Habitação de Interesse Social Viabilizando o uso de Containers em sua Concepção- Jardim Aeroporto

HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL NO ASSENTAMENTO PRECÁRIO JARDIM AEROPORTO, VIABILIZANDO O USO DE CONTAINERS EM SUA CONCEPÇÃO.

NICOLE SANCHES DE SOUZA 2018 1

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HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL NO ASSENTAMENTO PRECÁRIO JARDIM AEROPORTO,LOCALIZADO NA CIDADE DE RIBEIRÃO PRETO VIABILIZANDO O USO DE CONTAINERS EM SUA CONCEPÇÃO.

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NICOLE SANCHES DE SOUZA CADERNO DE PROJETO APRESENTADO AO CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO UNISEB, COMO PARTE DOS ITENS OBRIGATORIOS PARA A CONCLUSÃO DE CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO, ORIENTADO PELA PROFA. MS. CATHERINE D’ANDREA

ORIENTADORA PROFA. MS. CATHERINE D’ANdDREA

2018

ARQUITETURA E URBANISMO-ESTACIO UNISEB

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AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer minha família, em especial meus pais Maria do Carmo e Rogério, que sempre me apoiaram em todas as etapas de minha vida, vivendo e realizando meus sonhos sempre com muito amor. Gostaria também de agradecer aos meus amigos próximos que sempre estiveram comigo, me consolando quando algo não estava bem, e compartilhando momentos especiais.

Também é essencial agradecer ao meu companheiro Vinicius Kusumota, que de certo modo, participou junto comigo de cada pedacinho desse trabalho, me acompanhando nas visitas ténicas, me deixando confiante e compartilhando sempre seu amor e experiencia. Dedico esse trabalho a minha querida vó Nidya, que não está mais nesse plano, mas que tenho certeza, que onde estiver, continua me apoiando e enviando o seu amor, já que a mesma sempre acreditou em mim. Obviamente nao poderia deixar de agradecer meus professores, que me ajudaram a ser quem eu sou hoje ,em especial a minha querida orientadora Catherine D’Andrea que além de me apoiar, aconselhar, e me tranquilizar, fez esse trabalho ser extremamente prazeroso, acreditando no meu potencial até o final, e também o professor Marcelo Carlucci, que foi meu primeiro orientador na faculdade, dando os mesmos apoios necessários.

Esse trabalho foi de extrema importancia pessoal, já que pude conhecer pessoas com histórias de vida inspiradoras, e pensar que talvez um dia eu possa melhorar a vida de cada uma delas, da forças para continuar o meu sonho de ser uma arquiteta e levar minha profissão há quem necessita. Que com o nosso trabalho, tenhamos oportunidade de melhorar o mundo em que vivemos, tornando nossa sociedade mais justa e humana.

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO pág. 11 PROCESSO HISTÓRICO DA HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL NO BRASIL pág. 12 POLÍTICAS HABITACIONAIS pág. 17 O USO DE CONTAINER COMO MORADIA pág. 24 POBREZA X MORADIA E O PROCESSO DE FAVELIZAÇÃO pág. 26 ÁREA DE ESTUDO pág. 33 LEITURAS PROJETUAIS pág. 45 O PROJETO DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL pág. 71 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS pág. 96

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INTRODUÇÃO Baseado no contexto histórico de déficit de moradia e na formação das habitações sociais no Brasil, juntamente com toda sua política e estrutura, este Trabalho de Finalização de Graduação, tem como objetivo levantar dados suficientes para a elaboração de um projeto de Habitação de Interesse Social para assentamento precário, localizado no bairro Jardim Aeroporto na zona norte da cidade de Ribeirão Preto, que se limita ao lado do Aeroporto Leite Lopes.

A necessidade desse projeto está ligada à resolução da problemática entre a favela e a proximidade com o Aeroporto Leite Lopes, que causa problemas sérios como a invasão da pista do aeroporto por parte das crianças moradoras da favela, ocasionado suspensão de voos por conta da periculosidade e riscos de acidentes.

Além do mais, a tentativa de remoção dessas famílias é sempre falha da parte do governo, uma vez que o mesmo acaba não realocando essas familias que acabam sempre voltando para o terreno em quemoravam, levantando novas casas precárias feitas até mesmo com material sucateado. Atualmente este assentamento conta com aproximadamente 620 familias, das quais necessitam de uma habitação decente, e áreas de lazer principalmente para jovens e crianças.

Afim de otimizar os custos, tornar a obra mais rápida e contribuir para a reutilização desse material, o Container foi escolhido como elemento fundamental do projeto, que após receber tratamento termo acústico pode abrigar normalmente uma pessoa. Com a criação de um conjunto de Habitação de Interesse Social na mesma área em que ocupam atualmente, seria possível reduzir os impactos da ocupação irregular e beneficiaria tanto o usuário do local como o Aeroporto Leite Lopes, levando em consideração a existencia atual de um bairro consolidado que é o Jardim Aeroporto, revelando a não necessidade dessas pessoas para outras áreas.

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PROCESSO HISTÓRICO DA HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL NO BRASIL O grande crescimento populacional do século XIX no Brasil ocorreu pela troca da mão de obra escrava pelo trabalho livre, e pelo surgimento do segmento Industrial, fazendo com que novos empregos fossem gerados e automaticamente elevando a economia do país. Isso também fez com que houvessem claras divisões sociais, levado em consideração que apenas uma pequena parte da população detinha riquezas.

Como a mão de obra escrava abolida, as pessoas libertas não tinham para onde ir já que a maioria morava nas fazendas e mediações em que trabalhavam, tendo que migrar para morros e lugares isolados da área central, que era habitada pela classe média alta. Essas pessoas improvisavam moradias em lugares sem nenhum tipo de infraestrutura e segurança, já que muitas delas estavam em áreas de risco de desabamento. Enquanto isso, com as primeiras industrias sendo instaladas no país, surge a necessidade de construir moradias para os operários que ali iriam trabalhar, já que muitas vezes eles vinham de outras partes do Brasil a procura de uma oportunidade.

O setor Industrial, Ferroviário e de Minério cresceu de uma forma tão intensa, que houve um acumulo de pessoas nas moradias feitas para abrigar os operários, já que a demanda era grande e as fabricas não ampliavam os espaços necessários, além do mais, o preço dos alugueis subiram e as pessoas começaram a morar em cortiços causando uma grande saturação populacional por metro quadrado. Era impossível manter a salubridade diante dessas condições, e a partir desse problema começam a surgir as doenças e epidemias que se espalham rapidamente nessas áreas, se expandindo para o resto da cidade.

Figura 1: Industrialização Fonte: autoral Figura 2: Cortiço. Fonte: https://www.culturagenial.com Figura 3 : Cortiço. Fonte: https://www.culturagenial.com

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Figura: Escravos libertos sem rumo Fonte: autoral

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Com a Proclamação da República em 1889 os governantes da Velha República (1889-1930) começam a se preocupar com as questões sanitárias da cidade e decidem “expulsar” as classes mais pobres das áreas centrais, investindo assim apenas em moradias novas para a classe rica, e tendo como objetivo “embelezar” a cidade. Como o comercio passa a integrar os centros das cidades, os terrenos em seu entorto supervalorizam fazendo com que apenas a classe rica pudesse adquirir os imóveis, delimitando totalmente a cidade em área central e periferia.

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O Estado Novo marcado pela era Vargas toma uma posição favorável aos trabalhadores, querendo promover recursos públicos e fundos sociais para ajudar na aquisição da moradia própria. Com isso, em 1931 acontece o primeiro Congresso de Habitação em São Paulo, onde é tratado sobre reduções de custos e a reformulação do Código de Obras, que passa a ter mudanças como, a manutenção de serviço para os cofres públicos, redução da especulação e dos custos de moradia, garantindo o direito da população carente.

Apesar da tentativa de mascarar os problemas, em 1920 o Poder Público resolve construir moradias higiênicas no lugar dos cortiços e habitações insalubres, já que era impossível controlar que esse problema não chegasse nas áreas centrais. Investe-se então nas redes de agua e esgoto pela cidade, e em campanhas de higienização, fazendo com que as pessoas entendessem a importância desse ato.

O assunto de habitação começa a ser discutido com mais frequência a partir da propagação do Movimento Moderno no Brasil, especialmente na Semana de Arte Moderna, onde os CIAM’S começam a estruturar a concepção de habitação social.

As ideias Modernas em relação a viabilização de uma cidade perfeita serem amplamente discutidas nesse período não funcionou na pratica pois, os pontos colocados em debate não resolviam o problema da habitação. Enquanto isso a população rural migrava para as cidades, fazendo com que os déficits de habitações chegassem ao ponto crítico, e em 1930 começo da era Vargas, o Estado resolve intervir ganhando apoio das classes mais baixas.

Figura 4 : Conjunto para operários Gamboa Fonte: Pinterest Figura 5 : Apoio a Getúlio Fonte: http://www.tijolaco.com.br/blog/um-getulista/ Figura 6 : Cortiço. Fonte: https://www.culturagenial.com

Figura: Tipologia de um cortiço. Fonte: autoral

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AGENTES DETERMINANTES DO PROBLEMA DA MORADIA NO BRASIL A partir de 1937 o Instituto da Aposentadoria (IAPS), se torna responsável para solucionar o déficit de habitação da classe operaria, proporcionando benefícios previdenciários como por exemplo, destinar 50% da reserva para o financiamento habitacional. Alguns exemplos de moradias financiadas pelos IAPS foram, a construção do Edifício Residencial Pedregulho projetado pelo arquiteto Affonso Reidy e o Edifício Japurá em São Paulo projetado pelo arquiteto Eduardo Knesse de Mello construído sob um antigo cortiço, utilizando princípios de “Unite d’Habitation” de Le Corbusier. No final do poder do Estado Novo, foi possível dizer que o Brasil conseguiu consolidar uma política habitacional não baseada em interesse econômicos corporativos.

Figura : Conjunto pedregulho. Fonte: Archdaily

LEI DO INQUILINATO X CASA PRÓPRIA

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Em 1942 os aluguéis no Brasil foram congelados pela lei do Inquilinato que é o órgão responsável por regular o mercado de aluguéis residenciais e comerciais, ocasionando uma grave crise de moradia no Brasil, já que a maioria da população de baixa renda alugava de forma informal suas moradias, fazendo com que as pessoas não tivessem condições de rentabilizar a compra de um terreno ou imóvel. Isso fez com que muitas pessoas deixassem suas casas e ficassem à deriva.

“O congelamento dos alugueis, determinado em 1942 por este regulamento de Getúlio Vargas, teria desestimulado a produção de moradia para a locação pelo setor privado e com isso levado os trabalhadores a buscar os loteamentos de periferia até então pouco ocupados.” (BONDUKI, 2004, p. 12).

Figura : Jornais da época. Fonte: https://arquiteturadaliberdade.

Figura : Jornais da época. Fonte: https://arquiteturadaliberdade.

PROCESSO CONSTRUTIVO DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL EM MASSA E BAIXO CUSTO Com a crise da habitação se intensificando no país, se inicia a construção de grandes projetos de conjuntos habitacionais produzidos em série, seguindo os princípios da Arquitetura Moderna e abastecido com equipamentos públicos e de lazer próximo as moradias.

Na década de 60, a pré-fabricação fica popular, juntamente com o crescimento da industrialização da construção como solução para o problema habitacional brasileiro, tentando, porém, ainda não solucionando o problema.

Para Serra; Ferreira; Pigozzo (2005).

“No início da atuação do Banco Nacional de Habitação – BNH, a utilização do pré-fabricado no setor habitacional era desestimulada, pois pretendia empregar o maior número de pessoas. Porém, muitos empresários lutaram pela industrialização da construção e aos poucos o BNH foi adotando novas diretrizes para o setor habitacional e estimulou a introdução de elementos pré-fabricados de concreto (SERRA, FERREIRA, PIGOZZO, 2005, p.6). ”

Figura : Prédios dos ministérios, 1959. Fonte: Arquivo Público do Distrito Federal.wordpress.

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POLÍTICAS HABITACIONAIS

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BANCO NACIONAL DE HABITAÇÃO (BNH) / SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAÇÃO (SFH) Foi criado pela lei 4380/64 que formulou que “A correção monetária e o Banco Nacional da Habitação (BNH), que se tornou o órgão central orientando e coordenando a habitação no País” (LEI 4380/64).

Foi criado para que os grandes conjuntos habitacionais pudessem ser financiados pelo BNH e pelas indústrias, ocorrendo cinco meses após o golpe de 64 que segundo Villaça (1986 p. 26) foi um produto criado pela ditadura dada as características econômicas, políticas e ideológicas, sendo uma resposta do governo militar para tais problemas sociais.

O grande investimento na modernização da estrutura social como, infraestrutura, mobilidade e comunicação, fizeram com que houvesse uma grande migração de pessoas para as áreas urbanas mais desenvolvidas. Entre 1960 e 1980 a política de habitação administrada pelo BNH, buscava solução voltada para a produção em série e em grande escala afim de resolver o déficit habitacional. Foram priorizados investimentos na construção intensa de casas para venda, colaborando com a construção civil que por sua vez geravam empregos e capacitavam a mão de obra.

O BHN se escorava em recursos do o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) sendo elegida como maior instituição Brasileira e a maior do fundo em relação a soluções de habitações. Apesar das críticas, sua importância é fundamental, já que o período entre 1964 e 1986 foi o único em que de fato o país teve uma Política Nacional de Habitação.

Para Botega (2007) o BNH financiou 4,8 milhões de habitações, em torno de 25% das moradias construídas no país entre 1964 e 1986. As moradias financiadas se destinaram a todas classes sociais, divulgadas pelas Companhias de Habitação Popular e pela incorporação imobiliária. Porém, a população de baixa renda foi responsável por apenas 20% dos financiamentos. As Companhias Estaduais de Habitação (COHABS) eram as principais responsáveis pelo atendimento dos pedidos do BNH e, quando o Banco entrou em falência, as Companhias tiveram seus financiamentos restringidos pelo governo central, a fim de diminuir o endividamento dos estados e municípios com a União. Assim, elas passaram de agentes promotores e executores de obras para órgãos assessores, diminuindo a eficácia de atuação dos estados e municípios na questão habitacional (Botega, 2007). O BNH pela COHAB, definia normas de operação para repasse de verbas para produção, financiamento ao mutuário e retorno de crédito, administrando também o Plano Nacional de Habitação Popular (PLANHAP). (RUBIN e BOLFE, 2014.)

A partir da crise econômica mundial de 1979 que afetou o Brasil, houve um desaceleramento na economia, nas indústrias e todos os setores responsáveis pela composição financeira do país, fazendo com que muitas pessoas se desaglomerassem dos centros urbanos, diminuindo a construção de habitações sociais. O SFH/BNH não driblou a crise, principalmente nos anos de 1981 e 1982, ocasionado para a classe média uma queda no poder de compra, acontecimento que marcou os anos 80 com o Movimento dos Mutuários da casa própria, que buscavam renegociar suas dívidas. Já em 1988, no período de redemocratização do Brasil, a Constituição Federal dá poder à União para estruturar planos nacionais e regionais de ordenação do território. Durante os anos que se passaram, a urbanização brasileira se encontrou dependente dos resultados dos processos econômicos globais para a estrutura e espacialização da economia local.

Os mutuários se reivindicaram e o primeiro ano da administração do presidente José Sarney (1985) foi marcado pelo “fim das mobilizações e dos movimentos regionais e nacionais de mutuários” (CARDOSO, 2007, p.15). Porém, ao conceder subsídio aos mutuários sem algo que compensasse, agrava-se ainda mais o déficit do SFH, logo em seguida fazendo com que o BNH fosse extinto. Na década de 1980 com o desligamento do BNH, a responsabilidade pelas habitações sociais ficou a cargo da Caixa Econômica Federal e organizações que não tratavam esse assunto como prioridade, fazendo com que essa questão ficasse defasada.

A extinção do BNH trouxe consequências como os programas alternativos, Programa Nacional de Mutirões, o enfraquecimento das Companhias Estaduais de Habitação (COHABS) e o desmembramento do Sistema Financeiro Nacional. (RUBIN e BOLFE, 2014.)

Figura : Jornais da época. Fonte: http://www.propagandaemrevista.com.br/anunciantes/por/B/?page=26wor-

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POLÍTICAS HABITACIONAIS PÓS BNH E A REESTRUTURAÇÃO DAS CIDADES BRASILEIRAS Com o fim do BNH, o número de inadimplentes teve um grande aumento e a vertente da habitação não estava resolvida. Em 1988, a Constituição Federal decretou obrigatoriedade o Plano Diretor para os Municípios com mais de 20 mil habitantes, sendo definido como o “instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana”.

Fernando Collor de Mello estava no comando e em 1990, a crise da habitação se agravou mais e mais fazendo com que os programas de habitação, como o Plano de Ação Imediata para a Habitação (PAIH), voltassem a ser direcionados ao capital imobiliário privado. O Brasil nessa década chegou a ter 60 milhões de cidadãos de rua (IBGE, 1991).

Já em 1995, no governo de Fernando Henrique Cardoso, resolve adotar uma nova postura em relação ao problema da habitação, retomando os financiamentos de habitação e saneamento com base nos recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). A Secretaria de Política Urbana, em 1996, retomou com a Política Nacional de Habitação, que continha em suas normas, novos programas onde o financiamento à produção não era um privilégio de classes sociais e sim para todos.

Após uma avaliação das necessidades de moradia no país e as formas de financiamento existentes, foi estabelecido um tempo de quinze anos para solucionar os problemas, garantindo acesso à moradia digna para todo cidadão brasileiro (Bonduki, 2008). Foi criado o Projeto Moradia em 1999/2000, propondo solucionar o déficit habitacional do Brasil, incluindo na sua composição as áreas de habitação, saneamento, transportes urbanos e política de ordenação territorial. (RUBIN e BOLFE, 2014.)

Figura : Ilustração de uma pessoa saindo de sua casa. Fonte: Autoral

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FUNDAÇÃO DA CASA POPULAR (FCP) E A POLITICA HABITACIONAL A Fundação da Casa Popular (FCP) foi o primeiro órgão Federal que centralizou a política Habitacional no Brasil e foi criada em 1946. Tinha a finalidade de ajudar o trabalhador a custear suas moradias e a intenção de beneficiar as classes mais pobres, porém a quem diga que esse ato foi criado para fins políticos.

Em 2005 os financiamentos habitacionais ganharam mais investimentos e assim começam a dar mais atenção para a classe de baixa renda, resultado das mediações que lutavam pela inclusão dessa classe. Em 2007, foi anunciada pelo Governo Federal a implantação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que traz investimentos em várias áreas como a infraestrutura, os setores de habitação e O projeto não deu certo porque o grupo de pessoas a serem saneamento e a urbanização de assentamentos precários. (RUBIN e beneficiadas, não se interessou e não se organizou internamente BOLFE, 2014.) Já em 2009, o governo de Lula cria o programa Minha Casa, para representar a classe nessa vertente e também pelo pouco investimento para essa área. Segundo Estatísticas (IBGE), na Minha Vida, onde a intenção era construir um milhão de moradias década de 1950, há um aumento da população urbana no Brasil, promovendo o crescimento econômico do país. Porém o programa já que os moradores da área rural estavam migrando para as recebeu diversas críticas devido à sua forma de operação e por estar cidades fazendo com que esse problema se agravasse ainda mais. fora do Sistema/ Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS/ FNHIS), que promove o controle e participação social (Valença; No governo de Luís Inácio Lula da Silva, foi criado o Ministério Bonates, 2010). No Governo Dilma iniciado em 2011, o Programa das Cidades que ajudou dar um novo plano institucional, com o continuou focando para a solução do problema habitacional e a objetivo de inserir os setores excluídos do direito à cidade, já que aumentou a meta para 2 milhões de casas e apartamentos até 2014. a habitação e o acesso aos serviços básicos são direito de todos os habitantes. Isso fez com que uma nova estratégia fosse criada para diminuir o problema habitacional no país, concebendo planos habitacionais nacional, estaduais e municipais, equacionando o déficit habitacional, pontuando metas e resultados para a questão.

Figura : Fundação da Casa Popular e sua atuação. Fonte: http://brasiliapoetica.web1509.kinghost.

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Figura : Casas do Núcleo Bandeirante, em setembro de 1958. (Foto: Arquivo Público do DF)dpress.

MINHA CASA, MINHA VIDA Em 2009, durante a liderança do governo Lula, foi criado o Programa Minha Casa Minha Vida que tinha como objetivo, facilitar a aquisição de imóveis para a população de baixa renda e também incentivar a produção de novas unidades habitacionais no país. O programa é realizado em parceria com Estado, Município, empresas e entidades sem fins lucrativos, onde os beneficiários são selecionados pelas prefeituras de suas cidades, e devem se cadastrar na sede administrativa de seu município. As famílias interessadas precisavam ter renda de até R$ 5 mil mensais e não possuir casa própria ou financiamento, nem ter recebido nenhum benefício habitacional do Governo anteriormente.

Já no governo Dilma em 2011, iniciou-se a segunda fase do Minha Casa Minha Vida 2, como uma parte do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC2). Nessa etapa, a meta era entregar mais 2 milhões de novas unidades habitacionais. É necessário ressaltar que desde 2009 foram entregues aproximadamente 3 milhões de unidades. Dando continuidade ao programa, a Fase 3 do MCMV teve início em 2016 e deve terminar no final de 2018 com a meta de entregar mais 4,6 milhões de novas unidades até o fim desta etapa.

Apesar do grande sucesso em sua concepção, o programa recebeu muitas críticas durante sua execução, pois para alguns, isso se tratava-se de um jogo político para obtenção de votos. Para muitos, a qualidade das habitações são precárias, e a preocupação com políticas urbanas é quase inexistente, tornando o programa duvidoso.

Com tudo , apesar do programa beneficiar muitas pessoas, atualmente cerca de 33 milhões de brasileiros não tem onde morar segundo relatório do Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos.

Para Chaffun (1997),

A descontinuidade das ações do governo, a redução dos investimentos habitacionais, a fragilidade ou ausência das políticas urbanas, fundiária e habitacional e a postergação do processo legislativo necessário ao aprimoramento dos instrumentos de intervenção urbana têm contribuído para a manutenção de um quadro urbano marcado por conflitos entre modernização, exclusão e desigualdade (CHAFFUN, 1997, p.23).

Figura : Ilustração do processo de aquisição do MCMV. Fonte: Autoral.

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O USO DE CONTAINER COMO MORADIA

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O CONTAINER

BENEFÍCIOS

O container foi criado em meados dos anos 50 por Malcolm McLean com a finalidade de transportar maior número de mercadorias por vias marítimas. Após o sucesso dos contêineres, sua produção cresceu consideravelmente no mundo inteiro por anos consecutivos, fazendo com que muitas unidades fossem descartadas e abandonadas, criando um “cemitério” de contêineres. Esse excedente passou a ser usado, inicialmente, em “barracões” nos canteiros de obras de construções civis ou banheiros externos de festas e shows.

Em meados dos anos 1980 o conceito de sustentabilidade ganha destaque e passam a ser encorajadas práticas que buscam desacelerar o processo de degradação do meio ambiente, influenciado em especial os arquitetos e engenheiros que começaram a estudar alternativas para esses problemas. A partir desse momento, a adesão aos containers na área de construção está cada vez mais sendo valorizada por aqueles que se preocupam com os danos ambientais causados pelos “cemitérios” de contêineres que se espalhavam pelo mundo.

Com o uso de contêineres em projetos arquitetônicos se descobriu diversas características positivas em relação à construção civil básica, dentre elas podemos citar algumas: • Redução de resíduos em comparação a construção civil básica • Versatilidade, ou seja, é possível criar ambientes permanentes ou temporários (como estandes de feiras) e integrar áreas diferentes (como por exemplo, uma área de lazer); • Custo inferior em relação à construção básica tendo em vista que um container custa entre 1500 a 2700 dólares, deixando em média 30% mais em conta do que uma casa convencional de alvenaria; • Rapidez, já que o tempo básico de construção de alvenaria é em média de um ano, o container pode ser montado em 30 dias; • Mobilidade: permite que a construção seja transportada sem a necessidade de demolição; • Durabilidade: sua vida útil é de aproximadamente 100 anos sem nenhum tipo de manutenção, além de suportar grandes carga

Figura : Primeiro container sendo transportado. Fonte: http://www.novomilenio.inf.br/porto/conteinm.ht

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Figura : Projeto com container. Fonte: Archdaily

TIPOS E DIMENSÕES DOS CONTAINERS

ADAPTAÇÕES NECESSÁRIAS

Existem diversos tipos de containers marítimos, mas os dois tipos mais usados na construção são o container “dry standard” e o container “dry high cube”, por terem medidas que permitem a criação de ambientes de dimensões proporcionais às de uma casa comum, e também pelo tipo de carga que carregam durante seu uso, que não costuma ser tóxico

Apesar de todas as qualidades citadas, a utilização de container como edifícios requer uma série de etapas e cuidados para que o ambiente interno fique confortável e supra todas as necessidades do usuário. É importante a instalação de isolamento térmico e acústico, pois sem esse cuidado seria impossível morar dentro de um container exposto a condições climáticas desfavoráveis e a poluição sonora. A mão de obra qualificada para a realização desses trabalhos tende de ser o ponto mais problemático da obra que utiliza contêineres.

Cada um dos tipos de containers pode ser feito em vários tamanhos, e esse tamanho é dado em pés. Assim, existem os containers de 20, 40, 45 ou 53 pés, e suas medidas variam de acordo com o tipo de container.

Na versão high cube existem ainda os containers de 45 e de 53 pés, menos comuns, cujas medidas são: 45 pés: Comprimento 13,716m, Largura 2,438m e Altura 2,896m 53 pés: Comprimento 16,154m, Largura 2,438m e Altura 2,896m Todas essas medidas são as medidas do lado externo do container, sendo que cada uma de suas faces tem aproximadamente 7cm de espessura, sem contar com os revestimentos e isolamentos que devem ser instalados na parte interna para permitir um maior conforto térmico e acústico.

Figura : Ilustração dos tamanhos de container. Fonte: Autoral

Feita a colocação do container, é necessário investir em um revestimento termo acústico, que proporcione conforto para os futuros usuários. No Brasil os tipos mais comuns de revestimentos são a lã de pet (ISOSOFT): “feita de 100% poliéster, material reciclável que é proveniente da reciclagem de garrafas pet. Além de ser ecologicamente correta, é também hipoalergênica”. Outros materiais possíveis de serem usados como revestimento termo acústico são a lã de Vidro, o isopor e a lã de rocha. Estes materiais não ficam visíveis no projeto, pois, no processo de montagem do container eles são inseridos primeiro, ficando “escondidos” no interior das paredes, que serão finalizadas com o acabamento interno.

Figura : Revestimentos de uma casa container. Fonte: Autoral

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POBREZA X MORADIA E O PROCESSO DE FAVELIZAÇÃO

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Figura : Ilustração de favela. Fonte: Autoral

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FAVELIZAÇÃO NO BRASIL O processo de favelização e periferização, está enraizado na história do Brasil, e se deve pelo fato do pleno descaso em relação a população negra, o alto valor de alugueis e a grande quantidade de pessoas que migraram para as capitais em busca de emprego na área industrial, seguindo os rumos do êxodo rural. Quando os negros foram libertos da escravidão, deixaram as fazendas as quais serviam e moravam e não foram amparados para que recebessem uma moradia ou empregos, construindo suas “casas” em áreas de risco como morros, encostas e terrenos de terceiros, pois não tinham como bancar quaisquer valor de aluguel na época. Já as pessoas que vieram do campo a procura e emprego, já que muitas delas foram substituídas por maquinas, se juntavam nas favelas levando o crescimento desgovernado da mesma.

Culturalmente, as classes mais baixas em geral, eram removidas dos centros das cidades pois segundo a burguesia apresentavam riscos de salubridade para a população, pois não tinham infraestrutura necessária para manter os princípios básicos de higiene. Essa remoção era feita através do alto valor dos alugueis nas áreas centrais, o que fazia com que as pessoas

FAVELIZAÇÃO E SEGREGAÇÃO URBANA Figura : Ilustração favela Fonte: https://www.instagram.com/p/BBA7XOek08I/

A Favelização e a segregação urbana são dois processos que estão diretamente ligados pois são fenômenos ocorridos a partir de desigualdades socioeconômicas e dos problemas de planejamento e gestão urbanos. Além de ser o resultado das contradições sociais, a formação de favelas contribui para a intensificação e reprodução da segregação socioespacial. Segundo o IBGE 66% da população brasileira vive com até R$ 2.034,00 e apenas 1% vive com mais de R$ 13.560,00. Isso nos mostra claramente a diferença salarial onde muitos vivem com pouco, e apenas uma pequena parte da população concentra maior parte capital nacional.

As favelas são por sua vez entendidas como habitações com aglomeração populacional em áreas de morros, porém, se caracterizam por áreas de ocupações irregulares em terrenos por sua maioria públicos, que geralmente sofrem com a falta de infraestrutura urbana, pelas altas taxas de criminalidade e pela marginalização de seu povo. O Brasil tinha 11,42 milhões de pessoas morando em favelas, palafitas ou outros assentamentos irregulares em 2010. O número corresponde a 6% da população do País e consta do estudo Aglomerados Subnormais, realizado com dados do último Censo e divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estereótipo marcada nas famílias que vivem na favela em geral são, informalidade, baixos salários, poucos anos de estudos e pele negra ou parda.

Figura : Contraste favela com condominio de luxo. Fonte: http://tyba.com.br

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NÚCLEOS DE FAVELA EM RIBEIRÃO PRETO ZONA OESTE CENTRO ZONA SUL ZONA NORTE ZONA LESTE

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FAVELIZAÇÃO EM RIBEIRÃO PRETO Ribeirão Preto conta hoje com quase 700 mil habitantes e ao menos 30 mil moram em favelas segundo a prefeitura da cidade.

Já a Cohab-RP estima que o município possui 70 núcleos ocupados irregularmente por moradores sem teto. Esse número é resultado de um processo de ocupações de assentamentos em andamento há 50 anos. O processo de formação de núcleos habitacionais se inicia em meados da década de 1960, com a alta procura de empregos na cidade que vinha crescendo economicamente, fazendo com que essas aglomerações se espalhem até hoje em áreas públicas e privadas.

As moradias predominantes nesses assentamentos, são barracos de madeira e papelão, implantados em meio a total falta de infraestrutura urbana no meio do lixo e esgoto a céu aberto, onde seus moradores vivem em média, com menos de um salário mínimo por mês.

A primeira favela da cidade foi a Favela das Mangueiras localizada na Vila Virginia e que teve seu início na década de 1970 abrigando famílias que não tinham condições de arcar com o alto preço dos alugueis. Já a maior favela em números de habitantes segundo estudos da Cohab-RP, é a comunidade que se concentra ao lado do bairro Adelino Simioni na zona norte da cidade, chamada de Favela Simioni onde moram aproximadamente 450 a 500 famílias em condições precárias.

Além dos conflitos internos na vida dos moradores da favela que vivem em condições precárias e sofrem descaso dos orgãos públicos, esses assentamentos incomodam e muito os moradores dos bairros vizinhos, que se queixam de problemas causados pelas ligações clandestinas de água e energia, o mal cheiro dos dejetos humanos deixados expostos, a proliferação de insetos causado pela falta de rede de esgoto e a sensação de falta de segurança, já que muitos pontos na favela servem como local de tráfico de drogas e violência. O secretário municipal da Casa Civil, Layr Luchesi Junior, afirma que a explosão de moradores em favelas de Ribeirão não reflete apenas a busca desenfreada por moradia.

“Tem gente ganhando dinheiro com as invasões, grilando, vendendo e alugando os barracos. Um barraco é vendido por R$ 5 mil”, destacou.

(Layr Luchesi Junior para Jornal G1 Ribeirão Preto.)

Figura: Favela das Mangueiras. Fonte: Reprodução EPTV

Figura : Favela do Simioni. Fonte: Reprodução EPTV

Figura : Favela Vila Zanetti. Fonte: Reprodução EPTV

Figura : Favela do Simioni. Fonte: Reprodução EPTV

31

32

ÁREA DE ESTUDO

33

FAVELA DO SALGADO FILHO

FAVELA DA MATA

FAVELINHA DO BECO

centro de Ribeirão Preto Jardim Aeroporto

FAVELA DA FAMÍLIA

FAVELA DA JOÃO PESSOA 34

FAVELA DA PONTAL

FAVELA DA RECIFE

BAIRRO JARDIM AEROPORTO E SEUS NÚCLEOS DE FAVELA

A área escolhida para a intervenção é um conjunto de quadras que atualmente abriga uma grande favela localizada no bairro Jardim Aeroporto, ao lado da Favela da Recife, que segundo o Plano Local de Habitação de Interesse Social – Ribeirão Preto (PLHIS, 2010) conta com 10 núcleos de ocupações irregulares que trazem diversos conflitos para a cidade. O problema da ocupação irregular não solucionado pelo poder público repercute em outros assuntos do município, como a grande problemática dessa área que são os núcleos irregulares localizados ao lado do Aeroporto Leite Lopes apresentando uma série de problemas tanto para o aeroporto quanto para os moradores.

Os habitantes dessa área se acostumaram com os ruídos sonoros proporcionados pelos aviões que ali decolam e pousam diariamente e não pretendem deixar a área, porém, a prefeitura junto com o Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo – DAESP realizaram estudos para à ampliação da pista do Aeroporto Leite Lopes, associada a um processo de internacionalização do mesmo, com o consequente aumento na quantidade de pousos e decolagens e no tamanho das aeronaves, o que poderia tornar tais núcleos não consolidáveis. A especulação da ampliação vem sendo discutida desde 2010 mas até agora nada foi feito, apenas tentativas de remoção das famílias que ali vivem, mas que sempre acabam voltando para as áreas irregulares.

Se caso a remoção for realmente efetivada por conta da ampliação do aeroporto as famílias residentes do local serão despejadas sem serem realocadas, e com certeza vão se apropriar de outras áreas semelhante.

O maior problema existente atualmente em relação a aproximação das favelas com o aeroporto, são as invasões sofridas por parte das crianças que não tem um local seguro para brincarem e acabam invadindo a pista de pouso/decolagem. Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) foi proibido, a partir do dia 16 de março de 2018, pousos e decolagens no período noturno. Segundo o diretor regional, Álvaro Cardoso Júnior, em 2017 foram registradas 73 invasões no Leite Lopes, das quais 70 ocorreram nos meses de janeiro, dezembro e julho, quando há férias escolares. Por sua vez, os moradores dos núcleos do Jardim Aeroporto reclamam da falta de equipamentos urbanos de lazer, fazendo com que essas crianças se arrisquem e coloquem suas vidas em perigo, atrapalhando o funcionamento das atividades do aeroporto. (JORNAL A CIDADE, 2018) Segundo Álvaro, “É uma questão social, não apenas de segurança. Não adianta atacarmos as consequência sem resolvermos as causas.”

Figura : Favelas Jardim Aeroporto. Fonte: Reprodução EPTV

Figura : Favelas Jardim Aeroporto. Fonte: Reprodução EPTV

Figura : Favelas Jardim Aeroporto. Fonte: Autoral

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USO E OCUPAÇÃO Podemos dizer que a área de estudo é uma área de muitos lotes de comercio e prestação de serviço. Os diversos bairros que compoe esse grande perimetro, tem suas particularidades como por exemplo, a predominancia residencial por conta das favelas no bairro do Jardim Aeroporto, ou a predominancia de comercios no bairro Jardim Planalto e Vila Elisa. Há bastante lotes vazios na área, e muitos deles futuramente poderam ser ocupados por familias como os outros complexos já habitados. Em relação a áreas verdes podemos dizer que há um grande defict já que o número de áreas verdes e praças é bem inferior em relação ao número de pessoas que poderiam estar utilizando esses espaços.

TIPOLOGIA DE HABITAÇÕES Podemos dizer que a área de estudo é uma área de muitos comércios e prestação de serviço. Os diversos bairros que compõe esse grande perímetro, tem suas particularidades como por exemplo, a predominância residencial por conta das favelas no bairro do Jardim Aeroporto, ou a predominância de comércios no bairro Jardim Planalto e Vila Elisa. Há bastante lotes vazios na área, e muitos deles futuramente poderão ser ocupados por famílias como os outros complexos já habitados. Em relação a áreas verdes podemos dizer que há um grande déficit já que o número de áreas verdes e praças é bem inferior em relação ao número de pessoas que poderiam estar utilizando esses espaços.

Figura : Bairro Jardim Aeroporto. Fonte: Autoral

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Figura : Comercios na Favela do Jardim Aeroporto. Fonte: Autoral

Figura : Favela Jardim Aeroporto. Fonte: Autoral

N

ÁREA DE INTERVENÇÃO AEROPORTO VAZIO COMERCIO RESIDENCIA INSTITUCIONAL ÁREA VERDE INDUSTRIAL PRESTAÇÃO DE SERV.

50

100

400

800

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EQUIPAMENTOS URBANOS Podemos dizer que a área escolhida para o estudo, conta com uma estrutura já estabelecida em relação a equipamentos urbanos. Apesar de abrigar diversos núcleos de favelas, essa área já apresentava bairros consolidados e com a presença de escolas, equipamentos de religião, etc. Porém há coisas a serem melhoradas como por exemplo a presença de apenas um ponto de assistência social que fica localizado no bairro Jardim Salgado Filho, ou a presença de apenas 2 UBDS para atender 10 bairros que mesmo fragmentados, constituem em uma área grande.

O conjunto de quadras escolhido para o projeto fica próximo a supermercado, equipamentos de religião, escola e uma UBDS. É muito importante que para um Conjunto Habitacional funcione, existem equipamentos urbanos afim de atender sua população sem que essa se desloque em grandes distancias para receber esses benefícios.

Segundo a Assistente Social que atende a região, Evelyn (CRAS 6), falta escolas para atender a população, pois várias crianças ficam sem vaga e na lista de espera. O CRAS 6 que atende o bairro Jardim Aeroporto fica localizado no bairro Ribeirão Verde, justificando assim, a real necessidade de acrescentar uma assistência própria do bairro em estudo.

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1-POSTO DE SAÚDE VILA MARIANA

6-E. E. ORLANDO VITALIANO

3-ESCOLA JAIME MONTEIRO DE BARROS PROF EMEF

7-CRECHE BENEDITO ROSA DE JESUS

5-EMEF ALCINA DOS SANTOS HECK

2-EMEI HONORATO DE LUCCA

4-CONGREGAÇÃO CRISTÃ

N

6 4

5 2

3

ÁREA DE INTERVENÇÃO

7

EQUIPAMENTO DE RELIGIÃO

1

ESCOLA/ CRECHE ASSISTENCIA SOCIAL UBDS

50

100

400

800

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HIERARQUIA VIARIA A área de estudo conta com 5 vias coletoras, que mantem um fluxo alto e são as principais portas de entrada para os bairros, e que nesse caso basicamente rodeiam o perímetro do Aeroporto Leite Lopes. São elas as, Avenida Thomas Alberto Whately, Rodovia Anhanguera, Avenida Recife, Avenida Marechal Costa e Silva e Avenida Brasil. Perto dessas vias nós temos as vias locais com o fluxo moderado que influenciam geralmente a partir das entradas dos bairros, e costumam ficar perto de áreas comerciais. Já as vias coletoras com o fluxo baixo, estão presente em boa parte da área, já que muitos lotes estão vazios fazendo com que não haja movimentação de transportes.

No entorno da área de implantação da Habitação de Interesse Social viabilizando o uso de containers, podemos notar 2 vias coletoras, o que faz com que este local seja movimentado, porém dentro da área, as ruas não são pavimentadas e foram criadas para a locomoção das pessoas que vivem na favela, que é feito geralmente a pé ou por motocicletas, assim o restante das vias são locais com fluxo baixo. A área conta com diversos pontos de ônibus o que faz o acesso para outras partes da cidade facilitado. No entorno da área

Figura : Favela Jardim Aeroporto. Fonte: Autoral

MOBILIDADE

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Os passeios e calçadas da área de implantação da Habitação de Interesse social, são inexistentes uma vez que as ruas dos lotes não são pavimentadas, sendo apenas delimitadas pelos próprios moradores.

Como a área não conta com infraestrutura de coleta de esgoto e lixo, é possível ver em toda a área lixo e esgoto a céu aberto nos caminhos.

Nas quadras ao entorno da favela há a presença de ruas pavimentadas e calçadas, mas muitas delas sem nenhum tipo de manutenção como poda de grama, coleta de lixo ou manutenção nas partes danificadas.

Figura : Favela Jardim Aeroporto. Fonte: Autoral

Figura : Favela Jardim Aeroporto. Fonte: Autoral

Figura : Favela Jardim Aeroporto. Fonte: Autoral

Figura : Favela Jardim Aeroporto. Fonte: Autoral

Figura : Favela Jardim Aeroporto. Fonte: Autoral

N

PONTO DE ONIBUS VIAS COLETORAS- FLUXO ALTO VIAS LOCAIS- FLUXO MODERADO VIAS LOCAIS- FLUXO BAIXO ÁREA DE INTERVENÇÃO

50

100

400 800

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LOTE ESCOLHIDO

O conjunto de lotes escolhidos para a implantação da Habitação de Interesse social viabilizando o uso de containers, está localizado entre as Avenidas Recife, Thomas Alberto Whately e João Pessoa. A área dos lotes tem aproximadamente 124.711,16m ² e mantem aproximadamente 415 famílias vivendo ali, em meio a ruas internas não pavimentadas e sem qualquer infraestrutura como coleta de esgoto e abastecimento de água. O motivo da escolha dos lotes é a aproximação imediata que este tem com o Aeroporto Leite Lopes, o que causa diversos problemas tanto para o aeroporto, quanto para a segurança de quem vive ali, já que as crianças da favela, invadem o aeroporto para brincarem.

Nesse conjunto de lotes, abriga se além da favela, uma quadra com uma empresa de aluguel de veículos e alguns pontos comerciais como restaurante, salão de beleza e borracharia que vão passar pelo processo de desapropriação. Praticamente todas as habitações dos lotes são feitas de improvisos de materiais juntamente com tijolos e concretos.

O visual em torno dos lotes é basicamente o aeroporto visto pelas grades que o cercam, lotes em condições precárias com muito lixo na rua, ruas sem pavimentação, e alguns pontos de pequenos comércios.

Figura : Favela Jardim Aeroporto. Fonte: Autoral

Figura : Favela Jardim Aeroporto. Fonte: Autoral

ORIENTAÇÃO SOLAR A orientação solar é de extrema importância para projetos arquitetônicos, ainda mais projetos de grande porto como o Conjunto Habitacional a ser proposto, pois tal posição influenciará na posição de coberturas, janelas e outros elementos essenciais. Como no hemisfério sul o sol nasce no leste e se põem no oeste, a face norte sempre irá receber mais incidência de luz solar, e a face sul menor. A face leste receberá o sol da manhã, já a oeste o sol da tarde que é mais ameno.

Figura : Favela Jardim Aeroporto. Fonte: Autoral

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Figura : Favela Jardim Aeroporto. Fonte: Autoral

ACESSOS

VENTOS PREDOMINANTES

O acesso para o conjunto de lotes escolhido é feito pelas Avenidas Recife que é a principal avenida do bairro Jardim Aeroporto, Thomas Alberto Whately que é a principal via de acesso ao Aeroporto Leite Lopes, e é extremamente movimentada, e a João Pessoa, que é limite entre a favela e outras casas do bairro. O projeto proposto tem como intenção retirar a Rua Americana que limita o aeroporto da favela, pois ela possibilita a invasão do mesmo.

Os ventos predominantes da cidade de Ribeirão Preto acontecem no sentido sudeste noroeste. É também de extrema importância se informar sobre a orientação dos ventos pois em um projeto isso pode ser determinante para a implantação de equipamentos de lazer e para aproveitamento de ventilação natural para todo o conjunto. A região da cidade de Ribeirão, não tem predominância de ventos fortes, ficando entre 7,7 km/h e 12,1 km/h.

NO N

A

RU AN

IC

ER

AM A

O

RUA NOVE

1,6

53 7

RUA OITO

RUA NAZARÉ PAULISTA

RUA DEZ

L 335,91

AVENIDA RECIFE

RUA PONTAL

AVENIDA JOÃO PESSOA RUA JUNDIAÍ

RUA BRAGANÇA PAULISTA

460,11

ÁREA DE INTERVENÇÃO 144.211 ÁREA TOTAL AEROPORTO LEITE LOPES

RUA SETE

VENTOS PREDOMINANTES SOL NASCENTE SOL POENTE

AVENIDA THOMAS ALBERT

O WHATELY

50

100

400

SE 800

43

44

LEITURAS PROJETUAIS

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PARQUE NOVO SANTO AMARO V FICHA TÉCNICA Nome do projeto: Residencial Parque Novo Santo Amaro V Arquitetos responsáveis: / Vigliecca & Associados Data do projeto: 2012 local: R. Zâmbia - Parque Independência, São Paulo - SP, Brasil Área: 21.900m² Cliente: Prefeitura do Município de São Paulo - SEHAB Figura : Parque Novo Santo Amaro V. Fonte: Archdaily

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PROGRAMA O programa proposto é constituído por 3 conjuntos com tipologias diferentes que se interligam de forma linear para que haja uma simetria entre o edifício e a topografia da área, sendo esses conjuntos diferentes para se adequarem a insolação, topografia e equipamentos de lazer.

O conjunto 1 tem 4 blocos com 92 unidades e quatro tipologias de apartamento, o conjunto 2 possui 3 blocos com 84 unidades e cinco tipos de apartamentos, e o conjunto 3 com 1 bloco, 24 unidades e dois tipos de apartamento. A área média das edificações é de 50m²,e o conjunto conta com espaços de lazer equipados com uma quadra que foi alocada no mesmo lugar do campinho do antigo assentamento que ali se encontrava, e áreas de convívio no entorno do espelho dagua.

Figura : Parque Novo Santo Amaro V. Fonte: Archdaily

CONJUNTO 2 CONJUNTO 1 CONJUNTO 3 A. DE LAZER/CONVÍVIO

Figura : Parque Novo Santo Amaro V. Fonte: Archdaily

IMPLANTAÇÃO DO EDIFÍCIO O Parque Novo Santo Amaro V é uma habitação de interesse social localizada na cidade de São Paulo e esta inserido em uma área de 21.900m² sendo 14.674m² de área construída. O seu entorno é composto por área residencial, com pontos de área multiuso, um ponto de área institucional e faixas de área verde. O edifício se insere no terreno de uma forma linear pois a intenção é criar ao longo do curso d’água existente um eixo central verde, resgatando a condição original dessa área, já que essa é uma região de fundo de vale, que conta com a presença do córrego Guarapiranga. Antes do projeto Parque Novo Santo Amaro V ser executado, a área passava por sérios problemas ecológicos causados pelo desmatamento da mata nativa do córrego, já que no mesmo, eram descarregados dejetos e esgoto das moradias precárias do entorno. Assim um dos objetivos do projeto era a recuperação da margem do rio criando um eixo central verde com pontos de lazer e convívio. Além disso o objetivo também foi realocar as famílias que viviam nesse fundo de vale, para os 8 blocos do conjunto.

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ACESSOS E CIRCULAÇÃO Seu acesso externo é composto por rampas e escadas afim de solucionar o desnível causado pela área de fundo de vale. Já seu acessos internos também são composto por escadas para atender os moradores em relação ao numero de pavimentos que variam de 5 a 7. Alguns blocos tem em seu pavimento térreo uma área livre permitindo o acesso dos moradores a outros pontos do conjunto. Os arquitetos revelam ter se preocupado em diminuir a circulações dos corredores internos para que o espaço dos apartamentos como a área de serviço, pudessem ser maiores para o conforto dos moradores.

Dentro das habitações a circulação é feita de forma integrada afim de atender a todos os ambientes de forma uniforme.

Figura : Parque Novo Santo Amaro V. Fonte: Archdaily

Figura : Parque Novo Santo Amaro V. Fonte: Archdaily

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Figura : Parque Novo Santo Amaro V. Fonte: Archdaily

TIPOLOGIAS DE UNIDADE O Residencial é composto por 3 conjuntos. O conjunto 1 tem 4 blocos com 92 unidades e quatro tipologias de apartamento, o conjunto 2 possui 3 blocos com 84 unidades e cinco tipos de apartamentos, e o conjunto 3 com 1 bloco, 24 unidades e dois tipos de apartamento.

A área media das edificações é de 50m². Todas as unidades contam com sala, cozinha, um banheiro área de serviço e o que diferencia uma tipologia da outra são os números de dormitórios que podem variar de 2 a 3. No conjunto 2 é possível encontrar na tipologia 5 uma habitação com variações para PNE.

CONJUNTO 1

CONJUNTO 2 TIPO 1

TIPO 1 TIPO 5 (+ VARIAÇÃO PNE ) SALA 9,8 m²

BANHEIRO 3,4m²

COZINHA 3,4m²

QUARTO 7,8m²

QUARTO 10m²

Á. DE SERVIÇO 2,9 m²

TIPO 5 TIPO 6 TIPO 1

SALA 9,4m²

BANHEIRO 2,5m²

ÁREA DE SERVIÇO 4,7m²

SALA 8,5m²

A. DE SERVIÇO 4,9m²

COZINHA 6,6m²

QUARTO 7,5m²

QUARTO 7,5m²

COZINHA 5,7m²

QUARTO 7,4m²

QUARTO 8m²

BANHEIRO 2,6m²

TIPO 2

TIPO 3

TIPO 4

TIPO 2 SALA 9m²

BANHEIRO 3,1m²

COZINHA 7,3m²

QUARTO 6,7m²

QUARTO 7,9m²

ÁREA DE SERVIÇO 2,6m²

TIPO 7

TIPO 3

TIPO 4

SALA 8,5m²

A. DE SERVIÇO 4,9m²

COZINHA 5,7m²

QUARTO 6,4m²

QUARTO 8,4m²

BANHEIRO 2,6m²

QUARTO 7,4m²

TIPO 3

INFERIOR

TIPO 2

TIPO 6

TIPO 6

SALA 9 m²

BANHEIRO 3,1m²

COZINHA 7,3m²

QUARTO 7,9m²

QUARTO 6,7m²

ÁREA DE SERVIÇO 3,5m²

TIPO 7 TIPO 8

TIPO 4

TIPO 6 TIPO 8

TIPO 8

TIPO 8

TIPO 8

SALA 9 m²

BANHEIRO 2,8m²

SALA 11,6m²

COZINHA 7,3m²

QUARTO 7,9m²

COZINHA 7,5m²

QUARTO 6,7m²

ÁREA DE SERVIÇO 3,9m²

AREA DE SERVIÇO 2,4m²

QUARTO 10,2m²

BANHEIRO 2,9m² QUARTO 8,4m² QUARTO 6,4m²

SUPERIOR 0

0

5

Figura : Parque Novo Santo Amaro V. Fonte: Archdaily

INFERIOR

5

SUPERIOR

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CONTEXTO URBANO/ RELAÇÃO COM O ENTORNO O conjunto esta inserido em meio a uma zona de favela, o que faz com que sua paisagem seja abastecida de moradias precárias que tem por sua vez uma cor acinzentada em relação ao projeto. Apesar disso, o conjunto consegue criar uma linearidade em forma horizontal, acompanhada da topografia que não fique totalmente nula em relação ao seu contexto mesmo que se destaque das demais habitações. O prédio como citado esta disposto de forma linear, e apresenta volumes de tamanhos diferentes causando uma não simetria e se destacando com cheios e vazios que contrastam com os volumes das favelas em seu entorno. Esses volumes são representados na forma retangular junto as estruturas de janelas, vãos e portas de formas retas diferenciadas. Não há uma simetria exata em relação aos volumes existentes no residencial, uma vez que os blocos tem alturas e numero de pavimentos diferentes. O conjunto teve de ser murado pois moradores do entorno invadiam e depredavam o lugar, fazendo se necessário a instalação de portarias e controle de acesso.

Figura : Parque Novo Santo Amaro V. Fonte: Archdaily

Figura : Parque Novo Santo Amaro V. Fonte: Archdaily

50

Figura : Parque Novo Santo Amaro V. Fonte: Archdaily

Figura : Parque Novo Santo Amaro V. Fonte: Archdaily

MATERIALIDADE O conjunto Habitacional Parque Novo Santo Amaro V foi construído com blocos de concreto que causam uma impressão de empilhamento por conta dos volumes de alturas alternadas. Os arquitetos optaram por pintarem o concreto dos blocos com uma cor neutra afim de não impactar a vizinhança a sua volta, por conta do visual “cinza” visto de longe por conta da favela. As esquadrias das janelas, as passarelas e as escadas foram projetadas utilizando material metálico pintando de branco e foi utilizado um bloco de concreto vazado para fazer o fechamento de algumas partes do conjunto, focando sempre em manter a neutralidade nas cores.

Figura : Parque Novo Santo Amaro V. Fonte: Archdaily

Disposição das unidades espaciais

Figura : Parque Novo Santo Amaro V. Fonte: Archdaily

Figura : Parque Novo Santo Amaro V. Fonte: Archdaily

VOLUMETRIA O conjunto é composto por blocos de concreto na forma retangular que são “empilhados” afim de criar alturas diferentes para cada unidade, já que há habitações que são formadas por 2 pavimentos. Esses blocos possuem janelas que também são de forma retangular e se inserem com harmonia na fachada.

Figura : Parque Novo Santo Amaro V. Fonte: Archdaily

Figura : Parque Novo Santo Amaro V. Fonte: Archdaily

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CONCLUSÃO DA LEITURA A leitura projetual do Conjunto Habitacional Parque Novo Santo Amaro V servirá como um norte para o projeto a ser realizado, pois trata-se do mesmo tema. Assim como o projeto a ser proposto, a área do Parque Novo Santo Amaro V é grande e esta inserida em meio a um núcleo de favela, além de conseguir abrigar um número alto de familias e proprocionar uma extensa área de lazer que consiga atender aos moradores com quadras, campo, pista de skate e etc.

Um dos elementos a ser utilizado como referencia, é a composição de espaços internos das unidades e a disposição por blocos para diferenciar as unidades, além da distribuição de itens de lazer entre todo o conjunto.

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Esse projeto conseguiu desfazer um núcleo de favela, dando aos moradores, uma oportunidade de terem uma moradia digna e projetada para que vivesem em integração, além do mais, mesmo estando inserido dentro dentro da favela, ele não se destoa em relação ao seu entorno, já que seus volumes sobrepostos em alturas diferentes, causam o memso visual das favelas ao redor. Esse fator dos volumes de alturas diferentes servirá como uma referencia para o projeto a ser executado neste trabalho.

Figura : Parque Novo Santo Amaro V. Fonte: Archdaily

Figura : Parque Novo Santo Amaro V. Fonte: Archdaily

Figura : Parque Novo Santo Amaro V. Fonte: Archdaily

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CITÉ A DOCKS STUDENT HOUSING FICHA TÉCNICA

Nome do projeto: Cité A Docks Student Housing Arquitetos responsáveis: Cattani Architects Data do projeto: 2010 Local: 76600 Le Havre, France Construção: GTM Vince Containers: New Den Área 2.500m ² construídos

Figura : Cite a Docks Student House. Fonte: Archdaily

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IMPLANTAÇÃO DO EDIFICIO/ RELAÇÃO COM O ENTORNO O projeto foi construído em um terreno cedido pela Câmara Municipal e financiado pelo Estado da França, afim de realizar a construção de moradias estudantis e de baixo custo. Ele se localiza numa área de península no norte da França, e em meio a uma região densamente urbanizada. O terreno escolhido fica em uma esquina e tem uma forma retangular com a sua frente em diagonal, além de ficar ao lado de um centro de esportes. O edifico esta implantado de forma em que as moradias se encontram nas laterais do terreno, deixando no seu interior uma área de convívio com um jardim em cada modulo do complexo.

Os contêineres são empilhados em sua maioria de 2 em 2 formando os blocos de habitação, e entre os blocos são adicionados um modulo de container para cada andar que da origem as escadas.

Como o conjunto Cite á Docks esta localizado em uma região de península, seu visual composto por containers não se torna algo contrastante para o local, já que essa é uma área portuária composta por contêineres de carga marítimo em todo a sua costa. Apesar do edifício ter 4 pavimentos, a altura dos contêineres é menor do que um pé direito traciona de alvenaria, fazendo o edifício não ter uma dimensão estrondosa.

Figura : Cite a Docks Student House. Fonte: Archdaily

PROGRAMA O edifico é formado por 100 apartamentos de 25m², feitos com contêineres marítimos estruturados por peças metálicas, que formam espaços para a circulação e varandas para os estudantes usuários dos quatro pavimentos do complexo. Os estúdios contem banheiro, cozinha um espaço de sala de estar junto ao espaço de dormitório. No primeiro pavimento, há um “galpão” para os estudantes guardarem pertences como bicicletas, juntamente com as escadas de circulação ao lado.

JARDIM FRONTAL HABITAÇÕES ESCADAS

Figura : Cite a Docks Student House. Fonte: Archdaily

Figura : Cite a Docks Student House. Fonte: Archdaily

Figura : Cite a Docks Student House. Fonte: Archdaily

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OBJETIVO ARQUITETONICO

ACESSOS E CIRCULAÇÃO

O conjunto se dispõem de forma linear em 2 “faixas” nos pontos extremos do terreno. No seu interior podemos notar a presença de um jardim para cada bloco habitacional, tornando uma área “particular” para cada complexo. Seus quatro pavimentos se dispõem de forma sequencial, sempre alternando o bloco duplo de moradia, com o bloco único de escadas, tendo apenas nas laterais 1 bloco simples de moradia.

Para que os moradores não se sentissem em “caixas”, foram colocadas janelas inteiriças na face da frente dos containers, causando uma sensação de ampliação e bem estar, juntamente com as seqüências de corredores transversais das fachada criando espaços cheios e vazio.

Para manter a privacidade dos moradores dos apartamentos térreo, o primeiro pavimento fica a cima do nivel do chão, sendo o térreo apenas um pavimento de acesso e uma especie de deposito onde os estudantes podem por exemplo, guardar suas bicicletas.

Os acessos são feitos pelas escadas localizadas a cada um bloco de moradia, sendo feita totalmente dentro de containers. Já o acesso ao complexo se deve por um portão na parte da frente do terreno, facilitando a visualização total do mesmo. Dentro das habitações a circulação é totalmente livre acompanhando a forma do container, tendo somente o banheiro em divisórias.

Figura : Cite a Docks Student House. Fonte: Archdaily

Figura : Cite a Docks Student House. Fonte: Archdaily

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TIPOLOGIA DOS APARTAMENTOS Dentro dos apartamentos temos uma planta extremamente funcional de forma linear que intrega praticamente todos os ambientes com exceção ao banheiro, que recebe um fechamento para preservar a privacidade do usuário. As moradias tem junto a entrada, uma área de jantar integrada com a cozinha, um banheiro que ajuda a formar um corredor lateral que da acesso ao quarto com modulo de armário e um espaço para estudo.

CAMA

ARMARIO BANHEIRO

MESA ESTUDO

ENTRADA

COZINHA

ÁREA JANTAR PLANTA APARTAMENTO

Figura : Cite a Docks Student House. Fonte: Archdaily

VISTA DE DIA Figura : Cite a Docks Student House. Fonte: Archdaily

Figura : Cite a Docks Student House. Fonte: Archdaily

Figura : Cite a Docks Student House. Fonte: Archdaily

Figura : Cite a Docks Student House. Fonte: Archdaily

VISTA DE NOITE

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MATERIALIDADE As cores dos containres ficaram no tom cinza e mantem a harmonia com os vidros das aberturas. Essas abeturas feitas com vidro foram colocadas para as moradias poderem receber luz solar natural e ampliarem o espaço. O cojunto conta com isolamento acustico e termico colocado na parte inteira da estrutura de container e do fechamento interno, proporcionando condicioes confortaveis de moradia. Dentro das unidades foi utilizada uma forração com cor branca e com mobiliarios de madeira. Essa forração interna é feita de concreto fogo em betão armado 40 centimetros que se acoplam dentro de borrachas para amortecer as vibrações por questoes de segurança (evitar incendios) e por questoes acusticas.

Figura : Cite a Docks Student House. Fonte: Archdaily

Figura : Cite a Docks Student House. Fonte: Archdaily

Figura : Cite a Docks Student House. Fonte: Archdaily

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Figura : Cite a Docks Student House. Fonte: Archdaily

VOLUMETRIA O conjunto se dispõem de forma linear em 2 “faixas” nos pontos extremos do terreno. No seu interior podemos notar a presença de um jardim para cada bloco habitacional, tornando uma área “particular” para cada complexo. Seus quatro pavimentos se dispõem de forma sequencial, sempre alternando o bloco duplo de moradia, com o bloco único de escadas, tendo apenas nas laterais 1 bloco simples de moradia.

Para que os moradores não se sentissem em “caixas”, foram colocadas janelas inteiriças na face da frente dos containers, causando uma sensação de ampliação e bem estar, juntamente com as seqüências de corredores transversais das fachada criando espaços cheios e vazio.

Para manter a privacidade dos moradores dos apartamentos térreo, o primeiro pavimento fica a cima do nivel do chão, sendo o térreo apenas um pavimento de acesso.

Figura : Cite a Docks Student House. Fonte: Archdaily

Figura : Cite a Docks Student House. Fonte: Archdaily

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CONCLUSÃO DA LEITURA A leitura projetual executada foi de extrema importancia pois o projeto foi feito a partir de containres que sera o material utilizado no projeto de Habitação de Interesse social proposto. Será utilizado como inspiração, o posicionamento dos modulos de container, assim como alguns materiais para a sua vedação e sua aparencia interna.

A disposição dos mobiliarios também serve como um exemplo para o futuro layout do projeto de Habitação de Interesse Social, assim como sua circulação linear feita com uma caixa de container que abriga a escada. Como o projeto a ser porposto, fica ao lado do Aeroporto Leite Lopes, o conjunto poderá ter poucos pavimentos, assim como o projeto estudado que tem até 3, e que pode ser considerado outro ponto de aproveitamento da leitura.

Figura : Cite a Docks Student House. Fonte: Archdaily

Figura : Cite a Docks Student House. Fonte: Archdaily

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Figura : Cite a Docks Student House. Fonte: Archdaily

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HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL SUSTENTÁVEL FICHA TÉCNICA Arquitetos: Giuliano Pelaio, Gustavo Tenca e Inácio Cardona Localização: Ribeirão Preto, Jardim Botanico Equipe de Projeto: Erica Souza, Saulo Feliciano Área: 1.500m ²

IMPLANTAÇÃO O terreno localizado em Ribeirão Preto possui um desnível que foi facilmente resolvido. Foi sugerido também, bolsões de estacionamento para os residentes e visitantes, todos próximos das casas e com vagas especiais para portadores de necessidades especiais. A implantação possuiria áreas verdes comuns visando manter a permeabilidade do terreno e a qualidade de vida.

A implantação deve ser estudada, já que cada terreno possui a seu desnivel, orientação solar, inserção social, etc. A inserção deve ser feita dentro da área urbana, próximo a escolas, supermercados, hospitais, pontos de ônibus/metrô, praças públicas, de forma a cada vez mais aproximar do conceito de cidades compactas.

Ano do projeto: 2010

IMPLANTAÇÃO

CENTRO

Figura : Habitação de Interesse Social Sustentável. Fonte: Archdaily

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área de implantação

PROGRAMA

PLANTAS

As moradias consistem em um programa reduzido, pensado a partir de dois blocos lineares interligados por um terceiro bloco com funções diferentes, sendo um módulo para os dormitórios e banheiro, outro para a área de serviços (cozinha e lavanderia) e um terceiro de ligação que abriga a sala de jantar e a sala de estar.

O formato alongado e estreito pensa em gerar a iluminação e radiação direta de todos ambientes da casa, já que de acordo com a inclinação do sol para a latitude das cidades do Estado de São Paulo, o formato quadrado ou retangular de certas dimensões impossibilitaria o alcance da luz em toda a sua extensão. O mesmo terreno, com as mesmas dimensões, foi pensado para abrigar a casa de dois e três dormitórios, prevendo assim, a expansão de mais um quarto da menor habitação em caso de crescimento do número de integrantes da família.

2 DORMITÓRIOS 4 INTEGRANTES 53,10m2

3 DORMITÓRIOS 6 INTEGRANTES 61,65m2

Figura : Habitação de Interesse Social Sustentável. Fonte: Archdaily

DIAGRAMA DE USOS ESC: 1/350

DORMITÓRIOS

SANITÁRIO

COZINHA+ LAVANDERIA

Figura : Habitação de Interesse Social Sustentável. Fonte: Archdaily

ESTAR+JANTAR

ABERTURAS+ ACABAMENTOS

IDENTIDADE

Figura : Habitação de Interesse Social Sustentável. Fonte: Archdaily

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OBJETIVO ARQUITETONICO

FACHADA

As residências foram pensadas de maneira a atender diversas formas familiares. Dois blocos lineares com funções distintas ligados por um bloco central quase sem divisórias internas, permite aos moradores criarem layouts distintos de acordo com a necessidade de cada família.Um mesmo terreno, possuindo uma mesma área quadrada é capaz de suportar duas diferentes maneira de ocupação com dois ou três dormitórios.A idéia de rompimento da monotonia causada pela repetição em grande parte do atual sistema de habitação de interesse social no Brasil, nos fez pensar na possibilidade de diferentes identidades que as casas poderiam alcançar.

Cada morador tem a possibilidade de se identificar com os seus imóveis através de uma simples escolha. As fachadas podem ser facilmente modificadas a partir da escolha por diversos materiais distintos de vedação de parte da fachada, assim como um trabalho paisagístico e com exploração de cores diversas para o volume das caixas d’água. Esses itens contribuem para ruptura de um paradigma antigo e dominante de que as moradias sociais devem ser iguais. Assim, acreditamos estreitar os laços particulares entre o morador e seu imóvel, a fim de que ele possa elevar o seu nível de qualidade de vida e satisfação pessoal.

CONCEPÇÃO

DIMENSIONAMENTO

Figura : Habitação de Interesse Social Sustentável. Fonte: Archdaily

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PROPOSTA

Figura : Habitação de Interesse Social Sustentável. Fonte: Archdaily

OBJETIVO ARQUITETONICO/ MATERIALIDADE 1. Aberturas: o fechamento frontal será sempre vazado, como os mostrados nas fachadas. Dessa forma, o ar fresco (setas azuis) conseguirá penetrar na moradia e percorrê-la por inteiro. O ar quente (setas laranja), mais leve, deverá entrar por uma das aberturas superiores, aquecer o ar frio e subir até escapar pelas esquadrias junto ao teto.

2. Cobertura reflexiva: telhas termo acústicas (com recheio de poliestireno) pintadas de branco se sobreporão à laje de concreto, a fim de refletir a luz solar. Dessa maneira, contribuirão para reduzir o calor dentro de casa.

3. Telhado verde: o bloco de ligação entre as áreas social e íntima receberá uma camada vegetal sobre a laje impermeabilizada com manta asfáltica. Ela poderá comportar uma horta para consumo próprio.

4. Energia limpa: sobre a torre que guarda a caixa-d’água, ficarão coletores solares voltados para o norte. Os equipamentos serão responsáveis por aquecer a água do chuveiro.

5. Fundações: serão do tipo laje radier, que se adapta a solos firmes.

Caso o terreno apresente situações menos favoráveis, existe a opção de empregar outro tipo, como brocas.

6. Estrutura: toda composta de blocos de concreto autoportantes, dispensará pilares e vigas. As peças possuem orifícios centrais para acomodar fios e canos, o que facilitará a obra. Foram escolhidas também porque suas medidas favorecem a modulação do projeto em múltiplos de 15 cm.

7. Acabamentos: o piso exibirá placas cerâmicas de 30 x 30 cm.

Como o sistema é modular, não haverá necessidade de cortá-las, reduzindo o desperdício. Nas paredes, os arquitetos optaram por pintura mineral, à base de cal ou silicato de potássio.

8. Esquadrias: deverão ser fabricadas sob medida usando-se ferro ou alumínio com pintura eletrostática. “Modelos prontos geralmente não conseguem atingir nossas metas de ventilação e sombreamento”, explica Giuliano.

COBERTURA VERDE

Figura : Habitação de Interesse Social Sustentável. Fonte: Archdaily

Figura : Habitação de Interesse Social Sustentável. Fonte: Archdaily

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SUSTENTABILIDADE/ CONCEITO BIOCLIMATICO CONCEITO BIOCLIMÁTICO Para que conseguíssemos um projeto bioclimático, o projeto foi idealizado a partir da análise minuciosa do clima da cidade de Ribeirão Preto e das cidades de Santos e Atibaia que também podem vir a receber tal solução

ÁGUA

No inverno, a variação diária de umidade e temperatura em Ribeirão Preto – São Paulo, se mantém entre a zona de “Conforto” e a zona de “Necessidade de Inércia Térmica”. Isto significa que além de um bom sistema natural de ventilação dos edifícios, se necessita uma alta inércia térmica e uma correta orientação norte.

No verão, a variação diária de umidade e temperatura em São Paulo, se mantem no limite da zona de “Conforto” se estendendo a zona de “Necessidade de Ventilação” com um nível muito alto de umidade.

Isto significa que se deve reduzir a umidade nos edifícios e assegurar uma correta orientação norte. Uma boa ventilação natural seria suficiente para evitar o uso de sistemas de ar-condicionado.

Devido as características bioclimáticas, a casa conta com iluminação e ventilação natural predominante, além de se esquentar por efeito invernadeiro e obter água quente por meio de captores solares.

Figura : Habitação de Interesse Social Sustentável. Fonte: Archdaily

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Figura : Habitação de Interesse Social Sustentável. Fonte: Archdaily

Figura : Habitação de Interesse Social Sustentável. Fonte: Archdaily

CARACTERÍSTICAS BIOCLIMÁTICAS Sistemas de geração de calor Os projetos bioclimáticos permitem que as casas se aqueçam por si mesmas de duas maneiras para evitar seu resfriamento no inverno: 1. Devido ao seu isolamento térmico e dispondo a maior parte de sua superfície envidraçada a norte e leste.

2. Devido a seu cuidadoso desenho bioclimático e orientação norte-sul os edifícios se esquentam por “efeito estufa” e radiação solar direta.

Sistemas de geração de resfriamento As residências bioclimáticas se refrescam por si mesmas de três modos para evitar o seu aquecimento no verão: 1. Dispondo de superfícies envidraçadas ao sul e de proteções solares para a radiação solar direta e indireta.

2. Refrescando mediante a entrada de ventilação proveniente de espaços sombreados originados dos pátios gerados pela descompactação da casa.

Sistemas de Acumulação (calor e resfriamento) O calor gerado durante o dia no inverno (por “efeito estufa” e radiação solar direta) se acumula nas lajes e nas paredes interiores.

Desta maneira a casa permanece quente durante toda a noite sem necessidade de consumo energético.

O resfriamento gerado durante a noite no verão (por ventilação natural e queda de temperatura) se acumula nas lajes e nas paredes internas. Deste modo a casa permanece fresca durante o dia sem consumo energético.

Ventilação Natural A ventilação das residências se faz de forma continuada e natural através dos próprios muros exteriores, que permite uma ventilação adequada sem perdas energéticas. Janelas bem orientadas permitem uma continua circulação dos ventos a fim de refrescar nos dias quentes do verão e nos dias de alta umidade relativa do ar.

Figura : Habitação de Interesse Social Sustentável. Fonte: Archdaily

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IMPLANTAÇÃO CONCLUSÃO DA LEITURA Além de este projeto estar inserido na mesma cidade de estudo (Ribeirão Preto), esse projeto apresenta soluções sustentáveis extremamente interessantes, e que podem ser utilizadas no projeto a ser proposto. A cobertura verde com certeza será um itém a ser utilizado, já que a mesma, ajuda a amenizar a temperatura interna das habitações. Além do mais, esse projeto apresenta mais de uma tipologia de habitação, que é outro ponto a ser inserido no projeto de Habitação de Interesse Social planejado, abrigando diversos tipos de familias e dando a opção de escolha de uma moradia ideal.

COBERTURA VERDE

Figura : Habitação de Interesse Social Sustentável. Fonte: Archdaily

Figura : Habitação de Interesse Social Sustentável. Fonte: Archdaily

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O PROJETO DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL

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ESTUDOS PRELIMINARES- PROGRAMA PROPOSTO O programa proposto tem como enfoque beneficiar o seu usuário, e afastar ao máximo o contato com o Aeroporto Leite Lopes.

Segundo entrevistas realizadas no local de estudo, os moradores do loteamento escolhido no Jardim Aeroporto reclamam da falta de áreas de lazer no local, o que faz com que muitos jovens ultrapassem as grades do aeroporto e vão brincar no local, causando diversos problemas. Assim pensando em seu usuário, o programa abrigará 894 unidades habitacionais, quadras poliesportivas, pista de skate, campo de futebol, playground, quiosques, academia da terceira idade e uma base de assistência social, já que a mesma é inexistente

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Como cada habitação usará 2 container, sera possivel atender as medidas minimas exigidas para a construção de Habitações de Interesse Social,como podemos ver na tabela ao lado. Na figura podemos ver um fluxo interno de uma tipologia de habitação. O programa interno contará com cozinha com lavandeira, sala de estar+jantar, sanitário, suíte e quarto, podendo varias entre mais um quarto, e a necessidade de acrescentar uma tipologia para portadores de necessidades especiais (PNE).

ESTUDOS PRELIMINARES -PARTIDO ARQUITETONICO O elemento chave para a execusão do projeto de Habitação de Interesse Social no Jardim Aeroporto, foi o container marítimo, que tem a finalidade de baratear a obra, ajudar ao meio ambiente reciclando esse matérial e tornando quase inexistente os resíduos construtivos, tornar a execusão mais rápida e gerar módulos de habitação. O partido arquitetonico consistiu em utilizar 2 containeres para cada habitação, juntando-os lado a lado e fazendo com que a cada 2 blocos de habitação, fossem inseridas as circulações verticais e espaços para aberturas de ventilação e luz solar. Para podermos atender ao número de habitantes que já abrigavam o lugar, é necessário que o cojunto tenha 2 andares de blocos iguais, e no terceiro, os blocos se mesclam criando alturas diferentes, dando a sensação de “desordem” caracterizada pelas favelas.

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ESTUDOS PRELIMINARES- PLANO DE MASSAS A baixo podemos ver o plano de massas que faz parte dos estudos iniciais para a criação do projeto. As partes em amarelo representam a localização dos blocos residenciais, as laranjas representam as possíveis vias internas do conjunto, a área em verde claro representa os espaços destinados à áreas de lazer e em verde escuro, temos a massa vegetal que delimita o conjunto do Aeroporto Leite Lopes.

N

A intenção é poder afastar as áreas de lazer da grade que separa o conjunto do aeroporto, para que as crianças nao ultrapassem as grades como andam fazendo atualmente, concentrando assim as habitações mais a dentro do conjunto. Entre a grade e o conjunto, foi pensada uma massa de área verde que bloqueie o acesso, e disponha de maior conforto acústico.

460,11

458,48

AVENIDA RECIFE

AVENIDA JOÃO PESSOA

7

1,6

53

LAZER RESIDENCIAS VIA PRINCIPAL AVENIDA THOMAS ALBERTO

WHATELY

ÁREA VERDE AEROPORTO LEITE LOPES

50

74

100

400

800

ESTUDOS PRELIMINARES- ESTUDOS VOLUMÉTRICOS Os container empilhados formam a volumetria desse projeto.

Como dito anteriormente, foi pensado em utilizar 2 container de 40 pés, para cada unidade de habitação. Esses container foram juntados a cada 2 unidades de habitação, e entre elas há um espaço para ventilação e luz solar, e em algumas partes, os acessos verticais. O conjunto conta com 3 pavimentos, sendo o terceiro irregular, ou seja, os blocos sao mesclados e nao contínuos como no primeiro e segundo pavimento. Esse efeito irregular, foi pensando propositalmente pois além de conseguir ajudar a abrigar o número total de familias que já moram no local, ele não segue um pradão horizontal, rementendo os volumes de uma falvela, que é cheia de alturas e volumes diferentes.

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ESTUDOS PRELIMINARES- TIPOLOGIAS DE HABITAÇÃO Foram pensadas em 3 tipologias para compor a Habitação de Interesse Social. A Tipologia número 1 conta com 2 quartos sendo 1 suíte, banheiro comum, cozinha com lavandeira e sala de estar/jantar. Já a tipologia 2 conta com 3 quartos, sendo 1 suíte, 1 banheiro comum, cozinha com lavanderia e sala de estar/jantar. A tipologia número 3 foi adaptada para portadores de necessidades especiais (PNE), e contam com 2 quartos sendo 1 suíte adaptada, 1 banheiro adaptado, 1 cozinha com lavandeira e uma sala de estar/jantar. Os quartos de ambas tipologias foram pensados para não ficarem expostos a face norte, e deixarem os quartos expostos ao sol.

TIPO 1

cozinha 4,70m² sala de estar + jantar 10,40m² dormitório 1- 5,35m² dormitório 2- 9m² suíte 9m² banheiro suíte 5,10m² banheiro 3,40m²

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TIPO 3 (PNE)

TIPO 2

cozinha 4,70m² sala de estar + jantar 11m² dormitório 1- 5,35m² dormitório 2- 8,45m² suíte 8,45m² banheiro suíte 4,80m² banheiro 2,95m²

sala de estar + jantar 11m² suíte 9,15m² cozinha 4,70m² dormitório 6,70m² banheiro pne 4,98m² banheiro pne 5,15m²

ESTUDOS PRELIMINARES- IMPLANTAÇÃO

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ESTUDOS PRELIMINARES- PLANTA PAVIMENTO TÉRREO

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ESTUDOS PRELIMINARES- PLANTA SEGUNDO PAVIMENTO

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ESTUDOS PRELIMINARES - PLANTA TERCEIRO PAVIMENTO PLANTA TERCEIRO PAVIMENTO- 190 UNIDADES HABIT.

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ESTUDOS PRELIMINARES- SETORIZAÇÃO

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ESTUDOS PRELIMINARES- MATERIALIDADE A materialidade pensada para ser usada nesse projeto consiste basicamente em containeres marítimos de 40 pés pintados nas suas cores natuais que serão deixados na sua estrutura original para compor o projeto externo e com revestimento na parte interna da habitação de lã de pet ISOSOFT revestidos com DryWall branco. Na cobertura será utilizado cobertura verde que ajudará no isolamento termico das habitações e seram adicionados painéis de energia solar Fotovoltaicos para contribuir na questão sustentável. No piso da área externa que servirá como passagem e garagem, será utilizado o piso intertravado com grama para permitir a permeabilidade do solo.

Lã de Pet Isosoft Tech e Isosoft Flex , São Paulo. A Lã de Pet é um isolante térmico e acústico ecologicamente correto, proveniente de matéria-prima reciclada, 100% reciclável e comercializada em forma de mantas ou painéis.

Piso Intertravado de concreto com grama. As peças de concreto são componentes pré-moldados de concreto, utilizados como material de revestimento em pavimento intertravado. Os pisos intertravados de concreto com grama são de fácil instalação e também ajudam no processo de absorção de água.

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A energia solar fotovoltaica é a energia obtida através da conversão direta da luz em eletricidade (Efeito Fotovoltaico) sendo a célula fotovoltaica, um dispositivo fabricado com material semicondutor, a unidade fundamental desse processo de conversão.

Placa de gesso, gesso laminado, gesso cartonado ou ainda drywall (em português: “parede seca”) é um painel constituído por Sulfato de cálcio hidratado (gesso), com ou sem aditivos, e geralmente pressionado contra um revestimento de cartão. É amplamente usado na construção civil em paredes e tectos interiores.

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PLANTA DE IMPLANTAÇÃO A planta de implantação nos permite ver todo o conjunto e todas assuas áreas de lazer, praças, áreas institucionais e os blocos residenciais. Nesse cojunto Habitacional de Intesse Social estão implementadas 624 unidades em uma área de 124.711m² que podem atender as aproximadamente 400 famílias que ali vivem.

As áreas de lazer contam com quadra poliesportiva, campo de futebol, quadra de volei, playgrounds, quiosques, pista de skate e praças públicas. Já as áreas institucionais contam com Escola Infantil Publica, Assistência Social e uma unidade de UBDS, que eram serviços desfalcados no bairro Jardim Aeroporto.

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DETALHAMENTO DA QUADRA O detalhamento de uma quadra nos permite ver com mais clareza a divisão das unidades, a disposição das áreas verdes e do conjunto em um todo. Na quadra detalhada a baixo, podemos ver a presença de área de lazer, área institucional e área residencial.

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DETALHAMENTO DO BLOCO

Aqui podemos observar o detalhmento do bloco habitacional e alguns detalhes como, o uso de piso intertravado de grama, a cobertura metálica das passarelas e escada do bloco e o telhado verde com a presença do painél de energia fotovoltaico.

Um dos objetivos do projeto era deixar o conjunto com muitas áreas verdes, incluíndo as áreas de habitação, criando áreas “privativas” de lazer de cada bloco. Também foi pensado em um “quintal” que conceta-se com a vias que cortam a quadra.

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PLANTA PAVIMENTO TIPO

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CORTE AA

CORTE BB

FACHADA AA

FACHADA BB

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DETALHAMENTO DA UNIDADE

SUGESTÃO DE LAY OUT

Para o projeto final, a unidade habitacional foi pensada afim de proporcionar ao seu usuário, o seu próprio modo de organização, ou seja, a unidade será entregue apenas com as áreas molhadas, deixando-o livre para a escolha de seu lay out, já que as quantidades de membros das famílias do Assentamento Jardim Aeroporto são variadas, e estes, em sua maioria não tem estrutura financeira para adquirir novo mobiliário, podendo adaptar aos seus já usados.

Mesmo que a unidade seja composta apenas pelas áreas molhadas, aqui se encontram 2 sugestões de layout para que os moradores possam se orientar caso desejem. As composições foram feitas a partir do posicionamento de mobiliários, sem a presença de fechamentos (além das areás molhadas).

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VISTA EXTERNA O elemento chave do projeto são os container marítimos, que serão a estrutura das habitações. As cores propostas para a pintura dos container, são as cores mais usadas do mesmo, como vermelho, azul marainho e amarelo.

Toda a estrutura sem ser o container, é feita de metal. O metal está presente nas passarelas, escadas e guardacorpo. A cor do metal sera pintado de preto.

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VISTA EXTERNA ACESSOS EXTERNOS Nessas imagens podemos ver os acessos ao bloco delimitados pelas áreas verdes. Cria-se assim, um “quintal” de cada conjunto de habitações, e se integra na passagem pública do bloco.

MASSA DE VEGETAÇÃO Todos os blocos apresentam vegetação interna se integrando ao restante do conjunto Habitacional que é repleto de áreas verdes.

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