Projeto Revista Fenappi

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CNPJ:03.907.541/0001-96

W W W. F E N A P P I .C O M . B R

Edição 04 | ano 03

página

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Forensic Science I n t e r n at i o n a l p u b l i c a a r t i g o d e p e r i ta s pa p i l o s c o p i s ta s d o D F página

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policia civil DE GOIÁS FORMA 134 NOVOS PA P I L O S C O P I S TA S P O L I C I A I S



EDI TO R I AL

Papiloscopista, quem precisa? Antonio Maciel Aguiar Filho

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o final do conturbado ano de 1963, o presidente João Goulart deixou para a memória nacional uma data comemorativa que consideramos relevante, o dia nacional do Papiloscopista (Decreto nº 52.871). A data escolhida foi o dia 05 de fevereiro, pois nesse dia, em 1903 ocorreu o reconhecimento oficial da especialidade no Brasil. Mas, enfim, quem é esse profissional? Qual a sua importância para a sociedade? Os peritos em papiloscopia são os profissionais que trabalham no processo de identificação humana. Isso pode ser feito por meio da análise das digitais e também a partir da representação facial humana, termo que envolve algumas ferramentas de identificação: reconstituição facial, projeção de envelhecimento, de rejuvenescimento e de disfarce, comparação facial, além do tradicional retrato falado. Os papiloscopistas atuam em várias áreas. A mais conhecida está na emissão da Carteira de Identidade, por meio do Instituto de Identificação. Pode parecer um ato simples, mas este documento representa juntamente com outros documentos um passo importante para o efetivo exercício da cidadania, para a inserção social de pessoas, na entrada no sistema educacional, no acesso ao mercado de trabalho, além de assegurar o direito a inúmeros benefícios sociais. Não ter documentos, os chamados indocumentados, ainda representa um grande problema no Brasil e em Goiás. Já no Instituto Médico Legal (IML), onde os Médicos Legistas analisam as causas mortis, compete aos papiloscopistas confirmar ou buscar a identificação de todos os cadáveres para lá encaminhados, entre eles os cadáveres ignorados (pessoas mortas sem documentação) e no Instituto de Criminalística (IC), em parceria com os Peritos Criminais, quando possível, atuam nos locais de crimes. O objetivo é coletar fragmentos papilares para que se possa assegurar a identificação de um possível autor ou autores do delito. Recentemente recebemos a notícia de que muitas cidades brasileiras figuram entre as mais violentas do mundo. Esse é um título nada honroso e requer um trabalho cada vez mais inteligente e especializado. Esclarecer um crime não é uma tarefa simples e fácil. Requer a cuidadosa construção da prova, neste campo os papiloscopistas têm dado bons exemplos de que podem contribuir para a elucidação de crimes. Um caso em que ficou patente o papel do papiloscopista foi na investigação do homicídio do ex-Ministro do Tribu-

nal Superior Eleitoral (TSE), José Guilherme Villela, de sua esposa, Maria Carvalho Mendes Villela, além da empregada, Francisca Nascimento da Silva. O crime que chocou Brasília ocorreu no ano de 2009. Tinha tudo para ser mais um caso insolúvel ou pior, de fraude na responsabilização do crime. Hoje, porém, a prova mais concreta sobre os verdadeiros autores do crime foi fruto do trabalho meticuloso de papiloscopistas. O cuidado e qualidade do trabalho resultaram ainda em uma dissertação de mestrado realizado na Universidade de Brasília (UnB), além do aperfeiçoamento das técnicas de coletas de digitais. Mas nem todas as notícias são boas. Quando observamos as estatísticas brasileiras e do Estado de Goiás, verificamos que a maior parte dos crimes permanece insolúvel. Quando isso ocorre temos vários problemas sociais. Entre eles podemos destacar o aumento da impunidade, o aumento da sensação de insegurança e mesmo o crescimento da violência. Esses cenários evidenciam que precisamos fortalecer a atuação de profissionais como os peritos em papiloscopia para que tenhamos mais possibilidades de que os autores dos crimes não fiquem impunes. Para isso, precisamos de reconhecimento e apoio do Estado garantindo as condições técnicas (acesso à tecnologia, como o Sistema Automatizado de Impressões Digitais, por exemplo) e humanas por meio da valorização e efetiva incorporação no quadro de pessoal de novos papiloscopistas ao quadro de pessoal. Finalmente, caso seja vítima de um crime de autoria delitiva desconhecida ou quando pegar sua carteira de identidade, lembre-se, os papiloscopistas estão do seu lado e em defesa da sociedade.

Antonio Maciel Aguiar Filho é Presidente da Federação Nacional dos Profissionais em Papiloscopia e Identificação Humana FENAPPI.


N E S TA E D IÇ ÃO

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Preso suspeito de desviar R$ 500 mil de bancos em goiás

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pa p i l o s c o p i s ta s participam de curso em goiânia sobre desastres em massa

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policia civil DE GOIÁS FORMA 134 NOVOS PA P I L O S C O P I S TA S POLICIAIS

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D e p u ta d o J o ã o Campos faz palestra aos alunos do Curso de Formação de Papiloscopia

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Polícia identifica cadáver de jovem desaparecido há quase 4 anos no DF

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Polícia identifica cadáver de jovem desaparecido há quase 4 anos no DF

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O Q UE FA Z UM RO S TO PA RE C E R C ON FIÁVEL OU A ME A Ç A D OR?

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C a s o M o r at o e x p õ e m a l- e s ta r e at é briga de ego na Polícia Científica

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DA TILOSC OPIA : SA IB A M A IS SOB RE E SSA E SPE C IA LIDADE

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C a s o M o r at o : Documento comprova que SDS mentiu

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2ª B IOM E TRIC S H ITE C H

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CASO DOS DOIS DEDOS

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Forensic Science International publica artigo de peritas papiloscopistas do DF

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Peritos colhem impressões d i g i ta i s e m c a r r o s d e m e g a - a s s a lt o

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MATÉRIA HISTORY CHANNEL: O MUNDO SEM POLÍCIA

E X P E D IE N T E DIRETORIA TRIÊNIO 2014-2017

DIRETOR ADMINISTRATIVO CLEBIO DA SILVA GOMES - PB

PRESIDENTE ANTÔNIO MACIEL AGUIAR FILHO-GO

TESOUREIRO CATIANA SOUZA GOMES - GO

VICE PRESIDENTE N I LT O N E D E M A R P F E I F E R - D F

DIRETOR COMERCIAL WANDERSON R. ORCINO - GO

S E C R E TÁ R I O G E R A L A N T Ô N IO TADEU NI COLET T I PE RE IRA - E S

RELAÇÕES PÚBLICAS SID N E Y MO N TA LVÃ O - GO VOLVE Y FE R R E IR A - G O

C O N TA T O ( 6 2 ) 30 9 36 4 9 7 e -ma il fe n a ppir e v is ta @ o utl o o k .c o m DESIGNER GRÁFICO N E TO DI ME DE IR O S ( 6 2 ) 9 8 52 8-3753 ARTE FINAL DIE GO A PA R E C IDO DE A R R UDA ( 6 2 ) 9 8 2 16 -8 156


no tí ci a (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

PERICIA PAPILOSCOPICA FUNDAMENTAL PARA A INVESTIGAÇÃO Homem é preso com arma roubada de fórum em construção, em Goiás. Sílvio Túlio Do G1 GO

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m homem de 29 anos foi preso por portar uma arma que havia sido roubada do cofre instalado na nova sede do Fórum Cível de Goiânia, que ainda está sendo construído no Setor Park Lozandes. Ele foi apresentado nesta quinta-feira (14). Segundo a Polícia Civil, o roubo das armas foi facilitado pelo vigilante do local, que também tem 29 anos, e realizado por outros dois homens, de 32 e 52 anos. O homem que estava com a arma roubada foi detido em flagrante por posse ilegal. Também havia um mandado por tráfico de drogas contra ele, que foi cumprido na ocasião. O roubo das armas ocorreu no último dia 12 de junho. De acordo com a

delegada Karla Fernandes Guimarães, responsável pelo caso, com o auxílio do segurança, os dois suspeitos entraram na construção, arrombaram o cofre e levaram seis armas, mais a que estava sendo utilizada pelo servidor. “Foi tudo organizado. O vigilante levou a dupla por um lugar onde não havia câmeras e liberou a entrada deles. Depois que roubaram as armas, amarraram o segurança para simular uma roubo violento”, disse Karla ao G1. Conforme a delegada, somente o suspeito de 32 anos também segue preso. O vigilante e o outro envolvido chegaram a ser detidos durante a investigação, mas ganharam o direito de responder em liberdade. Somente duas das armas roubadas já foram recuperadas pela polícia. As outras cinco seguem desaparecidas.

I m p r e s s õ e s d i g i ta i s O primeiro a ser detido foi o vigilante, pois a polícia, pela forma como o crime ocorreu, desconfiou desde o início de participação dele. A delegada explicou que o trabalho da perícia foi fundamental para elucidar o caso. “Conseguimos coletar impressões digitais do suspeito de 32 anos no cofre e, cruzando dados, o encontramos. O suspeito de 52 anos foi dedurado pelo vigilante”, explica. A polícia acredita que uma das armas foi vendida pelo vigilante por R$ 6 mil. Ele teria usado o dinheiro para quitar uma dívida com um traficante. Os três suspeitos devem responder por associação criminosa e furto qualificado mediante fraude. A pena, em caso de condenação, pode chegar a oito anos.

Identificado pelas impressões digitais autor do massacre de Nice A polícia da França identificou através de impressões digitais o autor do atentado ocorrido na noite de quinta-feira, em Nice, onde pelo menos 84 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas. De acordo com o canal “BFM TV”, a polícia conseguiu verificar a identidade do assassino que provocou o massacre com um caminhão, embora não tenha divulgado seu nome. A emissora francesa lembrou que os investigadores estão contrastando essas impressões digitais com um documento de identidade achado no caminhão e que estava em nome de um cidadão franco-tunisiano de 31 anos, morador de Nice, que tinha antecedentes criminais, mas não

era relacionado com grupos terroristas. Uma operação policial estava em andamento nesta manhã em Nice, segundo a emissora “France Info”, que a relacionou com um endereço da casa da pessoa identificada. O homem tinha em seu poder uma pistola calibre 7.65 que utilizou antes de ser morto pela polícia, mas também outras armas e uma granada de mão, todas falsas. No caminhão, que tinha sido alugado há poucos dias na região de Nice, um cartão de crédito foi encontrado, além de um aparelho celular que poderiam ajudar nas investigações, disse a emissora “BFM TV”.

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2016/07/15/identifaicado-pelas-impressoes-digitais-autor-do-massacre-de-nice.htm

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notíc ia

Homem é preso suspeito de desviar R$ 500 mil de bancos em Goiás, diz PM

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m homem de 31 anos foi preso na segunda-feira (11) suspeito invadir sistemas de bancos e transferir cerca de R$ 500 mil para contas de laranjas, em Aparecida de Goiânia. O detido já tem dez passagens pela polícia por crimes como estelionato e falsificação de documentos. A Polícia Militar disse que ele confessou o crime. O homem foi preso em uma casa no Jardim Ipiranga. No momento da prisão, para tentar despistar os agentes, o homem apresentou uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH) falsa em que se identifica-

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Polícia diz que ele confessou ter ajuda de comparsas dentro dos bancos. Na casa dele foram apreendidos documentos falsos e extrat o s d e c o n ta s. va com outro nome. No local, a PM apreendeu várias documentos de identidade falsas com a foto do suspeito, além de papéis usados para falsificar documentos. O suspeito já era foragido da Justiça. “Ele fazia um esquema de fraude bancária, que eles chamam de quebrar o fundo de reserva do banco. Ele não agia sozinho, disse que tem esquema até dentro dos bancos”, disse o soldado da PM, Hroven Soares. Os policiais contaram que o suspeito explicou como funcionava o golpe. Segundo a PM, através de um computador, ele conseguia invadir o sistema eletrônico de vários

bancos e depois sacava o dinheiro de contas que já tinha aberto em nome de outras pessoas. “Nas próprias palavras dele, com esses R$ 500 mil que ele já conseguiu pegar do sistema, desse fundo de reserva, ele comprou uma casa em Bela Vista de Goiás, um terreno, e tinha aplicado o restante do dinheiro. E estava tudo planejado para na próxima semana sacar R$ 2 milhões”, disse o soldado.

(Foto: Reprodução/TV Anhanguera)


ar ti g o

(Foto: Antonio Maciel Aguiar Filho

Papiloscopistas brasileiros participam de curso em Goiânia sobre desastres em massa

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uarenta papiloscopistas de todo o país estão reunidos em Goiânia para o Curso de Necropapiloscopia no contexto de desastre de massa, com foco para as Olimpíadas do Rio de Janeiro. O curso vai de hoje até sexta-feira, na Academia de Polícia, da Polícia Civil. Do total de papiloscopistas, cinco são goianos. O curso será ministrado com base nos protocolos da Interpol e prevê as ações iniciais, o resgate dos corpos, local dos exames, a numeração dos corpos, fotografia geral dos corpos, divisão de dados ante mortes e post mortem, divisão de identificação, colegiado de iden-

Foco é preparar os profissionais do país para as Olímpiadas do Rio de Janeiro este ano

tificação, recomendações gerais, formulários e organogramas, além de aplicar as técnicas de coleta de impressões papilares em corpos em diferentes estados de decomposição e de atuar com outros profissionais de diferentes áreas da identificação de vítimas de desastres em massa.

http://www.opopular.com.br/ editorias/vida-urbana/papiloscopistas-brasileiros-participam-de-curso-em-goi%C3%A2nia-sobre-desastres-em-massa-1.1086920

Rosana Melo

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artigo

Turma de Papiloscopistas Policiais

Polícia Civil de Goiás forma 134 novos papiloscopistas A policiais

Polícia Civil do Estado de Goiás passa a contar com mais 134 novos papiloscopistas policiais. A formatura dos novos profissionais ocorreu no sábado (25) na Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Goiás, em Goiânia. Esta é a primeira turma de papiloscopistas policiais formada na Escola Superior da Polícia Civil – ESPC. A formatura, que teve caráter misto entre solenidade e festividade, teve mesa composta pelo Delegado Geral Álvaro Cássio, Deputado Federal João Campos, Diretor da ESPC Delegado Deusny Aparecido Filho, Superintendente de Ações e Operações Integradas da Secretaria de Segurança Pública e

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Administração Penitenciária Emmanuel Henrique Balduíno de Oliveira, Vereadora Cristina Lopes Afonso, Diretor do Instituto de Identificação Maciel Aguiar Filho e pela oradora da turma Natasha de Albuquerque Anunciação. Em sua fala, o Delegado Álvaro falou sobre a importância técnica da profissão de papiloscopia e disse que a escolha do Papiloscopista Maciel Aguiar para direção do Instituto de Identificação realça isso. Sobre a nomeação dos novos papiloscopistas policiais disse que vai se reunir em breve com o Secretário de Segurança Pública José Eliton e com o Deputado Federal João Campos para tratarem do assunto ” Uniremos forças


Delegado Álvaro discursa na solenidade de formatura dos novos papiloscopistas policiais.

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para nomear vocês”, completou. Disse ainda que o Delegado Titular da Delegacia de Investigação de Homicídios já fez pedido para que papiloscopistas façam parte de sua equipe e os espera tão logo saiam as nomeações, pois a técnica papiloscópica é fundamental na investigação criminal. Já o Delegado Deusny relatou em seu discurso, que num certo dia no Curso de Formação dos Papiloscopistas, observou uma foto dos alunos à noite, sujos e cansados após uma aula nos cenários da parte operacional e emocionou-se com a dedicação do grupo “Tenho

certeza de que vocês estão prontos para ingressar na Polícia Civil e de que receberam a melhor formação”. A oradora e juramentista Natasha fez um discurso técnico, baseando-se na importância da atividade papiloscópica na investigação e nas melhorias que, em breve, serão efetivadas no Instituto de Identificação de Goiás. Por fim agradeceu a todos que, de uma maneira ou outra, empenharam-se na formação da turma. Quebrando o protocolo, as alunas líderes, conhecidas por xerifes, pediram para interromper a cerimônia e homenagearam a Coordenadora de Ensino Técnico-científico

Delegado Deusny discursa no evento

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artigo

Momento da homenagem feita pelas xerifes das turmas às servidoras Simone (à direita) e Camila (à esquerda)

Sobre o curso de formação Simone de Jesus e a Analista chefe de Ensino, Camila de Cássia. A xerife da turma Galton, Larissa Pureza Ferreira, presenteou-as e ressaltou as qualidades das servidoras da ESPC quanto à coordenação, esforço, competência e eficiência em todo o Curso de Formação. Após as falas e encerramento da solenidade, foi a hora da festividade. Os futuros papiloscopista policiais, felizes com a conquista da formação e com muita esperança para serem nomeados em breve, festejaram e confraternizaram entre si e com familiares, professores e amigos presentes. Publicado em 27/06/2016

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Ocorreu entre os dias 04 de abril e 17 de junho, na ESPC, com o total de 415 h/aulas distribuída em 32 disciplinas e palestras. O objetivo foi o repassar aos alunos os subsídios teóricos relacionados à ciência papiloscópica, aliando-os aos elementos de trabalho práticos, como a necropapiloscopia, levantamento de impressões digitais em local de crime e práticas em laboratório. Além disso, os alunos tiveram aulas de defesa pessoal, com enfoque em prevenção à situações de risco. Cada turma teve dois dias de aulas e elogiaram

muito a postura dos professores, tanto na parte teórica quanto nas aulas práticas. A amplitude dos conhecimentos foi buscada para que o profissional tenha conhecimento de todas nuances e dificuldades que envolve cada setor de trabalho da papiloscopia. Segundo a analista Camila de Cássia, também professora do Curso de Formação, “Com essa visão macro, profissional poderá executar seu trabalho com mais eficiência tendo em vista todos os elementos e soluções que a papiloscopia proporciona em cada caso”.

http://espc.policiacivil.go.gov.br/noticias/policia-civil-de-goias-tem-a-disposicao-134-novos-papiloscopistas-policiais.shtml?t=Pol%C3%ADcia+Civil+de+Goi%C3%A1s+forma+134+novos+papiloscopistas+policiais



notíc ia

Deputado João Campos faz palestra aos alunos do Curso de Formação de Papiloscopia

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oje (13.06), o Deputado Federal João Campos realizou palestra para os alunos do Curso de Formação de Papiloscopistas Policiais na ESPC e falou sobre a importância do Papiloscopista na atividade investigativa. Além disso, o Deputado, relator do Projeto de Lei n.º 8045 de 2010 que trata do novo Código de Processo Penal, explanou sobre as principais mudanças que ocorrerão na legislação e defendeu a existência de um código

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D e p u ta d o F e d e r a l J o ã o C a m p o s palestrando ao lado da Coordenadora Simone de Jesus e do G e r e n t e d o I n s t. d e I d e n t i f i c a ç ã o , Antônio Maciel Publicado em 13/06/2016

mais enxuto, que evite brechas para a impunidade: “Entregaremos ao Brasil um novo Código de Processo Penal que vai facilitar o trabalho da Polícia Federal, da Polícia Civil, do Ministério Público, da advocacia e, por fim, o trabalho do juiz”. Além de falar sobre esse projeto de lei, o deputado também visitou o estande de tiros virtual da ESPC, o “Special Shooting Training – SST, equipamento utilizado nas polícias da Alemanha, Reino Unido e Esta-

dos Unidos. Esse recurso tecnológico somente tornou-se realidade por meio da emenda parlamentar do Deputado João Campos, que solicitou a previsão do recurso no Orçamento Geral da União. Posteriormente aprovado, o projeto foi então executado pela Secretaria da Segurança Pública e Justiça de Goiás e custou na época cerca de R$ 1 milhão e 400 mil reais. http://espc.policiacivil.go.gov.br/noticias/deputado-joao-campos-faz-palestra-aos-alunos-do-curso-de-formacao-de-papiloscopia.shtml


ar ti g o

Polícia identifica cadáver de jovem desaparecido há quase 4 anos no DF

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rabalho em conjunto da 1ª Delegacia (Asa Sul) e do Laboratório de Exames Necropapiloscópicos em Cadáveres Especiais do Instituto de Identificação da Polícia Civil do DF colocou fim à agonia da família de Natanael Santos de Almeida, que tinha 17 anos quando desapareceu em 2012. O jovem sofria de depressão e havia saído de casa sem informar seu destino aos parentes. Após investigações realizadas pelos

Depois de uma longa investigação e trabalho de perícia, corpo encontrado no Lago Paranoá, em 2012, foi identificado como o de um adolescente que havia sumido. MARIA EUGÊNIA 20/07/2016

agentes da 1ª DP, foi possível identificar um cadáver encontrado afogado, naquele ano, no Lago Paranoá, próximo à Ponte JK. O caso somente foi desvendado depois de minuciosa investigação da equipe que pesquisou, um a um, os registros de desaparecidos no período anterior e posterior à localização desse cadáver. Como o corpo foi encontrado imerso no Lago Paranoá e em avançado estágio de decomposição, as impres-

sões digitais do cadáver não tinham qualidade suficiente para possibilitar a individualização da pessoa por meio do sistema de identificação usado pela corporação, que se chama Afis. Foi necessária a realização de confronto com um indivíduo específico, no caso Natanael, o que resultou na confirmação de sua identificação. (Informações da PCDF) http://www.metropoles.com/distrito-federal/ policia-identifica-cadaver-de-jovem-desa

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no tí ci a

131ª Morte violenta em Mossoró em 2016: Técnicos do Itep em Mossoró identificam a ossada encontrada no Sitio Santana no mês passado.

Abinadab Ismael Nunes Pereira da Silva

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um trabalho dos técnicos do setor de Papiloscopia do Itep em Mossoró, a ossada encontrada dentro de um matagal as margens de uma estrada carroçável de acesso ao Sitio Santana na zona rural de Mossoró no dia 18 de junho passado, foi identificada na manhã de hoje, 08 de julho. Abinadab Ismael Nunes Pereira da Silva de 36 anos de idade, natural de Upanema foi identificado através do processo de confronto necropapiloscopico, que consiste na comparação das digitais, ainda presente no cadáver, com a digital da identidade. Segundo registros, Abinadab, que estava foragido na Penitenciaria Mário Negócio, foi raptado de casa na Rua Gilcimara Raquel na Favela do Fio em Mossoró no dia 31 de março, passado. Segundo informações, por volta das 16 horas, ele estava em frente à sua casa, quando chegou um carro de cor laran-

ja com quatro pessoas dentro, dizendo que eram policiais e o levaram. Outras quatro famílias compareceram ao setor de papiloscopia do Itep em Mossoró, procurando identificar familiares desaparecidos, mas todos os resultados de comparação deram negativos. Segundo o Médico Legista do órgão, João Torres Pinto, o resultado obtido com o confronto necropapiloscopico, é muito importante e 100% seguro. Segundo registros, Abinadab, que estava foragido na Penitenciaria Mário Negócio, foi raptado de casa na Rua Gilcimara Raquel na Favela do Fio em Mossoró no dia 31 de março, passado. Segundo informações, por volta das 16 horas, ele estava em frente à sua casa, quando chegou um carro de cor laranja com quatro pessoas dentro, dizendo que eram policiais e o levaram. Outras quatro famílias compareceram ao setor de papiloscopia do Itep em Mossoró, t identificar familiares desaparecidos, mas todos os resultados de comparação deram negativos. Segundo o Médico Legista do órgão, João Torres Pinto, o resultado obtido com o confronto necropapiloscopico, é muito importante e 100% seguro. http://www.ocamera.com.br/site/post/10714

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notíc ia

Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem

Caso Morato expõe mal-estar e até briga de ego na Polícia Científica

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Corpo de empresário, investigado pela Polícia Federal, foi encontrado dentro de motel em Olinda.

ssociação denuncia que peritos foram impedidos de realizar nova perícia em motel para não chamar a atenção da imprensa. Foto: JC Imagem A morte do empresário Paulo César Morato, dentro de um quarto de motel em Olinda, não expõs apenas uma sequência de erros praticados pelos responsáveis pelas investigações. Aponta ainda uma verdadeira queda de braço entre peritos criminais e papiloscopistas. De acordo com profissionais da área, ouvidos em reserva pelo RondaJC, desde o início de 2015, quando a atual gestão assumiu, há um mal-estar entre os peritos e até briga de ego durante as investi-

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gações de casos de repercussão. A situação é tão complicada que até o Ministério Público de Pernambuco já foi acionado várias vezes para intervir sobre a função de cada tipo de perito (criminal/papiloscopista) nos processos de investigação. Segundo denúncia da Associação dos Peritos Papiloscopistas de Pernambuco, a Polícia Científica não está cumprindo com o que a lei federal determina. Um dos casos mais recentes, que expõe o mal-estar, foi assassinato do jornalista e colunista social Marcolino Júnior, em Caruaru. A autoria do crime foi descoberta graças às impressões digitais – trabalho realizado por peritos papiloscopistas. De acordo


no tí ci a com a associação, estranhamente, as profissionais responsáveis pelo trabalho, que resultou na prisão do suspeito, foram retiradas de suas funções. No dia seguinte à morte do empresário, peritos foram ao motel realizar perícia mais detalhada no quarto onde o corpo de Morato foi encontrado. No entanto, foram impedidos pela gerência. Entenda o caso. Em texto enviado ao blog, a Associação dos Peritos Papiloscopistas do Estado faz graves denúncias à atual gestão da Polícia Científica de Pernambuco e admite que, cada vez mais, está difícil manter um trabalho isento nas investigações. Acompanhe alguns trechos: As verdadeiras razões que motivaram o polêmico cancelamento da perícia papiloscópica na suíte nº 02 do Hotel TiTiTi, onde foi encontrado o corpo do empresário Paulo Cesar de Barros Morato vão muito além de especulações sobre queima de arquivo ou questões mal explicadas e que levantam dúvidas sobre a sua morte. O que ocorreu foi mais uma ingerência por parte da gerente de Polícia Científica, a perita criminal Sandra Santos, dentre muitas outras que já ocorreram, com intuito de criar prejuízos as perícias papiloscópicas. Os representantes da associação aguardaram as conclusões dos relatórios dos peritos papiloscopistas plantonistas daquele dia e do dia anterior para poderem se pronunciar sobre a polêmica e as lacunas deixadas sobre esse episódio. Os peritos papiloscopistas seguiram corretamente todos os procedimentos operacionais padrões estabelecidos para se periciar uma cena de crime. O local, por ser interno

e possuir grandes áreas e vários objetos em busca de impressões digitais “que estão latentes, ou seja, invisíveis” requer um processamento muito mais minucioso e com uma equipe de peritos maior do que a que se encontrava no primeiro momento. O local foi isolado pelo perito papiloscopista plantonista na noite da quarta-feira visando à realização da perícia papiloscópica na manhã da quinta-feira, bem como esse isolamento foi sim comunicado à delegada Gleide ngelo, diferentemente do que foi noticiado na coletiva da SDS. Isso é procedimento padrão estabelecido pela Secretaria Nacional de Segurança Pública. A perícia ocorreria naquela manhã da quinta-feira, como todos estavam informados, não só os policiais que estiveram no local, mas também o dono do Hotel, a imprensa e a gestora de Polícia Científica. Sandra Santos, se valendo do cargo que atualmente ocupa, e por questões meramente corporativistas, entrou em contato com a gerente de Identificação Criminal do IITB, ordenando que a mesma fizesse contato com a equipe de peritos e os convencessem a cancelar a perícia, alegando que o secretário de Defesa Social não queria que se fizesse a perícia para não se dar mais repercussão do caso aos veículos de comunicação. Ficamos sem entender a pressa em se processar e depois liberar essa cena de crime, quando se sabia da repercussão do caso, que o local era interno e que o perito papiloscopista havia deixado informado que o local permaneceria isolado para a perícia de impressões digitais. Para a associação, não é nenhuma surpresa a ausência de transparência, atitudes impensadas e autoritárias por parte da gestora. Desde que assumiu

a Policia Científica, ela vem agindo de forma antiética, constrangedora e parcial. Usando-se de palavras, atos, documentos e divulgação de inverdades, induzindo ao erro autoridades judiciárias, policiais, membros do Ministério Público, imprensa e a sociedade pernambucana, com o fim de desacreditar os trabalhos pericias de natureza papiloscópica realizados de forma legal, técnica e ética pelos peritos papiloscopistas, abalando o equilíbrio institucional dos órgãos que compõe a Polícia Científica. Diversos documentos já foram protocolados na SDS, solicitando a resolução dos problemas, entretanto o secretário vem tratando com indiferença. Esse novo fato foi a gota d’ água. Iremos, agora, tomar as medidas jurídicas cabíveis, bem como orientar os peritos papiloscopistas que só aceitem determinações da gerência por escrito e com todas as formalidades. Nada será mais feito de boca ou via telefonema, não nos sujeitaremos mais a esses desmandos que só trazem prejuízos às perícias papiloscópicas e à categoria.

Raphael Guerra

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notíc ia

FENAPPI lança livro intitulado PERITOS EM PAPILOSCOPIA E IDENTIFICAÇÃO HUMANA, primeiro de uma serie que busca consolidar a produção cientifica desta importante área da criminalística. A P R E S E N TA Ç Ã O É com muito prazer que apresento aos estudiosos e pesquisadores a obra Peritos em Papiloscopia e Identificação Humana cujos coordenadores são a Joyce Fernandes de Azevedo e Antônio Maciel Aguiar Fillho. É uma obra constituída por seis trabalhos científicos, interligados por uma dialética de intercomplementariedade em torno de um denso conhecimento científico, tendo como objeto a papiloscopia e a Identificação Humana. São trabalhos de muita qualidade científica, deixando claro o compromisso dos seus autores não só com a busca da verdade na ciência, mas também com suas atividades profissionais enquanto agentes públicos ativos no processo de identificação. Além do rigor científico, configurado na objetiva abordagem metodológica, percebe-se em cada um dos trabalhos a interdisciplinaridade, utilizada pelos autores em perspectiva de uma visão dialética e totalizadora dos fatos. Portanto, estão de parabéns os coordenadores do trabalho, mas, especialmente, os autores, que se apresentaram como verdadeiros

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pesquisadores da papiloscopia e da Identificação Humana. E, por fim, parabéns aos estudiosos e pesquisadores pelo privilégio de contar com esse enriquecimento bibliográfico para seus estudos e suas pesquisas.

Jônathas Silva é ex-Diretor da Faculdade de Direito da UFG, professor de Direito Constitucional, ex-Secretário de Estado da Segurança Pública e Justiça do Estado de Goiás.


(62) 9376-0796


notíc ia

O caso dos dois dedos Criminoso perde a p o n ta d e d o i s d e d o s ao roubar cofre bancário e é identificado p e l a s i m p r e s s õ e s d i g i ta i s

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uando os peritos deixaram a agência bancária assaltada em novembro do ano passado em Parobé, no Vale do Paranhana, as faxineiras começaram o trabalho de limpeza do local de onde havia sido levado um cofre por criminosos. E aí surgiu um surpresa no mínimo inusitada para uma delas. Havia duas pontas de dedos, ainda dentro de luvas, no local. A polícia voltou ao Banco e ali estava iniciada a busca aos suspeitos do ataque. Eram os dedos de um dos criminosos, decepados provavelmente com a queda do cofre que o bando tentava carregar até uma van. Na manhã de ontem, Diego Josué Schein, 33 anos, nem teve como negar participação no crime. Os exames periciais nas duas pontas de dedos mostravam as suas digitais. E, de fato, tinha os dedos parcialmente decepados quando os agentes da Delegacia de Roubos chegaram a sua casa em Sapiranga, no Vale dos Sinos.” O diretor do Departamento de Iden-

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tificação do IGP, papiloscopista Guilherme Ferreira Lopes relata que “atuaram no caso as papiloscopistas, Flávia Viana Ferreira (foto), chefe da Seção Criminal DI/IGP, Fabiana de Souza Mello e Edméia Viana de Oliveira. A perícia necropapiloscópica foi realizada no dia 24 de novembro de 2015, assim que chegou ao DI o material com a solicitação de análise do delegado de Parobé. Duas falanges foram recebidas e tratadas no laboratório. Foi utilizada a técnica de micro adesão onde pudemos revelar as impressões digitais. Através de uma busca pelo Sistema de Reconhecimento Automático PPD (Pesquisa por Digitais), foi identificado Diego Josué Schein. O confronto papiloscópico confirmou a identidade. Em duas horas o indivíduo já havia sido identificado e entregue o laudo ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC-PC) no dia seguinte. http://www.igp.rs.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=2072&Itemid=2


no tí ci a

Peritos colhem impressões digitais deixadas em carros de mega-assalto Marcas de mãos foram deixadas por suspeitos de roubo em Ribeirão Preto. Sete veículos usados na ação contra a Prosegur foram achados em canavial.

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eritos da Polícia Civil colheram na manhã desta sexta-feira (8) impressões digitais deixadas nos sete carros que foram abandonados em um canavial após serem usados no mega-assalto à empresa de segurança e transporte de valores Prosegur, em Ribeirão Preto (SP). Uma quadrilha com até 40 homens participou do crime na madrugada de terça-feira (5) e nenhum dos suspeitos foi preso até o momento. Um policial militar e um morador de rua foram mortos pelos assaltantes. O

Marca de mão deixada no vidro de um dos carros usados no mega-assalto em Ribeirão Preto, SP (Foto: Paulo Souza/EPTV)

valor roubado não foi divulgado. O carros foram encontrados na tarde de quinta-feira, na zona rural de Jardinópolis (SP), e o trabalho da perícia começou nesta manhã, depois da chegada de especialistas do instituto de identificação ligado à Polícia Civil de São Paulo. O carros foram vistoriados com luzes especiais e produtos químicos, para ajudar na identificação dos suspeitos. “É um trabalha bastante minuncioso, muito espcifico”, afirmou o papiloscopista Luiz Perez, que participa da perícia no interior de São Paulo. Marcas de mãos foram encontradas no vidro de um dos veículos e as impressões digitais encontradas

também no interior dos carros e dos objetos deixados pelos suspeitos serão analisadas em um banco de imagens com mais de 10 milhões de imagens. Segundo a Polícia Civil, todos os veículos encontrados eram blindados com a tecnologia de um dos sistemas de proteção mais avançados disponíveis no mercado. Entre os carros deixados pelos assaltantes no canavial, estavam uma SUV e um modelo importado, encontrado no meio da plantação de cana-de-açúcar. Um caminhão-baú e uma van também foram abandonados pelos assaltantes. Dentro dos veículos, foram encontrados carregadores de fuzis e submetralhadoras, munições e um comprovante de R$ 200 mil recolhidos por seguranças da empresa Prosegur em uma agência bancária. http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2016/07/peritos-colhem-impressoes-digitais-deixadas-em-carros-de-mega-assalto.html

Carros usados em maga-assalto foram encontrados em Ribeirão Preto, SP (Foto: Lincoln Fernandes/Arquivo Pessoal)

O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) de São Paulo foi chamado para retirar um explosivo que foi deixado pelo grupo dentro do prédio da Prosegur (Foto: Paulo Souza/EPTV)

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O que faz um rosto parecer confiável ou ameaçador? Pesquisadores da Universidade de Princeton criaram um programa de c o m p u ta d o r q u e f o r n e c e a a n á l i s e d a s e x p r e s s õ e s fa c i a i s e a u x i l i a c i e n t i s ta s a determinar o que faz um rosto parecer confiável ou ameaçador.

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om base nesses dados, os cientistas descobriram que os seres humanos fazem julgamentos com ou sem razão, em frações de segundo, sobre a aparência do rosto em três medidas principais - se a pessoa deve ser abordada ou evitada, se é fraca ou forte, confiável ou temível. Em 2005, o laboratório de Alexander Todorov, na Universidade de Princeton, ganhou manchetes internacionais com um estudo publicado na Revista Science, demonstrando que julgamentos rápidos faciais podem prever com precisão os resultados eleitorais do mundo real. Esse estudo pode ser relevante nas interações pessoais, implicações para aqueles que se importam sobre o efeito de seus rostos e expressões como políticos, vendedores, réus criminais, disseram os pesquisadores. As pessoas que têm rostos que são julgados como menos confiáveis ​​são levados em vários países a pena de morte com mais frequência do que

as pessoas vistas como confiáveis, de acordo com uma pesquisa recente na revista Psychological Science. Os resultados “pintam um quadro alarmante de como os sistemas de punição legal são vulneráveis ​​aos mesmos preconceitos que afligem pessoas todos os dias”, escreve John Paul Wilson e Nicholas Rule, os autores da pesquisa. Os laboratórios de psicologia mostram que até mesmo crianças a partir dos cinco anos de idade são menos propensos a confiar nesses indivíduos. Utilizando um programa de computador os pesquisadores criaram imagens da face de desconhecidos em 3D com pequenas diferenças na região dos olhos, nariz e boca. De acordo com o estudo, um rosto menos confiável apresenta na região ocular sobrancelhas mais contraídas, diminuição vertical entre olhos e sobrancelhas, lábios vertidos para baixo ou tensos.

Observe os rostos e expressões abaixo e avalie. Em quem você confiaria?

http://www.escolasuperiorpoliciacivil.pr.gov.br/ modules/noticias/article.php?storyid=2337

Sobre a autora da matéria: Valéria Leal - Perita Forense afacedocrime.info Psychological Science, 2015 Fonte: Delegados.com.br

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ar ti g o

(62) 9376-0796

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Datiloscopia: Saiba mais sobre essa especialidade O d at i l o s c o p i s ta e s tá m a i s p r e s e n t e n a s u a v i d a d o que você imagina. POR Redação Atualizado em 09/06/2016 12:19

Hoje é comemorado o Dia do Datiloscopista. Você sabe o que é a datiloscopia, para que serve e como surgiu essa data? Acredite: apesar do nome difícil, essa área do conhecimento está bastante presente na vida das pessoas.

D at i l o s c o p i a fa z pa r t e d a v i d a A datiloscopia começou a ser comemorada no dia 5 de fevereiro, no Brasil, a partir do Decreto nº 52.871, de 1963. No mesmo dia, em 1903, foi publicado outro decreto (nº 4.764) instituindo o sistema datiloscópico no país. O datiloscopista atua na identificação humana por meio da análise das papilas dérmicas. Por isso, também é conhecido como papiloscopista. É essa pessoa que identifica as impressões digitais, de acordo com padrões morfológicos, linhas, pontos e outras características técnicas. Identificação das impressões digitais é uma das funções do profissional. Foto: iStock, Getty Images Porém, de acordo com o presidente da Federação Nacional de Profissionais em Papiloscopia e Identificação (Fenappi), Antonio Maciel Aguiar Filho, a identificação vai além da impressão digital. “A representação

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facial humana, seja pelo retrato falado ou laudo prosopográfico, também é competência do papiloscopista”, diz Maciel. Por meio da datiloscopia, é feita a identificação de cadáveres, que impede o sepultamento de pessoas desconhecidas. “Havendo um pouco de tecido, já é possível conseguir identificar e evitar que a pessoa seja enterrada como indigente”, explica o presidente da Fenappi. Na identificação criminal, a ajuda é para buscar acusados de crimes e a evitar a condenação de inocentes. Os profissionais atuam com a polícia, em seu quadro técnico-científico. Nos Institutos Médicos Legais, a identificação é atribuição dos papiloscopistas. Nos de identificação, eles são responsáveis pelo registro civil. Já nos institutos de criminalística, os profissionais atuam com os peritos em cenas de crimes.

Reconhecimento da profissão Atualmente, existem projetos de lei tramitando para que o profissional de datiloscopia seja reconhecido como perito oficial. Dois deles foram vetados pela presidente Dilma Rousseff. “O discurso de que precisaria passar a nível superior prejudicou, mas é circunstancial”, acredita Maciel. Outras propostas seguem em tramitação. Conforme Maciel, o reconhecimento é importante para agilizar perícias e principalmente para dar mais segurança jurídica a processos e procedimentos. “Já tivemos um caso em Rondônia em que o laudo do papiloscopista foi questionado por não ser perito oficial, mas técnico. Por ser concursado e ter feito curso do estado, isso não procede, mas gera insegurança”, alerta. A datiloscopia também está no centro de outra questão: a adoção de um documento único de identificação. Atualmente, cada estado possui um sistema e um Instituto de Identificação. Uma lei de 1997 chegou a instituir o Registro de Identidade Civil (RIC), mas ele não saiu do papel. O presidente da Fenappi lembra que a proposta era criar um documento semelhante a um cartão de crédito, com chip. “O presidente Lula chegou a pegar o cartão na mão, mas agora há outra proposta, e o TSE está recadastrando todo mundo”, relata. Entre os problemas, estava o custo do material e o tamanho do país. “O cartão encarecia. Poderia ter sido usado o papel moeda, como é hoje, mas em face única, que diminui o risco de fraudes”, opina Maciel. Para ele, o ideal seria aproveitar estruturas já existentes, como a do Rio Grande do Sul, que já conta com o Sistema de Informação de Impressão Digital - AFIS (em inglês, Automated Fingerprint Identification System), e fazer com que todos alimentassem um banco de dados a que se tivesse acesso com as devidas autorizações.

http://vivomaissaudavel.com.br/bem-estar/qualidade-de-vida/ datiloscopia-saiba-mais-sobre-essa-especialidade/


ar ti g o

Cientistas criam novo método de identificação de digitais que brilha

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pós ladrões terem roubado sua casa, o cientista australiano Dr. Kang Liang ficou muito frustrado ao ver que a polícia local não conseguiu identificar nenhuma impressão digital deixada pelos criminosos. Por isso, fez o que qualquer homem da ciência faria e desenvolveu junto

com alguns colegas um novo método de identificação de digitais. Liang e os pesquisadores do centro de pesquisa CSIRO, na Austrália, desenvolveram um líquido que pode ser aplicado em superfícies não porosas, que quando exposto à luz negra revela impressões digitais em um tom verde brilhante em menos de 30 segundos. A substância contém cristais de estrutura metal-orgânica (MOF, na sigla em inglês), que se ligam aos resíduos deixados em uma digital, como ácidos graxos, proteínas, peptídeos e sais. Os cristais criam então uma camada ultrafina que é uma cópia exata do padrão formado pelas impressões que temos nos dedos. Essa camada pode então facilmente ser fotografada e enviada para análise, direto da cena do crime. A cor com que a

substância brilha pode até ser trocada, bastando substituir alguns dos componentes da fórmula. E o método não libera nenhum tipo de gás que possa comprometer a saúde dos investigadores. O Dr. Liang afirma que seu novo método de identificação de digitais é muito mais rápido e prático do que o convencional, além de ser barato também. De acordo com o cientista, essa é a primeira vez que esses cristais são pensados no uso de técnicas forenses, por isso o time espera que as agências de aplicação da lei adotem a técnica em suas investigações de campo no futuro.

http://www.tecmundo.com.br/ciencia/88302-cientistas-criam-novo-metodo-identificacao-digitais-brilha.htm

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O 2º Biometrics HITech receberá o Encontro FENAPPI e Associações

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Evento será realizado entre 8 e 10 de novembro, no Centro FECOMERCIO de Eventos, em São Paulo/SP

m 2015, o XIII Congresso Brasileiro de Identificação, Perícias Papiloscópicas e Necropapiloscópicas, realizado em Bento Gonçalves/ RS pela FENAPPI e a ASPAPI (Associação dos Papiloscopistas do Esta-

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do do Rio Grande do Sul), recebeu a 1ª edição do Biometrics HITech, Seminário de Biometrias e Tecnologias em Identificação Humana, que proporcionou a discussão de iniciativas e soluções voltadas à prevenção

e elucidação de crimes de falsidade ideológica praticados com base na adulteração ou falsificação de documento oficial de identidade.


ar ti g o Em 2016, será realizado o 2º Biometrics HITech – Biometrics and Human Identification Technology Expo, Business & Conference, no Centro FECOMERCIO de Eventos, em São Paulo/SP, entre 8 e 10 de novembro, com o apoio institucional da FENAPPI e da APPESP (Associação dos Papiloscopistas Policiais do Estado de São Paulo). Único evento do País especializado em biometrias e tecnologias de identificação humana, o 2º Biometrics HITech reunirá mais de mil pessoas, entre as quais estarão peritos em papiloscopia, profissionais ligados a aplicação de biometrias, autoridades, as principais entidades públicas do País especializadas no assunto, as empresas do mercado potencial e os renomados palestrantes nacionais e internacionais. Serão três dias de programação, nos quais cinco diferentes atrações possibilitarão disseminar conhecimentos técnicos, experiências e melhores

práticas relacionadas ao uso de biometrias, promover a integração público-privada ao redor do tema e fomentar novos negócios. Dentre as atividades que serão realizadas está o Encontro FENAPPI e Associações, que representa nova oportunidade para discussão de assuntos de interesse da categoria. Além disso, os peritos em papiloscopia do Estado de São Paulo poderão utilizar o Espaço APPESP para efetivação sua associação à entidade e conhecer a fundo suas atividades. Na Biometrics HITech Conference serão apresentados casos relevantes de aplicação da tecnologia de múltiplas biometrias, discutidas tendências no uso de biometrias e outras tecnologias de identificação. No espaço da Biometrics HITech Expo, o visitante terá contato com as principais empresas expositoras e suas últimas novidades em biometria e tecnologias de identificação, incluindo sistemas, dispositivos,

outros produtos e soluções de ponta. Já a Biometrics HITech Business Arena, uma iniciativa inédita no mundo, aproximará os mercados com maior potencial de uso de tecnologias biométricas (Varejo, Bancos e Financeiras, Recursos Humanos e Previdência Social) e os provedores dessas tecnologias, participantes do evento como expositores. O apoio da FENAPPI e da APPESP ao evento, garante aos peritos em papiloscopia um desconto especial em suas inscrições, que podem ser realizadas pelo site www.biometricshitech.com. Além disso, a organização do 2º Biometrics HITech está fechando convênios com agência de viagens, restaurantes e outros serviços que trarão mais conforto para quem for participar do evento. O 2º Biometrics HITech trará oportunidades únicas para que os peritos em papiloscopia e as respectivas entidades estejam por dentro do que há de mais atual e inovador no mercado de biometrias e tecnologias de identificação humana.

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Forensic Science International publica artigo de peritas papiloscopistas do DF E s t u d o q u e b r a o pa r a d i g m a d a ‘ ‘ i m u ta b i l i d a d e ’ ’ d a s i m p r e s s õ e s d i g i ta i s a o d e m o n s t r a r va r i a ç õ e s m o r f o l ó g i c a s q u a n t i tat i va s e q u a l i tat i va s , o u s e j a , q u e a p e l e d e u m i n d i v í d u o e s t á s u j e i t a à s d i v e r s a s a lt e r a ç õ e s d e c o r r e n t e s d a s c a r a c t e r í s t i c a s i n d i v i d u a i s , s a ú d e e d e fat o r e s a m b i e n ta i s , l o g o, a s s i m c o m o o e n v e l h e c i m e n t o a f e ta a r e s i l i ê n c i a e o t ô n u s d a p e l e d o i n d i v í d u o , t a m b é m p o d e c a u s a r a lt e r a ç õ e s n o s d a t i l o g r a m a s .

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estudo da perita papiloscopista, Lara Rosana Vieira, com a participação de Leila Mizokami e Paola Rabello (as três da Polícia Civil do DF-PCDF e alunas da pós-graduação da Faculdade de Medicina/UnB) foi publicado na primeira edição de 2016, do Forensic Science International.O estudo teve como objetivo determinar alterações morfométricas nas impressões digitais com o envelhecimento/ indivíduos idosos. Este estudo demonstrou, de forma inédita, alterações morfométricas em impressões digitais de indivíduos idosos na comparação com impressões coletadas quando esses indivíduos eram adultos, o que caracterizou o estudo longitudinal retrospectivo e teve como orientadora a Profa. Dra. Selma Kuckelhaus, da Universidade de Brasília (UnB).

A d e s c o b e r ta Segundo Selma Kuckelhaus, na prática, sabe-se que as impressões de idosos são menos nítidas e que indivíduos idosos apresentam dificuldades de terem suas impressões digitais captadas por sistemas biométricos automatizados, como exemplos, em terminais bancários e o próprio sistema biométrico eleitoral. Embora tenha sido em uma amostra reduzida da população

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(40 indivíduos) o estudo mostrou por análise estatística que as impressões digitais dos idosos sofreram alterações que impossibilitaram a individualização de pelo menos 30% desses indivíduos. “Além disso, o estudo traz grande relevância para a perícia forense pois os dados obtidos trazem novos parâmetros na percepção do especialista em impressões digitais quando realiza sua análise e avaliação de vestígios criminais. Diante disso, pretende-se ampliar os estudos futuros para subsidiar o aperfeiçoamento dos sistemas biométricos.”, revela. Lara Rosana Vieira explica que a biometria é a identificação de um indivíduo por meio de características físicas ou comportamentais. Cada vez mais ela é empregada como dispositivo de segurança, sendo as impressões digitais um dos métodos biométricos mais usuais. Embora os desenhos digitais sejam definidos por interações gênicas e pelo meio intrauterino durante a formação embrionária, a pele de um indivíduo está sujeita às diversas alterações decorrentes do meio e de sua saúde. Assim como doenças podem afetar a pele, o envelhecimento também pode causar alterações na resiliência e tônus da pele e , com isso, provocar diferenças na visibilidade das cristas e pontos característicos de cada impressão digital. “Dessa forma, as infor-

mações obtidas neste estudo podem influenciar a análise e avaliação feita por peritos papiloscopistas diante de impressões digitais ou seus fragmentos em vestígios criminais. Os dados das alterações morfométricas poderão, no futuro, auxiliar o melhoramento dos sistemas biométricos de forma a “compensar” as perdas na qualidade verificadas na impressão digital da população senil”, diz. “a viabilidade desse estudo se deveu à existência do banco de dados civil do Instituto de Identificação da PCDF e pela a autorização dos indivíduos participantes da pesquisa, a quem devemos nossa gratidão. Diferente de outros países, o Brasil possui um amplo cadastro de impressões digitais oriundas de dados civis e criminais, o que nos traz a responsabilidade de guarda desses dados biométricos bem como o desenvolvimento e aperfeiçoamento científico da papiloscopia”, alega.

Inspiração A perita Papiloscopista Lara Rossana Vieira afirma que a ideia partiu da observação do cotidiano quando precisamos identificar indivíduos idosos e a dificuldade gerada pela perda da nitidez das impressões digitais devido às alterações da pele decorrentes do envelhecimento. Além disso, segundo


ar ti g o ela, sempre observamos pessoas idosas com dificuldades no uso de sistemas biométricos com uso de impressões digitais, por exemplo, nos terminais de auto-atendimento bancários. Surgiu então um questionamento quanto a isso, uma vez que a imutabilidade das impressões digitais seria um dos fundamentos da papiloscopia. “As alterações na saúde provocadas pelo envelhecimento de um indivíduo, seus níveis hormonais e o próprio meio ambiente possivelmente causam mudanças na pele e, com isso, redução da nitidez das cristas de fricção e pontos característicos que formam as impressões digitais”, pontua.

Desafios e quebra de paradigmas Viera ponta que o principal desafio tem sido a nova concepção quanto ao paradigma da”imutabilidade” das impressões digitais existente no âmbito dos peritos papiloscopistas. Esse fundamento passa a ser visto como algo não absoluto e este estudo demonstra quantitativamente que ocorrem alterações. Ela afirma que desde o inicio da pesquisa já foi um desafio a seleção para o programa de pós-graduação da Faculdade de Medicina/UnB e conciliar o trabalho de papiloscopista policial com os estudos não foi fácil. A dedicação para pesquisa requer uma grande carga de trabalho e estudos na busca por referências bilbiográficas que possam embasar a pesquisa. “Além da carga demandada, também foi desafiador a obtenção de amostra de pessoas com o interstício temporal necessário entre os registros em idade adulta e idosa de pessoas que consenti-

ram na participação”, relembrou.

UnB e a perícia papiloscópica do DF A profa. Dra. Selma Kuckelhaus coordena três linhas de pesquisa “Aplicações Biológicas de Substâncias Bioativas”, “A Morfologia Aplicada à Reparação Tecidual e “A Morfologia Aplicada às Ciências Forenses”- conforme cadastro na plataforma do CNPq, e que se relacionam a métodos morfológicos aplicados a diferentes projetos. De acordo com ela, quanto às Ciências Forenses os estudos foram iniciados em 2011 com a captação, até o momento, de quatro alunos do Instituto de Identificação do Distrito Federal (II-DF, todos peritos em papiloscopia. “A ideia central dos projetos desenvolvidos por esses alunos foi responder questões práticas da perícia papiloscópica pelos métodos em que tenho expertise. No desenvolvimento desses projetos houve uma intensa interação e co-operação entre o II-DF e a UnB na troca de conhecimentos e na vivência pericial, além de proporcionar mutuamente recursos humanos e a estrutura laboratorial, para a construção do conhecimento com rigor técnico cientifico e o aprimoramento dos métodos periciais papiloscópicos”, assegura.

Outros estudos publicados Kuckelhaus também disse que esse estudo integrou um grupo de quatro projetos desenvolvidos por peritos papiloscopistas sob a orientação dela dentre os quais 3 deles estão publicados em revistas forenses internacionais , a saber eles: 1) Análise morfométrica de impressões palmares

latentes em função do tempo (Rodrigo Meneses de Barros et al. 2013); 2) Estudo morfológico comparativo das superfícies epidérmica e dérmica (Leila Lopes Mizokami et al. 2015); 3) Determinação de variações morfométricas em impressões digitais de indivíduos idosos: Estudo Longitudinal Retrospectivo (Lara Rosana Vieira et al. 2016); 4) Caracterização do efeito de nanopartículas de prata na revelação de impressões latentes apostas em superfícies porosas (Bruna Ester Farias, submetido).

Perspectivas Lara Rossana Vieira adiantou que pretende, possivelmente, fazer uma análise com uma amostra maior de idosos avaliando outras variáveis não incluídas nesta pesquisa, algumas patologias e também a predominância étnica dos detalhes das impressões digitais verificadas na população brasileira. Mas a perita quer ir além: “Atualmente , há um grupo de estudos do II-DF focado em pesquisas relacionadas à papiloscopia e à análise facial que certamente trará outros resultados importantes para o melhoramento da perícia forense e trazendo qualidade e rigor técnico na produção de provas para os inquéritos policiais”, diz. Já a Profa. Dra. Selma Kuckelhaus adianta seus planos: “Possivelmente faremos uma análise com uma amostra maior de idosos avaliando outras variáveis não incluídas nesta pesquisa, algumas patologias e também a predominância étnica dos detalhes das impressões digitais verificadas na população brasileira”, finaliza. Fonte: Marcos Linhares/Ascom Asbrapp

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O mundo sem polícia Aurílio Nascimento

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canal de TV a cabo “History Channel” exibiu um excelente documentário, com o título “O mundo sem ninguém.” Quais as consequências e os desdobramentos da civilização, se acaso a humanidade desaparecesse? O que iria acontecer em uma hora, em uma semana, em meses, centenas e milhares de anos, caso o homem não mais existisse? O excelente documentário nos leva a reflexão, e por fim, demonstra nossa insignificância perante as forças da natureza. Ao refletir sobre vários episódios, nos quais a polícia é criticada e humilhada, especificamente sobre o mais recente, onde a quase aposentada cantora Rita Lee chama, durante um show em Aracaju, os policiais de “cachorros”, não esquecendo de generalizar a origem materna dos que ali se encontravam para cumprimento da lei, como sendo todos oriundos do baixo meretrício, imaginei como seria, assim como no documentário, um mundo sem polícia. O que aconteceria se, de uma hora para outra, todos os policiais desaparecessem? Vamos nos ater ao Rio de Janeiro, em um mundo sem policia. Nas primeiras horas, não haveria muita diferença. As pessoas, aos poucos, iriam procurar a certeza de que realmente não mais existia a polícia. Os ricos demonstrariam um pouco de preocupação, ainda sem querer acreditar. Uma semana sem polícia. Nesta primeira semana, a maioria das pessoas daria início a pequenas transgressões. Os sinais de trânsito não mais seriam respeitados. Os mais afoitos começam a entrar em lojas, restaurantes e supermercados, e de lá sairiam sem pagar. Não agiriam como ladrões, nervosos e correndo. Agiriam com calma e cinismo. Um mês sem polícia. A Justiça faria uma reunião de emergência. O ponto

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principal a se discutir seria como viabilizar as decisões dos juízes, sejam prisões, reintegração de posse, ou qualquer cumprimento obrigatório de uma ordem judicial. Não chegaria a nenhuma conclusão, pelo simples fato de que não há mais a polícia para fazer cumprir a lei. Surge um mercado negro efervescente de venda de armas. Todos querem ter uma. Seis meses sem polícia. Os homicídios multiplicam-se por dez. Os corpos permanecem nas ruas. Não há mais os bombeiros e nem peritos, e nem policiais para investigar. Almas ainda caridosas recolhem os corpos. Os políticos, antes detentores de um imenso poder, são caçados como galinhas gordas, e executados friamente. Alguns oferecem seus bens em troca da vida. Os presídios foram abertos, já que não mais existem guardas, e uma imensa horda de criminosos passa a vagar pelas ruas. As agências bancárias não mais funcionam, face ao grande número de roubos. Um ano sem polícia. A cidade se torna um caos. Grupos armados passam a dominar ruas e bairros. O dinheiro deixa de circular pela inexistência dos bancos. Os ricos constroem apressadamente bunkers. Não há para onde fugir, pois em todo o mundo não há mais polícia. Dois anos sem polícia. O comércio como no passado não mais existe. Volta-se ao escambo. A regularidade é o roubo, a extorsão e o homicídio. Dez anos sem a polícia. A sociedade encontra-se totalmente esfacelada. Todos os sistemas de produção foram dizimados. A população foi reduzida em mais de quarenta por cento, e continua diminuindo face a imensa matança. Mata-se por qualquer motivo, desde uma antiga desavença até mesmo porque não se gostou da forma como o outro nos olhou.

Os grupos que se formam tornam-se mais poderosos pela força, expandem seus domínios, e passam a sequestrar e escravizar pessoas, principalmente mulheres. Os homens são obrigados a trabalhos forçados. Vinte anos sem a polícia. Os limites geográficos antes conhecidos como cidades e bairros não mais existem. Foram reordenados pelos grupos que impuseram seus domínios, e receberam nova denominação. Água, comida e agasalho serão acessíveis apenas aos que possam conseguir pela violência. Os mais fracos mendigam. As mansões e os prédios de luxo foram tomados dos mais ricos. Bandos de vândalos e saqueadores perambulam pela noite, matando, roubando e destruindo. O consumo de drogas é afinal totalmente liberado. A cultura e a produção literária deixaram de existir em dez anos no mundo sem polícia. Os mais novos não aprenderam nem a ler. Aliada aos homicídios generalizados, as doenças matam ainda mais. Não se produz nenhum tipo de remédio, exceto os caseiros. A sociedade como a conhecíamos, com uma policia tentando manter a lei e a ordem, acabou. Prevalece a barbárie, a lei do mais forte. A existência do homem aproxima-se do fim. No túmulo, a cantora Rita Lee, que dezenas de anos antes chamou os policiais de cachorros e filhos de prostituta, chora ao saber da desgraça, e pede desculpas. Mas agora é tarde. No mundo sem polícia, a sociedade acabou.

Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/aurilio-nascimento/o-mundo-sem-policia-3796007.html#ixzz4EftlCeOn



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