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Arte Moderna por wikipĂŠdia


Arte Moderna do Século XX Arte Moderna

Art nouveau............................................................................................. 5 Uma estética para o design...................................................................................... 7 A influência do Art Nouveau.................................................................................... 7 O Art Nouveau na arquitetura................................................................................. 9

Cubismo................................................................................................... 11 Orfismo ................................................................................................................... 11 O cubismo se divide em duas fases:........................................................................ 12 Cubistas e artistas com obras cubistas..................................................................... 12

Pablo Picasso........................................................................................... 15 Biografia................................................................................................................... 15 Biografia cronológica............................................................................................... 19 Posicionamento político.......................................................................................... 25 Guernica.................................................................................................................. 26 Período Africano ..................................................................................................... 27 Cubismo analítico ................................................................................................... 27 Cubismo sintético ................................................................................................... 27 Classicismo e surrealismo ....................................................................................... 28

Dadaísmo................................................................................................ 29 Principais características.......................................................................................... 29 Modelo Dadaísta...................................................................................................... 30 Representantes do início do movimento................................................................. 32

De Stijl..................................................................................................... 33 Conseqüências e influência do Stijl.......................................................................... 34

Expressionismo........................................................................................ 37 Definição ................................................................................................................. 39 Origens e influências ............................................................................................... 44 Arquitetura.............................................................................................................. 47 Deutscher Werkbund .............................................................................................. 47 Escola de Amsterdam.............................................................................................. 49 Arbeitsrat für Kunst ................................................................................................. 49 Der Ring................................................................................................................... 50 Neues Bauen............................................................................................................ 51 Pintura .................................................................................................................... 51 Nova Objetividade .................................................................................................. 53 Narrativa ................................................................................................................. 57

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Arte Moderna do Século XX Impressionismo....................................................................................... 59 Características.......................................................................................................... 59 Orientações Gerais que caracterizam o impressionista:.......................................... 60 Origens..................................................................................................................... 61 Impressionismo no Brasil......................................................................................... 61 Música e literatura................................................................................................... 62

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Art nouveau

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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Arte nova (do francês Art nouveau [aR. nu’vo]), foi um estilo estético essencialmente de design e arquitetura que também influenciou o mundo das artes plásticas. Era relacionado com o movimento arts & crafts e que teve grande destaque durante a Belle époque, nas últimas décadas do século XIX e primeiras décadas do século XX. Relaciona-se especialmente com a 2ª Revolução Industrial em curso na Europa com a exploração de novos materiais (como o ferro e o vidro, principais elementos dos edifícios que passaram a ser construídos segundo a nova estética) e os avanços tecnológicos na área gráfica, como a técnica da litografia colorida que teve grande influência nos cartazes. Devido à forte presença do estilo naquele período, este também recebeu o apelido de modern style (do inglês, estilo moderno). O nome surgiu de uma loja parisiense (capital internacional do movimento), chamada justamente Art nouveau e que vendia mobiliário seguindo o estilo. Caracteriza-se pelas formas orgânicas, escapismo para a Natureza, valorização do trabalho artesanal, entre outros. O movimento simbolista também influenciou o art nouveau. Recebeu nomes diversos dependendo do país em que se encontrava: Flower art na Inglaterra, “Modern Style”, “Liberty” ou estilo “Floreale” na Itália. Os germanicos criam sua própria vertente de Art Nouveau chamada Jugendstil. No Brasil, teve fundamental participação na divulgação e realização da art nouveau o Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. Um dos maiores nomes desse estilo, no Brasil, é o artista Eliseu Visconti, pioneiro do design no País. Em Portugal, edifícios em estilo arte nova são particularmente comuns em Aveiro e Caldas da Rainha. Em Lisboa, a Casa - Museu Dr. Anastácio Gonçalves é um bom exemplo da variante portuguesa do estilo, assim como no Porto o Café Majestic. Em Portugal foi comum, mais que a arquitetura, a decoração de fa-

Surrealismo............................................................................................. 63 Visão geral............................................................................................................... 63 Trajetória.................................................................................................................. 64 Surrealismo na Arte................................................................................................. 64 Curiosidades............................................................................................................ 65 Anos 30.................................................................................................................... 65 A Segunda Guerra Mundial...................................................................................... 66

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Art Noveau

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Uma estética para o design

chadas e interiores com azulejos em estilo arte nova, como se comprova em muitos edifícios da virada dos séculos XIX e XX.

Ao contrário da maioria das correntes associadas ao movimento modernista, o Art Nouveau não foi dominado pela pintura. Mesmo os pintores mais estreitamente relacionados com o estilo, Toulouse-Lautrec, Pierre Bonnard, Gustav Klimt, criaram cartazes e objetos de decoração memoráveis. Juntamente com o Arts and Crafts, o Art Nouveau foi um dos estilos estéticos que prepararam o caminho do design moderno. Art Nouveau modernizou o design editorial, a tipografia e o design de marcas comerciais; além de se destacar pelo desenvolvimento dos cartazes modernos. Art Nouveau também revolucionou o design de moda, o uso dos tecidos e o mobiliário, assim como o design de vasos e lamparinas Tiffany, artigos de vidro Lalique e estampas Liberty City. A litografia colorida tornou-se disponível no final do século XIX, possibilitando aos designers da época trabalhar direto na pedra, sem as restrições da impressão tipográfica, possibilitando um desenho mais livre. Esse avanço tecnológico foi responsável pelo florescimento e difusão dos cartazes impressos. Influência da pintura japonesa Talvez a principal influência estética que inspirou o uso publico do espaço graficamente foi a popularidade das estampas japonesas. A pintura japonesa valorizava muito o espaço em branco do papel e a composição precisa dos elementos figurativos, além do movimento e textura gráfica da pincelada. Podemos perceber essa influência direta na composição e desenho, extremamente gráficos e econômicos, de Aubrey Beardsley, um dos pioneiros do design (e do desenho artístico) moderno. Além disso, a expressividade da caligrafia japonesa pode ter influenciado também muito da caligrafia expressionista.

A influência do Art Nouveau Embora o Art Nouveau seja uma manifestação típica do século XIX, podem-se encontrar traços desse moviArte Moderna - 6

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mento no design gráfico posterior do século XX. Para demonstrar a continuidade da influência do estilo, podemos destacar:

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A família tipográfica Bookman, o arredondado da Cooper Black e o redesenho de tipografias antigas e ornamentadas, possíveis por avanços tecnológicos como a fotoletra, fotocomposição e a tipografia digital. Embora, por muito tempo, designers educados à sombra do Bauhaus e do Estilo internacional tenham criticado o Art Nouveau como uma manifestação estética excessivamente ornamental, atualmente se valoriza muito a importância histórica do Art Nouveau, sem menosprezar a sua riqueza ornamental.

O Art Nouveau na arquitetura O art nouveau surgiu como uma tendência arquitetônica inovadora do fim do século XIX: um estilo floreado, em que se destacam as formas orgânicas inspiradas em folhagens, flores, cisnes, labaredas e outros elementos. Os edifícios apresentam linhas curvas, delicadas, irregulares e assimétricas. Mosaicos e mistura de materiais caracterizam muitas obras arquitetônicas, como as de Antoni Gaudí, expoente do movimento na Espanha. Com cacos de vidro e ladrilhos, ele decora construções como o Parque Güell e a Casa Milá, em Barcelona. A Catedral da Sagrada Família é outra obra sua de destaque.

O estilo psicodélico dos anos de 1960-70 (ver Milton Glaser). Especialmente influênciados pelo Jugendstil. Arte Moderna - 8

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Arte Moderna do Século XX

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Cubismo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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Cubismo tratava as formas da natureza por meio de figuras geométricas, representando todas as partes de um objeto no mesmo plano. A representação do mundo passava a não ter nenhum compromisso com a aparência real das coisas. O movimento cubista evoluiu constantemente em três fases: Fase cezannista ou cezaniana entre 1907 e 1909 Fase analítica ou hermética entre 1909 a 1912 - que se caracterizava pela desestruturação da obra, pela decomposição de suas partes constitutivas; Fase sintética (contendo a experimentação das colagens) - foi uma reação ao cubismo analítico, que tentava tornar as figuras novamente reconhecíveis, como colando pequenos pedaços de jornal e letras. Desta última fase decorrem dois movimentos:

Orfismo Secção de Ouro

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Historicamente o Cubismo originou-se na obra de Cézanne, pois para ele a pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros. Entretanto, os cubistas foram mais longe do que Cézanne. Passaram a representar os objetos com todas as suas partes num mesmo plano. É como se eles estivessem abertos e apresentassem todos os seus lados no plano frontal em relação ao espectador. Na verdade, essa atitude de decompor os objetos não tinha nenhum compromisso de fidelidade com a aparência real das coisas. O pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões, numa superfície plana, sob formas geométricas, com o predomínio de linhas retas. Não representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou objetos. Representa-os como se movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os ângulos visuais, por cima


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Arte Moderna do Século XX Juan Gris Kazimir Malevich Lyonel Feininger Fernand Léger Umberto Boccioni Robert Delaunay Diego Rivera Alexandra Nechita Tarsila do Amaral Vicente do Rego Monteiro

e por baixo, percebendo todos os planos e volumes.

Principais características geometrização das formas e volumes; renúncia à perspectiva; o claro-escuro perde sua função; representação do volume colorido sobre superfícies planas; sensação de pintura escultórica; cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um ocre apagado ou um castanho suave.

O cubismo se divide em duas fases: Cubismo Analítico - (1909) caracterizado pela desestruturação da obra em todos os seus elementos. Decompondo a obra em partes, o artista registra todos os seus elementos em planos sucessivos e superpostos, procurando a visão total da figura, examinado-a em todos os ângulos no mesmo instante, através da fragmentação dela. Essa fragmentação dos seres foi tão grande, que se tornou impossível o reconhecimento de qualquer figura nas pinturas cubistas. A cor se reduz aos tons de castanho, cinza e bege. Cubismo Sintético - (1911) reagindo à excessiva fragmentação dos objetos e à destruição de sua estrutura. Basicamente, essa tendência procurou tornar as figuras novamente reconhecíveis. Também chamado de Colagem porque introduz letras, palavras, números, pedaços de madeira, vidro, metal e até objetos inteiros nas pinturas. Essa inovação pode ser explicada pela intenção do artistas em criar efeitos plásticos e de ultrapassar os limites das sensações visuais que a pintura sugere, despertando também no observador as sensações táteis

Cubistas e artistas com obras cubistas Pablo Picasso Georges Braque Arte Moderna - 12

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Pablo Picasso

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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ablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno María de los Remedios Cipriano de la Santísima Trinidad Ruiz y Picasso, ou simplesmente Pablo Picasso (Málaga, 25 de outubro de 1881 — Mougins, 8 de abril de 1973), foi um pintor, escultor e desenhista espanhol. Foi reconhecidamente um dos mestres da arte do século XX. É considerado um dos artistas mais famosos e versáteis de todo o mundo, tendo criado milhares de trabalhos, não somente pinturas, mas também esculturas e cerâmica, usando, enfim, todos os tipos de materiais. Ele também é conhecido como sendo o cofundador do Cubismo, junto com Georges Braque.

Biografia Infância e juventude Escultura no Daley Plaza (Chicago, Estados Unidos). Nasceu em Málaga (Andaluzia) e recebeu o nome completo de Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno María de los Remedios Cipriano de la Santíssima Trinidad Ruiz Picasso, filho de María Picasso y López e José Ruiz Blasco. Em torno do seu nascimento surgiram várias lendas, algumas das quais Picasso se esforçou a promover. Segundo uma delas, Picasso nasceu morto e a parteira dedicou a sua atenção à mãe acamada. Só o médico, Don Salvador, o salvou de uma morte por asfixia soprando-lhe fumo de um charuto na face. O fumo fez com que Picasso começasse a chorar. O seu nascimento no dia 25 de outubro de 1881, às onze e um quatro da noite, seria assim descrito por Picasso aos seus biógrafos, que a publicavam de boa vontade[1]. Roland Penrose, um dos mais conhecidos biógrafos de Picasso, procurou nas suas origens a razão da sua genialidade e da sua abertura à arte, algo natural na compreensão de um gênio. Na geração dos seus pais são vários os vestígios. O seu pai era pintor e desenhisArte Moderna - 15


Arte Moderna do Século XX

Arte Moderna do Século XX apresentava-os ao fim de poucos dias, ao cabo que o seu trabalho se destacava, inclusive, do dos finalistas. [1] Com catorze anos, Picasso conseguia superar as exigências de uma conceituada academia de arte. Trabalhos académicos, que segundo o próprio, ao cabo de vários anos o assustavam. Os trabalhos que fazia colocavam-no na série de conceituados pintores de Barcelona, como Santiago Rusiñol e Isidro Nonell, e o seu quadro A Primeira Comunhão é exposto na célebre exposição da época na cidade. [1] Apesar de ter optado por uma temática religiosa, este não deixa de ser um acontecimento privado, do plano familiar. Apesar de realista e de satisfazer as exigências académicas, por outro lado a obra acaba por ser uma tentativa de combate ao convencionalismo. Depois de uma estadia em Málaga, em 1897 instala-se em Madrid.

ta, de bem medíocre talento. Don José, dedicava-se a pintar os pombos que pousavam nos plátanos da Plaza de la Merced, perto da sua casa[1]. Ocasionalmente, pedia ao filho para lhe acabar os quadros. A linhagem paterna possibilitou-se estudar até ao ano de 1841[1]. Da descendência materna pesquisada, Dona María contava entre os antepassados com dois pintores. As feições de Picasso são também semelhantes às da mãe[1]. Os primeiros dez anos de vida de Pablo são passados em Málaga[1]. O salário pequeno do pai como conservador de museu e professor de desenho na Escuela de San Telmo, a custo assegurava o sustento da família. Quando lhe ofereceram uma colocação com melhor remuneração no Instituto Eusébio da Guarda no norte do país, à hesitação sobrepôs-se a necessidade, e junto com a família, don José parte para a Corunha, capital de província à beira do Oceano Atlântico[1]. Os desenhos de infância de Picasso representavam cenas de touradas. Sua primeira obra, preservada, era um óleo sobre madeira, pintada aos oito anos, é chamada O Toureiro. Picasso conservou esse trabalho toda a sua vida, levando-o consigo sempre que mudava de casa. Anos mais tarde pintou outro quadro semelhante, A morte da mulher destacada e fútil. Picasso está zangado e rebelde. Este quadro é claramente uma expressão injuriosa da sua relação com a mulher. A preocupação principal do pai com o pequeno Pablo era o seu aproveitamento escolar, mas nem por isso dispensou a oportunidade de fomentar o talento do filho. Desenhar foi desde cedo a forma mais adequada de Picasso se exprimir e, talvez por isso, secundário.[1] Recusa claramente o ensino usual, e encarrega-se ele próprio da sua formação artística[1]. Com treze anos, e seguindo o modelo do pai, Picasso atingira já a perícia do progenitor (que também não era de grande refinamento). Ao contrário do que apontam algumas listas, Picasso era destro, como se pode ver no célebre documentário The Mystery of Picasso. A família transferiu-se novamente, desta vez a Barcelona, na Primavera de 1895, e a prova de admissão na escola de arte La Lonja é feita com sucesso. Os trabalhos que deveria apresentar ao fim do mês, Pablo Arte Moderna - 16

Entre Madrid e Barcelona Em Madrid, instalado num novo atelier, inscreve-se na mais próspera e conceituada academia de artes espanhola, a Real Academia de Belas-Artes de São Fernando[1]. Constantemente, visita o Museu do Prado, onde copiava os grandes mestres, captava-lhes o estilo e tentava imitá-lo, o que se revelou, por um lado, um avanço, pois desenvolvia capacidade efémeras, e por outro lado, uma estagnação de um génio criativo limitado à cópia do trabalho dos históricos, cujas obras também vieram a ser alvo de uma revisitação e reinterpretação de Picasso em fases mais avançadas. Porém, a sua estadia em Madrid é interrompida. No início de Julho daquele ano, Picasso adoece com escarlatina e a recuperação obriga-o a retornar a Barcelona, recolhendo-se logo a seguir com Manuel Pallarés, seu amigo, para a aldeia Horta de Ebro nos Pirinéus. O recolhimento ajudou-o a restabelecer novos e ambiciosos projetos que levou a cabo assim que regressou a Barcelona. Afastara-se da academia e do lar paterno, e procurava abrir-se às inovações da arte espanhola, mantendo-se em contato com os seus representantes mais célebres. O espaço de culta da vanguarda espanhola era o café Els Quatr Gats[1]. Ali conheceu os modernistas e rivalizou com a arte destes, influenciada pela Arte Nova francesa e pelas vanguardas britâncias. Arte Moderna - 17


Arte Moderna do Século XX

Arte Moderna do Século XX Em 1900, nas instalações do mesmo estabelecimento, abre ao público a sua primeira exposição. Entretanto, o desejo de conhecer Paris aumentava.[1] Picasso em Paris Após iniciar como estudante de arte em Madrid, Picasso fez sua primeira viagem a Paris (1900), a capital artística da Europa. Lá morou com Max Jacob (jornalista e poeta), que o ajudou com a língua francesa. Max dormia de noite e Picasso durante o dia, ele costumava trabalhar à noite. Foi um período de extrema pobreza, frio e desespero. Muitos de seus desenhos tiveram que ser utilizados como material combustível para o aquecimento do quarto. Picasso, Halmstad.Em 1901 com Soler, um amigo, funda uma revista Arte Joven, na cidade de Madri. O primeiro número é todo ilustrado por ele. Foi a partir desta data que Picasso passa a assinar os seus trabalhos simplesmente “Picasso”, anteriormente assinava “Pablo Ruiz y Picasso”. Na fase azul (1901 a 1905), Picasso pintou a solidão, a morte e o abandono. Quando se apaixonou por Fernande Olivier, suas pinturas mudaram de azul para rosa, inaugurando a fase rosa (1905-1906). Trabalhava durante a noite até o amanhecer. Em Paris, Picasso conheceu um selecto grupo de amigos célebres nos bairros de Montmartre e Montparnasse: André Breton, Guillaume Apollinaire e a escritora Gertrude Stein. Na fase rosa há abundância de tons de rosa e vermelho, caracterizada pela presença de acrobatas, dançarinos, arlequins, artistas de circo, o mundo do circo. No verão de 1906, durante uma estada em Andorra, sua obra entrou em uma nova fase marcada pela influência das artes gregas, ibérica e africana, era o protocubismo, o antecedente do cubismo. O célebre retrato de Gertrude Stein (1905-1906) revela um tratamento do rosto em forma de máscara. Em 1912, Picasso realizou sua primeira colagem, colou nas telas pedaços de jornais, papéis, tecidos, embalagens de cigarros. Apaixonou-se por Olga Koklova, uma bailarina. Casaram-se em 12 de julho de 1918. Neste período o artista já se tornara conhecido e era um artista da sociedade. Quando Olga engravidou, criou uma série de

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pinturas de mães com filhos. Entre o começo e o fim da 2ª Guerra Mundial (19391945), dedica-se também à escultura, gravação e cerâmica. Como gravador, domina as diversas técnicas: água-forte, água-tinta, ponta-seca, litogravura e gravura sobre linóleo colorido. Além disso, sua dedicação à arte escultórica era esporádica. Cabeça de Búfalo, Metamorfose é um grande exemplo de seu trabalho com esse meio. É considerado um dos pioneiros em realizar esculturas a partir de junção de diferentes materiais. Em 1943, Picasso conhece a pintora Françoise Gilot e tem dois filhos, Claude e Paloma e encontrou um pouco de paz e pintou Alegria de Viver. Em 1968, aos 87 anos, produziu em sete meses uma série de 347 gravuras recuperando os temas da juventude: o circo, as touradas, o teatro, as situações eróticas. Anos mais tarde, uma operação da próstata e da vesícula, além da visão deficiente, põe fim às suas actividades. Como uma honra especial a ele, no seu 90ª aniversário, são comemorados com exposição na grande galeria do Museu do Louvre. Torna-se assim o primeiro artista vivo a expor os seus trabalhos no famoso museu francês. Pablo Picasso morreu a 8 de abril de 1973 em Mougins, França com 91 anos de idade. Diz-se que levou toda a sua vida a saber pintar como uma criança.

Biografia cronológica 1881 - 25 de Outubro. Nasce em Málaga Pablo Ruiz Picasso, filho de Maria Picasso Lopez e José Ruiz Blasco. 1881 - 21 de Novembro. É batizado na Igreja de Santiago em Málaga, pelo padre José Fernández Quintero, celebrado o casamento de seus pais. 1888 - Influenciado pelo pai, começa a desenhar e pintar. 1893/1894 - Picasso dá início a seu trabalho artístico sob a orientação do pai. Arte Moderna - 19


Arte Moderna do Século XX

Arte Moderna do Século XX 1896 - Frequenta as aulas de desenho de La Lonja; é muito elogiado nos exames de admissão à escola.

ves, chocara o público no Salão de Outono do ano anterior. Época de transição para esculturas.

1897 - Faz parte do grupo boémio de Barcelona; a primeira exposição é realizada em Els Quatre Gats, a sede do grupo; a primeira crítica sobre seu trabalho é publicada em La Vanguardia. Faz amizade com Jaime Sabartés e outros jovens artistas e intelectuais, que o introduzem no universo dos movimentos de pintura modernos (Toulouse-Lautrec, Steinlen etc). Seu quadro Ciencia y Caridad (Ciência e Caridade) recebe menção honrosa em Madrid. No outono é admitido no curso de pintura da Academia Real de San Fernando em Madrid.

1907 - Conhece Braque e Derain. Visita a exposição de Cézanne no Salão de Outono. Começa a fase cubista com o quadro Les Demoiselles d’Avignon. 1908 - Faz as primeiras paisagens claramente cubistas. Faz a primeira exposição na Alemanha (Galeria Thannhauser, Munique). 1910 - Florescimento do cubismo. Faz retratos de Vollard, Uhde, Kahnweiler. 1911 - Primeira exposição nos Estados Unidos (Galeria Photo-Secession, Nova York). Kahnweiler publica Saint Matorel, de Max Jacob, com ilustrações de Picasso.

1898 - Deixa a academia. Seu quadro Costumbres de Aragon (Hábitos de Aragão) recebe prémios em Madrid e Málaga.

1912 - Faz sua primeira exposição em Londres (Galeria Stafford, Londres). Expõe em Barcelona (Galeria Dalman). Dá início às colagens.

1900 - Desenhos seus foram publicados na revista Joventut, revista de Barcelona. Vende três rascunhos a Berthe Weill.

1913 - Morte do pai de Picasso em Barcelona. Inicia o cubismo sintético.

1901 - Funda com Soler, em Madrid, a revista Arte Joven. O primeiro número é todo ilustrado por ele. Faz exposição de trabalhos em pastel no Salon Parés (Barcelona). Críticas elogiosas são publicadas em Pel y Ploma. Expõe no espaço Vollard em Paris. Crítica positiva é publicada em La Revue Blanche. Encontra Max Jacob e Gustave Coquiot. Tem início o período azul. Passa a assinar seus trabalhos simplesmente como “Picasso”; anteriormente assinava “Pablo Ruiz y Picasso”.

1915 - Faz retratos com desenhos realistas de Vollard e Max Jacob. 1917 - Vai a Roma com Cocteau para criar cenografia para o balé Parade, dirigido pelo grupo de Diaghilev, Os Balés Russos. Mantém contacto com o mundo do teatro. Encontra Stravinsky e Olga Koklova. Visita museus e vê arte antiga e do período do Renascimento. em Roma, Nápoles, Pompéia, e Florença. Passa o verão em Barcelona e Madrid.

1902 - Expõe 30 trabalhos no espaço de Berthe Weill em Paris. Divide um quarto com Max Jacob no Boulevard Voltaire.

1918 - Casa-se com Olga Koklova.

1904 - Instala-se em Paris. Final do período azul.

1919 - Vai a Londres e faz desenhos para Le Tricorne.

1905 - Compram algumas das suas pinturas. Início do período rosa. Começa a fazer esculturas e gravuras. Pinta Garçon à la pipe e Auto-retrato com capa, um dos seus quadros mais famosos.

1920 - Faz cenários para Pulcinella, de Stravinsky. Surgem temas clássicos em seus trabalhos. 1921 - Nascimento de Paul ( seu 1º filho ) . Faz muitos desenhos da mãe com a criança. Faz cenário para o

1906 - Conhece Matisse que, juntamente com os fauArte Moderna - 20

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Arte Moderna do Século XX

Arte Moderna do Século XX 1939 - Grande exposição retrospectiva é feita em Nova York (Museum of Modern Art). Morre a mãe de Picasso em Barcelona. Depois do início da Segunda Guerra Mundial, volta a Paris.

balé Cuadro Flamenco. Faz as duas versões de Os Três Músicos e Três Mulheres na Primavera, trabalho usando diversos estilos. 1924 - Faz cenários para o balé Le Mercure; desenha a cortina para o Le Train Bleu. Dá início à série de grandes naturezas mortas.

1941 - Escreve uma peça surrealista Desejo Pego pela Cauda. Começa a série Mulher na Poltrona.

1925 - Participa da primeira exposição dos surrealistas na Galeria Pierre em Paris. Além dos trabalhos clássicos, produz suas primeiras obras que apresentam uma violência contida.

1941 - Pinta o famoso quadro Dora Maar au chat.

1928 - Faz uma série de pequenas pinturas com cores vivas, com formas audaciosamente simplificadas. Dá início a um novo período em suas esculturas.

1945 - Exposição em Londres (Victoria and Albert Museum). Volta a fazer litografias.

1942 - Publicação de ilustrações com gravuras em água-tinta para o livro Histoire Naturelle de Buffon.

1946 - Dá início à série de pinturas que têm por tema a alegria de viver.

1930 - Adquire o Castelo de Boisgeloup, e nele monta seu estúdio de esculturas.

1947 - Nascimento do filho Claude. Faz litografias e começa a fazer cerâmica na fábrica Madoura.

1931 - São publicados Le Chef-D’oeuvre Inconnu de Balzac (Vollard) e as Métamorphoses de Ovídio (Skira), ambos ilustrados com gravuras de Picasso.

1948 - Exposição de cerâmicas na Masion de la Pensée Française (Paris).

1932 - Exposições retrospectivas em Paris (Galeria Georges Petit) e em Zurique (Kunsthaus). Um novo modelo, Marie-Thérèse Walter, começa a aparecer nas pinturas de Picasso. 1934 - Volta a pintar touradas.

1949 - Nasce sua filha Paloma. Expõe trabalhos iniciados a partir do início da guerra na Maison de la Pensée Française. A Pomba de Picasso é usada em cartaz do Congresso pela Paz de Paris e se torna símbolo universal.

1935 - Separação definitiva de Olga Koklova. Nascimento de Maia, filha de Marie-Thérèse Walter e do pintor.

1951 - Expõe esculturas na Maison de la Pensée Française. Faz exposição retrospectiva em Tóquio. Pinta Massacre na Coréia.

1936 - Início da Guerra Civil Espanhola. Faz exposição itinerante pela Espanha. É nomeado director do Museu do Prado.

1952 - Pinta Guerra e Paz em Vallauris. 1953 - Exposições retrospectivas em Lyon, Roma, Milão, São Paulo. Separa-se de Françoise Gilot.

1937 - Edita gravura Sueño y Mentira de Franco (Sonho e Mentira de Franco) com texto satírico de sua própria autoria. Depois do ataque aéreo em Guernica ( em 28 de abril ) pinta o mural para o Pavilhão da República Espanhola ( Feira Mundial de Paris ). Arte Moderna - 22

1954 - Pinta a série Sylvette. Inicia uma série de estudos com base em As Mulheres de Argel, de Delacroix. 1955 - Morte de Olga Koklova, sua ex-mulher. Expõe no Musée des Arts Décoratifs e na Bibliotèque NatioArte Moderna - 23


Arte Moderna do Século XX

Arte Moderna do Século XX 1956 - Faz série de cenas de interiores de estúdios.

1971 - Seus 90 anos são comemorados com exposição na Grande Galeria do Museu do Louvre. Torna-se o primeiro artista a receber esta honraria.

1957 - Exposição retrospectiva em Nova York. Faz série de estudos baseado em As Meninas, de Velázquez.

1972 - Trabalha quase que somente com preto e branco em seus desenhos e gravuras.

1958 - Pinta o mural do prédio da Unesco em Paris. Adquire o castelo de Vauvenargues, perto de Aix.

1973 - Morre em 8 de Abril em sua vila em Mougins, França. A sua primeira exposição póstuma (em maio) incluiu trabalhos feitos entre 1970 e 1972 e realizouse no Palácio dos Papas, em Avinhão.

nale em Paris e na Alemanha.

1959 - Expõe linóleos. 1960 - Explora temas com naturezas mortas e interiores de inspiração espanhola.

Posicionamento político

1961 - Faz estudos sobre Déjeuner sur l’herbe, de Manet. Casa-se com Jacqueline Roque. 1962 - Série sobre o tema “Rapto das Sabinas”. Recebe o Prêmio Lênin da Paz. 1963 - Série sobre o tema “O Pintor e seu Modelo”. 1964 - Série sobre o tema “O Pintor e seu Cavalete”. 1965 - Publicação de Sable Mouvant, de Pierre Reverdy com água-tintas de Picasso. 1966 - Seus 85 anos são comemorados com três exposições simultâneas em Paris. 1967 - São feitas exposições comemorativas em Londres e nos Estados Unidos. Ele volta a temas mitológicos. 1968 - A série integra 347 gravuras, a maioria com temas eróticos. Depois da morte de seu secretário e confidente Jaime Sabartés, ele doa sua série sobre As Meninas ao museu Picasso, de Barcelona. 1969 - Pinta 140 telas que são expostas no ano seguinte no Palais des Popes em Avignon. 1970 - Doa 2.000 telas a óleo e desenhos ao Museu Picasso de Barcelona. Arte Moderna - 24

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Apesar de expressar publicamente sua simpatia com relação às ideias anarquistas e comunistas e, por outro lado, através da arte expressar sua raiva diante das ações de Franco e dos Fascistas, Picasso se recusou a pegar em armas na Primeira Guerra Mundial, na Guerra Civil Espanhola e na Segunda Guerra Mundial. Ao chegar em Paris em 5 de Maio de 1901 Picasso morou na casa de Pierre Manach um anarquista espanhol e negociador de artes do qual era amigo. Por este motivo desde aquela época, Picasso seria investigado pela polícia francesa[2]. Em algumas ocasiões o jovem Picasso teria até mesmo se auto-denominado anarquista, fato este que levantou ainda mais suspeitas das forças de ordem contra ele[3]. No entanto, durante a Guerra Civil Espanhola, Picasso que continuava vivendo na França mesmo tomando partido pelo lado dos Republicanos[4], teria se recusado a retornar a seu país de origem. O serviço militar para os espanhóis no estrangeiro era opcional e envolveria um retorno voluntário ao país para alistamento a um dos dois lados. Muitas especulações são feitas a respeito de sua recusa de tomar lugar na guerra. Na opinião de alguns de seus contemporâneos esta decisão foi tomada baseada nos ideais de pacifismo de Picasso; no entanto, para outros (incluindo aqui Braque) essa neutralidade aparente tinha mais a ver com covardia do que com princípios. Ele também permaneceu à parte do movimento de


Arte Moderna do Século XX

Arte Moderna do Século XX frequentes pelos germanicos. Durante uma revista do seu apartamento parisiense, um oficial nazista observou uma fotografia do mural Guernica na parede e, apontando para a imagem, perguntou: Foi você quem fez isso? E Picasso respondeu, após um segundo de reflexão: Não, vocês o fizeram. Obra e períodos Período Rosa O Período Rosa (1905–1907) é caracterizado por um estilo mais alegre com as cores rosa e laranja, e novamente com muitos arlequins. Muitas das pinturas são influenciadas por Fernande Olivier, sua modelo e seu amor na época.

independência da Catalunha durante sua juventude, apesar de ter expresso seu apoio geral e ter sido amigável com os ativistas da independência. A esta época filiou-se ao Partido Comunista. Durante a Segunda Guerra Mundial, Picasso permaneceu em Paris quando os germanicos ocuparam a cidade. Os Nazistas odiavam seu estilo de pintura, portanto ele não pôde mostrar seu trabalho durante aquela época. Em seu estúdio, ele continuou a pintar durante todo o tempo. Embora os germanicos tivessem proibido a fundição do bronze, Picasso continuou a trabalhar mesmo assim, usando bronze contrabandeado pela resistência francesa. No ano de 1947, ao fim da Segunda Guerra, Picasso conheceu Miguel García Vivancos, um anarquista veterano da Guerra Civil Espanhola e da Segunda Guerra Mundial e pintor até então desconhecido. Impressionado com Vivancos, Picasso o acolheu em sua casa, se interessando por sua pintura e sua história. Posteriormente e, em parte pela influência de Picasso, Vivancos se tornaria um grande pintor espanhol. Assinatura de Picasso.Ainda na década de 1940 Picasso voltou a se filiar ao Partido Comunista francês, e até mesmo participou de uma conferência de paz na Polônia. Mas quando o Partido começou a criticá-lo por causa de um retrato considerado insuficientemente realista de Stálin, o interesse de Picasso pelo Comunismo esfriou, embora tenha permanecido como membro do Partido até sua morte.

Período Africano O Período Africano de Picasso (1907–1909) começou com duas figuras inspiradas na África em seu quadro Les Demoiselles d’Avignon. Ideias deste período levaram ao posterior Cubismo.

Cubismo analítico É um estilo de pintura (1909–1912) que Picasso desenvolveu com Braque usando cores marrons monocromáticas. Eles pegaram objetos e os analisaram em suas formas. A pinturas de Picasso e Braque eram muito semelhantes nesse período.

Guernica Uma das obras mais conhecidas de Picasso é o mural Guernica, em exposição no Museu Nacional Centro de Arte Rainha Sofia, em Madrid. Retrata, da maneira muito peculiar do artista, a cidade basca de Guernica, após bombardeio pelos aviões da Luftwaffe de Adolf Hitler. Esta grande tela encorpora para muitos a desumanidade, brutalidade e desesperança da guerra. Durante a Segunda Guerra Mundial, Picasso continuou vivendo em Paris durante a ocupação alemã. Tendo fama de simpatizante comunista, era alvo de controles Arte Moderna - 26

Cubismo sintético É um desenvolvimento posterior (1912–1919) do Cubismo no qual fragmentos de papel (papel de parede ou jornais) eram colados em composições, marcado o primeiro uso da colagem nas artes plásticas.

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Classicismo e surrealismo No período seguinte ao caos da primeira guerra mundial Picasso produziu obras em um estilo neoclássico. Este “retorno à ordem” é evidente no trabalho de vários artistas europeus na década de 20, incluindo Derain, Giorgio de Chirico, e os artistas do New Objectivity Movement. As pinturas e textos de Picasso deste período frequentemente citam o trabalho de Ingres. Durante os anos 30, o minotauro substituiu o arlequim como motivação que ele usou em seu trabalho. Seu uso do minotauro veio parcialmente de seu contato com os surrealistas, que normalmente o usavam como símbolo, e aparece em Guernica de Picasso. Possivelmente o trabalho mais importante de Picasso é sua visão do bombardeamento alemão em Guernica, Espanha — Guernica. Esta pintura representa para muitos a brutalidade e desesperança da guerra. Guernica estava em exposição no museu de arte moderna de Nova York por vários anos. Em 1981 Guernica voltou para a Espanha e foi exibida no Casón del Buen Retiro. Em 1992 a pintura ficou em exposição no museu de Reina Sofia em Madri quando ele abriu.

Dadaísmo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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movimento Dadá (Dada) ou Dadaísmo foi uma vanguarda moderna iniciada em Zurique, em 1916, no chamado Cabaret Voltaire, por um grupo de escritores e artistas plásticos, dois deles desertores do serviço militar alemão e que era liderado por Tristan Tzara, Hugo Ball e Hans Arp. Embora a palavra dada em francês signifique cavalo de brinquedo, sua utilização marca o non-sense ou falta de sentido que pode ter a linguagem (como na língua de um bebê). Para reforçar esta ideia foi criado o mito de que o nome foi escolhido aleatoriamente, abrindose uma página de um dicionário e inserindo-se um estilete sobre ela. Isso foi feito para simbolizar o caráter anti-racional do movimento, claramente contrário à Primeira Guerra Mundial. Em poucos anos, o movimento alcançou, além de Zurique, as cidades de Barcelona, Berlim, Colônia, Hanôver, Nova York e Paris.

Principais características - oposição a qualquer tipo de equilíbrio - combinação de pessimismo irônico e ingenuidade radical - ceticismo absoluto e improvisação. Enfatizou o ilógico e o absurdo. Entretanto, apesar da aparente falta de sentido, o movimento protestava contra a loucura da guerra. Assim, sua principal estratégia era mesmo denunciar e escandalizar. A princípio, o movimento não envolveu uma estética específica, mas talvez as formas principais da expressão dadá tenham sido o poema aleatório e o ready made. Sua tendência extravagante e baseada no acaso serviu de base para o surgimento de inúmeros outros movimentos artísticos do século XX, entre eles o Surrealismo, a Arte Conceitual, a Pop Art e o Expressionismo Abstrato. Sua proposta é que a arte ficasse solta das amarras racionalistas e fosse apenas o resultado do automatismo psíquico, selecionando e combinando elementos por Arte Moderna - 28

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Arte Moderna do Século XX a sensibilidade sobre uma palavra; toda a construção converge para a perfeição que aborrece, a idéia estagnante de um pântano dourado, relativo ao produto humano.” Tristan Tzara O principal problema de todas as manifestações artísticas estava, segundo os dadaístas, em almejar algo que era impossível: explicar o ser humano. Na esteira de todas as outras afirmações retumbantes, Tzara decreta: “A obra de arte não deve ser a beleza em si mesma, porque a beleza está morta”. No seu esforço para expressar a negação de todos os valores estéticos e artísticos correntes, os dadaístas usaram, com freqüência, métodos deliberadamente incompreensíveis. Nas pinturas e esculturas, por exemplo, tinham por hábito aproveitar pedaços de materiais encontrados pelas ruas ou objetos que haviam sido jogados fora. Foi na literatura, porém que a ilogicidade e o espontaneísmo alcançaram sua expressão máxima. No último manifesto que divulgou, Tzara disse que o grande segredo da poesia é que “o pensamento se faz na boca”. Como uma afirmação desse tipo é evidentemente incompreensível, ele procurou orientar melhor os seus seguidores dando uma receita para fazer um poema dadaísta: Pegue um jornal. Pegue a tesoura. Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema. Recorte o artigo. Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco. Agite suavemente. Tire em seguida cada pedaço um após o outro. Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco. O poema se parecerá com você. E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público. Embora muitas das propostas dadaístas pareçam in-

acaso. Sendo a negação total da cultura, o Dadaísmo defende o absurdo, a incoerência, a desordem, o caos. Politicamente , firma-se como um protesto contra uma civilização que não conseguiria evitar a guerra. Ready-Made significa confeccionado, pronto. Expressão criada em 1913 pelo artista francês Marcel Duchamp para designar qualquer objeto manufaturado de consumo popular, tratado como objeto de arte por opção do artista. O fim do Dada como atividade de grupo ocorreu por volta de 1921.

Modelo Dadaísta “Eu redijo um manifesto e não quero nada, eu digo portanto certas coisas e sou por princípios contra manifestos (...). Eu redijo este manifesto para mostrar que é possível fazer as ações opostas simultaneamente, numa única fresca respiração; sou contra a ação pela contínua contradição, pela afirmação também, eu não sou nem para nem contra e não explico por que odeio o bom-senso.” Tristan Tzara Como você pode notar pelo trecho acima, o impacto causado pelo Dadaísmo justifica-se plenamente pela atmosfera de confusão e desafio à lógica por ele desencadeado. Tzara opta por expressar de modo inconfundível suas opiniões acerca da arte oficial, e também das próprias vanguardas(“sou por princípio contra o manifestos, como sou também contra princípios”). Dada vem para abolir de vez a lógica, a organização, a postura racional, trazendo para arte um caráter de espontaneísmo e gratuidade total. A falta de sentido, aliás presente no nome escolhido para a vanguarda. Segundo o próprio Tzara: “Dada não significa nada: Sabe-se pelos jornais que os negros Krou denominam a cauda da vaca santa: Dada. O cubo é a mãe em certa região da Itália: Dada. Um cavalo de madeira, a ama-de-leite, dupla afirmação em russo e em romeno: Dada. Sábios jornalistas viram nela uma arte para os bebês, outros jesus chamando criancinhas do dia, o retorno a primitivismo seco e barulhento, barulhento e monótono. Não se constrói Arte Moderna - 30

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fantis aos nossos olhos modernos, precisamos levar em consideração o momento em que surgiram. Não é difícil aceitar que, para uma Europa caótica e em guerra, insistir na falta de lógica e na gratuidade dos acontecimentos deixa de ser um absurdo e passa a funcionar como um interessante espelho crítico de uma realidade incômoda.

De Stijl

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Representantes do início do movimento André Breton Philippe Soupault Tristan Tzara Marcel Duchamp Hans Arp Julius Evola Francis Picabia Max Ernst Man Ray Kurt Schwitters Raoul Hausmann Guillaume Apollinaire Hugo Ball Theo van Doesburg Johannes Baader Arthur Cravan Jean Crotti George Grosz Emmy Hennings Richard Huelsenbeck Marcel Janco Clement Pansaers Hans Richter Sophie Täuber Beatrice Wood Hannah Hoch Arte Moderna - 32

A

revista “De Stijl” foi uma publicação iniciada em 1917 por Theo van Doesburg e alguns colegas que viriam a compor o movimento artístico conhecido por Neoplasticismo, movimento estético que teve profunda influência sobre o design e artes plásticas. Devido à influência dos textos da revista, que muitas vezes assumiam um aspecto de manifesto, o próprio movimento neoplástico (e mais tarde, o Elementarismo) é confundido com o nome da revista. Também costuma-se chamar o seu grupo criador pelo título da publicação. Entre seus colaboradores estavam, além de Doesburg, o pintor Piet Mondrian, o designer de produto Gerrit Rietvield, entre outros. Um dos mais idealistas movimentos artísticos do século XX, o Stijl (ou Neoplasticismo, nome dado por Piet Mondrian à sua filosofia artística) foi um dos grandes marcos da arte moderna, o “mais puro dos movimentos abstratos”. O movimento, de origem e essência neerlandesa, permaneceu ativo e coeso por menos de quinze anos, mas sua influência pode ser sentida até hoje, particularmente nos campos da pintura e arquitetura. Arrancando a pintura do campo da representação e abraçando o abstracionismo total, objetivando a síntese das formas de arte, o Stijl caracterizou-se pelo fervor quase religioso de seus partidários, que acreditavam existir leis que regem a expressão artística e que viam em sua arte um modelo para relações harmoniosas julgadas possíveis para indivíduos e sociedade. História De Stijl (“O estilo”, em neerlandês) começou oficialmente nos Países Baixos em 1917, quando Mondrian, Van Doesburg e o arquiteto Bart van der Leck lançaram a revista que deu nome ao movimento. Tendo Van Doesburg como editor, a revista, de tiragens pequenas mas importantes, foi o eixo de coesão dos artistas, apresentando idéias e teorias sobre a nova concepção artística apresentada.

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Arte Moderna do Século XX No campo da pintura, Mondrian permanece na panteão dos grandes pintores do século XX, influenciando múltiplas gerações e correntes abstratas contemporâneas. Ao romper com a arte figurativa e renegá-la, promovendo o salto subseqüente de uma concepção estética cujas origens podem ser traçadas na pintura cubista, o holandês amplificou a vitalidade da pintura abstrata e ajudou-a a ser vista com seriedade e admiração. Como afirma H.B Chipp, “suas idéias profundas e sua presença quase santa tiveram grande influência no crescimento de outros movimentos abstratos”. Suas composições únicas, imediatamente reconhecíveis, entraram, em certa medida, no imaginário popular e foram apropriadas pela indústria cultural (um fenômeno interessante é a profusão de livros, não necessariamente relacionados à arte, cujas capas imitam as famosas composições de Mondrian). Dessa forma, com tal apelo visual extremamente peculiar, podemos compreender porque Piet Mondrian tornou-se um ícone muito maior do que seus companheiros no Stijl – ícone esse tão grande e impactante que superou até mesmo a fama do próprio movimento. Na arquitetura e desenho industrial, a influência do Stijl talvez tenha ido mais longe ainda. Com o intercâmbio entre o movimento e a Bauhaus, o ideal neoplástico tornou-se imensamente popular, com produção e consumo em escala industrial de infindáveis peças diretamente inspiradas pelas propostas do grupo holandês, que adquiriram um caráter ‘moderno’, voltado para o futuro. Até hoje, obras como a Poltrona de Rietveld são imediatamente associadas a uma atitude voltada para o futuro, sendo comum ver até mesmo em filmes de ficção científica cenários recheados de elementos neoplásticos como forma de realçar o aspecto ‘futurista’ do ambiente. O legado do Stijl se faz presente até em áreas insuspeitas e improváveis como a música pop – em 2000, o duo americano de blues-rock White Stripes lançou um álbum denominado De Stijl, cuja capa é composta por uma foto dos integrantes em um ambiente diretamente inspirado pelo movimento holandês – blocos lisos vermelhos e brancos e hastes pretas.

O auge do movimento foi entre 1921 e 1925, quando Theo Van Doesburg, propagandista brilhante com devoção ardente ao movimento, convidou artistas de toda parte para participar do Stijl, e, paralelamente, fez diversas conferências pela Europa para divulgar sua “cruzada”. Suas palestras e performances serviram para intensificar a tendência idealista entre os mestres da famosa escola alemã de desenho industrial, a Bauhaus, onde Van Doesburg chegou a lecionar, internacionalizando, de fato, o movimento. Em 1925, no entanto, o Stijl já mostrava alguns sinais de desgaste, não tendo se renovado e com muitos artistas procurando novos caminhos. Neste ano, Piet Mondrian renunciou publicamente ao movimento, ao entrar em conflito com Van Doesburg acerca do rumo teórico a ser seguido – Mondrian condenava o uso de linhas diagonais que Van Doesburg passou a fazer, já que o ângulo reto era um dos pilares fundamentais de sua teoria neoplástica. Após sua saída do Stijl, Mondrian participou (e influenciou) o grupo francês Abstract-Création, fundado em Paris, 1931, por Naum Gabo (1890-1977) e Antoine Pevsner (1884-1962). Nos anos subseqüentes, Mondrian mudou-se para Nova Iorque, onde influenciou muitos artistas americanos e, sob a influência do jazz, pintou quadros famosos como Broadway Boogie -Woogie. Em 1928, a revista “De Stijl” finalmente parou de circular, após alguns anos de publicação intermitente, fazendo com que muitos estudiosos apontassem-no como o ano final do Neoplasticismo. Todavia, devido à militância persistente de Theo Van Doesburg, alguns especialistas afirmam que a dissolução só ocorreu em 1931, ano da morte do pintor.

Conseqüências e influência do Stijl Ao injetar sólido embasamento teórico em suas obras – pinturas, construções, esculturas, entre outros – os Neoplasticistas radicalizaram e renovaram a arte moderna. Os ecos do modo neoplástico de encarar a arte são sentidos até os dias de hoje em inúmeras áreas. Arte Moderna - 34

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Expressionismo

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expressionismo foi um movimento cultural de vanguarda surgido na Alemanha nos primórdios do século XX, que estavam mais interessados na interiorização da criação artística do que em sua exteriorização, projetando na obra de arte uma reflexão individual e subjetiva. Ou seja, a obra de arte é reflexo direto do mundo interior do artista expressionista. O expressionismo plasmou-se num grande número de campos: artes plásticas, literatura, música, cinema, teatro, dança, fotografia, etc. A sua primeira manifestação foi no terreno da pintura, ao mesmo tempo que o fauvismo francês, fato que tornaria ambos movimentos artísticos nos primeiros expoentes das chamadas “vanguardas históricas”. Mais que um estilo com características próprias comuns foi um movimento heterogêneo, uma atitude e uma forma de entender a arte que aglutinou diversos artistas de tendências variadas e diferente formação e nível intelectual. Surgido como reação ao impressionismo, frente ao naturalismo e o caráter positivista deste movimento de finais do século XIX os expressionistas defendiam uma arte mais pessoal e intuitiva, onde predominasse a visão interior do artista –a “expressão”– frente à plasmação da realidade –a “impressão”–. O expressionismo acostuma ser entendido como a deformação da realidade para expressar mais subjetivamente a natureza e o ser humano, dando primazia à expressão dos sentimentos mais que à descrição objetiva da realidade. Entendido desta forma, o expressionismo é extrapolável a qualquer época e espaço geográfico. Assim, com frequência qualificou-se de expressionista a obra de diversos autores como Matthias Grünewald, Pieter Brueghel, o Velho, El Greco ou Francisco de Goya. Alguns historiadores, para o distinguir, escrevem “expressionismo” –em minúsculas– como termo genérico e “Expressionismo” –em maiúsculas– para o movimento alemão.[1] O Expressionismo distingue-se do Realismo por não estar interessado na idealização da realidade, mas em sua apreensão pelo sujeito. Guarda, porém, com

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Arte Moderna do Século XX nenhum grupo. Depois da Primeira Guerra Mundial apareceu a chamada Nova Objetividade que, se bem que surgiu como recusa do individualismo expressionista defendendo um caráter mais social da arte, a sua distorção formal e o seu colorido intenso tornam-nos herdeiros diretos da primeira geração expressionista. Em uma acepção mais ampla, a palavra “expressionismo” se refere a qualquer manifestação subjetiva e psicológica da criação humana.

o movimento realista, semelhanças, como uma certa visão anti-”Romantismo” do mundo. Com as suas cores violentas e a sua temática de solidão e de miséria, o expressionismo refletiu a amargura que invadia os círculos artísticos e intelectuais da Alemanha pré-bélica, bem como da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e do período entre-guerras (1918-1939). Essa amargura provocou um desejo veemente de cambiar a vida, de buscar novas dimensões à imaginação e de renovar as linguagens artísticas. O expressionismo defendia a liberdade individual, a primazia da expressão subjetiva, o irracionalismo, o arrebatamento e os temas proibidos –o excitante, demoníaco, sexual, fantástico ou pervertido–. Intentou refletir uma visão subjetiva, uma deformação emocional da realidade, através do caráter expressivo dos meios plásticos, que tomaram uma significação metafísica, abrindo os sentidos ao mundo interior. Entendido como uma genuína expressão da alma alemã, o seu caráter existencialista, o seu anseio metafísico e a visão trágica do ser humano no mundo fizeram reflexo de uma concepção existencial liberta ao mundo do espírito e à preocupação pela vida e pela morte, concepção que acostuma qualificar-se de “nórdica” por se associar ao temperamento que é identificado com o estereótipo dos países do norte da Europa. Fiel reflexo das circunstâncias históricas em que se desenvolveu, o expressionismo revelou o lado pessimista da vida, a angustia existencial do indivíduo, que na sociedade moderna, industrializada, vê-se alienado, isolado. Assim, mediante a distorção da realidade visavam a impactar o espectador, chegar ao seu lado mais emotivo. O expressionismo não foi um movimento homogêneo, mas de uma grande diversidade estilística: houve um expressionismo modernista (Munch), fauvista (Rouault), cubista e futurista (Die Brücke), surrealista (Klee), abstrato (Kandinsky), etc. Embora o seu maior centro de difusão fosse na Alemanha, também foi percebido em outros artistas europeus (Modigliani, Chagall, Soutine, Permeke) e americanos (Orozco, Rivera, Siqueiros, Portinari). Na Alemanha organizou-se nomeadamente em torno de dois grupos: Die Brücke (fundado em 1905), e Der Blaue Reiter (fundado em 1911), embora houvesse artistas não adscritos a Arte Moderna - 38

Definição A transição do século XIX ao XX comportou numerosos câmbios políticos, sociais e culturais. Por um lado, o auge político e econômico da burguesia, que viveu nas últimas décadas do século XIX (a Belle Époque) um momento de grande esplendor, refletido no modernismo, movimento artístico posto ao serviço do luxo e da ostentação despregados pela nova classe dirigente. Contudo, os processos revolucionários acontecidos desde a Revolução Francesa (o último, em 1871, aquando a fracassada Comuna de Paris) e o temor a que se repetissem levaram as classes políticas a fazer uma série de concessões, como as reformas laborais, os seguros sociais e o ensinamento básico obrigatório. Assim, a descida do analfabetismo comportou um aumento dos mídia e uma maior difusão dos fenômenos culturais, que adquiriram maior alcance e maior rapidez de difusão, surgindo a “cultura de massas”.[2] Por outro lado, os avanços técnicos, no terreno da arte especialmente a aparição da fotografia e o cinema, levaram o artista a expor a função do seu trabalho, que já não consistia em imitar a realidade, pois as novas técnicas tornavam-no mais objetivamente, fácil e reproduzível. Igualmente, as novas teorias científicas levaram os artistas a questionar a objetividade do mundo que percebemos: a teoria da relatividade de Einstein, a psicanálise de Freud e a subjetividade do tempo de Bergson provocaram que o artista se afastasse cada vez mais da realidade. Assim, a procura de novas linguagens artísticas e novas formas de expressão comportou a aparição dos movimentos de vanArte Moderna - 39


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Arte Moderna do Século XX Der Expressionismus (1914), que seguindo as teorias de Worringer relacionou as novas manifestações artísticas como uma expressão da alma coletiva alemã.[6] O expressionismo surgiu como reação ao impressionismo: bem como os impressionistas plasmavam na tela uma “impressão” do mundo circundante, um simples reflexo dos sentidos, os expressionistas visavam a refletir o seu mundo interior, uma “expressão” dos seus próprios sentimentos. Assim, os expressionistas empregaram a linha e a cor temperamental e emotivamente, com forte conteúdo simbólico. Esta reação frente ao impressionismo implicou uma forte ruptura com a arte elaborada pela geração precedente, tornando o expressionismo num sinônimo da arte moderna durante os primeiros anos do século XX.[7] O expressionismo implicou um novo conceito da arte, entendida como uma forma de captar a existência, de transluzir em imagens o substrato que subjace sob a realidade aparente, de refletir o imutável e eterno do ser humano e a natureza. Assim, o expressionismo foi o ponto de partida de um processo de transmutação da realidade que cristalizou no expressionismo abstrato e o informalismo. Os expressionistas utilizavam a arte como uma forma de refletir os seus sentimentos, o seu estado anímico, propenso pelo general à melancolia, à evocação, a um decadentismo de corte neorromântico. Assim, a arte era uma experiência catárquica, onde se purificavam os desafogos espirituais, a angústia vital do artista.[8] Na gênese do expressionismo, um fator fundamental foi a recusa do positivismo, do progresso cientificista, da crença nas possibilidades ilimitadas do ser humano baseadas na ciência e a técnica. Por outro lado, começou um novo clima de pessimismo, de cepticismo, de descontente, de crítica, de perda de valores. Vislumbrava-se uma crise no desenvolvimento humano, que efetivamente foi confirmada com o estouro da Primeira Guerra Mundial.[9] Também cabe destacar-se na Alemanha a recusa do regime imperialista de Guilherme II por parte de uma minoria intelectual, afogada pelo militarismo pangermanista do cáiser. Estes fatores propiciaram um caldo de cultura no que o expressionismo se foi gestando progressivamente, com umas primeiras manifestações no terreno da literatu-

guarda, que implicaram uma nova relação do artista com o espectador: os artistas vanguardistas visavam integrar a arte com a vida, com a sociedade, fazer da sua obra uma expressão do inconsciente coletivo da sociedade que representava. À vez, a interação com o espectador provoca que este se envolva na percepção e compreensão da obra, bem como na sua difusão e mercantilização, fator que levará a um maior auge das galerias de arte e dos museus.[3] O expressionismo faz parte das chamadas “vanguardas históricas”, ou seja, as acontecidas desde os primórdios do século XX, no ambiente prévio à Primeira Guerra Mundial, até o final da Segunda Guerra Mundial (1945). Esta denominação inclui, além disso, o fauvismo, o cubismo, o futurismo, o construtivismo, o neoplasticismo, o dadaísmo, o surrealismo, etc. A vanguarda é intimamente ligada ao conceito de modernidade, caracterizado pelo fim do determinismo e da supremacia da religião, substituídos pela razão e a ciência, o objetivismo e o individualismo, a confiança na tecnologia e o progresso, nas próprias capacidades do ser humano. Assim, os artistas visam pôr-se à frente do progresso social, expressar mediante a sua obra a evolução do ser humano contemporâneo.[4] O termo “expressionismo” foi utilizado pela primeira vez pelo pintor francês Julien-Auguste Hervé, que usou a palavra “expressionisme” para designar uma série de quadros apresentados no Salão dos Independentes de Paris em 1901, em contraste com o impressionismo. O termo alemão “expressionismus” foi adaptado diretamente do francês –pois a expressão em alemão é ausdruck–, sendo empregada pela primeira vez no catálogo da XXII Exposição da Secessão de Berlim em 1911, que incluía tanto obras de artistas germanicos quanto de franceses. Na literatura foi aplicado pela primeira vez em 1911 pelo crítico Kurt Hiller.[5] Posteriormente, o termo “expressionismo” foi difundido pelo escritor Herwarth Walden, editor da revista Der Sturm (A tormenta), que se tornou no principal centro difusor do expressionismo alemão. Walden aplicou inicialmente o termo a todas as vanguardas surgidas entre 1910 e 1920. Por outro lado, a aplicação do termo expressionismo ligado exclusivamente à arte alemã da vanguarda foi ideia de Paul Fechter no seu livro Arte Moderna - 40

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Arte Moderna do Século XX

Arte Moderna do Século XX apresentou numerosas diferenças e até mesmo contradições no seu seio, com grande divergência estilística e temática entre os diversos grupos que surgiram ao longo do tempo, e até mesmo entre os próprios artistas que os integravam. Até mesmo os limites cronológicos e geográficos desta corrente são imprecisos: se bem que a primeira geração expressionista (Die Brücke, Der Blaue Reiter) foi a mais emblemática, a Nova Objetividade e a exportação do movimento a outros países implicou a sua continuidade no tempo ao menos até a Segunda Guerra Mundial; geograficamente, se bem que o centro neurálgico deste estilo se situou na Alemanha, pronto se estendeu por outros países europeus e inclusive do continente americano.[12] Depois da Primeira Guerra Mundial o expressionismo passou na Alemanha da pintura ao cinema e ao teatro, que utilizavam o estilo expressionista nos seus decorados, mas de jeito puramente estético, desprovido do seu significado original, da subjetividade e do pungimento próprios dos pintores expressionistas, que se tornaram paradoxalmente em artistas malditos.[13] Com o advento do nazismo, o expressionismo foi considerado como “arte degenerada” (Entartete Kunst), relacionando-o com o comunismo e tachando-o de imoral e subversivo, ao tempo que consideraram que a sua fealdade e inferioridade artística eram um signo da decadência da arte moderna (o decadentismo, pela sua vez, fora um movimento artístico que teve certo desenvolvimento). Em 1937 uma exposição foi organizada no Hofgarten de Munique com o título precisamente de Arte degenerada, visando injuriá-lo e mostrar ao público a baixa qualidade da arte produzida na República de Weimar. Para tal fim foram confiscadas umas 16.500 obras de diversos museus, não apenas de artistas germanicos, mas de estrangeiros como Gauguin, Van Gogh, Munch, Matisse, Picasso, Braque, Chagall, etc. A maioria dessas obras foram vendidas posteriormente a galeristas e marchantes, sobretudo num grande leilão celebrado em Lucerna em 1939, embora umas 5.000 dessas obras foram diretamente destruídas em março de 1939, supondo um notável prejuízo para a arte alemã.[14] Após a Segunda Guerra Mundial o expressionismo desapareceu como estilo, se bem que exercesse uma

ra: Frank Wedekind denunciou nas suas obras a moral burguesa, frente à qual opunha a liberdade passional dos instintos; Georg Trakl evadiu-se da realidade refugiando-se num mundo espiritual criado pelo artista; Heinrich Mann foi quem mais diretamente denunciou a sociedade guilhermina.[10] A aparição do expressionismo num país como a Alemanha não foi um fato aleatório, mas é explicado pelo profundo estudo da arte durante o século XIX pelos filósofos, artistas e teóricos germanicos, do romantismo e as múltiplas contribuições para o campo da estética de personagens como Wagner e Nietzsche, para a estética cultural e para a obra de autores como Konrad Fiedler (“Para julgar obras de arte visual”, 1876), Theodor Lipps (“Estética”, 1903-1906) e Wilhelm Worringer (“Abstração e empatia”, 1908). Esta corrente teórica deixou uma profunda marca nos artistas germanicos de finais do século XIX e princípios do XX, centrada sobretudo na necessidade de se expressar do artista (a “innerer Drang” ou necessidade interior, princípio que assumiu posteriormente Kandinsky), bem como a constatação de uma ruptura entre o artista e o mundo exterior, o ambiente que o envolve, fato que o torna num ser introvertido e alienado da sociedade. Também influiu a mudança acontecida no ambiente cultural da época, que se afastou do gosto clássico greco-romano para admirar a arte popular, primitiva e exótica –sobretudo da África, Oceania e Extremo Oriente–, bem como a arte medieval e a obra de artistas como Grünewald, Brueghel e El Greco.[11] Na Alemanha, o expressionismo foi mais um conceito teórico, uma proposta ideológica, do que um programa artístico coletivo, se bem que se aprecia um selo estilístico comum a todos os seus membros. Frente ao academicismo imperante nos centros artísticos oficiais, os expressionistas agruparam-se em torno de diversos centros de difusão da nova arte, especialmente em cidades como Berlim, Colônia, Munique, Hannover e Dresde. Assim mesmo, o seu trabalho difusor através de publicações, galerias e exposições ajudaram a estender o novo estilo por toda Alemanha e, mais tarde, toda Europa.[7] Foi um movimento heterogêneo que, à parte da diversidade das suas manifestações, realizadas em diversas linguagens e meios artísticos, Arte Moderna - 42

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Arte Moderna do Século XX

Arte Moderna do Século XX presentadas. Assim, os expressionistas inspiraram-se nos principais artistas do gótico alemão, desenvolvido através de duas escolas fundamentais: o estilo internacional (finais do século XIV-primeira metade do XV), representado por Conrad Soest e Stefan Lochner; e o estilo flamengo (segunda metade do século XV), desenvolvido por Konrad Witz, Martin Schongauer e Hans Holbein, o Velho. Também se inspiraram na escultura gótica alemã, que salientou pela sua grande expressividade, com nomes como Veit Stoss e Tilman Riemenschneider. Outro ponto de referência foi Matthias Grünewald, pintor tardo-medieval que, embora conhecesse as inovações do Renascimento, seguiu numa linha pessoal, caracterizada pela intensidade emocional, uma expressiva distorção formal e um intenso colorido incandescente, como na sua obra mestra, o Retábulo de Isenheim.[16] Outro dos referentes da arte expressionista foi a arte primitiva, especialmente a da África e Oceania, difundida desde finais do século XIX pelos museus etnográficos. As vanguardas artísticas encontraram na arte primitiva uma maior liberdade de expressão, originalidade, novas formas e materiais, uma nova concepção do volume e da cor, bem como uma maior transcendência do objeto, pois nestas culturas não eram simples obras de arte, mas tinham uma finalidade religiosa, mágica, totêmica, votiva, suntuária, etc. São objetos que expressam uma comunicação direta com a natureza e com as forças espirituais, com cultos e rituais, sem nenhum de tipo de mediação ou interpretação.[17] Mas a maior inspiração veio do pós-impressionismo, especialmente da obra de três artistas: Paul Cézanne, que começou um processo de desfragmentação da realidade em formas geométricas que terminou no cubismo, reduzindo as formas a cilindros, cones e esferas, e dissolvendo o volume a partir dos pontos mais essenciais da composição. Colocava a cor por camadas, imbricando umas cores com outras, sem necessidade de linhas, trabalhando com manchas. Não utilizava a perspectiva, mas a superposição de tons cálidos e frios davam sensação de profundeza. Em segundo lugar Paul Gauguin, que contribuiu uma nova concepção entre o plano pictórico e a profundeza do quadro,

poderosa influência em muitas correntes artísticas da segunda metade de século, como o expressionismo abstrato norte-americano (Jackson Pollock, Mark Rothko, Willem de Kooning), o informalismo (Jean Fautrier, Jean Dubuffet), o grupo CoBrA (Karel Appel, Asger Jorn, Corneille, Pierre Alechinsky) e o neoexpressionismo alemão –diretamente herdeiro dos artistas de Die Brücke e Der Blaue Reiter, o qual é patente no seu nome–, e artistas individuais como Francis Bacon, Antonio Saura, Bernard Buffet, Nicolas de Staël, Horst Antes, etc.[15]

Origens e influências Embora por expressionismo fosse conhecido nomeadamente o movimento artístico desenvolvido na Alemanha em princípios do século XX, muitos historiadores e críticos da arte também empregam este termo mais genericamente para descrever o estilo de grande variedade de artistas ao longo de toda a História. Entendida como a deformação da realidade para buscar uma expressão mais emocional e subjetiva da natureza e do ser humano, o expressionismo é pois extrapolável a qualquer época e espaço geográfico. Assim, com frequência qualificou-se de expressionista a obra de diversos autores como Hieronymus Bosch, Matthias Grünewald, Quentin Matsys, Pieter Brueghel, o Velho, El Greco, Francisco de Goya, Honoré Daumier, etc.[1] As raízes do expressionismo encontram-se em estilos como o simbolismo e o pós-impressionismo, bem como nos Nabis e em artistas como Paul Cézanne, Paul Gauguin e Vincent Van Gogh. Assim mesmo, têm pontos de contato com o neoimpressionismo e o fauvismo pela sua experimentação com a cor.[7] Os expressionistas receberam numerosas influências: em primeiro lugar a da arte medieval, especialmente a gótica alemã. De signo religioso e caráter transcendente, a arte medieval punha ênfase na expressão, não nas formas: as figuras tinham pouca corporeidade, perdendo interesse pela realidade, as proporções, a perspectiva. Por outro lado, acentuava a expressão, sobretudo na olhada: as personagens eram simbolizas mais que reArte Moderna - 44

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Arquitetura

através de cores planas e arbitrárias, que têm um valor simbólico e decorativo, com cenas de difícil classificação, situadas entre a realidade e um mundo onírico e mágico. A sua estadia em Tahiti provocou que a sua obra derivasse em um certo primitivismo, com influência da arte da Oceania, refletindo o mundo interior do artista em vez de imitar a realidade. Finalmente, Vincent Van Gogh elaborava a sua obra segundo critérios de exaltação anímica, caracterizando-se pela falta de perspectiva, a instabilidade dos objetos e cores, roçando a arbitrariedade, sem imitar a realidade, mas provêm do interior do artista. Devido à sua frágil saúde mental, as suas obras são reflexo do seu estado de ânimo, depressivo e torturado, refletindo-se em obras de pinceladas sinuosas e cores violentas.[18] Cabe sublinhar a influência de dois artistas que os expressionistas consideraram como precedentes imediatos: o norueguês Edvard Munch, influenciado nos seus começos pelo impressionismo e o simbolismo, pronto derivou para um estilo pessoal que seria fiel reflexo do seu interior obsessivo e torturado, com cenas de ambiente opressivo e enigmático –centradas no sexo, a doença e a morte–, caracterizadas pela sinuosidade da composição e um colorido forte e arbitrário. As imagens angustiosas e desesperadas de Munch –como em O Grito (1893), paradigma da solidão e da incomunicação– foram um dos principais pontos de arranque do expressionismo.[19] Igual de influente foi a obra do belga James Ensor, que recolheu a grande tradição artística do seu país –em especial Brueghel–, com preferência por temas populares, traduzindo-o em cenas enigmáticas e irreverentes, de caráter absurdo e burlesco, com um senso do humor ácido e corrosivo, centrado em figuras de vagabundos, borrachos, esqueletos, máscaras e cenas de carnaval. Assim, “A entrada de Cristo em Bruxelas” (1888) representa a Paixão de Jesus no meio de um desfile de carnaval, obra que causou um grande escândalo no seu momento.[20]

A arquitetura expressionista desenvolveu-se nomeadamente na Alemanha, Países Baixos, Áustria, Checoslováquia e Dinamarca. Caracterizou-se pelo uso de novos materiais, suscitado ocasionalmente pelo uso de formas biomórficas ou pela ampliação de possibilidades oferecida pela fabricação massiva de materiais de construção como o tijolo, o aço ou o vidro. Muitos arquitetos expressionistas combateram na Primeira Guerra Mundial, e a sua experiência, combinada com os câmbios políticos e sociais produto da Revolução alemã de 1918, terminaram em perspectivas utópicas e um programa socialista romântico. A arquitetura expressionista recebeu a influência do modernismo, sobretudo da obra de arquitetos como Henry van de Velde, Joseph Maria Olbrich e Antoni Gaudí. De caráter fortemente experimental e utópico, as realizações dos expressionistas destacam-se pela sua monumentalidade, o emprego do tijolo e da composição subjetiva, que outorga às suas obras certo ar de excentricidade. [21] Um contribuinte teórico à arquitetura expressionista foi o ensaio Arquitetura de cristal (1914) de Paul Scheerbart, onde ataca o funcionalismo pela sua falta de artisticidade e defende a substituição do tijolo pelo cristal. Assim, por exemplo, o Pavilhão de Cristal da Exposição de Colônia de 1914, de Bruno Taut, autor que também plasmou o seu ideário por escrito (Arquitetura alpina, 1919).[22] A arquitetura expressionista desenvolveu-se em diversos grupos, como a Deutscher Werkbund, Arbeitsrat für Kunst, Der Ring e Neus Bauen, vinculado este último à Nova Objetividade; também cabe destacar-se a Escola de Amsterdam. Os principais arquitetos expressionistas foram: Bruno Taut, Walter Gropius, Erich Mendelsohn, Hans Poelzig, Hermann Finsterlim, Fritz Höger, Hans Scharoun e Rudolf Steiner.

Deutscher Werkbund A Deutscher Werkbund (Federação alemã do trabalho) foi o primeiro movimento arquitetônico relacioArte Moderna - 46

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Arte Moderna do Século XX quitetos de fora da Alemanha como Jacobus Johannes Pieter Oude, Le Corbusier e Victor Bourgeois. Esta amostra foi um dos pontos de partida do novo estilo arquitetônico que começava a surgir, conhecido como estilo internacional ou racionalismo. A Deutscher Werkbund dissolveu-se em 1934 devido nomeadamente à crise econômica e ao nazismo. O seu espírito influiu enormemente na Bauhaus, e inspirou a fundação de organismos parecidos em outros países, como Suíça, Áustria, Suécia e Grã-Bretanha.[25]

nado ao expressionismo na Alemanha. Fundada em Munique a 9 de outubro de 1907 por Hermann Muthesius, Friedrich Naumann e Karl Schmidt, incorporou posteriormente figuras como Walter Gropius, Bruno Taut, Hans Poelzig, Peter Behrens, Theodor Fischer, Josef Hoffmann, Wilhelm Kreis, Adelbert Niemeyer e Richard Riemerschmidt. Herdeira do Jugendstil e da Sezession vienesa, e inspirada no movimento Arts & Crafts, o seu objetivo era a integração de arquitetura, indústria e artesanato através do trabalho profissional, a educação e a publicidade, bem como introduzir o desenho arquitetônico na modernidade e conferirlhe um caráter industrial. As principais características do movimento foram o uso de novos materiais como o vidro e o aço, a importância do desenho industrial e o funcionalismo decorativo.[23] A Deutscher Werkbund organizou diversas conferências publicadas posteriormente em forma de anuários, como A arte na indústria e no comércio (1913) e O transporte (1914). Assim mesmo, em 1914 celebraram uma exposição em Colônia que obteve um grande sucesso e difusão internacional, destacando-se o pavilhão de vidro e aço desenhado por Bruno Taut. O sucesso da exposição provocou um grande auge do movimento, que passou de ter 491 membros em 1908 a 3000 em 1929.[24] Durante a Primeira Guerra Mundial esteve prestes a desaparecer, mas ressurgiu em 1919 após uma convenção em Stuttgart, onde Hans Poelzig foi eleito presidente –substituído em 1921 por Riemerschmidt–. Durante esses anos decorreram várias controvérsias sobre se devia primar o desenho industrial ou o artístico, produzindo-se diversas dissensões no grupo. Nos anos 1920 o movimento derivou do expressionismo e do artesanato ao funcionalismo e à indústria, incorporando novos membros como Ludwig Mies van der Rohe. Uma nova revista foi editada, Die Form (1922-1934), que difundiu as novas ideias do grupo, centradas no aspecto social da arquitetura e no desenvolvimento urbanístico. Em 1927 celebraram uma nova exposição em Stuttgart, construindo uma grande colônia de moradias, a Weissenhofsiedlung, com desenho de Mies van der Rohe e edifícios construídos por Gropius, Behrens, Poelzig, Taut, etc., junto a arArte Moderna - 48

Escola de Amsterdam Paralelamente à Deutscher Werkbund alemã, entre 1915 e 1930 uma notável escola arquitetônica de caráter expressionista desenvolveu-se em Amsterdam (Países Baixos). Influenciados pelo modernismo (nomeadamente Henry van de Velde e Antoni Gaudi) e por Hendrik Petrus Berlage, inspiraram-se nas formas naturais, com edifícios de desenho imaginativo onde predomina o uso do tijolo e do concreto. Os seus principais membros foram Michel de Klerk, Piet Kramer e Johan van der Mey, que trabalharam conjuntamente múltiplas vezes, contribuindo em grande maneira ao desenvolvimento urbanístico de Amsterdam, com um estilo orgânico inspirado na arquitetura tradicional holandesa, destacando-se as superfícies onduladas. As suas principais obras foram o Scheepvaarthuis (Van der Mei , 1911-1916) e o Eigen Haard Estate (De Klerk, 1913-1920).[26]

Arbeitsrat für Kunst O Arbeitsrat für Kunst (Conselho de trabalhadores da arte) foi fundado em 1918 em Berlim pelo arquiteto Bruno Taut e o crítico Adolf Behne. Surgido após o fim da Primeira Guerra Mundial, o seu objetivo era a criação de um grupo de artistas que pudesse influir no novo governo alemão, com vistas à regeneração da arquitetura nacional, com um claro componente utópico. As suas obras destacam-se pelo uso do vidro Arte Moderna - 49


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Neues Bauen

e do aço, bem como pelas formas imaginativas e carregadas de um intenso misticismo. De seguida captaram membros provenientes da Deutscher Werkbund, como Walter Gropius, Erich Mendelsohn, Otto Bartning e Ludwig Hilberseimer, e contaram com a colaboração de outros artistas, como os pintores Lyonel Feininger, Erich Heckel, Karl Schmidt-Rottluff, Emil Nolde e Max Pechstein, e os escultores Georg Kolbe, Rudolf Belling e Gerhard Marcks. Esta variedade é explicada porque as aspirações do grupo eram mais políticas que artísticas, visando a influir nas decisões do novo governo em torno à arte e à arquitetura. Contudo, após os acontecimentos de janeiro de 1919 relacionados à Liga Espartaquista, o grupo renunciou aos seus fins políticos, dedicando-se a organizar exposições. Taut demitiu como presidente, sendo substituído por Gropius, embora finalmente se dissolvessem a 30 de maio de 1921.[27]

Neues Bauen (Novo edifício) foi o nome que se deu em arquitetura à Nova Objetividade, reação directa aos excessos estilísticos da arquitetura expressionista e o câmbio no estado de ânimo nacional, no que predominava o componente social sobre o individual. Arquitetos como Bruno Taut, Erich Mendelsohn e Hans Poelzig voltaram-se para o enfoque simples, funcional e prático da Nova Objetividade. A Neues Bauen floreceu no breve período entre a adoção do plano Dawes e o auge do nazismo, abrangendo exposições públicas como o Weissenhof Estate, o amplo planejamento urbano e projetos de promoções públicas de Taut e Ernst May, e os influentes experimentos da Bauhaus.

Pintura A pintura desenvolveu-se nomeadamente em torno de dois grupos artísticos: Die Brücke, fundado em Dresde em 1905, e Der Blaue Reiter, fundado em Munique em 1911. No pós-guerra, o movimento Nova Objetividade surgiu como contrapeso ao individualismo expressionista defendendo uma atitude mais comprometida socialmente, embora técnica e formalmente fosse um movimento herdeiro do expressionismo. Os elementos mais característicos das obras de arte expressionistas são a cor, o dinamismo e o sentimento. O fundamental para os pintores de princípios de século não era refletir o mundo de maneira realista e fiel –justo ao contrário dos impressionistas– mas, sobretudo, expressar o seu mundo interior. O objetivo primordial dos expressionistas era transmitir as suas emoções e sentimentos mais profundos. Na Alemanha, o primeiro expressionismo foi herdeiro do idealismo pós-romântico de Arnold Böcklin e Hans von Marées, incidindo nomeadamente no significado da obra, e dando maior relevância o desenha frente à pincelada, bem como à composição e à estrutura do quadro. Assim mesmo, foi primordial a influência de artistas estrangeiros como Munch, Gauguin, Cézanne e Van Gogh, plasmada em diversas exposições organizadas em Berlim (1903), Munique (1904) e Dresde

Der Ring O grupo Der Ring (O círculo) foi fundado em Berlim em 1923 por Bruno Taut, Ludwig Mies van der Rohe, Peter Behrens, Erich Mendelsohn, Otto Bartning, Hugo Häring e vários arquitetos mais, aos que se acrescentaram Walter Gropius, Ludwig Hilberseimer, Hans Scharoun, Ernst May, Hans e Wassili Luckhardt, Adolf Meyer, Martin Wagner, etc. O seu objetivo era, assim como nos movimentos precedentes, renovar a arquitetura da sua época, pondo especial ênfase nos aspectos sociais e urbanísticos, bem como no estudo de novos materiais e técnicas de construção. Entre 1926 e 1930 desenvolveram um notável trabalho de construção de moradias sociais em Berlim, com casas que se destacam pelo aproveitamento da luz natural e a sua situação em zonas verdes, destacando-se a Hufeisensiedlung (Colônia da Ferradura, 1925-1930), de Taut e Wagner. Der Ring desapareceu em 1933 após o advento do nazismo.[28]

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Arte Moderna do Século XX Gropius, Erich Mendelsohn e Ludwig Mies van der Rohe; compositores como Albam Berg e Kurt Weill; e o dramaturgo Bertolt Brecht. Mais que um grupo com um selo estilístico comum, foi uma associação de artistas com o objetivo de expor conjuntamente, coisa que fizeram até a sua dissolução com a chegada do nazismo.[37]

(1905).[34] O expressionismo destacou-se pela grande quantidade de agrupamentos artísticos que surgiram no seu seio, bem como pelas múltiplas exposições celebradas em todo o território alemão entre 1910 e 1920: em 1911 a Nova Secessão foi fundada em Berlim, cisão da Secessão berlinesa fundada em 1898 e que presidia Max Liebermann. O seu primeiro presidente foi Max Pechstein, e incluía a Emil Nolde e Christian Rohlfs. Mais tarde, em 1913, surgiu a Livre Secessão, movimento efêmero que foi eclipsado pelo Herbstsalon (salão de Outono) de 1913, promovido por Herwarth Walden, onde junto aos principais expressionistas germanicos expuseram diversos artistas cubistas e futuristas, destacando-se Chagall, Léger, Delaunai, Mondrian, Archipenko, Hans Arp, Max Ernst, etc. Contudo, em que pese à sua qualidade artística, a exposição foi um insucesso econômico, pelo qual a iniciativa não foi repetida.[35] O expressionismo teve uma notável presença, além de em Berlim, Munique e Dresde, na região da Renânia, donde procediam Macke, Campendonk e Morgner, bem como outros artistas como Heinrich Nauen, Franz Henseler, Paul Adolf Seehaus, etc. Em 1902, o filántropo Karl Ernst Osthaus criou o Folkwang (Sala do povo) de Hagen, com o objetivo de promover a arte moderna, adquirindo numerosas obras de artistas expressionistas bem como de Gauguin, Van Gogh, Cézanne, Matisse, Munch, etc. Assim mesmo, em Düsseldorf um grupo de novos artistas fundaram a Sonderbund Westdeutscher Kunstfreunde und Künstler (Liga especial de afeicionados à arte e artistas da Alemanha ocidental), que celebrou diversas exposições de 1909 a 1911, mudando-se em 1912 para Colônia, onde, a pesar do sucesso desta última exposição, a liga foi dissolvida.[36] No pós-guerra surgiu o Novembergruppe (Grupo de Novembro, pela revolta alemã de novembro de 1918), fundado em Berlim a 3 de dezembro de 1918 por Max Pechstein e César Klein, visando reorganizar a arte alemã após a guerra. Entre os seus membros figuraram pintores e escultores como Wassily Kandinsky, Paul Klee, Lyonel Feininger, Heinrich Campendonk, Otto Freundlich e Käthe Kollwitz; arquitetos como Walter Arte Moderna - 52

Nova Objetividade O grupo Neu Sachlichkeit (Nova Objetividade) surgiu após a Primeira Guerra Mundial como um movimento de reação frente ao expressionismo, retornando à figuração realista e à plasmação objetiva da realidade circundante, com uma marcada componente social e reivindicativa. Desenvolvido entre 1918 e 1933, desapareceu com o advento do nazismo.[79] O ambiente de pessimismo que trouxe o pós-guerra propiciou o abandono por parte de alguns artistas do expressionismo mais espiritual e subjetivo, de procura de novas linguagens artísticas, por uma arte mais comprometida, mais realista e objetiva, dura, direta, útil para o desenvolvimento da sociedade, uma arte revolucionária na sua temática, se bem que não na forma.[80] Os artistas separaram-se da abstração, refletindo sobre a arte figurativa e recusando toda atividade que não atendesse aos problemas da diligente realidade do pós-guerra. Encarnaram este grupo Otto Dix, George Grosz, Max Beckmann, Conrad Felixmüller, Chrístian Schad, Rudolf Schlichter, Ludwig Meidner, Karl Hofer e John Heartfield. Frente à introspeção psicológica do expressionismo, o individualismo de Die Brücke ou o espiritualismo de Der Blaue Reiter, a Nova Objetividade propôs o retorno ao realismo e à plasmação objetiva do mundo circundante, com uma temática mais social e comprometida politicamente. Contudo, não renunciaram aos sucessos técnicos e estéticos da arte de vanguarda, como o colorido fauvista e expressionista, a “visão simultânea” futurista ou a aplicação da fotomontagem à pintura e à gravura do verismo. A recuperação da figuração foi uma consequência comum no espaço no final da guerra: para além da Nova Objetividade, Arte Moderna - 53


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Arte Moderna do Século XX Scholz.[83] Os principais expoentes da Nova Objetividade foram: George Grosz: procedente do dadaísmo, interessado pela arte popular. Mostrou desde novo na sua obra um intenso desgosto pela vida, que se tornou após a guerra em indignação. Na sua obra analisou fria e metodicamente a sociedade do seu tempo, desmistificando as classes dirigentes para mostrar o seu lado mais cruel e despótico. Carregou especialmente contra o exército, a burguesia e o clero, em séries como O rosto da classe dominante (1921) ou Ecce Homo (1927), em cenas onde predomina a violência e o sexo. As suas personagens costumam ser mutilados de guerra, assassinos, suicidas, burgueses ricos e rechonchudos, prostitutas, vagabundos, etc., em figuras sucintas, silhuetadas em poucos traços, como bonecos. Tecnicamente, empregou recursos de outros estilos, como o espaço geometrizante do cubismo ou a captação do movimento do futurismo.[84] Otto Dix: iniciado no realismo tradicional, com influência de Hodler, Cranach e Durero, em Dix a temática social, patética, direta e macabra da Nova Objetividade ficava enfatizada pela representação realista e minuciosa, quase diáfana, das suas cenas urbanas, povoadas pelo mesmo tipo de personagens que retratava Grosz: assassinos, aleijados, prostitutas, burgueses e mendigos. Expôs de maneira fria e metódica os horrores da guerra, as carniçarias e matanças que presenciou como soldado: assim, na série A Guerra (1924), inspirou-se na obra de Goya e de Callot.[85] Max Beckmann: de formação acadêmica e começos próximos do impressionismo, o horror da guerra levou como aos seus companheiros a plasmar cruamente a realidade que o envolvia. Acusou então a influência de antigos mestres como Grünewald, Brueghel e Hieronymus Bosch, junto a novas contribuições como o cubismo, do qual tomou o seu conceito de espaço, que se volta na sua obra um espaço agoniante, quase claustrofóbico, onde as figuras têm um aspecto de solidez escultórica, com contornos muito delimitados. Na sua série O inferno (1919) fez um retrato dramático do Berlim do pós-guerra, com cenas de grande violência, com personagens torturados, que berram e se retorcem de dor.[85]

surgiu na França o purismo e na Itália a pintura metafísica, precursora do surrealismo. Mas na Nova Objetividade este realismo é mais comprometido que em outros países, com obras de denúncia social que visam desmascarar a sociedade burguesa do seu tempo, denunciar o estamento político e militar que os levou ao desastre da guerra. Se bem que a Nova Objetividade opôs-se ao expressionismo por ser um estilo espiritual e individualista, manteve por outro lado a sua essência formal, pois o seu caráter grotesco, de deformação da realidade, de caricaturamento da vida, transladou-se à temática social abordada pelos novos artistas do pósguerra.[81] A “Nova Objetividade” surgiu coma recusa do Novembergruppe, cuja falta de compromisso social rejeitavam. Assim, em 1921, um grupo de artistas dadaístas – entre os quais se encontravam George Grosz, Otto Dix, Rudolf Schlichter, Hanna Höch, etc.– apresentaram-se como “Oposição ao Grupo de Novembro”, redigindo uma Carta aberta a este. O termo “Nova Objetividade” foi ideado pelo crítico Gustav Friedrich Hartlaub para a exposição Nova Objetividade. Pintura alemã desde o expressionismo, celebrada em 1925 na Kunsthalle de Mannheim. Segundo palavras de Hartlaub: “o objetivo é superar as mesquindades estéticas da forma através de uma nova objetividade nascida do desgosto para a sociedade burguesa da exploração”.[82] Em paralelo à Nova Objetividade surgiu o denominado “realismo mágico”, nome proposto igualmente por Hartlaub em 1922 mais difundido sobretudo por Franz Roh no seu livro Pós-expressionismo. Realismo mágico (1925). O realismo mágico situou-se mais à direita da Nova Objetividade –embora fosse igualmente eliminado pelos nazis–, e representava uma linha mais pessoal e subjetiva que o grupo de Grosz e Dix. Frente à violência e dramatismo dos seus coetâneos objetivos, os realistas mágicos elaboraram uma obra mais acalmada e intemporal, mais sereia e evocadora, transmissora de uma quietude que visava a pacificar os ânimos após a guerra. O seu estilo era próximo do da pintura metafísica italiana, visando a captar a transcendência dos objetos para além do mundo visível. Entre as suas figuras destacaram-se Georg Schrimpf, Alexander Kanoldt, Anton Räderscheidt, Carl Grossberg e Georg Arte Moderna - 54

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Narrativa

Conrad Felixmüller: fervente opositor da guerra, durante a contenda assumiu a arte como compromisso político. Ligado ao círculo de Pfemfert, editor da revista Die Aktion, movimentou-se no ambiente antimilitarista de Berlim, que recusava o esteticismo na arte, defendendo uma arte comprometida e de finalidade social. Influenciado pelo colorido de Die Brücke e pela decomposição cubista, simplificou o espaço a formas angulares e quadriláteros, que ele denominava “cubismo sintético”. A sua temática focou-se em operários e nas classes sociais mais desfavorecidas, com um forte componente de denúncia.[86] Chrístian Schad: membro do grupo dadaísta de Zurique (1915-1920), onde trabalhou com papel fotográfico – as suas “schadografías”–, dedicou-se posteriormente ao retrato, em retratos frios e desapassionados, estritamente objetivos, quase desumanizados, estudando com olhada sóbria e científica as personagens que retrata, reduzidas a simples objetos, sós e isoladas, sem capacidade de se comunicarem.[83] Ludwig Meidner: membro do grupo Die Pathetiker (Os Patéticos) junto a Jakob Steinhardt e Richard Janthur, o seu principal tema foi a cidade, a paisagem urbana, que mostrou em cenas abigarradas, sem espaço, com grandes multidões e edifícios angulosos de precário equilíbrio, num ambiente opressivo, angustioso. Na sua série Paisagens apocalípticas (1912-1920) retratou cidades destruídas, que ardem ou estouram, em vistas panorâmicas que mostram mais friamente o horror da guerra.[87] Karl Hofer: iniciado num certo classicismo próximo a Hans von Marées, estudou em Roma e Paris, onde o surpreendeu a guerra e foi feito prisioneiro durante três anos, fato que marcou profundamente o desenvolvimento da sua obra, com figuras atormentadas, de gestos vacilantes, em atitude estática, enquadradas em desenhos claros, de cores frias e pincelada pulcra e impessoal. As suas figuras são solitárias, de aspecto pensativo, melancólico, denunciando a hipocrisia e a loucura da vida moderna (O casal, 1925; Homens com tochas, 1925; O quarto preto, 1930).

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Franz Kafka.A narrativa expressionista implicou uma profunda renovação a respeito da prosa tradicional, tanto temática como estilisticamente, supondo uma contribuição imprescindível ao desenvolvimento do romance moderna tanto alemã como europeia. Os autores expressionistas procuravam uma nova forma de captar a realidade, a evolução social e cultural da era industrial. Portanto, rejeitaram o encadeamento argumental, a sucessão espaço-tempo e a relação causa-efeito próprios da literatura realista de raiz positivista. Por outro lado, introduziram a simultaneidade, quebrando a sucessão cronológica e rejeitando a lógica discursiva, com um estilo que amostra mas não explica, no que o próprio autor é apenas um observador da ação, na qual as personagens evoluem autonomamente. Na prosa expressionista a realidade interior é destacada sobre a exterior, a visão do protagonista, a sua análise psicológica e existencial, onde as personagens expõem a sua situação no mundo, a sua identidade, com um sentimento de alienação que provoca condutas desordenadas, psicóticas, violentas, irreflexivas, sem lógica nem coerência. Esta visão plasmou-se em uma linguagem dinâmica, concisa, elíptica, simultânea, concentrada, sintaticamente deformada.[121] Existiram duas correntes fundamentais na prosa expressionista: uma reflexiva e experimental, abstrata e subjetivizadora, representada por Carl Einstein, Gottfried Benn e Albert Ehrenstein; e outra naturalista e objetivadora, desenvolvida por Alfred Döblin, Georg Heym e Kasimir Edschmid. Figura à parte a obra pessoal e dificilmente classificável de Franz Kafka, que expressou na sua obra o absurdo da existência, em romances como A metamorfose (Die Verwandlung, 1915), O processo (Der Prozeß, 1925), O Castelo (Das Schloß, 1926) e Amerika (Der Verschollene, 1927). Kafka mostrou mediante parábolas a solidão e alienação do ser humano moderno, a sua desorientação na sociedade urbana e industrial, a sua insegurança e desesperação, a sua impotência frente de poderes desconhecidos que rege o seu destino. O seu estilo é ilógico, descontínuo, labiríntico, com vazios que o leitor deve rechear.[122] Arte Moderna - 57


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Impressionismo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

I

mpressionismo foi um movimento artístico que surgiu na pintura européia do século XIX. O nome do movimento é derivado da obra Impressão, nascer do sol (1872), de Claude Monet. Os autores impressionistas não mais se preocupavam com os preceitos do Realismo ou da academia. A busca pelos elementos fundamentais de cada arte levou os pintores impressionistas a pesquisar a produção pictórica não mais interessados em temáticas nobres ou no retrato fiel da realidade, mas em ver o quadro como obra em si mesma. A luz e o movimento utilizando pinceladas soltas tornam-se o principal elemento da pintura, sendo que geralmente as telas eram pintadas ao ar livre para que o pintor pudesse capturar melhor as variações de cores da natureza. A emergente arte visual do impressionismo foi logo seguida por movimentos análogos em outros meios quais ficaram conhecidos como, música impressionista e literatura impressionista.

Características Orientações Gerais que caracterizam a pintura impressionista: A pintura deve mostrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz do sol num determinado momento, pois as cores da natureza mudam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol. É também com isto uma pintura instantânea(captar o momento), recorrendo, inclusivamente à fotografia. As figuras não devem ter contornos nítidos pois o desenho deixa de ser o principal meio estrutural do quadro passando a ser a mancha/cor. As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos causam. O preto jamais é usado em uma obra impressionista plena. Arte Moderna - 59


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Arte Moderna do Século XX Relação do impressionismo com o uso da óptica Os efeitos ópticos descobertos pela pesquisa fotográfica, sobre a composição de cores e a formação de imagens na retina do observador, influenciaram profundamente as técnicas de pintura dos impressionistas. Eles não mais misturavam as tintas na tela, a fim de obter diferentes cores, mas utilisavam pinceladas de cores puras que colocadas uma ao lado da outra, são misturadas pelos olhos do observador, durante o processo de formação da imagem.

Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores complementares. Assim um amarelo próximo a um violeta produz um efeito mais real do que um claro-escuro muito utilizado pelos academicistas no passado. Essa orientação viria dar mais tarde origem ao pontilhismo As cores e tonalidades não devem ser obtidas pela mistura das tintas na paleta do pintor. Pelo contrário,devem ser puras e dissociadas no quadro em pequenas pinceladas. É o observador que, ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser técnica para se tornar óptica. Preferência pelos pintores em representar uma natureza morta do que um objeto Entre os principais expoentes do Impressionismo estão Claude Monet, Edouard Manet, Edgar Degas e Auguste Renoir. Poderemos dizer ainda que Claude Monet foi um dos maiores artistas da pintura impressionista da época.

Origens Édouard Manet não se considerava um impressionista, mas foi em torno dele que se reuniram grande parte dos artistas que viriam a ser chamados de Impressionistas. O Impressionismo possui a característica de quebrar os laços com o passado e diversas obras de Manet são inspiradas na tradição. Suas obras no entanto serviram de inspiração para os novos pintores. O termo impressionismo surgiu devido a um dos primeiros quadros de Claude Monet (1840-1926) Impressão - Nascer do Sol, por causa de uma crítica feita ao quadro pelo pintor e escritor Louis Leroy “Impressão, Nascer do Sol -eu bem o sabia! Pensava eu, se estou impressionado é porque lá há uma impressão. E que liberdade, que suavidade de pincel! Um papel de parede é mais elaborado que esta cena marinha”. A expressão foi usada originalmente de forma pejorativa, mas Monet e seus colegas adotaram o título, sabendo da revolução que estavam iniciando.

Orientações Gerais que caracterizam o impressionista: Rompe completamente com o passado. Inicia pesquisas sobre a óptica / efeitos (ilusões) ópticas. É contra a cultura tradicional. Pertence a um grupo individualizado. Falam de arte, sociedade, etc: não concordam com as mesmas coisas porém discordam do mesmo. Vão pintar para o exterior, algo bastante mais fácil com a evolução da indústria, nomeadamente, telas com mais formatos, tubos com as tintas, entre outras coisas. Grande influência da fotografia no impressionismo e vice-versa. No impressionismo, a pintura destacada foi responsável pelo movimento das formas nas artes plásticas com Luz Solar desenvolvido entre 1860 a 1980 na França. Arte Moderna - 60

Impressionismo no Brasil No início do século XX, Eliseu Visconti foi sem dúvida o artista que melhor representou os postulados impressionistas no Brasil. Sobre o impressionismo de Visconti, diz Flávio de Aquino: “Visconti é, para nós, o precursor da arte dos nossos dias, o nosso mais legítimo Arte Moderna - 61


Arte Moderna do Século XX

Arte Moderna do Século XX

representante de uma das mais importantes etapas da pintura contemporânea: o impressionismo. Trouxe-o da França ainda quente das discussões, vivo; transformou -o, ante o motivo brasileiro, perante a cor e a atmosfera luminosa do nosso País”. Pincipais pintores impressinistas brasileiros: Eliseu Visconti, Almeida Junior, Timótheo da Costa, Henrique Cavaleiro e Vicente do Rego Monteiro.

Surrealismo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Música e literatura Ver artigo principal: Impressionismo na música Música impressionista é o nome dado ao movimento da música clássica européia que surgiu no fim do Século XIX e continuou até o meio do Século XX. Originandose na França, música impressionista é caracterizada por sugestão e atmosfera, e abstem os excessos emocionais da Era Romântica. Compositores impressionistas preferiam composições com formas mais curtas, tais como o nocturne, arabesque, e o prelúdio; além disto, freqüentemente exploravam escalas, como a escala hexafônica. A influência de impressionismo visual na sua contraparte musical é bem discutida. Claude Debussy e Maurice Ravel são considerados, em geral, os maiores compositores impressionistas. Mas, Debussy não concordou com o termo, chamando -o de invenção dos críticos.[1] Entre outros músicos impressionistas fora da França incluem-se obras de Ralph Vaughan Williams e Ottorino Respighi.[2] O termo Impressionismo também é usado para descrever obras de literatura, entre quais bastam acrescentar poucos detalhes para estabelecer as impressões sensoriais de um incidente ou cena. Literatura impressionista é bem relacionada a simbolismo, entre os seus melhores exemplares podemos encontrar: Baudelaire, Mallarmé, Rimbaud e Verlaine.

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O

Surrealismo foi um movimento artístico e literário surgido primeiramente em Paris dos anos 20, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo, reunindo artistas anteriormente ligados ao Dadaísmo e posteriormente expandido para outros países. Fortemente influenciado pelas teorias psicanalíticas de Sigmund Freud (1856-1939), o surrealismo enfatiza o papel do inconsciente na atividade criativa. Seus representantes mais conhecidos são Max Ernst, René Magritte e Salvador Dalí no campo das artes plásticas, André Breton na literatura e Luis Buñuel no cinema.

Visão geral As características deste estilo: uma combinação do representativo, do abstrato, e do psicológico. Segundo os surrealistas, a arte deve se libertar das exigências da lógica e da razão e ir além da consciência cotidiana, expressando o inconsciente e os sonhos. O principal teórico e líder do movimento é o poeta, escritor e crítico francês André Breton (1896-1966), que em 1924 publica o primeiro Manifesto Surrealista. No manifesto e nos textos escritos posteriores, os surrealistas rejeitam a chamada ditadura da razão e os valores burgueses como pátria, família, religião, trabalho e honra. Humor, sonho e a contra lógica são recursos a serem utilizados para libertar o homem da existência utilitária. Segundo a nova ordem, as idéias de bom gosto e decoro devem ser subvertidas. Neste sentido, o Surrealismo aproximava-se daquelas que eram chamadas de vanguardas positivas, como o neoplasticismo e a Bauhaus, chegando inclusive a dialogar com o movimento comunista. No entanto, pela sua proposta estética, está mais próximo das vanguardas negativas, como o supracitado dadá, de onde surgiu parcialmente. Uma das principais idéias trabalhadas pelos surrealistas é a da escrita automática, segundo a qual o impulso criativo artístico se dá através do fluxo de consciência despejado sobre a obra. Ainda Arte Moderna - 63


Arte Moderna do Século XX

Arte Moderna do Século XX

Curiosidades

segundo esta idéia, a arte não é produto de gênios, mas de cidadãos comuns.

Como muitos dos primeiros participantes do Surrealismo foram originados do movimento Dadaísmo, uma separação enfática entre Surrealismo e Dadaísmo na teoria e prática pode ser difícil de ser estabelecida, apesar das declarações de Andre Breton no assunto não deixar dúvidas sobre sua própria claridade sobre as suas diferenças. No círculo acadêmico, esta linha imaginária é diferente entre diferentes historiadores. As raízes do Surrealismo nas artes visuais emprestam características do Dadaísmo e do Cubismo, assim como da abstração de Wassily Kandinsky e do Expressionismo, assim também como do Pós-Impressionismo.

Trajetória A palavra surrealismo havia sido criada em 1917 pelo poeta Guillaume Apollinaire (1886-1918), ligado ao Cubismo, para identificar expressões artísticas que se esboçavam e é adotada pelos surrealistas por refletir a ideia de algo além do realismo. Em 1929, os surrealistas publicam um segundo manifesto e editam a revista A Revolução Socialista. Entre os artistas ligados ao grupo em épocas variadas estão os seguintes escritores franceses ,o dramaturgo Antonin Artaud (1896-1948), Paul Éluard (1895-1952), Louis Aragon (1897-1982), Jacques Prévert (1900-1977) e Benjamin Péret (18991959,) que viveu no Brasil. Entre os escultores encontram-se os italianos Alberto Giacometti (1901-1960), o pintor italiano Vito Campanella (1932), assim como os pintores espanhóis Salvador Dali (1904-1989), Juan Miró (1893-1983) e Pablo Picasso, o pintor belga René Magritte (1898-1967), o pintor alemão Max Ernst (1891-1976) e o cineasta espanhol Luis Buñuel (19001983). Nos anos 30, o movimento internacionaliza-se e influencia muitas outras tendências, conquistando adeptos em países da Europa e nas Américas, tendo Breton assinado um manifesto com Leon Trotski na tentativa de criar um movimento internacional que lutava pela total liberdade na arte - FIARI: o Manifesto por uma Arte Revolucionária Independente. No Brasil, o surrealismo é uma das muitas influências captadas pelo modernismo.

Surrealismo na Arte

Relógios Molegas

O Surrealismo destacou-se nas artes, principalmente por quadros, esculturas ou produções literárias que procuravam expressar o inconsciente dos artistas, tentando driblar as amarras do pensamento racional. Entre seus métodos de composição estão a escrita automática. Arte Moderna - 64

Anos 30 Dalí e Magritte criaram as mais reconhecidas obras pictórias do movimento. Dalí entrou para o grupo em 1929, e participou do rápido estabelecimento do esArte Moderna - 65


Arte Moderna do Século XX tilo visual entre 1930 e 1935. Surrealismo como movimento visual tinha encontrado um método: expor a verdade psicológica ao despir objetos ordinários de sua significância normal, a fim de criar uma imagem que ia além da organização formal ordinária. Em 1932 vários pintores Surrealistas produziram obras que foram marcos da evolução da estética do movimento: La Voix des Airs de Magritte é um exemplo deste processo, onde são vistas 3 grandes esferas representando sinos pendurados sobre uma paisagem. Outra paisagem Surrealista deste mesmo ano é Palais Promontoire de Tanguy, com suas formas líquidas. Formas como estas se tornaram a marca registrada de Dali, particularmente com sua obra A Persistência da Memória, onde relógios de bolso derretem como se fossem líquidos.

A Segunda Guerra Mundial A Segunda Guerra provou ser disruptiva para o Surrealismo. Os artistas continuaram com suas obras, incluindo Magritte. Muitos membros do movimento continuaram a se corresponder e se encontrar. Em 1960, Magritte, Duchamp, Ernst e Man Ray encontraram-se em Paris. Apesar de Dali não se relacionar mais com Breton, ele não abandonou seus motivos dos anos 30, incluindo referências a sua obra Persistência do Tempo em uma obra posterior. O trabalho de Magritte se tornou mais realista na sua representação de objetos reais, enquanto mantinha o elemento de justaposição, como em sua obra Valores Pessoais (1951) e Império da Luz (1954). Magritte continuou a produzir obras que entraram para o vocabulário artístico, como Castelo nos Pireneus, que faz uma referência a Voix de 1931, na sua suspensão sobre a paisagem. Algumas personalidades do movimento Surrealista foram expulsas e vários destes artistas, como Roberto Mattam continuaram próximo ao Surrealismo como ele mesmo se definiu.

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