Revista Dose Cult

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A JUSTIÇA TARDA MAIS NÃO FALHA!

Estreou em 16 de novembro, o novo filme “A Liga da Justiça (2017)”. Este é o primeiro filme da Warner a reunir tantos heróis da DC Comics, todos estão cansados de saber que a estratégia de convergência entre os filmes e personagens costumam ser praticadas com mais frequência pela arqui-inimiga da DC, a Marvel. O medo era tanto que a “cabine” de cinema da crítica foi liberada apena um dia antes da pré-estreia do filme, só para garantir que as críticas não afetassem o público. Mas felizmente, A Liga da Justiça surpreendeu! O filme é descontraído, com bastante humor e está recheado de cenas de ação. O elenco é de peso e a direção conseguiu atingir um grau de profundidade de personagem que a Marvel jamais teve preocupação em ter, inclusive essa é uma das grandes críticas em relação aos seus filmes. No geral o público tem elogiado a introdução dos personagens, cada um dos heróis tem a sua história criando uma trama que precisa ser resolvida, sem enrolação desnecessária.O longa marcou a mudança na trajetória da DC, que está ligando narrativa que foi construída lá atrás com Batman vs Superman. Tenha uma ótima leitura!

FACULDADES I NTEGRADAS AL CÂNTARA MAC HAD O Coordenador de curso: Prof. Dr. Vicente William da Silva Darde Orientadora: Carla Tozo

REVISTA DOSE CULT Repórteres: Maria Paula Uchôa, Nathalia Mafar e Thais Nunes Diagramação: Vanessa Fontes Sugestões para Redação: contacto@revistadosecult.com.br Publicidade: publicidade@revistadosecult.com.br Facebook: facebook.com/dosecult Instagram: instagram.com/revistadosecult

Contato: Telefone: 11 3917-5546 Endereço: Rua Júlio Maciel, 497 - Perus - São Paulo

EQUIPE: Maria Paula Uchôa é radialista, apresentadora e atriz. Atua no Jornal da Manhã pela rede de Rádio Jovem Pan. Já escreveu Publis Editoriais para a revista Go Where Gastronomia. Mas gosta mesmo é de gatos. Nathália Mafar trabalha em uma assessoria de imprensa. Seus hobbies favoritos são assistir filmes, séries, ler e comprar livros - ela é realmente fanática e está sempre lendo algo - por isso, está sempre antenada nas novidades. Thais Nunes Souza é jornalista do setor mineral, aquariana, blogueira, geek, gamer, colaboradora do três nativos da internet, campuseira durante as férias, mãe da pantera, aspirante a baixista e atiradora de COD.


S UM Á R IO

PERFIL

PLAY

arte

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STREAMING DE MÚSICA VIRA FEBRE ENTRE OS JOVENS

Leonardo “Voz de Trovão” A história do dono da voz do “repita”, que ficou famosa no Jornal da Manhã da Rádio Jovem Pan

grafiteiras e empoderadas

O serviço movimentou US$ 90,8 milhões no Brasil em 2016

Não é apenas para colorir as paisagens da cidade que elas estão pintando os muros

12 Artes visuais o primeiro contato Conversa com Daniel Honorato, biólogo e artista por formação


capa

Geração

ping pong 24

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A LEI AUDIOVISUAL E SEU IMPACTO SOBRE O CINEMA NACIONAL

GERAÇÃO “Y” E SUAS QUALIFICAÇÕES

“A única lei de incentivo que conheço é a lei de Deus”. -Fábio Nunez

“Inovação é um modo contínuo para a geração internet”, disse Don Tapscott

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20 tendência 28

streaming nacional

16 Cinco filmes de 2016 entraram no Top 20

O PODER DE HARRY POTTER O bruxo veio para aprimorar a literatura infanto-juvenil e maravilhar as pessoas de todo o mundo

Paula, forte como um Carvalho! Neta do fundador da maior rede de rádios do Brasil, Paula sempre esteve envolvida ao universo da arte radiofônica

check in

exposições Arte e mostras culturais que estão em cartaz nos museus e galerias da cidade de São Paulo


Play

Streaming de música vira febre entre os jovens Por Nathalia mafar

O

streaming de música está se tornando cada vez mais popular entre os jovens. De acordo com estudo da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI), realizado em 2016, as gerações Y e Z preferem escutar músicas on-line através de smartphones, principalmente versões pagas. O sucesso é tanto que a receita já é maior do que a venda física. Em pesquisas realizadas em 2017 pela Fluent (empresa americana de arketing), 9 a cada 10 jovens escutam música todos os dias. O streaming mais popular entre os pagantes com menos idade é a Apple Music: 19% pertencem à geração

Z (18 a 24 anos), enquanto o Spotify tem 17% desse público. Já na geração Millennials (ou geração Y, de 25 a 34 anos), a Apple Music conquista 14% e o seu concorrente apenas 9%. O serviço de streaming de música movimentou US$ 90,8 milhões no Brasil em 2016. Somado ao rendimento dos downloads que caiu 44,9%, para US$ 9,4 milhões, e outras fontes, a renda do setor de música digital foi de US$ 111,7 milhões, um aumento geral de 23%, segundo informações do Relatório Anual da Pró-Música Brasil. E é, hoje, uma das principais fontes de renda da indústria musical no País. Reprodução

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O conglomerado de mídia estadunidense, Viacom, realizou uma pesquisa com 6.800 pessoas, com idades de 15 a 24 anos, e chegou a conclusão de que 65% dos entrevistados é rotineiro ouvir músicas a todo o momento. Para os jovens, a música é importante e tem uma forte influência no emocional, na construção de identidade, nas descobertas, no estilo de vida, na formação de amizades, relações amorosas e ajuda até na escolha de carreiras. Por isso o serviço de streaming está crescendo cada vez mais.

PRINCIPAIS SERVIÇOS DE STREAMING DE MÚSICA No Brasil, os aplicativos de músicas não eliminaram a pirataria, ela ainda é uma das principais maneiras de se consumir músicas. Mas em um mercado com tantas opções, qual é a melhor escolha? Para ajudar vocês a encontrarem o streaming perfeito, fizemos uma lista dos principais aplicativos. Confira:

Spotify

30 milhões de músicas Versão grátis limitada 30 dias grátis R$ 14,90 por mês (plano comum) R$ 22,35 por mês (plano Family) Apps para Android, iOS, Windows Phone, computador (Windows, Mac e Linux), tablet, carro, PlayStation, TV, Android Wear

G o o g l e P l ay M u s i c

35 milhões de músicas Versão grátis limitada 30 dias grátis R$ 14,90 por mês (plano comum) R$ 22,90 por mês (plano família) Armazenamento de até 50 mil músicas no Drive (inclusive na versão gratuita) Apps para Android e iOS

Deezer

+ de 40 milhões de músicas 30 dias grátis R$ 14,90 por mês Apps para computador (PC e Mac), Android, iOS, Windows Phone, tablets (iPad, Android e Windows), Chromecast, Smart TVs, Android Auto, Car Play

Apple Music

30 milhões de músicas 90 dias grátis US$ 4,99 (R$ 17,60) por mês (plano comum) US$ 7,99 (R$ 28,25) por mês (plano família) Armazenamento de até 100 mil músicas no iCloud Apps para Android e iOS

Groove Music

40 milhões de músicas Sincronização com o OneDrive 30 dias grátis R$ 14,90 por mês Apps para Android, iOS, Windows Phone, Xbox, Windows 10 Versão web disponível

tidal

35 milhões de músicas 90 dias grátis (oferta temporária) US$ 3,99 (R$ 14,15) por mês (pacote comum) US$ 7,99 (R$ 28,25) por mês (pacote HiFi) Apps para computador (PC e Mac), Android e iOS Versão web disponível

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perfil

PERFIL

Leonardo “Voz de Trovão”

C

om uma mochila grande nas costas, cigarro na mão, tênis, camiseta e calça jeans, Leonardo Muller se aproxima. Aos 34 anos de idade e 1,90 de altura, o sorriso é tímido e a voz forte como um “trovão”. O ponto de encontro era a entrada do prédio da Rádio Jovem Pan em que trabalha há quase 13 anos.​D ​​ e lá caminhamos pela ​P​aulista poucos quarteirões até o seu estúdio particular de gravação, onde fizemos a entrevista. Nesses rápidos dez minutos da rádio até o estúdio, pergunto se o cigarro não o atrapalha a usar seu instrumento de trabalho, a voz. Com um sorriso ele me responde que assim como o seu pai, que também é locutor e fumante, nunca houve um dia sequer em que ficassem roucos ou perdessem a voz. “É de família”, brinca.

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Por Maria Paula Uchôa

Chegamos ao estúdio, que fica no andar de cima de seu segundo empreendimento, a barbearia Nostra Barba. Ao som ambiente de This Must Be The Place do Talking Heads, enquanto todos os barbeiros atendiam, alguns clientes ainda aguardavam.​ ​No​ final da música ouço uma voz feminina muito bonita: “Nostra Barba, uma barbearia à moda antiga, no coração de São Paulo”. Imediatamente olho pra ele curiosa e antes que eu formulasse a pergunta Leonardo me interrompe com uma expressão orgulhosa: “É minha noiva. Também é locutora”. Ele revela que aproveitou os talentos que o destino uniu e fez uma rádio Indoor. Com sua playlist escolhida a dedo, intercalou entre uma música

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Como ele mesmo conta, criança aprende rápido, e ao observar o pai conversando com os vendedores sobre aparelhagem, começou a aprender para o quê servia cada coisa e em casa ajudava o pai a montar os equipamentos. “Os amigos do meu pai também iam em casa pra ensinar ele a mexer e eu aprendia tudo, então não demorou muito pra que eu operasse os equipamentos e conduzisse meu pai no ar”. O tempo passou, a rádio pirata do pai fechou e Leonardo foi desenvolver o que aprendeu em outra rádio pirata de um amigo do pai que logo percebeu que ele gostava de operar e já entendia do assunto. O garoto, agora com apenas 15 anos, desenvolveu uma sensibilidade auditiva muito cedo e seus primeiros “bicos” eram Leonardo Muller regular o som de festinhas e operar o áudio l o c u t o r p u b l i c i tá r i o de pequenos eventos. “Eles me levavam pra e empresário regular o som pra eles (os amigos), o Ronaldo, que era meu amigo, me levava e falava: ‘meu, equaliza o som você aí que você tem o ouvido bom’. E eu que ligava tudo Reprodução e carregava todos os equipamentos e outra vinhetas gravadas com sua voz, na voz também”, conta. da futura esposa e do pai e fez a rádio Nostra Barba. Finalmente nos acomodamos e, Em 1999, logo que completou 16 anos, ansiosa com a história de um locutor, seu pai arrumou um emprego pra ele como​ radialista tão jovem e já tão experiente, ligo operador de áudio na Rádio Imaculada, onde meu gravador. também trabalhava​. Ele começava a receber seu primeiro salário mínimo,​que na época era Seu pai, Roberto Muller, come- por volta de R$ 150 reais por mês. A rádio já çou em rádio antes que ele nascesse​,​ tinha seus sonoplastas e o Leonardo era o únie muito novinho, com quatro anos de idade, co amador, muito jovem na equipe. Começou Leonardo conta que ia com o seu pai operando e editando gravações de entrevistas aos finais de semana nas rádios que ele em um estúdio simples e num piscar de olhos, trabalhava​,​ e mesmo sem ter muita noção já sabia mexer nos outros três estúdios de grado que se tratava ficava ali, observando, vação e a operar todos os programas ao vivo. curioso​ , ​ vendo o pai trabalhar até adorme- “Eu era o único operador que sabia fazer tocer nos carpetes dos estúdios. Leonardo tinha dos os horários da rádio, que sabia ligar e desdoze anos quando seu pai montou uma rádio ligar o transmissor… Se me colocasse até de pirata no porão de sua própria casa e nesse pe- madrugada eu fazia. Eu aprendi tudo ríodo ele ia com o pai comprar todos os equipa- muito rápido, eu tinha facilidade e gostava mentos necessários. Entre transmissores e an- bastante de fazer tudo aquilo”. tenas o interesse do menino em aprender sobre rádio já ultrapassava uma simples curiosidade. A experiência durou cinco anos e mesmo u Dose Cult u

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perfil

jovem e sem ter feito curso nenhum de sonoplastia, Leonardo praticamente criou toda a plástica da Rádio Imaculada, entre chamadas, vinhetas e programas. Os padres iam gravar e ele equalizava o som, inseria as trilhas e editava as aberturas. Chegou até a mixar uma música inteira pra rádio, que contava a história de São Maximiliano Maria Kolbe​ . Durante este tempo cobriu férias na rádio Nova Brasil FM, como sonoplasta e também cobria férias com frequência na Gazeta AM. Certo dia saindo do trabalho foi até a Rádio Jovem Pan onde seu pai trabalhava e que fica em frente à Gazeta. Neste momento sua vida estava prestes a mudar e sua carreira assumidamente como locutor e não mais como sonoplasta, iria finalmente começar. “Eu estava batendo papo

rádio. “Ele falou pra eu ir treinando, gravando e que quando eu estivesse bom me colocaria no ar. E eu, todo tímido agradeci mas não tinha entendido se ele havia me contratado ou não”, explica. Rapidamente o jovem sonoplasta e futuro locutor foi à procura de cursos de locução e encontrou um que era muito bom, porém muito caro e falou com o seu pai. “Eu falei pro meu pai agradecer o sr.Tuta pela oportunidade mas que não poderia me preparar naquele momento porque o curso era muito caro. Também falei pro meu pai que eu não queria ser locutor, porque eu achava que não poderia fazer aquilo que meu pai fazia tão bem”. Mas para sua surpresa e de seu pai, o sr.Tuta decidiu financiar o curso e investir no jovem operador de áudio. Ele revela que seu pai voltou pra

Leonardo ao lado do pai, Roberto Muller, Jornal da Manhã, rede Jovem Pan

Reprodução

com meu pai no corredor da rádio quando o sr.Tuta (Presidente da Rádio Jovem Pan) chegou e chamou meu pai num canto pra falar que estava precisando de um locutor com uma voz jovem e bonita. Meu pai voltou me dizendo que havia me indicado e eu falei: Tá louco pai, nem sou locutor, sou sonoplasta”. Leonardo gravou um texto como teste, pois o departamento que seu pai trabalhava era o de notícias, o AM. Naquele mesmo dia o sr. Tuta após ouvir o teste do Leonardo, disse a ele que sua voz era muito bonita mas que ele ainda não sabia falar em 10

casa muito emocionado contando o que havia acontecido. Estas foram as palavras que o sr.Tuta falou quando Leonardo foi agradecer a oportunidade: “As palavras que você quer usar pra me agradecer, usa pra falar na​rádio”, relembra com um sorriso emocionado. O curso tinha duração de seis meses​,​ e durante este tempo, Leonardo treinava a leitura de notícias do jornal com o seu pai, que foi seu maior mestre. “Todo final de semana, a pedido do sr. Tuta, eu ia pra rádio observar os outros locutores fazendo o

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jornal pra aprender. O curso acabou e ele pediu pra eu gravar outro teste e foi aí que ganhei E foi assim que, com muita dedicação alguns espaços lá dentro, aos pouquinhos”. e talento, Leonardo Muller foi fazendo seus contatos, montando o seu portfólio de traba Mal sabia ele que este era apenas o lhos e acabou conhecendo alguns locutores começo de uma carreira de sucesso como do Clube da Voz, uma associação renomada locutor noticiarista. Entre notas culturais de São Paulo, mas muito fechada. Apenas os e previsão do tempo, rapidamente foi escalado melhores poderiam entrar para o grupo das para ler notícias no principal jornal da Rádio vozes mais conhecidas do Brasil, ou seja, Jovem Pan, o Jornal da Manhã. Em 2005 sua somente entra para o Clube da Voz aquele que carteira foi assinada e ele começou a receber for convidado por um membro e além disso, um salário, que no início conta que não era tiver uma quantidade considerável de trabagrande coisa. Mas não demorou muito para lhos ​veiculado​sem publicidade no último ano. que o sr.Tuta aumentasse o seu horário na rá- “Em 2015 fui convidado quase que simultadio e ele passasse a ganhar algumas horas ex- neamente por três membros do Clube pra me tras fixas. Sua voz chamou a atenção do filho associar, foi uma surpresa! É a maior honra estar do sr.Tuta, o Tutinha, que na época era respon- ao lado de vozes como a do Ferreira Martins que sável pelo FM, outro departamento, causando é referência no Brasil e sempre foi uma até um conflito entre eles, pois o Leonardo era referência pra mim também”. um investimento do sr.Tuta e não do Tutinha. O rapaz cresceu rápido e logo ganhou o título de voz padrão da Jovem Pan FM, ou seja, toda a plástica, vinhetas e comerciais eram feitos em sua voz. Mas o espírito empreendedor era forte e além de sonoplasta e locutor noticiarista, ele começou a investir em sua voz no mercado publicitário. Sua dedicação sempre foi grande e seu ouvido muito bem treinado. Leonardo escutava as “grandes” vozes da publicidade e começou a se aperfeiçoar, a se ouvir, se criticar, até que os trabalhos começaram a surgir. “Tinha um amigo meu, que era locutor da Nova Brasil, que entrou em um esquema de divulgação de vozes em que você pagava um valor e sua voz entrava para um CD chamado Vozes Brasileiras. Eram vozes selecionadas para serem divulgadas nas produtoras, e eu entrei também. Daí eu fui me informando, correndo atrás e muitas rádios do interior me descobriram e passaram a gravar comigo. Com o tempo, entre gravações de vinhetas para rádios e institucionais divulgados nas empresas e na internet, eu comecei a gravar publicidade para a TV também e cheguei até a fazer uma campanha política inteira”.

Reprodução

Hoje, a voz de Leonardo Muller é reconhecida por ser a voz do “repita” - fala que ficou famosa no Jornal da Manhã da Rádio Jovem Pan em que um locutor fala a hora certa e o outro pede para repetir. Além disso, empresta sua voz para campanhas publicitárias nacionais como Mercedes Benz, Harley Davidson, Kia Motors, Unimed, UFC, entre outros clientes. E ele por vez assumiu o seu lado empreendedor e visionário investindo no mercado publicitário e em seu segundo empreendimento, a Nostra Barba. Tudo indica que nas próximas décadas ainda ouviremos muito sua voz por aí.

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ARTE

Grafiteiras e Empoderadas Por Maria Paula Uchôa

A

s mulheres conquistaram o seu lugar no mundo. Batalharam muito por igualdade, respeito, espaço no mercado de trabalho, dentre tantas outras coisas. Hoje, muitas estão rompendo barreiras e conquistando seu espaço nas ruas, ou melhor, nos muros. Colorir as paredes das ruas não é apenas uma atividade artística, mas um grito de liberdade. O cenário dos grafites está mudando e cada vez mais mulheres artistas estão se reunindo para criar e mostrar sua arte urbana, com a sua mensagem e o seu estilo. Não é apenas para colorir as paisagens da cidade que elas estão pintando os muros, algumas querem retratar questões femininas, lutar por igualdade e reconhecimento. Cíntia Fontinele é paulistana, tem 28 anos, é fascinada pela arte de rua e seu apelido é Pancakes. Melane Zabunov, conhecida como Mel, tem 29 anos e é filha de artísta plástica. Elas tem estilos diferentes, mas ambas querem deixar sua marca nas ruas ou no coração das pessoas.

Grafite de Melane Zabunov

“Gosto de deixar bem clara a mensagem que quero passar. Não deixo que as pessoas ao observarem a minha arte pensem muito, quero que ao olharem para minha arte, entendam de cara” Melane Zabunov

Grafite de Luna Buschinelli

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Opinião e Estímulo

“Pra mim ser uma mulher grafiteira é ser forte e resistente. É ser criativa e não se abalar com o que dizem ou pensam sobre você” Melane Zabunov

Nosso atual prefeito, João Dória, vem repreendendo pixadores e grafiteiros, querendo enquadrá-los por formação de quadrilha. Ele afirmou que pixação e grafite não são arte e que se fossem deveriam estar em galerias. Sobre esta atitude Cíntia discorda, ela argumenta que muitos não têm acesso à arte ou galerias de arte e que portanto, os grafites enfeitam as ruas e deixam a cidade mais bonita. Já Mel responde que existe espaço para todos os artistas e que aqueles que tem a rua como suporte não vão parar, mesmo que a lei os proíba. Cíntia também é escritora urbana e sente a necessidade de fazer parte do movimento dos grandes centros urbanos. Por isso, o que ela mais gosta de pintar são escritas e letras. Seu estilo são as tags, que nada mais é que uma assinatura com canetas e sprays. E como ela mesma diz, faz Grafite de Melane Zabunov seus “rabiscos” porque gosta de ver cores pelas ruas. Mel, gosta de expor sua liberdade interna, por isso aborda temas como fé, amor e auto-estima. Sua motivação é a missão Um exemplo de como as mulheres de levar uma palavra de força aos que estão ganhando espaço e notoriedade no precisam, através dos seus desenhos. grafite está no Rio de Janeiro. O prefeito Marcelo Crivella (PRB), lançou em junho deste ano o “Rio Big Walls”, projeto que valoriza os espaços urbanos da cidade por meio da street art. O pontapé inicial foi a inauguração do painel “Contos”, produzido nas paredes da Escola Municipal Rivadávia Corrêa, na Avenida Presidente Vargas. A obra é da artista Luna Buschinelli e tem Grafite de Cíntia Fontinele 2.500 metros quadrados. A arte em grafite da Luna, pode ser reconhecida pelo Guiness Book como o maior grafite do mundo pinta“O fato de ser mulher já é do por uma mulher. A secretária Municipal uma forma de protestar de Cultura do Rio, Nilcemar Nogueira, endentro desse universo fatizou a importância do “Rio Big Walls”. tão masculino.” Segundo ela, o projeto pode colocar o Rio Cíntia Fontinele no ranking das cidades onde o grafite foi convertido em patrimônio cultural.

Motivo de Orgulho

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arte

Artes Visuais - O Primeiro Contato Por Maria Paula Uchôa levou aos impressionistas, depois aos cubistas, surrealistas, expressionistas abstratos e por aí vai. Talvez começar pelos Renascentistas seja mais fácil para alguns. Michelangelo, Leonardo da Vinci... No Brasil, o Barroco mineiro e o modernismo tem ampla literatura disponível”. O primeiro passo importante para se desenvolver um senso crítico, segundo o biólogo, é treinar este olhar, que só pode vir através de uma familiarização mais profunda com o assunto. Fazer um “mergulho” no universo das artes, aos poucos, é o que vai permitir que as obras resplandeçam de forma autêntica em sua mente. “Minha dica é: na hora de se relacionar com uma obra de arte ou com outros seres humanos nunca tenha pressa”.

Daniel Honorato, biólogo e artista

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eralmente, o primeiro contato com artes acontece dentro da sala de aula. A educação artística que recebemos nos anos formativos influencia muito nossa relação com a arte posteriormente. Todo mundo tem aquele artista que virou referência em seu trabalho ou em sua vida, ou ainda, por algum motivo não sente prazer algum em estar envolvido com as artes. Para inspirar o leitor que quer ter uma primeira experiência com o universo das artes visuais, a revista Dose Cult conversou com Daniel Honorato, biólogo e artista por formação. Um livreiro nato que buscou as artes como resposta para aquilo que as ciências biológicas não tinham o que dizer. Ele nos conta um pouco do seu primeiro contato com o ofício e o que o motivou a mergulhar tão fundo nesse universo.

Para ele, o ideal é começar pelo mais simples. Um livro que dê um panorama geral da arte, uma linha do tempo que mostre a evolução da arte em termos gerais. E depois focar em algo mais específico, algo que desperte um interesse particular no espectador, como por exemplo, um artista ou um movimento artístico. “Eu por exemplo, Louise Bourgeois é uma de minhas favoritas. Marina Abramovic também. Ana Mendieta, Tarsila do Amaral, De Kooning, Diebenkorn, Francis Bacon... São tantos. Cada um moldando e justificando o mundo ao seu redor de formas diferentes e inusitadas”.

O contato com o teatro trouxe à tona sua aptidão por fotografia, cinema, vídeo, arquitetura e pintura, mas de acordo com Daniel, em arte o que conta realmente é a experiência individual no contato com a obra, além de uma inquietação que faça movimentar o intelecto. Uma busca por respostas menos óbvias, por exemplo. Dos artistas que ele mais admira, no topo está Cézanne, pois, segundo Daniel, tudo que hoje chamamos de modernidade começou com ele. “No meu caso, minha paixão por Cézanne me

ARTE MODERNA - DO ILUMINISMO AOS MOVIMENTOS CONTEMPOrâNEOS Giulio Carlo Argan Editora Companhia das Letras.

Pedi que ele me indicasse cinco livros, direcionados àqueles que desejam começar este contato com as artes visuais. Se você é um deles, boa sorte, ou melhor, boa imersão. “Esta lista não é definitiva, mas na minha opinião Sua paixão começou logo na infância abrange um grande espectro da arte, principalcom a música e depois, por influência de uma mente ocidental”, conclui. professora de artes no ensino fundamental, pasArte Comentada sou a se interessar pelo desenho e pelo teatro. Carol Strickland “Na época meu sonho ainda era me tornar um Editora Nova Fronteira. novo Jacques Cousteau, por isso fui estudar Biologia. E o teatro veio como alternativa para 100 IDEIAS QUE MUDARAM A ARTE as respostas que a ciência não conseguia alcanDESDE A ARTE DAS CAVERNAS ATÉ A INTERNET çar. Na verdade, esse é o papel da arte na minha Michael Bird opinião”, diz. Editora Rosari.

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NOVAS MÍDIAS NA ARTE CONTEMPORâNEA Michael Rush Editora WMF Martins Fontes. HISTÓRIA DA ARTE E. H. Gombrich Editora LTC.


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cinema nacional “A única lei de incentivo que conheço é a lei de Deus”. Fábio Nunez Músico e produtor independente u Dose Cult u

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Capa

A LEI AUDIOVISUAL E SEU IMPACTO SOBRE O CINEMA NACIONAL por thais Nunes

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m meio à instabilidade política no Brasil, o presidente Michel Temer vetou, em 28 de agosto, a renovação da Lei do Audiovisual que vence em dezembro deste ano. O impacto dessa decisão no cenário audiovisual brasileiro já foi mais alto, já que as produções de filmes independentes custam caro e não costumam dar muito retorno financeiro. A Lei do Audiovisual foi essencial para mudança no status do cinema nacional, mas com o avanço tecnológico será que ela ainda é? “Não renová-la é um retrocesso gigantesco. Não me surpreenderia se houver retração no segmento do audiovisual nos próximos meses”, afirma Celso Masotti, 55, atuante no audiovisual há 5 anos e diretor executivo da Amanara Filmes. Para a produção independente a Lei do Audiovisual (8.685/93), assim como a Lei Rouanet (8.313/91), são mecanismos criados há cerca de duas décadas a fim de impulsionar a produção de projetos

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independentes de teor cinematográfico. De acordo com dados divulgados pela Agência Nacional de Cinema Brasileira (ANCINE) em 2016 o Brasil registrou um total de R$ 937.178.863,95 de recursos públicos empregados em iniciativas audiovisuais que englobam editais, programas de incentivo e prêmios ao setor. Mas, Fábio Nunez, músico e produtor independente do documentário Nega que é nega não nega ser negra não, afirma “desde 2010 eu não sei o que é lei de incentivo. A única lei de incentivo que conheço é a lei de Deus”.

O sufoco dos independentes

O idealizador e diretor do documentário sobre a força do universo feminino negro, Fábio Nunez, trabalha como músico independente há cerca de 20 anos. Ele explica que o trabalho independente, tanto na música quanto no audiovisual, não é nada fácil, principalmente por falta de recursos

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de 2016, elaborado pela Coordenação do Observatório do Cinema e do Audiovisual (COB), no último ano a maior parte dos filmes lançados é de diretores não estreantes, ou seja, diretores que não possuem filmes comerciais em cartaz. Segundo levantamento, estes diretores foram responsáveis por 51,7 % dos lançamentos de filmes brasileiros em 2016. Os números poderiam ser maiores, mas Celso explica que “depois do golpe de estado, cortes orçamentários, trocas constantes de ministros da cultura e fechamento de contratos equivocados, percebe-se que não há interesse por parte de quem está no poder em levar a cultura a sério. E isto provavelmente porque, os não envolvidos na produção cultural, desconhecem e ressalta que desde 2010, quando lançou efetivamente sua importância estratégica”. seu primeiro álbum, nunca utilizou de lei de incentivo ou de recursos públicos. Assim como Celso, diretor executivo da Amanara Filmes, nunca utilizou de fomento embora esteja em busca desta opção para dois de seus novos projetos. As políticas públicas de incentivo existem, mas grande parte dos recursos empregados na produção de um curta ou longa são dos próprios idealizadores. E isto se dá, na maioria das vezes, pela burocracia e pelo alto índice de projetos inscritos nos editais divulgados pela Ancine. Se duas leis não tem dado conta do número de projetos Em 23 de novembro deste ano, está previsto que nascem anualmente no Brasil, a não o lançamento da plataforma renovação da Lei Audiovisual pode reduzde cinema nacional SPCineplay ir drasticamente a quantidade de filmes no onde estarão disponíveis dez títulos nacionais mercado. “Esperamos por políticas mais de diferentes gêneros e formatos. efetivas e mais abrangentes, que de fato, dê Esta também é uma nova possibilidade respaldo àquilo que potencialmente o Brasil ao produtor independente. pode fazer. Estamos a mercê de aprovação O pagamento será por obra assistida, de projetos, mesmo que os filmes sejam exatamente como uma locação, a um preço popular. Os usuários já podem bons e de extrema pertinência ao país ou se cadastrar no site da Spcine Play ao mundo. É um desperdício gigantesco!” (www.spcineplay.com.br) explica Celso Masotti. para receber informações do serviço Segundo os dados divulgados no e ficarem habilitados a acessá-lo. Anuário Estatístico de Cinema Brasileiro

Streaming Nacional

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Capa

A livre distribuição

A instabilidade política desencadeou uma crise em todos os setores, inclusive no segmento cultural, mas em contrapartida o avanço tecnológico, possibilitou que o cinema independente pudesse ter visibilidade através de plataformas digitais, como Youtube, para contar suas histórias e divulgar suas narrativas. Ainda que com problemas de fomento, sem dúvida, a internet, permite alcançar resultados surpreendentes com investimentos mínimos em redes sociais e possibilidade de monetização. Basta ter consciência de quem é o seu público em potencial e buscar formas de atingi-lo, pois há cada vez mais caminhos alternativos para isso. É estratégico pensar por além do filme, desenhar uma estratégia de comunicação que prepare as diferentes instâncias envolvidas – exibidores, formadores de opinião e público em geral.

De acordo com os dados divulgados pelo Departamento de Pesquisa de Opinião Pública (SECOM) a Pesquisa Brasileira de Mídia 2016, cerca de 50% (4.653,50) do público consumidor de cultura está na internet todos os dias e 29 % destes consumidores passa mais de 5 horas na internet de segunda á sexta feira. Um exemplo de estratégia cinematográfica independente que deu certo nas redes sociais é a de Cavi Borges, referência entre cinéfilos do Rio de Janeiro, que tem se destacado justamente pela busca de métodos alternativos de distribuição. Poucos de seus longas chegaram às salas comerciais, ainda que tenham circulado bem em festivais. Ele afirma em entrevista à “Revista de Cinema” que “essas são nossas primeiras e talvez mais importantes janelas de divulgação e exibição independentemente da lei ser renovada ou não”.

Cinco filmes de 2016 entraram no Top 20 (desde 2009) No ano de 2016, foi ultrapassada a marca de 180 milhões de ingressos vendidos, com uma renda de mais de 2,5 bilhões de reais. Foram lançados 142 títulos brasileiros no ano que venderam mais de 30 milhões de ingressos, atingindo uma participação de público de 16,5%. O filme de maior público do ano foi Os Dez Mandamentos - O Filme, com mais de 11 milhões de ingressos vendidos, melhor desempenho entre todos os títulos lançados desde 2009. Confira abaixo os cinco filmes que foram sucesso de bilheteria.

1º lugar

2º lugar

3º lugar

4º lugar 5º lugar

Melhores sites para ler sobre cinema Gosta de ler sobre cinema nacional? Então, acesse os seguintes sites:

Cinepipocacult - www.cinepipocacult.com.br Revista de Cinema - WWW.revistadecinema.uol.com.br

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Geração GERAÇÃO

GERAÇÃO “Y” E SUAS QUALIFICAÇÕES “Inovação é um modo contínuo para a geração internet, que foi criada em uma cultura de invenção. A inovação acontece em tempo real”, disse Don Tapscott.

Por Nathália Mafar

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geração Millennium, ou geração Y, é conhecida como geração da internet. Ela é composta por pessoas que nasceram entre o final dos anos 80 e começo dos anos 2000. Essa classe de pessoas se caracteriza por ser pouco acomodada, ambiciosa, adaptável, dinâmica, comprometida, ansiosa, multitarefa, conectada com as novas tecnologias, comunicativa, questionadora e por estar sempre buscando novos desafios. Por terem sido criados por uma geração de pais workaholics, super protetores que pertenceram a movimentos e manifestações revolucionárias e que lutaram contra um governo autoritário, as crianças da geração Y cresceram sem muitas regras, super protegidas pelos pais, com mais facilidade e acesso a informações, educação e uma grau de formação maior que as

gerações anteriores. Além de possuir mais facilidades para a conclusão de seus estudos, os millenniums tiveram mais oportunidades de viajarem para outros países para fazerem cursos, aprenderem idiomas, concluírem especializações ou fazerem um curso rápido para acrescentar ao currículo. De acordo com Don Tapscott, pesquisador, palestrante escritor do livro Geração Internet,“A geração Y, formada por jovens, busca maior interatividade com a internet, são inovadores e valorizam a participação e controle de informações, se negando a ser usuários passivos”. Para Don, o que a diferencia das outras gerações é que enquanto as crianças da Geração Internet assimilaram a tecnologia porque cresceram com ela, os “adultos” tiveram que de aprender a se adaptar a ela – um tipo diferente e muito mais difícil de processo de aprendizado.

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geração As habilidades dessa geração são muitas, mas profissionalmente eles são o sonho de consumo das empresas. Eles buscam obter o máximo de aproveitamento e aprendizado para dominar seu trabalho, buscam, ser reconhecido, um crescimento veloz, são multitarefas que conseguem falar ao telefone, mandar mensagens, fazer uma refeição, estudar e ouvir música ao mesmo tempo. São responsáveis, facilidade em absorver conhecimento, possuem iniciativa, não tem medo de correr riscos, traçam metas ousadas, são otimistas, não tem dificuldades com mudanças, são resilientes, ousados, e engajados. Dificilmente a antiga mentalidade de ter um emprego estável para garantir a aposentadoria é encontrada nessa geração. Porém não são perfeitos, também tem os pontos fracos: impacientes, gostam de imediatismo, exigem reconhecimento, podem ser considerados dispersos, impacientes e desfocados. Segundo Tapscott, “inovação é um modo contínuo para a Geração Internet, que foi criada em uma cultura de invenção. A inovação acontece em tempo real”. Em uma pesquisa feita pela revista Guia Geração da Internet, o mercado de trabalho tem que fazer algumas mudanças para conseguir 20

chamar a atenção da geração, pois para eles não importa apenas o salário, mas os benefícios oferecidos e para o quanto seu cargo e suas tarefas contribuem para o desenvolvimento e a evolução corporacional.

MELHORES CARREIRAS PARA A GERAÇÃO INTERNET

Trabalho é uma das coisas fundamentais na vida para os Y’s. Porém, eles não querem só um emprego com carteira assinada, eles buscam empresas que valorizam a identificação, o reconhecimento, a lealdade e a flexibilidade, porém a tendência desses jovens é que sejam leais a carreira e não a organização e somente trabalham naquilo que lhes tragam satisfação e os faça felizes. “Para mim, o essencial que uma empresa tem de oferecer é uma boa oportunidade de carreira, de crescer profissionalmente, liberdade de interação e criação entre os grupos, exercer a autonomia, um ambiente de trabalho agradável, que tenha sempre novos desafios e que aprimore os meus conhecimentos, diz Ana Caroline Belotti, de 27 anos. Para o autor Dan Tapscott, por causa dessa geração,“as organizações precisam repensar muitos aspectos de como recru-

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tam, remuneram, desenvolvem, supervisionam e colaboram com eles”. Em pesquisa feita pelo Portal de Carreira americano CarrerCast.com, as 10 profissões mais propícias e com boas perspectiva para a geração internet nos próximos anos são: 1 - Executivo de contas Salário médio anual: US$ 115.750 (aproximadamente R$ 376 mil) Perspectiva de crescimento até 2022: 12% 2 - Engenharia Civil Salário médio anual: US$ 79.340 (aproximadamente R$ 258 mil) Perspectiva de crescimento até 2022: 20%

Conheça os Millenniums de sucesso: Mark Zuckerber

Drew Houston

Daniel Ek

Facebook

Dropbox

spotify

Kevin Systrom

Mike Krieger

Jan Koum

Instagram

Instagram

whatsapp

Travis Kalanick

David Karp

3 - Analista de Sistemas Salário médio anual: US$ 79.680 (aproximadamente R$ 259 mil) Perspectiva de crescimento até 2022: 25% 4 - Cientista de Dados Salário médio anual: US$ 124.149 (aproximadamente R$ 403 mil) Perspectiva de crescimento até 2022: 15% 5 - Planejador Financeiro Salário médio anual: US$ 67.520 (aproximadamente R$ 219 mil) Perspectiva de crescimento até 2022: 27% 6 - Analista de Pesquisa de Mercado Salário médio anual: US$ 60.300 (aproximadamente R$ 196 mil) Perspectiva de crescimento até 2022: 32% 7 - Fisoterapeuta Salário médio anual: US$ 79.860 (aproximadamente R$ 259 mil) Perspectiva de crescimento até 2022: 36% 8 - Gestor de Mídias Sociais Salário médio anual: US$ 46.169 (aproximadamente R$ 150 mil) Perspectiva de crescimento até 2022: 13%

Garrett Camp

9 - Engenheiro de Software Salário médio anual: US$ 93.350 (aproximadamente R$ 303 mil) Perspectiva de crescimento até 2022: 22% 10 - Estatístico Salário médio anual: US$ 75.560 (aproximadamente R$ 245 mil) Perspectiva de crescimento até 2022: 27%

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O PODER DE HARRY POTTER O bruxo veio para aprimorar a literatura infanto-juvenil e maravilhar as pessoas de todo o mundo

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Por Nathalia Mafar

m meio a inúmeros avanços tecnológicos, parecia impossível uma autora conseguir a atenção de tantas crianças e jovens para a leitura em pleno século 21. Porém, a escritora britânica J. K. Rowlin conseguiu ao publicar seu livro Harry Potter e a Pedra Filosofal, pela editora Bloomsbury, em 1997, depois de mais 10 recusas de outras editoras. A saga tem mais seis livros e hoje em dia poucos exemplares podem ser comparados em termos de popularidade. A saga já tem mais de 20 anos, porém faz sucesso até hoje. Com mais de 450 milhões (gerando US$ 7,7 bilhões) de livros vendidos em 200 países, 4 milhões apenas no Brasil (Editora Rocco), e já foi traduzido para 79 idiomas. Nas bilheterias, os 8

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filmes arrecadaram US$ 7,7 bilhões e foram “faturados” US$ 7 bilhões com produtos até hoje. Além disso, a receita da Universal aumentou 6% em apenas três meses graças ao parque do Harry Potter que tem 4,5 milhões de visitantes por ano. Além de a série despertar o entusiasmo dos jovens, trouxe, também, uma força para a literatura fantástica e criou seu próprio gênero: o Young Adult (Jovem Adulto), uma editoria que ganhou destaques nas livrarias e hoje em dia é muito popular. E graças ao êxito da saga, escritores de sucesso como O Senhor dos Anéis (J.R.R. Tolkien) e As Crônicas de Nárnia (C. S. Lewis) foram descobertos, entre outros autores beneficiados. Os sucessos concorridos do momento são O ladrão

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De acordo com a responsável pelo setor infanto-juvenil da Saraiva Mega Store, Linen Martins, “não tínhamos muitas opções de livros que atingissem tanto as crianças quanto os adolescentes. Ou era para um, ou para outro. Isso realmente começou a mudar como fenômeno Harry Potter, que já não vende como antes, mas é um clássico da literatura”. A seguir o gráfico mostra a quantidade de livros infanto-juvenil que foi impresso no Brasil nos últimos anos:

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dos raios (Rick Riordan), Crepúsculo (Stephenie Meyer), Jogos Vorazes (Gary Ross), Magya (Angie Sagie), Divergente (‎Veronica Roth) e Coração de tinta (Cornelia Funke). A autora merece os parabéns por ter conseguido fazer com que as crianças “devorassem” os livros e também as adaptações para filmes. E o melhor de tudo, conseguiu a “fidelidade” do público jovem, fazendo com que depois de ler e assistir tudo da série procurassem obras similares ao bruxo.

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

8,1milhões 6,3milhões 7,8milhões 9,6milhões 8,1milhões 7,5milhões 8,5milhões 9,3milhões 21,2milhões 43,8milhões 13,5milhões 15,4milhões 20,3milhões 20,0milhões 11,2milhões 10,2milhões

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MAIS QUE UM LIVRO

FILMES E SÉRIES BASEADOS NOS LIVROS DE J.K. ROWLING

De acordo com um estudo publicado no Journal of Applied Social Psychology, ler a saga diminuiu o preconceito e melhorou a empatia dos jovens. Quem lia HP tinha percepções positivas em relação a minoria, imigrantes e à população LGBT e conseguia entender que o apoio do Harry aos “sangues-ruins” era uma metáfora para a intolerância. A pesquisa foi realizado com 151 estudantes, da 5ª série e o ensino médio, nela mostrava que os jovens fãs do Harry tinham a “mente mais aberta” para questões sociais. Em uma pesquisa realizada pela vitrine virtual “Um Só Lugar”, em 40,80% dos sete livros de Harry Potter foi utilizado palavras que remetem a coisas boas, positivas, como felicidade, amigos, família, segurança, sorrir. Para o autor de livros infanto-juvenis, Hugo Monteiro, “os livros propõem reflexão sobre identidade. Há uma simbologia no sentido de trabalhar na minoria identitária uma discussão sobre superação e acolhimento”. Ao ler os livros do bruxos, as crianças tendem a ser menos preconceituosas, por isso ao crescerem se tornarão adultos consciente e preocupados com os direitos de todos ou seja, se tornarão pessoas melhores. Quando o Harry, Hermione e o Rony lutam para acabar com o plano do Voldemort - uma mundo em que apenas “sangues puros” vivem - é uma metáfora para a luta contra a discriminação, o racismo e a homofobia. E se depois de muito luta eles conseguiram, nós também podemos conseguir!

Minissérie Morte Súbita (2015)

Animais Fantásticos e Onde Habitam (2016)

Strike - baseado nos livros “O Chamado do Cuco” e “O Bicho-da-Seda” (2017)

Animais Fantásticos: Os Crime de Grindelwald (2018)

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107 milhões de cópias

60 milhões de cópias

55 milhões de cópias

55 milhões de cópias

55 milhões de cópias

65 milhões de cópias

50 milhões de cópias

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Filmes

Harry Potter e a Pedra Filosofal (2001) US$ 974.755.371 Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2 (2011) US$ 640.200.000 (após uma semana de estreia)

Harry Potter e a Câmara Secreta (2002) US$ 78.979.634

Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 1 (2010) US$ 955.417.476

Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban (2004) US$ 796.688.549 Harry Potter e a Ordem da Fênix (2007) US$ 939.885.929

Harry Potter e o Enigma do Príncipe (2009) US$ 934.416.487

Harry Potter e o Cálice de Fogo (2005) US$ 896.911.078

OUTROS LIVROS DE J.K. ROWLING

2001

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PING PONG

Paula Carvalho em seu canal do YouTube

Paula, forte como um Carvalho! Por Maria Paula uchôa

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relação com “Os Trapalhões” na década de 80 foi uma das motivações que levaram Paula Carvalho a se encantar com o mundo mágico das produções de cinema e televisão. Desde pequena se interessava por livros, quadrinhos e séries e o discernimento crítico pelas produções cinematográficas veio de forma espontânea. Neta do fundador da maior rede de rádios do Brasil, a Rede Jovem Pan, ela sempre esteve envolvida ao universo da arte radiofônica, com inúmeros exemplos em família e referências notórias no ambiente de tra-

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balho. Um deles foi o jornalista crítico de cinema muito respeitado Fernando Zamith, com quem Paulinha (como gosta de ser chamada) apresentou um Oscar na Jovem Pan e ganhou o maior incentivo da sua carreira. Hoje, ela se divide entre sua paixão antiga pelo cinema e suas duas paixões mais recentes, seus filhos João e Antônio de 6 e 4 anos, respectivamente. Vamos descobrir o que inspira Paulinha em sua rotina de mãe e apresentadora a encontrar novas formas de avaliar o cinema e alimentar o seu canal no YouTube dedicado ao tema.

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Crush Cult: Como você se organiza para dar conta de ser mãe, gravar vídeos para o Youtube e trabalhar no Morning Show? Paula Carvalho: Olha, tem que se organizar mesmo. A ideia é acordar cedo, vir para a rádio e fazer o blog logo pela manhã, depois ir para o Morning Show. A parte da tarde dedico a este segmento dos vídeos, com elaboração de roteiros e gravações. Sou eu que faço com meu celular e edito também. Estou aprendendo a lidar com o iMovies, mas fazia tudo no meu celular mesmo. Às 17hs é quando pego as crianças na escola e dedico esse tempo, até às 20hs, pra ficar com eles. É o pai quem coloca pra dormir, porque aí começa minha maratona das séries. Sigo até a meia noite sem parar. Durmo e depois tudo se repete às 6:30 da manhã do dia seguinte. CC: Como você faz seus vídeos? Você que faz tudo: monta o cenário, faz um roteiro, edita? Quantas horas leva? Como você define a duração que o vídeo vai ter? PC: Faço tudo, mas ainda está longe do ideal. Sou muito a favor de colocar em prática as coisas, mesmo que não estejam perfeitas. Fazer o vídeo no meu celular em casa e editar sozinha me deu autonomia de tempo e resultado. Pode melhorar? Muito. Vai melhorar, claro! Não me preocupo com a duração, mas a média é de 6 a 9 minutos cada vídeo. O roteiro é simples, pois, conto muito com o ‘bate-papo’, a ideia do canal não é trazer a dica do especialista super nerd que sabe tudo, é ser mais um: “Miga, olha essa série que legal”. Percebi algumas pessoas que, por exemplo, não viam séries como The Walking Dead ou Game Of Thrones por puro medo das teorias e ‘textões’ que rolam na internet. O canal quer exatamente não lembrar todos os nomes de diretores, e até mesmo assumir eventuais erros e desinformações minhas, porque quero mais é

Paula Carvalho com o filhos, João e Antônio

falar sobre os temas propostos de igual pra igual com a galera nos comentários. Não é preguiça não, é fazer comunidade mesmo! Prefiro assumir o erro da gravação e conversar com as pessoas sobre isso, e talvez até falar sobre esse erro em um vídeo futuro. O cenário é a minha casa, ou alguma sala da rádio. Tento pegar uma “luz boa”, mas um dos vídeos mais vistos do canal tem a pior luz do universo. Acredito que as pessoas ligam menos pra essa qualidade técnica. Mas claro, quero sempre melhorar. Uma das coisas que mudei foi dividir o video na parte sem spoiler e com spoiler, e isso foi sugestão da galera nos comentários. Aliás, as séries são sempre indicadas por alguém, e os filmes faço assim: toda vez que vou ao cinema, gravo na sequência. CC: Qual é o seu vídeo que tem mais visualizações? PC: O meu primeiro, sobre Stranger Things (eu nem tinha tripé e ficou num ângulo bem estranho) e o de 13 Reasons Why.

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ping pong

CC: É muito difícil separar a Paula críti- PC: Por semana devo assistir a 3 filmes pelo ca de cinema da Paula amante de cinema menos e muitos episódios de séries. na hora de formular sua opinião sobre os filmes? CC: A Netflix está ajudando a aumentar ainda mais o interesse das pessoas por filPC: Não acho que eu precise separar essas mes? duas pessoas. Você é o resultado daquilo que você é, entende? E eu sou bem sincera quan- PC: A Netflix facilita muito essa relado assumo ignorância talvez por não “estar ção. Tem gente que não viu os clássicos e gostando tanto “ do filme do momento. Tipo que se tiver tempo, pagar a mensalidade Bingo: O Rei das Manhãs, eu não amei o e clicar no ‘play’, pode aumentar seu reperfilme como a grande maioria dos críticos. E tório através do acervo deles. Acho que a falei isso no canal. Não me considero “críti- gente tá presenciando uma mudança na forca de cinema”, sou uma pessoa que gosta de ma de se consumir audiovisual. Consumir cinema e que tem a sorte de ter a janela da e produzir. Tem muita coisa pra chegar por rádio pra emitir suas opiniões. O YouTube aqui ainda. Já veio a Amazon Prime e tal... deu essa oportunidade pra todo mundo. Só me preocupa essa infinidade de gente com seus aplicativos e seus conteúdos. A CC: Quantos filmes você assiste por gente pagando por cada um deles e a conta aumentando: HBO Go, Fox Play, Hulu... semana? Paula Carvalho com seus colegas de trabalho da Jovem Pan

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Paula Carvalho em um dos vídeos de seu canal

eu gosto. Quero desconforto, quero ser instigada por coisas que eu não compreenda. Se eu não me engano, o que tem feito isso com sucesso faz tempo, é o cinema. Essa produção massiva também é uma loucura. Não dá nem tempo de se assimilar um filme e já tem 6 outros no gatilho pra gente devorar. Estamos vivendo a mudança, só nos CC: O futuro do cinema está no Strea- resta observar. ming? CC: Qual é o futuro pros produtores de PC: Acho que um não sobrevive sem conteúdo na internet? Ainda vale a pena o outro. O cinema é uma indústria que se aventurar no Youtube como profissão? com certeza está se reinventando depois da chegada forte do serviço de streaming. PC: Não acho que YouTube é profissão. A experiência do coletivo que o cinema Acho que o YouTube é mais um veículo proporciona não pode ser comparada à soli- pra quem faz conteúdo. Se você tem condão da maratona no lar. O impacto do filme teúdo, vale ter canal no YouTube, vale site, na tela grande, a textura das imagens nun- vale Instagram, vale tudo. Porque o seu ca vai ser igual. Sabe aquilo: uma coisa é interesse está em apresentar isso, e se der uma coisa, outra coisa é outra coisa? Pois é. certo, até receber dinheiro pra viver disso. O streaming facilita caminhos, financia A gente sabe que o futuro está nos vídeos, projetos ousados que talvez sejam despreza- agora não aposte todas as suas fichas no dos pelos grandes estúdios. O serviço distri- YouTube apenas. O Facebook mesmo tem bui conteúdo e também mapeia aquilo que feito investimentos gigantes nesse segmenas pessoas assistem e querem. Essa troca, da to,e a verdade é que pode surgir outro player gente consumir e eles medirem é o que acho nesse mercado. Então, faça igual a investimais interessante e até perigosa, na medi- mento: divida suas atenções e multiplique da que eu não quero ficar na bolha do que seu conteúdo nas mais diversas plataformas. Enfim, a comodidade de dar um ‘play’ em casa é fantástica, a variedade de conteúdo também, agora se isso aumenta o interesse, não sei. Quem quer vê, sabe? Acho que a educação tem um papel maior nesse despertar pelo interesse em cinema, arte e outras coisas.

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C H E CK -IN Ckeck-in EXPOSIÇÕES Acompanhe na Dose Cult as principais exposições de arte e mostras culturais que estão em cartaz nos museus e galerias da cidade de São Paulo. São opções que variam entre exposições musicais, mostras interativas e até karaokê. Confira abaixo quatro sugestões da redação e não esqueça de fazer check-in e compartilhar com seus amigos:

A ER A DO S GA ME S

A mega exposição traz mais de 150 games icônicos depois de percorrer mais de 25 países e ser vista por cerca de dois milhões de pessoas. Nela o público pode interagir explorando dos primórdios dos games até as últimas tecnologias. A exposição começou em 16 de agosto deste ano e vai até 12 de novembro no pavilhão da Bienal. Serviço: 16 de agosto até 12 de novembro de 2017 Terça á domingo, das 11 às 20 horas (Sessões diárias). Preço: R$40,00 / R$20,00 meia entrada* Vendas: www.ingresse.com Pavilhão da Bienal – 3º pavimento Acesso pela rampa externa Parque Ibirapuera – Portão 03. Av. Pedro Álvares Cabral S/N – São Paulo

EX P O SI Ç Ã O R E NA TO R U S S O

A exposição homenageia o vocalista da banda ‘Legião Urbana’ com itens significativos da vida do músico. Os visitantes podem usufruir de um karaokê gratuito com as músicas da Legião Urbana, flash tattoos inspiradas no artista, com Roger Marx, banca de tarô com Gisele Mouradian, taróloga e sensitiva e food trucks exclusivos. Intitulada Renato Russo Forever, a apresentação relembra clássicos da banda Legião Urbana como “Tempo Perdido”, “Faroeste Caboclo”, “Será” e “Eduardo e Mônica”, entre outras. Serviço: 07 de setembro até 28 de janeiro de 2018 Terça á domingo, das 10 às 21 horas Preço: R$30,00 / R$ 15,00 meia entrada* MIS - Museu da Imagem e do Som de São Paulo Avenida Europa, 158 Jardim Europa - Oeste São Paulo - SP (11) 2117-4777

Nirvana: Taking Punk to the Masses

A mostra “Nirvana: Taking Punk to the Masses” desembarcou em São Paulo no dia 12 de setembro e vai até 12 de dezembro. Cerca de 200 objetos e registros da banda americana de rock, como discos e guitarras, serão exibidos no parque Ibirapuera. Serviço: 12 de setembro até 12 de dezembro de 2017. Segunda á sexta, das 10 às 18 horas. Preço: R$ 25 e R$ 35 Venda: www.ingressorapido.com.br Lounge Bienal Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, parque Ibirapuera.

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L IGA DA J USTIÇA

A exibição foi pensada como um aquecimento para o filme que estreia em novembro e conta com 50 réplicas dos principais personagens do longa, com destaque para três estátuas em tamanho natural do Batman, Mulher-Maravilha e Aquaman. Serviço: 27/10 até 27/01 de 2018 Segunda á sexta, das 10 às 19 horas. Preço: Entrada Gratuita Iron Studios Concept Store - Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 946 Jardim América




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