram-se nomes como Cheval Blanc, Chateau d’Eyquem, Brion Haut, entre muitos outros prestigiados produtores. Líder mundial na plantação mecanizada, a Vinomatos propõe programas “cha-
ve na mão” ou uma fórmula “à medida”, oferecendo todo o tipo de plantas sob todas as latitudes, sendo especialista na plantação de vinha, olival e árvores de fruto. A empresa tem sede no concelho de Ourém.
Abrancongelados quer investir em Timor A Abrancongelados representada por Jorge Batista e Carlos Pombo, administradores da empresa abrantina, esteve recentemente em Timor, para apresentar um projeto de investimento empresarial. A empresa pretende abrir uma fábrica de produtos congelados em Timor. Os empresários foram recebidos por diversos Ministros de Timor Leste, nomeadamente o Ministro da Agricultura e Pesca, o Ministro do Comércio e Indústria e também por Xanana Gusmão, Ministro do Planeamento e Investimento Estratégico. Esta viagem de negócios até Timor Leste teve como objetivo apresentar aos governantes daquele país um projeto de investimento da empresa neste território. À semelhança da sua fábrica em Abrantes, a Abrancongelados pretende construir uma fábrica em Díli de produtos alimentares congelados, com especial enfoque no peixe, e que deverá empregar cerca de 150 pessoas.
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De acordo com a empresa, o projeto de investimento foi recebido com entusiasmo pelo governo timorense. A Ribatejo Invest terá todo o gosto em testemunhar mais este sucesso da empresa de Abrantes.
De referir que a Abrancongelados se dedica à transformação e comercialização de pescado congelado com um sistema de distribuição próprio a nível nacional. A empresa comemora 10 anos em 2017.
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Os vinhos Casa Cadaval estão… “na boca do mundo” A Casa Cadaval, gerida há cinco gerações apenas por mulheres, é hoje um exemplo claro da relação que deve existir entre inovação e tradição. Nos cinco mil hectares da herdade de Muge, uma das maiores e mais antigas do Ribatejo, há espaço para a produção agrícola, florestal e vitivinícola, para a pecuária e até para a criação do cavalo puro-sangue lusitano. Sem esquecer, naturalmente, as atividades turísticas que agregam todas as áreas da empresa.
O
vinho, esse, é o principal produto da empresa e a Ribatejo Invest quis conhecê-los de perto. David Ferreira, enólogo da Casa Cadaval, começou por apresentar a gama de produtos da herdade: na entrada de gama posicionam-se os vinhos sob a marca Padre Pedro, a que mais força tem no mercado. Segue-se a gama Casa Cadaval, um produto monocasta de gama mais elevada, bem como o topo de gama Marquesa do Cadaval, um vinho de home-
Os nossos vinhos são vinhos com alguma estrutura, com uma componente de cor elevada, muito aromáticos, mas sem serem pesados. Diria até que temos nos nossos vinhos o melhor de dois mundos!” 46
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nagem que dá a conhecer a história da avó da atual proprietária da quinta. Sempre que as condições assim o permitem, está disponível também a gama de “edições limitadas”, que integra essências como uma Colheita tardia, um espumante e o vinho Riesling, monocasta de raiz alemã, pouco comum na região e no país. Os néctares vínicos são produzidos maioritariamente com castas autóctones, como a Trincadeira Preta, Touriga Nacional, Aragonez, Arinto, Alvarinho e Fernão Pires, e em menor percentagem com castas estrangeiras, como Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Pinot Noir e Merlot, utilizadas para a produção dos vinhos da casa que se destacam pela identidade, exclusividade e elegância. O denominador comum que todos os vinhos da Casa Cadaval têm é, de facto, a sua elegância. “O principal atributo de qualidade do meu vinho é a elegância. Um vinho elegante é um vinho bem equilibrado e que obedece às proporções da regra de ouro”, fez saber David Ferreira, que acrescentou ainda que um dos fatores distintivos dos seus néctares “é o facto de as vinhas se encontrarem plantadas numa zona de
David Ferreira, enólogo da Casa Cadaval
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transição entre aluvião e charneca. São vinhos com alguma estrutura, com uma componente de cor elevada, muito aromáticos, mas sem serem pesados. Diria até que temos nos nossos vinhos o melhor de dois mundos!”. E é esta graciosidade e distinção – diríamos até – harmonia, que tem vindo a conquistar o mercado internacional. Hoje, a Casa Cadaval exporta 62% dos vinhos que produz, tendo já granjeado até vários prémios internacionais. “Toda a empresa que queira dar valor acrescentado aos seus produtos, pensa na exportação”, advertiu David Ferreira, que acrescentou ainda que “se o mercado nacional não dá resposta, a solução é fazer os produtos sair de cá”. A exportação, fez questão de referir, “é também uma questão de orgulho nacional. É importante mostrarmos ao mundo o que sabemos fazer!”, concluiu o profissional. Embora o mercado europeu tivesse tido, em tempos, uma importância preponderante no que à exportação diz respeito, o que é facto é que hoje em dia é o eixo Estados Unidos da América – Canadá, que está a dar cartas na aquisição de vinhos à Casa Cadaval. No primeiro mercado, o vinho Padre Pedro foi até já considerado “O Melhor Vinho do Mundo abaixo de 10 dólares” pelo New York Times. O processo de internacionalização da empresa apoia-se num extenso plano de presenças em feiras internacionais – a empresa frequenta anualmente feiras nos 12 mercados internacionais para onde está a vender – bem como numa rede de distribuidores “já antigos e de excelente confiança”. Dos 12 mercados, para além dos EUA e Canadá, contam-se, entre outros, o Brasil, a China, a Alemanha e os países que constituem a Benelux (Bélgica, Holanda e Luxemburgo). Neste momento, confessou-nos David
Ferreira, a empresa está também a elevar esforços para entrar no mercado da Polónia, que consideram bastante promissor. “A Polónia é um mercado com bastante potencial. Conhecem bem os vinhos portugueses, particularmente os do Tejo, e conferemlhes uma grande qualidade. Acreditamos que em breve vamos estar também a exportar para a Polónia”, disse. Quando se fala em 62% de exportação, poderá pensar-se que a Casa Cadaval tem uma grande produção de vinho. Não tem… ainda. Dos 5000 hectares da Herdade de Muge – que resultam na produção de 250 mil litros de vinho –, apenas 50 são de vinha. O potencial de crescimento é enorme. Para isso, a empresa tem vindo a aumentar a sua vinha “em dois ou três hectares por ano”. A perspetiva é que, daqui a 10 anos, a empresa tenha mais 50% de vinha, num total de 75 hectares plantados. “Uma empresa que não cresce, desaparece. E nós temos muito espaço para crescer”, declarou o enólogo David Ferreira. Fazemos votos para que as vendas acompanhem este crescimento.
A Casa Cadaval Situada na margem esquerda do rio Tejo a 80 km’s a norte de Lisboa, a Herdade de Muge pertence à família Álvares Pereira de Melo (Casa Cadaval) desde 1648, possuindo um total de 5.000 hectares, dos quais 50 são de vinha. A Casa Cadaval, pelo seu prestígio e instalações que possui, apresenta ainda condições únicas para o enoturismo e para o agroturismo. A Casa Cadaval - Investimentos Agrícolas, S.A., tem vindo a ser modernizada e adaptada aos novos mercados através de investimentos intensivos, nomeadamente na adaptação ao regadio, na
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reestruturação do aparelho de produção, na reconversão das vinhas, introdução de novas tecnologias de vinificação e no lançamento de novas marcas. A empresa tem um volume de negócios na ordem dos 2 milhões de euros e emprega 47 trabalhadores.
A tradição vitivinícola na Herdade de Muge remonta ao tempo dos romanos, milénios antes da fundação da Casa. A propriedade está inserida na região vitivinícola do Tejo e é caracterizada por ter terrenos bastante homogéneos, localizados nas denominadas zonas de Campo, Charneca e respetiva zona de transição. Estes solos de transição estão inseridos num local onde em tempos remotos existia um delta do estuário do Tejo. Essas zonas alagadas deram origem a solos sedimentares muito próprios, os “terraços do Tejo”. À superfície, estes solos são bastante arenosos, no entanto, mais profundamente, possuem camadas ricas em argilas, que acumulam pequenas quantidades de água todo o ano, dotando a vinha de uma dose adequada e contínua de humidade nas épocas mais secas, por via das raízes mais profundas. A cor clara dos minerais tornam a superfície destes solos muito luminosos, melhorando drasticamente a fotossíntese da cultura. O stress natural que o solo impõe à videira, permite a obtenção de uvas com elevada sanidade e com excelentes parâmetros de cor e estrutura. A presença do outrora Delta do Tejo, com o “vai e vem” das marés, dotou os solos de minerais marítimos que hoje influenciam os vinhos da Casa Cadaval, dando-lhes uma frescura, mineralidade e elegância únicas, que se revelam após alguns anos de estágio em cave. É neste local que, de geração em geração, a Casa Cadaval planta vinhas que oferecem o melhor potencial para a produção de vinhos com carácter e elegância.
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Hidro Ibérica aposta na internacionalização A Hidro Ibérica, empresa portuguesa sediada em Salvaterra de Magos, deu início em 2016 ao seu processo de internacionalização com a entrada nos mercados de Angola e Marrocos.
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empresa, especializada no estudo, comercialização e montagem de sistemas de rega, optou por priorizar estes dois países por serem economias abertas e nos quais a agricultura se encontra em grande crescimento, com o desenvolvimento de grandes projetos agroindustriais. Contando com o apoio do programa Portugal 2020 e da AICEP, a empresa desencadeou diversas iniciativas participando em missões empresariais e estabelecendo contratos de distribuição com empresas nestas regiões, parcerias estas que lhe permitem hoje dispor localmente de uma estrutura apta a acompanhar a execução dos projetos e a manutenção dos sistemas instalados. Esta abordagem de proximidade e o estudo detalhado dos mercados permitiu conhecer parceiros e a realidade local, apresentando assim soluções tecnológicas adequadas ao terreno e recursos hídricos de cada um dos projetos acompanhados. Com a vasta experiência adquirida em Portugal desde o seu início de atividade em 1988, a Hidro Ibérica é hoje a representante para Portugal e continente africano da marca de pivots RKD, referência mundial no setor. Segundo o sócio gerente Jorge Salgueiro, “a empresa conta com um enorme conhecimento de soluções para a agricultura de regadio, o que garante ao cliente um serviço de qualidade apoiado num
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acompanhamento profissional rigoroso”. Esse acompanhamento é agora também disponibilizado quer em Angola quer em Marrocos, com o estabelecimento de parcerias locais por forma a assegurar consultoria agrícola especializada na área do regadio que passa pela definição de um masterplan para fazendas e projetos de execução para sistemas de rega, tendo por base todo um cuidadoso e rigoroso dimensionamento hidráulico. Estes serviços são assim complementares à comercialização de sistemas de rega, nomeadamente pivots e sua instalação, atividades que a Hidro Ibérica já desenvolve quer em Marrocos quer em Angola. Angola é, sem sombra de dúvida, o país que representa maior volume de negócios para a empresa, muito devido às necessidades alimentares da população crescerem de dia para dia e estarem a impulsionar a agricultura de regadio neste país. Marrocos representa o maior mercado no que diz respeito ao fornecimento de pivots e sistemas gota-a-gota para fruteiras. A Hidro Ibérica espera durante o ano de 2017 um crescimento dos seus resultados nos mercados angolano e marroquino, reforçando o seu investimento nestes mercados na área comercial e marketing.
EMPRESA TEM NOVAS INSTALAÇÕES A Hidro Ibérica está, desde dezembro, sediada em novas instalações na EN 118 (estrada Benavente/Salvaterra) junto à Pulvilava. A mudança de sede irá permitir o desenvolvimento sustentável do negócio, melhorando o serviço prestado ao cliente. Segundo o diretor-geral da Hidro Ibérica, Alexandre Castilho, “este novo armazém reúne um conjunto de condições fundamentais para um melhor desempenho dos
nossos serviços nomeadamente no que diz respeito ao armazenamento de materiais e equipamentos, oficina e escritórios”. Assim, estão reunidas as condições para uma “gestão eficaz de stocks, disponibilizando ao cliente, no balcão de peças, todo o material que necessite”. “A oficina está dotada de maquinaria que possibilita uma pré-preparação dos materiais/equipamentos para obra. Os escritórios reúnem um conjunto de condições para receber os nossos clientes e um ambiente agradável para a equipa da Hidro Ibérica”, diz Alexandre Castilho.
A empresa A Hidro Ibérica – Estudo e Montagem de Regas, Lda., é uma empresa de comercialização, montagem e assistência de sistemas de rega que exerce a sua atividade desde 1988 e que tem como objetivo a prestação de um serviço essencial ao agricultor, na área das regas e drenagens agrícolas. Com um vasto historial no mercado ibérico e mundial, a Hidro Ibérica conta com uma enorme experiência em soluções para a agricultura de regadio que garante ao cliente um serviço de qualidade apoiado num acompanhamento profissional e rigoroso. O campo de atuação da empresa vai desde a elaboração do projeto, execução, montagem e assistência de pivots, regas gota a gota, regas de cobertura fixas e móveis, máquinas de rega/drenagem e implantação de soluções “chave-na-mão”. Com o objetivo de garantir os melhores serviços ao cliente, a empresa aposta na inovação e tecnologia bem como na formação de técnicos especializados de forma a permitir um crescimento contínuo e sustentável no mercado.
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INTERNACIONALIZAÇÃO
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