Vol. 02 - Caderno de projeto
Midiateca 2.0: Espaço para conhecimento
A ilustração representa o conceito de transmídia e interrelação das tecnologias de informação e comunicação
Rudnick M. Dias Brasília, 2019
Trabalho de ConclusĂŁo de Curso Por Rudnick Morais Dias
Centro Universitário IESB – Instituto de Educação Superior de Brasília Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Me. Matheus Ribeiro Assunção Vieira Mendes Orientador
Ma. Isabella Gaspar Sousa Examinadora interna
Me. Ademir Rodrigo Beserra Figueiredo Avaliador Externo
Agradeço em especial minha avó Shirley, que é o alicerce da minha vida e sempre esteve ao meu lado me incentivando e dando forças para que eu pudesse seguir em frente . À minha esposa Dieime, pelo companheirismo nessa exaustiva jornada que tivemos. Agradeço também ao meu orientador e professor Matheus, que com toda presteza, somou grandiosamente nos conhecimentos adquiridos nesse trabalho. Agradeço a todo corpo docente do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário IESB que me instruiu de modo a me capacitar e proporcionar a conclusão deste trabalho.
O presente estudo aborda a questão dos avanços tecnológicos e a possibilidade de utilizá-los para o desenvolvimento do processo cognitivo das pessoas, fazendo uso das tecnologias que atualmente são utilizadas em grande maioria, apenas para o entretenimento. Com isso, o estudo em questão busca compreender como essas novas tecnologias de informação e comunicação (TIC) fazem parte da vida cotidiana e seu papel como transmissores de conhecimento. Dessa forma, o objetivo abordado é também, entender como tais avanços influenciam no comportamento humano pela busca do conhecimento, gerando a necessidade de criar um modelo edilício que abarque e dê suporte aos novos equipamentos oriundos dessa nova revolução. Assim, a busca por essas respostas direcionou este trabalho ao surgimento não apenas das midiatecas, pois estas já existem, mas sim na criação de um equipamento público que promova a sua transição para um futuro próximo, aliando o aspecto tecnológico das TIC’s com o aprendizado e o processo cognitivo, além de buscar a inclusão social por meio da inclusão digital.
Problemática e justificativa................................................. 12 A escolha do terreno.............................................................. 14 Objetivos........................................................................................ 15 Metodologia................................................................................ 15
A evolução histórica da informação............................ 18 A biblioteca e sua importância....................................... 20 Midiateca: conceitos............................................................. 20
Midiateca VS Museu............................................................... 21 Midiateca VS Biblioteca..................................................... 23 Midiateca: possibilidades.................................................. 24 O processo de inclusão social por meio de inclusão digital............................................. 29
Aspectos funcionais................................................................ 34 Aspectos edilícios.................................................................... 37
Normativas construtivas......................................................... 44 Normativas gerais .................................................................... 44
Localização................................................................................. 48 Entorno imediato....................................................................... 48 Uso e Ocupação do solo................................................... 49 Lote de implantação do projeto.................................... 50
Incidência solar nas fachadas......................................... 50 Ventos............................................................................................... 52
Formulário......................................................................................... 56
Dimensionamento dos ambientes................................... 62
Os avanços tecnológicos e a forma como a informação vem sendo armazenada têm evoluído de tal maneira, que vêm criando a necessidade de as bibliotecas também evoluírem e aprimorarem o modo como seus serviços são oferecidos. A informação que já foi armazenada em paredes de cavernas e até mesmo em pedras, hoje está disponível em nossas mãos por meio da internet e dos smartphones, ou ainda, por meio de equipamentos eletrônicos que têm revolucionado a interação com os mais diversos tipos de conteúdo que vem sendo produzido. Os novos meios de compartilhamento da informação, ainda que de maneira tímida, também tem sido utilizado no processo cognitivo e formação do conhecimento. Dessa forma, a infraestrutura que comumente as bibliotecas apresentou ao longo dos anos, têm necessitado de reavaliação, dada a importância que os conteúdos audiovisuais têm adquirido na atualidade. As midiatecas (acervos de mídia) vem se expandindo sobretudo na França e Angola, onde têm obtido o status de “evolução da biblioteca convencional”, pois apresentam espaços flexíveis com certa personalidade, enquanto abrigam acervo e recursos multimídias, assim como as tecnologias de informação e comunicação (TIC) e conteúdos audiovisuais requerem. Já no Brasil, o conceito de midiateca não se desenvolveu plenamente e estas, existem em pequenas salas dentro das bibliotecas convencionais, tendo por sua vez, raros acessos. Este trabalho de conclusão de curso se propõe a apresentar uma projeção (em forma de projeto arquitetônico) do que seria a transição das bibliotecas e midiatecas atuais, para um modelo que suporte as novas TIC’s. Sua função seria sobretudo, fomentar a interação entre as pessoas e a informação, além de promover a inclusão social por meio da inclusão digital.
Historicamente a biblioteca têm sido o espaço onde se buscou e armazenou informações das mais diversas áreas do conhecimento e manteve tal importância até os dias de hoje, uma vez que o advento da internet tem causado uma redução crescente de usuários. Sua estrutura e disposição rígida, pouco tem se curvado para atender às novas formas de TIC’s e avanços tecnológicos da sociedade, limitando-se por vezes, em oferecer wi-fi gratuito, sítio digital para pesquisa e pequenos serviços relacionados ao acervo, além de possuir um pequeno acervo de mídia (midiateca) normalmente limitado e de poucos recursos. Existe ainda, projetos que tentam fugir da tipologia convencional das bibliotecas e buscam se desvincular dessa estrutura mais rígida, como é o caso da Biblioteca Nacional do Qatar (projeto do escritório OMA), conforme ilustrado na figura 1.
Algumas pesquisas têm sintetizado informações bastante pertinentes sobre o avanço no uso das novas TIC’s. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios de 2015 (PNAD-2015) mostra por exemplo, o percentual crescente das pessoas que fizeram uso da internet em nível nacional nos grandes centros como mostra na figura 2, enquanto a Pesquisa Distrital de Amostra de Domicílios de 2015 (PDAD-2015) ilustra a evolução de alguns indicadores socioeconômicos no Distrito Federal na figura 3. Figura 2: Percentual de pessoas que fizeram uso de internet nos grandes centros
Figura 1: Ambiente interno da Biblioteca Nacional do Qatar
Fonte: Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios de 2015 (PNAD 2015)
Fonte: http://oma.eu/projects/qatar-national-library
Os dados mostram o avanço contínuo em todo o país para o uso da internet (PNAD 2015, p. 81) - principal TIC do século XXI, e ainda, a porcentagem de computadores nas residências (PDAD, 2015, p.38). Note que, apesar de o acesso à internet ter mais que triplicado (figura 03), o número de residências com microcomputadores caiu quase 20% nos últimos anos do período informado. Isso significa que o acesso à internet cresceu sobretudo em equipamentos distintos dos microcomputadores, como por exemplo, smartphones e TV’s.
Figura 3: Evolução de alguns indicadores socioeconômicos do Distrito Federal
Figura 4: ilustração do conceito transmídia
Fonte: Pesquisa Distrital de amostra de domicílios de 2015 (PDAD 2015) As mudanças culturais que o ser humano têm enfrentado para acessar a informação, torna evidente a necessidade de se criar um local condizente com esse nova situação, podendo ser a midiateca esse local, pois segundo a Rede de Midiatecas da Angola (ReMA) “ as midiatecas apresentam uma evolução das tradicionais bibliotecas, incorporando as tecnologias da informação e a digitalização da cultura existente”. Desse princípio, surge o termo transmídia que, segundo Arnaut (2011, p. 268) é “em termos de domínio cultural, transmídia nos permite criar uma experiência mais rica, mais profunda do que a expressa por um único meio”, isso porque o conceito de transmídia discorre em um desdobramento de uma grande integração multiplataforma para a disseminação da informação, em outras palavras, é um conjunto de mídias que, juntas passam determinada informação. Portanto, considerando os 3 princípios que formam a mídia (escrita, som e imagem), temos uma convergência de meios que se unem para transmitir a informação, mesclando os princípios supracitados.
Fonte: https://www.idealmarketing.com.br Outro ponto que deve ser considerado é o fato de estarem em desenvolvimento tecnologias (relativamente novas e conhecidas), como: • hologramas; • jogos eletrônicos multissensoriais ou sensóriomotores; • realidade virtual; • realidade aumentada; • inteligência artificial; • tecnologias de imersão; • entre outras; elas têm sido usadas e aprimoradas prioritariamente ao entretenimento, porém, devido a facilidade que se têm à tecnologia em geral, essas ferramentas podem ser utilizadas para o desenvolvimento do processo cognitivo e formação do conhecimento do indivíduo.
Entretanto, é importante frisar que nesse momento a midiateca não suplanta a biblioteca, uma vez que ambas podem existir concomitantemente, pois uma complementa a outra enquanto suas funções primárias forem a difusão de conhecimento. Portanto, ambas possuem certa equivalência de status e todos esses fatores contribuem para que uma funcione independentemente da outra, em estrutura autônoma voltada ao seu programa e necessidades espaciais.
Localizado em Taguatinga, o terreno que será produto de análise e base para implantação da Midiateca proposta neste trabalho, foi escolhido visando atender à carência de investimento em equipamentos urbanos de qualidade na região que possam contribuir para a educação, inclusão digital e social.
Dessa forma, o terreno escolhido para implantação do projeto está localizado em Taguatinga – DF, em uma região que propicia uma área de confluência, mostrado na figura 6, entre Taguatinga, Ceilândia e Samambaia que são as cidades mais populosas do Distrito Federal, somando uma população de cerca de 945.215 pessoas, segundo dados da PDAD 2015, conforme mostra a figura 7.
Figura 7: Cidades mais populosas do Distrito Federal
Figura 5: Localização do terreno em Taguatinga Figura 6: Área de confluência entre Taguatinga, Ceilândia e Samambaia
Fonte: QGis - indicação do lote, Rudnick M. Dias (autor) O custo necessário para investimento de um equipamento público altamente tecnológico é bastante elevado, entretanto, esse gasto pode ser justificado tanto pela demanda e uso quanto pela perspectiva de desenvolvimento urbano, conforme bases do Estatuto da Cidade (Lei Nº 10.257, de 10 julho de 2001), pois além do desenvolvimento econômico, o aspecto turístico regional também deve ser levado em consideração, já que este será um local de atração de pessoas. Estabelece diretrizes para políticas urbanas.
Fonte: QGis - área de confluência, Rudnick M. Dias (autor)
Assim, o agente público, parceria público-privada ou iniciativa privada que tiver o interesse em investir nesse projeto, terá certeza que o fluxo de usuários tende a ser alto e fará com que a edificação cumpra sua função social, consolidando uma nova tipologia edilícia e colocando as midiatecas num patamar análogo às instituições de ensino ou bibliotecas.
Fonte: Pesquisa Distrital de amostra de domicílios de 2015 (PDAD 2015) Existe ainda outro fator bastante pertinente para a escolha do terreno, que é sua posição privilegiada em relação às opções de mobilidade, uma vez que ele está disposto em um local onde se têm acesso facilitado, como por exemplo: • Menos de 20m de distância: acesso à via Elmo Serejo; • Até 100m de distância: acesso à Estação Centro Metropolitano do Metrô-DF; • Até 150m de distância: acesso à parada de ônibus; Essas 3 opções, já proporcionam por exemplo: • Acesso de usuários que moram perto de estações do metrô; • Acesso de usuários, que possam chegar até o MetrôDF de bicicleta; • Acesso de usuários que possam se deslocar até a via Elmo Serejo por meio de motocicletas, carros ou transporte alternativos como Uber e Táxi; • Acesso de usuários residentes próximo à Estação de Centro Metropolitano do Metrô-DF; • Acesso de usuários que possam utilizar o transporte coletivo com itinerário próximo ao Centro Metropolitano.
Geral: • Desenvolver o anteprojeto de uma Midiateca para Taguatinga e região, que venha a fomentar a interação entre as pessoas e a informação, e ainda, promover inclusão social por meio da inclusão digital. Específicos: • Estudar as midiatecas com o objetivo de entender o seu funcionamento, programa e tipologia; • Analisar as diferenças entre as midiatecas e bibliotecas de modo a explanar e comparar seus requisitos e necessidades; • Estudar métodos de promover conhecimento através de mídias, recursos interativos e TIC’s; • Conceber um partido arquitetônico visando promover a inclusão social e digital.
Para o desenvolvimento deste trabalho de conclusão de curso será utilizada uma metodologia típica para trabalhos científicos e/ou acadêmicos. O procedimento técnico a ser abordado nesse capítulo, serve como a base fundamental de todo o trabalho, portanto, todas etapas que seguem, são de igual importância para a conclusão deste. Pesquisa Bibliográfica: O procedimento inicial de pesquisa, será uma investigação do material produzido por outros bacharéis em Arquitetura e Urbanismo, que utilizaram do tema “Midiateca” como trabalho de conclusão de curso, com o objetivo de conhecer a bibliografia indicada para o tema.
A partir desse levantamento, os artigos e livros específicos para o tema, passarão por uma separação e análise de modo que sejam condizentes com a proposta que este trabalho visa apresentar. Havendo a necessidade de pesquisa de outros materiais para melhor embasamento ao tema, serão feitas pesquisas em bibliotecas físicas e repositórios online, que permitam o acesso a materiais científicos de autores especializados no tema ou áreas correlatas.
Portanto, dada a definição de que a proposta abordará um programa além daquilo visto comumente, os estudos de caso serão divididos seguindo dois princípios: •
Aspectos funcionais e programa: abordará edificações que possuam ambientação, setorização e programa de necessidades pertinentes para o desenvolvimento do anteprojeto da midiateca.
Levantamento ou Questionário: O procedimento de levantamento ou questionário visa uma abordagem do tipo quantitativo, dos possíveis usuários (cujo perfil será desenvolvido em momento oportuno) da “Midiateca” na região de sua implantação e formulários digitais, de modo a obter e consolidar informações acerca de seus anseios e expectativas pelo tema. O questionário possuirá perguntas objetivas que permitam fácil compilação dos dados e questões subjetivas que poderão ser compiladas e apresentadas pelo seu teor análogo. As questões serão abordadas no capítulo 7 que trata sobre o “Perfil do cliente e programa de necessidades”.
•
Aspecto envoltório: abordará edificações que apresentem seu aspecto externo (aparência, visual) interessantes e que despertem a curiosidade das pessoas, incitando-as a conhecer seu interior. E ainda, auxiliem no desenvolvimento do partido arquitetônico do anteprojeto da midiateca.
Estudos de Caso: Completa esse trabalho, uma análise de estudos de caso de obras arquitetônicas análogas à intenção de projeto a ser proposto – seja pelo seu programa ou partido arquitetônico, fazendo um estudo sobre os aspectos interessantes observados que sirvam para implantação na Midiateca 2.0, delimitando desse modo os conceitos essenciais para o desenvolvimento desse tipo de edificação e ainda, propor soluções de abarquem seu processo evolutivo ou futuro.
Dada a importância do conhecimento para o desenvolvimento cultural e intelectual de um povo, a informação - que segundo Polistchuck (2003, p. 159) podem ser sonora, escrita e visual, seus processos de produção, armazenamento e compartilhamento têm se desenvolvido (e tendem a evoluir cada vez mais) e criado novos meios de interação entre as pessoas ou ainda, aprimorando as relações sociais entre elas. Arnaut et al. (2011, p. 262) explica que: “Desde os primórdios da humanidade há indícios de que os seres humanos vivem em redes sociais e se comunicam através de produção de conteúdo em alguma mídia. Seja através da arte rupestre dos neandertais, das canções mais rudimentares, da comunicação por gestos, de lutas munidas de ossos e pedras ou mesmo das histórias contadas ao redor das fogueiras.” Ele explica ainda que “o ser humano é por natureza social” e está em busca de oportunidades de relacionamentos e interações, seja para convívio coletivo, receber ou transmitir feedback ou experiências. A informação é essencial para o desenvolvimento das pessoas, bem como a sua produção, seu armazenamento e seu compartilhamento. Considerando ainda que o conhecimento - científico, teológico, empírico, filosófico ou tácito- é formado por um conjunto de informações, infere-se que esse processo contribui para o aprimoramento cultural e da capacidade de discernimento.
Para se entender a evolução da comunicação e a produção da informação é preciso entender os acontecimentos que são usados para delimitar cada uma das eras históricas e suas características principais.
Comunicação é por definição, “1. ato de comunicar; informação, aviso; 2. Passagem, caminho, ligação”. (ROCHA, 1997, p. 154), mas apesar do significado simples e de fácil compreensão, ao longo dos séculos a comunicação atravessou um enorme processo evolutivo que atualizou as definições de informação para cada época e se moldou naquilo que se conhece atualmente. Para Perles (2007, p. 5), há ainda nos dias de hoje, estudiosos que buscam uma posição definitiva acerca de como o homem começou a se comunicar. Segundo ele, as principais teorias concluem que os homens primitivos se comunicavam por gritos, grunhidos e gestos, ou ainda, pela combinação destas ações. Grobel e Telles (2014, p. 2) definem que: “A pré-história compreende um período, em que o homem não tinha o conhecimento da escrita. Hoje, a partir de estudos arqueológicos dos locais onde se organizavam e produziam artefatos como pinturas, desenhos e gravuras rupestres, ferramentas, esculturas, armas, entre outros, revelando sua forma de vida, tornando possível descrever sua história” Já Bordenave (1982, p. 24) atribui essas ações à origem dos signos ou significação das coisas, pois segundo ele: “Qualquer que seja o caso, o que a história mostra é que os homens encontraram a forma de associar um determinado som ou gesto a um certo objeto ou ação. Assim nasceram os signos, isto é, qualquer coisa que faz referência a outra coisa ou ideia, e a significação, que consiste no uso social dos signos.”
A criação desses signos, implicou inicialmente na representação de acontecimentos rotineiros da vida do homem primitivo, desse modo, as primeiras pinturas rupestres era composta por pictogramas e ideogramas (PERLES, 2007, p.6)
Figura 8: Pintura rupestre na caverna de Altamira
Fonte: www.pinterest.de/pin/560135272399512619/ O surgimento da escrita, veio como consequência da evolução da comunicação oral que os homens primitivos estavam promovendo naquele momento. Dada a percepção de que o nome das coisas era composto por unidades menores de som, permitindo assim, a criação da escrita fonográfica (PERLES, 2007, p. 6), que antecedeu o conceito das letras e o alfabeto. Porém, até a concretização do alfabeto, por um longo período outras formas escritas foram sendo utilizadas como a escrita cuneiforme, hieróglifo, pictográfica entre outras.
Figura 9: Exemplo de escrita hieróglifa da estela de pase
Fonte: http://sztukacuritiba.blogspot.com/2016/09/
Figura 10: Exemplo de escrita cuneiforme
Uma evolução natural da escrita cuneiforme foi sua transformação em silabário e posteriormente em alfabeto. Sendo ainda, uma grande revolução da época o surgimento do alfabeto grego (GONTIJO, 2001. p.167), que por sua vez, adaptou o alfabeto fenício e incorporou as vogais. Jean (2002, p.62) afirma que: “Assim nasceram: A ‘alfa’, E ‘épsilon’, O ‘ômicron’, Y ‘ypsilon’. Quanto ao I ‘iota’, foi uma inovação.” Já os romanos, tiveram a criação de seu alfabeto através do grego. (SOUZA, 2015, p. 529). A grande contribuição romana, foi o desenvolvimento de novas letras e formas, pois, isso permitiu dentre outras coisas, a conclusão da construção da Coluna de Trajano. Assim como todo processo evolutivo, ao passo que a linguagem e a escrita foram se desenvolvendo, novos suportes e meios de comunicação foram sendo criados e, a exemplo disso, o surgimento do papel suplantou o uso de superfícies de pedra, os papiros e os pergaminhos de couro (Perles, 2007. p. 6). Ainda segundo o autor, durante a Idade Média, a linguagem escrita era restrita aos monges e às pessoas letradas Figura 11- Escrita na Coluna de Trajano
Fonte: http://universodahistoria.blogspot.com/2010 /07/escrita-cuneiforme.html
Fonte: http://myowndesignexperiments.blogspot.com/201 1/03/as-letras-dos-romanos.html
A criação dos tipos móveis pelos chineses, possibilitou que em 1438 Johann Gutenberg criasse o sistema de prensa tipográfica utilizando os conhecimentos do alfabeto romano, portanto essa criação permitiu a produção de livros em grande escala e a criação do jornal. Segundo Gontijo (2007, p.167), “quando foi possível mecanizar esse processo através da prensa e reproduzir em série, o livro tornou-se portátil e o saber extrapolou os limites dos feudos e nações”. Já a criação do jornal proporcionou uma grande disseminação de ideias e informações para a grande massa através de uma única fonte, tornando-se a principal TIC da época por seu poder de difusão de informação em massa. Dessa forma, as pessoas passaram a ter informações sobre diversos temas desde cultura até política. Bacelar (2004, p.5) descreve que “parte da missão dos jornais era educar o povo e também um instrumento de revoluções”. Um exemplo disso foi quando na Revolução Americana, o jornal desempenhou o papel de divulgação e defesa de ideias visionárias. O processo comunicativo elevou-se de patamar com a Revolução Industrial e a popularização do uso da energia elétrica (e também posteriormente novos componentes eletrônicos), pois com isso novas tecnologias foram surgindo, tais como o rádio, tv e computadores. Isso se tornou um marco na evolução da informação, pois permitiu a transmissão de conteúdos e informações para uma grande quantidade de pessoas ao mesmo tempo, criando assim interações inéditas.
Já o grande marco da comunicação atual, foi o advento da rede mundial de computadores que por sua vez, surgiu de experiências e pesquisas para fins militares em 1950. O desenvolvimento tanto dos computadores quanto a internet foi impulsionado pela popularização de ambos, já que isso permitiu a criação de novos conteúdos para esses suportes, surgindo novos tipos de mídias. A interação com as novas tecnologias é embasada em 3 tipos de mídias (imagem, som e escrita), e gerou ferramentas como e-mail, fóruns, chat, redes sociais e o modo mais atual de armazenamento in cloud. Os próximos gadgets, estão à espera de um marco que vai tornar esse sistema, de alguma forma, obsoleto. Figura 12: Exemplos de conectividade com internet
Segundo Santos (2012, p.176), as bibliotecas não possuíam um caráter público nesse período, tanto que as disposições arquitetônicas contribuíam para impedir a saída do acervo. Já Battles (2003, p.37) pondera que: [...] a reunião das obras em grande número ajudava, na verdade, mais a destruição que a preservação, e a maior parte das que sobreviveram pertenciam a pequenas coleções particulares. Ainda hoje, é difícil determinar a quantidade de obras que se perderam em incêndios e catástrofes por estarem reunidas em grandes quantidades. isso acontecia devido ao momento caótico causado pelos conflitos da época. Tida como uma das mais importantes da Antiguidade, a Biblioteca de Nínive que era pertencente ao Rei Assurbanípal II, contava com um acervo composto por blocos de argila cozida e as escritas em caracteres cuneiformes que remonta ao século IX a.C (MARTINS, 1998, p. 43-44). Fato curioso acerca desta biblioteca é que havia certa organização do acervo de modo a se assimilar à uma catalogação/indexação. Figura 13: Biblioteca de Ninive
Fonte: https://plus.google.com/116348463016241148 331
Desde a antiguidade as bibliotecas tiveram a função de armazenar informações, entretanto havia grande distinção entre si, pois os elementos que compunham o seu acervo nem sempre eram similares e havia bibliotecas minerais e vegetais (MARTINS, 1998, p. 59-60).
Fonte: https://homesecurity.press/quotes/royalancient-nineveh-library.html
Contudo, o grande destaque deve ser dado à Biblioteca de Alexandria que, entre os anos 280 a.C a 416 d.C reuniu o maior acervo de ciência e cultura da Antiguidade, de modo a se tornar uma rival cultural de Atenas (SANTOS, 2012, p.180). A progressão evolutiva das bibliotecas, percorrem grandes caminhos que passam por definhamento na Idade Média, leve esperança em Bizâncio, quando em 1453 os monges fugiram para o Ocidente levando diversos manuscritos e conhecimentos, por ocasião da tomada de Constantinopla pelos turcos e dando base à Renascença (MARTINS, 2002, p. 60). Dito isso, é notável que todo o período registrado na história, faz da biblioteca uma instituição muito marcante pela sua bagagem cultural e por todo conteúdo que é disposto no acervo das milhares unidades existentes no mundo, agregando à sociedade uma quantidade de conhecimento imensurável.
De origem francesa e criada em meados dos anos 70, segundo Lucianni (2008, p. 39), o conceito de midiateca surge no momento em que os conteúdos audiovisuais ganham importância equivalente aos livros como transmissores de informação e conhecimento (MARINHO, et al, 2013, p. 3)
Figura 14: Interior da midiateca de Sendai (Japão)
Fonte: http://tangthuquan.blogspot.com/2013/03/senda i-mediatheque.html Para Lemos (2005, p.116) o surgimento de novas TIC’s deram origem ao conceito de midiateca, que segundo ele “[...] é uma instituição voltada para reunião, organização e uso dos chamados multimeios, como fitas de vídeo, fitas sonoras, cds, discos compactos e filmes”. Já Cairo (2007, p. 1), discorre que “a biblioteca deu origem a midiateca, à medida que aquela foi incorporando e adaptando novos espaços para entrada de computadores [...] como terminais para consulta de informações”. A Rede de Midiatecas de Angola (ReMA) descreve que “as midiatecas apresentam uma evolução tradicional das tradicionais bibliotecas, incorporando as tecnologias da informação e a digitalização da cultura existente”. Tal descrição se torna ainda mais abrangente e clara quando são explanadas a “Estratégia de Atuação da ReMA”, pois apresenta pontos focais da instituição para a busca por ações com relação à: • educação, • empreendedorismo, • ciência e tecnologias e • cultura e arte
Figura 15: Ilustração do novo aspecto cultural de acesso à internet
Fonte: https://defimedia.info/informatique-desmauriciens-contribuent-levolution-dinternet
Há ainda, segundo Lucianni (2008, p. 33), dois marcos que contribuíram para o desenvolvimento das midiatecas que foram primeiramente, a alteração do nome da Associação de Desenvolvimento das Bibliotecas Públicas para Associação de Desenvolvimento das Bibliotecas de Mídias localizada na França e posteriormente, uma decisão da Câmara Municipal da Cidade de Metz (também na França) que visou tal alteração (biblioteca para midiateca) com a intenção de abolir a “imagem de poeira atribuída a muitas bibliotecas francesas”. Ainda segundo o autor, o termo também serviu para identificar uma nova tipologia de biblioteca pública, a contemporânea, que por sua vez não atingiu da mesma forma países que possuem sistemas bibliotecários mais desenvolvidos que na França ou Angola, como é o caso dos Estados Unidos, que manteve a utilização do termo biblioteca e posteriormente, biblioteca multimídia.
No Brasil, a terminologia midiateca ainda não reflete num modelo edilício bem definido, e ainda, utilizase esse termo para designar pequenos acervos de mídia que estão dispostos no interior das bibliotecas e outras edificações. Dentre os diversos tipos de edificações existentes no país, o museu é aquele que mais se aproxima funcionalmente da midiateca, pois a grande maioria deles utilizam recursos diversos para transmitir uma informação. Um exemplo disso é o Museu de Imagem e Som (São Paulo, 2008), já que permite uma interação bem definida entre o usuário e a informação através de elementos audiovisuais, porém, compartilhando conteúdos temáticos. Figura 16: Galeria de exposição do MIS - SP
Fonte: http://www.mundoeducare.com.br/museuda-imagem-e-do-som/ Assim, o surgimento da “Midiateca 2.0” traz um modelo edilício que preenche uma lacuna existente entre os equipamentos públicos, mantendo a essência de compartilhar o conhecimento como as bibliotecas, mas propondo novos meios de interação, provendo ferramentas dinâmicas à busca pelo conhecimento.
Existe ainda uma diferença de como é apresentada a informação nos museus e como seria apresentada na Midiateca 2.0: • •
Museu: as informações estão organizadas em ambientes apresentados numa sequência, como uma narrativa linear. Midiateca 2.0: as informações estão dispostas de um modo livre, e seu acesso é arbitrário, ou seja, depende de qual recurso audiovisual o usuário deseja buscar informação.
Figura 17: Esquema funcional de equipamentos públicos voltados para cultura e conhecimento • Espaço de compartilhamento de conhecimento temático.
• Espaço de compartilhamento de conhecimento geral.
.
Biblioteca especializada
Bibliotecas convencionais
Museu ou Espaço cultural
Midiateca
• Espaço de compartilhamento de conhecimento temático por meio de recursos audiovisuais
• Espaço de compartilhamento de conhecimento geral por meio de recursos audiovisuais
Fonte: Rudnick M. Dias (autor)
Uma pequena análise etimológica mostra uma essência bem restrita ao significado histórico do termo “biblioteca”, visto que a palavra possui origem grega e é formada pelas palavras “bibliôn.” que significa livro e “theké” que por sua vez, significa cuidado, caixa ou depósito, designando o local onde é guardado livros. Já outra análise etimológica da palavra mídia, é verificada sua origem inglesa “media”, que Labayen (1986, p. 3) cita que “[...] deriva da palavra “médios” que por sua vez, seriam meios de comunicação social”, podendo ser classificado como mídia impressa, mídia eletrônica e mídia digital.
Para Marinho (2013, p.6), há semelhanças e diferenças entre uma biblioteca e uma midiateca, portanto, segundo uma visão tradicional dos cidadãos, a biblioteca seria um local destinado à pesquisa e estudo, já a midiateca é tida como um local de “lazer, encontro e de ócio”, além de ser um espaço para pesquisa e estudo, como na biblioteca. O funcionamento da midiateca em relação às bibliotecas, apresenta maior versatilidade e flexibilidade, trazendo para si, o status também de local de convivências. Para Marinho (2013, p. 6) as principais semelhanças e diferenças entre uma biblioteca e uma midiateca são: Quadro 1: Comparativo entre biblioteca e midiateca
Biblioteca Conceito
Espaço de pesquisa e estudo
Midiateca Espaço de pesquisa e estudo, encontro e sobretudo de lazer
Figura 18: Proposta de logo para a Midiateca 2.0
Função
Preservar e garantir a democratização do
conhecimento
Preservar e garantir a democratização do conhecimento e o acesso às novas tecnologias
Fonte: Rudnick M. Dias (autor) O livro exercer a centralidade total no
O acervo é constituído em sua maior
acervo
parte de multimídia
Público tradicional: estudantes e
Público diversificado atraído pelas novas
pesquisadores
tecnologias
Horário de
Geralmente estão abertas de segunda a
Há flexibilidade de horários e algumas
funcionamento
sexta-feira
funcionam também nos fins de semana
Acervo Apesar do esforço de tentar criar bibliotecas compatíveis com as novas TIC’s, o tipo de suporte necessário para se adequar o seu programa atual (oferta de livros em mídia impressa) para àqueles proporcionados pela tecnologia, tais quais foram citados no capítulo anterior é tão grande que chega num ponto de completa desconfiguração das características primárias da própria biblioteca. Há de se verificar, que a demanda de suportes distintos cria novas necessidades e embasa estudos como este, que visam entre outros aspectos, entender e elencar distinções entre a biblioteca e a midiateca.
Público
Fonte: Marinho et al.-portal.febab.org.br/anais/article/view/1415/1416
Figura 19: Tecnologia de informação e comunicação para o futuro A exploração das novas TIC’s têm sido ações fundamentais para a consolidação (ou fortalecimento) da identidade de um povo, isso porque as tecnologias da informação se tornaram o reflexo da ação humana, pois são inventadas com base em suas necessidades reais ou triviais. Segundo Franco e Aranha (2013, p. 7): “Ao longo de sua existência, o ser humano vem criando e selecionando tecnologias que se ajustam às suas necessidades em cada época, lugar e condições de vida. Cada uma destas tecnologias revela não apenas uma forma de se comunicar e interagir com o mundo, mas, sobretudo, uma nova forma de experimentar este mundo. [...]”
Assim, a essência da missão do ReMA diz muito ao que este trabalho se propõe fazer, e é definida como: “[...]Fornecer ao país um instrumento que contribua para o desenvolvimento territorial, econômico e social, através da melhoria do acesso e geração do conhecimento é um complemento de progressão do potencial do capital humano.” Portanto, os meios de comunicação possuem a função do compartilhamento do conhecimento e sua evolução permite novas formas de interações. Contudo, muitas interações já existentes, ainda não têm sido exploradas a fundo para o processo cognitivo das pessoas como por exemplo jogos eletrônicos multissensoriais e sensório-motoras, inteligência artificial, realidade virtual e aumentada, abordagem transmídia, hologramas etc.
Fonte: bezux.pl/wpisy/sztuczna-inteligencja-przewidzi-czy-ktospopelni-przestepstwo-i-to-juz-w-przyszlym-roku/8505
Tecnologias da informação e comunicação existentes ou em desenvolvimento Existem atualmente diversas tecnologias que permitem a concretização da ideia “Midiateca 2.0”, assim, seguem uma breve abordagem dessas tecnologias.
Tecnologias da informação e comunicação existentes ou em desenvolvimento Existem atualmente diversas tecnologias que permitem a concretização da ideia “Midiateca 2.0”, assim, seguem uma breve abordagem dessas tecnologias.
Figura 20: Interação com equipamentos audiovisuais
Fonte: www.pinterest.ch/pin/201817627035276889/ Descrição: trata-se de conjunto de equipamentos, geralmente dotados por uma tela e um fone, que servem para proporcionar uma interação individual. Normalmente possuem conteúdos como vídeos, entrevistas entre outros. Requisitos: requer apenas uma tela fixada em um suporte, um dispositivo de áudio como um fone de ouvido e pontos elétricos. Podem requerer também um ponto lógico. Demanda de pouco espaço para instalação (menos de 1,00m² cada). Locais comuns de uso: exposições em geral
Figura 21: Totem para autoatendimento no restaurante McDonald’s
Fonte: http://tommo.com.br/mcdonalds-abre-sua-primeira-lojaconceito-no-brasil-e-promete-expandir-ideia-todo-territorionacional-em-breve/ Descrição: é um dispositivo fixo para interação por meio de uma tela sensível ao toque e sua principal função é auxiliar de maneira rápida, prática e dinâmica um usuário. Requisitos: geralmente encontra-se fixado em locais de fácil visualização e podem estar dotados de equipamentos auxiliares como máquinas de cartão ou leitores de QrCode e código de barras. Demanda de pouco espaço para instalação (menos de 1,00m² cada). Locais comuns de uso: lojas, cinemas e eventos em geral
Figura 22: Robô Pepper
Fonte: www.softbankrobotics.com/emea/en/pepper Descrição: trata-se de um robô dotado com um software de inteligência artificial e poderá ser utilizado para sanar dúvidas de usuários através de interação por meio de conversas ou comandos em telas auxiliares. Requisitos: deverá estar conectado à internet por meio de ponto lógico ou wi-fi, e requer ainda um ponto elétrico, pode requerer espaço para movimentações simples devido a interação pelos diversos sensores que são instalados. Locais comuns de uso: feiras de tecnologias e exposições tecnológicas.
Figura 23: Uso de leitores digitais
Figura 24: Usuário fazendo uso de óculos VR
Fonte: creadlo.blogspot.com/2014/09/aumenta-la-lectura-endispositivos.html
Fonte: www.webconsultas.com/noticias/tercera-edad/reducircaidas-en-mayores-con-realidad-virtual-y-ejercicio
Fonte: http://meuroteirordc.com.br/historia-do-rio-contada-pelomuseu-do-amanha/
Descrição: é um equipamento portátil dotado com uma tela especial e é específico para leitura de e-book e conteúdos digitais. Requisitos: pela portabilidade, pode ser usado livremente em cadeiras ou mesas, mas podem estar fixados em sistemas de segurança como uma Kensington lock – trava de segurança para equipamentos eletrônicos. Locais comuns de uso: equipamento de uso pessoal e portátil.
Descrição: sua função é simular objetos, espaços e outros conteúdo em tridimensional (3D), permitindo assim a sensação de que os objetos ou espaço estejam fisicamente em contato visual criando uma imersão em um ambiente artificial digital e estimulando sensações reais Requisitos: requer um conjunto de equipamentos como um óculo de realidade virtual (VR), que podem ser equipados com smartphones ou não. Locais comuns de uso: jogos eletrônicos, eventos ou exposições em geral.
Descrição: é um espaço que propicia uma visão ampla de uma superfície em forma de meia esfera, onde são realizadas projeções. Requisitos: demanda de um espaço mediano de modo a comportar uma quantidade interessante de pessoas (por volta de 30m²). Necessita ainda de bom isolamento acústico para que a imersão seja mais profunda. Pode funcionar em conjunto com outros equipamentos/tecnologias como óculos VR, áudio 360º e “simuladores de aroma”, além de projetores. Locais comuns de uso: museus, exposições e feiras tecnológicas
Figura 26: ambiente cosmos no Museu do Amanhã RJ
Figura 27: Usuário utilizando plataforma de imersão
Figura 28: Exemplo de uso do videowall
Fonte: tecnoblog.net/115781/realidade-virtual/
Fonte: videowalldelivery.com
Descrição: trata-se de um equipamento dotado de tecnologias sensório-motoras, realidade virtual e aumentada, sobre uma plataforma em forma de esteira que simula a caminhada. Requisitos: devem estar instaladas em locais onde haja baixo nível de ruído, requer ainda, pontos lógicos e elétricos. Importante fazer uso dos cintos de segurança, pois, podem causar náuseas. Demanda de um espaço aproximado de 2,00m². Locais comuns de uso: feiras tecnológicas, simuladores em geral e jogos digitais.
Descrição: trata-se de uma composição de telas que projetam conteúdos audiovisuais. Requisitos: as telas requerem suporte específico com encaixe VESA, dependendo da quantidade de TV’s, pode necessidade de estrutura de fixação auxiliar. Geralmente não são dotados de sistemas de som, mas podem funcionar em conjunto. Necessita além do espaço de instalação das telas, um pequeno espaço para instalação dos equipamentos controladores (computadores) ou receptores de dados (receiver). Locais comuns de instalação: shoppings, estádios ou arenas esportivas, exposições em geral, entre outros.
Figura 29: Exemplo de mesa touchscreen
Fonte: www.visionplus.com.np/touch-screen-kiosk/ Descrição: é um equipamento com uma grande tela sensível ao toque, que permite uma interação direta do usuário. Reproduz conteúdo diversos ou softwares. Requisitos: requer um pequeno espaço para instalação com 1,00m² aproximadamente. Necessidade pontos elétricos e lógicos Locais comuns de instalação: shoppings, feiras tecnológicas, exposições em geral entre outros.
Figura 30: Projetor convencional
Figura 31: Equipamento de projeção holográfica
Fonte: http://fulllifeacademy.com.br/Blog/curadoria/projetores/
Fonte: paraddax.com/esp/dreamoc.html
Descrição: é um equipamento que faz projeções de luz por meio de lentes convergentes, reproduzindo certo conteúdo em um plano maior. Requisitos: requer suporte de mídia, geralmente um computador ou notebook, precisa ainda de ponto elétrico e uma tela de projeção (ou uma superfície de cor clara) onde serão reproduzidas a mídia. Locais comuns de uso: cinemas, salas de aulas, auditórios entre outros
Descrição: é um sistema de projeção que utiliza das propriedades ondulatórias da luz para simular elementos 3D. Requisitos: apesar de bastante conhecida, não é popular e ainda se encontra em desenvolvimento, porém, deverá demandar de um leitor de mídia ou controlador (computador, por exemplo) e terá espaço interno que faça as reflexões da luz. Locais comuns de utilização: filmes de ficção científica
O avanço tecnológico tem mantido às margens da sociedade, um grupo de pessoas menos favorecidas. Pessoas idosas, deficientes, pessoas de baixa renda e com baixa instrução pouco têm conseguido acompanhar e interagir com essas novas tecnologias. Nos últimos anos muito se falou a respeito de inclusão social e inclusão digital, mas a prática dessas políticas ainda não forneceu capacitação plena ao passo que novas tecnologias vêm surgindo. Para se ter noção, o “atraso digital” é tido como uma das quatro grandes mazelas atuais, ao lado do desemprego, analfabetismo e fome, conforme explica Filho (2005, p. 274). Dessa forma políticas que minimizem esse efeito se fazem necessárias para que a evolução das tecnologias seja de fato um grande aliado, invés de ser o vilão. A “exclusão digital” cria ainda um afastamento das pessoas e até mesmo sensação de asco daqueles que estão menos envolvidos com esse processo, e assim, aproveitam menos aquilo que essas novidades têm a oferecer à sociedade. Para Demo (2005, p. 37): a “digital divide” ou exclusão social é um problema agudo nos países atrasados: [...]A “digital divide”, como se diz nos Estados Unidos, é o problema agudo de países atrasados, mas acomete também vastas camadas em países avançado, porque muitos adultos/idosos não se propõe mais inserir-se na sociedade como consumidores (da nova mídia, por exemplo), mas não se dispõem mais a desenvolver habilidades digitais de manejo próprio. Fato é que, há dois grupos que não têm participado efetivamente da evolução que se trata aqui, sendo um deles por opção, conforme explicação supracitada de Demo, e outros que não possuem condições financeiras para acompanhar tal evolução. Desse modo, a necessidade de incluir as pessoas a essa nova realidade abrange não somente a inclusão digital, mas também social já que essa evolução é algo que seguirá para um futuro próximo, isso porque esse processo auxilia na obtenção do conhecimento. Portando, Filho (2005, p. 291), pondera que “[...] a extensão da difusão depende do tipo de sistema social ou organização na qual uma inovação está sendo lançada”, já que na medida que há mais TIC’s, o compartilhamento de informação será maior quando disseminado por esse formato, e uma das funções sociais da Midiateca 2.0, é a popularização da tecnologia e acesso à informação independente da TIC que esteja sendo utilizada.
As referências arquitetônicas foram escolhidas por seus aspectos monumentais, funcionais e emblemáticos, haja visto que o viés arquitetônico de uma tipologia ainda sem grandes definições, deve inspirar-se naquilo que mais se aproximou de suas características. No Brasil, há muito mais projetos de midiateca do que midiatecas propriamente construídas, como é o caso da Midiateca da PUC-Rio (figura 32), que possui um projeto de Ângelo Bucci em 2006 e até o momento não foi de fato construída.
Na cidade do Rio de Janeiro logo em frente da Praia de Copacabana, está parada a construção do Museu de Imagem e do Som (MIS-RJ), edifício tal que gerou grande expectativa nas experiências que se pretende oferecer aos usuários. Tal obra, apesar de ser conceitualmente algo bem próximo do que a Midiateca 2.0 propõe, foi desconsiderado nesse estudo pois, encontra-se de fato inacabada, o que geraria análises de expectativas e não do uso pleno da edificação. Já o MISSP, apesar de estar construído, observa-se certa rigidez arquitetônica, destoando da evolução necessária para esse novo modelo edilício. Figura 33: Museu do Amanhã
Figura 32: Maquete da Midiateca PUC - Rio
Fonte: http://gazetadatarde.blogspot.com/2017/03/museu-doamanha-vence-premio.html Figura 34: Exposição Museu do futebol
Fonte: http://www.spbr.arq.br/portfolio-items/midiateca-puc-rio-2/
A experiência de que a proposta desse trabalho busca apresentar, se aproxima de uma tipologia que no Brasil vemos principalmente em museus como por exemplo, o Museu do Futebol, Museu do Amanhã ou o acervo digital do Museu da Língua Portuguesa que são espaços que transmitem certa informação (imagem, som e escrita) por meios interativos.
Fonte: http://www.revistacampinas.com.br/tag/pacaembu/
Figura 35: Museu de Imagem e do Som (MIS) RJ A grande diferença entre as obras supracitadas e a proposta a ser apresentada, é que nos museus a informação é puramente temática, logo o conhecimento ali transmitido é direcionado ao tema que aquela obra representa, como por exemplo o Museu do Futebol apresenta informações direcionadas ao esporte e acontecimentos relevantes. Já na proposta a ser apresentada, o usuário deve ter acesso a qualquer tipo de informação (conforme numa biblioteca convencional) e esta, poderá ser apresentada através de recursos audiovisuais.
Fonte: www.bbc.com/portuguese/brasil-44638797 Figura 36: Museu de Imagem e do Som (MIS) SP
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Fonte: http://www.alvarorazuk.com.br/mis-readequacao/ Figura 37: Exposição Museu da Língua Portuguesa
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Fonte: http://www.estrelasirius.com.br/UserFiles/ferias_culturais_ EnsinoMedio__2015_Site.pdf
Midiateca da PUC-Rio – Ângelo Bucci, spbr Arquitetura. Rio de Janeiro, 2006 - http://www.spbr.arq.br/portfolioitems/midiateca-puc-rio-2/ Museu do Futebol – Mauro Munhoz Arquitetura. São Paulo, Brasil, 2008 - http://www.mauromunhoz.arq.br/ Museu do Amanhã – Santiago Calatrava. Rio de Janeiro, Brasil, 2015 - https://calatrava.com/projects/museu-do-amanhario-de-janeiro.html Museu da Língua Portuguesa – Paulo Mendes da Rocha. São Paulo, Brasil, 2000. Museu da Imagem e Som – Diller Scofidio + Renfro, Rio de Janeiro, Brasil, 2009 (ano de projeto)
As obras apresentadas nesse tópico, buscam mostrar experiência reais disponíveis em edificações que exemplificam um pouco da interação e flexibilidade dos espaços que a propostas “Midiateca 2.0” busca apresentar. Museu do Futebol (Brasil, 2008) Considerado um dos esportes mais importantes do nosso país, o futebol ganhou novamente um espaço de destaque quando em 2008, foi inaugurado o Museu do Futebol, um local dedicado ao compartilhamento de informações referentes ao tema. Figura 38: Museu do Futebol
Ficha técnica: • Escritório Responsável: Mauro Munhoz Arquitetura • Autoria: Mauro Munhoz • Coautoria: Daniel Pollara e Paula Bartorelli • Localização: Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, São Paulo, Brasil • Área de projeto: 6.900,00m². • Ano do projeto: 2008 • Principais materiais e técnicas construtivas: concreto armado (aparente). Análise técnica Localizado no bairro de Pacaembu, nome pelo qual ficou conhecido, o Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, abriga em seu interior o Museu do Futebol. É uma região com uma topografia bem acentuada, onde a parte mais baixa está situada a Praça Charles Miller e na região mais alta, chega-se aos muros do estádio através de uma escada que circunda sua fachada curva. A primeira experiência visual que o museu proporciona é no seu acesso principal, onde estão expostos centenas de quadros com fotos, imagens e ilustrações relativas ao esporte que permitem uma análise visual bem interessante Figura 39: Hall de acesso ao acervo - Museu do Futebol
Fonte: medium.com/museu-do-futebol/a-experiência-de-um-estágio-no-museu-do-futebol13b24454e1f2
Fonte:https://www.archdaily.com.br/br/757567/museu-do-futebolmauro-munhoz-arquitetura
O percurso transcorrido foi criado de tal maneira, que em cada espaço é possível uma nova interação multimídia, seja uma projeção, uma narração, um totem interativo, uma exposição de objetos, entre outros. De fato, esse é o grande diferencial do espaço, pois, instiga as pessoas a acessarem a informação de modos distintos, despertando o processo cognitivo por meio de interações multissensoriais.
Ficha técnica: • Escritório ou arquiteto Responsável: Santiago Calatrava • Localização: Praça Mauá, 1 – Centro, Rio de Janeiro. • Área de projeto: 15.000,00m². • Ano do projeto: 2015 • Principais materiais e técnicas construtivas: aço e vidro
Considerações O projeto em questão apresenta grande destaque pelos diversos suportes de mídia que faz uso para expor as informações em seu interior. A interatividade é a alma do projeto, pois, proporciona um conhecimento de uma forma de fácil compreensão e atraente. Um fator bem interessante é que o espaço onde está instalado o museu, é sob as arquibancadas do estádio, mostrando quão interessante pode ser uma exposição quando instalada sobe locais flexíveis e versáteis. Assim, desse projeto a intenção é aproveitar seu aspecto interativo para assimilação de conhecimentos.
Análise técnica A primeira impressão que se tem do museu é que sua forma é bem distinta do que comumente vemos, ainda mais na região onde está implantado que possui um entorno repleto de edificações antigas. Os balanços de cerca de 75m de um lado e 45 de outro, despertam o fascínio e curiosidade das pessoas. O museu possui uma exposição permanente no seu pavimento superior que é dotado de pé-direito triplo (aproximadamente 10m de altura) e vista panorâmica da Baía de Guanabara. Conta ainda com um espelho d’água em sua face posterior tem além de filtrar a água que é bombeada da baía, concede uma composição interessante à edificação. O maior destaque é dado ao seu interior, que notavelmente é visto como uma edificação institucional e suas exposições oferecem experiências interativas e proporcionam certa introspecção, com a sua exposição permanente que aborda a origem da vida.
Museu do Amanhã (Brasil, 2015) Notável pela forma que seu autor tomou como partido, o Museu do Amanhã é uma obra do renomado arquiteto Santiago Calatrava e se tornou um marco turístico da região e faz parte de um programa de revitalização no Rio de Janeiro chamado de Porto Maravilha. Foi concebido a partir de conceitos de sustentabilidade e conveniência, seu aspecto visual chama a atenção e desperta as mais diversas análises gestálticas.
Figura 41: Interior do Museu do Amanhã, Cosmos ao fundo
Figura 40: Fachada principal do Museu do Amanhã
Fonte: https://museudoamanha.org.br/pt-br/content/horarios-de-funcionamento
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/779008/projeto-de-santiago-calatravao-museu-do-amanha-e-inaugurado-no-rio-dejaneiro/5672ddd0e58ece1018000151-santiago-calatravas-museum-oftomorrow-opens-in-rio-de-janeiro-image
Considerações O arquiteto Santiago Calatrava acertou em integrar o uso de TIC com a busca incessante pela descoberta do amanhã, criando um equipamento urbano que detêm grande importância para o futuro e proporciona à essa relação, uma integração ímpar. O uso de diversos tipos de mídia faz com que a edificação possua uma essência similar à proposta deste trabalho. A disposição dos ambientes concede liberdade ao usuário ao passo que as informações estão todas entrelaçadas e espalhadas ao longo do seu programa espacial. Semelhante ao Museu do Futebol em sentido funcional, o Museu do amanhã proporciona uma experiência guiada pelo uso intensivo de novas tecnologias, despertando o interesse de diversos usuários. Midiateca, Terceiro Lugar (França, 2016) Dada seu aspecto dinâmico bastante coerente com o que se propõe, a Midiateca em Thionville na França é um bom exemplo do que esse novo modelo edilício proporciona aos usuários. O projeto é apelidado de “Terceiro Lugar”, que segundo os autores do projeto (DOMINIQUE COULON& ASSOCIÉS, 2016):
Portanto, o grande diferencial desse projeto é sua abertura para a vida cotidiana em seu interior, proporcionando um espaço de encontro, ócio e busca de conhecimento. Ficha técnica: • Escritório Responsável: Dominique Coulon & Associés • Localização: 1 Avenue André Malraux, 57180, Terville, França. • Área de projeto: 4.590,00m². • Ano do projeto: 2016 • Principais materiais e técnicas construtivas: concreto armado e vidro Análise técnica O projeto dispõe de um programa bastante interessante disposto em uma envoltória com um alto nível de pregnância, segundo as leis da Gestalt. Sua fachada dinâmica é um convite ao seu interior, assim como a essência do projeto define, e ainda proporciona efeitos de luz natural interessantes criando menor necessidade de iluminação artificial ao longo do dia. Figura 43: Planta baixa do térreo, Midiateca (Terceiro Lugar)
“[...]O programa questiona as funções de uma biblioteca de mídia, emprestando-lhe o conteúdo de um “terceiro lugar” – um lugar onde os membros do público se tornam atores em suas próprias condições, um lugar para a criação e também para a recepção” Figura 42: Midiateca (Terceiro Lugar) em Thionville, França
Fonte: http://coulon-architecte.fr/projet/558/thionville
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/872870/mediateca-terceirolugar-em-thionville-dominique-coulon-and-associes
O vidro disposto na fachada permite ainda, a entrada de sol que favorece clima mais interessante no interior da edificação, haja visto que nos países europeus o uso de vidro nas fachadas ajuda no controle térmico já que a temperatura tende a ser mais baixas, principalmente no inverno. Seus ambientes internos criam uma sensação de conforto que é proporcionado pela disposição não linear do programa e mobiliário, bem como o uso de mobiliários ergonômicos que permitem e favorecem que a permanência do usuário seja mais agradável. Figura 45: Exemplo dos mobiliários
Figura 44: Disposição interna da Midiateca
O projeto apresenta uma leveza arquitetônica bastante marcada pela forma sinuosa que descansa sobre os painéis de vidro, além do uso de rasgos internos envoltos de vidro que aumentam a iluminação natural no interior da edificação e contribui para o conforto térmico.
As obras apresentadas nesse tópico, buscam apresentar soluções arquitetônicas que sugerem como composição desse novo modelo edilício devem inspirar a concepção da Midiateca 2.0 Sede Sebrae – DF (Brasil, 2012)
Com um partido arquitetônico bem interessante e criando uma releitura arquitetônica do que se apresentou ao modernismo, essa edificação apresenta uma visão contemporânea de Brasília Figura 46: Fachada principal da Sede do SEBRAE em Brasília
Fonte: http://coulonarchitecte.fr/projet/558/thionville
Fonte:https://www.archdaily.com.br/br/872870/m ediateca-terceiro-lugar-em-thionville-dominiquecoulon-and-associes
As atividades proporcionadas pela edificação assemelham-se com o programa de uma biblioteca, porém, com a adição de atividades complementares como contagem de histórias, sala de música, espaço para computadores e outras atividades que favorecem o convívio entre as pessoas. Considerações A definição desse projeto de que a Midiateca preenche uma lacuna fora da residência e local de trabalho ou acadêmico do usuário se tornando um “Terceiro Lugar” é bastante pertinente. Com um layout interno bastante flexível e dinâmico, a edificação é convidativa. Isso proporciona o desenvolvimento das relações e interações sociais entre as pessoas, uma vez que o programa concede situações favoráveis para isso.
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-402/sede-do-sebrae-gruposp
O uso do concreto aparente em conjunto de soluções em estrutura metálica, aplicados em um programa bem definido, concedem ao projeto um grande status de boa arquitetura, sendo inclusive premiada como a melhor obra de arquitetura do país em 2010.
Ficha técnica: • Arquitetos Responsáveis: Álvaro Puntoni, Luciano Margotto, João Sodré e Jonathan Davies • Localização: Via L2 Sul, Brasília, Distrito Federal - Brasil. • Área de projeto: 25.000,00m². • Ano do projeto: 2010 • Principais materiais e técnicas construtivas: concreto armado, aço e vidro. Análise técnica Primeiro destaque, é o conceito da obra que segundo os autores (GRUPOSP+LUCIANO MARGOTTO, 2008):
Enquanto isso, no interior do complexo o uso de sistemas inovadores estruturais como o sistema de viga vagão e estrutura mista (concreto armado e estrutura metálica), e sistemas bastante conhecidos como o uso de pilotis, proporcionam uma edificação condizente às tecnologias utilizadas na arquitetura da região. O projeto prevê ainda, o uso de trechos de cobertura verde, espelho d’água – onde estão dispostos os principais acessos e taludes que criam situações de aproveitamento de luz natural. Figura 48: Interior do complexo da Sede do Sebrae-DF
“O partido adotado no projeto responde a um só tempo às condicionantes urbanísticas de Brasília - incluindo as características topográficas do terreno – e ao caráter da arquitetura que se pretende para a sede do SEBRAE. O que se propõe não é um edifício, mas um conjunto arquitetônico com: 1) ênfase na espacialidade interna, objetivando a integração dos usuários assim como da paisagem construída e natural; 2) máxima flexibilidade para a organização dos escritórios; 3) preocupação em se obter performance ambiental e econômica.” Dito isso, é impossível dizer que os autores não chegaram ao resultado desejado. O conjunto arquitetônico - conforme conceitua os autores, atende integralmente aos dispostos em seu memorial justificativo. Os painéis metálicos verticais que compõe a fachada principal da edificação criam uma textura bem dinâmica causada pelo posicionamento irregular de cada painel. Figura 47: Brises da fachada da Sede do Sebrae em Brasília
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-402/sede-do-sebraegruposp
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-402/sede-do-sebraegruposp Apesar de não ser uma midiateca ou obra análoga, esse projeto merece destaque pois contempla boas práticas projetuais arquitetônicas, obtendo boa análises das condicionantes um resultado acima da média. O uso do sistema de viga vagão cria uma relação entre os blocos que estão afastados espacialmente. Já o uso do sistema de brises móveis em painéis de chapa perfurada, proporcionam aproveitamento de luz natural aos ambientes internos.
3.2.2 Midiateca Mont de Marsan (França, 2012) Envolta de uma imensa fachada em vidro, para um volume geométrico retangular, e implantada em uma região com uma disposição urbanística bastante rígida, a Midiateca Mont de Marsan traz mais um exemplar do destaque
Figura 49: Fachada principal da Midiateca Mont de Marsan, França
Seu interior “é um lugar de descobrimento, encontro e intercâmbio para seus usuários”, segundo os autores (ARCHI5, 2012). Ainda segundo os autores, o “edifício foi projetado como uma praça cultural coberta através das fachadas transparentes e o piso uniforme”. E de fato a midiateca é um “espaço de pesquisa e estudo, encontro e sobretudo de lazer”, conforme disserta Marinho (2013, p. 6). Esses fatores ressaltam o aspecto da interação social entre as pessoas. Sua fachada geometricamente retangular e disposta em ângulos de 90º não permite uma leitura arquitetônica de que a obra seja um mero “caixote”, pois apresenta um tratamento bem interessante com vidro em toda sua envoltória e ainda, uma segunda parede na parte interna criando um espaçamento entre o vidro e as paredes internas. Em seu interior, um pátio em formato ameboide corta o volume tendo ainda como vedação, o vidro. Isso permite uma interação interna e externa, além do aproveitamento de luz natural. Figura 51: Vista do pátio pelo lado externo à edificação
Figura 50: Vista do pátio pelo interior da edificação
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/600075/midi ateca-mont-de-marsan-slash-archi5
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/600075/midi ateca-mont-de-marsan-slash-archi5
Fonte: https://archi5.fr/en/portfolio/mediatheque-montdemarsan/ Ficha técnica: • Escritório Responsável: archi5 • Localização: Place de la Caserne Bosquet, 40000, Mont-de-Marsan, França • Área de projeto: 4.750,00m². • Ano do projeto: 2012 • Principais materiais e técnicas construtivas: aço e vidro Análise técnica Considerando o impacto social que as “bibliotecas de mídias” vêm ocupando nas mais diversas cidades francesas, a Midiateca de Mont de Marsan é um “exemplar” ímpar desse tipo de edificação.
Figura 52: Vista axonométrica explodida da edificação
Midiateca de Sendai (Japão, 2000) A Midiateca de Sendai é um dos percussores do modelo edilícios das midiatecas, tendo seu projeto concluído em 2000, fruto de um concurso em 1995. Seu programa é composto por galeria de arte, biblioteca, centro visual de imagens e um centro de inclusão para deficientes visuais e auditivos, o que de fato é algo inovador para a época, além de que o próprio programa foi desenvolvido com a participação ativa dos cidadãos de Sendai Figura 53: Fachada principal da Midiateca de Sendai
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/600075/midiateca-mont-demarsan-slash-archi5 Considerações O emprego de soluções arquitetônicas que contemplam a interação social é o grande destaque desta obra. O fato de a volumetria ser uma forma geométrica perfeita é pertinente, pois, urbanisticamente a obra está implantada em uma região com disposição bastante rígida, como um bairro militar convém. A praça interna cria espaços de leituras a céu aberto e pode ser usado diversas horas do dia sem ter incidência direta de sol. Essa praça cria ainda mais um espaço de convivência para o programa do edifício.
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/01-25662/classicos-daarquitetura-mediateca-de-sendai-toyo-ito-e-associates
Ficha técnica • Escritório Responsável: Toyo Ito & Associates • Localização: Sendai-shi, Japão • Área de projeto: 2.933,00m². • Ano do projeto: 2000 • Principais materiais e técnicas construtivas: aço e vidro Análise ténica O programa é bastante amplo e está distribuído ao longo de 7 pavimentos e 2 subsolos e possui uma altura máxima de quase 36,50m. A composição estrutural e elementos metálicos, compõe e criam a identidade da obra, além de proporcionarem uma relação entre os pavimentos.
Figura 54: Esquema estrutural da edificação
Fonte: http://www.toyo-ito.co.jp/WWW/Project_Descript/2000-/2000p_04/2000-p_04_en.html
Sendo uma das primeiras edificações com programa tão amplo e que já previam a evolução da biblioteca, o projeto contempla o pleno uso de novas TIC’s e cria ambientes internos que favoreçam seu uso. Considerações A abordagem pioneira de desenvolvimento de um programa que suporte as TIC’s, faz dessa obra ser destaque. Existe ainda o desenvolvimento das relações sociais e das interações humanas que são favorecidas pela disposição dos seus ambiente e programa.
Código de edificações do Distrito Federal – COE (Lei Nº 6.138, de 26 de abril de 2018)
NBR 9050/2015: Acessibilidade a Edificações Mobiliários, Espaços e Equipamentos Urbanos.
O código apresenta parâmetros para qualquer tipo edificação, sendo ela construção, modificação demolição de obras de engenharia e arquitetura Distrito Federal. E será utilizado para orientação viabilidade do empreendimento em âmbito local.
Esta norma estabelece parâmetros técnicos que deverão ser adotados em projetos, construções, reformas e em instalações, de modo a proporcionar condições de acessibilidade universal para os usuários. Sua aplicação será para os acessos (escadas e rampas), vagas, corrimãos e guarda-corpos, dimensionamento de equipamentos e sanitários.
de ou do de
Plano diretor local de Taguatinga – PDL Taguatinga (Lei Complementar nº 90, de 11 de março de 1998)
NBR 9077: Saídas de emergência em edifícios Como não possui uma NGB específica, para Taguatinga será usado o PDL, pois apresenta diretrizes construtivas como afastamentos, gabarito, entre outros, e será utilizado para a parte projetual no que diz respeito à viabilidade técnica da edificação e respeito ao entorno.
Plano Diretor de Ordenamento Territorial – PDOT (Lei Complementar Nº 803, de 25 de Abril de 2009) Apesar de não reconhecer (ainda) a midiateca como equipamento urbano de educação, conforme mostrado em seu artigo 52, o PDOT será usado para equiparar em termos da lei, a Midiateca à biblioteca, para que as diretrizes projetuais sejam condizentes com esse equipamento urbano.
Esta norma tem como objetivo, fixar condições de segurança para os usuários em casos de incêndio nas edificações. Sua aplicação no projeto será para o dimensionamento e localização das saídas e sistemas de emergência, tais quais como: chuveiros automáticos, hidrantes, escadas de emergência etc. NBR 16537: Sinalização tátil no piso – diretrizes para elaboração de projeto e instalação Esta norma tem como objetivo, estabelecer diretrizes para instalação de pisos táteis para pessoas com necessidades especiais se locomoverem com segurança no interior da edificação. Sua aplicação no projeto será para rotas acessíveis, trilhas táteis e alertas.
CBMDF NT-01 – Exigências de Sistemas de Proteção Contra Incêndio e Pânico das Edificações do Distrito Federal Esta norma se equipara à NBR 9077, porém em nível regional, e sua aplicação em projeto será complementar à NBR 9077.
CBMDF NT-10 – Saídas de emergência Esta norma se equipara à NBR 9077, porém em nível regional, e sua aplicação em projeto será complementar à NBR 9077.
A região escolhida para implantação do projeto abrange um local de confluência entre as 3 cidades mais populosas do Distrito Federal – Ceilândia, Taguatinga e Samambaia, e fica cerca de 28km do centro de Brasília. Conforme explicado anteriormente, a escolha do terreno se deu, entre outros fatores, justamente pela possibilidade de atender as 3 maiores cidades do Distrito Federal.
Figura 55 - Localização do terreno
Existem ainda na região, algumas edificações que proporcionam atração de pessoas e podem direcionar usuários até a Midiateca 2.0, que são delegacias, órgãos públicos, rodoviária, comércio e o Estádio Serejão. Todas essas atividades geram fluxo de pessoas que tem como principal via de circulação, conexão e acesso à via Elmo Serejo, que é um dos principais acessos da Ceilândia ao centro de Brasília – passando pelo centro de Taguatinga e posteriormente pela Estrada Parque Taguatinga. Figura 56 - Entorno imediato
Fonte: QGis - indicação do lote, Rudnick M. Dias (autor)
O terreno escolhido está localizado na RA III - Taguatinga, no lote 1 da Praça do Sol, ao lado do Centro Metropolitano do Distrito Federal (futura sede do governo do Distrito Federal) e da Estação “Centro Metropolitano” do Metrô-DF. Fonte: Geoportal - indicação de atividades do entorno, editado por Rudnick M. Dias (autor)
Apesar da boa localização, a região escolhida para implantação do projeto não se encontra em um centro urbano de nenhuma das 3 RA’s citadas, porém, essa escolha busca atender a 2 objetivos que é beneficiar a região com um equipamento público já que não há tantas opções no local e ainda, promover o desenvolvimento econômico para a região, uma vez que será um polo de atração de pessoas. As opções de equipamentos públicos e lazer são insuficientes para o local, e esse fator dá maior ênfase para a criação da Midiateca, uma vez que esta será um equipamento urbano público que deve auxiliar no atendimento desse tipo de demanda da região, além de agregar o novo teor dos seus serviços.
A nova classificação do lote é a CSIIR 2, que segundo a memória técnica da LUOS (2007, p. 32) , é definida com:
UOS CSIIR – Um dos usos não residenciais obrigatórios – Residencial permitido: a UOS CSIIR é aquela em que é obrigatório um ou mais dos usos não residenciais – Comercial, Prestação de Serviços, Institucional e Industrial – que poderão ocorrer simultaneamente ou não. O uso Residência é permitido, desde que não ocorra voltado para o logradouro público.
Com a aprovação recente da Lei Complementar Nº 948, de 16 de janeiro de 2019 – Lei de Uso e Ocupação do Solo do Distrito Federal – LUOS, novos parâmetros passam a ser utilizados e atualizados em relação a legislação anterior. Dessa forma, o terreno passa a seguir os seguintes parâmetros:.
[...]b) CSIIR 2 – UOS que se aplica, predominantemente, ao longo do sistema viário estruturante, Esta UOS está relacionada aos espaços de centralidade, às vias de atividades, às áreas de maior dinâmica e integração urbana. Nesses casos, o uso não residencial reforça o papel dessas áreas na configuração do espaço urbano.
Figura 57 - Classificação de Uso e Ocupação do Solo
A partir dessa classificação outros parâmetros são definidos e devem ser utilizados para concepção projetual: • • • • • • • •
•
Fonte: Geoportal - LUOS, editado por Rudnick M. Dias (autor)
Área do lote: 7.610,22 m² Coeficiente de aproveitamento básico: 2,00 Coeficiente de aproveitamento máximo: 2,00 Área máxima de construção: 15.220,44 m² Taxa de ocupação: 60% (4.566,13 m²) Taxa de permeabilidade: 30% (2.283,07 m²) Altura máxima da edificação: 29,50m Subsolo: permitido tipo 2 (o subsolo pode avançar além da projeção da edificação) Afastamentos laterais e fundo (para edificações com altura de 12,00m até 25,00m):
o o
Para vãos com abertura: 5,00m Para vãos com abertura de compartimentos de permanência transitória:
o
Fachada sem abertura: 2,50m
Figura 58 - Indicação do lote e topografia
4,00m
• •
Classificação de uso e atividade: 85.5 – Atividades de apoio à educação Exigência de vagas para veículos: o o o
Automóvel: 1 vaga para cada 75m² construídos Bicicletas: 1 vaga para cada 225m² construídos Vestiário: há necessidade de vestiário público.
Note que para fins de classificação geral da edificação, será considerada a atividade próxima à biblioteca e atividades de ensino, uma vez que a atividade de midiateca não está definida na legislação local.
Com uma área de 7610,22m², o lote que se apresenta em forma retangular com dimensões aproximadas de 141,05m na testada frontal e 54,05m² nas laterais, está locado entre as curvas de nível 1211 a 1219 e apresenta o maior declive entre as curvas 1211 e 1216 de modo diagonal em relação ao terreno.
Fonte: QGis - indicação do lote e curvas de nível, Rudnick M. Dias (autor)
A análise da incidência solar feita com o auxílio do software Sol-ar , estabelece parâmetros e informações sobre o comportamento do sol nas faces do lote (possíveis fachadas) ao longo das estações do ano (verão, inverno e solstícios). Desse modo, é possível verificar quais são as fachadas que devem ser previstos sistemas de controle e proteção solar, contribuindo para o conforto térmico dos usuários da edificação, bem como fazer uso racional dos recursos naturais (luz natural, ventilação cruzada, etc.) para minimizar a necessidade de uso de equipamentos mecânicos, como o uso de aparelhos de ar condicionado, por exemplo.
Figura 59 - Incidência solar na fachada noroeste
Figura 61 - Incidência solar na fachada sudeste Fachada sudeste (161º) Incidência solar: Solstício de inverno: não há incidência solar na fachada. Equinócio: 06:00h até 09:30h Solstício de verão: 05:30h até 13:00h
Fachada noroeste (341º) Incidência solar: Solstício de inverno: 06:30h até 17:30h Equinócio: 09:30h até 18:00h Solstício de verão: não há incidência solar na fachada.
Fonte: Mapa da SEGETH e Software Sol-AR, editado por Rudnick M. Dias (autor)
Fonte: Mapa da SEGETH e Software Sol-AR, editado por Rudnick M. Dias (autor)
Figura 60 - Incidência solar na fachada sudoeste
Figura 62 - Incidência solar na fachada nordeste
Fachada sudoeste (251º) Incidência solar: Solstício de inverno: 13:00h até 17:30h Equinócio: 12:30h até 18:00h Solstício de verão: 12:00h até 18:30h
Fonte: Mapa da SEGETH e Software Sol-AR, editado por Rudnick M. Dias (autor)
Fachada nordeste (71º) Incidência solar: Solstício de inverno: 06:30h até 12:30h Equinócio: 06:00h até 12:00h Solstício de verão: 05:30h até 11:30h
Fonte: Mapa da SEGETH e Software Sol-AR, editado por Rudnick M. Dias (autor)
A frequência dos ventos em Brasília é predominante em direção a leste, ainda que haja variações para noroeste e nordeste nas estações chuvosas. De todo modo, é possível fazer uso da rosa dos ventos para otimizar as soluções de ventilação, principalmente cruzada. Figura 63 - Velocidade dos ventos
Fonte: Software Sol-AR, da UFSC
Figura 64 - Frequência dos ventos
Fonte: Software Sol-AR, da UFSC
Com base em estudar o público que fará uso da edificação, criou-se um formulário online e se fez as mesmas perguntas a pessoas aleatórias no centro de Taguatinga.
Assim, do público consultado a maior parcela é de pessoas com idade acima de 18 anos. A segunda pergunta trata da ocupação dos entrevistados. Note que a opção “outros” abrange por exemplo, empresários e autônomos:
Composto por 8 perguntas sendo 7 objetivas e 1 subjetiva, a pesquisa visa identificar o público que fará uso da edificação, consultando pessoas aleatórias no centro de Taguatinga e através de um formulário online. O resultado será compilado a partir da resposta das 87 pessoas que responderam ao questionário. A primeira pergunta trata da faixa etária do público:
Gráfico 1: Pergunta 01 do formulário
Fonte: GoogleForms - Rudnick M. Dias (autor)
Gráfico 2: Pergunta 02 do formulário
Fonte: GoogleForms - Rudnick M. Dias (autor)
Dos entrevistados, grande maioria eram estudantes e manifestaram interesse no questionário, uma vez que a proposta trata de um equipamento público que favorece ao conhecimento. A terceira pergunta trata da relação dos entrevistados com a cidade onde pretende se implantar a midiateca: Gráfico 3: Pergunta 03 do formulário
Fonte: GoogleForms - Rudnick M. Dias (autor) Muitas das pessoas entrevistadas não moravam na cidade, mas conheciam e mantinham certa relação, como por exemplo, frequentar cursos, comércio ou visitar conhecidos. Assim, esse fator gerou uma observação de que Taguatinga de fato é uma zona de interesse regional, e faz com que pessoas de outras cidades visitem auxiliando a economia da cidade a se desenvolver fora do centro do Distrito Federal.
A quarta pergunta trata da relação de como os entrevistados buscam novos conhecimentos:
Gráfico 4: Pergunta 04 do formulário
Fonte: GoogleForms - Rudnick M. Dias (autor) Uma rápida observação permite uma consolidação do uso das TIC’s para a busca do conhecimento, pois, entre as opções marcadas: 81,6% buscam informações na internet por meio de smartphone e 69% buscam informações na internet por meio de computadores e notebooks. O percentual crescente que surpreende é o uso de novas tecnologias para acesso à informação, já que 26,4% dos entrevistados, afirmaram buscar informações na internet por meio de “outros equipamentos”, como Tv, tablets, kindles, videogames e outros. Note que essas tecnologias há algum tempo não tinha acesso à internet e hoje já representam 1/4 das opções de busca por informações e conhecimentos.
A quinta pergunta trata da frequência que os entrevistados visitam locais que proporcionam conhecimento: Gráfico 5: Pergunta 05 do formulário
A sexta pergunta aborda os principais problemas encontrados nos equipamentos públicos que tratamos aqui: Gráfico 6: Pergunta 06 do formulário
Gráfico 1: Pergunta 01 do formulário
Fonte: GoogleForms - Rudnick M. Dias (autor) O resultado é bastante impactante ao passo de que certa de 20% apenas dos entrevistados vão a bibliotecas, museus ou centros culturais em busca de conhecimento. O uso intenso da internet e a facilidade que se obtém novas informações através de gadgets e equipamentos portáteis, pode de fato estar afastando as pessoas desses espaços que eram antes, locais de conhecimento.
Fonte: GoogleForms - Rudnick M. Dias (autor) Os dados mostram os principais problemas que os usuários vêm enfrentando para fazer o uso desses equipamentos públicos, reduzindo a frequência com que buscam esses locais. Há ainda a classificação de que a infraestrutura (mobiliários, equipamentos, computadores, sanitários) não atendem de modo satisfatório às necessidades dos usuários. E por último, 35,6% dos entrevistados apontam que um dos maiores problemas é a climatização e sua manutenção, pois, “raramente funcionam, ou quando funcionam são barulhentos e exalam mal cheiro”, conforme informa um dos entrevistados.
A sétima pergunta aborda o ponto focal da pesquisa que é o quanto o usuário está receptivo para a instalação de um equipamento público como a Midiateca:
A última pergunta aborda os anseios de cada entrevistado para esse modelo edilício. Alguns usuários optaram por não responder, pois segundo eles, não sabem o que esperar de tantas inovações num só local.
Gráfico 7: Pergunta 07 do formulário
Gráfico 8: Pergunta 08 do formulário
Fonte: GoogleForms - Rudnick M. Dias (autor)
Fonte: GoogleForms - Rudnick M. Dias (autor) Um montante de 94,6% dos entrevistados aponta que esse novo equipamento público seria interessante para a cidade e ainda faria uso do mesmo. O percentual de pessoas que cogitaram de forma positiva frequentar à Midiateca 2.0 se dá pela importância que o meio tecnológico possui atualmente e dado o uso de tecnologias para a obtenção de novos conhecimentos, muitos acreditam que seja esse um futuro próximo.
Compilando algumas respostas, é possível verificar que os principais desejos dos usuários são: • Facilidade de acesso (mobilidade); • Acervo tão rico quanto a internet proporciona; • Novas formas de interação; • Inovação; • Um local de aprendizado; • Diversidade de mídias; • Acessibilidade; Assim, é importante notar que todas as definições de projeto e conceito que surgem a partir daqui, estão embasadas nesses anseios, pois, para cumprir sua função social, a edificação deve atender às necessidades daqueles que vão fazer uso dela.
Setor: Administrativo Área
Midiateca 2.0
Ambiente Administrativo
Área: 195,00 m²
Apoio
Área: 139,00 m²
Desenvolvimento e TI
Área: 438,00 m²
Manutenção e conservação
Área: 635,00 m²
Convivência e acesso
Educação e inclusão digital
(m²)
Observação
25,00
25,00
1 sala
Secretaria
10,00
10,00
1 sala
Telefonista
15,00
15,00
1 sala
Área: 3.804,00 m²
Área: 950,00 m²
Almoxarifado/
Área: 719,00 m²
Inovação Financeiro/ Comercial Recursos
Os sanitários serão distribuídos por pavimento abrangendo todas atividades nele contido. Serão 4 sanitários PCD e 4 sanitários de uso comum por pavimento.
Humanos
Recepção/Espe ra
Descrição Sala de trabalho da diretoria da
Midiateca Sala de trabalho da secretaria da Midiateca
Ambiente reservado a central telefônica
Espaço destinado a guarda de 25,00
25,00
1 sala
equipamentos e suprimentos de uso geral da Administração
Área: 1.500,00 m²
Coaching e Serviços
(m²)
Diretoria
Depósito Núcleo do conhecimento
unitária
Total
20,00
20,00
1 sala
25,00
25,00
1 sala
25,00
25,00
1 sala
40,00
40,00
Sala reservada para consultor de inovação Sala reservada ao setor de assuntos comerciais e financeiros Sala reservada ao setor de assuntos de capital humano
Capacidade
Ambiente reservado à espera de
de até 15
atendimento dos setores
pessoas
administrativo
4 salas com Sala de Reunião
10,00
40,00
capacidade para 10 pessoas
Total aproximado: 195,00 m²
Ambiente reservado para reunião
Núcleo do Conhecimento Área Ambiente
unitária
Total (m²)
Observação
Descrição
(m²) Ambiente em vão Exposição multimídia
livre (layout 1.500,00
1.500,00
variável de
acordo com a exposição)
Local destinado ao compartilhamento de informação e conhecimento por meio de tecnologias de informação e comunicação em narrativa expositiva
Total aproximado: 1.500,00 m²
Setor: Apoio Área Ambiente
unitária
Total (m²)
Observação
Descrição
(m²) Brigada de Incêndio e
Ambiente destinado à prática de primeiros 40,00
40,00
1 sala
Socorristas Salas de segurança e CFTV Guarita Sala de
automação Vestiário
socorros dos usuários da edificação e brigadistas em caso de incêndio Ambiente reservado aos funcionários do
25,00
25,00
1 sala
setor de segurança e monitoramento do circuito fechado de TV
4,00
4,00
1 guarita
20,00
20,00
1 sala
25,00
Total aproximado: 139,00 m²
50,00
Local de vigilância e controle de acesso à edificação Ambiente reservado ao controle dos
sistemas automatizados da edificação
2 vestiários com
Ambiente destinado à realização de
10 boxes
necessidades fisiológicas e higiene pessoal
Setor: Educação e Inclusão Digital Área Ambiente
unitária (m²)
Mesa de estudo individual Salas de estudo coletivo Auditório
Foyer do auditório
Salas de apoio Auditório Sala de oficina de capacitação Sala de projeção
Biblioteca digital Salas de videoconferência
200,00 6,50
150,00
90,00
Total (m²) 200,00 65,00
150,00
90,00
Setor: Serviços Área
Observação
Descrição
30,00
100,00
125,00
10,00
Total aproximado: 950,00 m²
30,00
150,00
100,00
125,00
40,00
unitária (m²)
Ambiente em
Espaço destinado a prática de estudo
vão livre
individual
10 salas
Auditório para 125 pessoas
e discussões em grupo
Brinquedotec
Ambiente reservado à apresentação,
a
geral Local interno para convivência,
convívio para
integração ou interação social e
90 pessoas
extensão das atividades do auditório
5 salas
1 sala
Espaço para 50 pessoas
75,00
Observaçã
(m²)
o
150,0
02
0
restaurantes
60,00
60,00
1 sala
palestras, workshop e projeção em
Área de
3 salas
Restaurante
Total
Espaço destinado a prática de estudo
Salas reservadas para atividades de 10,00
Ambiente
Fraldário
Guardavolumes
tradução, apoio)
comerciais
Salas de apoio e aula para aplicação
Praça de
de cursos de capacitação e inclusão
alimentação
digital
Recepção e
Sala para projeção de conteúdos
balcão de
audiovisuais
informações
6,00
24,00
por meio de equipamentos eletrônicos
Vestiários/
e leitores digitais
Sanitários
a prática de videoconferência e VoIP
de refeições diversas Ambiente destinado a lazer de crianças
4 salas
higienização e cuidados Local para guarda
30,00
30,00
1 sala
temporária de pertences dos usuários
30,00 200,00
150,0 0 200,0 0
5 lojas 1 espaço
Ambiente de destinação comercial Ambiente destinado para consumo de refeições Local para recepção,
25,00
25,00
1 espaço
credenciamento e
liberação de acesso
Ambiente para acesso à livros digitais
até 6 pessoas
comercial para o consumo
com bebês
Lojas
Sala de usos coletivo reservada para
Ambiente de destinação
Ambiente reservado a
apoio ao auditório (camarim, sala de
4 salas para
Descrição
40,00
80,00
Total aproximado: 719,00 m²
2 vestiários
Ambiente destinado à
e sanitários
realização de
com 12
necessidades fisiológicas e
boxes
higiene pessoal
Setor: Manutenção e Conservação Ambiente Depósito de lixo reciclável Depósito de lixo não reciclável Sala de terceirizados Casa de pressurização das escadas Casa de máquinas Casa de bombas e reservatório inferior Reservatório superior Casa de geradores e
Área unitária
Total (m²)
Observação
Descrição
10,00
40,00
4 depósitos
Ambiente reservado à guarda temporária de resíduos recicláveis
10,00
40,00
4 depósitos
35,00
35,00
15 funcionário
(m²)
10,00
20,00
2 espaços
20,00
160,00
8 salas
35,00
10,00
35,00
40,00
1 espaço / reservatório para 45.000L Capacidade 50.000L
30,00
30,00
1 espaço
Casa de máquinas - Elevadores
20,00
40,00
2 espaços
DML / Manutenção
5,00
40,00
8 ambientes
Sala de ferramentas
20,00
20,00
1 sala
15,00
15,00
1 sala
Docas
30,00
30,00
Espaço para 2 caminhões
Depósito docas
35,00
30,00
1 sala
Almoxarifado
20,00
20,00
1 sala
Laje técnica
20,00
40,00
2 espaços
subestação
Sala encarregado terceirizados
Total aproximado: 635,00 m²
Ambiente reservado à guarda temporária de resíduos nãorecicláveis Sala destinado aos funcionários de manutenção patrimonial Ambiente reservado para instalação de equipamentos de pressurização das escadas de emergência Sala destinada aos equipamentos de exaustão, retorno de ar e insuflamento Ambiente reservado à guarda das bombas utilizadas no reservatório e reservatório de água para reserva técnica de incêndio Reservatório de água para consumo e reserva técnica de incêndio Sala destinada ao funcionamento dos geradores em caso de falta de energia Ambiente reservado à guarda dos motores e equipamentos de funcionamento dos elevadores Ambiente de apoio as atividades de limpeza e manutenção Ambiente destinado a guarda de ferramentas de uso distinto do setor de manutenção técnica Sala responsável pelos funcionários dos setores de manutenção patrimonial e técnica Local de carga e descarga Local reservado para guarda temporária de cargas recebidas nas docas Espaço destinado a guarda de suprimentos de uso geral da edificação Ambiente de acesso aos reservatórios, barriletes, casa de máquinas de elevadores e cobertura
Setor: Convivência e acesso Ambiente
Área unitária (m²)
Total (m²)
Observação
Descrição
2 elevadores por
Equipamento destinado à circulação vertical da
prumada
edificação
1 elevador por
Ambiente destinado à circulação vertical da edificação
prumada
em caso de emergência
1 elevador por
Ambiente destinado à circulação vertical da edificação
prumada
para transporte de cargas
Elevador social
10,00
20,00
Elevador de emergência
3,50
7,00
Elevador de serviço
3,50
7,00
Escadas de emergência
20,00
40,00
2 escadas
150,00
150,00
Para 40 pessoas
Lounge e espaço do ócio Hall de entrada
200,00
200,00
Para 50 pessoas
Estacionamento público
2.000,00
2.000,00
Para 60 veículos
Estacionamento privativo
1.350,00
1.350,00
Para 35 veículos
Bicicletário
30,00
30,00
Para 50 bicicletas
Total aproximadamente: 3.804,00 m²
Ambiente destinado à circulação vertical da edificação em caso de emergência, inclusive antecâmara Local interno para convivência, integração ou interação social Ambiente de recepção dos usuários e acesso principal público à edificação Espaço público destinado para as vagas de estacionamento de veículo de usuários Espaço privativo destinado para as vagas de estacionamento de veículo de funcionários Espaço público destinado a guarda temporária de bicicletas
Setor: Desenvolvimento e TI Ambiente Centro de processamento de dados (CPD) Sala de climatização dos equipamentos de TI Sala técnicas Gerente de TI
Área unitária
Total (m²)
Observação
70,00
70,00
1 sala
15,00
15,00
1 sala
12,00
96,00
8 salas
(m²)
Descrição Ambiente reservado à guarda de equipamentos de informática e servidores da Midiateca Ambiente reservado aos funcionários do setor de climatização dos equipamentos de TI Ambiente reservado aos quadros e racks, duas por pavimento. Sala do funcionário responsável pelo setor de Desenvolvimento
12,00
12,00
1 sala
25,00
25,00
1 sala
Ambiente reservado a manutenção e conserto de equipamentos
Depósito - TI
25,00
25,00
1 sala
Espaço destinado a guarda de equipamentos de TI
Almoxarifado - TI
20,00
20,00
1 sala
Espaço destinado a guarda de suprimentos de TI
45,00
45,00
1 sala
10,00
10,00
1 estúdio
Oficinas de manutenção de equipamentos
Divisão de desenvolvimento conteúdo acessível Estúdio de gravação com sala acústica Divisão de desenvolvimento
API, APP e WEB Divisão de desenvolvimento de conteúdo audiovisual Divisão de computação científica Laboratório de computação científica
e TI
Ambiente reservado aos funcionários de desenvolvimento de conteúdo para pessoas com deficiência Ambiente reservado para gravação de vídeos descritivos em libras, traduções e conteúdos diversos Ambiente reservado aos funcionários de desenvolvimento de
30,00
30,00
1 sala
conteúdo para computadores, internet, smartphones e outros gadgets
30,00
30,00
1 sala
Ambiente reservado aos funcionários de desenvolvimento de conteúdos diversos Ambiente reservado aos funcionários de desenvolvimento de
30,00
30,00
1 sala
conteúdo específicos como realidade aumentada, realidade virtual, holograma, inteligência artificial, etc.
30,00
30,00
1 sala Total aproximado: 438,00 m²
Ambiente reservado aos testes de conteúdos
“A tecnologia que une quem está longe é a mesma que separa quem está perto”. Pensando nisso a intenção do projeto é consolidar a tecnologia como ferramenta de aprendizado e aproximação social. Tornar a tecnologia um grande aliado para a promoção do conhecimento é uma visão otimista do futuro, onde grande parte da sociedade está se tornando “alienados digitais”. O vício em tecnologias é uma mazela que vêm criando até mesmo novas doenças. Portanto, extrair a boa essência da tecnologia é o grande “x” da questão, e assim surge a primeira premissa do projeto que é criar um grande espaço para abrigar ferramentas de aprendizado e inclusão. A escolha do terreno foi feita com base na premissa anterior e a vontade de promover a democratização da informação para um maior número de pessoas. A região adequada para isso é a área de confluência entre as maiores RA’s do Distrito Federal que iriam gerar grande fluxo de usuários a esse equipamento público justificando ainda mais a sua existência. Assim, inicialmente decidiu-se por fazer uso do máximo de ocupação permitida para o lote conforme parâmetros do LUOS, de modo a aproveitar todo espaço disponível para criar esse equipamento público, já que não há outras opções de lazer e cultura no entorno imediato do lote. Com essa premissa, surge o primeiro conceito volumétrico do projeto que seria criação de um volume quadrado (que em relação as outras formas geométricas círculo, triângulo e até mesmo volumes orgânicos) é aquele que se tem maior aproveitamento do espaço. Porém, dadas as dimensões do lote e sua posição em relação a via Elmo Serejo esse quadrado foi “esticado” e criou-se então um prisma retangular. Figura 65 - Concepção volumétrica
Fonte : Rudnick M. Dias (Autor)
A topografia que possui declive em três sentidos mostra que locar este prisma diretamente no terreno pode ter um aspecto um tanto quanto grosseiro e agressivo, e ainda levando em consideração o teor social que se pretende conceder a edificação, optou-se por suspendê-lo criando uma praça sob a Midiateca reforçando a intenção do projeto como acontece com o MASP Figura 66 – Topografia do Terreno
Fonte - Rudnick M. Dias (Autor) Figura 67 - MASP
Fonte http://www.bandnewsfm.com.br/2018/09/05/fundopatrimonial-pode-salvar-museus-de-fechar-as-portas/
Para tornar isso é viável estruturalmente, a concepção do partido tinha a premissa de possuir poucos pilares -já que eles poderiam funcionar como “barreiras visuais”, entretanto era necessário que mesmo com uma quantidade reduzida de pilares a estrutura fosse estável. Analisando o prédio da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), verificou-se que ambos possuem dimensões aproximadas e que era possível atender as premissas estruturais desde que houvesse adequações, pois o prédio da CNM é um tanto mais estreito do que a Midiateca, tendo duas vigas treliçadas apoiando em apenas 4 pilares, um volume com dimensão de 20x70m. Figura 68 – Confederação Nacional dos Municípios (CNM)
Fonte - https://www.archdaily.com.br/br/0175494/1o-lugar-nova-sede-da-confederacaonacional-de-municipios-cnm-miraarquitetos/75494_75498
A Midiateca possui uma largura pelo menos 50% maior que o prédio supracitado e isso demando um maior complemento estrutural. Foram criados eixos estruturais intermediários para manter uma estrutura isostática. Outro fator que reforçou a criação dos eixos intermediários foi perceber que quando se optou por suspender o prisma e criar a praça, perdeu-se qualquer relação e integração direta entre os pavimentos e os subsolos (que eram obrigatórios para atender a legislação). A solução adotada foi criar dois núcleos estruturais que possuem basicamente três funções: • Estrutural: viesse a compor o sistema e atender das cargas da edificação, além de reduzir as seções das vigas longitudinais e transversais. • Circulação vertical: integrar funcionalmente a circulação vertical da edificação escadas e elevadores criando acesso entre os subsolos e os pavimentos. • Instalações: integrar as infraestruturas e instalações de passam entre os subsolos e os pavimentos por meio de shafts. Devido as dimensões da edificação, ficou claro que houve uma redução do aproveitamento de luz natural tanto nas regiões mais centrais dos pavimentos quanto na praça. Verificando o programa de necessidade e fazendo os devidos ajustes foi possível criar um átrio que parte do primeiro pavimento e vai até a cobertura e concede uma otimização de iluminação nos pavimentos e na praça. Para atender aos ajustes do programa de necessidades que foi “reduzido” para se criar o átrio, dois espaços ganharam status de áreas de exposições e uso público que seriam a praça (de modo análogo com o uso do térreo do MASP) quando na cobertura que foi convertida em um rooftop de exposições e eventos temporários. A concepção volumétrica das fachadas vem do aspecto arquitetônico resultante do prisma projetado, e inspirado do trabalho do arquiteto Guto Requena, origina uma nova premissa do projeto que era conceder um aspecto tecnológico a ela. A intenção é que a fachada da edificação interaja com a cidade ao passo que os usuários interagem com a Midiateca. Assim, foi criada uma envoltória que servisse num primeiro momento, como um elemento de proteção solar que é composto por painéis em display OLED e ao final do dia, servisse como planos de projeção. Os painéis seriam fixados em um trilho eletrificado móvel que permitiria que ele corresse e se acoplasse à outros painéis e assim criar um plano de projeção maior, e sua movimentação seria aleatória de modo a sempre gerar disposições dinâmicas dos painéis. Sua montagem será intercalada visualmente por um brise horizontal fixo e terá a função ainda, de suportar um jardim vertical. Rooftop: terraço
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Dada a importância que os recursos audiovisuais vêm ganhando na atualidade, a necessidade de transformá-los em fonte de conhecimento é uma evolução necessária para o processo cognitivo das pessoas, haja visto que estão cada vez mais “antenadas” com essas novas tecnologias. A Midiateca 2.0 tem a missão de fazer com que as pessoas voltem a buscar conhecimento não apenas em suas casas, fazendo o uso de seus computadores e outros gadgets, mas em um equipamento público que cumpra essa função e proporcione a todos inclusão social e digital. A consolidação do uso de novas TIC’s para o aprendizado e ensino será uma evolução natural desse novo ciclo de conhecimento. Explorar as tecnologias que têm sido usadas para o entretenimento será uma boa forma de atrair usuários, visitantes e até mesmo turistas, proporcionando o desenvolvimento econômico regional. Entretanto, a busca pela necessidade espacial desse novo tipo de edificação nos levou a perceber que ainda não há grandes requisitos técnico, haja visto que atendendo aos requisitos das instalações elétricas e mecânicas, o fato de se ter um pavimento em vão livre, permite que a mutação diária das novas tecnologias não fiquem presas. Assim, os requisitos para um futuro próximo, provavelmente estará inserido na busca de espaços cada vez mais flexíveis e conectados, que possam garantir a interação das pessoas seja de modo tecnológico ou social. O grande papel da Midiateca 2.0 será sobretudo, compartilhamento de conhecimento e o fará de formas sempre dinâmicas e divertidas, consolidando novos meios de ensino. É importante notar que hoje, por mais que haja a maior intenção de se criar a Midiateca 2.0, não se tem ainda o suporte necessário para tal. A criação de conteúdo ainda é bastante tímida insuficiente para o fluxo necessário para tornar a Midiateca uma grande reunião de novos saberes. De qualquer modo, é visível que a sociedade caminha para essa evolução à passos largos e que essa evolução tende a ser um pouco natural (considerando a evolução natural das tecnologias) e até mesmo forçada, com a criação de novas necessidades por parte das empresas.
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Vol. 02 - Caderno de projeto