ACONTE informativo carlos viacava nº- 12 • Agosto 2015
Carlos Viacava apresenta o sucesso do projeto ILPF CV
Quem usa a genética CV, sente na carne
O desempenho das lavouras
A Experiência com Silagem de grão úmido
Evolução genética do Rebanho CV
EDITORIAL
APRESENTAÇÃO ILPF CV
Muita informação
Introdução
Esta edição do AconteCV é dedicada inteiramente à
Nosso projeto de Integração Lavoura Pecuária e Floresta começou por orientação
realização de nosso 2º Dia de Campo sobre a ILPF em
da Embrapa Cerrados, com quem mantemos uma parceria na área do melhoramento
implantação nas fazendas da região do oeste paulista.
genético, capitaneada pelo Dr. Cláudio Ulhôa Magnabosco, que nos apresentou o pesquisador Dr. João Kluthcouski, que se tornou nosso grande parceiro e amigo.
Apresentamos aqui detalhes dos investimentos realizados, dos resultados alcançados e dos projetos para o futuro próximo. O leitor encontrará informações sobre desempenhos das lavouras e do rebanho, em diversas situações de clima, manejo e variedades, que não se pode apresentar em 30 minutos de palestra, sob pena de torná-la cansativa e improdutiva. Fica aqui registrada a informação para os interessados em conhecer detalhes de nossa empreitada. Agradecemos o apoio da Rede de Fomento e a parceria com a Embrapa, Unoeste e Cocamar e, especialmente, ao doutor João Kluthcouski, emérito pesquisador da Embrapa, integralmente dedicado à função da difusão das tecnologias criadas para a agricultura tropical. Obrigado João K, sem o seu entusiasmo não teríamos avançado nesse projeto. Forte abraço!
Fábio Fatori
Carlos Viacava
Através do João K, como gosta de ser chamado, veio o entrosamento com a UNOESTE e com a Cocamar, grande cooperativa paranaense, à qual nos associamos e que acabava de abrir uma filial na nossa região em Presidente Prudente (SP). Somos imensamente gratos a esse tripé Embrapa/Unoeste/Cocamar, que nos ensina e orienta na implementação de nosso projeto de ILPF. Os primeiros passos foram dados em 2013, com uma pequena safra colhida em 2014 e a safra mais expressiva de 2015.
Quem somos no Oeste Paulista Hoje trabalhamos com três propriedades próximas entre si, duas das quais situadas no município de Caiuá e uma terceira em Presidente Epitácio. Na tabela 1 demonstramos as áreas existentes e as aproveitáveis segundo o projeto do
Área destinada à plantação de milho para produção de silagem de grão úmido
Cadastro Ambiental Rural (CAR), registrado nos órgãos ambientais responsáveis.
Tabela 1
Na tabela 2, segue um resumo explicativo sobre o histórico dos talhões
É importante ressaltar que todos os talhões tiveram um volume de chuva
que foram implantados no sistema de integração lavoura e pecuária na
muito satisfatório, em média 746 mm da semeadura à colheita, e também
safra 14/15 na Fazenda Campina.
todos passaram pelo período de estiagem (veranico) de 29 dias.
Faz. Santa Gina
Faz. Campina
Nelore CV
Área Total
1.269,52
2.033,15
427,79
Reserva
163,96
406,63
-
Quando analisamos a produção de sacas de soja por hectare nos
Para explicar esses extremos de produtividade entre os talhões,
talhões separadamente, podemos observar que há uma diferença
devemos considerar três fatores de suma importância:
Compensação
-
206,95
-
muito grande na produção obtida, ficando com 14,6 scs/ha o talhão com
Área Útil
1.105,56
1.419,57
427,79
menor produtividade e 73,6 scs/ha o talhão com maior produtividade.
1 – Estágio de desenvolvimento da planta: No caso da soja, o período mais crítico é a partir do estágio reprodutivo, ou seja, entre a
Tabela 2
No ano passado, cultivamos na Fazenda Campina uma área de 450 hectares com o seguinte desempenho:
floração plena até o enchimento de grãos, neste período a planta não suporta longos períodos de estiagem; 2 – Sistema de plantio: convencional ou direto; 3 – Utilização de novas tecnologias: como, por exemplo, descompactação do solo com Mata Broto. Podemos observar que nos talhões onde a soja apresentava 64 (T16/1), 74 (T07) e 78 (T18) dias de desenvolvimento no final do período de estiagem (29 dias), as produções foram caindo gradativamente, 37,5, 32,8 e 14,6 scs/ha, respectivamente. O T18, além de ser um sistema convencional, foi o que estava mais avançado no período reprodutivo, na fase de “vingamento” do canivete. Já é do conhecimento de todos que o sistema convencional deixa uma condição muito inferior quando comparado com sistema direto, principalmente nas regiões onde o período de estiagem é comum e em solos arenosos, com baixo teor de argila. O sistema de plantio direto com grande reserva de palhada proporciona condições muito mais favoráveis nestas regiões.
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03
Benefícios paralelos Entre os benefícios da ILP, devemos destacar a enorme quantidade de alimento que pode ser obtida em pastagens de inverno e também com a produção de silagem, incluindo, aqui, nossa experiência com silagem de grão úmido. Neste ano, iremos testar em larga escala a inseminação de todas as bezerras de 10 a 14 meses de idade, pesando em torno de 300 quilos, num total de 600 fêmeas. Elas necessitam de uma boa nutrição para alcançar esse peso e mais ainda, no ano seguinte, para garantir uma boa condição corporal para a reconcepção.
Já o T16/1, com a utilização do sistema Mata Broto, mesmo passando
Na tabela 3, segue um resumo dos resultados das produções de
pelo veranico de 29 dias no estágio mais crítico de desenvolvimento (64
silagem de milho da safra 14/15 na Fazenda Campina.
DAE), teve a sua produção assegurada em 37,5 scs/ha. Essa tecnologia, além da descompactação do solo (aeração), que proporciona uma
Os Talhões da Inv. 1 eram de uma área de pastagem formada há mais
condição muito favorável para o melhor desenvolvimento do sistema
de 15 anos com Tanzânia, com sistema rotacionado de quatro piquetes,
radicular da planta, não mexe na camada superficial do solo, mantendo
onde recebia uma adubação de manutenção anual para melhorar
a palhada na superfície (matéria orgânica), o que é muito importante
a disponibilidade de forragem. Esta área está na programação para
para o estabelecimento da cultura e redução de perda de umidade.
entrar no sistema de integração para próxima safra (15/16), onde decidiu-se iniciar o cultivo de milho com capim (Sistema Santa Ana)
Um talhão que obteve um grande destaque na sua produção foi o de
antes do cultivo da soja.
Silagem de grão úmido como sendo uma das alternativas para minimizar os custos de produção da suplementação dos tourinhos
número 4, com uma produção de 73,6 scs/ha. Neste talhão, após o primeiro ano de soja, tivemos uma lavoura de milho safrinha para
Em meados de 2014, foi feita a correção do solo, com a distribuição
silagem da planta inteira, onde foi semeado juntamente com o milho
superficial de calcário dolomítico e gesso, na proporção de 2,0 t/ha
a braquiária ruzizienses, que, após 30 dias da colheita da silagem, foi
e 0,5 t/ha, respectivamente. No início de dezembro, toda a área foi
utilizada para pastejo. Neste primeiro ano, tivemos a soja, a silagem
dessecada com glifosate e, 12 dias após, um sequencial para acelerar
de milho (planta inteira) e o pastejo da ruzizienses e, novamente,
a decomposição da palhada. Em toda área, o sistema adotado foi o de
soja no segundo ano. Com certeza, tivemos os benefícios vindo da
plantio direto de milho com braquiária ruzizienses para silagem de
rotatividade de culturas e integração com a pecuária, onde a fertilidade
planta inteira.
do solo melhorou muito. A variedade intacta estabelecida neste talhão também contribuiu para o alcance desta produtividade. Após dois
Os dois primeiros talhões (Inv. 1/1 e 1/2) tiveram uma produção de 45,7
anos consecutivos de cultura de soja, esta área será liberada por dois
t/ha e 42,5 t/ha, respectivamente, mesmo ambos tendo passado por um
anos para pastejo, quando então retornará à rotatividade com a soja,
período de 29 dias de estiagem na fase inicial do período vegetativo. Os
no esquema 2 x 2 anos.
primeiros 30 dias (DAE – dias após emergência) integram o período onde
Tabela 3
RESUMO: HISTÓRICO DOS TALHÕES DE MILHO SILAGEM SAFRA 2014/2015 - CV - FAZENDA CAMPINA / CAIUÁ/SP:
a cultura de milho define seu potencial de produção, principalmente na
Analisando os dois talhões, observamos que houve uma diferença
formação, quantidade e tamanho de grãos que compõem a espiga. A
significativa na produção em sacas por hectare, na ordem de
diferença encontrada de 3,2 t/ha entre os dois talhões se dá em função
42%. No talhão 7/1 não foi possível a distribuição de adubação de
da variedade (BM 3063 Pro2 e 2B 655 PW).
cobertura, uma vez que, após a germinação, não ocorreram chuvas no período ideal para a realização da mesma, que seriam entre 15
Já o terceiro talhão (Inv. 1/3) teve uma produção superior aos demais,
a 20 dias após a emergência. Nesta área, ocorreu uma chuva de 16
47,3 t/ha. A época de semeadura (início de fevereiro) e as boas condições
mm no final do mês de março, logo após a semeadura, e outra de
pluviométricas durante todo desenvolvimento vegetativo e reprodutivo
24 mm no início do mês de abril, logo após a emergência. Daí para
da cultura contribuíram para este aumento de produtividade.
frente, só voltou a chover no final do mês de maio, ou seja, foram 53 dias de estiagem. Nesta fase, a altura das plantas não permitia
O talhão chamado de Vizinho (VIZIN.) tratava-se de uma área de
mais a operação para a adubação de cobertura, mas, mesmo assim,
pastagem degradada de braquiária decumbens e “gramão”, sem muita
tivemos uma produção de 104,2 sacas por hectare.
cobertura vegetal e sem correção antecipada de solo. Estes fatorem contribuíram significativamente para a baixa produtividade, mesmo
Já o talhão 7/2, onde a semeadura foi um pouco mais tarde, teve ½
passando pelas mesmas condições de adubação e de clima do talhão 1/3.
dose da adubação de cobertura devida, uma vez que a altura das plantas não impedia a sua distribuição. Porém, com a semeadura
Em todos os talhões notou-se um desenvolvimento excepcional da
mais tarde, aliada ao longo período de estiagem, o desenvolvimento
braquiária ruzizienses, consorciada com a cultura de milho. Trinta dias
da lavoura de milho ficou comprometida, em função da competição
após a colheita de milho para silagem (planta inteira), toda a área estava
das plantas de braquiária, que foi favorecida após a adubação de
bem formada de braquiária, podendo, assim, ser utilizada para pastejo.
cobertura, resultando numa produção de apenas 60,6 scs/ha. Em
Em resumo, a produção média nos talhões da Invernada 1 (um) foi de
média, os dois talhões fecharam com produção de 80,8 scs por
45 t/ha e, atualmente, estamos com uma lotação de 1,3 UA/ha, com um
hectare (considerando milho com 13% de umidade). Imediatamente
desempenho de 610 g de ganho por animal por dia (60 dias – período de
após a colheita do grão de milho, iniciou-se o pastejo.
junho a julho de 2015). Estudos recentes mostram que a silagem de grão úmido pode melhorar Uma novidade implantada na Fazenda Campina neste ano foi a confecção
de 8% a 15% a digestibilidade quando comparado ao grão seco. Esta
de silagem de grão úmido como sendo uma das alternativas para
silagem será fornecida juntamente com a silagem de planta inteira de
minimizar os custos de produção da suplementação dos tourinhos
milho, polpa cítrica, farelo de soja e suplementos minerais e vitamínicos
destinados a leilão.
que completam a dieta dos tourinhos durante o período de suplementação para os leilões.
Os dois talhões da invernada 7, totalizando 102,6 ha, já fazem parte do sistema de integração lavoura e pecuária na Fazenda Campina, sendo
Uma das grandes vantagens deste novo sistema é a de conseguir quatro
um dos talões pioneiros do sistema. Após dois anos consecutivos
safras em 12 meses, iniciando-se com a soja, o milho com braquiária,
de cultivo de soja, imediatamente após a colheita da última safra
o pastejo pós milho, a cobertura vegetal e residual das adubações e a
(março/15), foi semeado em sistema de plantio direto, milho com
ciclagem de nutrientes promovida pela braquiária, o que contribuirá
braquiária, cultivar marandu.
muito para as próximas culturas a serem implantadas. E tudo isso em solos com 10% de argila!
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05
Programa para o ano-safra 2015/16 e perspectivas
um ano e pastagem por dois anos. Assim, a cada ano, cultivaremos 1/3 da fazenda. Em três anos teremos recuperado toda sua extensão.
Investimentos
Desta forma, programamos as seguintes etapas:
Para
Área plantada em 2014:
Diante dos resultados do ano passado, decidimos ampliar o
Complementarmente, investimos em construção de um barracão, depósitos de produtos, insumos, sementes, herbicidas e adubos e
desses últimos dois anos, com financiamento do BNDES, com
também na construção de residências para mais trabalhadores.
alcançar
esses
objetivos,
foram
necessários
prazos variáveis de 6 a 8 anos e juros de 6,5% aa.
Plantio 2014
Faz. Campina
Faz. Santa Gina
Nelore CV
Soma
Área Plantada
447,40
-
-
447,40
projeto, buscando, também, uma recuperação das áreas da Fazenda Santa Gina e da Nelore CV, objetivo que pretendemos
vários
investimentos, principalmente em maquinário, adquirido ao longo
PRODUTO
VALOR 120.000,00 149.000,00 120.000,00 442.000,00 190.000,00 250.000,00 160.000,00 7.500,00 2.000,00 2.000,00 8.300,00 4.000,00 26.000,00 5.000,00 14.618,87 150.000,00 23.500,00 26.800,00 70.000,00 78.000,00 6.365,00 64.000,00 64.000,00 15.000,00 11.900,00
PLANTADEIRA JOHN DEERE 09 LINHAS
alcançar na safra 2016/17.
PLANTADEIRA JOHN DEERE 13 LINHAS
No caso da Fazenda Campina, acoplada ao Nelore CV, decidimos realizar a ILPF no esquema 2 x 2, que significa plantar soja
PLATAFORMA JOHN DEERE 12 LINHAS MILHO
Programa para plantio em 2015:
em 50% da área durante dois anos, deixando pastagem permanente por mais dois anos, ou seja, depois da implantação
PULVERIZADOR JOHN DEERE AUTO PROPELIDO
Plantio 2015
Faz. Campina
Faz. Santa Gina
Nelore CV
Soma
Variação
Área bruta
652,54
368,52
-
1.021,06
128%
TRATOR AGRÍCOLA JOHN DEERE TRATOR AGRÍCOLA JOHN DEERE 180 CV
do sistema, rodando toda a propriedade em dois anos, metade
TRATOR AGRÍCOLA JOHN DEERE 180 CV
da área a cada ano. Nas áreas de soja, teremos também as
BARRA DE LUZ
pastagens de inverno, aproveitando o intervalo entre as safras e preparando a palhada para o plantio.
BIG BAG
Estamos preparados para o futuro:
Na Fazenda Santa Gina decidimos pelo esquema 2 x 1, que significa rodar a propriedade em três anos, plantando soja por
Futuro
PA HIDRÁULICA
Faz. Campina
Faz. Santa Gina
Nelore CV
Soma
Variação
709,79
368,52
213,90
1.292,21
27%
TANQUE DA ÁGUA BOMBA ANDRADE JF 500 GARFO AGRÍCOLA PARA SILAGEM SUBSOLADOR
Custos de produção e resultados esperados
PLANTADORA ADUBADORA PULVERIZADOR DE GRÃOS TRITURADOR ROTATIVO BAZUKA PREMIUM 15.0 INOX
Para dar uma ideia dos custos de produção, nossos gastos com a
Agregando-se a esses valores as despesas com mão de obra, óleo
compra dos insumos diretos para o plantio de 1.021 hectares neste ano
diesel, manutenção de equipamentos e preparo do solo, vamos
BAZUCA PREMIUM 20.0
correspondem a R$ 664 mil de fertilizantes e R$ 925 mil de sementes,
alcançar uma cifra estimada de R$ 2.300 a R$ 2.500 por hectare,
IMPLEMENTOS FC
defensivos, inoculantes e herbicidas.
equivalentes a 35 e 39 sacas de soja, respectivamente.
PLANTADEIRA SEMEATO
Isso representa aproximadamente R$ 1,6 milhão equivalentes a um
Ou seja, uma produtividade de 40 sacas por hectare paga as despesas,
PLATAFORMA JF
custo direto plantado de R$ 1.550 por hectare, que corresponde, aos
restando a vantagem da recuperação completa das fazendas, com aumento
CARRETA BASCULANTE USADA
preços de hoje, a 23,5 sacas de soja por hectare.
de capacidade de lotação e redução de custos de nutrição dos animais.
PLANTADEIRA SEMEATO
TOTAL EQUIPAMENTOS CONSTRUÇÃO BARRACÃO / TERRAPLANAGEM CONSTRUÇÃO DE 2 CASAS
DATA 2015 2015 2015 2015 2015 2015 2013 2013 2013 2013 2013 2013 2013 2013 2013 2013 2013 2013 2013 2015 2013 2015 2015 2015 2013
SITUAÇÃO Finame Finame Finame Finame Finame Finame Finame Finame Finame Finame Finame Finame Finame Finame Finame Finame Finame Finame Finame Finame pg Finame Finame Finame pg
2.009.983,87 47.159,23 140.000,00
TOTAL ATÉ 31/07/2015
2.197.143,10
Constituímos aqui um módulo para o plantio de 1.300 hectares, que poderia também ser dimensionado para áreas menores. Cada caso é diferente, mas acreditamos que a ILP pode contemplar projetos menores a partir de 100 hectares.
Nelore Mocho CV
Silagem de milho: da colheita ao armazenamento e modelo de grão úmido
Trabalhamos hoje com um plantel de 6.000 cabeças de Nelore Mocho, incluindo-se, entre elas, uma bateria de 3.500 matrizes, muitas compondo nosso time de doadoras de embriões.
Nossa atividade principal é a da criação de reprodutores Nelore Mocho
Preparo do terreno para silagem
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Pastejo no milheto e aveia
CV, produzindo touros para utilização em fazendas dedicadas à pecuária
Desde o início – são 30 anos em 2016 – cuidamos do melhoramento
de corte. Entre esses animais, alguns são escolhidos para repasse em
genético, tendo nos associado à ANCP (Associação Nacional de Criadores
plantéis de gado PO e outros chegam a ser doadores de sêmen nas
e Pesquisadores) desde sua criação e nascimento no Departamento de
principais centrais de inseminação do País.
Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP.
Também produzimos matrizes para revigoramento de nosso rebanho,
Também participamos do PAINT, da CRV Lagoa, há cinco anos,
algumas das quais são igualmente oferecidas ao mercado para compor
buscando compartilhar experiências inovadoras na seleção de animais
criatórios de criadores de Nelore Mocho.
geneticamente superiores.
>>>
Área destinada à soja
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07
Evolução genética do rebanho CV nas fazendas do Oeste Paulista Os gráficos nestas páginas apontam a evolução genética do nosso rebanho em comparação com a média das fazendas integrantes do Programa Nelore Brasil, da ANCP.
Habilidade Maternal Nos últimos 10 anos, a Marca CV obteve um crescimento de 135% para esta característica. Isso nos coloca hoje 70% acima dá média do programa.
Peso aos 365 dias Nos últimos 10 anos, a Marca CV obteve um crescimento de 168% para esta característica, o que representa quase 8 kg a mais de ganhos genéticos.
Integração Lavoura, Pecuária e Floresta: milho, eucalipto e o gado no pastejo
Isso nos coloca hoje 20%
Boas condições ambientais permitem a expressão correta da genética
acima dá média do programa.
Produtividade Acumulada Esta DEP mede o que se pode chamar de fertilidade real do rebanho, são
Sabemos que o fator genético é determinante para a expressão da
KG a mais de bezerro desmamado por ano. Obtivemos um crescimento
precocidade sexual, no entanto o fator ambiental é limitante. Se você não
de 210% para esta característica, o que representa quase 4 kg a mais de
tem uma boa disponibilidade de alimento, por mais que os animais tenham
ganhos genéticos 81% acima da média do programa.
o potencial genético, não conseguem entrar em puberdade precocemente. Este ano, nossa expectativa é que consigamos desafiar precocemente
Fertilidade PE 365 Medida indireta de fertilidade tomada a partir do perímetro escrotal dos machos. Para esta característica, tivemos ganhos
Observamos que as desmamas das safras 2013 e 2014 obtiveram um
todas as bezerras nascidas na safra 2014. Ao que tudo indica, isto será
desempenho bastante superior à média dos anos anteriores. Isto coincide
possível de se conseguir, levando-se em conta que, na média, as bezerras
com a implantação do sistema de integração ILP na Fazenda Campina.
desmamaram com 202 kg, ajustado aos 7 meses, e que elas terão seis
São 22 kg a mais nos machos e 14,5 kg a mais nas fêmeas.
meses até o início da estação de monta. Projetando-se um ganho de 600g/dia, elas entrarão na estação pesando, em média, 300 kg, condição
Quando cruzamos a informação do ganho genético obtido ao longo dos
suficiente para que elas entrem em puberdade. Na estação passada,
anos com o desempenho fenotípico do rebanho, esta informação salta
desafiamos o lote de bezerras nascidas na Fazenda São José, onde
aos olhos.
obtivemos um resultado surpreendente: 80,4% de prenhez super precoce,
consistentes que chegam a um crescimento de 277% em 10 anos.
ou seja, as fêmeas terão seu primeiro parto antes dos 24 meses de idade. >>> Observa-se que, ao longo dos anos, nosso rebanho teve uma consistente evolução genética, por exemplo para a característica de peso a desmama padronizado aos 210 dias. No entanto, o peso médio das desmanas permanecia praticamente inalterado, prova de que os animais possuíam o potencial genético, mas as condições ambientais limitavam a expressão deles. Com a implementação do sistema de ILP, que forneceu maior oferta
Mérito Genético Total
de forragens de qualidade, podemos observar o salto em desempenho
Índice que pondera características de peso, fertilidade, habilidade materna,
que tivemos.
período de gestação e precocidade sexual. Ganhamos praticamente 8
O mesmo esperamos que aconteça para as demais características,
pontos de índice, ou seja, um crescimento da ordem de 160% ao longo
principalmente para precocidade sexual.
da última década.
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09
Agradecimento especial
O impacto do fator meio ambiente Alguns animais desmamados, nascidos nas fazendas da região de Caiuá e Epitácio, foram transferidos para a Fazenda São José, em Paulínia. Foram 93 fêmeas e 109 machos. Em Paulínia, os machos permaneceram em regime de pasto e as fêmeas alimentadas no mesmo regime, porem com adição de silagem de milho. As diferenças de desempenho são impressionantes, atestando a O gráfico acima demonstra os bons resultados obtidos também em relação à produtividade de nossa pecuária.
grande contribuição das pastagens frescas de milheto e brachiaras no desenvolvimento dos animais.
No ano de 2013, que foi considerado como o ano-base, tínhamos uma
Desempenho x Ambiente
área destinada à pecuária de 2.782 hectares, o que dava uma lotação de 1,3 UA por hectare. No primeiro ano de integração, tivemos uma redução
ILPF Faz. Campina
na área de 13,5%, passando para 2.408 hectares. A lotação cresceu 23% para 1,6 UA por hectare. Para isso, tivemos uma produção estratégica de forragem para fornecer ao gado no inverno na forma de silagem (Capim,
GMD
N
GMD
N
Machos
536
529
10
109
Fêmeas
444
547
-11
93
Milho e Milheto + Marandu + Guandu). Quando comparamos o ano de 2015 com o ano-base, reduzimos a área
Convencional Faz. S. José
em 14,3% e a lotação cresceu 47%, chegando a 1,9 UA por hectare. Apesar do aumento expressivo da lotação, o desemprenho médio do gado foi muito superior ao ano-base. Em 2015, recriamos toda a nossa desmama nos pastos de inverno, pós-agricultura, e obtivemos um desempenho médio de 600 gramas/dia no período mais crítico do ano,
No ambiente da ILP, machos ganharam 536 gramas e as fêmeas 444,
sem fornecer nenhuma forma de suplementação complementar, diferente
enquanto que no ambiente convencional o ganho de peso pós desmama
dos anos anteriores, onde fornecíamos silagem e 1kg de concentrado para
foi praticamente nulo, de apenas 10 gramas dia para os machos e negativo
toda a categoria de desmama.
para as fêmeas.
Da esquerda para a direita: Edemar Moro, professor da UNOESTE, João Kluthcouski, emérito pesquisador da Embrapa e André Longen, da Cocamar
Estações | Dia de Campo Fazenda Campina
Conclusão Estamos no início da implantação de nosso projeto de ILPF, com menos de dois anos de experiência. Esse curto espaço de tempo nos incentivou a ampliar o programa pelos resultados já alcançados, aumentando nossa confiança que estamos revigorando nossas terras, ampliando nosso
1ª Estação | Talhão 07
4ª Estação | Talhão 04
Potencial de Uso de Solos Arenosos.
Estabelecimento de pastagem pós-soja (inverno e definitivo).
João Kluthcouski – Pesquisador Dr. da Embrapa Cerrados
Diogo Cardoso Rojas – Eng. Agrônomo Cocamar Presidente Prudente Resultado da produção de soja na Fazenda Campina.
rebanho, produzindo mais tourinhos e novilhas para comercialização e diversificando nosso faturamento, que agora já conta com vendas de soja e que também contará com vendas de milho e outros produtos que poderemos alcançar, como o Eucalipto, cujo plantio iniciamos, principalmente, com o objetivo de quebra-vento, como poderá ser visto na visita às fazendas.
Sistemas de Integração Lavoura/Pecuária (ILP) para as regiões
Anfré Longen – Gerente e Eng Agrõnomo Cocamar Presidente Prudente
Oeste de SP e Leste de MG.
5ª Estação | Talhão 05
Ademir Zimmer – Pesquisador Dr. da Embrapa Gado de Corte
Recria e precocidade no pasto de inverno pós-soja. Juliano Roberto da Silva - Zootecnista e diretor do Nelore CV
O gráfico acima mostra o comportamento do rebanho neste período,
Agradecemos, mais uma vez, o apoio da Embrapa, Unoeste e Cocamar,
onde também tivemos um crescimento em termos de unidade animal,
que têm nos orientado numa tarefa, que extrapola nossos objetivos
mostrando que o aumento da lotação não se deve apenas à redução
empresariais, por representar a introdução de uma inovação tecnológica
de área. No ano de 2014, o rebanho cresceu 6% e, no ano de 2015, o
de grande impacto econômico e social nesta vasta região de terras
crescimento chegou a 26%.
arenosas do oeste paulista.
10 | AconteCV nº12
2ª Estação | Talhão 06
<>
3ª Estação | Talhão 01 Milho silagem consorciado com Brachiara pasto de Inverno
6ª Estação | Curral
e palhada para o plantio direto.
Apresentação de animais do 57º Leilão CV (30 de agosto).
Edemar Moro – Professor Dr. da UNOESTE
Ricardo Viacava - Administrador de Empresas e diretor do Nelore CV
AconteCV nº12
|
11
Publique