The allure of Dean Harper - R.S. Grey #02

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De: LilyNBlack@Gmail.com Para: JosephineKeller@VogueMagazine.com Assunto: Você é uma idiota de merda

Bom dia, minha querida e ingênua amiga, Espero que você esteja desfrutando de um café da manhã de pesar e tristeza. Por quê? Porque você me mandou trabalhar para o Dean Harper, também conhecido como maníaco por controle em um terno feito sob medida. Claro que ele possui os restaurantes mais badalados de Nova Iorque, mas vamos lá, seu ego faz Kanye West parecer o Dalai Lama. Ele é o tipo de cara que só ouve a palavra "não" quando é seguida de "não pare". Trabalhar para Dean Harper seria como vender minha alma para o diabo... e antes de dizer qualquer coisa, não me importo se o diabo tem olhos castanhoque-vão-perfurar- suas-entranhas e uma bunda à altura. Minha alma não está à venda. Lamentavelmente, Lily

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The Allure of Dean Harper é um romance autônomo, contemporâneo do EUA TODAY Bestselling autor R.S. Grey com personagens sobrepostos de The Allure of Julian Lefray. Ambos os livros podem ser lidos separadamente.

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CAPÍTULO 1 Lily Orgulho-me de conhecer um bom garçom quando o vejo. Infelizmente, o cara do outro lado do bar não era um. Já vi ele estragar suas três últimas bebidas. Muito suco de laranja aqui, pouco de gim acolá. Os clientes levavam os drinks com grandes sorrisos e gorjetas ainda maiores, mas eu sabia melhor. Era meu trabalho saber a diferença entre uma bebida decente e um coquetel que ganhou sua fama em um lugar como este. Bem, tecnicamente, o "trabalho" implicaria que eu estava sendo paga. ─ Você vai pedir algo ou... A garçonete propositadamente deixou sua pergunta no ar, mas ouvi a mensagem alta e clara: "Ou apenas vai sentar no bar por mais uma hora, olhando o menu como uma aberração". Virei-me sobre o meu ombro e dei um sorriso apologético. “Eu vou precisar de mais um minuto para decidir." Ela soprou um hálito irritado e fechou seu bloco de notas. Eu tentei oferecer um pedido de desculpas, mas ela já tinha ido, foi andando em direção a uma mesa cheia de homens de negócios com o rosto vermelho com dinheiro para queimar. Eles já estavam na quarta rodada de bebidas para a noite. Um deles estendeu a mão para segurar a parte de trás da perna dela quando ele pediu. Rolei os olhos e voltei para o meu menu de happy-hour. Já tinha praticamente memorizado, mas não estava nem perto de decidir o que pedir. Foi minha primeira noite em Nova Iorque e saí sozinha, com pouco dinheiro e com muita fome. Convenci-me que poderia fazer alarde para minha primeira noite na cidade, mas os aperitivos a vinte e poucos dólares me fez perder a respiração. Que escolha eu tinha? Críticos criticam comida. Boa comida. Eles não classificam as 10 maiores redes de fast-food como a menos-provável-de-se-terum-ataque-cardíaco. Se queria superar o Buzzfeed e realmente criar um nome para mim na cidade, tinha que avaliar os melhores restaurantes. Eu só não sabia como iria pagar por isso, ainda. O casal à minha direita foi servido de outra rodada de aperitivo: Mahi Mahi grelhado e frescos rolinhos primavera. Eu os assisti comer, sem nem mesmo se preocuparem em comer o molho tailandês com manjericão. Bárbaros. ─ Posso te comprar uma bebida? 3


Eu tirei os olhos do casal à minha direita e olhei diretamente para o senhor careca que se sentou ao meu lado. Ele parecia ter a idade do meu pai, mas isso não o impediu de olhar para mim como se fosse a resposta para todas as suas orações. Mal sabia ele, mas estava prestes a ser a resposta para minha oração. Eu sorri e coloquei o menu no balcão. ─ Que tal o atum crocante em vez disso? O sorriso dele caiu. ─ Sério? Por que é costume dos homens comprar bebidas para as mulheres, quando eles querem entrar nas suas calças? Você sabe o que vai fazer entrar nas minhas calças? Atum crocante. ─ Este restaurante é conhecido pela sua comida, não pela bebida. - Eu expliquei. O olhar dele escorregou do meu rosto para o menu e voltou novamente. ─ Mas, eu estava brincando - Eu falei para aliviar sua mente. Posso ser do Texas, mas até lá, presentes de estranhos raramente vem sem amarras. Eu estava desesperada, não estúpida. Ainda assim, ele ignorou o meu protesto e sinalizou para a garçonete trazer o pedido. Deveria ter me sentido culpada por pedir comida quando não tinha intenção de ir para casa com ele, mas não me senti. Depois que tirei uma foto do prato para o meu blog, eu deixei a comida para ele. Logo que o tempero picante do molho atingisse sua boca, ele estaria me agradecendo por sugerir isso. Ele arrastou seu olhar pelo meu corpo e estreitei meus olhos nele. Ele era mais alto, com um terno de risca de giz e suor cobrindo a sua testa. Eu o vi limpar a testa com um lenço antes de falar. ─ Então, você é daqui? - ele perguntou. ─ Não. Você? Eu não queria continuar, mas como eu tinha uma foto do prato salvo no meu celular, eu tinha que continuar a conversa. ─ Sou de Staten Island (Distrito de NY), nascido e criado, - gabou-se. ─ Eu trabalho com construção. 4


Concordei enquanto pegava o meu celular. Foi rude verificá-lo durante a conversa, mas não pude resistir. Eu enviei uma solicitação para um restaurante mais cedo e estava ansiosa pelo retorno deles. Eu duvidava que fossem entrar em contato comigo durante o happy-hour na sexta à noite, mas ainda tinha que verificar. Ele deslizou seu banquinho quase imperceptivelmente mais próximo ao meu, deixou cair sua mão na minha perna e apertou. ─ Sabe alguma coisa sobre construção, querida? - ele perguntou com um forte sotaque de Nova Iorque. Meu coração parou quando eu registrei a sensação da sua mão na minha pele nua. Foi por um, talvez dois segundos antes de estender a mão e puxar fora. ─ Toque-me de novo e vou apunhalar os seus olhos com estes pauzinhos. Seus olhos se abriram na minha ameaça — claramente, ele não estava acostumado com sua presa mordendo de volta. Já estava saindo da minha banqueta quando meu celular vibrou na minha mão. O que é uma saída perfeita. Eu queria ficar longe do Senhor Mãos-Bobas e tive que atender meu telefone. Ele torceu em seu banquinho e jogou as mãos para cima em derrota enquanto me afastava. ─ Oh, vamos lá. Fique! Eu estava só brincando. ─ Bem, então você deveria melhorar a sua brincadeira, porque isso não foi muito engraçado. Quando eu empurrei a porta do restaurante, não tive tempo para considerar o número desconhecido no meu celular. Estava prestes a parar de tocar e eu odiava retornar ligações de números estranhos. Essa conversa inevitável: "Sim. Oi, você me ligou — não, não conheço ninguém chamada Lupita —, no soy Lupita, lo siento." Aparentemente, eu compartilhei meu número com uma idosa da República Dominicana. Quem diria? ─ Olá? Está me ouvindo? - Eu respondi quando coloquei o telefone no meu ouvido. O barulho da cidade tornou quase impossível ouvir a mulher do outro lado da linha. Agachei e coloquei o dedo no ouvido livre e apertei o telefone contra o outro tanto quanto possível. Se tivesse enfiado mais perto, provavelmente teria algum tipo de radiação no meu cérebro. ─ Olá! Está me ouvindo? - Perguntei novamente. 5


─ Sim. Ei. É Lily Black? Eu cobri minha orelha e me abaixei contra o edifício, esperando que ele ajudaria a bloquear o ruído. ─ Sim. Quem é? ─ Zoe, de Provisions. Meu coração pulou com o nome do restaurante que eu esperei ter notícias. ─ Escuta, sei que isso é um pouco louco de perguntar, mas estamos realmente com pouco pessoal esta noite. - Sua voz é cortada e então ouço gritos abafados do outro lado da linha. Um segundo depois, ela falou através do telefone. ─ Lily, você ainda está aí? Eu sorri. ─ Sim. ─ Existe alguma maneira de você chegar aqui, tipo... - Ela parou novamente. ─ Agora? Olhei para as placas com o nome das ruas ao meu redor, assim ajudaria. Rá . Eu passei 12 horas em Nova Iorque. As únicas ruas que conhecia eram Broadway, 5º Avenida e Wall Street — nenhuma das quais me ajudaria nesta situação, mas não queria que Zoe soubesse disso. Você pode andar em qualquer lugar da cidade bem rápido, certo? É uma ilha, quão grande ela pode ser? ─ Uh, eu acho que posso estar aí em 10 minutos, mas não tive uma entrevista ou qualquer coisa. Ela riu ao telefone, como se eu tivesse contado a piada mais engraçada, que ela já tinha ouvido. ─ Onde você se vê daqui a dez anos? ─ Eu... uhh... ─ Deus, isso foi uma piada. Vem logo. A linha ficou muda e olhei para baixo para a tela preta em estado de choque. Eu tinha dez minutos. Bem, agora nove minutos e cinquenta segundos. Merda. Eu digitei Provisions no Google Maps e então apareceu uma rota. De carro, poderia chegar lá em oito minutos. A pé, precisaria de pelo menos vinte anos. Eu não tinha dinheiro para gastar em um táxi e não era corajosa o suficiente para ir de metrô. Isso me deixou com uma opção. Eu amarrei meus cabelos em um rabo de cavalo, joguei minha bolsa por cima do meu ombro e decolei em uma corrida como se os mortos estivessem atrás de mim em direção a Provisions. 6


Quando cheguei lá, o suor pingava da minha testa, tinha esfolado o joelho depois de tropeçar em uma calçada e tinha certeza que eu tinha cerca de cinco tipos de chiclete grudado na sola do meu sapato. Apesar de tudo, não era minha melhor aparência. Grupos de pessoas lotavam o lado de fora do restaurante, esperando para entrar. Eu segui meu caminho através deles, tentando recuperar o fôlego. Finalmente, cheguei à frente de uma enorme porta preta ladeada por dois holofotes redondos. Logo acima da porta, brilhando sob um holofote, "Provisions" foi escrito em letras metálicas finas. Estendi a mão para a maçaneta da porta, respirando como uma mulher selvagem, quando entrei na penumbra do Hall de entrada do restaurante. O piso de mármore contrastava com as paredes cinzentas. Fotos em preto e branco foram posicionadas ao nível dos olhos ao redor da pequena sala. Eles eram instantâneos de objetos do cotidiano: uma maçã, um jogo de cores, tijolos empilhados. Era a simplicidade das fotos que as transformava em algo intrigante. ─ Uhh, posso te ajudar com alguma coisa? Virei para a hostess posicionada atrás de um pódio preto. Uma lâmpada de ouro iluminava sua lista de clientes para o jantar daquela noite. A expressão azeda dela me disse que eu claramente não era um deles. ─ Estou aqui para ver Zoe - expliquei, tentando manter a exaustão da minha voz. A mulher arqueou uma sobrancelha para mim, baixou o olhar pelo meu corpo uma vez antes de retornar o seu olhar afiado para os meus olhos. Eu sabia sem me olhar no espelho que parecia horrível. Uma parte dos meus cabelos loiros tinha saído do meu rabo de cavalo e definitivamente havia sangue escorrendo na minha canela. Ainda assim, o seu olhar de nojo não me afetava. Eu podia ver através do seu bronzeado falso e dos seus cílios falsos. Os cílios eram tão grandes, que fiquei surpresa, dela poder levantar as pálpebras. Mulheres como ela não me perturbam. Por quê? Porque elas eram previsíveis, quase como se estivessem fazendo um papel que tinham visto na TV. Fiquei firme e cruzei os braços. A mensagem era clara: sua vez. Eu teria ficado assim até ela chamar a Zoe, mas a sorte estava do meu lado. Um momento depois, uma mulher morena com um corte pixie dobrou a esquina do foyer como se ela estivesse em uma missão. Ela olhou da hostess para mim e depois de volta. ─ Crystal, o que diabos você está fazendo? Nós não te pagamos para ficar aí com cara de puta. Eu resisti ao impulso de rir. 7


Crystal revirou os olhos, mas ficou calada. Eu a vi pegar uma prancheta no pódio e então ela saiu irritada em uma nuvem de perfume e brilho. Quando ela estava ao alcance da voz, a mulher morena voltou sua atenção para mim. ─ Por favor, diga-me que não é a Lily. Minha confiança foi abalada. ─ Zoe? - Eu perguntei, limpando a palma da minha mão suada do lado do meu vestido. Ela correu a mão para baixo de sua bochecha. ─ Não. Não. Isso não vai funcionar - disse ela, sacudindo a cabeça. ─ O que? Por quê? - Ela não tinha me dado cinco minutos. Ela olhou para mim, acenando com a mão na frente dela. ─ Porque a última coisa que precisamos neste restaurante é outra merda de boneca Barbie.

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CAPÍTULO 2 Lily Sabia o que Zoe viu quando olhou para mim. Eu podia sentir seu desdém. Cinco segundos depois de me conhecer, ela pensou que sabia tudo sobre mim. Como ela estava errada. Ela cruzou os braços tonificados e olhei as tatuagens coloridas que iam dos ombros até os cotovelos. ─ Dê-me uma chance de provar as minhas habilidades - Eu disse, mantendo-me firme. Ela mordeu os lábios. ─ Escuta, você não é a primeira garota a entrar aqui com um rosto bonito de matar, apesar dos seus lábios parecerem os mais naturais que já vi na última década. O que você quer? Você quer ser uma atriz? Modelo? Você quer encontrar um paizinho para financiar sua estadia na cidade? Deixei suas farpas de lado e estreitei meus olhos nela. Faz sentido, realmente. O trabalho da Zoe era gerenciar uma equipe de garçons, composta de sociopatas egocêntricos. Por que ela iria querer acrescentar mais à mistura? Para sorte dela, eu não era uma sociopata e eu era apenas um pouco egocêntrica. ─ Onde está o seu bar? - Eu perguntei, ignorando a sua linha de questionamento. Ela inclinou a cabeça, confusa. Tudo bem. Eu não precisava da sua ajuda. Eu já podia vislumbrar o bar principal no restaurante, ele estava dobrado contra a parede lateral. Tinha dois caras trabalhando por trás dele, movendo-se como ciclones tentando atender os pedidos tão rápido quanto possível. A instalação seria simples — afinal não seria como se eu tivesse que criar um foguete. Depois que terminei a escola de culinária e um programa de bartender de dois semestres, tinha trabalhado em um bar perto da minha cidade. Nada demais, certo? Errado. Os yuppies de Nova Iorque não eram nada como os texanos. Eles queriam suas bebidas e eles queriam para ontem. Eu passei por Zoe sem falar nada e fui direto para o bar. Foi difícil de andar através da multidão, especialmente com eles agrupados tentando chamar a atenção do barman. Eu empurrei através deles, usando os cotovelos e pura força quando necessário.

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O bar vinha até meu estômago e não havia uma entrada à vista, mas não deixei isso me impedir. Eu atirei minha bolsa sobre o bar e então me empurrei sobre a bancada de mármore preta. ─ O que você está fazendo? - Um dos garçons gritou quando passei minhas pernas por cima da bancada. ─ Terminando a minha entrevista de emprego -, eu respondi, sem me preocupar em explicar. Meus pés caíram com um baque no tapete preto e então me virei para a multidão. Meia dúzia de pessoas estava me encarando com expressões chocadas. Deixei-os pensando enquanto lavava minhas mãos e pegava uma coqueteleira. O outro barman veio andando, sua aparência masculina de modelo completamente desperdiçado em mim. Eu tinha uma coisa sobre caras que passavam mais tempo em frente do espelho do que eu. ─ Você não pode estar aqui. - ele disse, tentando tirar a coqueteleira da minha mão. Eu puxei fora do seu alcance... e sorri. ─ Zoe me mandou aqui, - Eu menti, só um pouco. Sua boca caiu aberta e me virei para a multidão, entediada com ele já. ─ Você. - Eu apontei para a menina baixinha na minha frente. Ela tinha uma nota de cinquenta dólares escondida na mão dela e estava sendo esmagada pela multidão empurrando atrás dela. ─ O que você está bebendo? Ela olhou para trás e para frente entre mim e o outro barman, sem saber se ela foi autorizada a responder-me. O barman levantou as mãos dele e foi embora. ─ Não me pagam o suficiente para esta merda. Eu sorri quando olhei para a menina, esperando a resposta. ─ Uh, okey. Quero dois Dirty Martini e um Gin - ela gaguejou. Fácil. ─ Você prefere um certo tipo de gin? Ela balançou a cabeça e me abaixei para verificar a oferta de bebidas atrás do bar. Eles tinham algumas boas marcas de gin seco, mas preferia o sabor único do Hendricks. Eu estabeleci três copos de coquetel e comecei a fazer os Dirty 10


Martini. Gelo, gin, salmoura de azeitonas e vermute extra-seco foram adicionados na coqueteleira e depois coloquei a mistura nos dois primeiros copos de coquetel. Lavei a coqueteleira e peguei os limões, mas parei bruscamente quando não consegui encontrar qualquer xarope. Eu decidi que teria que trazer suprimentos para meu próximo turno, se eu durasse toda a noite. Em vez de incomodar o Capitão América e o boneco Ken, eu achei xarope simples e esperei que desse certo. Não tive tempo de perguntar onde cada ingrediente estava, não se quisesse realmente ajudar os outros garçons através da multidão. Mandei a mulher pagar para o outro garçom e minha atenção voltou para o próximo cliente. Embora ele provavelmente odiasse, um dos bartender, Brian e eu elaboramos um sistema de trabalho dentro de cinco minutos. Eu fazia as bebidas e ele recebia o pagamento ou entregava as bebidas em suas mesas. Eu tinha acabado de fazer dois White Russians, um Sea Breeze, um Screwdriver, mais dois Dirty Martini e uma enorme quantidade de gin tônica antes de Zoe se juntar a mim atrás do balcão e agarrar meu braço. Eu abaixei a coqueteleira e virei a minha atenção para ela. ─ Entendi. A Barbie sabe trabalhar, - disse ela, afastando-me do bar. ─ Brian, continue no bar. Lily vai voltar em alguns minutos. Eu sorri e deixei ela me puxar. Se eu ia voltar, isso significava que tinha conseguido o trabalho. Segui Zoe através do restaurante, admirando por onde passávamos. Provisions continuava a me surpreender. A planta era espetacular, mas o pátio aberto no centro do restaurante tirou o meu fôlego. Eu não tinha visto nada assim antes. Os clientes estavam ao redor das mesas, comendo sob um bosque de árvores. Luzes penduradas nos galhos, aquecendo-os com uma luz suave. Circulamos o perímetro do pátio e então Zoe me levou a um corredor que tinha uma porta com os dizeres: "Somente para funcionários”. Quando passamos pela porta, a música calma do restaurante foi substituída pelo silêncio. Nossos sapatos ecoavam pelo corredor e estendi a minha mão para parar ela, então eu poderia me defender. ─ Honestamente, você não precisa se preocupar sobre as minhas intenções com este trabalho. - Ela se virou para me encarar. ─ Estou aqui porque preciso de um emprego em Nova Iorque. Eu prefiro servir no bar, mas sou flexível. Tenho um curso de culinária e de bartender. Eu trabalhei com tudo que é possível imaginar, então se há alguém qualificado para trabalhar aqui, sou eu. Ela inclinou a cabeça e me estudou. 11


─ Parece que você poderia estar fazendo algo um pouco mais impressionante do que servir às mesas. Dei de ombros. Ela não estava me dizendo alguma coisa que eu já não soubesse. ─ Eu quero trabalhar com restaurante, mas até achar meu lugar, só preciso pagar minhas contas. ─ Que tal gestão? Fiz uma careta. ─ Sem ofensa, mas não é a minha área. Ela ri. ─ É justo. Geralmente tenho que esperar o Dean aprovar todos os novos contratados, mas ele está fora da cidade e preciso de você no bar hoje à noite. Minhas costas se endireitaram na menção do seu nome. Ele era a razão pela qual eu mandei o meu currículo. ─ Minha melhor amiga está namorando um amigo do Dean, Julian. Foi como soube que estavam contratando. Zoe assentiu. ─ É mesmo? Então já conheceu Dean? Eu engoli. Seria um problema se eu não tivesse? ─ Não, mas tenho certeza que vamos nos dar bem. Minha garganta apertou com a mentira. Quando minha melhor amiga Josephine me contou sobre o Dean e seus restaurantes, suas palavras exatas foram algo como "você e o Dean vão se dar tão bem como óleo e água", mas o que importa? Ele seria o chefe do chefe do meu chefe. Nós realmente não vamos nos conhecer. Eu segui Zoe através dos gabinetes até o que parecia ser um vestiário para empregados. Uma fileira de cabines em uma parede, com pias em frente a eles. Armários pretos estavam ao longo do lado direito, com roupas e mochilas derramando para fora delas. ─ Aqui, este deve servir, - Zoe disse, retirando uma peça de roupa roxa escura de um lugar acima dos armários. Eu desenrolei o pedaço de tecido e então olhei de relance para ela por cima disso. ─ Você deve estar brincando comigo. São as roupas certas? 12


Ela sorriu. ─ Considere como um presente de Bem-vindo a Provisions, cortesia de Dean Harper.

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CAPÍTULO 3 Dean ─ Para onde vamos Sr. Harper? A resposta deveria ter sido uma palavra: casa. Eu estava viajando há nove horas e minha cama estava chamando meu nome. Infelizmente, meu dia estava longe de acabar. Já faz quase uma semana desde que coloquei o pé dentro do meu mais novo restaurante e minhas tendências de controle estavam começando a me incomodar. Eu nunca gostei de deixar um restaurante novo por muito tempo. A gerência e os funcionários precisavam de algumas semanas de supervisão antes que sentisse que estavam fluindo como uma máquina bem lubrificada. Minha equipe da Provisions, sem dúvida, teve alguma vantagem na minha ausência. Olhei para o motorista. ─ Provisions. Na... ─ Eu sei onde fica, senhor. Eu assenti e voltei a olhar pela janela, tentando forçar o meu foco de minha viagem de volta ao trabalho. O fato de que meu terno fedia um pouco dos animais da fazenda fez a tarefa quase impossível. Ir para o Iowa visitar a fazenda da minha família tinha sido muito esperado e altamente desnecessário. No primeiro dia, meus pais colocavam seus sorrisos falsos, mas logo as perguntas e opiniões estavam voando pior do que as moscas de cavalo. ─ Você tem trinta e três anos, Dean. Quando você vai sossegar? Começar uma família? Ah, nunca. É muito cedo? Que tal nunca mais infinito? ─ Você acha que essa vida vai te sustentar por muito tempo? O que acham que estou fazendo em Nova Iorque? Roubando? Eu trabalho 12 horas por dia. ─ Parece muito solitário... Não. Só na semana passada Kelly, Carmella e Svetlana mantiveram-me bastante ocupado. 14


Meus pais não poderiam entender como eu poderia estar feliz como dono de restaurante em Nova Iorque. Eles casaram com dezoito anos e me tiveram com vinte anos. Sua vida girava em torno de fazenda e da família. Não preciso dizer que eu queria algo muito diferente. E eu tinha. Eu era o dono do melhor restaurante de Nova Iorque. Nos últimos anos, abri onze restaurantes ao redor da cidade. Este ano, planejei dobrar esse número. ─ Aqui estamos, Sr. Harper, - meu motorista disse do banco da frente. ─ Devo esperar aqui até você terminar? Eu deslizei uma gorjeta generosa sobre o console e balancei minha cabeça. Não sabia como estava o estado atual do restaurante. Provavelmente, ficaria lá por horas. ─ Vou chamar um táxi. Você pode levar minha bagagem de volta para minha casa e depois ir para casa. Ele pegou a gorjeta com um sorriso largo. ─ Claro, senhor. Eu balancei a cabeça e saí do carro, abotoando minha jaqueta preta o melhor que pude. Meu olhar deslizou sobre a fachada do edifício. A hera estava crescendo bem ao longo da parede exterior. Os holofotes sobre a porta iluminavam perfeitamente o nome do restaurante, assim como eu pretendia. Mesmo às dez horas, havia grupos de pessoas esperando na calçada para entrar. Eu atravessei a multidão e entrei no restaurante, preparando-me para o pior. Eu coloquei o meu melhor funcionário no comando, mas até mesmo Zoe poderia ter problemas sem a minha ajuda por uma semana. Uma verificação rápida na entrada indicou que o lugar estava do jeito que tinha deixado, embora uma das molduras das fotos estivesse torta, mas eu realmente não podia culpar Zoe por isso. Eu poderia? Não. Até eu tinha meus limites. ─ Sr. Harper! Está de volta! Voltei minha atenção para a hostess, que estava me olhando com olhos de corça gigante atrás do pódio. Ela preencheu bem o uniforme e tinha o tipo de olhar que a clientela dos meus restaurantes esperava. ─ Não esperávamos vê-lo esta noite. Dei de ombros. ─ Não deve ser um problema. Devem trabalhar como se eu estivesse presente todas as noites. Ela deu uma risadinha, embora eu definitivamente não tivesse dito uma piada. ─ É claro. Falando em presentes, deixe-me pegar a sua jaqueta.

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Ela deu a volta no pódio e pegou a minha jaqueta. O movimento fez com que a parte inferior do vestido levantasse, mas eu não estava perturbado. Quando estava no modo de trabalho, meus empregados eram números para mim. Sem nome, sem rosto, partes da minha máquina. Eu precisava deles para chegar a tempo, sorrir para os clientes e limpar as suas mesas antes de bater o ponto todas as noites. É isso. Seu dedo escovou a borda da minha gola e levantei a minha mão para detêla. ─ Está bem. Onde está Zoe? Seu lábio inferior se projetava para fora e o braço dela caiu mole ao seu lado. ─ No escritório. Eu acho que ela tem tentado organizar a papelada, desde que ela contratou aquela garota nova. Minhas costas enrijeceram. ─ Garota nova? Eu tinha uma política rígida em cada um dos meus restaurantes: Eu tinha a palavra final para todos os novos contratados. Eu tinha bons instintos e gostava de olhar cada empregado nos olhos pelo menos uma vez antes deles representarem a minha empresa. Zoe sabia dessa regra, e pela primeira vez, ela escolheu ignorá-la. A hostess franziu o cenho. ─ Sim, ela veio algumas noites atrás parecendo uma sem teto. Não acreditei que Zoe fosse realmente contratá-la. Eu pensei que ela ia chutá-la para a calçada —. ─ Obrigado, - eu interrompi. ─ Mas não é da sua conta quem contratamos. Eu odiava quando os funcionários agiam muito amigáveis. Eu não era um amigo do clube do livro. Eu era chefe dela e Zoe também. Queria demiti-la por tentar jogar Zoe debaixo do ônibus, mas gritos animados vinham de um dos bares do restaurante, chamando a minha atenção. Dei um passo para frente e estreitei os olhos, curioso sobre a comoção. Os quatro bares que revestem o pátio inferior de Provisions ficavam cheios desde a noite de abertura, mas apenas um que parecia que tinha um circo em volta dele. O que está acontecendo? Eu peguei trechos curtos de conversas quando eu fiz meu caminho mais perto do bar. ─ Estou enganado ou ela estava realmente quente? 16


─ Cara. Eu comprei quatro bebidas. QUATRO. Por quê? ─ Você olhou nos olhos dela. Você não deveria ter feito isso, cara. ─ Ela é uma feiticeira! Eu sorri. Não era a primeira vez que um dos meus empregados tinha estimulado a devoção dos clientes. É por isso que eu contratava gente bonita. Durante o processo de entrevista, minha equipe e eu avaliávamos os candidatos com base na sua aparência e sua experiência — nessa ordem. O cliente não dá à mínima se sua costela sai um pouco mais tarde quando a mulher servindo-lhe parece boa o suficiente para comer. Eu empurrei a multidão para ver qual garçom estava superando o resto, e quando eu a vi, a presença dela me agarrou pelo pescoço e me puxou para mais perto. Meus olhos deslizaram para baixo de seu corpo por vontade própria e pela primeira vez que conseguia me lembrar, eu não estava no controle. Ela tinha cabelo loiro selvagem com mechas na cor mel. Um punhado de sardas atravessou seu nariz e bochechas, apenas visível na penumbra atrás do bar. Seus lábios carnudos curvavam em um sorriso provocante e então se inclinou e deixou seu número riscado em um guardanapo. Sem tocá-lo. Ela estava muito ocupada, esticando uma bebida em um copo de coquetel. O dois bartender andavam em torno dela, anotando os pedidos e recebendo dinheiro. Aparentemente, os clientes queriam suas bebidas feitas por ela e só ela. Eu a assisti voltar e pegar um licor no topo da prateleira. O decote do uniforme de Provisions deixava as suas costas bronzeadas a mostra. A saia abraçou seus quadris e agarrou logo abaixo da bunda dela. Nela, parecia lingerie. Eu deveria ter me afastado e procurado Zoe. Eu sabia o que atraia os clientes em direção ao bar e poderia passar para o próximo item na minha agenda. Deus sabe que eu tinha uma agenda cheia, e ainda assim, encontrei-me andando mais perto para o bar. Sentei em um banco livre diretamente em frente de onde ela estava fazendo as bebidas e esperei por toda a sua atenção. Porque ela era um nocaute completo? Não. Porque ela estava totalmente fodendo o meu bar.

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CAPÍTULO 4 Lily

Pelas últimas duas horas, o bar tinha se transformado em um circo. Eu tinha perdido o controle de quantas bebidas tinha feito. Meus pés doíam, minhas mãos doíam e tinha espremido tantos limões que poderia disputar com uma fábrica de torta de limão. O único lado positivo foi a gorjeta constantemente enchendo o pote na minha frente. Sempre que o cansaço começava a chegar, eu deixaria meu olhar ficar lá por um segundo. Tenho que dividir tudo com Brian e Allen, mas ainda assim, a minha parte seria enorme. Entreguei duas bebidas, sacudi o refrigerante em excesso da minha mão e depois assisti quando um homem de terno sentou em um banco no bar. Ele não era o primeiro homem disponível no bar, mas ele foi o primeiro que me fez olhar duas vezes. Eu tinha um tipo muito específico e meninos bonitos estavam de fora não queria um cara com um cabelo melhor do que o meu. (Jared Leto, eu estou olhando para você). O homem de terno não era bonito, ele era impressionante. Áspero em torno das bordas com um olhar castanho perigoso. Seu cabelo loiro e sujo e bagunçado devido a algum mau hábito de passar as mãos por ele quando estava estressado. Eu abri minha boca para perguntar seu pedido, mas outro cliente falou em primeiro. ─ O que era aquela bebida que você me fez mais cedo? - perguntou a jovem ao lado dele, balançando seu copo de coquetel vazio para frente e para trás na frente dela como um metrônomo acelerado. Fiz a sua bebida horas atrás. Eu tinha uma memória boa, mas não tão boa. ─ Como era?! -, eu disse, inclinando para que pudesse ouvi-la sobre o som da multidão. O esforço aproximou-me mais do homem de terno e me incomodou que eu notei a sua colônia. Ou talvez esteja chateada porque gostei. ─ Você recomendou, - a menina falou com a voz arrastada. ─ Era de abacaxi com banana. Pensei nas bebidas que eu tinha feito naquela noite que tinha abacaxi neles. Houve apenas alguns e o copo de coquetel, que ela estava mexendo ao redor me ajudou a lembrar. ─ É um Juliet, - disse para a cliente, já pegando um novo copo de coquetel. ─ Tem tequila de ouro, licor de banana, suco de abacaxi e xarope de groselha. 18


Seus olhos se arregalaram. ─ Sim! Mais, por favor! Eu sorri e virei para as prateleiras para alcançar a tequila de ouro. Quando o homem de terno falou atrás de mim e minhas costas enrijeceram. ─ Não vejo essa bebida no cardápio... Sua voz era sexy, mas seu tom parecia seriamente irritado. Olhei por cima do ombro para ele. ─ Não. É só algo que eu gosto de fazer. Suas sobrancelhas escuras arquearam quando ele avaliou a minha resposta. ─ O melhor mixologista da cidade passou semanas elaborando esta lista de bebida. Melhor mixologista? Tinha olhado a lista antiga, era completamente sem inspiração e cheia de bebidas genéricas. Eu tinha pensado que quem fez a lista simplesmente pesquisou no Google "como fazer coquetéis hipster". Eu peguei a tequila de ouro e coloquei na minha estação e dei de ombros. ─ Eu gosto de jogar pelas minhas próprias regras. Brian veio correndo atrás de mim, quase me tirando do caminho para falar com o homem de terno. ─ Senhor, não vi você aí. Quer que te traga alguma coisa? O de sempre? Eu sorri. O cara deve ser um inferno de figurão para ter Brian puxando o saco dele. ─ Não. Eu quero que ela me faça a bebida, - ele disse com um tom escuro. Eu estava olhando para baixo, medindo a dose de tequila, ou ele teria visto meus olhos se estreitarem. Qual o seu objetivo? ─ Lily, - Brian sussurrou sob sua respiração, tentando chamar minha atenção. Olhei para ele por debaixo dos cílios. Seus olhos se arregalaram quando ele apontou para o homem de terno. A mensagem era clara: faça sua bebida. Agora. Infelizmente, eu nunca tinha sido muito boa em seguir ordens. Eu coloquei um sorriso falso e olhei para o homem de terno irritado. ─ Eu ficarei feliz em anotar o seu pedido, logo depois que eu terminar com essas pessoas que estavam aqui antes de você. - Meu tom foi cortês e frio, 19


ninguém pode me acusar de ser completamente rude. Era a voz adotada por qualquer pessoa que teve um longo dia de trabalho e ainda tinha que trabalhar. O homem de terno se sentou e assistiu eu preparar mais três bebidas. Eu era ainda mais rápida do que Brian, mas comparado a antes, eu estava tomando meu tempo. Seus olhos escuros ficaram fixados em mim com raiva palpável fervendo dele. Selecionei meus ingredientes e dosei com cuidado enquanto estava criando uma obra de arte. Eu vi como a sua compostura ia quebrando quando eu virei para o bar: a mandíbula bem barbeada e apertada; a linha da gola, onde mostrava um peitoral bronzeado, subindo e descendo cada vez mais rápido; e os dedos fechados em cima da barra, ficando cada vez mais brancos. Por esta altura, a multidão em torno do pátio tinha diminuído o que deixou Brian com nenhum outro pedido. ─ Senhor, tem certeza que não quer que eu pegue algo para você? perguntou Brian, sua voz um pouco mais estridente do que tinha sido apenas minutos antes. ─ Sério, Lily... O homem de terno sacudiu sua cabeça, inclinou para frente e colocou os cotovelos na barra. ─ Brian, vá limpar o outro lado do bar, - ele ordenou. Eu o olhei e tirei o meu sorriso amigável, que geralmente usava para os clientes. Nossos olhares se encontraram com uma fúria silenciosa. Eu tinha estado em pé toda a noite, eu estava exausta e agora tinha que lidar com um cliente do inferno. Ele não tinha ideia de com quem estava lidando. ─ Faça-me um Collins, - ele disse por entre os lábios sedutores. Eles eram o tipo de lábios feitos para dar ordens e cumprir promessas. Ele não disse, por favor. Nem obrigado. Segurei seu olhar enquanto pegava um copo alto. Tinha orgulho de cada bebida que fazia, mas sabia que essa bebida seria horrível. Habilmente servi duas doses de gim seco pelo olho e em seguida, coloquei um toque a mais. Uma colher de chá de açúcar superfina e meia dose de suco de limão na coqueteleira. Eu agitei tudo e coloquei um toque de soda. Ele pegou o copo da minha mão... antes que eu pudesse passá-lo através da barra. Eu o vi levá-lo boca, segurando cada observação sarcástica que veio à mente. ─ Muito açúcar - declarou ele, colocando o vidro no bar. ─ Faça outro. Ele mal tinha tomado um gole. 20


Eu tive que morder minha língua até quase sangrar. O cliente tem sempre razão. Mesmo se o cliente está cheio de merda, ele está sempre certo. ─ Você é de verdade? - um cliente nas proximidades falou em minha defesa, antes de virar para mim. ─ Não se preocupe menina, suas habilidades de bebidas estão no ponto. Não dê ouvidos a ele. Sr. Terno não falou nada e sabia que não tinha escolha. Eu tinha que fazer outra bebida. Eu medi os ingredientes em um vidro novo, minha mão tremeu de raiva. Eu estendi o copo novamente, ignorando o toque dos dedos dele e como ele puxou o copo fora do meu alcance. Suas sobrancelhas franziram quando ele pegou tomou um gole da nova bebida. Eu o olhei e esperei por ele reconhecer e agradecer-me pela segunda bebida. Ele balançou a cabeça. ─ Pouco limão. Podia contar com uma mão o número de vezes que um cliente me pediu para refazer uma bebida. Ele não sabia o que ele estava falando. Cheguei do outro lado do bar e peguei o copo da mão dele. Seu queixo caiu. ─ Lily! Jesus, - disse Brian, tentando puxar o copo da minha mão. Eu segurei o vidro e assisti as narinas do homem inflamarem quando tomei um gole da minha própria criação. Estava bom. Refrescante e saborosa. ─ Você é impossível, - Eu assobiei. ─ Desculpe, mas não precisamos do seu dinheiro aqui. Ele sorriu e balançou a cabeça, e colocou a mão no bolso de trás. Ele desdobrou a carteira de couro e tirou duas notas de cem dólares. ─ Errado. Nós sempre queremos o dinheiro do cliente. - Ele jogou as notas do outro lado do bar... e então se levantou do tamborete. ─ Você está demitida. Considere isso como sua indenização. Meu coração pulou na minha garganta. Espere. O que? ─ Cara, você está ferrada, - Brian gemeu. ─ Você sabe quem era? Eu mal podia ouvir Brian através do salão. Eu estava muito concentrada no homem andando através da multidão. Ele era apenas mais um cliente... certo? 21


─ Esse era Dean Harper. - Ele riu, respondendo à sua própria pergunta. ─ Foi bom te conhecer.

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CAPÍTULO 5 Dean Zoe: Você não demitiu a menina nova, demitiu? Diga que não é tão estúpido assim. Eu ignorei o texto da Zoe e calcei os meus tênis de corrida. Meu telefone tocou novamente e relutantemente li o texto. Zoe: O bar lucrou quatro vezes mais do que o normal na noite passada. APENAS PARA SUA INFORMAÇÃO. Zoe trabalha para mim há cinco anos. Nós trabalhamos bem juntos, porque ela era uma boa gerente e cem por cento desinteressada em mim — ou em qualquer outro homem. Resolvi trazê-la como gerente temporária no início de cada restaurante. Ela me ajudou a contratar e treinar os novos funcionários para as primeiras semanas, e ela era muito boa no seu trabalho. Seu talento especial para brincadeiras chatas não era o porquê de eu contratá-la. Zoe: Por que você faria isso? Eu teria ignorado sua pergunta, mas algo me disse que ela não ia parar até que eu respondesse. Dean: Ela não é material para Provisions. Meu telefone zumbiu instantaneamente. Zoe: Sim, você está certo. Ganhar dinheiro é ultrapassado. Coloquei meu fone de ouvido e selecionei a playlist de treino. Zoe poderia machucar os dedos de tanto mandar mensagens, mas eu tinha que começar a minha corrida. Minhas panturrilhas estavam doloridas do meu treino de ontem, mas a tensão iria aliviar até chegar ao parque. Eu tranquei o apartamento e coloquei as chaves reservas dentro do meu tênis esquerdo. Então, eu comecei a correr. Eu tinha que fazer algum exercício todos os dias, eu não tinha um exercício específico para isso. Corrida, ciclismo, remo, tudo que fizesse eu me mexer e domar o fogo que queimava dentro de mim. Corri mais rápido e comecei a sentir os pedaços da minha vida entrando no lugar. Pensei que ficaria feliz depois que fiz meu primeiro milhão, meu décimo, meu vigésimo. Eu tinha pensado que quando tivesse um nome sólido na área de 23


restaurantes em Nova Iorque, eu ficaria satisfeito. Eu estava errado. O fogo nunca morreu e sempre queria mais. Qualquer calouro na faculdade com um punhado de créditos de psicologia poderia ligar os pontos que eu estava usando o trabalho para preencher um vazio emocional na minha vida, mas falando objetivamente, eles tinham que estar errado. Eu não tinha espaços vazios. Eu tinha mais do que a minha cota de mulheres e amei mesmo verdadeiramente uma ou duas ao longo do tempo. Eu ansiava por nada, faltava nada, e ainda assim, empurrava mais. Por quê? Porque algumas pessoas gostam de um desafio. Eu estava correndo no Central Park quando meu telefone tocou. Eu verifiquei, preparado para ignorar Zoe novamente, mas o nome de Julian apareceu em vez disso. ─ Julian, o que se passa? - Eu perguntei, usando a oportunidade para recuperar o fôlego. Só tinha corrido a metade do trajeto, mas alonguei o meu tendão com cuidado para não extrapolar o músculo. ─ Ei, cara, está de volta? - ele perguntou. ─ Cheguei ontem à noite. ─ Deixe-me adivinhar, você foi direto para o trabalho, quase não dormiu e agora você está o que — correndo? Eu sorri. Julian e eu somos amigos desde a faculdade. Ele conhecia melhor do que ninguém meus hábitos. ─ Touché, idiota. O que você quer? Ele riu e então eu ouvi uma voz feminina em segundo plano. Provavelmente, ele estava com a namorada, Josephine. ─ Estou no Central Park tirando fotos para o blog de Jo. Você deveria vir. Eu acho que nós vamos tomar café da manhã depois de tirarmos todas as fotos que ela precisa. Eu não podia tomar café da manhã, mas já estava no Central Park. Não doeria nada parar por alguns minutos. Poderia terminar a outra metade da minha corrida depois. ─ Onde está? ─ Lower East Side com a 72.

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Eu olhei a placa da rua. Eu estava na 66 com a Broadway, então se eu for em linha reta, eu estaria lá a qualquer momento. ─ Tudo bem, nos vemos em um segundo. Central Park estava repleto de famílias e turistas, tentando aproveitar ao máximo a sua manhã de sábado. Em poucas horas, o parque quase seria quente demais para ficar, mas com o sol escondido atrás das casas, a temperatura ainda era legal. Desacelerei para uma caminhada quando se aproximava da rua 72 e procurei por Julian e Josephine. Passei pela Rumsey Playfield e então continuei andando ao longo da trilha. Eu estava chegando na 5ª Avenida, quando ouvi o riso. ─ Lily. Cale a boca! Não posso tirar fotos sérias se você está fazendo piadas o tempo todo. ─ O que devo fazer? Seu rosto parece estranho! Disse para olhar como um tigre, não como um gato com prisão de ventre. Fui em direção às vozes e examinei a trilha até vê-los ao lado, quase escondido nas árvores. Josephine estava acima de uma rocha com a floresta como seu plano de fundo. Ela estava vestida a rigor para o seu blog de moda e uma loira desconhecida estava tirando fotos dela. Julian estava de lado, provavelmente tentando permanecer fora da área de fotos. ─ Tente fazer algo assim - disse a loira, dobrando o corpo em uma pose que vira celebridade fazerem mil vezes. A pose revelou uma polegada da pele tentadora entre seus shorts jeans e sua camisa branca. As roupas simples e seu tênis AllStar, lembrou-me das meninas em casa, em Iowa. Dei um passo mais perto, parei a minha música e desenrolei do pescoço meus fones de ouvido. Meu movimento chamou a atenção de Josephine. Ela sorriu e pulou fora da rocha. ─ O titã da indústria chegou! ─ Ei, Jo, - Eu disse antes de lançar a Julian um aceno. A fotógrafa foi a última que se virou para me cumprimentar. Ela estava mexendo na câmera, olhando para baixo fazendo com que o cabelo cobrisse quase metade do rosto. Concentrei-me na parte que vi, esse único osso molar alto e os lábios cor de rosa curvados num sorriso. Dei um passo mais perto e ela olhou para cima, ociosamente, passando rapidamente o olhar dela por meus shorts de treino e tanquinho. Eu a reconheci um momento antes dela fazer a conexão. Quando ela descobriu a minha identidade, uma chama inflamou-se por trás de seus olhos brilhantes. ─ O que você faz aqui? - ela perguntou. 25


CAPÍTULO 6 Lily Dean Harper tinha alguma coragem. (E um físico seriamente perfeito, se você fosse alguém que prestasse atenção a esse tipo de coisa. Eu, claro, não poderia me importar menos.) Depois que ele tinha me despedido na noite anterior... sabia que estávamos destinados a ter um encontro em algum momento. Eu só não tinha imaginado que iria acontecer na manhã seguinte. Eu ainda estava lambendo minhas feridas, pelo amor de Deus. Eu andei mais perto e agarrei a câmera de Josephine com bastante fúria para transformá-la em pó. Ela tomou conhecimento e suavemente tirou de meus dedos, antes de se tornar uma vítima da guerra que estava prestes a acontecer. Para o seu crédito, Dean parecia tão furioso quanto eu. Os olhos escuros me olharam de cima para baixo, aparentemente enojado ao me ver ali de pé. ─ Você é a Lily? ─ Lily Noelle Black, - Eu zombei. ─ Não se preocupe, não estou ofendida — deve ser tão difícil manter o controle de todas as pessoas que você é um imbecil. Julian se envolveu segurando as mãos entre nós. Com seu cabelo escuro e características cinzeladas, ele geralmente parecia intimidante, mas na frente de Dean, ele não podia se comparar. Eles eram da mesma altura, mas Dean tinha mais músculo — músculo que ele provavelmente queria usar para me estrangular naquele momento. ─ Jesus. O que há com vocês? - Julian pediu. ─ O que aconteceu ontem à noite? Eu cruzei os braços e inclinei meu quadril e dei a Dean um sorriso do tipo "Eu tenho você, cadela". ─ Vá em frente, diga a eles, Dean. Pela segunda vez em doze horas, eu deixo você falar. Dean passou as mãos pelo seu cabelo, confirmando minha suspeita sobre seu mau hábito. Então ele puxou seu olhar do meu e olhou para Julian. Para que? Consolo? Apoio moral? Sim, macho. ─ Lily teve sua primeira noite na Provisions ontem à noite, e ela fez no meu bar uma imitação de Coyote Uglyi". Meus olhos se arregalaram. Literalmente. Eles devem ter caído do meu crânio em resposta à quantidade de besteira que ele tinha vomitado. Olhei para o chão, para confirmar que meus olhos não estavam deitados lá e então cheguei perto de Dean com meu dedo apontado para seu peito. 26


Julian endireitou seus braços entre nós, preparados para nos manter separados se ele precisasse. ─ Eu não estraguei o seu bar. Fiz muito dinheiro, isso é ridículo! Os olhos do Dean inflamaram-se com raiva. ─ Você insultou meu cardápio na frente dos clientes! Você desrespeitou a mim e minha equipe. ─ Oh, assuma! Esse cardápio de bebidas é uma merda e você sabe disso! Bahama Mama? Que inovador! ─ Okey! Uau. - Josephine agarrou meus braços e cortando minha visão do olhar de morte de Dean. Eu me concentrei nela e pela primeira vez desde que Dean tinha chegado, eu era capaz de tomar uma respiração. ─ Lily. Você precisa se acalmar, - ela disse. ─ E Dean, - Julian fala. ─ O que diabos deu em você? Nós dois resmungamos em aborrecimento, tão em sintonia que eu teria rido se não o desprezasse tanto. Jo virou para Julian e eles trocaram um olhar preocupado. ─ Por que não nos separamos um pouco, - sugeriu Julian. Jo assentiu com a cabeça. ─ Eu estava pensando a mesma coisa. Eu odiava ser tratada com condescendência. Dean e eu não precisávamos de mediadores. Eu e ele podemos resolver nossos problemas sozinhos, mas Julian já tinha virado e dirigido Dean de volta para a trilha. Vi suas costas, esperando ele virar e atirar-me um último olhar de morte, mas ele nunca voltou e Josephine me puxou antes que pudesse pensar em lançar uma última obscenidade. Eu chutei a sujeira no caminho, ainda me recuperando do conflito. Josephine apertou meu ombro, enquanto caminhávamos em direção a 5ª Avenida. ─ Wow. Então isso foi —. Olhei para ela, ─ Horrível. Ela estreitou os olhos dela. ─ Pitoresco. ─ Você devia ter visto como ele me tratou ontem à noite. Ela apertou os lábios e seu olhar verde virou para mim. ─ Bem, acho que não foi muito bom.

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─ Ele fingiu ser um cliente de merda e depois me despediu na hora. Na frente dos outros garçons. Ela parou de andar. ─ Sério? Balancei a cabeça. ─ Você quer voltar? Eu seguro ele e você chuta as canelas dele. Eu sorri. A ideia de atacar Dean com Josephine como cúmplice parecia tentadora, mas tinha que haver uma maneira melhor de ficar sob sua pele. Acabei de pensar. ─ Não, estou bem. Vamos para o apartamento. Eu preciso voltar a procurar um emprego em todo caso. Eu peguei sua carranca pelo canto do meu olho. ─ Sinto muito, Lily, mas não posso. Julian e eu temos planos de café da manhã com a irmã dele e então ela quer me mostrar alguns dos projetos de sua próxima coleção. Eu estava em Nova Iorque há dois dias e já senti que Josephine estava muito ocupada para mim. ─ Você terá tempo para um jantar? ─ Alguns blogueiros vão se reunir para um happy hour - respondeu, olhando para o calendário do seu telefone. Balancei a cabeça. Perfeito. Eu também tinha planos muito importantes. Eles incluíam: enviar meu currículo para todos os restaurantes num raio de 160 km durante uma maratona de Pretty Little Liars como ruído de fundo para me enganar e pensar que eu não estava sozinha.

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CAPÍTULO 7 Dean ─ Dean, você tem que contratar Lily novamente. Olhei para Julian e ele arqueou suas sobrancelhas para dar ênfase. ─ Sério Eu tinha andado com ele através do parque, explicando o meu lado da história da noite anterior. Eu sabia que não estava cem por cento certo, mas Lily definitivamente não era um anjo. Sua atitude? Sua personalidade? Ela era como um gato encurralado: garras de fora pronta para atacar. ─ Olha, eu sei que ela é sua amiga e não duvido que ela provavelmente é uma delícia de ter ao redor quase todos os dias, mas empregados teimosos não duram muito tempo. Por que acha que precisa trabalhar para mim? Julian abanou a cabeça. ─ Ela acabou de se mudar do Texas há dois dias. Ela foi morar com Jo... e precisa de trabalho. Ela não vai te quebrar ou seus restaurantes. Isto é sobre ajudar um amiga. ─ Bem, você está pedindo demais pra mim, cara. Josephine? Ela é como um doce de pêssego do Sul. Se ela precisasse de um emprego, eu daria um em um segundo. Ele riu. ─ Não acho que ela iria abandonar a Vogue para lavar talheres para você. Bati palmas. ─ Bem, aí está! A feira de emprego está fechada. ─ Você está sendo um imbecil. Eu me virei para encará-lo. ─ Você não me ouviu? Eu.Não.Gosto.Da.Lily. Não vou contratá-la para trabalhar no meu restaurante. Nem agora. Nem nunca. Ele cruzou os braços e me olhou. O que ele procurava? Eu não tinha ideia. ─ Comece do zero e dê-lhe mais uma chance. Vocês não se conheceram nas melhores circunstâncias. Vamos jantar para que vocês possam fazer as pazes. Se ainda não funcionar depois disso, tudo bem, mas pelo menos você pode explicar para Josephine que você tentou não uma vez, mas duas vezes ajudar Lily. Eu odiava que me dissessem o que fazer. Sempre odiei. Eu gostava de ouvir meus próprios instintos, especialmente quando se tratava dos meus restaurantes. 29


Infelizmente, eu sabia que banir Lily de minha vida profissional não seria importante se ela já estava na minha vida pessoal. Eu considerei Julian e Josephine serem meus amigos mais próximos. Por essa razão - e essa razão - eu balancei e concordei em jantar. ─ 19:00 horas, segunda-feira. Você escolhe um lugar neutro e quero que ela se acalme antes de eu chegar.

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CAPÍTULO 8 Lily Noites que eu estava em Nova Iorque: três. Noites que Josephine tinha ficado no apartamento de Julian: três. Quando imaginei minha mudança para a cidade de Nova Iorque, imaginei Josephine e eu dominando o mundo. Tive sonhos de explorar a cidade com ela. Sabe, experimentando nosso primeiro assalto juntas, pagando dez dólares em Chinatown em nossos cabelos tingidos e depois rir dias depois quando tudo caísse. Entende? Divertido! Infelizmente, parecia que ia explorar a cidade sozinha. Infelizmente, tive a sensação de que sozinha não seria tão divertido. Josephine tinha sido minha melhor amiga desde que tinha dentes de coelho e enfiávamos a Polly Pockets em nossos narizes. Eu tinha feito a mudança para Nova Iorque em parte por ela, mas ela tinha um namorado que era o filho de duas belas estrelas de novela, então eu já não era sua prioridade. Eu suspirei e enfiei minha mão de volta na caixa de cereais, apenas para encontrá-lo vazio. Fantástico. Eu poderia ter me amontoado em autopiedade por mais trinta minutos pelo menos, mas não sem um constante fluxo de Cinnamon Toast Crunch. Não tive escolha, eu tinha que sair do apartamento. Eu me arrastei para minha mala e peguei a primeira coisa que meus dedos tocaram. Era uma t-shirt azul suave com um esboço branco do Texas na frente. No centro, em negrito, lia-se "Made". Chorei quando eu agarrei a blusa na minha mão. As lágrimas me chocaram. Elas eram feios e altas o suficiente para que os vizinhos ouvissem, mas eu não consegui parar. Eu estava por minha conta. Eu tinha uma perspectiva de emprego na cidade de Nova Iorque. Provisions deveria me fornecer uma renda constante, até que conseguisse algo mais permanente. Em vez disso, Dean Harper tinha andado por aí como um lobo irritado, bufando e soprando meus sonhos para longe antes que eu mesma pudesse começar a construí-los. Espera... isso faz de mim um dos porcos estúpidos com materiais de construção de merda. Eu chorei mais forte. Meu telefone tocou no chão ao meu lado e cara de Josephine apareceu na tela. Ela estava dormindo na foto. Seu cabelo escuro estava para cima em todas as direções, e eu tinha desenhado um pênis do outro lado das bochechas dela. Era uma foto do nosso último ano do ensino médio e ainda me fazia rir. ─ O que está fazendo? - ela perguntou. 31


Olhei para baixo, para o “Made in Texas”. ─ Nada. Isso soou ridículo. ─ Fazendo exercício - corrigi. ─ Ah, certo, bom para você. Cárdio? A cidade tem um monte de trilhas divertidas. Rolei os olhos e olhei para o chão. Ela só estava me fazendo sentir pior. ─ Quais são seus planos para o dia? - Eu perguntei. ─ Tenho que fazer uma entrevista para minha coluna na Vogue e depois terminar de tirar as fotos das roupas de ontem para postar no meu blog. Quer sair mais tarde? Finalmente! Luz no fim do túnel! ─ Parece bom. ─ Ok. Eu te ligo. Ela desligou e olhei para o teto, percebendo pela primeira vez que essencialmente eu me mudei para Nova Iorque sem um plano sólido. Tinha deixado tudo para trás no Texas: meu trabalho constante, mas terrível em Acapulco Tex-Mex Grill, minha pilha de projetos DIY Pinterest inacabados e um carro velho vermelho que eu tinha carinhosamente apelidado de barril. Para quê? Para entrar na indústria do restaurante. E o que eu estava fazendo? Festa de autopiedade. Eu não podia desistir de meus sonhos em três dias, mesmo que Dean Harper era um idiota e mesmo se Josephine estava muito ocupada para realmente ficar comigo. Eu encontraria um chefe mais legal do que Dean e mais amigos além de Josephine. Segurei esse pedacinho de esperança e sentei. Eu não podia sentar e esperar pelos meus sonhos. Tive que pegar a vida pelos chifres. Eu escovei meus dentes e meu cabelo e depois me joguei em uma roupa casual de negócios. Prática, calça reta azul marinho, sapatilhas e uma das blusas brancas de Josephine. Ela me devia pelo menos isso. Um pequeno corretivo sob os olhos escondeu meu colapso mental temporário, e um pouco de rímel me trouxe de volta à terra dos vivos.

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Senti como se estivesse em um clip de música enquanto caminhava em direção à estação de metrô. "You Only Live Once" dos The Strokes soava nos meus fones de ouvido, dando-me um pouco de animação. Estava indo para a estação de metrô pela primeira vez quando Josephine mandou uma mensagem. Eu não tinha certeza se eu perderia o sinal de celular nas profundezas da Terra Média — ou para onde levam as escadas do metrô — então parei ao lado, pressionando-me contra as traves do metrô, quando eu li o que ela tinha enviado. Josephine: Acabei de saber que Julian quer jantar esta noite. Encontre-nos no Gramercy Tavern em torno das 19:00? Vamos festejar! Lily: Tudo bem. Sorri. Eu poderia me gabar para eles de tudo o que eu tinha conseguido fazer naquele dia. Oh... eu? Só estou trabalhando no restaurante mais sofisticado da cidade, e fui convidada para a festa de aniversário de Blue Ivy. Então, sim, mate-me. Eu fui descer as escadas e fiz uma pausa quando reparei no zoológico em volta de mim. Confiante com o ritmo acelerado dos nova-iorquinos, fui andando sem esforço em torno da estação de metrô. Eu observei quando passavam através das catracas de metal e queria saber onde tinham adquirido o cartão de passe. Eu virei em um círculo, à procura de uma cabine de informações, mas era difícil de enxergar além das hordas de pessoas em preto, cinza e tons de marrom. Você pensaria que o estado tinha proibido a cor. Quero dizer, sério gente. Eu chamei a atenção de alguém, então poderia pedir ajuda, mas nem uma única pessoa olhou para mim. Eu estava oficialmente por conta própria. Eu andei fora do caminho e estava prestes a pesquisar "como usar o sistema de metrô de NYC" no meu celular quando eu notei um texto que Josephine tinha enviado há alguns minutos. Josephine: Ah, e não é grande coisa, mas Dean vai se juntar a nós. Okey, tchau. Falo contigo depois. ─ Merda. ─ Senhora, você está bem? Olhei para longe do meu telefone para encontrar um mendigo sentado no chão ao meu lado. Sua barba branca áspera muito grande e o cabelo dele era composto de dreadlocks bagunçados. Seus olhos cinzentos encontraram os meus e eu fiz uma careta. ─ Quer saber... não mesmo, - eu admiti. 33


Ele encolheu os ombros. ─ Minha mãe me disse que haveria dias assim. Balancei a cabeça. Sábias palavras de um homem vestindo uma camiseta que dizia "The Blue Bunny Strip Club XXX.”. ─ Eu sou Lily, - Eu ofereci, esticando minha mão. Ele concentrou seu olhar na palma da minha mão, aparentemente confuso sobre o que fazer com ela. Fechei meus dedos de volta em punho e deixe minha mão cair. ─ Nelson - ele disse com um aceno de cabeça. ─ Já andou de metrô? - Eu perguntei antes de voltar a olhar para a multidão de pessoas. Ele falou com tanto sotaque que as palavras pareceram se misturar. ─ Que tipo de pergunta é essa? Você acha que posso ficar aqui pela paisagem? Tudo bem, então. ─ Vou comprar um hambúrguer se me ajudar a descobrir. ─ Com queijo? Eu sorri. ─ É claro. E foi assim que Nelson, o vagabundo, se tornou meu primeiro amigo em Nova Iorque. Olá, calendário social.

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CAPÍTULO 9 Lily Após um dia inteiro tentando arrumar um emprego, eu virei a esquina da Rua 20 e imediatamente peguei os aromas tentadores enchendo o ar em torno do Gramercy Tavern. Uma dica de frango assado foi o suficiente para enviar ao meu estômago roncando pela-milésima vez naquela noite. Em algum lugar entre o café e o jantar, deveria parar e me alimentar, mas não tive tempo. Em um momento de fraqueza, tinha parado por um pretzel quente de um vendedor de rua, mas em outro momento de maior fraqueza, tropecei e ele caiu numa poça. Minha vida fodida. Eu puxei aberta a porta de madeira pesada e quase desmaiei no local, o cheiro de alho e purê de batatas me bateu com força total. Meu coração. Havia uma dúzia de pessoas esperando para sentar, todos aglomerados juntos na sala de espera. Eu empurrei através deles para encontrar o stand da hostess e sorri para a pequena loira pronta para anotar meu nome na lista. ─ Oi, mesa para quantas pessoas? ─ Ah, eu acho que deve haver uma reserva em nome do Sr. Lefr —. ─ Lily. Minhas costas enrijeceram ao som do meu nome proferido por uma voz familiar. Por favor, que seja Julian. Por favor, que seja Julian. Virei e fiquei cara a cara com Dean Harper encostado na parede de entrada com as mãos nos bolsos das calças pretas. Suas sobrancelhas estavam franzidas, seus lábios cheios foram definidos em uma linha fina e seus olhos castanhos estavam emitindo níveis que deveriam ter sido reservados para criminosos verdadeiramente hediondos. Ou você sabe aquela pessoa chata que tenta cortar na sua frente na fila do mercado. Estou aqui, filha da puta. Isto não é cada um por si. Dei um passo em direção a ele e em seguida observei como a ruiva ao lado dele se inclinou para beijar sua bochecha. Ela estava quase à sua altura, o que a faz ser um pouco mais alta que eu, mas era o cabelo dela que detinha minha atenção. Os fios foram feitos de fogo puro, o mesmo tom que ela tinha usado para revestir os lábios. O vestido dela era apertado e preto, enrolado em seu corpo de uma forma que me fez puxar a blusa branca simples que coloquei naquela manhã. Corri ao redor da cidade nas últimas doze horas, então as chances eram que estava ostentando cerca de duas ou quatro manchas e bastantes rugas para fazêla parecer como se apenas tivesse acabado de tirá-la do cesto.

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─ Estamos esperando Julian e Jo - disse Dean, antes de falar qualquer tipo de saudação. Olhei para ele e peguei o final da sua leitura da minha roupa. Eu arqueei uma sobrancelha quando nossos olhos se encontraram. ─ Trouxe uma amiga - Eu disse com um sorriso educado destinado a mulher à sua esquerda. ─ Um encontro - ele corrigiu. É claro. ─ Ah, bem, não sabia que estávamos trazendo encontros. Ele inclinou a cabeça para o lado e estreitou os olhos para mim. ─ Sinto muito, vou pedir para Jo esclarecer isso para você na próxima. Já que estamos todos na mesma página. - Ele falou com indiferença afetada. Abri minha boca para responder quando seu encontro se adiantou a diminuir a tensão entre nós. ─ Eu sou Casey - ela disse, estendendo a mão como uma oferta de paz. Seu sorriso era genuíno, embora um pouco desesperado. Tenho certeza que ela sentiu o constrangimento tanto quanto eu. ─ Lily - eu disse, aceitando o seu aperto de mão e amaldiçoando os céus. Como é que alguém tem mãos tão macias? ─ Prazer em conhecê-la, Lily. - ela sorriu. Ela era linda e educada; o que diabos ela estava fazendo com Dean? ─ Como se conheceram? - Eu perguntei, focando minha atenção em Casey. Ela sorriu e pegou a mão dele, para que ela pudesse enroscar seus dedos juntos. ─ É uma história engraçada. Eu estava em uma loja de café, sabe aquele local legal na 43ª? - Ela olhou para o Dean. ─ Como se chama? - Antes que ele pudesse responder, ela continuou a história 'engraçada' com um aceno de mão. ─ De qualquer forma, eu estava encomendando um bagel, mas queria com mirtilo e estavam sem mirtilo, então.... Meu cérebro tinha se desligado em algum lugar entre a primeira e a segunda frase, mas fingi que acompanhava. Não precisava saber a história da sua vida. Eu só queria saber se de alguma forma ele a drogou para levá-la a sair com ele. ─ E então, de qualquer forma, Dean chega e pergunta 'Este é o seu café? Ainda chato. Mudem de canal.

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─ Sim! - ela disse, com um sorriso de covinhas e um encolher de ombros, encerrando a história dela. ─ Isso é tudo. Acho que este é nosso segundo encontro oficial. Sorri, maquinando um plano para atingir Dean na carteira. ─ Bem, é uma noite especial para vocês. Vamos comemorar. Dean, por que você não pede uma boa garrafa de champanhe enquanto esperamos? ─ Eu amoooo champanhe! - sussurrou Casey quando peguei a lista de vinhos do stand da hostess. ─ Acho que deveríamos esperar por Jul — ─ Absurdo! Casey, você diria que é uma garota de vinho encorpado? - Eu perguntei. ─ Meus favoritos são os champanhes realmente borbulhantes. Eu gosto do jeito que faz cócegas no meu nariz! - ela adoravelmente gorjeou. ─ Champanhe borbulhante, entendi. - Eu sorri largamente quando encontrei uma garrafa de US$600 no cardápio. ─ Acho que o Selosse seria perfeito, não concorda Dean? Por um milésimo de segundo pensei que vi um sorriso atravessar os lábios de Dean, um reconhecimento dissimulado que ele sabia o jogo que estava jogando, mas quando olhei para trás, ele tinha ido embora. Determinação estoica revestiu suas feições, desenhando uma linha distinta entre onde ele estava e onde eu estava. Distantes. Separados. Éramos praticamente duas espécies diferentes. A porta do restaurante abriu e entrou uma trêmula Josephine seguida por Julian em seus calcanhares. Eles estavam com os rostos corados e sorrisos gigantes transbordando amor. ─ Desculpa, desculpa, desculpa! - Josephine disse, apertando as palmas das mãos em uma prece silenciosa para eu perdoá-la por estar atrasada. ─ Ficamos presos no apartamento. Eu sorri. ─ Perdeu a chave das algemas de novo? Casey gritou e inclinou-se para rebater o meu braço. ─ Você é tão má! ─ Desculpe-me. - A hostess andou para nosso grupo. ─ Todos da sua mesa estão presentes? Dean se afastou da parede. ─ Sim. Vamos levar esse show para a mesa. - Ele passou por mim, deixando seu encontro para trás em favor de liderar o grupo para a nossa mesa. Eu o olhei andar, sinceramente perplexa com ele. A hostess tentou conversar, mas as respostas dele foram cortadas e desinteressadas. 37


─ Eu juro que ele nem sempre é assim, - Josephine sussurrou enquanto caminhávamos lado a lado pelo restaurante. Eu deslizei meu olhar para o dela. ─ Quer dizer que ele nem sempre é um idiota assim? Ela franziu a testa. ─ Eu sabia que ele era um maníaco por controle, mas só estive perto dele quando ele está no modo de festa. Dei de ombros olhando em sua direção. Ele já estava alguns passos na frente de nós... e já estava puxando uma cadeira. ─ Casey, - ele disse abruptamente, dirigindo-a para o assento ao lado dele. Como polidamente controlador era. Ela se sentou como um encontro obediente e sentei no assento ao lado dela para não separar os dois pombinhos. Julian estendeu a cadeira de Josephine e então se inclinou para beijar o cabelo dela. Ela sorriu para ele com adoração e meu estômago revirou no local. Inveja não era um sentimento familiar para mim e não sabia como lidar com a sensação. Eu queria um namorado? Eu não tinha pensado nisso. Eu estava muito ocupada tentando me concentrar na minha carreira. Eu adoraria um caso de uma noite? Algum sexo de arrebentar? Absolutamente. Infelizmente, o único solteiro que conheci em Nova Iorque foi Nelson e algo me disse que eu deveria resistir a um homem que tinha, pelo menos, tomado banho no último mês. Sabe, traçar o limite em algum lugar... Nosso garçom apareceu em um terno de pinguim completo com uma gravata perfeitamente colocada. Ele inclinou-se para colocar nossos menus na nossa frente e então abriu nossos guardanapos com um floreio. Uma pressa familiar correu através de mim quando eu peguei o cardápio. Eu vivo por boa comida. Ler um novo menu era como mergulhar em um novo livro. Um bom restaurante como o Gramercy Tavern, tem uma boa história para contar — um em que a maioria das pessoas tende a ignorar, mas não eu. ─ Boa noite a todos. Nossos especiais de hoje incluem uma carne de porco a bolonhesa com abobrinha e manjericão. Nós também temos também truta com puré de Cipollini em conserva. ─ Ah, já ouvi coisas maravilhosas sobre a de carne de porco à bolonhesa, Eu disse com um sorriso. O garçom olhou para mim com um aceno agradecido. ─ É um dos meus favoritos. Vou dar a todos uns instantes para definir seus pedidos de bebida e então eu estarei de volta. Uma vez que ele foi embora, voltamos todos a folhear o menu.

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─ O que é isto? - Josephine perguntou, inclinando-se para mim e apontando para o primeiro item do menu. ─ É como uma salada caprese, mas com pimentas doces. Você vai gostar. Ela assentiu com a cabeça e apontou para a próxima coisa. ─ E isto? Eu ri e comecei a explicar os pratos para a mesa, ignorando os olhares de Dean. ─ Um restaurante como este é conhecido por seus itens especiais. Eu iria ignorar a salada de verão. É uma salada comum e você pode conseguir isso em qualquer lugar. Para o primeiro pedido iria com o tartare de carne ou salada de lagosta. ─ Oh, meu Deus! Isso parece tão bom. - Julian gemeu e esfregou a mão sobre o estômago. Josephine deixou cair o cardápio e olhou para mim. ─ Lily, você vai pedir para mim. Eu confio no seu julgamento. Julian sorriu. ─ Eu também. Casey olhou sobre. ─ Acho que eu vou confiar em você também. Este menu poderia ser em francês e não saberia a diferença. Eu sorri. Pedir para outra pessoa era como dar-lhes um presente. Eu já admirava o menu quando estava esperando o metrô mais cedo, então eu sabia quais pratos seriam os melhores. Dean agarrou seu menu mais apertado, correndo os olhos para baixo na lista de itens. ─ Prefiro pedir minha própria comida. Josephine e eu trocamos um olhar cumplice e segurei uma risada. Que pena, realmente. Teria sido divertido provar a ele que eu sabia o que estava fazendo. ─ Poderia começar com os pedidos de coquetel? - perguntou o garçom, aparecendo à direita da Casey com seu bloco de notas e caneta na mão. ─ Eu gostaria de um Rickshaw, - Eu disse com um sorriso, não me preocupando com o menu de coquetéis. ─ Oh! O que é isso? - Josephine pediu. ─ Gin, suco de limão e manjericão. É uma boa bebida para o início de uma refeição. Também não enche. 39


Julian sorriu. ─ Vamos ter uma rodada dessas para a mesa. Dean falou, dirigindo seu olhar escuro para o garçom. ─ Eu vou ficar com Old Fashioned. Josephine revirou os olhos. ─ Dean, você está sendo uma estraga-prazeres. Casey riu. ─ Sim, eu concordo. Vamos lá, querido. Vai ser divertido se todos tiverem a mesma bebida. Ele balançou a cabeça e deixou cair seu menu para a mesa, claramente lutando para manter seu temperamento sob controle. Era tão difícil ter um jantar com a gente? Éramos pessoas terríveis para estar por perto? Ou era só eu? Eu inclinei minha cabeça e olhei para ele. ─ Não se preocupe, Dean. Peça o que você quiser. ─ Eu preciso da sua permissão ainda menos do que preciso de você para pedir para mim. O silêncio pairou ao redor da mesa enquanto olhávamos para baixo. O garçom limpou a garganta e falou. ─ Okey, então, vou pegar quatro Rickshaw e um Old Fashioned. Ei levantei meu dedo. ─ Na verdade, vamos pedir cinco Rickshaw e um Old Fashioned. Para no caso.... O queixo de Dean endureceu quando o garçom se afastou para pegar as nossas bebidas. ─ Há uma linha tênue entre a persistência e o aborrecimento. Minhas bochechas inflamaram com sua crítica, mas um fogo cresceu em minhas veias. Se ele queria levar este jantar de agradável a doloroso, por que eu deveria me preocupar em fazer alguma coisa de outra forma? ─ Que é a mesma linha que cai entre ser um maníaco por controle e ser um idiota? ─ Okey! - Josephine interrompeu com uma voz estridente. ─ Vamos falar sobre outra coisa. Quem está assistindo Game of Thrones? Como é impressionante Daenerys e seus dragões? Se eu tivesse dragões de estimação, Dean já teria sido queimado em uma batata frita há muito tempo. ─ Eu vou usar o banheiro, - disse Casey. Eu empurrei minha cadeira e me juntei a ela. 40


─ Importa-se se eu for junto? Seu sorriso vacilou, mas ela assentiu com a cabeça. Eu segui atrás dela, tentando ignorar o olhar pesado de Dean nas minhas costas. Achei que meu ódio para o homem tinha chegado a um ponto mais alto quando ele tinha me despedido, mas de alguma forma ele tinha encontrado uma forma de garantir o seu lugar como número um na minha lista de inimigos. Eu estava lavando minhas mãos na pia quando encontrei os olhos da Casey no espelho. Honestamente, eu não conseguia descobrir o que ela estava fazendo com o Dean. Ela era bonita e agradável, Dean iria sugar a vida dela. Ela me ofereceu um sorriso hesitante e antes que percebesse, as mentiras engraçadas estavam começando a sair da minha boca. Dean tinha jogado as cartas na frente de toda a mesa e agora vou fazer minha jogada. ─ É tão legal você estar disposta a sair com Dean mesmo com a, uh, sabe... Eu acenava em um círculo, abaixo da cintura. ─ … situação lá em baixo. Ela inclinou a cabeça com os olhos apertados. ─ O quê? Atirei-lhe um sorriso de pena. ─ Sim. É muito ruim. Ele quase perdeu tudo depois do incidente com o barbeador elétrico no ano passado. Ela engoliu em seco e, em seguida, deixou cair o batom dentro da sua bolsa. Mesmo com a cabeça abaixada eu podia ver seus olhos se arregalarem em estado de choque. ─ Você está falando sério? ─ Oh, não. - Bati minha mão sobre a minha boca como se eu só tivesse falado sem querer. ─ Tenho certeza de que ele ia dizer em breve, - Eu disse, apertando o ombro dela. ─ Acho que ele só queria conhecê-la primeiro. Ela gemeu e jogou a cabeça para trás. ─ Há quanto tempo ele achou que ele poderia continuar sem me dizer? Caras como ele acham que podem fugir de coisas assim, só porque eles são ricos. Concordei como se entendesse completamente. ─ Eu sei. Pessoalmente, não me incomodaria. Exceto, bem, Julian deixou escapar que Dean se recusa a dar... ─ Eu abaixei minha voz. ─ ... oral. Mesmo agora. Uma das pálpebras de Casey contraiu ligeiramente. ─ Estou cheia dos homens desta cidade. ─ Tente lhe dar um desconto. Acho que ele está se guardando desde que o noivado por correspondência com a russa fracassou no ano passado. - suspirei. ─ Anastasya. 41


Longe demais? Talvez. Ela soltou um suspiro e abanou a cabeça. ─ Tanto faz. Não preciso disso. Eu sou uma líder de torcida do Knicks. Você sabe quantos caras me querem? Concordei com um sorriso de compreensão. ─ Centenas, aposto. ─ Obrigada por ter me contado. Código de garotas, certo? Sorri. ─ Exatamente. Terminamos de nos maquiar. Ela me empresta seu batom vermelho e eu senti como se eu tivesse jogado a mão vencedora. Meu cabelo estava bom e havia um brilho saudável no meu rosto de andar ao redor da cidade o dia todo. Estava sendo desonesta sabotando o encontro de Dean? Sem dúvida. Senti-me culpada quando deixei o banheiro com Casey no meu calcanhar? Nunca me senti tão bem. Ser uma vilã diabólica era definitivamente um bom visual para mim.

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CAPÍTULO 10 Dean O jantar estava horrível. Honestamente, “Casamento Vermelho” de George R.R. Martin tinha menos momentos estranhos do que naquela noite. Quando Casey e Lily voltaram do banheiro, Casey tirou o telefone da sua bolsa e ficou focada na tela como uma garota de dezesseis anos de idade no jantar com os pais. Tentei chamar a atenção dela, mas ela me cortou enquanto os dedos dela voavam sobre o seu IPhone. Quando olhei para cima ao redor da mesa, Lily estava tentando esconder um sorriso e fez um trabalho de merda. Josephine estava ocupada falando sobre o seu trabalho, mas eu sabia que Lily não estava ouvindo. Ela olhou para os seus dedos torcendo o guardanapo. Eu sabia que ela tinha dito algo pra Casey no banheiro, só não sabia o que. Ela olhou para cima e me viu olhando para ela. Eu estreitei meus olhos e ela espelhou minha expressão. Foi um duelo silencioso sem testemunhas e sem juízes, mas eu estaria ferrado se deixasse ela ganhar. ─ Tudo bem, aqui estão as bebidas, - o garçom anunciou, inclinando-se sobre Lily para colocar a bebida ao lado do prato dela. Ele seguiu o padrão em torno da mesa, entregando-me meu Old Fashioned e então vacilante quando ele pegou o Rickshaw extra. Lily encontrou meus olhos e arqueou uma sobrancelha. Eu me recostei na cadeira e tomei um gole grande do meu Old Fashioned. Era perfeito, familiar e o mais importante, o que eu queria. Lily lançou ao garçom um sorriso amável. ─ Você pode colocá-lo no meio da mesa. Tenho certeza que alguém vai beber. Eu tinha estado em torno de Lily três vezes apenas, mas já poderia identificar o que me irritou nela: ela era teimosa e teimosa demais para seu próprio bem. ─ Sabe, acho que sua escolha de bebida diz muito sobre você - Lily disse do lado oposto da mesa. Casey colocou seu telefone em sua bolsa e olhou para cima, claramente consciente que ia ter uma cena. Eu conhecia Lily. Nós não nos damos bem, não seríamos amigos. A melhor coisa a fazer num jantar como este seria ignorar um ao outro, mas Lily me irritava. ─ Como assim? - Casey pediu quando eu não mordi a isca. Rolei meus olhos.

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─ Talvez o Dean seja um pouco antiquado? Gosta de fazer as coisas de um modo antigo? ─ Eu discordo. Eu diria que sou rápido para fazer alterações quando as coisas... ou as pessoas... só não estão funcionando. Na outra noite, por exemplo. Ela inclinou-se sobre a mesa. ─ Quanto dinheiro minha seção trouxe, Dean? Duas? Três vezes a quantidade de cada bar geralmente faz? Eu tinha verificado os números na manhã seguinte que a tinha despedido, Zoe não estava exagerando. A seção da Lily tinha trazido quatro vezes a mais do que os outros bares tinham e não tenho dúvidas que ela poderia ter conseguido ainda mais se eu não tivesse despedido. ─ Diga-me, Lily. Você abriu quantos restaurantes? - Eu perguntei com um tom afiado. Os olhos dela se deslocaram para baixo, para a toalha de mesa branca e depois retornou – uma constaração de que a confiança dela não era impenetrável. ─ Isso é — ─ Quantos bares? Salões? - Estreitei meus olhos. ─ Nunca conseguiu mais do que um punhado de colegiais chapados no Dairy Queen? As bochechas ficaram vermelhas e minha consciência me avisou para dar um pé atrás. Na maioria das vezes que Lily agia como se pudesse treinar com o melhor deles, mas sabia que a armadura dela tinha pontos fracos. Ela era um filhote de cachorro desobediente, cão que ladra e não morde. Eu respirei fundo. ─ A questão é, até que tente executar um restaurante em Nova Iorque, você não vai entender completamente todas as razões por que tive que demiti-la. Seus olhos queimaram uma linha de fogo do outro lado da mesa e eu observei seu peito subir descer em sucessões rápidas. Eu tinha empurrado longe demais. ─ De repente perdi meu apetite. - Ela raspou sua cadeira da mesa e levantou. O guardanapo caiu no chão quando ela puxou a bolsa da parte de trás da cadeira. ─ Na verdade, acho que vou com você - Casey disse, levantando-se ao meu lado. O que diabos está acontecendo?

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─ Ah, eu.... - Josephine ficou e congelou, não tendo certeza se ela deveria ir com a amiga ou ficar com Julian. Lily não se incomodou em esperar para descobrir. Ela virou e foi para frente do restaurante com Josephine e Casey sobre seus saltos. Eu me senti como um babaca vendo elas saírem. Lily trouxe minhas piores qualidades. Não me lembro de ter feito alguém sair de um jantar, mas ela se foi e eu fiquei na mesa com aquele maldito Rickshaw me encarando. A condensação reunida no lado do vidro, zombando de mim até que eu peguei e tomei em um longo gole. Maldito. Era bom. Melhor que meu Old Fashioned. ─ Foi um desastre - Julian disse baixinho, esfregando os dedos do outro lado do queixo. Dei de ombros. ─ Não foi tão ruim. Ele resmungou. ─ Não estava no meu lugar. Ver você e Lily lutar daquele jeito não é divertido. Nunca te vi assim. Eu vacilei. ─ Está brincando? Não ponha essa merda em mim. Balancei a cabeça e me inclinei para colocar os cotovelos na mesa. Eu alcancei o Rickshaw inacabado de Casey e bebi também. Tive três copos vazios na minha frente, mas ainda não estava calmo. Julian e eu sentamos em silêncio por alguns minutos, e quando finalmente falei, eu orientei a conversa a um território mais neutro. ─ Precisamos ter a nossa primeira reunião para o novo restaurante. Sabe, começar a decidir as expectativas e cronogramas. - Algumas semanas atrás, Julian concordou em ser um grande investidor no meu próximo restaurante. Eu tinha lhe mostrado os números de meus últimos projetos e apresentei os passos básicos de abrir um novo restaurante. Só tinha levado alguns minutos para convencê-lo. Ele franziu a testa. ─ Você está me colocando numa posição difícil, cara. Olha, não estou na indústria do restaurante. Abrir um novo restaurante era para ser um projeto divertido. Eu queria trabalhar com você como amigo, mas já vou pegar a merda da Jo sobre esta situação com Lily. Isso não me valerá a pena se vai causar problemas entre Jo e Lily. ─ Você está falando sério? - Eu perguntei, segurando a borda da mesa.

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Ele ia sair e puxar seu financiamento, porque eu e Lily não nos dávamos bem? Isso atrasaria o projeto. Eu já tinha colocado 50% do capital. Eu teria de lutar para encontrar mais investidores. Antes que pudesse alegar o meu caso, nosso garçom se aproximou da mesa e começou limpando os copos vazios. ─ Os senhores desejam algo mais? ─ Só a conta - eu respondi, já tirando a minha carteira no bolso de trás. O sorriso dele caiu. ─ Uh, na verdade, senhor, a sua convidada, a mulher loira? Ela pagou a conta antes de sair. Eu fiz uma careta. ─ Como? Ele engoliu e assentiu com a cabeça. ─ Ela, er... ela me disse para te dizer que foi pago com sua indenização. - Ele sussurrou a última palavra, como se fosse ofensivo. ─ Não ia falar isso, mas.... Levantei a minha mão para silenciá-lo. A noite precisava acabar. Levantei grato que tinha estacionado meu carro na esquina. Eu queria ficar atrás do volante e pisar no acelerador até poder sentir o preenchimento do controle nas minhas veias mais uma vez. ─ Julian, você pode fazer o que quiser. Adoraria tê-lo a bordo para este projeto, mas não vou implorar. Os números estão lá. Você vai fazer tudo o que você investir até o final do ano de volta. Depois disso? O céu é o limite. Ele levantou e deu de ombros em sua jaqueta de couro. ─ Sim, faria minha decisão muito mais fácil se contratasse Lily. Eu pensei no jeito que ela olhou para mim antes. Lábios carnudos em uma carranca. Olhos brilhantes estreitaram em fendas. Uma coloração rosa estragou seu rosto bronzeado. ─ Isso nunca vai acontecer.

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CAPÍTULO 11 Dean Depois de 10 horas de trabalho de um dia longo, Zoe entrou no escritório do gerente da Provisions. ─ Claro, por favor, entre e comece a me encher. Eu estava esperando estender isso por toda noite. Minhas palavras pingavam sarcasmo, mas elas não dissuadiram Zoe. Ela sentou no banco de couro à minha frente e colocou seus pés sobre a mesa. ─ Não sei o que você está falando. - Ela se inclinou e agarrou o peso de papel de metal pesado com o qual ela sempre gostou de brincar. ─ Só gosto de ver como o mestre trabalha. O ar condicionado fez com que as dezenas de papéis voassem para longe. Eu nem pisquei. ─ Pegue os papéis e coloque o peso de papel no lugar dele e tire os pés da minha mesa. Estão fedendo. Ela resmungou conforme se inclinou para recuperar as planilhas que eu só tinha revisto. ─ Acho que esse cheiro é realmente sua atitude. Isso tem estado ruim desde que voltou de Nebraska. ─ Iowa, - corrigi, lambendo meu dedo e folheando os currículos na minha frente. Ela franziu a testa. ─ Há uma diferença? Eu pensei que era tudo apenas campos de milho. Eu sorri. ─ Bom ponto. ─ Você sabe Provisions tem feito muito bem para o seu primeiro mês. Melhor do que você tinha previsto. Ela estava certa. O restaurante estava matando-o. O dinheiro que investimos em publicidade estava realmente valendo a pena. ─ Como vai tudo? Os funcionários estão respondendo bem? - Perguntei. Ela resmungou. ─ Oh, claro. É ótimo, exceto pelo fato de que tive que atender o bar nas últimas seis horas. Eu vou levar o prêmio de “Empregos que estou mais que apta”.

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Eu ri. ─ Agradeço sua ajuda, mas vai ficar feliz em saber que contratei dois garçons esta tarde. Precisarei de Brian para rever o básico com eles antes de serem colocados para trabalhar amanhã. Ela suspirou de alívio e afundou em sua cadeira. O cabelo dela parecia ainda mais curto do que o habitual, emoldurando as características femininas que ela tanto tentou esconder. ─ Sabe, eu ainda não lhe perdoei pelo que fez na noite passada. Minhas sobrancelhas levantaram com curiosidade. ─ Com Lily? ─ Sim, com Lily! Ela era de ouro, meu amigo. Você devia ter falado comigo antes de ter o chilique. Eu balancei minha cabeça. ─ Não, você também, Zoe. Estou seriamente farto de ser repreendido. Ela riu. ─ Então talvez pare de agir como uma criança. Nós nos sentamos em silêncio por um momento. Eu estava muito irritado para falar e ela estava tentando lutar contra o sorriso se espalhando nos lábios. ─ Você acha ela atraente não é? Suspirei, profundamente e fortemente. ─ Vamos lá, admita - Ela incitou. ─ Na verdade não pensei sobre isso. ─ Tá bom - ela assentiu com a cabeça, chamando meu blefe. ─ Feche os olhos. ─ Zoe, sai do meu escritório. Tenho trabalho a fazer. Ela levantou e se inclinou sobre a mesa. ─ Por favor. Eu balancei minha cabeça. ─ Você está sendo ridícula. Seus lábios finos enrolados em um sorriso, mas ela segurou firme. Eu sabia por experiência que Zoe não ia sair. Ela uma vez me fez ficar fora de um restaurante durante trinta minutos, porque ela pensou que tinha visto Lady Gaga. Spoiler: não era ela. Eu deixo escapar um suspiro e fechei meus olhos, esperando ela rir. Em vez disso, sua voz encheu meu escritório, lembrando-me da única pessoa que eu tinha tentado durante todo o dia esquecer. 48


─ Imagine Lily parada na porta do seu escritório. Ela está esperando pacientemente para você terminar sua papelada, então vocês podem sair para jantar. Ela está vestida para você, vestindo algo escuro e curto e tentador. O cabelo dela é baixo e selvagem. Loira que não pode ser comprada em uma garrafa. Seus olhos castanhos encontram com os seus atrás de sua mesa e ela sorri, sabendo que você estava esperando todo o dia para vê-la. Você arrasta os olhos para baixo de seu corpo ... ─ Zoe - eu interrompi, mantendo os olhos fechados. ─ Você acha que ela pode estar segurando comida? Estou realmente com fome e na minha fantasia, eu realmente adoraria um cheeseburguer. Ela gemeu e eu abri meus olhos para vê-la indo em direção à porta do meu escritório com os braços cruzados. ─ Não realmente, Zoe. Continue, mas agora você pode descrever o hambúrguer? - Ela abriu a porta e saiu do escritório. ─ Que tipo de queijo tem, porque eu realmente odeio processado! Eu ri quando ela bateu a porta do escritório, mas eu não estava enganando ninguém. Claro, sabia que Lily era linda. Eu tinha cada contorno do seu rosto em forma de coração memorizado. E o conjunto mais beijável de lábios que já vi e brilhantes olhos que viram através de minhas besteiras. Eu repassei a cena que Zoe tinha criado para mim. Lily em pé na porta do meu escritório em um vestido preto era uma fantasia doce demais para compreender. Se apenas ela e eu pudéssemos ficar quietos por dez minutos, o sexo seria o melhor de nossas vidas. Com raiva. Duro. Rápido. Não é amor. Nem de perto. Merda.

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CAPÍTULO 12 Dean Olhei para cima do currículo na minha mão para olhar o candidato nervoso sentado à minha frente. Ele estava no meu escritório há cinco minutos e minha paciência já estava esgotada. ─ Onde fez a escola de culinária? ─ Que escola? - Ele perguntou, aparentemente confuso com a pergunta. ─ Escola de cu-li-ná-ria - eu repeti, salientando a fonética de uma palavra que não deveria ter salientado. ─ Ah, sim. Bem não, não fiz. ─ Trabalhou em algum restaurante chique antes? - perguntei. Ele balançou a cabeça tão confuso quanto antes. Eu suspirei e joguei o currículo na minha mesa. Ele liderou a lista de candidatos qualificados para o dia. ─ Perfeito, pode ir. Seu lábio tremeu, mas não consegui reunir um pingo de compaixão. Eu estava procurando por um consultor para meu próximo restaurante e só passei a manhã entrevistando um monte de idiotas. ─ Tudo bem, amigo, vamos lá - disse Zoe, entrando no meu escritório. Ela tinha estado pairando perto da porta nas as últimas entrevistas. ─ A entrevista acabou? - ele perguntou, olhando para frente e para trás entre nós. Não poderia dizer com confiança se ele sabia em que planeta estava. Ele levantou e saiu do escritório. Quando terminei de rasgar seu currículo, Zoe estava na porta do meu escritório, pairando no limiar até que eu a convidei para dentro. ─ Não posso acreditar que você chamou esse cara - disse. Ela franziu a testa. ─ Para ser honesta, tivemos poucas pessoas enviando seus currículos, esperava que por algum milagre, um deles poderia ser qualificado. ─ Esse último cara tem quase trinta anos e nunca teve um emprego. 50


Ela riu. ─ Está certo. Debrucei-me na cadeira e arrastei a mão pelo meu cabelo. ─ Preciso de uma cerveja. ─ Gostaria de te comprar uma, mas tenho um encontro mais tarde. Minhas sobrancelhas levantaram. ─ Sabe, você poderia ter um também se você apenas admitisse sua atração por uma certa loira. ─ Zoe. Ela riu. ─ Oh, meu Deus, é muito fácil com você. Por que não admite que a acha atraente? Não conto a ninguém. Levantei e coloquei-a para fora do escritório ignorando seus protestos. Fechei-me lá dentro, mas ela era persistente. ─ Você não me engana, - ela disse. ─ Boa noite, Zoe - gritei através da madeira escura. Seu sorriso desvaneceu-se para o corredor e me deixou sozinho com os pensamentos que ela tinha plantado na minha cabeça. Passaram-se três dias desde que Zoe tinha trazido Lily à minha atenção. Desde então, não conseguia parar de pensar em seus lábios carnudos em volta de mim. Não conseguia parar de sonhar acordado com ela. Eu não estava orgulhoso disso, acredite. Lily teria me fervido vivo se ela soubesse que estava fantasiando sobre ela. Estendi a mão para o telefone na minha mesa, à procura de uma distração, mas não havia nada lá esperando por mim. Eu tinha convidado Julian para um bar perto da minha casa para jantar, mas ele ainda não me respondeu. Eu sabia que era porque ele estava andando em uma linha fina. Lily me odiava, portanto Josephine me odiava, o que colocou Julian entre a cruz e a espada. Eu joguei meu telefone na minha mesa e cerrei os dentes. Cada único problema em minha vida estava sendo causado por uma mulher: Lily Black. Ela estava forçando Julian em um ultimato e eu estava no lado perdedor do negócio. Eu me inclinei na minha cadeira, colocando os dedos cabeça, e olhei "A Arte da Guerra" de Sun Tzu na minha estante destacou movimentos de tropas e estratégias de batalha, mas ainda, sublinhou uma ideia simples: "Conheça a si mesmo, e inimigo.”.

atrás da minha de livros. O livro mais importante conhecerá o teu

Eu sorri. 51


Tanto quanto eu odiava admitir, Lily sabia um inferno de muita coisa sobre alimentos e bebidas. Ela tinha me impressionado no Gramercy Tavern e tinha duas vezes a educação da maioria dos candidatos que enviaram seus currículos para a posição de consultoria. Além disso, eu precisava manter Julian como um investidor para o projeto. Eu andei até a estante de livros e peguei da prateleira "A Arte da Guerra". Isso estava resolvido. Vou ter que convencer Lily a trabalhar para mim. Era hora de conhecer o inimigo.

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CAPÍTULO 13 Lily ─ Não! NÃO! Você não pode morar aqui! - gritei, correndo atrás da barata tentando fixar residência em nosso apartamento. Corri para soltar um copo sobre ela, mas ela correu sob nossa cômoda. ─ Não! Saia daí! Havia uma polegada da negritude embaixo do armário e no chão e eu preferia cortar minha mão a ter que colocá-la lá em baixo. Ela tinha vencido a batalha, mas eu iria ganhar a guerra. ─ Sim e fica aí! - Gritei, chutando a cômoda com meu pé. Que é bom. Intimidá-la. Eu me virei para a pia cheia de pratos que tinha de limpar antes que minha amiga me interrompesse. Pratos e copos foram empilhados graças à confusão que Josephine e eu tínhamos criado na noite anterior. Julian tinha pedido uma refeição caseira, mas Josephine e eu não fomos capazes de concordar sobre o que fazer, então cada um fez seus pratos preferidos (espaguete de frango para ela e mac ‘n’ cheese para mim). Nós tínhamos ficado sobre ele quando comeu e observamos atentamente as mordidas em sua boca. "Uh... estão os dois ótimos?", disse ele, mudando o seu olhar para frente e para trás entre nós. Bati minha mão para baixo em cima do balcão, como um detetive descontente. "Não minta para mim, Lefray!" Ele riu. "Juro, eles estão igualmente deliciosos." Eu balancei minha cabeça. "Isto não acabou. Estou te observando." Josephine se inclinou e beijou sua bochecha. "Sei que você vai me dizer o verdadeiro vencedor mais tarde." "Oh, meu Deus." Eu cobri os olhos e me afastei lentamente. "Vocês são como dois gnus babando de amor". Depois de mais dois episódios de The Office (primeira temporada, claro), eles foram embora. Não é como se três de nós poderiam compartilhar o futon, mas ainda fiquei triste de trancar a porta atrás deles. Eu corri para a janela e vi um táxi. Ele parou no meio-fio e Julian abriu a porta para a Jo, varrendo um beijo em seus lábios, antes de entrarem na parte de trás, juntos. Eles não estavam babando como os gnus. Eles eram as pessoas mais bonitas do mundo inteiro e me fizeram quase 53


doente de inveja cada vez que eu os vi idolatrar um ao outro. Quando foi a última vez que tinha tido uma relação assim? Acho que tinha mostrado muito carinho à barra de sorvete de um Snicker uma vez, mas ela tinha sido um caso tragicamente unilateral. Nunca tinha amado um homem como ela amava Julian. Eu limpo os restos de queijo de uma placa e depois pego um movimento à minha direita. ─ Não! Você não pode sair! - Gritei com a barata. ─ Deus, espere pelo menos até eu sair. Uma forte batida soou na porta do apartamento e pulei, deixando cair o prato na pia cheia de espuma. Josephine esqueceu as chaves dela? ─ Lily! Abra a porta! Oh, merda. A polícia? ─ Lily! Não foi até que meu nome foi gritado uma segunda vez que registrei a voz profunda familiar. Dean filho da puta Harper estava no meu apartamento. Eu teria preferido a polícia. Eu engoli e limpei minhas mãos com o pano de prato da pia. Okey. Ele estava no meu apartamento, o que significava que ele provavelmente queria falar comigo. Ou talvez ele só precisasse de um corte de cabelo para a boneca de voodoo, que ele sem dúvida fez, assim ele poderia continuar a torturar-me de longe. Fui até a porta enquanto ele continuava martelando no aglomerado fino. ─ O que você quer? - Eu perguntei, olhando pelo olho mágico. Ele estava encostado na porta com a cabeça para baixo. Seu cabelo loiro e sujo estava despenteado e ondulado nas pontas. Ele tinha trocado o seu uniforme normal para um short de corrida e camiseta. Ele parecia suado mesmo através do olho mágico. Meu Deus. Ele correu até meu apartamento. ─ Deixe-me entrar. Precisamos conversar. Ele já parecia chateado e nem tínhamos nos visto ainda. ─ Sorry, no hablo ingles. ─ Lily. 54


─ Não quero qualquer biscoito de escoteiras. Vá embora. ─ Oh, Olá! - uma voz feminina chamou a partir do fim do corredor. Fiquei na ponta dos pés novamente e olhei pelo olho mágico. Ah, meu Deus, era a Sra. Whittaker, a proprietária de nosso apartamento. Josephine tinha me avisado imediatamente sobre ela após a minha chegada em Nova Iorque. Ela parecia velha e cativante, mas então ela convidou Jo para uma festa. Ela tinha ido, assumindo que seria um bando de velhotes jogando Monopólio. Em vez disso, ela se encontrou educadamente andando através de uma festa de swing. Sra. Whittaker era uma velha pervertida. ─ Olá - Dean respondeu com um aceno de cabeça. ─ Amigo de Josephine? - ela perguntou, fazendo uma pausa e o olhando da cabeça aos pés. Segurei uma risada. ─ Algo assim, - ele respondeu. Ela sorriu e andou mais perto. ─ Bem, um amigo de Josie é um amigo meu. Vou ter uma festa todo fim de semana em cima no... ─ Ele não quer ir para suas festas estranhas, Sra. Whittaker! - gritei através da porta. Ela deu de ombros e ofereceu-lhe um sorriso assustador antes de continuar descendo as escadas. ─ Hum, vou deixá-lo tomar essa decisão por conta própria. Estou no piso superior, queridinho. Dean assentiu e deu um passo para trás para abrir um caminho para ela. ─ Tenha um bom dia, Lily. Não se esqueça de que eu preciso que você e Josephine me paguem até o final da próxima semana. ─ Entendi - disse. Uma vez que ela estava fora de vista, afastei-me do olho mágico e destranquei a porta e abri algumas polegadas. Eu pressionei o meu rosto entre a porta e o batente e esperei ele se explicar. O olhar dele escorregou para o que era visível do meu corpo, inspecionando a camisa larga que eu usava como camisola. ─ Você tem dez segundos - declarei. ─ Bonita camisa. ─ É do meu pai - expliquei, puxando a bainha. Se soubesse que ele estava vindo, teria colocado um capacete e uma armadura - qualquer coisa para me proteger na nossa batalha inevitável. 55


O canto de sua boca curvou para cima e ele deu um passo a frente empurrando a porta. ─ Ei! Espere um segundo! - gritei enquanto ele continuava a entrar no meu apartamento. ─ Não te convidei para entrar. Fechei a porta e então virei para ele com um olhar acusador. ─ Lily, quanto mais cedo você me deixa falar, mais cedo vou sair daqui. Abri meus braços. ─ Oh, bem, porque não consigo pensar em uma única razão para você - eu enfiei meu dedo no peito dele ─ estar aqui - eu apontei o outro dedo no chão ─ não faz qualquer sentido. Virou-se para atravessar meu apartamento, que era uma caixa de sapatos glorificada, correndo o dedo sobre a bancada antes de inspecionar. Está brincando comigo? Quem ele pensou que era? Ele voltou e olhou para o futon, ainda tirou sarro do meu travesseiro e cobertor de borboleta jogado em cima. Adicionar a lista de coisas que teria escondido se soubesse que Dean estava vindo. ─ Gostaria de contratá-la como uma consultora para meu novo restaurante. - Ele falou com sinceridade absoluta. Mesmo assim, eu soltei uma risada. ─ Você está fumando crack? Ele franziu a testa. ─ Estou falando sério. Não tenho outras opções e você também não. ─ O inferno que tenho! Só ontem fui entrevistada por quatro empregos diferentes. Dois dos quais estavam no metrô (locais diferentes), mas ele não precisa saber disso. Ele cruzou os braços, defendendo sua posição no nosso pequeno campo de batalha. Deus ele consumiu o espaço, tornando-o seu próprio. O cheiro do seu corpo encheu o ar, misturado com o suor de sua corrida. Quando ele saísse, teria que acender mil velas e convidar o xamã que viveu no fim do corredor para livrar o apartamento de sua aura. ─ Julian é o principal investidor do projeto e não quero que nossas diferenças comprometam isso. Nós não vamos aprender a conviver, mas pelo menos posso oferecer-lhe um emprego. Nossa! Muito nobre dele. ─ Foda-se. Espero que Julian saia e você perca dinheiro. 56


Ele estreitou os olhos. ─ Olha, não vou implorar. Cruzei meus braços. ─ Então não. ─ O trabalho vem com um bônus de mil dólares, benefícios e um salário inicial de noventa mil. Se você provar o seu valor, eu vou provavelmente considerar você para futuros projetos. Seus olhos castanhos estavam me encarando, desafiando-me a recusar a oferta. ─ E quanto a nós? - Eu perguntei. ─ Como vamos trabalhar juntos? Ele respirou fundo, seu peito largo subindo e descendo enquanto ele considerava a minha pergunta. ─ Você sabe, já lidei com vários empreiteiros idiotas e muitos garçons mal-intencionados. Você, Lily Black, não é nada que já não tenha lidado antes. Um sorriso lento se espalhou pelos meus lábios. Ele achava que tinha me descoberto. Ele achava que tinha a mão superior. Que fofo. ─ Bem, já que você está sem opções, quero cem mil de salário inicial. E eu quero um por cento dos lucros nos projetos que nós trabalharmos. E antes que diga que estou apenas tirando vantagem de sua situação, é só esperar algumas semanas. Confie em mim, eu valho cada centavo. Quanto mais eu o empurrei, mais ele apertava a mandíbula. ─ Combinado. Eu vou ter meu advogado redigindo o contrato amanhã. Entretanto, há uma reunião de equipe na Provisions amanhã às 08:00 em ponto, declarou ele andando em direção à porta com passos longos. Ele estava satisfeito comigo pelo dia. Eu mantive meu foco na pequena janela sobre a lava-louças, esforçando-me para controlar meu coração batendo. Quando eu pensei que ele ia abrir a porta e fazer sua saída do meu apartamento, sua mão bate meu cotovelo. Ele agarrou a pele macia logo abaixo da manga da minha camiseta. Eu tremi com a sensação de sua boca atrás da minha orelha, muito perto para o meu conforto. ─ E só para que fique claro. - Ele falou quando uma ondulação indefesa passou na minha espinha. ─ Isto não é uma trégua.

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CAPÍTULO 14 Lily Ser colega de quarto de Josephine tinha certas vantagens. Ela era alta o suficiente para alcançar as caixas de cereal na prateleira de cima da nossa despensa e ela tinha uma fonte interminável de roupas de grife. Como uma blogueira que trabalhava em casa para a Vogue, ela fazia uma batida em seu armário para as postagens semanais de blog. Valentino na próxima temporada? Coleção especial Manolo Blahniks? Nada era proibido para ela, o que significava que nada era proibido para mim. ─ Que tal este vestido sem mangas com um casaco de lã no caso de você ficar com frio? Olhei de relance para ver Josephine segurando um vestido azul céu. O material de algodão parecia macio o suficiente para dormir, mas o corte e design o fez chique o suficiente para o trabalho. ─ É lindo, mas não vai ficar muito longo em mim? ─ Não. É muito curto em mim. É por isso que não usei ele ainda. Eu segurei contra meu corpo e olhei na frente do nosso espelho até o chão. ─ Está nervosa? - Josephine perguntou, andando atrás de mim. ─ Um pouco, - eu admiti. ─ Mas Julian vai estar lá para ajudar a aliviar a dor de trabalhar para Dean. Jo riu. ─ Ainda estou um pouco chocada que concordou. Eu levantei uma sobrancelha. ─ Não é como se os restaurantes estivessem batendo na minha porta. Se fosse de outro jeito, mas realmente não tenho escolha. Ela assentiu. ─ Okey, bem, troque-se rápido. Podemos dividir um Uber. Franzi a testa. ─ O que é isso, algum tipo de bebida energética alemã? Ela fechou os olhos, claramente envergonhada de me conhecer. ─ É um app que as pessoas usam para encontrar transporte. É muito mais rápido e mais barato do que usar um táxi. Franzi a testa. ─ Então você encontra alguém no app e confia que eles não vão matá-la imediatamente na parte de trás de seu carro? 58


─ Eles não são pessoas aleatórias. A maioria deles são taxistas tentando fazer dinheiro extra. Claro. Motoristas de táxi de folga são as pessoas mais confiáveis do mundo. ─ Claro, parece bom. Mudando de assunto, você acha que essa bolsa fica boa com o vestido?

***

Quando entrei na Provisions na manhã da minha primeira reunião de equipe, meus saltos ecoaram em torno do restaurante, anunciando a minha presença para a hostess. As luzes estavam meio apagadas e a sala estava calma, exceto pela da tripulação manhã trabalhando para tornar o restaurante impecável. Tomei o caminho mais longo em torno do pátio, admirando as árvores e em seguida entrei no corredor que levava aos escritórios. Tinha dado dois passos quando vozes foram derramadas para o corredor do escritório do gerente. ─ Espere, espere, espere. Ela realmente concordou em aceitar o emprego? perguntou uma mulher. ─ Por que não? É uma grande oportunidade, - Dean respondeu. Obviamente, eu rapidamente me pressionei contra a parede lateral e escutei. ─ Bem, sim, isso seria suficiente para alguém, mas não para alguém que você foi um babaca. Deixe-me adivinhar, você mencionou o fato de você ter um mega tesão por ela? ─ Zoe, corta essa merda. É sério. Zoe a gerente de Provisions que tinha me contratado para meu primeiro e último turno trabalhando no bar. ─ Sim, você está certo, não iria querer que ela soubesse que você realmente tem um coração de bebê chorão sob esse ato de Scrooge1. ─ Se eu quisesse mostrar a alguém meu coração, eu adotaria um cachorrinho. Ela resmungou. ─ A ideia de você com um cão é muito assustadora. 1

É o personagem principal da história Um Conto de Natal. No inicio da história, Scrooge apresenta uma frieza desmedida no coração, além de ser ganancioso e avarento. Indiferente com o natal e tudo o que condiciona felicidade.

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─ Perdida? Quase morri de susto quando uma voz falou diretamente atrás de mim. Tinha estado tão focada na espionagem que eu não tinha notado Julian até que ele estava atrás de mim. ─ Cristo, Julian! Faça algum barulho na próxima vez. Ele sorriu. ─ Lily, sou eu, Julian - ele gritou. Eu estreitei meus olhos. ─ Inteligente. Muito inteligente. Eu peguei um movimento pelo canto do olho e virei para ver Zoe inclinandose fora do escritório do gerente. ─ Entra aqui você dois, - ela disse. Um olhar para ela e Julian provou que eu estava cem por cento bem vestida para o meu primeiro dia no trabalho. Julian estava de jeans e um camisa e Zoe estava de macacão branco com um top roxo de seda por baixo. Suas tatuagens coloridas estavam em plena exibição... e ela tinha um anel de ouro adornando cada um de seus dedos. Ela parecia uma gêmea Olsen e eu parecia uma advogada corporativa estúpida. ─ Depois de você, - disse Julian, estendendo o braço para eu ir à frente. ─ Tendo um bom dia até agora? Balancei a cabeça. ─ Sua namorada me ensinou a usar o Uber. Ele riu. ─ Ela disse que costumava pensar que era um app de namoro? ─ Muito divertido ouvir vocês dois lá fora, quando era suposto começar este encontro há cinco minutos, - Dean falou do seu escritório. Julian arqueou uma sobrancelha e eu tentei meu melhor para suprimir o meu riso. ─ Eu odeio dizer isso, mas duvido que qualquer um de nós vai ganhar o prêmio de empregado do mês, - eu sussurrei. ─ Merda. Eu realmente queria aquele lugar de estacionamento e uma péssima imagem na parede, - Julian disse com uma piscadela. Seu comentário me empurrou ao limite. Eu o perdi para um ataque de riso quando entrávamos no escritório de Dean. Eu estava no meio da risada com minha boca aberta, segurando meu peito, quando meus olhos fixaram em Dean. Suas afiadas características estavam trancadas em uma carranca, provando ainda mais que o homem era uma bomba-relógio ambulante. 60


Seus olhos escuros me seguiram até o escritório dele e engoli até o último pedaço do meu riso. Qualquer humor que senti apenas momentos antes tinha sido sugado fora pelo Sr. Esquentadinho. Alguma vez ele relaxa?

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CAPÍTULO 15 Dean Eu tinha estado em um bom humor naquela manhã. Depois de uma corrida de onze quilômetros e um banho quente, eu tinha vestido meu terno preto favorito. Minha camisa branca foi passada e livre de rugas e os meus sapatos brilhavam com perfeição. Estava tudo no controle até que cheguei a Provisions e Zoe começou com a porcaria de Lily novamente. Ela pensou que era engraçada, mas eu precisava de cada pingo de paciência se esperava lidar com a Lily de forma profissional. Infelizmente, Zoe tinha apenas começado quando Lily tinha chegado à porta do meu escritório com um vestido azul glamour, rindo de uma piada que Julian tinha sussurrado apenas para ela. No momento em que a vi, adrenalina passou pelas minhas veias como se meu corpo estivesse se preparando para a batalha. Meu coração acelerou e comecei a suar. Não era uma reação que estava acostumado, e como resultado, estava reagindo da pior maneira possível: com raiva. ─ Sente-se, - Eu disse, apontando para as quatro cadeiras vagas espalhadas na frente da minha mesa. Das quatro cadeiras Lily se sentou na mais próxima de mim. O perfume dela era suave e floral, um perfume que ficou no ar entre nós. ─ Estamos esperando outra pessoa? - Julian perguntou, puxando minha atenção pela primeira vez desde que ele tinha entrado no escritório. Lily tinha completamente eclipsado sua entrada. ─ Hunter, - falei. Lily abriu a boca, mas sabia que ela estava prestes a perguntar. ─ Hunter e Zoe tem me ajudado com meus últimos dez restaurantes. Os dois veteranos, juntamente com uma visão fresca sua e de Julian devem fazer uma boa equipe. ─ Qual é exatamente o papel do Hunter? - Julian perguntou, tomando o lugar vago ao lado de Lily. Zoe, sentou-se em frente à Lily, deixando a cadeira ao lado da porta livre para Hunter, quando ele finalmente chegasse. ─ Ele vai ajudar a encontrar um local para o restaurante e então vou tê-lo como gerente de projeto durante a obra. ─ Então ele vai — A pergunta da Lily foi cortada quando Hunter correu para o escritório com a testa revestida de suor. 62


─ Desculpa, desculpa, desculpa! - Ele falou, as mãos para cima em sinal de rendição. ─ Não consegui encontrar um lugar para estacionar. - Os olhos dele observou a sala, parando nos dois novos membros da equipe. Julian recebeu uma olhada rápida, mas seus olhos quase saíram da cabeça quando ele viu Lily. ─ Oh merda, não pensei que você já tivesse começado. Quem são os novatos? Lily e Julian trocaram um olhar antes de saudar o Hunter. ─ Julian Lefray, prazer em conhecê-lo. - Eu os assisti apertarem as mãos e Hunter assentiu com a cabeça, reconhecendo claramente o nome. ─ Bem, Sr. Lefray. Bom ter você aqui, cara. Sua mão voltou a seu lado... e então ele virou-se para Lily. Sua blusa de botão mal conseguia cobrir a sua barriga de cerveja. A camisa ficou apertada ele virou para apertar a mão de Lily, quase terminando com seu entusiasmo. ─ E quem, posso perguntar, é você? Lily se irritou com a sua tentativa de flertar. ─ Lily Black. ─ Ela é a consultora contratada para ajudar a montar os menus de comida e bebida, conceito e ambiente, - falei, só para voltar ao assunto anterior. ─ Isto foi estabelecido no e-mail de ontem, Hunter. Agora sente-se, já estamos atrasados. Suas bochechas redondas avermelhadas com minha reprimenda — que, ou foi por causa da corrida para chegar a tempo para a reunião. ─ Hoje não vai demorar muito. Precisamos verificar horários e confirmar um bom momento para nossas reuniões semanais. Eu também gostaria de finalizar um nome para o restaurante. Lily franziu a testa. ─ Desculpe-me, pode voltar um pouco? Você não me disse sua visão para o restaurante ainda. Como posso ajudar com um nome se nem sei que tipo de comida estamos servindo? É justo. Inclinei-me em minha cadeira. ─ Eu quero fazer um bar de Tapas com preços em torno de quinze dólares por prato. ─ Preços acessíveis pelos padrões de New Iorque, - Zoe interrompeu. Lily cerrou os olhos. ─ Tudo bem. Já pensou se a cidade realmente precisa de outro bar de tapas? Você vai torná-lo exclusivo? Trazer sabores que nos separam de outros restaurantes espanhóis? - Ela não se preocupou em me deixar responder antes de continuar. ─ Eu acho que deveria ter outro cardápio, com opções para paella no menu para aqueles que querem algo maior. 63


Ela tinha estado lá cinco minutos. Cinco minutos e ela já estava me dando uma dor de cabeça. O que no mundo tinha me possuído para contratá-la para este projeto? ─ Lily, por que não me deixa explicar o conceito inteiro antes de você começar a oferecer ideias? Esta reunião não vai levar muito tempo se você ouvir por alguns minutos. Seu queixo caiu e seus olhos brilhantes se estreitaram em mim. Eu tinha chamado a atenção dela na frente de todos, mas ela mereceu. Ela era uma consultora. Eu era o chefe. ─ Não importa o que seja necessário, tire-o daqui. Julian sussurrou algo para ela e ela sorriu. Outra piada interna às minhas custas. Por que foi tão irritante que Julian a fez sorrir? Porque era às minhas custas? Ou porque eu queria trocar de lugar com ele?

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CAPÍTULO 16 Lily Saí da posição do cachorro olhando para baixo e definitivamente senti minha perna entortando, como uma boneca Barbie de segunda mão sobrecarregada. ─ Merda. Estou caindo - sibilei, lentamente deslizei para baixo para minha esteira de ioga emprestada até minha cara fazer contato com a borracha suada. Josephine olhou sobre mim, suor escorregando em seu rosto. Ela estendeu a mão para me ajudar, mas não adiantou. Estávamos em uma aula quente de yoga. O termostato estava em 36 graus Celsius e íamos ter uma morte lenta. A última visão que eu ia ver era a bunda da velha hippie diretamente na minha frente. Ele tinha que usar a bermuda? Eles tinham que ser tão altos? ─ Você não deveria ficar deitada, - sussurrou Josephine. O instrutor mandou respirar profundamente através de nossos chacras e nos tornar como a terra quando nos mudamos para nossa próxima rodada de saudações ao sol. Queria saudar o sol com meu dedo do meio. ─ Lily. Sem essa! Não podemos ir comer crepes depois disto se você não fizer direito. - Josephine empurrando para o cachorrinho e depois pulou para a frente de seu tapete. Meus olhos seguiram os seus movimentos, mas meu corpo não tinha intenção de levantar-se. ─ Classe! Classe! Quero que todos respirem e olhem para esse aluno, - disse o instrutor, soando perigosamente perto. Olhei para cima para encontrar seus olhos bulbosos pairando sobre mim, mãos apontando na direção de onde eu estava deitada no meu tapete, viradas para baixo, rabo no ar. Literalmente, desabou em um monte de pele e ossos. ─ Vê como ela ouve o corpo dela? Ela está aproveitando esta oportunidade para fazer a posição de criança. Enquanto outros empurram-se em direção a metas inatingíveis, este aluno estabeleceu suas próprias intenções para sua prática hoje. Louvo o seu trabalho hoje, criança. HAHAHA. Eu estava recebendo uma medalha de ouro por ser preguiçosa. Enviei um sorriso de compaixão em direção a Josephine e o velho Hippie começou a bater palmas, e logo os outros alunos se juntaram. 65


Oficialmente tinha ganhado no yoga. Depois da aula, eu limpei meu corpo com minha toalha e então limpei meu tapete. Eles provavelmente deveriam queimar a coisa, mas que seja. Josephine e eu pegamos nossas sandálias e saímos da classe antes de ficarmos presas falando com a instrutora. Ela estava encurralando os alunos na porta, perguntando como os seus corpos tinham respondido à terra. ─ Vá, vá, vá, - Eu assobiei, empurrando Josephine através da porta, em cima da hora. Ela gritou atrás de nós. ─ Oh, meninas! Grande trabalho na aula de hoje. Não se esqueça de pegar algum chá. ─ Oh, meu Deus, ela ainda está falando com a gente, - disse Josephine, pegando minha mão e me puxando mais para a rua. Pegamos o ritmo e não parei até que estávamos a poucas quadras do estúdio. ─ Por que no mundo acabamos de fazer isso? - Josephine perguntou. Tirei minha blusa do meu peito, longe do meu suor. O ar fresco da manhã estava muito melhor do que a temperatura do estúdio de yoga. ─ Josephine, você apenas não entendeu. Yoga é muito mais do que apenas exercício. Para pessoas como eu — você sabe experiente iogue — é um modo de vida. ─ Oh, realmente? Nomeie uma pose de ioga. - Ela me desafiou com uma sobrancelha arqueada. ─ É fácil. Alta... raio de luar. ─ Não. - Ela balançou a cabeça. ─ Você é uma idiota. ─ Bem. Dumbledore para baixo. ─ Não há nenhuma pose de ioga em homenagem a personagens de Harry Potter. Franzi a testa. ─ Tem certeza? Ela colocou o braço pegajoso em volta do meu ombro e me puxou para perto. ─ Vamos concordar em nunca mais voltar. Balancei a cabeça. ─ Nunca. ─ Talvez possamos escolher andar de bicicleta ou algo assim? 66


Eu gemia. ─ Não podemos ser como as mulheres francesas que ficam magras andando muito e fazendo uma limpeza profunda com pimenta caiena? ─ Você percebe que, quando as pessoas fazem essa limpeza, eles não comem nem bebem nada mais do que o suco por dias? Parei de andar. ─ Oh, Deus, não. Eu pensei que você só bebesse essa porcaria no lugar de comer o que quisesse. ─ Sim, Lily. Porque é assim que as dietas funcionam. Eu balancei minha cabeça. ─ Okay, ouça, vamos comer uns crepes e então amanhã vamos nos preocupar com os efeitos a longo prazo de comer um crepe cheio de Nutella. Ela puxou a porta aberta para a creperia e me conduziu para dentro. ─ Combinado. O interior da loja cheirava como se um bolo tivesse explodido. Pequenas mesas francesas foram montadas em ambos os lados do corredor central e como nós passamos por outros fregueses, avaliei suas escolhas de crepe. Havia uns salgados com ovos e bacon e os doces com frutas e molhos de chocolate. Uma mulher tinha um crepe empilhado com canela e maçãs e minha mão coçava realmente para roubá-lo dela. A fila para pedir era longa, tinha cinco pessoas ainda decidindo o que iriam querer. Eu quero um pouco de tudo. ─ Então como foi o primeiro dia de trabalho? Foi bom ter Julian lá como seu apoio? Eu me irritei quando me lembrei do trabalho. Eu mal tinha conseguido sobreviver à reunião no dia anterior, com o ditador Dean pisando em torno como se fosse dono do lugar. Quer dizer, ele de fato era o dono do lugar, mas ele tinha que agir como tal todo o tempo? ─ Foi okay. Conheci o resto do pessoal com quem vou trabalhar. ─ Oh? Quem mais estava lá? ─ Zoe, a gerente que te falei da minha primeira noite na Provisions. Ela é super incrível. Josephine acenou com a cabeça. ─ E então este cara chamado Hunter que me deu olhares estranhos toda a reunião. 67


Seus olhos se arregalaram. ─ Por quê? ─ Ele era tão bajulador, como um vendedor de carros de Nova Jersey, ou algo assim. Ele estava coberto de suor quando ele chegou e seu terno mal cabia sobre sua barriga de cerveja. Ele me deu este sorriso sedutor quando me apresentei a ele, ignorando completamente a gorda e grande aliança na mão esquerda. ─ Nojento. Balanço a cabeça. ─ Sim. Eu estava preparada para dar-lhe o benefício da dúvida, mas depois que ele perguntou se eu queria almoçar com ele, sozinha, após a reunião. Seus olhos se arregalaram. ─ O quê? ─ Eu sei. ─ O que você disse? Eu balancei minha cabeça. ─ Nada. Dean o chamou de volta para o escritório antes que eu pudesse responder. Os clientes na nossa frente terminaram de fazer os pedidos e então era a nossa vez. ─ Oi, é a primeira vez em Crêperie Uptown? - perguntou o caixa atrás da caixa registradora. ─ Sim, mas eu não sou nova com crepes. Gostaria de um crepe de Nutella, crepe de caprese trufada e um crepe de maçã com canela e crème brûlée. ─ Lily! - Josephine riu. ─ Isso é comida suficiente para um exército. ─ O que? Vou analisá-lo para o meu blog. Eu juro! ─ Uh huh. Eu uso essa mesma lógica quando quero fazer alarde sobre uma bolsa de Rebecca Minkoff. Eu paguei com meu cartão e assinei o recibo, já animada para tirar fotos dos crepes para meu próximo post do blog. Eu ainda não tinha feito uma avaliação de uma creperia em Nova Iorque. ─ Vamos pelo menos compartilhar esses? - Josephine pediu. Olhei para ela com os olhos apertados. ─ Jo, eu te amo. Amo mesmo, mas se tocar nos meus crepes, vou ter de te enfiar meu garfo. 68


CAPÍTULO 17 Lily Eu me considero uma pessoa decente. Eu nunca roubaria doces de venda a granel do supermercado, eu sempre limpo minha mesa em restaurantes onde é claro que você tem que fazê-lo e eu sempre deixo o meu assento para as pessoas idosas no metrô quando está cheio. (Ok, talvez eu apenas levei uma cotovelada de uma avó ríspida no Bronx, mas estou contando isso.) Todas as boas ações não ajudam no fato de que eu estava prestes a me tornar uma assassina. Era inevitável. ─ Você não está me ouvindo! - Eu disse. ─ Aqui estão todas as razões que o restaurante deveria ter um nome em Espanhol. Dean esfregou a mão no seu rosto, claramente cansado de discutir comigo. Estávamos de volta em seu escritório, todos os cincos integrantes da equipe amontoados em um espaço que parecia estar ficando menor a cada minuto. Julian nervosamente em seu assento dobrando seu corpo sempre tão ligeiramente longe de onde eu estava. Zoe inclinou-se contra o batente assistindo Dean e eu ir pra lá com um pequeno sorriso em seus lábios. Hunter não tinha falado nos últimos 15 minutos; Ele estava muito ocupado com o seu telefone. A pequena pérola no seu Blackberry fez um som apitando toda vez que seu dedo passava por cima e eu estava a cinco segundos de agarrar o telefone dele e jogá-lo do outro lado da sala. ─ Lily. Você sabe por que meu restaurante tem sucesso? - Dean perguntou, inclinando para frente através da secretária. Eu revirei meus olhos e joguei minhas mãos para cima no ar. ─ Eu diria que é golpe de sorte, mas tenho um pressentimento que é provavelmente graças a Zoe. ─ Toca aqui - disse Zoe, estendendo a mão para que eu batesse. Ele ignorou meu sarcasmo. ─ É porque controlo cada detalhe, desde o preço do cardápio até os pregos usados durante a construção. Eu ergui uma sobrancelha. ─ Esse estilo de liderança só funciona quando você é infalível e da última vez que verifiquei você não é um Deus, você tem que ser capaz de reconhecer quando outras pessoas sabem melhor do que você.

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─ Desculpe-me? - ele perguntou, suas sobrancelhas tinham sulcos em descrenças. Alguém já tinha falado com ele da maneira que eu fiz? Como não poderiam? ─ Ninguém gosta de um tirano! Especialmente um que está tão preso em seus caminhos que nem sequer percebe uma boa ideia quando está bem à sua frente. Ele esfregou a mão sobre a boca dele, provavelmente tentando manter as palavras de maldição de derramar para fora. Eu estava sendo rude, dura e profissional. Infelizmente, foi a única forma que consegui para ter uma palavra conversando com ele. Ele iria estourar sobre mim se não falasse nada. ─ Vamos reiterar as funções rapidamente, - disse Dean, apontando para mim. ─ Você está aqui para me ajudar com a comida, bebidas e ambientação. Fim da história. - Ele apontou para si mesmo. ─ Vou lidar com todos os outros detalhes do restaurante, incluindo o nome. Cruzei meus braços, sentindo meu rosto avermelhar com raiva. Desculpa, Mãe. Você criou uma assassina. Os olhos de relance sobre sua mesa por um instrumento afiado para enfiar no seu coração-buraco negro, mas não havia nada, exceto uma caneta cara apertadada em seu punho. ─ Você sabe o que acho que precisamos? - Zoe perguntou, pressionando a porta e rodeando a mesa do Dean. A cabeça mal veio até seus ombros, mas ele ainda olhou para baixo, com medo do que ela estava prestes a dizer. ─ Alguma união de equipe. Hunter grunhiu e Julian riu. Fiquei em silêncio, esperando a reação do Dean. ─ Vamos lá, - disse Zoe. ─ Vamos levar o barco para fora este fim de semana e relaxar. Não se fala sobre o restaurante. Só diversão. ─ Josephine tem me incomodado sobre sair de volta a água - Julian acrescentou. Antes de Dean poderia rejeitar o plano, Zoe virou seu olhar em mim. ─ Você está dentro, Black? Se eu dissesse que sim, pareceria excessivamente ansiosa. Se eu dissesse que não, pareceria como se fosse a idiota do grupo. 70


Suspirei, peguei minha prancheta de borda da mesa do Dean e em seguida sentei no meu assento. ─ Sim, tanto faz. Ela bateu palmas, ─ Perfeito! ─ Sábado de manhã? - Julian pediu, já puxando para fora o telefone dele, sem dúvida, mandando uma mensagem via Snapchat à sua amante. Eca. Dean ofereceu a Julian um aceno lacônico, e assim de repente, a reunião foi encerrada. Nós tivemos sucesso em tomada de decisões zero, mas eu era marginalmente mais perto de perder a voz e gritar com Dean. O que conta alguma coisa, eu acho. Julian levantou-se para termos uma conversa com Dean e Zoe no corredor, e cheguei a pegar a minha bolsa. Uma sombra pairou sobre mim quando levantei e percebi tarde demais que Hunter estava praticamente em cima de mim quando ele inclinou minha cadeira. Seu perfume pesado quase me sufocou até a morte. ─ Oh, Uau, que perto, - Inclinando-me mais longe dele que pude. O cara claramente não sabe o conceito de espaço pessoal. ─ Estou ansioso para vê-la no barco neste fim de semana, Lily - ele disse, deixando cair a mão na parte de trás da minha cadeira. ─ Oh, sim,deve ser divertido - Eu respondi com um sorriso curto agradável. ─ Estou feliz que nós vamos ter algum tempo para conversar. - Ele ergue sua sobrancelha. ─ Só você e eu. Meu Deus. Como ninguém estava ouvindo essa merda? Eu reduzi meus olhos acima para ele e apontei para onde a mão dele descansou na parte de trás da minha cadeira. Sua fina aliança de ouro estava duas polegadas do meu ombro. ─ Que tipo de anel é esse no seu dedo? - Eu perguntei jogando o jogo não tão sutil de “foda-se”. Ele riu ─ O tipo escorregadio - ele respondeu com um silvo. Eu levantei tão abruptamente que ele teve de recuar para evitar minha cabeça colidindo com a cara dele. ─ Você é tão nojento. ─ Ah. Vamos lá, não aguenta uma piada?

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Eu rocei por ele e entrei no corredor. Dean, Zoe e Julian ficaram em silêncio, quando eu passei por eles. Eu sabia que eles tinham ouvido a última parte da nossa conversa, mas eu não me incomodei em parar para corrigir suas suposições. Eu fui em direção à frente do restaurante e rezei para que houvesse um taxi esperando por mim. Eu estava em uma cidade diferente, mas ainda estava lidando com a mesma merda. Hunter viu o cabelo loiro e peitos. Ele não me viu como uma colega. ─ Ei! Meu Deus. Pode esperar um segundo? Eu ouvi a voz do Dean, chocada que ele se importou o bastante para me seguir até a calçada. A mão dele atingiu meu antebraço, centímetros da palma da minha mão e congelei surpresa com o conforto do seu aperto. ─ Você disse que a reunião acabou, - Eu disse, olhando para ele por confirmação. ─ É. Dei de ombros, afastando-me do seu toque, mas sua mão apertada no meu braço. ─ Bem, vou embora então. Eu o verei no sábado. ─ O que Hunter fez? - ele perguntou, ignorando minha vergonha. Uma parte de mim queria encobrir a tentativa indiscreta do Hunter. Eu tinha lidado com essa situação muitas vezes antes. Um macho superior deu em cima de você? Você o tentou de alguma forma? Com certeza, você o levou a isso. ─ Não foi grande coisa. Hunter veio até mim e disse a ele para cair fora. Fim da história. Ele assentiu com a cabeça e rolou seus lábios juntos como se ele não soubesse como proceder. ─ Eu vou cuidar disso. Eu engoli. Ele parecia um mafioso. Será que ele tinha um soco Inglês escondido em um bolso desse terno de grife? A borda do lábio enrolado quando ele encontrou os meus olhos. ─ Nada que vá deixar cicatrizes. Meus olhos se arregalaram. Oh, merda. ─ Lily, estou brincando. Eu não vou bater em Hunter porque ele atingiu você. Eu sorri. ─ Talvez só um chute nas bolas? Ou um golpe de Karatê? Nada demais. 72


Ele revirou os olhos e deixou cair sua mão em meu braço, senti-me instantaneamente mais leve, como se pudesse flutuar com o peso da mão dele segurando a minha abaixo. ─ Até sábado - disse ele, dando um passo para trás. Seus olhos digitalizando o meu rosto e minhas bochechas. ─ Não esqueça o protetor solar. Eu inclinei minha cabeça e sorri. ─ Sabe se eu não te conhecesse melhor diria que você esta sendo bom pra mim agora. Ele sorriu e então inclinou sua cabeça na direção do chão para escondê-lo. Quando ele olhou para cima, o sorriso tinha desaparecido, mas ainda havia humor em seus olhos. ─ Sim? Bem, não se acostume com isso.

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CAPÍTULO 18 Dean ─ Senhor, está tudo pronto. Assim que seus convidados chegarem, estou preparado para ir embora. Concordei com o Capitão. ─ Soa bem. ─ Quanto tempo você gostaria de estar na água? Eu pensei em Lily, de quão instável ela me fez sentir. ─ Vamos fazer disso uma viagem curta. Algumas horas. O menor tempo que eu tiver que passar com ela em estreita proximidade, melhor. Cada minuto que passei discutindo com ela provavelmente raspou mais um ano da minha vida. Ele assentiu com a cabeça e então se retirou para o leme. Eu me reclinei no sofá do terraço e tive a oportunidade de verificar meu e-mail uma última vez antes de todo mundo chegar. Eu tinha a porcaria de sempre entupindo minha caixa de entrada, mas o terceiro do topo havia um e-mail que estava esperando para receber nos últimos dias. Eu rolei a introdução e sorri.

Sr. Harper, eu ficaria feliz em encontrá-lo durante LV Restaurant Week. Tenho compromissos disponíveis durante todo o evento, então quando você e sua equipe souber seu horário, favor entrar em contato comigo e a gente pode dar um jeito. Entretanto, eu vou começar a preparar os pratos.

Las Vegas Restaurant Week era um evento anual. Durante uma semana por ano, cada dono de restaurante com valor larga toda a merda deles e vão para a cidade do pecado. LVRW era onde intermediavam, os Chefes eram contratados, bebidas eram pensadas e nova modas eram inventadas. Eu tinha ficado em cima do muro sobre assistir novamente, mas o e-mail mudou tudo. Antônio Acosta era o chefe executivo do mais famoso restaurante de Tapas em Los Angeles. Por uma fortuna, ele estava disposto a aconselhar-me sobre o cardápio para o novo restaurante e era uma oportunidade que eu não podia deixar passar. 74


Eu fui para baixo dentro da cabine privativa para trocar meu telefone por meu laptop. Precisava do itinerário de voos de última hora para minha equipe e tentar encontrar um quarto de hotel. ─ Que fantástico! - Zoe disse, percorrendo a soleira vestindo uma peça preta e short jeans. Ela tinha uma toalha dobrada em baixo dos braços e uma bolsa pendurada por cima do ombro. ─ Você está no seu iate e está trabalhando. Eu sorri e virei meu computador para que ela pudesse ver o Web site da companhia aérea. ─ Não há alternativa. Vamos a LVWR. Seu queixo caiu. ─ O que? Pensei que íamos ignorá-lo este ano. Eu expliquei a recente mudança de eventos. ─ Merda, - disse ela, deixando cair a toalha e a bolsa no chão da cabine. ─ Todo mundo está no terraço. Eu vou dizer a eles. ─ Chama o Hunter também, ─ Ele não virá hoje.

gritei quando ela partiu para as escadas.

Eu voltei para o meu computador e pesquisei por quartos disponíveis no Bellagio2. Eu sabia que teria poucas opções. O hotel lota rapidamente em uma semana normal, mas o fato de que foi também a base para a Convenção garantiu que teríamos sorte em encontrarmos um quarto dentro de um raio de 8 km de distância. Eu fiz a varredura através da disponibilidade de quartos e suítes, não chocado por encontrá-los todos lotados. Eu estava prestes a ligar para o hotel para reservar uma das suas nove casas privadas, quando ouvi a voz de Lily na escada. ─ Ele acha que não temos vida? Eu não posso largar tudo e sair da cidade em um piscar de olhos. Eu rolei meus olhos. ─ Você irá, se planeja ser paga este mês - Eu gritei. Ela apareceu na porta da minha suíte, braços cruzados sobre o seu short branco. Seus ombros bronzeados estavam nus e seu traje vermelho brilhante era apenas mal visível sob o tecido fino do vestido. Suas pernas longas estavam mais expostas do que já tinham sido ─ uma vista tentadora a qual não me submeto. Seu cabelo louro estava amarrado na base do pescoço, permitindo-me tomar em cada grama de raiva escrito em suas feições. Ela estava chateada. Fiquei intrigado. ─ Você não pode me obrigar a ir para Las Vegas, - ela respondeu. 2

Bellagio é um luxuoso hotel e casino da cidade de Las Vegas, Nevada, nos Estados Unidos. Caso queira verificar o local, segue o link do site https://www.bellagio.com/en.html

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Eu sorri. ─ Antônio Acosta concordou nos ajudar com o cardápio do restaurante novo. Seu aperto afrouxou nos braços dela. Ela conhecia esse nome. ─ Está brincando? Eu balancei minha cabeça. ─ Quando nós voamos para lá? menos abrasivo do que antes.

- ela perguntou, seu tom ligeiramente

─ Quarta-feira, assumindo que posso reservar esta casa em tempo. Ela engoliu e assentiu com a cabeça. Eu podia ver a excitação crescendo através de seu olhar. O Las Vegas Restaurant Week era um evento só para convidados. Era exclusivo à elite. Eu sabia o quanto Lily queria assistir e sabia que ela teria admitido esse desejo a qualquer um, menos para mim. Por que? Porque nós estávamos ambos jogando o mesmo jogo. ─ Julian disse que ele está disponível até sexta-feira, - explicou a Zoe, cortando seu olhar entre mim e Lily. ─ Ele vai precisar voar de volta para casa antes de nós. Balanço a cabeça. ─ Enquanto ele está lá por parte da semana, deve correr bem. ─ E o Hunter? - Lily perguntou, seu olhar focado em Zoe. ─ Ele estará lá, mas ele já foi avisado sobre o comportamento dele. Não se preocupe. Ela assentiu aparecendo aceitar minha resposta. Zoe aplaudiu quebrando o silêncio. ─ Okey, bem, vamos misturar algumas bebidas no convés e deixar você terminar. Deixe-me saber se você precisa de ajuda com alguma coisa. Zoe puxou o braço da Lily e foram em direção à escada. Concentrei-me no corpo da Lily, enquanto ela ia embora, pensando se era uma boa ideia reservar uma casa para todos os cincos membros da equipe. Haverá muito espaços para todos, mas algo me dizia que ficar em um quarto de hotel ─ até mesmo um grande ─ com Lily Black seria tentação em sua forma mais extrema.

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***

Quando eu terminei de reservar tudo, nós tínhamos ancorado em mar aberto. Eu emergi da minha cabine, quente e irritadiço, e pausei no topo da escada. Zoe foi relaxar no terraço com seus óculos de sol cobrindo a maior parte do seu rosto. Julian e Josephine estavam sentados no sofá sob a seção coberta do terraço. Julian se inclinou e beijou a bochecha dela. Olhei para fora e meu olhar seguiu a linha do terraço até que avistei Lily atrás do meu bar, vestindo nada além de seu biquíni vermelho e um dos meus velhos bonés amassado. Ficou torto na cabeça dela, aba larga, cobrindo a testa inteira. ─ Onde você encontrou isso? - Eu perguntei, pisando mais perto. Um homem mais inteligente pisou na direção oposta. Ela olhou para cima envergonhada. ─ Foi em um armário na cozinha. Esqueci um chapéu e tenho muita sarda se não mantenho minhas bochechas cobertas do sol. Eu inclino a cabeça, olhando em suas feições delicadas sob a aba do meu chapéu. Ela já tinha sarda em seu rosto, mas eu gostava delas. ─ Eu posso tirá-lo. Eu balancei minha cabeça e dobrei para baixo para recuperar alguns limões de uma tigela por baixo do bar. ─ Continue. Propositadamente não olhei para ver a reação dela. ─ O que vai fazer? - perguntou ela, dando um passo hesitante mais perto. Ela cheirava a verão. Aquele cheiro tropical que aquece seu estômago. ─ Uma margarita, - eu disse, olhando para ela com o canto do meu olho. O sutiã de seu biquíni vernelho ficou apertado e teve o efeito como atirar gasolina no fogo. ─ É minha bebida preferida, - ela disse e um pequeno sorriso se estendeu através de seus lábios.

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Eu cortei dois limões, espremendo o suco na coqueteleira e alcancei o licor Triple Sec. ─ Eu geralmente gosto de usar suco de laranja, mas isso vai funcionar. Eu puxei a rolha do meu Patrón e derramei dois tiros. Um pouco de gelo e um pouco de néctar foi o próximo e então sacudi a bebida enquanto Lily me olhava em silêncio. ─ Tente - eu disse. A mão dela roçou na minha quando ela me tirou o copo. Lily trouxe o copo aos lábios e tomou um gole pequeno. Os olhos dela brilhantes encontraram os meus sobre a borda do copo e eu sabia que a tinha. Ela era uma bartender melhor do que eu, mas eu vinha aperfeiçoando margaritas desde que tinha 16 anos. ─ É bom. ─ Você pode ficar com ela - disse, já indo para dois limões a mais. ─ Você está sendo gentil novamente hoje - brincou ela, pressionando seu quadril contra o bar e me encarando. Atirei-lhe um olhar escuro. ─ Você não vai dizer o mesmo em poucos minutos. Ela estreitou os olhos dela. ─ Por quê? ─ Você vai descobrir assim que você terminar a bebida.

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CAPÍTULO 19 Dean Durante os meses de verão, quando o terraço está quente e a água é muito tentadora para ignorar, eu gosto de pular fora do meu iate na água. Não é perigoso se você fizer isso direito, mas quando abordei o assunto ao grupo, todos, menos Julian reagiram como se eu fosse louco. ─ Não! - Josephine gritou, inclinando-se para fora sobre a borda do parapeito. ─ É assim que pessoas são comidas por tubarões. ─ Não há nenhum tubarão, - eu corrigi, alcançando a bainha da minha camisa. Eu puxei fora e joguei de volta para o chão do deck principal. Quando eu me virei em direção a grade, Lily estava me observando. Os olhos dela arrastaram em meu peito, minha pele se aqueceu. Limpei minha garganta e ela sorriu, encontrando meu olho por apenas um momento antes de olhar para fora. Ela não estava com vergonha de ter sido apanhada. Ela era muito segura de si para ficar incomodada pelo fato de que eu sabia que ela olhava para mim. ─ Acho que devíamos fazê-lo, - disse Zoe, jogando os óculos à parte. ─ Será um exercício para fortalecer a união. Lily resmungou. ─ A parte de ligação virá quando estivermos todos na enfermaria do hospital com ossos quebrados? Eu sorri e balancei minha cabeça. Ela e Josephine viriam por aí. Todos fizeram. ─ Eu fiz isso um milhão de vezes. Os olhos arregalados da Lily encontraram os meus. ─ É tão fácil de fazer? Josephine bateu a palma da mão contra a sua testa. ─ Isto é estúpido. Nós não deveríamos fazer isso. Zoe estava à frente de todos. Ela já tinha uma perna balançando no trilho de metal, equilibrada na borda curta que estendia algumas polegadas do outro lado. Eu fiquei perto até ela balançar a outra perna fora e tinha uma aderência sólida no parapeito. Julian ajudou a levantar Josephine por cima da grade, mesmo que ela continuasse a protestar. ─ Como você está confiante sobre os tubarões? Ele riu da sua pergunta e então se balançou por cima da grade ao lado dela. Zoe, Julian e Josephine se espalharam ao longo do lado do barco, alguns pés 79


distantes. Lily ficou onde estava, os pés firmemente plantados no lado seguro do trilho. ─ Você vai amarelar? - Eu perguntei, intensificando-me por trás dela. Eu sorri e estendi a mão para tirar o chapéu da cabeça dela. ─ Ainda não decidi - ela respondeu, deslizando o olhar para mim. Eu sorri e estendi a mão para tirar o chapéu de sua cabeça. ─ Ei, eu não disse que ia fazê-lo - ela protestou, tentando em vão prender o cabelo loiro dela. Era cacheado e selvagem do ar salgado. ─ Não há nenhum tubarão, - garanti a ela. Ela estreitou os olhos em mim. ─ Talvez não seja dos tubarões que estou com medo... ─ O que então? - Eu perguntei. Ela inalou uma respiração e chicoteou ao redor para enfrentar o parapeito. ─ Apenas me segure quando eu subir mais. Eu estiquei e deslizei minhas mãos ao redor de sua cintura delgada. A pele dela estava tão quente do sol e agarrei ela firme o suficiente, que mesmo se ela tropeçasse, ela não cairia. A parte inferior do biquíni dela deslocou, revelando um pedaço de pele pálida. Eu ansiei ver mais para ver as partes dela que o sol não alcança. ─ Okey, eu só vou passar minha perna aí... Concordei em resposta, sabendo que se falasse, minha voz provavelmente revelaria a atração que estava tentando manter escondida. Ela esticou a perna esquerda por cima da grade e então torceu o corpo dela como se fosse saltar o topo de uma cerca. Ela levantou e manteve-se firme, e quando estava no lado oposto, os dois pés na plataforma, ela me deu uma olhada. Eu podia sentir a adrenalina correr nas veias dela. Nossos pulsos foram misturando e por dois segundos, pensei que daria um beijo nela. Mesmo com todos vendo. ─ Pode soltar agora, - ela disse, mudando o seu olhar de meus lábios até meus olhos. Eu bati de volta à realidade como um elástico, soltei sua cintura e tomei dois passos. Um passo não teria sido suficiente. Um passo significava que ainda poderia inclinar-me e beijá-la. Dois passos devolveram-me o controle. 80


─ Vamos lá, Dean! Vou pular com ou sem você! - Zoe gritou. Eu ri e pulei a grade em um salto limpo. ─ Okey, salto em um, - Julian gritou. ─ Três. Eu alavanquei meu corpo sobre a água verde azulada e respirei. ─ Dois! ─ Oh, Jesus, isto é estúpido - Lily sussurrou ao meu lado. Meu coração acelerava como se ele estivesse tentando lutar no meu peito. ─ Três! - Julian gritou. Eu dobrei meus joelhos, alcancei a mão da Lily e puxei para fora da borda comigo. Ela soltou um grito selvagem quando voávamos através do ar. A água correu ao nosso encontro e segurei minha respiração antes de cairmos através da superfície. A água fria tomou conta de nós e deixei à mão da Lily ir, então poderia chutar de volta à superfície. Endorfinas furaram meu sangue, misturando com a adrenalina de poucos segundos de voo. Eu tinha tomado o salto centenas de vezes, mas nunca enquanto estive conectado a outra pessoa. Eu quebrei a superfície e inalando uma respiração profunda. Julian e Josephine já estavam chutando de volta para as escadas de mergulho e Zoe estava escalando a plataforma de mergulho. Lily estava longe de ser encontrada. Eu girei em um círculo, maldizendo o fato de que estávamos nadando fora da costa de Nova Iorque e não no Caribe. A água estava muito escura para ver abaixo da superfície e por dois segundos temi que não fosse capaz de encontrá-la se ela tivesse se machucado durante o salto. Chupei em uma respiração profunda, preparando-me para voltar para procurar por ela, assim quando seu cabelo loiro quebrou a superfície. Ela tossiu água e empurrou o cabelo de volta para fora de seu rosto, irritada, mas aparentemente ileso. ─ Você está ok? - eu perguntei, nadando mais perto. Seus olhos abertos se viraram para mim e ela estendeu uma mão, usando a outra para nadar. ─ Não. Chegue. Mais. Perto. - Ela enunciou cada palavra como se ela fosse cortar minha cabeça se não acatasse seu aviso. ─ O que está errado? 81


Eu remei mais perto e seus olhos inflamavam com o aviso. ─ DEAN. Não chegue mais perto. Foi quando notei que ela estava tentando desesperadamente se esconder. Oh, merda. ─ Meu top saiu quando eu bati na água. Ela digitalizou a água ao seu redor, frenética. E eu? Eu tentei o meu melhor para manter o sorriso fora do meu rosto.

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CAPÍTULO 20 Lily ─ Todos, virem-se! - Eu gritei. ─ Deus me ajude! Julian ajudou a puxar Jo fora da água, e ela entrou em colapso em um ataque de riso na plataforma de mergulho. Julian cobriu os olhos com uma mão e inclinou-se para baixo, para puxá-la com a outra. ─ Não consigo ver nada! Eu juro. Só vou voltar para a cozinha. Josephine ficava uivando com riso, não é possível mesmo recuperar o fôlego. Iria matá-la assim que encontrasse meu top do biquíni. Diabos, talvez tivesse apenas que estrangulá-la com isso. Zoe atualmente foi a única pessoa do meu lado. Tanto quanto eu estava preocupada, Jo estava morta para mim. Ela e o Dean, ambos. Quando me virei de volta, ele ainda estava dentro da água alguns metros longe de mim, completamente imperturbável pelas minhas ameaças de morte. ─ Eu te odeio. Ele inclinou sua cabeça e um pequeno sorriso estendeu através de seus lábios. ─ Não vejo nada. ─ Você está mentindo, - disse, olhando para baixo para confirmar que meus seios estavam abaixo da superfície. Cada vez que a corrente oceânica sacudiu-me de cima a baixo, eu temia que sairiam, para a alegria do Dean. Ele balançou a cabeça. ─ Não adianta procurar seu top. Você vai se afogar tentando encontrá-lo. Eu gemia e olhei de relance para o barco. ─ Josephine! Jo! Você pode parar de rir por dois segundos e me ajudar? Ela era absolutamente inútil. ─ Lily. - Ela respirava através do riso. ─ Eu vou ajudar, deixe-me - ela não podia nem terminar uma sentença sem entrar em erupção em outro ataque de risos. A sensação de queimação nos meus braços estava se tornando mais difícil de ignorar; Não podia nadar por muito mais tempo. ─ Josephine! Isso não tem graça! Um tubarão está provavelmente cheirando meu top de biquíni e decidindo que quer me comer no almoço! 83


Dean gemeu. ─ Pela última vez, não há tubarões. Eu me virei e... DEUS O AMALDIÇOE. Ele estava mais perto do que nunca. Não tive escolha. Tive que nadar até o barco e sair sem meu top de biquíni. Josephine não ia tirar sua bunda ossuda e ajudar-me. Eu sucumbia ao meu destino e me afogava ou saia e deixava Dean ver meu corpo, o que mudaria nossas vidas, arruinando-o assim para todas as futuras mulheres dali em diante. (Okey, talvez estivesse estimulando-me acima um pouco). Comecei a remar para o barco, já respirando pesadamente de ter que nadar por tanto tempo. Dean nadou passando por mim, alcançou a escada e puxou-se acima e para fora, tudo antes de chegar perto do barco. Exibiu-se. Seu bronzeado, peito liso brilhava no sol quando ele se inclinou para baixo para minha mão. ─ Consigo sair sozinha, - disse, cobrindo meu peito com um braço e usando o outro braço para nadar cachorrinho mais perto da escada. Foi devagar, mas achei que chegaria lá. ─ A escada não é estável. Deixa de ser difícil e só deixe-me ajudá-la, argumentou. Eu? DIFÍCIL? Que Deus me ajude, ele ia comer suas palavras quando chegasse aquela plataforma. ─ Eu tenho braços fortes. Vire-se e deixe-me levantar. ─ Lily - Basta. O fogo nas minhas veias não teve nada a ver com a água e tudo a ver com minha raiva em direção a Dean. Eu estava encostada na escada, logo abaixo de onde ele estava pairando sobre a plataforma. Eu tinha um braço precariamente enrolado no meu peito e o outro braço desesperadamente tentando me manter à tona... Que me deixou com zero armas para alcançar a escada. Foda-me. Eu tive que aguentar e esperar ele sair. Eventualmente ele ficaria entediado e iria para dentro, e eu poderia me levantar para fora em seguida. Os músculos do meu braço começaram a doer mais do que nunca, cãibras como se tivessem ouvido meus pensamentos e estava desesperadamente tentando convencer-me a abortar o meu plano. Minha dor deve ter se mostrado no meu rosto porque Dean curvou-se mais baixo, muito irritado em lidar com meus disparates por mais tempo. ─ Lily, vou ajudá-la. Você pode xingar o quanto que quiser, mas não vou deixar você se matar, porque você tem medo que eu veja seus seios. Tentei alcançar a escada com o meu braço de natação, assim quando senti as mãos segurando meu bíceps. Ele puxou meu braço longe onde cobria meu peito e içou-me fora da água, como se fosse levantar um saco de gomas. Nem tive tempo 84


para compreender plenamente o fato de que meus seios estavam em plena exibição antes de sentir um pé tocar a borda da plataforma. Eu estava na terra novamente! Eu não ia morrer! Infelizmente, excitação se ajustou na hora certa. Quando eu tentei configurar meu outro pé para baixo na plataforma, o chão saiu debaixo de mim. Dean tentou segurar-me, mas já estava tremendo para frente como um peixe. Não me separei dele, porque ele ainda estava me prendendo com seus braços. Caí em câmara lenta, confiante que minha cara estava prestes a fazer contato com a plataforma dura, quando em vez disso, eu aterrei o rosto primeiro contra a virilha do Dean. Espere. Deixe-me esclarecer. Eu tinha ido da borda da plataforma de mergulho em Dean, segurando-me como uma boneca de pano, e quando eu escorreguei, meu rosto bateu no pacote dele com força suficiente para deixá-lo branco de dor, se você me entende. Eu tinha certeza que tinha quebrado o pênis do Dean. Olá, Deus? Sou eu, Lily. Se não for muito incômodo, você teria um tubarão saltando para fora da água e me comer? Eu realmente gostaria de morrer rapidamente e indolor, de preferência uma que não envolva mais minha cara colidindo com a virilha do Dean. Dean soltou um gutural gemido, soltou os braços e desabou sobre a plataforma de mergulho. Ele fechou os olhos balançou de um lado a outro com os joelhos dobrados. Eu me levantei e inclinei-me sobre ele, segurando os ombros em minhas mãos. ─ Oh, meu Deus. Eu sinto muito! Desculpe-me! Um de seus olhos abriu-se e ele balançou a cabeça, incapaz de falar. Claramente, eu tinha causado danos sérios. ─ Precisa de um pouco de gelo? Devo soprar nele? Ele riu e então gemeu novamente. A piada foi grosseira, na melhor das hipóteses, mas precisava de uma maneira de medir o quanto ele foi ferido. ─ Ok, bom, se você pode rir, então você não vai morrer. Ouvi passos na escada e olhei para ver Josephine, descendo de dois em dois degraus de uma vez. Com toda a emoção, nem tinha notado que ela tinha deixado a plataforma de mergulho. ─ Eu tenho isso! Aqui, Lily, eu tenho algo para você vestir!

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Eu olhei de relance para o meu peito, lembrei que estava nua e então pulei de Dean. Jesus, tinha feito apenas o papel de enfermeira vadia muito bem. Por favor, deixe-me ajudá-lo enquanto coloco meus seios no seu rosto. ─ Seu pervertido! Você poderia ter me lembrado que eu estava de topless Eu disse, segurando meus braços sobre meu peito. Dean abriu os olhos e olhou para mim. ─ Sim, desculpe-me, eu estava um pouco ocupado tentando não vomitar de dor. Josephine empurrou uma coisa vermelha brilhante na minha frente. ─ Aqui, coloque isso. Uma pessoa normal poderia ter pegado uma camisa ou uma toalha. O que a Josephine pegou? Um colete salva-vidas gigante, inchado, o tipo que você encontra nos pedalinhos. Ele cobriria meus seios, mas não o suficiente. ─ Sério, Jo? Sério? Ela olhou para mim, esperando eu me levantar. ─ O quê? Foi a única coisa que eu consegui encontrar. Coloque. Eu suspirava. Isso não me cobre completamente, mas era melhor do que nada. Eu me afastei do Dean e puxei-o rapidamente sobre minha cabeça. Eu arrumei as fivelas na frente do meu peito e apertei o cinto preto tão apertado quanto poderia. Quando me virei, Dean estava olhando para mim com uma expressão vazia. ─ O quê? - Eu perguntei, olhando para baixo, para confirmar que o colete salva-vidas estava me cobrindo. Josephine riu. ─ Ele provavelmente está apenas recordando suas fantasias de infância da Playboy. Ele balançou a cabeça e empurrou para cima para ficar de pé. Ele se elevou sobre mim, alto e magro. Senti o cheiro do ar do oceano misturado com seu sabonete. ─ Mais para Baywatchii, - ele corrigiu com um pequeno sorriso. Eu gemia com embaraço. ─ Podemos apenas fingir que não viu nada disso? Eu implorei. Ele arqueou uma sobrancelha e encontrou meus olhos. Havia uma emoção escondida atrás de seu olhar que não tinha visto antes, pelo menos não por ele. ─ Não é possível, - disse ele, balançando a cabeça. Eu assisti ele pelas escadas até o convés e percebi que a tensão entre nós dois não estava 86


desaparecida. Nosso tempo juntos no barco tinha transformado isso em algo muito mais difícil de controlar...

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CAPÍTULO 21 Lily Depois do barco do inferno, eu sabia que seria difícil ver o rosto Dean no trabalho. Eu fiquei na cama até tarde no domingo, tentando recriar minha memória dos acontecimentos do dia anterior. Às vezes, podia me convencer que tinha parecido legal e sexy com meu colete salva-vidas e então outras vezes que meu cérebro repetia o momento quando meu rosto colidiu com a virilha do Dean de novo e de novo como um vídeo em repetição perfeita que parecia nunca acabar. Quando verifiquei meu e-mail naquela noite e vi o nome do Dean, eu meio que esperava a linha de assunto para ler "Obviamente, você está demitida".

De: Dean Harper Para: Lily Black, Julian Lefray, Zoe Davis, Hunter Smith Assunto: LVRW

Como vocês sabem, nós temos uma semana muito ocupada chegando. Partimos para LVRW na quarta-feira, então eu gostaria de ter uma reunião na minha casa amanhã de manhã. Abordaremos o voo, acomodações e nossos horários nos dias que estaremos em Las Vegas. Meu

endereço

está

abaixo.

Vamos

começar

às

09:30.

D. Harper

Não há Nenhuma menção de como a região da virilha estava cicatrizando. Aceito isso como um bom sinal.

***

88


Eu estava na porta do Dean e bati, mas ninguém atendeu. Eu toquei a campainha, mas parecia inútil. Sua porta era preta, brilhante e sólida. Não havia janelas para espiar e as janelas ao longo do saguão eram escuras. Eu girei em círculo, tentando decidir se estava na casa correta. Sua moradia de Upper West Side foi dobrada em uma fileira de casas senhoriais. No fim do quarteirão, eu tinha passado uma lanchonete de bairro com tabelas francesas modernas e videiras de Hera que pareciam que tinham vindo a crescer nos últimos cem anos. Eu quase tinha parado para um café com leite, mas não queria me atrasar. Agora, no entanto, parecia que o café com leite teria sido útil. Eu bocejei e tentei cobri-lo, dizendo ao menos que eu não estava realmente tão cansada como me sentia. Sono tinha sido difícil nas últimas duas noites. Eu tinha enchido meus dias de trabalho, mas à noite, quando minha cabeça batia em meu travesseiro e tive um momento a sós com os meus pensamentos, eu repeti meus encontros com Dean. A maneira que nós lutamos, a maneira que ele me enfureceu, a maneira que ele me intrigou. Eu não conseguia decidir onde ele se encaixa no diagrama da minha mente. No lado esquerdo, tinha gente que eu odiava e à direita, eu tinha as pessoas que eu amava. Bem no meio, em uma categoria de sua própria atitude, havia Dean Harper. Eu tentei a campainha pela segunda vez e, então, cheguei para a maçaneta da porta. Estava destrancada. Empurrei a porta aberta e pisei em seu hall de entrada. ─ Olá? Eu levei um passo hesitante para frente e falei. ─ Dean? Meus sapatos ecoaram através do assoalho de mármore preto e branco. Sua casa, pelo que pude ver, era imaculada e projetada para ser uma casa conceitual. A porta de entrada era uma sala circular redonda com um lustre preto pendurado acima de uma mesa preta envernizada. Havia elementos formais, como o lustre e sancas, intercaladas com detalhes masculinos. A bicicleta dele pendurada no corredor que leva da porta de entrada à uma grande escadaria esculpida à mão. Fotos penduradas na parede perto da porta de entrada; versões ampliadas de Dean enquanto bebê conforme eu me aproximava. Deslizei de meus saltos, imaginei que Dean provavelmente tinha uma política de não sapatos em casa e pisei mais perto para a primeira foto à minha esquerda. Dean era jovem, talvez com um ou dois anos, sentado num cavalo de balanço, usando uma fralda, botas de cowboy e um chapéu de cowboy. Sua barriga gordinha me fez sorrir quando me mudei para a próxima foto. Dean era mais velho que na primeira, com dentes de coelho e uma tigela irregular. Seu cabelo loiro era brilhante, quase branco e ele tinha suco de picolé espalhado em seu rosto, enquanto ele se sentava ao lado de um homem velho em um trator. O 89


velho estava acenando para a câmera, mas Dean estava olhando para ele, encantado. Eu fiz a varredura através do resto das fotos na parede, tendo em Dean com aparelho e Dean no dia da graduação da faculdade, cercado por seus entes queridos. Andei de volta para a mesa na entrada, intimidada demais para aventurar-me em qualquer uma das outras salas no primeiro andar. Havia uma pilha de cartas sobre a mesa, principalmente envelopes com contas, catálogos e o que ele ainda tinha para reciclar, mas empilhado no topo, havia um postal colorido com uma foto de uma enorme caverna e abaixo as palavras "Maquoketa Caves Park". Olhei para andar de cima, ouvindo passos e então virei o cartão postal.

“Dean”. Sei que você acabou de visitar, mas não resisti a enviar-lhe um cartão postal de seu parque favorito. Fiz seu pai ir até a caverna mais cedo. Ele fingiu odiar, mas sei que ele se divertiu. Talvez da próxima vez que você voltar poderemos visitar e acampar aqui, como nos velhos tempos. Te amo “Mãe”

─ É da personalidade de um casas dos seus amigos e bisbilhotar sua correspondência?

texano invadir as

Eu engoli e olhei de relance para ver Dean em pé no topo da escada. Seu maxilar era um paraíso limpo e seu cabelo tinha brilhado, momentaneamente, persuadindo os fios ondulados em sua apresentação. Sua gravata vermelha sentou-se no centro da camisa branca passada e seu terno casaca caiu nele como uma luva. Parecia que ele tinha o mundo inteiro sob seu comando... Começando comigo. ─ Eu toquei a campainha, - expliquei-lhe com uma voz trêmula. Ele começou a descer as escadas, arrastando a mão ao longo do trilho liso. Seus olhos escuros ficaram em mim. ─ E então, eu chamei seu nome. Ele arqueou uma sobrancelha, mas ficou em silêncio.

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─ A porta estava destrancada, - disse, apontando para a porta como se ela fosse confirmar minha história. Ele desceu da escada para o piso de mármore, arrastando seus olhos sobre minha roupa. Eu olhei para baixo. Meu vestido era preto e justo com um decote doce no coração. Eu tinha enfiado um casaco de lã na minha sacola com planos para colocá-lo antes que eu tivesse chegado. Sem ele, o vestido estava um pouco demasiado ousado para o trabalho. Havia muita pele exposta em meu pescoço e peito se Hunter fosse estar por perto. ─ A reunião não começa até 09:30. Eu estava tomando banho, - ele explicou, chamando minha atenção de volta até ele. Cheguei para o casaco de lã creme. Seu olhar seguindo o tecido quando puxei-o sobre os meus ombros. ─ Então eu que li seu e-mail errado. Ele bateu os dedos contra a mesa duas vezes e depois recuou. ─ Vamos lá. Vamos esperar pelos outros na cozinha. Preciso de um café. Eu segui atrás dele, incidindo sobre o piso de madeira preta que começou perto da porta de entrada. Passamos por sua bicicleta pendurada na parede como uma instalação de arte moderna e então viramos a esquina para a cozinha, à esquerda da escada principal. Os assoalhos de madeira escuros estenderam-se até o quarto, mas que foram compensados com armários cinza claro e bancadas de mármore Carrera. Cada dispositivo que eu sonhei em ter na minha futura cozinha estava em plena exibição dentro da cozinha do Dean. Uma geladeira de restaurante estava ao lado de uma máquina de café expresso embutido e juro por Deus, meu coração vibrou um pouco com a visão da batedeira auxiliar de cozinha preta. ─ Expresso? - ele perguntou, Eu franzi meu nariz. ─ Café com leite? Ele assentiu quando mudei ao redor da ilha grande, dando-lhe espaço para se mover. Parecia não haver nenhum limite para seus talentos. Barman, barista, velejador, dono de restaurante — o talento tinha que acabar em algum lugar, certo? Provavelmente no quarto. Eu deslizei numa banqueta abaixo da ilha e sentei enquanto o vi trabalhar, deixando minha pergunta enraizar-se em minha mente. Dean tinha todas as coisas que um bom amante deveria ter. Ele mudou-se e falou com total confiança. Ele tinha um corpo de matar de tanto exercício, o que também ajudaria com resistência no quarto. Ele inclinou-se para ver na parte de trás da geladeira dele e eu sorri com sua bunda. Ainda outro bônus. Experiência no quarto importava também, mas isso não era algo que eu pudesse descobrir olhando para ele. 91


─ Vai a muitos encontros, Dean? - Eu perguntei, deixando meus pensamentos infiltrar-se fora antes que eu pudesse detê-los. Ele olhou para longe de sua geladeira. Um ombro revestido armado deu lugar ao sorriso de lábios e olhos curiosos. ─ Terei que colocar você ao lado de Hunter por assédio sexual? Eu ri. ─ Essa pergunta não foi o assédio. Ele tirou a caixa de leite da sua geladeira e colocou na ilha à minha frente, precisamente e pensativamente. Eu podia ver as veias em suas mãos, evidência de um treino de manhã cedo, sem dúvida. ─ Não é como se você tivesse que provar algo para mim, - eu continuei. ─ Eu só estava pensando... Deixei a segunda metade da frase atrasar-se, de repente, sentindo-me muito nervosa para expandir em meus pensamentos. ─ Pensando o que? Seus olhos me desafiaram a ser honesta e eu nunca tinha sido boa em recusar um desafio. ─ Parece que caras como você — os poderosos idiotas do mundo — são supostos realmente serem muito bons na cama. - Seus olhos se arregalaram ligeiramente, e jurei que o vi apertar os músculos em sua mandíbula. Ele apertou as mãos na borda da ilha e inclinou-se, olhando na minha mira. ─ E qual foi sua experiência? Eu balancei minha cabeça. ─ Eu só estive com rapazes da minha idade. ─ Então? Dei de ombros. ─ Na faculdade, qualquer um pode ser um garoto rico, com um grande ego e talão de cheques do papai. Outra coisa é inteiramente ser poderoso por conta própria. Suas narinas se alargaram e então ele empurrou-se para trás do balcão. ─ Bem, se alguma vez quiser por a prova a tua teoria, sabe onde me encontrar. Eu ri. Ele estava brincando. Ele tinha que estar brincando. 92


Certo? Eu abri minha boca para esclarecer... mas a campainha tocou antes de mim . Alto, desagradável e horrivelmente cronometrada.

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CAPÍTULO 22 Dean Eu dei a volta na esquina de volta para minha casa, mas em vez de abrandar, passei por minha varanda e continuei. Minha corrida tinha acabado, mas o fogo dentro de mim não foi dominado. Meu problema com a Lily nem de perto estava resolvido. A reunião na minha casa no dia anterior tinha ido à merda dentro dos primeiros cinco minutos. A equipe reuniu-se em torno de minha cozinha, então revemos itens finais para Las Vegas, mas o tempo todo, eu podia sentir o olhar curioso de Lily em mim. Ela tinha sentado na minha mesa da cozinha, acabando com as minhas palavras em sua cabeça e fazendo-as parecer mais do que tinham sido. O desafio que eu tinha falado antes de todo mundo chegar tinha sido uma piada. Nada mais. Eu poderia ter esclarecido isso, mas em vez disso, iria deixá-la ficar entre nós, sufocando a sala com perguntas. Eu ainda poderia chegar até ela e esmagar o convite. Eu tinha o endereço dela, seu número de telefone celular e o e-mail dela, mas algo me segurou. Era algo que me fazia querer continuar correndo.

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CAPÍTULO 23 Lily Eu fui em frente à casa do Dean, sabendo muito bem que eu não deveria estar do outro lado da rua da casa dele. Era a noite anterior à nossa suposta viagem em que iríamos para Las Vegas. Eu tinha um voo às 08:00, algumas coisas para arrumar e pelo menos mais cem razões do porque eu não deveria ter ido olhar a porta preta envernizada do Dean. Todo o dia, eu tinha repetido suas palavras em minha mente. Todo o dia, eu tinha recuado e discriminado a ler nas entrelinhas. Corri pelo Central Park com meu Ipod estridente e ainda, as palavras do Dean tocaram mais alto. Eu fiquei na fila em uma loja de café e tentei encontrar um cara solteiro que era tão atraente quanto o Dean. Tão irritante. Tão mandão. Como um desafio. Comi em um restaurante recém-inaugurado para o almoço, na esperança de revê-lo para meu blog, mas eu tinha acabado meu sanduíche sem registrar um único sabor. Dean tinha me enrolado em torno dele com uma única frase. “Bem, se alguma vez quiser pôr a prova a sua teoria, sabe onde me encontrar” Foda-se ele. Eu puxei meu telefone da minha bolsa e Jo mandei uma mensagem.

Lily: Estou prestes a fazer sexo em Nova Iorque pela primeira vez... Jo: Uau! Por favor, diga-me de que não vai ser com Nelson Hobo. Lily: Dean. Jo: Espere. Espere. Espere. ABORTAR. Atende ao telefone.

Então ela ligou então, iluminando a minha tela com a foto dela. Eu a ignorei. Não estava à procura de sua bênção; Eu só queria que ela soubesse onde encontrar-me no caso de Dean e eu acidentalmente matarmos um ao outro. Eu coloquei meu telefone de volta na minha bolsa quando continuou a tocar. Chamada de telefone. Correio de voz. Chamada de telefone. Correio de voz. Jo não pararia até que eu pegasse. Em vez disso, eu tomei meu primeiro passo em 95


frente quando meu coração começou a bater no peito, muito difícil de passar despercebido. As luzes estavam apagadas na casa dele. Pelo que sei, ele não estava em casa. Ainda assim, eu tinha que tentar. Em uma experiência fora do corpo, eu assisti meus calcanhares ascenderem ao topo da sua varanda e estava na porta dele e não tinha para onde ir mais para a frente. Eu estendi a mão e toquei a campainha. Podia ouvi-la badalar dentro, ecoando em todo o piso em mármore. Meu estômago mergulhado e de repente senti medo e de repente eu não tinha certeza de que isto era uma boa ideia. Eu segurava meu estômago. Meu telefone ficou vibrando com avisos de Josephine e senti-me como se fosse vomitar. Dei um passo atrás, preparada para o raio. Minha garganta ficou apertada e minhas pernas estavam fracas. Eu só precisava sair de sua varanda e então poderia sentar e respirar e repreender-me por ser tão monumentalmente idiota. E então a porta se abriu lentamente e Dean estava ali com a pouca luz de sua casa e eu estava absolutamente em minha cabeça. Ele não disse uma palavra, apenas ficou lá, sem camisa, bronzeado e surpreso em me ver. As calças de cordão preto estavam frouxas, segurando seus quadris e desafiando a lei da gravidade. Eu podia ver uma lasca de cuecas Calvin Klein e logo abaixo um V de Adonis afiados que cortaria seus abdominais tanto que parecia quase doloroso. Seu cabelo era ondulado e rebelde, assim como o meu... e de repente não me sinto doente e de repente eu tinha certeza que isso tinha sido uma boa ideia. ─ Lily? Ele falou meu nome como se fosse uma pergunta. Eu sabia a resposta. Eu balancei minha cabeça e adiantei-me, pressionando as mãos no peito dele e empurrando-o de volta para sua casa. As mãos dele encontraram meus quadris. Ele agarrou meu top de treino e amassou o material em suas mãos, para que ele pudesse sentir minha pele por baixo. Não pensei em mudar antes de vir; Eu estava um caco, suada do meu treino e de correr ao redor da cidade todos os dias. Meu collant estava manchado com café e eu teria tomado banho se tivesse sequer pensado na verdade que poderia estar lá, na frente de Dean e aceitar o seu desafio. Havia dois segundos onde eu tinha o controle. Eu tinha pegado ele de surpresa por aparecer em sua porta, mas ele se recuperou rapidamente, puxandome mais profundo em sua casa e tornando-se muito mais difícil de duvidar da minha decisão. “Bem, se alguma vez quiser por à prova a sua teoria, sabe onde me encontrar”. 96


CAPÍTULO 24 Dean Eu sabia que isso ia acontecer. Sabia que ao jogar com Lily, testando-a e provocando-a, eventualmente ela morderia de volta. Sua mordida não era dolorosa. Foi um sonho maroto que sangrou em horas de vigília. A parte superior do top e leggings foram espalhadas por sua pele para que eu pudesse ver cada curva que se escondia por baixo. No segundo em que as mãos dela bateram no meu peito, eu sabia que ela queria. Eu tinha realmente meio que brincado no dia anterior, mas deveria saber que Lily iria aceitar um desafio meio que jogado. Ela era um pouco mal-humorada. Ela pensava que ela sabia do mundo e ela pensava que poderia aparecer à porta de um homem à noite. Uma ingênua do caralho. Ela arrastou as unhas no meu peito e eu agarrei seus quadris, espremendo através do material fino. Chegaríamos até ao meu quarto, mas parecia meio mundo de distância, e precisava dela ali. No hall de entrada, sobre o mármore frio. Chutei a porta fechada e arranquei seu top preto do corpo. Seus olhos brilhantes eram do tamanho de pires. Seus lábios estavam carnudos e rosa. Nós não tínhamos sequer nos beijado ainda, mas pela manhã, aqueles lábios estariam vermelhos e inchados. Ela teria que colocar protetor labial sobre eles por dois dias seguidos e toda vez que ela o fizesse, ela lembraria de quando abaixei e roubei aquele primeiro beijo, segurando seus quadris e puxando-a para mim. Quando nossas bocas se conectaram, ela gemeu, e os quadris dela moeram contra o meu. A língua dela passou por meus lábios e minha cabeça, eu inclinei trazendo-a mais perto. Ela cheirava bem, como chiclete de canela. Eu sorri. Ela tinha planejado isso. Ela tinha mastigado o chiclete no caminho. Ela pensou em mim todo o dia. Ela queria que eu delizasse minha mão ao longo da borda de suas calças, exatamente como eu estava fazendo — para baixo através do limite de seu estômago, do quadril e de volta novamente. O estômago dela tremia sob meu toque e sua boca caiu aberta para que ela pudesse arrastar os dentes ao longo do meu ombro. Ela queria que eu soubesse que ela gostou. Claro que sim, Lily. Você me disse, que nunca fodeu com alguém que sabia o que estava fazendo. Deslizei minha mão sob o cós de suas calças e então mais abaixo, arrastando o dedo ao longo do exterior de sua calcinha. Eu a tive em minhas mãos, tão completamente aberta para mim. Ela suspirou contra mim, mantendo seu foco no meu ombro. 97


Tímida. Ela não conseguia me olhar nos olhos quando eu deslizei meu dedo passando na bainha de sua calcinha. Ela mordeu mais forte no meu ombro, e eu segurei seu peso. Ela ficou em massa... E se eu a soltasse, ela cairia para uma pilha no chão. Apoiei-nos até a parede, mesmo entre minhas fotos emolduradas. Escorreguei minha mão fora de suas calças e puxei-as para baixo, levando à vista de seu corpo nu. Ela era pequena, com seios rosados e esbeltos e os quadris que não deveriam ter sido visíveis. Ela parecia tão jovem ali que eu tirei um passo para trás, arremessado por um circuito. Eu fiz a varredura em toda a sua pele bronzeada, memorizando a sarda que sentou duas polegadas acima do seu mamilo esquerdo. Agora era a minha sarda. Uma parte secreta da pele que não tive tempo para notar no iate. ─ Dean? - Ela falou com uma voz trêmula. ─ Estou tomando a pílula. Se isso é o que você está preocupado... Ela pensou que eu não a queria. Ela pensou que eu estava pisando fora para sempre. ─ Quantos anos você tem, Lily? ─ Era a parte de perguntas, ou parte delas. ─ Vinte e Três. Dez anos de diferença. ─ Com quantos homens você esteve? Ela estendeu a mão e agarrou a minha calça, usando-as para puxar-me em sua direção. Ela era um lobo em pele de cordeiro. ─ O suficiente para saber como isso funciona. Você vai tirar as calças e empurrar-me de volta contra a parede. Talvez você vá segurar minhas mãos acima da cabeça, ou talvez você vá segurar o meu peito. Sei que você me quer, Dean. Ela escorregou a mão por baixo do cós da minha calça e agarrou-me, forte. ─ Pare de me fazer esperar. Foda-se ela. Eu tinha planejado a fixação na parede, mas não mais. Ela não estava no controle; Ela pode ser uma leoa jovem mal-humorada, mas eu era um leão. Empurrei minha calça, agarrei a mão dela e puxei-a de cima de mim. Sua boca caiu aberta em estado de choque, mas não houve tempo para ela questionar minhas ações. Eu já estava levantando-a, forçando suas pernas em volta da 98


minha cintura. Eu tive que lutar contra a vontade de gemer. Ela parecia como o céu e ainda nem mesmo estava dentro dela. Nós andamos no andar de cima, em direção a meu quarto, mas não foi por motivos românticos. Eu precisava de vantagem. Eu precisava da minha cama para poder prender meu corpo sobre ela e o ângulo dentro dela estar tão profundo que a cabeça dela rolaria de volta e ela tivesse que morder o lábio para não gritar. O último pensamento coerente que tive naquela noite foi quando eu estava no final da minha cama, encarando uma Lily espalhada através de meus lençóis azuis. Ela era um mar de cabelos loiros e os lábios cheios, rosa. Eu ia me perder nela, mais do que me perdi em alguém antes. Ela sorriu e arqueou uma sobrancelha. ─ Precisa de ajuda com isso? Estava segurando a camisinha na minha mão e olhando para ela. Eu balancei minha cabeça. Dizem que se você não tiver certeza se uma amora é venenosa, deveria tocálo primeiro, esfregar na sua pele e ver se você tem uma reação física. Depois disso, dar uma lambida e esperar um dia. Ainda respirando? Dê uma pequena mordida. Se você não estiver morto, então, a amora é provavelmente segura para comer. Eu temia que Lily fosse venenosa. Eu temia que ela fosse fazer meu coração parar, mas em vez de testar seu toque e degustá-la lentamente, eu escorreguei nela até suas unhas escavarem minhas costas. Eu mordi o lábio tão forte quando ela veio que eu provei o sangue na minha boca. Pelo que sabia, eu tinha horas de vida. Pelo que sabia, Lily seria a minha morte. Eu sorri para o pensamento. Que maneira de morrer...

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CAPÍTULO 25 Lily

ACORDEI com um início de um quarto escuro, deitada sobre os lençóis mais macios que já senti na minha vida. Estou morta? Isto é uma nuvem? Eu inalei uma respiração profunda e olhei à minha direita. Dean estava deitado de bruços ao meu lado. Seu rosto estava inclinado na minha direção e metade amassada contra o travesseiro dele, mas ele ainda era a coisa mais pitoresca que eu já tinha visto. O luar iluminou um conjunto de desvanecimento de marcas de dentes em seu ombro. Os meus. Eu sorri para a memória, escorreguei o lençol das minhas pernas e pressionei-ne para fora de sua cama. Um rápido olhar sobre o relógio de cabeceira anunciou o tempo em números vermelhos brilhantes: 04:30. Na ponta dos pés em seu quarto, plenamente ciente da minha nudez. Minhas pernas doíam e houve uma leve contusão no lado esquerdo de minhas costelas. Dean foi duro, às vezes, apenas o suficiente para me emocionar, mas mesmo assim, eu sabia que estaria sentindo os efeitos colaterais pela manhã. Corei apenas de pensar. Eu abri sua porta o mais silenciosamente possível e não me incomodei em olhar para trás. Eu o veria no aeroporto dentro de algumas horas de qualquer maneira. Minha legging e regata ainda estavam no chão de mármore da porta de entrada, emitindo julgamentos sobre mim enquanto eu descia a escada. Tive sexo casual antes, mas nada sobre a noite passada tinha sido casual. Eu coloquei a minha roupa, aguardando qualquer sinal de Dean. Não é que eu não queria vê-lo, só precisava de cinco minutos para organizar meus pensamentos. Vim à sua casa por um capricho, supondo que eu teria realmente bom sexo e então sigo meu caminho. Em vez disso, Dean tinha alcançado dentro e espalhados pedaços de mim em toda a sua casa. Minha sanidade, sentada na varanda da frente, meu autocontrole foi espalhado através de sua porta de entrada, e meu coração estava ali na cama dele, também presa em lençóis dispersos para encontrar. Andar pelas ruas de Nova Iorque às 04:30 não estava na minha lista, mas não tive escolha. Não havia nenhum táxi perambulando pelas ruas de Upper West Side e tinha muito medo de descer para as estações de metrô. Eu já tinha andado duas milhas ao sul antes que eu me lembrei do Uber. Uber, porra. Eu pedi uma carona no app e alguns minutos depois uma pequena mulher romena com um lenço na cabeça parou na minha frente em um carro branco. 100


─ Você é Lily? - ela perguntou com um forte sotaque. Assenti com a cabeça, entrando em seu banco de trás e digitando o meu endereço. Ela olhou em volta digitalizando a minha roupa. ─ Você sempre corre assim tão cedo? ─ Não. Ela se desviou para fora em um tráfego sem olhar — e estava tudo bem, desde que nós éramos o único carro na estrada — e então olhou para mim. ─ Bom. É ruim para os joelhos, correr. Olhei pela janela. Você sabe o que é ruim para os joelhos? Envolvê-los em torno dos quadris de Dean Harper. Quando cheguei ao meu apartamento, eu estava pronta para uma noite inteira de sono. Eu queria rastejar para meu futon3 e entocar-me debaixo dos lençóis tão fundo que eu nunca despertaria novamente. Infelizmente, quando empurrei a porta aberta, eu fui cumprimentada por uma Josephine bem acordada e frenética. ─ Sua idiota! Sua idiota! - Ela disse, acenando uma espátula no ar como se fosse me acertar com isso. Ela nem tinha dormido? Ou ela ficou acordada a noite toda, porque eu não atendi as ligações dela? Eu deixei minha bolsa na mesa perto da porta e balancei minha cabeça. ─ Não pode estar com raiva de mim por ter dormido com o Dean. Seus olhos se arregalaram. ─ Eu não estou louca por isso! Estou zangada porque você acabou de entrar em casa sozinha às 04:30. Dean me chamou há vinte minutos atrás, exigindo saber onde você estava. Meu coração parou. ─ Ele chamou? Esta manhã? Ela estreitou os olhos e me estudou. ─ É claro. Você saiu, e ele não tinha ideia de onde você foi. Isso foi uma estupidez, Lily. Saber que ele tinha acordado, sabendo que ele se importava que saí sozinha fez algo estranho ao meu coração. A parte doente e egoísta de mim queria que ele se preocupasse comigo. Josephine suspirou e voltou para a cozinha, e finalmente, registrei o cheiro das panquecas frescas. Isso explica a espátula.

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É um modelo de colchão

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─ Não é como se eu pudesse sair procurando por você, - ela disse, respondendo a minha pergunta não dita. ─ Então eu decidi fazer o café para quando chegasse aqui." Eu sorri e caminhei mais perto da cozinha. ─ Eu poderia ter morrido nas ruas, e você estaria aqui, apreciando suas panquecas fofas. Ela olhou para mim, ainda chateada. ─ Panquecas me acalmam. Contorneu em torno do balcão, deixei cair minha cabeça no ombro dela e pisquei minha melhor tentativa de olhos de cachorrinho. ─ Lembra quando eu cuidava de você naquela noite que você estava super bêbada no mês passado? Quando caiu numa vala e não conseguiu sair? Ela gemeu. ─ Por favor, nunca mais me lembre disso. ─ Bem, agora estamos quites, ok? Ela apontou para o prato de panquecas quentes, sentado ao lado do fogão. ─ Bem. Coma e avise Dean que você está em casa. Meu estômago apertou no lembrete de Dean. Eu sabia que tinha que mandar uma mensagem só um verdadeiro psicopata deixaria que ele se preocupasse com nada. Eu fui recuperar meu celular da minha bolsa e achei a prova de sua preocupação: duas chamadas perdidas e três mensagens de textos. Dean: Você saiu? Dean: Eu só olhei minha casa inteira à sua procura. Dean: Ligue-me quando chegar em casa. Eu pulei a chamada e em vez disso atirei-lhe um texto rápido. Lily: Casa. Uma palavra. Uma palavra que guarda meu coração e tornava impossível para ele saber quão afetada estava pelas últimas doze horas. ─ De qualquer forma, como foi? Ontem à noite? - Jo perguntou atrás de mim. Eu engoli e olhei para baixo para meu celular. A resposta fingida, a resposta que eu alimentei Josephine e ficava repetindo para mim mesma, foi que a noite foi divertida, simples. ─ Nada sério. A verdadeira resposta, a resposta que eu nunca iria proferir em voz alta, era que tinha sido uma mudança de vida. Eu tinha ficado na cama do Dean, olhando para o teto com a sua cabeça entre as minhas pernas e tinha implorado ao 102


universo para congelar. Eu tinha agarrado sua mão na minha e suplicado por mais um segundo, mais uma hora, mais uma noite. Mas então eu tinha acordado algumas horas mais tarde, triste ao descobrir que o universo não parou... Nem mesmo para mim.

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CAPÍTULO 26 Lily A mala que eu tinha pegado emprestado da Jo tinha uma roda que sacudia sem parar. Eu poderia ter conferido na entrada, Dean não tinha explicitamente nos proibido de fazê-lo. ─ Não temos tempo para esperar por malas quando chegarmos a Vegas. Pouca bagagem. - Amaldiçoei-o na minha cabeça, quando a roda ficou presa pela quinta vez desde que entrei no aeroporto. Eu a chutava de volta ao alinhamento e em seguida, trocava olhares com a garota de pé na minha frente na fila do Starbucks no aeroporto. Ela estava vestindo shorts Uggs e jeans e revirou os olhos com a audácia da minha roda estridente. Ela voltou para a amiga e inclinou-se um pouco. ─ Tão moderno. Ela achou que ela estava sussurrando? Eu podia ouvir cada palavra que ela disse e eu desesperadamente queria dizer-lhe que "catraca" era uma palavra real — a não ser que ela estava trabalhando do dicionário Kardashian-Webster. ─ Oh, meu Deus, ela é tão básica, - disse a amiga, olhando de volta para obter uma boa olhada em mim. Eu inclinei a minha cabeça e tiraram sarro. Eu conhecia essas garotas. Elas eram do tipo que se sentam atrás de seus Iphones e twittam merda insignificante ao mundo. Quando elas foram para frente da linha, eu escutei quando elas ordenaram dois macchiatos caramelo com leite desnatado e avisaram ao barista atrás do balcão, ─ Não seja mesquinho com o molho de caramelo. Ele assentiu com a cabeça e aceitou o seu dinheiro, ao mesmo tempo provavelmente amaldiçoando-as para o inferno ao meu lado. Quando era minha vez de pedir, teria um café e então inclinei-me mais perto. ─ Se eu te pagar cinco dólares, você faria seus macchiatos com leite integral ao invés de desnatado? Ele sorriu. ─ Senhora, você não precisa nem me pagar. Eu já fiz isso. Rindo, deixei cinco dólares no seu frasco de gorjeta e me senti muito melhor sobre o mundo, enquanto me afastava, rangendo a roda e tudo. Quando cheguei em nosso portão — cinco minutos atrasada — o resto da equipe já estava sentada com seus laptops e ipads em seus colos. Hunter e Zoe estavam em um lado do corredor e Julian e Dean sentados em frente a eles. Hunter atirou-me um olhar estreito quando ele me avistou, mas eu não me importava. Os olhos apertados vencem comentários qualquer dia. Julian estava ocupado em seu telefone, então eu passei apenas sorrindo e enrolada. 104


Quando registrei a expressão do Dean, sabia que tinha cometido um erro. Tinha escorregado em um vestido de verão e Converse antes de ir para o aeroporto. Dean estava vestindo um terno, sapatos engraxados e uma expressão que me avisou para ir embora. A única prova que ele estava menos preparado do que o normal era a barba curta em seu queixo. Eu gostei. ─ Bom que você se juntou a nós, - ele disse. Sua voz grave me lembrou de como ele tinha soado na noite anterior, quando ele tinha puxado meu cabelo para trás e tinha sussurrado pensamentos no meu ouvido. Zoe acariciou o assento de couro ao lado dela e eu pulei ligeiramente. ─ Lily, venha sentar-se e me diga se você gosta desses sapatos. Eu estive olhando-os nas últimas semanas. Eu olhei de relance em Dean para ver se talvez ele preferisse que me sentasse com ele, mas ele estava concentrado em seu laptop. Eu tinha estado menos de doze horas antes na cama dele e ele já estava me ignorando. Eu rodei minha mala para Zoe e sentei-me. O couro estava frio na parte de trás das minhas coxas e não conseguia me concentrar em qualquer coisa que ela disse. Ela estava falando sobre sapatos e apontando diferentes combinações de cores. O tempo todo, eu estava perfeitamente ciente do Dean. Toda vez que ele se moveu, meu olhar jogou sobre a ele. Quando ele levou uma chamada de telefone, ouvi com ouvidos atentos. Quando ele inclina a cabeça de um lado para o outro, esticando o pescoço dele, perguntei se ele estava dolorido da nossa noite. Quando embarcamos no avião, Zoe deslizou para o lugar vago ao lado do meu e Dean e Julian levaram os assentos na diagonal no corredor ao nosso. Eu não podia vê-lo sem sentar nos meus calcanhares. ─ O que você está fazendo? - ela perguntou. Eu bati meu olhar longe da tira da cabeça que pude ver e sentei-me mais baixo no meu lugar. ─ Nada, - eu disse, alcançando em minha bolsa há... O que? Qualquer coisa, seu idiota. Tirei minha carteira, fingi que estava contando as minhas contas e então enfiei para dentro de minha bolsa. O tempo todo Zoe olhou para mim como se eu fosse uma pessoa louca. ─ Tem tudo que precisa? Eu ri nervosamente. ─ Tudo em ordem. Ela arqueou uma sobrancelha. ─ Eu acho que você precisa relaxar.

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Eu abri minha boca para responder, mas ela já estava virando em direção ao altar em busca da Comissária de bordo. Muito ruim para ela, o atendente — uma linda morena com um lindo par de asas posicionado junto ao decote — já estava inclinada para baixo e flertando com o Dean. ─ Não, estou bem. Acho que vou com uma água, - disse ele, sorrindo para ela. Ele nunca sorriu para mim. ─ Tem certeza? - Ela piscou o olho. ─ Você está indo para Vegas afinal. Ele balançou a cabeça. ─ Que tal trazer uma água e mais alguma coisa? - ela insistiu. ─ Em mim? O que, como sua vagina em um copo? Jesus. ─ Olá, - disse Zoe, acenando com a mão no ar e cortando o flerte da Comissária de bordo. Ela virou-se para nós e eu vi o crachá preso ao seu topo: Beatrice. ─ Sim, Oi Beatrice. Desculpe interromper, mas eu acho que o Dean está bem com água, e minha amiga e eu realmente amamos vodka com cranberry. Eu afundei-me mais baixo no meu lugar e tentei esconder meu corar. ─ Zoe, comporte-se. Esta é uma viagem de trabalho, - disse Dean, condenando a sua escolha de bebida. Eu rolei meus olhos, embora ele não pudesse ver atrás do encosto de cabeça. ─ Eu não tenho quaisquer reuniões hoje. Posso beber uma vodka cranberry. ─ Você não pode ter quaisquer reuniões, mas Lily e eu temos uma, assim que pousarmos. Eu pulei da minha cadeira. ─ O quê? No último itinerário vi listados eventos começando no dia seguinte. O olhar do Dean cortou para cima de mim. Com o maxilar definido e seus penetrantes olhos castanhos não tinha espaço para o amor neles quando eles estavam tão cheios de ódio. ─ Eu diria a você se tivesse me dado a chance. Eu engoli e olhei para fora. Nós poderíamos facilmente nos referir a um tópico diferente todos juntos, mas com o Dean, eu nunca poderia dizer.

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─ Bastava me enviar o novo itinerário então estaríamos todos na mesma página. ─ Já fiz, - ele disse, dando a volta no seu lugar e efetivamente me despedindo. ─ Verifique sua caixa de entrada.

De: Zoe Davis Para: Lily Black Assunto: FWD: atualização de itinerário LVRW

Iniciada, transmitida à mensagem:

De: Dean Harper Para: Zoe Davis Assunto: LVRW Update itinerário

Anexei um itinerário atualizado para Lily. Certifique-se que ela entendeu.

D. Harper

O babaca não tinha sequer me mandado o e-mail ele mesmo.

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CAPÍTULO 27 Dean LILY era venenosa, tal como temia que ela fosse. Eu tinha acordado em minha cama para não encontrá-la, nenhum sinal dela em qualquer lugar, exceto o persistente aroma de seu cabelo no meu travesseiro. Senti-me como um idiota, caçando um fantasma perto da minha casa às 04:30. Ela pelo menos poderia ter tido a decência de me deixar um bilhete, mas em vez disso ela desapareceu, ignorou minhas ligações e atirou-me um texto de uma só palavra: "Casa". Quando eu a vi no aeroporto, senti-me como se eu tivesse sido socado no estômago. Lily em um vestido de verão, bronzeada e brilhante, foi um espetáculo que não pertencia a uma viagem de negócios. Considerando que me sentia como merda pela minha falta de sono, Lily estava radiante. Seu cabelo louro foi torcido acima em um coque, revelando a costa delgada do seu pescoço e clavícula. Se ela não tivesse saído da minha casa no meio da noite, talvez tivesse dado a ela uma recepção calorosa, mas fiquei chateado. Minha paciência com ela levou um tiro e foi só o primeiro dia da nossa Convenção de Las Vegas. Trabalhei na viagem inteira, fazendo o meu melhor para bloquear o riso dela e o riso da Zoe. Eventualmente, a aeromoça me trouxe um par de fones de ouvido com uma piscada. Ela provavelmente não deixaria minha casa às quatro da manhã, pensei que quando eu lhe tirei dela e bloqueei o som de Lily. Quando chegamos ao Bellagio, estava exausto. ─ Oh, check-in VIP? Muito chique, - Zoe brincou enquanto eu conduzi o grupo passou à frente do lobby. O Bellagio estava repleto de pessoas esperando para começar suas férias em Las Vegas. Turistas suados em camisas havaianas nervosamente em seus pés, ansiosos e impacientes. ─ Aluguei uma das suas casas privadas por alguns dias. Foi a única coisa disponível. Todo mundo acenou com a cabeça, aparentemente impressionado. ─ Infelizmente, são três quartos. Julian arqueou uma sobrancelha. ─ Eu poderia fazer arranjos em um hotel diferente. Olshos de Lily se arregalaram. ─ Não. Você tem que ficar com a gente.

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Eu sabia que ela estava nervosa. Esta foi a primeira viagem de trabalho grande e ela pensava que Julian era seu único aliado. Poderia ter sido seu aliado se ela não tivesse me deixado às 04:00. ─ Não seja ridículo, - Eu disse para Julian. ─ Você pode ter seu próprio quarto. Eu vou ficar com o Hunter e as meninas podem levar o último quarto. Zoe tossiu. ─ Não posso fazer. Eu ronco. Tipo muito ruim. Lily riu. ─ Há um sofá? Eu vou pensar melhor sobre isso. Eu assenti com a cabeça e girei ao redor antes que Lily pudesse ver meu rosto chocado. A maioria das mulheres que eu tinha saído cortaria meu saco se eu tivesse sugerido que dormisse no sofá. ─ Tenho tempo para me trocar antes da reunião? - Lily perguntou furtivamente ao meu lado no balcão de check-in. Isto era suposto para ser VIP, mas não havia ninguém cuidando da mesa. Empurrei o sino mais duas vezes e finalmente deslizei meu olhar para Lily. ─ Na verdade, eu não preciso mais de você na reunião. O rosto dela caiu. ─ O que você quer dizer? ─ O encontro com Antonio Acosta é amanhã. Nisso é o que eu quero que você se concentre. A reunião de hoje é apenas com um designer gráfico que posso contratar. Ela mordiscou o lábio inferior e então os olhos dela subiram com emoção. ─ Eu ainda poderia ir com você. Eu gostaria de ver os tipos de gráficos — Eu a corto com uma agitação afiada da minha cabeça. ─ Não precisa. Finalmente, um garoto magro em um terno de dois tamanhos muito grandes para ele, abriu a porta por trás da recepção. Ele parecia confuso e o suor revestindo sua sobrancelha avisou-me para não lhe repreender por nos fazer esperar. ─ Olá, desculpe-me. situação banheira.

Eu estava ajudando outro convidado com a, er,

Ele vacilou no final de sua sentença e Zoe começou a rir. Claramente uma merda bizarra estava descendo nos quartos do Bellagio. A cara dele era beterraba vermelha e ele começou a digitar no seu computador. ─ Em que nome está a reserva? ─ Dean Harper. 109


O tempo todo que ele nos verificou, tentei ignorar a presença de Lily ao meu lado. Ela parecia magoada que eu não a queria na reunião, mas isso não fazia sentido. Foi ela quem quis deixar a minha casa antes de amanhecer. Ela não podia fugir de mim rápido o suficiente. Olhei para baixo, para as mãos cruzadas na frente do seu vestido. Ela foi buscar na sua unha, focando toda a atenção em uma cutícula. Essas mãos tinham estado em meu pescoço, segurando em mim pelo resto da vida só umas horas antes. ─ Lily, - eu disse hesitante, incerto de onde levaria minha sentença. O olhar dela mudou-se para mim e ofereceu-me um sorriso falso, vazio. ─ Divirta-se na sua reunião. - Zoe falou sobre cair na piscina, então eu acho que vou me juntar a ela. ─ Woohoo! Vamos agora, Lil. Lily voltou para ela e riu. ─ Acho que o pessoal pode levar nossas malas para a casa. Julian assentiu com a cabeça. ─ Vá em frente. Eu tenho o seu material. Ela agradeceu-lhe e inclinou-se para recuperar seu biquíni de sua mala. Era uma coisinha branca de sequência de caracteres e de repente não tinha certeza se queria que ela fosse para a piscina. ─ Senhor. Senhor? O garoto estava tentando chamar minha atenção, então ele poderia explicar as condições, mas eu estava assistindo a Lily se afastando com Zoe. Zoe, porra. Ela era uma má influência. Julian me cutucou no ombro. ─ Você pode assinar os papéis para que possamos ir ao nosso quarto, já? Preciso chamar Jo. Eu balancei minha cabeça e voltei-me para a recepção. Uma vez que os papéis foram assinados e tive cinco chaves na mão, Hunter, Julian e eu partirmos para encontrar as casas de campo. Hunter assumiu a liderança com o atendente do hotel, ajudando o garantir que nenhuma das bagagens caiu do carrinho. ─ Você quer me contar sobre ontem à noite? - Julian pediu, surpreendendome. Eu deslizei meu olhar para ele. ─ Foi rápido. Julian estreitou os olhos. ─ As notícias correm. Você percebe quão terrivelmente isto pode acabar, certo? ─ Não vai. Nada vai mudar. 110


Ele riu da descrença. ─ Parece com algumas famosas últimas palavras que eu já ouvi antes. Eu o ignorei e verifiquei meu relógio. Meu encontro foi marcado para começar em trinta minutos e eu ainda precisava confirmar o local. ─ Eu vou voltar para o lobby. Pode garantir que as malas de Lily vão ser colocadas no terceiro quarto? Eu vou ficar com o sofá. Julian riu. ─ Espere, o que é isso? É Dean Harper realmente colocando as necessidades de alguém antes dele próprio? Eu olhei para ele. ─ Espere, o que é isso? Já ofereceu a sua cama para mim? Que um bom amigo. Ele riu e começou a andar para trás para apanhar Hunter e o atendente do hotel. ─ Desculpe, cara, não ouvi a última parte. Tenho certeza de que aquele sofá será muito confortável!

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CAPÍTULO 28 Lily

Se eu visse mais uns caça-níqueis ou frozen daiquiri, eu vou me perder. Tinha estado em Las Vegas por vinte e quatro horas, preparada para trabalhar e em vez disso, eu tinha ficado à beira da piscina e trabalhei no meu bronzeado. Eu deveria estar envolvida com a reunião de design gráfico na véspera, mas Dean estava me mantendo fora de propósito. Felizmente, que estava prestes a mudar. ─ Que horas a reunião com Antonio Acosta termina? - Zoe perguntou da porta do banheiro. Eu parei com a minha varinha de rímel algumas polegadas do meu rosto e encontrei seus olhos no espelho. ─ Provavelmente em torno das cinco. Ela assentiu com a cabeça. ─ Ok, legal. Acho que todos nós vamos jantar e em seguida a Convenção está hospedando este encontro e saúdo o banco mais tarde. ─ O banco? - Eu perguntei, estreitando meus olhos. Ela riu. ─ É um clube dentro do cassino. Balanço a cabeça. ─ Você provavelmente vai ter tempo para se trocar antes disso, - ela disse varrendo para baixo de minha roupa. Eu estava usando uma camisa branca por baixo de uma saia lápis vermelho escuro. Meus saltos nudes eram de uma altura razoável e minha maquiagem era mínima. Ao todo, parecia que eu estava correndo para o Congresso. ─ Você não gosta da minha roupa? - Eu perguntei. Ela estreitou os olhos, fingindo estudar meu traje formal e adequado. ─ Quero dizer, eu acho que você poderia desabotoar a camisa um pouco, mas se você quiser parecer um membro de uma seita religiosa, também é legal. Ri. Eu iria parecer um membro de uma seita religiosa. Eu queria parecer mais velha do que vinte e três. Eu precisava que Antônio e Dean me levassem a sério, na reunião, especialmente depois da forma que Dean tinha me tratado no dia anterior. ─ Lily, está quase pronta? - A voz do Dean cresceu através da casa. ─ Precisamos cair fora. 112


Zoe soprou e tocou seu pulso como se ela estivesse usando um relógio imaginário. ─ Sr. Pontual está pronto para você! Eu escondi minha risada. ─ Sim! - gritei de volta. ─ Só dois segundos a mais. Acabei de passar meu rímel e depois esfreguei o brilho bálsamo em meus lábios. Zoe fez o seu melhor para me distrair, mas eu ignorei seu reflexo no espelho. ─ Não tem uma reunião ou algo assim? - Eu perguntei quando eu ajustei meu relógio. Ela sorriu. ─ Tive duas esta manhã enquanto você estava ficando com seu sono de beleza. Ah, sim. Eu tinha começado o sono de beleza — em uma cama que deveria ter sido de Dean. Quando eu e a Zoe retornamos a nossa casa na noite anterior, encontrei minhas malas aqui dentro do terceiro quarto. Julian insistiu com Dean que eu tivesse o quarto, mas Dean não estava por perto para perguntar. Dormi na cama king size coberta de lençóis macios e almofadas de pelúcia, e imaginei que Dean viria me arrancar fora daqui se ele me quisesse no sofá. Ele não o fez, e eu era eternamente grata. ─ Lily! ─ Dean gritou. Revirei meus olhos e puxei minha bolsa por cima dos ombros. ─ Estou chegando! Passei por Zoe e encontrei Dean de pé no hall da casa, olhando para o relógio. Ele tinha me evitado nas últimas 24 horas, mas estávamos prestes a ir a uma reunião juntos, então, ele teria que pelo menos reconhecer a minha presença. Ele estava vestindo calças azuis e uma camisa azul claro. Alguns de cima botões não foram abotoados, e seus sapatos de couro marrom escuro combinavam com o cinto de couro. A onda no cabelo foi domada longe do seu rosto e a mandíbula estava barbeada novamente. Ele parecia tão encantador quanto Cary Grant e por um momento eu questioneis minha roupa. Puxei abrindo a porta. ─ Vamos lá. A reunião é do outro lado do hotel. Ele estava sendo impaciente comigo sem motivo. Estávamos trinta minutos antes do previsto e eu tinha passado a manhã revisando a lista de perguntas que eu tinha para Antonio. Eu estava mais do que preparada. ─ Teve um dia produtivo ontem? - Eu perguntei quando nós batemos a porta dos fundos do hotel. 113


─ Não foi uma perda total, - ele respondeu como seus dedos trabalhando em seu telefone. ─ Zoe e eu ficamos em topless no hotel ontem - Eu disse, para ver se ele estava prestando atenção. ─ Foi muito divertido. Seus olhos castanhos afiados sobre mim sem um traço de humor. ─ Espero que você tenha gastado seu tempo fora um pouco mais produtivo do que isso. Meu Deus. Eu queria estrangulá-lo. Onde estava o seu senso de humor? Onde estava seu lado diversão? ─ Bem, bem, olha quem é. Virei em direção à voz e encontrei Antonio Acosta em pé perto da entrada do salão. Ele estava vestindo o casaco de um chef sobre calças pretas e mostrou-me um sorriso amigável quando nos aproximamos. Ele era mais novo do que eu esperava, talvez trinta. Depois de cumprimentar o Dean, ele voltou sua atenção para mim e sorriu. ─ Ah, não sabia que Dean traria uma mulher bonita como seu encontro para a reunião. Eu sorri e estendi minha mão. ─ Lily Black. Estou consultando o cardápio para o novo restaurante do Dean. Seus olhos brilhantes, quase âmbar iluminavam-se. familiarizada com as artes? Onde você achou isso, Dean?

─ E ela está

Dean sorriu, mas não chegou a seus olhos. ─ Venha, venha. O hotel dividiu uma pequena seção deste salão de festas para nós - disse Antonio, pressionando a mão no fundo das minhas costas e introduzindo-nos para a sala. O salão de festas expansivo era muito grande para o que precisávamos. Os tetos eram quase seis metros de altura e cortinas muito ornamentadas foram desenhadas para manter o sol da tarde para fora. Havia uma pequena mesa redonda, configurada no canto mais próximo da porta. Uma fileira de velas alinhadas ao centro e uma toalha de mesa branca envolta sobre os lados. Antonio puxou uma das duas cadeira para mim e eu sorri em agradecimento. ─ O hotel permite que eu use a cozinha anexada a este salão de festas. Passei a manhã criando os pratos que eu tinha em mente para seu restaurante. Eu sorri quando ele pegou meu guardanapo ao lado do meu prato. Ele levantou abrindo com um movimento do pulso e então envolveu sobre meu colo. Eu podia sentir os olhos do Dean sobre nós, mas ele segurou sua língua até que Antonio dispensou o mesmo para obter o primeiro prato. 114


─ Por favor, não encoraje ele. Eu peguei minhas anotações em minha bolsa e balancei minha cabeça. ─ Eu não vou. Ele grunhiu e embolsou o telefone dele. Aparentemente, esta reunião era digna de toda a sua atenção. Um momento depois, Antonio apareceu da porta de balanço com duas pequenas placas na mão. Um sabor rico de alho flutuava pela sala quando ele pisou mais perto e estabeleceu um prato na frente de cada um de nós. Meu sorriso caiu quando eu registrei o prato. ─ Estou começando com vocês com um simples prato chamado gambas al ajillo. É camarão fresco salteado em azeite com alho. Eu também acrescentei um toque de colorau espanhol e conhaque. Antonio Acosta era o chef espanhol mais procurado nos Estados Unidos, e ele estava começando com isto? Antes que a mordida do Dean atingisse sua boca, eu balancei minha cabeça. ─ Desculpe-me, mas tenho que ir direto ao assunto. Não há nada único nesta receita. - Apontei para o prato onde quatro camarões moles sentaram-se em um banho de azeite. O olhar do Dean encontrou o meu e eu podia ver o aviso lá. Ele queria que eu procedesse com cautela, mas não consegui. Eu passei um semestre inteiro na cozinha espanhola e pelo tempo que tinha terminado, eu conhecia meus aperitivos. Pela ímpia soma de dinheiro que Antonio estava sendo pago por esta degustação, ele abriu apenas com o equivalente de aperitivos de sanduíche de amendoim e geleia. Ele deveria saber mais. Antonio engoliu e assentiu lentamente. ─ Eu entendo. Como um chef, gostaria de honrar a tradição culinária enquanto se esforça para medir a quantidade de singularidade, - ele explicou habilmente. ─ Mas não vamos nos debruçar sobre isso, vamos avançar para o próximo prato. Ele chegou para a frente e tirou os pratos da mesa antes que Dean pudesse estabelecer sua colher. Claramente, eu o tinha ofendido. Dean arqueou uma sobrancelha para mim depois que Antonio desapareceu de volta para a cozinha. ─ Da próxima vez, deixe-me provar o prato antes de ultrapassar seus limites e insultar o chefe. Eu estreitei meus olhos inquisitivamente para ele. Ele tinha me trazido ali como consultora, então eu estava consultando.

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Nós nos sentamos em silêncio até que Antonio trouxe para fora o prato seguinte. Era uma pequena alteração de outro prato de aperitivos padrão: batatas bravas. Em vez de usar o molho de Tabasco, ele tinha trocado em uma maionese de chipotle para mergulharmos as batatas. O prato estava bom. Era digno de estar no nosso cardápio? Não. Cada crítico de restaurante em Nova Iorque arrasaria conosco. E foi como a degustação. Os pratos de Antonio caíram planos um de cada vez. Os ingredientes eram os esperados. Os sabores eram padrão. Não havia nada de original sobre sua apresentação e duvidei que Antonio tivesse mesmo gastado mais do que cinco minutos, formulando receitas para o nosso restaurante. Ou ele era preguiçoso ou ele propositadamente sabotou nosso cardápio. Eu balancei minha cabeça. ─ Este prato é servido em todos os restaurantes de tapas na América, - disse, apontando para a costela à minha frente. ─ Onde está a criatividade? Onde está o esforço? ─ Com licença? - Antonio perguntou virando de volta como se eu o tivesse atingido. Durante vinte minutos, ele tinha trazido pratos como amostra e por vinte minutos eu tinha segurado minha língua da melhor forma possível. ─ Lily é suficiente, - Dean falou com uma língua afiada. Eu vacilei. ─ Você fala sério? Dean jogou seu guardanapo sobre a mesa e sacudiu a cabeça. ─ Vamos lá. Está dispensada do resto da reunião. Minhas bochechas inflamaram quando ele empurrou sua cadeira de volta e ultrapassou ao redor para me escoltar da sala. Eu vi vermelho quando busquei minha bolsa. Ele estava sendo enganado e agora ele estava me punindo por me levantar por ele? Dean empurrou a porta de salão aberto tanto que balançou para trás e bateu na parede. ─ Isso foi completamente amador. ─ O quê? - Ele murmurou algo, alcançando para segurar meu braço para que eu não pudesse cair fora. ─ Você está delirando. Esse homem está se aproveitando de você, e só você não vê isso, você é cego. ─ Ele é um dos chefs mais influentes na América. Se seus pratos são ruins, você come e discuti o resto comigo, depois que a reunião acabar. Este é o meu negócio, o meu nome que você está manchando por agir como uma criança exigente. 116


Eu pisei mais perto. ─ Ele só nos serviu glorificadas batatas fritas. Quanto você pagou para essa reunião, Dean? Dez mil dólares? Quinze? ─ Não me importo se ele raspou o lamaçal do seu sapato e passou-o como escargot. Você tem que entender como este mundo funciona. Até lá, você pode ir para casa. Faça as malas. Não preciso de você em Las Vegas mais. Eu podia sentir a propagação de descarga do meu rosto para o meu peito. Ele poderia ter me apunhalado no coração e magoado menos que essas oito palavras. Eu não preciso mais de você em Las Vegas. Eu tinha dormido com ele menos de quarenta e oito horas antes e desde então ele tinha me ignorado, castigando-me e agora ele tinha me despedido como se eu fosse lixo na ultima semana. ─ Foda-se, Dean, - murmurei, enfiando o dedo no peito dele. ─ Demita-me, se você acha que é o melhor, mas não acho que você pode apenas aconchegar-me quando é conveniente para o seu ego. ─ Não me teste, Lily - ele disse, baixo com seus lábios alinhados com o meu. Dei-lhe um sorriso sarcástico, escuro, arranhando junto meu último pedaço de autoconfiança. ─ Tenha um grande final de sua reunião. Eu vejo você no encontro e o cumprimento mais tarde. ─ Lily! Eu o ignorei... E fui embora.

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CAPÍTULO 29 Lily MINHA confiança quebrou em algum lugar no meio do átrio do Bellagio. Eu tinha lágrimas a correr pelo meu rosto e todo mundo sutilmente estava ficando fora do meu caminho, puxando seus filhos longe de mim, como se eu estivesse perturbada. Não vou atacar seu filho só porque estou chorando. Meu Deus. Eu passei pela piscina, lembrando como tinha sido ingênua no dia anterior. Eu tinha ficado sobre as cadeiras e assegurei-me que Dean tinha me trazido para Vegas porque ele me respeitava e valorizava a minha opinião, não importa o quão forte poderia ser. Talvez tivesse ultrapassado meus limites nessa reunião, mas não havia nenhuma razão para me mandar para casa. Ele só tinha me tratado como lixo e ele pensou que eu ia me esconder e lamber minhas feridas? Se ele achou que era uma possibilidade, então ele realmente não me conhecia em tudo. Eu empurrei a porta até nossa casa privada e agradeci a todos os deuses dos momentos estranhos que estava vazia. Eu odiava ter que estar lá. Se pudesse, teria pego minhas malas e encontrado o meu próprio quarto, mas o hotel estava completamente lotado e vamos encarar, não poderia ter conseguido meu quarto de qualquer maneira. Sala de estar, local em que Dean tinha dormido na noite anterior, estava quieta e vazia. O pátio com árvores de fruto e videiras de Hera permaneceu intocado. Eu ignorei o minibar, cozinha gigante e o ginásio. Quem precisa de um ginásio? Não vou malhar em uma viagem de trabalho. Aplicaremos as mesmas regras de férias. Eu me fechei no meu quarto e olhei para a decoração opulenta. Eu tinha gostado no dia anterior, mas agora só me deu vontade de vomitar. Essa era a casa de Dean e eu odiava. Peguei o telefone ao lado da minha cama e disquei o número de Jo, rezando para que ela atendesse. ─ Você está ligando para fofocar? O que aconteceu com 'blá, blá, blá, fica em Vegas? - Ela perguntou assim que a chamada foi conectada. Eu sorri, mas me senti mal. ─ Como sabia que era eu? ─ Dei sorte. O que é que está fazendo? Você não está ocupada? Julian disse que ele ia explorar o cassino antes do encontro e me ligava mais tarde. ─ Eu só fui expulsa da reunião, então parece que tenho o resto da tarde para mim. 118


─ O que quer dizer? Quem você insultou? ─ Dean. ─ Você fala sério? Concordei, embora ela não pudesse me ver. ─ Ele não é como Julian. Nem sei como eles podem ser amigos. Eles são tão diferentes. ─ Desculpe-me, Lily. ─ Estou tentada a procurar um vôo mais cedo e voltar para casa. Não me interessa quanto irá me custar. ─ O que? É sério? Você vai jogar a toalha e voltar para casa? Quem é você e o que fizeram com Lily Black? ─ Ha ha. ─ Acho que você deveria ficar e dar a Dean um pouco do seu próprio remédio. Você nunca deixou escapar por te tratarem assim. Lembra na terceira classe quando cortou fora as tranças de Betsy Higgins porque ela roubou sua pasta de Lisa Frank? Ri. ─ Sério. Leve aquele vestido preto da sua mala, adicione um pouco de esfumaçado nos olhos e mexa-se até o clube. Olhei para baixo para o vestido de renda preta de Josephine sentado no topo de minha bagagem. Quando tinha experimentado em casa, o material do corpete tinha curvas perfeitamente ao redor de meus seios e inclinado até uma corda fina que abotoava por trás do meu pescoço. Eu sabia que se o vestisse, ganharia de volta uma lasca da confiança que Dean tinha roubado mais cedo naquele dia. ─ Como você sabia que tinha esse vestido? ─ Porque eu tenho um cabide vazio no meu armário, onde deveria estar. Aquela coisa é melhor não ficar em Las Vegas. Caramba, ela era boa. ─ Eu prometo que não vai conseguir nada com isso, - Eu disse, pisando mais perto e correndo os dedos sobre o laço. ─ Não se preocupe com isso. Mande-me uma foto de você depois que você preparar-se. Eu adoro viver através de você. 119


Olhei para mim mesma no espelho. Meu cabelo era liso e meu rímel estava manchado debaixo de meus olhos. Precisaria de uma reformulação profunda se tinha a intenção de ir a reunião do grupo no clube lá em baixo em poucas horas. ─ Vou deixar você orgulhosa - disse, puxando o vestido com a mala e então pegando uns saltos pretos que peguei também. ─ PS: também tenho seus Manolos pretos. Ok.amo.você.tchau. Amontoei todas as palavras juntas e desliguei antes que ela pudesse me repreender por roubar os sapatos dela também. Ela imediatamente atirou-me uma mensagem. Josephine: Não deixe que as lágrimas do Dean estragarem os sapatos. Não queria que o Dean chorasse; Eu queria que ele percebesse como ele estava errado. Ele não me levava a sério como uma amiga ou uma colega de trabalho. Ele me subestimou como todo mundo e naquela noite, eu planejava provar que estava errado. Peguei o telefone do hotel, liguei para a recepção e pedi para ser conectada ao salão. Após ter agendado um compromisso de cabelo e maquiagem, eu desliguei, peguei tudo que precisava para a noite e me dirigi para o salão. Estava de pé no banco central do elevador, esperando por uma carona, quando uma família se juntou a mim. Olhei mais para ver uma menina olhando para mim, confusa com a mascara no meu rosto. Eu tinha esquecido de lavá-la antes de deixar o meu quarto. ─ Mamãe, eu consigo meu rosto pintado como um monstro também? - a garota sussurrou em voz alta. Eu sorri e voltei-me para os números iluminados acima do elevador. Não é um monstro. Uma fênix.

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CAPÍTULO 30 Dean ─ Você é um idiota? - Zoe pediu. ─ Pediu a ela para ir para casa? - Julian estava em completa descrença. Minhas explicações caíram em ouvidos surdos: ela tinha sido desrespeitosa, ela tinha posto em risco um relacionamento que tinha levado anos para cultivar e ela era uma ameaça constante ao meu autocontrole. Não lhes disse a última razão, claro. Eles teriam um dia de campo com esse conhecimento, especialmente porque era o único motivo que realmente importava. Ela tinha saído da linha na reunião com o Antonio, mas dificilmente isso era terrível o suficiente para mandála para casa. Não, eu queria que ela se fosse porque tê-la em Las Vegas era um lembrete constante da minha luta. Eu podia olhar, mas não tocar. Poderia repreendê-la por estragar uma reunião, mas não podia beijá-la. Eu dormi no sofá, três metros dela e fiquei deitado acordado à noite inteira, ouvindo e ouvi um som vindo do quarto dela, rezando por algum tipo de convite. Nada tinha chegado e estava cansado pra caralho. Precisava ir. Era a única maneira de me concentrar para a segunda metade da semana. Ainda, uma parte de mim esperava que ela quisesse dizer o que ela tinha dito quando ela saiu mais cedo. Eu vou até o encontro e o cumprimentar mais tarde.

***

O banco estava cheio até a borda com pessoas da indústria. Reconheci metade do ano passado e a outra metade li sobre nas seções de jornais e revistas de alimentos. Os chefs celebridade já tinham multidões em torno deles e orientei claro, optando por uma mesa do outro lado da sala. Hunter, Zoe e Julian me seguiram, tomando a cena em silêncio. Eu pedi o serviço de bebidas e joguei a Zoe um olhar 121


de súplica. Ela deu de ombros e olhou para baixo para o telefone dela. Bom o suficiente. Não suportaria mais uma hora de raiva dela. Nosso garçom retornou com garrafas do Hendrick e Gin e Vodka profunda de Eddy. Eu o vi colocar copos de gelo e uma enorme quantidade de misturadores. Uma vez que ele se foi, eu acenei para que fizessem suas bebidas primeiro e vireime para varrer a sala. Eu não podia admitir para mim mesmo que eu estava procurando Lily até que eu a encontrei. Seu longo cabelo loiro estava enrolado e deslizando para baixo em toda a sua volta. Seu vestido preto era apertado e curto. Eu digitalizei para baixo de suas pernas bronzeadas e em seguida, demorei-me nela, também ciente da bateria no meu peito. Ela riu e estendeu a mão para tocar o braço do cara em frente a ela. Não era nada mais do que um gesto inofensivo, mas o sorriso do cara quase partiu a cara em dois. Não podia culpá-lo; Eu sabia o que se sentia com seu toque. Hunter, Julian e Zoe estavam falando atrás de mim, trazendo-me em uma conversa inteira que eu ignorei. Alguém tocou o meu ombro, mas eu estava muito interessado em Lily, também consciente dos seus movimentos naquele vestido preto. Ela virou em minha direção e encontrou meus olhos. Eu não desviei. Era um desafio, como sempre. Uma sobrancelha delgada arqueada em reconhecimento e em seguida ela desculpou-se do grupo. Seus rostos caíram e o homem que ela tinha tocado estendeu-se atrás dela, como se ele não estivesse preparado para soltá-la ainda. Muito ruim idiota. Você nunca a teve. Eu a vi caminhar em direção à mesa como uma miragem. Como se num piscar de olhos, eu a mandasse embora, ela desaparecesse. ─ Lily! - Zoe gritou, pulando para saudá-la. Lily sorriu, mas seu foco era ainda em mim. Ela parecia diferente, como se pela primeira vez ela não estava se afastando de sua beleza absoluta. Ela estava fazendo um show, como se ela soubesse exatamente o tipo de poder que exercia. Seus lábios manchados de vermelho enrolaram em um sorriso e ela apertou um pedaço de papel no meu peito. Peguei ele, segurando a mão dela junto com o pedaço de papel. Ela balançou a cabeça e afastou a mão dela. 122


Este era um jogo e as regras eram claras: ela não era minha essa noite. Eu não a merecia. ─ Essa folha de papel tem os nomes e e-mails de três blogueiros de comida proeminente que gostariam de serem convidado para nossa grande inauguração. Eu sorri. ─ Jessica Kepner escreve uma coluna semanal para o Times. Ela é uma fanática por tapas e quer fazer uma entrevista exclusiva com você e a equipe. A informação está na parte de trás. Ela está esperando você ligar na próxima semana. Eu pensei que poderia ter me apaixonado por Lily naquele momento. Ela se inclinou mais perto para que seus lábios estivessem a poucos centímetros do meu rosto. Concentrei-me lá quando ela mordeu as últimas poucas palavras. ─ Posso não saber sobre este mundo tanto quanto você, mas mereço seu respeito. Você não vai me mandar para casa porque eu não beijei a bunda do chef. Este é o meu trabalho e é hora de perceber que eu sou boa nisso. Ela foi embora antes que eu pudesse pegar meu queixo do chão. Ela não ia me deixar ganhar isso facilmente. Diabos, ela provavelmente não vai me deixar vencer em tudo. Eu fiquei e sorri. O Jogo começou.

***

Encontrei Lily no bar, à espera de uma bebida. ─ Podemos falar por um segundo? - Eu sussurrei contra a orelha dela. Sozinhos?

Ela me ignorou, curvando-se para frente para tentar chamar a atenção do barman. Felizmente para mim, ele tinha cem outros clientes que vieram para uma bebida. Eu estendi a mão e agarrei o braço dela. Sua pele era tão macia sob os meus dedos, eu queria traçar a curva do braço, até o pescoço e além. Ela estremeceu e tentou puxar o braço para trás. ─ Deixe-me ir, Dean. ─ Vem falar comigo. 123


Ela inclinou a cabeça e estreitou os olhos esfumaçados para mim. ─ Sabe, acho que prefiro ficar aqui. Talvez outra hora. Ela torceu por aí, tentando ir embora, mas eu ainda tinha um aperto no braço dela. Ela estremeceu e eu sabia que iria magoá-la, mas não conseguia largar. Meus dedos estavam embrulhados em torno do braço dela e se eu a deixasse ir, ela escorregaria e voltaria para a luz ofuscante do clube, livre para fazer o que quisesse. ─ Lily, você está bem? O cara de antes que tinha odiado vê-la ir embora estava prestes a encontrarme sem paciência. A camisa apertada dele foi enfiada na calça jeans e a cor salmão brilhante confirmou o fato de que ele não saberia o que fazer com uma mulher como Lily, se ele estivesse alguma sorte de tê-la. ─ Quem é este? Ele bateu em você? Ela riu e me cortou o som oco. ─ Não. Esse é meu chefe. O tom dela era frio e distante. Quando ela voltou a olhar para mim, eu sabia que tinha perdido qualquer controle uma vez que estava nela. Meus dedos deslizaram do braço dela e olhei para baixo, para a marca vermelha que eu tinha causado. Desvaneceu-se quase que instantaneamente, o bronzeado dela irresistível a vermelhidão quando ela deixou o cara levá-la para um canto escuro do clube. Fiquei imóvel, deixando a multidão pressionar-me, empurrando e gritando pedidos de bebida e não consegui ouvir.

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CAPÍTULO 31 Lily

Foi doloroso me livrar de Dean. Eu tinha pensado que seria bom seguir o Conselho de Jo e lhe dar um pouco do seu próprio remédio, mas me deixou no limite. E era só isso? Eu queria empurrar um pouco, mas e se eu tivesse empurrado ele embora para sempre? Eu estava disposta a vê-lo com outra mulher? Disposta a nunca mais compartilhar uma noite com ele? Dei uma toalha no papel de linho da pia do banheiro do clube e limpei minhas mãos, meu olhar em direção ao espelho limpo. Eu sabia que se eu olhasse lá seria mais difícil ignorar meu verdadeiro desejo. A maquiagem, o vestido? Foi tudo para ele. Disse-me que era para o trabalho, e que eu precisava estar no meu melhor para a recepção, mas principalmente só queria que Dean comesse suas palavras. Eu queria que ele me visse na ativa e implorar por mais uma noite comigo. Balancei minha cabeça me livrando desses pensamentos e empurrando pela porta do banheiro. Senti o cheiro da colônia de Hunter antes de vê-lo. Era um aroma pesado, temperado que parecia o mesmo que o fumo passivo quando atingiu minhas narinas. ─ Aí está você, Lily - ele murmurou, praticamente lambendo os lábios. Eu zombei. Ele era um dos poucos que deixava meu cabelo em pé quando ele estava perto e tomei isso como um sinal para ficar longe dele. ─ O que você precisa, Hunter? Ele deu um passo a frente e parte de sua bebida escorreu ao longo da borda. Foi quando peguei em suas pálpebras pesadas e camisa metade-desapertada - o homem estava caindo de bêbado. ─ Lily. Lily. Lily. Você é tão bonita. É muito doloroso trabalhar com você todos os dias. Eu engoli e entrei para o lado, no final do corredor. O clube estava lotado, mas o nicho com a casa de banho estava irritantemente vazio. Eu não acho que Hunter tinha isso de atacar, mas mesmo assim queria ficar longe dele e suas palavras enroladas logo que possível. ─ Hunter, obrigada - Eu disse com um tom vazio. ─ Eu vou lá fora agora. Ele franziu a testa e enfiou a mão no bolso da camisa. 125


─ Espere. Espere. Lily, aqui. Leve isto. Enfiou um pedaço de papel na minha mão... Antes que eu pudesse vacilar de volta. ─ É o quarto que aluguei para nós. Ninguém precisa saber. Venha me encontrar depois, querida - ele disse, tentando seu melhor sorriso. Na melhor das hipóteses, parecia algum tipo de careta. Na pior das hipóteses, parecia que seus lábios estavam caindo. Eu balancei a cabeça e olhei para baixo para o pedaço de papel na minha mão. Do lado dele, havia um logotipo para Ivy & Wine, o nome do restaurante não reconheci, mas quando virei, vi os números que ele tinha escrito. Parecia duas 8s e um 4. Ou talvez um 6... Ah, Hunter. Eu joguei o papel no lixo e parti para encontrar o Nick. Ou era o Rick? Merda. Era um crítico de alimentos de San Francisco que eu tinha aturado seu hálito terrível nas últimas duas horas na esperança de que ele apresentaria um dos restaurantes de Dean em seu site. Eu procurei através do clube sem sucesso. Nick-Rick tinha sumido e eu precisava de outra bebida se ia passar o resto da noite conhecendo e cumprimentando. Eu já tinha entregue a Dean nomes mais do que suficientes, mas eu queria ir muito além do que ele poderia imaginar. Precisava que ele soubesse o quão importante eu era. As luzes no clube mudavam as cores a cada poucos segundos, piscando dentro e fora em um efeito de arco-íris. Azul, verde, amarelo, vermelho. Cada momento passado pintando em minha pele uma tonalidade diferente. O que fazia Dean? Com quem ele estava falando? Eu fiquei presa contra a barra e estava esperando a atenção do garçom quando senti sua mão no meu quadril. Não Nick-Rick. Dean. A mão dele agarrou minha cintura, marcando-me através do meu vestido. Eu olhei para baixo e sua mão estava uma polegada mais baixa. Eu odiava quão feliz fiquei que ele voltou. Ele não tinha terminado. Eu poderia empurrar e empurrar e empurrar e ele puxava e puxava e puxava de volta. ─ Você já provou seu ponto de vista - Ele sussurrou no meu ouvido. ─ Com licença? - Eu perguntei, mal saindo as palavras sem gaguejar. ─ Você está me punindo - ele disse, mordendo meu quadril com a mão dele. ─ Basta. 126


O barman colocou sua toalha para baixo na barra e encontrou meu olho. ─ Você vai pedir ou o quê? - ele perguntou. ─ Ela quer uma margarita de suco de limão. ─ Errado. Eu quero um Dirty Martini. O barman abanou a cabeça, irritado com a gente. Ele se inclinou para recuperar um copo e eu estava sozinha com o Dean, mais uma vez. ─ Deixe-me ir - suspirei por cima do meu ombro. ─ Nick vai voltar em breve. ─ Foda-se o Nick. Eu inalava um sopro afiado, registrando sua raiva. Ele era um 9 na escala de Richtere e sabia que se eu o empurrasse mais ainda, meu mundo daria um aperto por causa disso. ─ Nós não somos nada, Dean. Fizemos sexo. ─ Sexo alucinante, - ele corrigiu. Eu engoli e dei uma olhada sobre meu ombro. Ele estava bem ali. O queixo, os lábios, o cheiro de sabonete, eu queria tudo. ─ Mas você mostrou claramente que seguimos adiante, - Eu continuei. Ele deu um passo mais perto, fixando-me ao bar com seus quadris. Pude senti-lo contra mim quando ele pressionou um pé entre minhas pernas. ─ Eu ainda não terminei, - ele disse. ─ Estou bem. O barman pousou a minha bebida. ─ Aqui vamos nós. Você tem uma comanda? Dean jogou algumas contas na barra e alcançou a bebida. Eu olhei ao redor e vi quando ele engoliu meu álcool. Ele entregou o copo e encontrou meu olhar quando trouxe a bebida para os meus lábios. Eu o provei no meu copo; o Martini não era nada comparado a ele. Ele projetava o seu queixo acima. ─ Prove. ─ Provar o quê? - Eu perguntei.

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─ Se foi só sexo, então me deixe te levar de volta para a casa. Não faz mal uma segunda rodada, certo? Tomei mais um gole da bebida e seus dedos deslizaram sob a bainha do meu vestido. Ele se curvou, trazendo sua boca paralela a minha. ─ Responda-me, - ele exigiu quando seus olhos castanhos procuraram meu rosto, pousando em meus lábios com um apelo. Ele queria me testar? Ele pensou que poderia lidar com uma segunda rodada? Tudo bem. Baixei-me, agarrei a mão na minha coxa e arranquei. Forte. ─ Vamos - eu disse, minha bebida ficando esquecida para trás no balcão do bar. Eu não quero mais. Dean tinha arruinado, tal como ele tinha me arruinado. Ele espelhou meus passos, mantendo o controle do meu corpo. Pode ter sido eu a nos levar para fora do bar, mas estava claro quem era o fantoche nas cordas. Ele chegou para frente e empurrou a porta aberta, roubando um beijo ao longo do meu pescoço, quando ele se voltou à sua altura total. Arrepios que floresceram sob seu beijo traiu minha atração por ele. Endireitei meus ombros quando as portas se abriram e dei um passo para fora, corrigindo a missão em minha cabeça. Mais uma vez, ele estava tentando tirar o volante fora das minhas mãos. Eu tinha que fazer algo. Eu tinha que ficar por cima.

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CAPÍTULO 32 Dean Nossa casa estava enfiada num canto tranquilo da propriedade. Para acessá-la, tivemos de tomar um caminho privado que serpenteava passando as piscinas e os salões de baile. Segurei a mão de Lily quando a levei pelo caminho e podia sentir o corpo dela, zumbindo como um fio desencapado. Quando estávamos quase na entrada para a nossa casa, eu fiz uma pausa e virei na direção dela. ─ Fui duro. Após a reunião. Ela não me deixou terminar o meu pedido de desculpas. Ela deu dois passos para fechar a lacuna entre nós e jogou seu corpo contra o meu. Não estava à espera de sua agressão e meu corpo caiu contra a parede antes que pudesse parar com isso. Eu peguei a cintura dela, equilibrando nós dois antes que tombássemos. Ela agarrou meu rosto e me beijou como se sua vida dependesse disso. ─ Cristo - sibilei quando ela mordeu meu lábio inferior. Eu agarrei seus braços e tentei recuar, mas ela não me deixou. Ela queria tirar sangue. Eu rosnei e girei, empurrando as costas dela contra a parede. Eu prendi ela contra o concreto e limpei o sangue do meu lábio. ─ Você quer jogar duro, Lily? Os olhos dela pareciam perversos ao luar. Brilhante e selvagens e com raiva. ─ Eu te odeio - ela disse com os dentes cerrados. Sorri sarcasticamente. ─ Você traz à tona o pior de mim, você sabe disso? Eu sou apenas um idiota em torno de você.

Antes que ela pudesse responder, agarrei o queixo dela e a beijei. Minha língua entrou em sua boca e ela não brigou comigo. Seu corpo estava lutando contra mim, as palavras dela lutando contra mim, mas essa boca? Ela era tão receptiva que por um momento pensei que teríamos sexo ali na parede do caminho privativo. Ou seja, até ela quase me dar uma joelhada no saco. ─ Foda-se, Lily, - eu ofego, por pouco, bloqueando o ataque. Ela estreitou os olhos dela e soltou-se do meu aperto. Seu cartão foi para fora e ela estava empurrando através da porta para a casa antes que eu pudesse pegá-la. As luzes estavam apagadas e as cortinas estavam fechadas. Por um momento, não queria entrar atrás dela. Nada de bom viria da gente brigando 129


quando ambos estávamos aquecidos, mas ela segurou a porta aberta. O corpo dela foi mostrado em silhueta pelas luzes no caminho. Seu corpo era um convite. O pescoço, a curva de sua cintura, pernas longas apoiadas contra a porta. ─ Pensei que você disse que não haveria nenhum dano no segundo round? ela perguntou da porta. Ela era como uma vilã, deixando um rastro de sangue e dicas para me atrair para uma armadilha. Um homem com uma mente de autopreservação viraria e correria. Em vez disso, empurrei a porta e tranquei a porta atrás de mim. Ela chegou para o interruptor de luz e eu peguei a mão dela, segurando firme. A escuridão nos encaixava. Essa coisa entre nós foi feita para as sombras. ─ Você me disse para ir para casa - ela disse, dando um passo à frente e pressionando seu corpo contra o meu. ─ É mais fácil quando você não está por aí - eu sussurrei, relaxando a parte de trás do pescoço dela. ─ Por quê? Por que você nunca esteve com uma mulher como eu? Eu sorri, mas ela não podia vê-lo na escuridão. ─ Nunca desejei uma mulher como você. ─ Por que isso? Beijei sua bochecha. ─ Quero uma mulher que me faça sentir importante. Quero alguém que aprecie o que faço. ─ Ninguém pode te fazer sentir importante, Dean. É por isso que nunca ficará satisfeito. Quer dizer que você tem sucesso? Você quer eu te dê os parabéns? Não consegui encontrar as palavras para responder. ─ Oh, Dean, que braços fortes você tem. Eu sorri. ─ Bem? - ela perguntou. ─ Terrível - eu disse, levando seu lóbulo da orelha entre meus dentes. ─ Você iria odiar uma mulher assim - ela disse, deslizando a mão por baixo do cós das calças. Busquei o zíper do vestido e eu o puxei lentamente para baixo, dividindo a renda separando para expor sua pele macia. Eu mergulhei minha mão por baixo 130


do tecido e empurrei o zíper inferior, seguindo a curva da sua coluna. Eu apertava seu vestido para baixo e ela foi deslizando cada vez mais baixo. Que jogo enlouquecedor. ─ Esta é a única coisa em que somos bons - ela disse, acariciando-me. Eu não poderia discordar. Se não queria matá-la, eu queria possuí-la. Eu queria seduzi-la para a beira da loucura, para que por trinta minutos ela nada pudesse fazer nada senão gemer nos meus braços, também perdendo o momento de me odiar. ─ Leve-me para o meu quarto, - ela implorou. Eu empurrei o vestido no chão e chutei de lado. Ela agarrou minha gravata na mão e puxou-me para frente. Estávamos perdidos nas trevas, tropeçando em mesas e sofás e lâmpadas. Nós caímos em seu quarto e fechamos a porta atrás de nós. O quarto era tão sombrio quanto o resto da casa, mas nós encontramos a cama e ela caiu. Os membros enrolados com os meus, mas eu a empurrei mais para cima, contra os travesseiros. Ela era suave em todos os lugares, mas a pele entre as coxas dela era puro veludo. Eu a despi e ela puxou o laço do meu pescoço, quase me sufocando, antes de finalmente tirá-lo. Acho que ela gostou da linha entre magoar alguém e amá-lo. Acho que isso é o que ela sentia por mim. ─ Deite, - eu disse ela, empurrando minha mão para o estômago e mantendo-a alinhada com a cama. ─ Eu ainda não te perdoo pelo que você fez anteriormente. Sorri e curvei-me, arrastando a minha língua até o interior de seu joelho esquerdo. ─ Talvez você encontrará perdão depois que eu acabar com você. Ela arqueou suas costas, empurrando contra a minha mão. ─ Nunca.

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CAPÍTULO 33 Dean LILY ficou na porta depois de seu banho. Ela estava nua e usando uma das toalhas do hotel superdimensionada para secar as pernas dela. Sentei-me na cama observando-a, momentaneamente saciado. Nós não tivemos que dizer nada para o que pareceram durar horas, mas eu sabia que a trégua não duraria muito tempo. ─ Você me disse para prová-lo, e eu fiz. Eu franzi a testa, tentando assimilar as palavras dela. ─ Nós - disse ela, envolvendo a toalha em torno de seu peito. ─ É só sexo. Ela sorriu. ─ obscuro, mas não há fogo. Ela se virou e fechou a porta do banheiro sem mais uma palavra. Ela tinha jogado a faca e tinha encontrado sua marca; a única coisa que eu poderia fazer era sair antes que ela jogasse outra. Eu estava exausto, especialmente após as últimas horas, mas não consegui encontrar um lugar confortável no sofá. Eu inclinei meu corpo de uma forma e em seguida, outro, então levantei e tentei uma direção diferente. Senti o sofá irregular em lugares que não tinha sentido na noite anterior. Eu olhava para o teto da casa e tentei ignorar a dor no estômago. Ouvia as palavras de meus pais de volta à mente. "Você acha que a vida rápida te sustentará por muito tempo?" "Não sente”? Suas perguntas tinham sido sempre fáceis de desviar. Eu tinha mudado para Nova Iorque para me tornar um homem com um império e não tinha nenhuma intenção de parar a qualquer momento em breve. Eu estava feliz com essa vida. Um dia, eu estava contente e no próximo estava deitado num sofá em Las Vegas com caroços de indecisão perturbando meu sono. Eu não queria isso. Eu não queria mudar. 132


Não queria acordar com uma barriga oca e o gosto do arrependimento na minha boca. Eu não podia construir um império solitário se perdesse o foco. Tinha afastado cada distração que tinha vindo no caminho nos últimos dois anos, no entanto, de alguma forma Lily tinha escoado através das rachaduras, como um veneno. Eu só tinha que encontrar o antídoto.

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CAPÍTULO 34 Lily Alguma coisa sobre o Dean me mantinha sempre voltando para mais. Tinha sido errado dormir com ele da primeira vez e simplesmente idiota concordar com o segundo round. Dean tinha me despido naquela cama de hotel... E então ele me deixou pendurada. Bem, tecnicamente ele me deixou depois que eu o empurrei para fora, mas essa era a maneira que éramos. Ele empurrou, forçando para trás. Ele não queria uma Barbie insípida. Ele queria um desafio, mas ele se manteve negando, assim as coisas entre nós nunca mudariam. Era um ciclo vicioso. Eu precisava de uma intervenção. Eu precisava tirar Dean da minha vida pessoal. Abstinência. ─ Ficar sentada num café em frente um estúdio de bicicleta conta como exercício? - Josephine perguntou quando ela se sentou com seu café com leite. Eu pisquei saindo dos meus pensamentos e assenti com a cabeça. ─ Transfere as calorias. Com osmose. Ela sorriu. ─ Então nós devemos dividir esse bolinho de banana? Não virei para inspecionar o caso de pastelaria atrás de mim. Eu não tinha nenhum apetite. ─ Eu estou bem. Vá em frente. Ela franziu a testa. ─ Desculpe-me, o que? A última vez que você recusou um bom cozido foi porque achou que o glúten era venenoso. ─ Esse artigo de revista fez parecer que era veneno de rato! - Eu contestei. Ela balançou a cabeça e tomou um gole de seu café com leite. Eu tinha chegado ao café mais cedo do que ela, na esperança de provar alguns dos bolos para o meu blog. Em vez disso, eu tinha me sentado numa mesa sozinha, tomando meu café e observado as pessoas através das janelas da frente. ─ Você voltou de Las Vegas há uma semana e você pronunciou quatro palavras desde então. Eu levantei minhas sobrancelhas. ─ Não é verdade. ─ Pedir a Siri para tocar James Blunt não conta. Não tinha certeza se ela estava certa, mas não tive energia para lutar com ela. 134


─ Vou te arrumar pra um cara que trabalho na Vogue. Eu amassei meu nariz. ─ Eu não estou realmente afim de modelos masculinos. ─ Não, ele trabalha no departamento de gráficos. Ele tem uma barba e óculos e, às vezes, no ângulo certo, ele se parece com Bradley Cooper. Eu cantarolava. ─ Bradley Cooper como em Se Beber, Não Case ou Bradley Cooper como em O Lado Bom da Vida? Ela parecia confusa com minha pergunta. ─ Existe uma diferença? ─ Grandes. Ela rolou a questão ao redor em sua mente e então assentiu com a cabeça. ─ Eu diria Bradley como em O Lado Bom da Vida. ─ Então ele é bonito, mas um pouco psicótico. ─ Oh, meu Deus, esquece. Dei de ombros. Por mim, tudo bem. Ela me deu alguns minutos, tempo suficiente para começar a observar as pessoas pela janela novamente antes que ela decidisse jogar a próxima bomba em mim. ─ Julian disse que Dean tem sido difícil de trabalhar ultimamente. Meu estômago apertou com a menção do seu nome. ─ Pior do que o habitual, - acrescentou. Tomei um gole do meu café e propositadamente encarei a rua acima do ombro de Jo. ─ Você não saberia nada sobre isso, né? Foda-se os curiosos. Forcei meu olhar para ela. ─ Jo, você e o Julian são impressionantes. Os dois se amam e vocês nunca brigam e vocês são a coisa mais fofa desde o pão fatiado. ─ Não acho que o ditado seja assim. ─ Adoraria a relação que vocês têm, mas infelizmente Dean e eu nunca seríamos assim. 135


─ Por quê? Ri. ─ Onde começar? ─ Para começar, eu não acho que ele e eu já tivemos uma conversa sem um de nós gritando. Ele é rude e opinativo e um viciado em trabalho. Ele tem o ego do Kayne West e o odeio. Ela contou as razões em seus dedos, quando falei. ─ Isso são apenas seis coisas! Pfft, podíamos totalmente trabalhar nisso. Eu balancei minha cabeça. ─ Adicione o fato de que ele sequer ligou ou mandou uma mensagem desde que voltamos de Las Vegas. Ela franziu a testa. ─ Você já tentou falar com ele? Eu dei a ela uma olhar de “Você está louca” ─ Você está louca. Ela levantou as mãos em sinal de rendição. ─ Talvez tenha razão. Vocês dois são assustadoramente teimosos. - Nós éramos teimosos e eu deveria odiar, mas eu não odiava. Eu adorava. Eu ansiava por um relacionamento com ele. Eu mal poderia pensar como seria. Dean acordava e nos faria o nosso café todas as manhãs? Eu lhe serviria café? Nunca. Ele iria reclamar que fiz errado e eu provavelmente acabaria por jogá-lo em seu rosto presunçoso. Deus, nós acabaríamos empurrando um ao outro para a beira da insanidade. Eu sabia que não era saudável. Eu sabia que um relacionamento não deveria ser sobre duas pessoas tentando ganhar. Alguém tinha que ceder. Certo? ─ Qual é o nome do cara da Vogue? - Pedi gentilmente. Jo olhava para mim de cima da sua caneca de café com leite. ─ Carson. Carson. Isso não é um mau nome. ─ Diga a Carson que estou livre na próxima semana se ele quiser sair para uns nuggets de frango ou algo assim. Suas sobrancelhas se animaram. ─ É sério? Eu bebi o resto do meu café antes de responder. ─ Eu não brinco com nuggets de frango. Ela agarrou meus ombros. ─ Não é sobre os nuggets, sua esquisita. Eu estou perguntando sobre o encontro! ─ Tenho certeza. Por que não? Afinal de contas, sou solteira. 136


CAPÍTULO 35 Dean Depois de Vegas, eu demorei duas semanas antes de agendar outra reunião de equipe. Eu me concentrei em meus outros restaurantes e trabalhei no escritório de trás do Provisions, dizendo a mim mesmo que era necessário. Eu mandei trabalho para Hunter, Zoe e Lily por e-mails de grupos formais.

De: Dean Harper Para: Lily Black, Julian Lefray, Zoe Davis, Hunter Smith Assunto: LVRW

Na semana passada foi bem. Eu vou tomar os próximos dias para atualizar os funcionários do Provisions e da propaganda. Zoe, eu preciso de você gerenciando as próximas noites - Provisions foi para a merda enquanto estávamos fora. Hunter , entre em contato com Mark e comece a mostrar-lhe as listagens de propriedades potenciais. Precisamos fazer a bola rolar. Quero uma lista de propriedades até o final da semana.

D.Harper

De: Lily Black Para: Dean Harper Assunto: Re: LVRW

Acabei de ler seu último e-mail e você não falou comigo. Em que você gostaria que eu fosse trabalhar? Cardápio? Bebidas? Nomes? Marcando? 137


-Lily

De: Dean Harper Para: Lily Black Assunto: Re: Re: LVRW

Comece a montar uma lista de blogueiros que precisamos convidar para inauguração.

D.Harper

De: Lily Black Para: Dean Harper Assunto:Re: Re: Re: LVRW

Você não acha que isso é um pouco prematuro? Nós nem sequer temos uma localização ainda...

-Lily

De: Dean Harper Para: Lily Black Assunto: Re: Re: Re: Re: LVRW

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Veja o último e-mail.

De: Lily Black Para: Dean Harper Assunto:Re: Re: Re: Re: Re: LVRW

Tudo bem, vou trabalhar na lista.

- Lily

***

Eu me peguei pensando que a comunicação de e-mail com Lily era inofensiva, apesar de que todo o tempo que o nome dela batia em minha caixa de entrada, eu sentia uma familiar onda de adrenalina. Em seguida, duas semanas depois de voltar para Nova Iorque, Antonio Acosta me enviou um e-mail e relutantemente agendei uma reunião de equipe. Eu teria que enfrentá-la querendo ou não. Quando dobrei a esquina para o corredor apenas para funcionários, eu podia ouvir a equipe conversando em volta do escritório e aumentei o aperto em torno dos papéis em minhas mãos, ao som da voz de Lily. ─ Sinto como se nunca tivesse te visto - disse ela. ─ Eu sei. Nada de novo com você? - perguntou Zoe. Eu dobrei a esquina do meu escritório e olhei para a parte de trás do cabelo loiro de Lily. ─ Oh, Deus, Jo me colocou num encontro às cegas para o final dessa semana, eu preciso de algum conselho. - Entrei no escritório e fechei a porta com um estrondo alto. Ouvir Lily discutir um encontro às cegas foi divertido como obter um tratamento de canal. Ela virou um olhar de punhais para mim, mas fingi não perceber. Eu fui em torno do grupo e entreguei a cada um deles uma cópia impressa do e-mail que recebi do Antonio na noite anterior. Depois que todo mundo tinha uma cópia, eu tomei um assento na borda da minha mesa e assistios lendo-os. 139


Julian terminou em primeiro lugar, as sobrancelhas em arco para a linha do cabelo. ─ Uau. Eu não estava esperando isso. - Disse ele. Eu balancei a cabeça e propositadamente focado em qualquer lugar menos em Lily. Eu não era bom em reconhecer o erro dos meus caminhos e se eu a conhecesse tão bem quanto pensava, ela não iria deixar esse e-mail deslizar sem entusiasmo. ─ Sinto muito, talvez eu esteja confusa - disse ela, olhando para mim. ─ Você poderia explicar o que significa este e-mail? Apenas no caso de estar lendo errado? Zoe riu. Ela não estava lendo errado. Ela queria me ouvir explicar isso em voz alta, porque ela era irritante. Cruzei os braços e finalmente, deixei-me olhar para ela. Seus lábios cheios estavam torcidos em um sorriso e o brilho nos olhos provou que ela sabia o que estava fazendo. Ela estava usando um vestido azul sem mangas que deixava suas pernas longas em exibição. Seu cabelo estava puxado por cima do ombro direito para que eu pudesse admirar a curva de seu pescoço. Ela bateu o dedo contra o email com impaciência. Ela era exigente e de tirar o folego. Limpei a garganta. ─ Antonio Acosta enviou-nos uma lista de revista de pratos para o nosso menu. Ele pediu desculpas por sua falta de preparação em Las Vegas. Eu não acho que ele deu uma desculpa válida a respeito de porque suas sugestões originais eram uma merda. Independentemente disso, os novos pratos estão ótimos e nós definitivamente estaremos voando em breve para outra degustação. Seu sorriso se alargou. ─ Só para que fique claro, Antonio nos enviou pratos revistos por nenhuma razão qualquer? Apenas por causa bondade de seu coração? Agarrei a borda da mesa e balancei a cabeça. ─ Você quer que eu elogie seu comportamento nessa reunião, Lily, mas não vou. Você foi rude e desrespeitosa. Em qualquer outro dia, um chef tão impetuoso como Antonio teria nos manchado na imprensa. Temos sorte que ele estava se sentindo generoso. - Ela xingou fora uma lufada de ar e cruzou os braços. ─ Nós não definimos um nome ainda? - perguntou Julian, mudando de assunto antes que Lily e eu dominássemos o resto da reunião com nosso debate. ─ Eu ainda estou trabalhando nisso. Eu tenho alguns em mente. 140


─ Eu estive em coordenação com o designer gráfico que você contratou em Las Vegas - disse Zoe, dirigindo a reunião em direção a seu trabalho. ─Obviamente, não podemos fazer muito sem um nome, mas começamos a trabalhar em uma marca básica. Você nos contou qual estética gostaria para o restaurante, por isso, uma vez que tivermos um nome na casa, o logotipo funcionará melhor. ─ Você me enviou esse progresso? - perguntei. Ela assentiu com a cabeça. ─ Todos devem tê-lo em sua caixa de entrada. ─ Bom. - Eu virei para Hunter e seus olhos se arregalaram. ─ Como é que vai a pesquisa para o espaço do restaurante? Ele engoliu em seco e puxou a gola da camisa, tentando afrouxar seu aperto ao redor de seu pescoço. ─ Hum, sim. Eu tenho procurado, mas não há muito lá fora. Todos muito ruins, não muito polidos. Apertei os olhos. Isso não é o que eu queria ouvir. ─ Eu não quero nada polido, apenas algo com que se possa trabalhar. Você está me dizendo que não há concessões disponíveis em Manhattan? Essa era uma tentativa de piada de mau gosto? Suas bochechas inflamaram. ─ É apenas um mercado difícil agora e eu acho que ... é só que... - Ele estava divagando e não fazia sentido. Hunter tinha me ajudado a encontrar os espaços para os meus últimos quatro restaurantes e ele nunca teve um problema. ─ Eu vou ajudar - Lily ofereceu gentilmente. ─ "Eu posso pesquisar online quando chegar em casa." Hunter lançou-lhe um olhar afiado. Ele claramente não queria que ela ajudasse, mas puta merda. Ele precisava. ─ Seria ótimo. Obrigado. Ela sorriu e o impacto dele me bateu fora de meu equilíbrio. ─ Na verdade, Lily, você poderia ficar após a reunião por um segundo? - Seu sorriso vacilou. ─ Oh, uh... posso. OK. Ela também foi surpreendida pela minha pergunta tanto quanto eu estava. O plano era ter uma reunião em grupo e em seguida, enviar a todos para seus caminhos, juntos. Eu deveria ter percebido que iria ceder assim que a visse. Duas semanas de intervalo significava que ela era mais tentadora do que nunca. O desejo que deveria ter desaparecido era muito agudo para ignorar. Eu tinha negócios nada relacionado ao negócio para discutir com ela; Eu simplesmente não estava pronto deixá-la ir embora ainda. 141


CAPÍTULO 36 Lily Zoe foi a última a deixar a sala de Dean. Ela se virou e atirou-me um sorriso maroto apenas quando fechei a porta para ela. Dean ficou atrás de sua mesa, tirando o paletó. Seus músculos do braço flexionando enquanto ele o atirava para parte de trás da cadeira. Quando sua atenção se voltou para mim, molhei meu lábio inferior e tentei sorrir. Ele parecia fraco. ─ Eu lhe pedi para ficar, para que pudéssemos ter um momento a sós para falar sobre a nossa situação. Ele estava colocando nossa relação em termos de negócio. A jogada inicial de Dean era sempre tratar a questão como se fosse apenas mais um perigo para o seu resultado final, mas eu sabia melhor. Eu podia ver a forma como sua respiração tinha mudado quando eu me virei para ele. Estávamos sozinhos em seu escritório. Eu estava a poucos passos de distância e ele já estava sonhando com as maneiras que poderia me levar em frente à sua mesa. Dei um passo para a frente. ─ Eu sou completamente capaz de ser profissional ao seu redor. Minhas palavras disseram uma coisa, mas meu tom sugeria o oposto. Sua boca se contorceu e ele inclinou a cabeça para esconder o sorriso que ele não queria que eu visse. ─ Eu concordo. Dormir um com o outro não tem que interferir com a nossa relação comercial. ─ Exatamente. ─ Eu ouvi que você tem um encontro às cegas esta semana? - ele perguntou, arqueando uma sobrancelha para mim. ─ Uhun. Tenho certeza que você vai se manter ocupado também. - Eu me aproximei e chutei um sapato e depois o outro. Ele afrouxou a gravata. ─ Muito ocupado. ─ Quando é sua próxima reunião? - perguntei quando eu bati na borda de sua mesa. Ele desabotoou o cinto. ─ Eu tenho que estar do outro lado da cidade em uma hora. Eu assenti. ─ Você? 142


Eu sorri. ─ Estou livre durante toda a tarde. Eu só tenho que procurar uma propriedade. Ele balançou a cabeça, em seguida, seus olhos castanhos encontraram os meus e em menos de um segundo, a faísca entre nós estava em chamas. Deixei minha bolsa no chão e rastejei sobre sua mesa, A caneta esferográfica caiu e rolou pelo chão enquanto suas mãos agarraram minha cintura e ele me puxou todo o caminho. Fazia duas semanas que suas mãos tinham estado em mim. Quatorze dias enlouquecida. Certo com Dean nunca foi realmente uma opção. Eu sabia que tinha que ser confuso. Eu queria que Dean me beijasse como se ele estivesse me beijando só naquele momento. Eu queria as mãos queimando através da minha pele. Sua língua deslizando na minha boca e seu dedo escorregando em minha calcinha. Segurei seu cabelo e espalhei minhas pernas na borda de sua mesa. Ele estava entre elas, puxando meu vestido ao longo de minhas coxas quando o tecido rasgou. ─ Eu nunca vou ter o suficiente - ele falou, quando eu abri o zíper de suas calças. Eu balancei com a adrenalina quando ele empurrou suas calças e cuecas boxer para baixo e chutou para o lado. Ele me tinha ali na beirada da mesa, completamente de acordo com seu querer. ─ Você ama isso, tanto quanto eu - disse ele, deslizando as mãos para cima em minhas coxas. Ele sorriu com satisfação quando deslizou pra dentro de mim. Arrastei minhas unhas para baixo, na parte de trás do seu pescoço, tentando passar um pouco da mesma sensação para ele. Eu não queria isso. Eu não havia pedido para ter o coração dividido em dois. Ele estava errado; Eu não amava tanto quanto ele. Eu amava mais.

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CAPÍTULO 37 Lily Lily: Eu estou indo ao meu encontro às cegas agora... Dean: Onde vai encontrá-lo? Não deixe ele te atrair para o seu apartamento. Jo provavelmente arrumou um caçador. Eu sorri e enfiei-me para o lado do vagão do metrô para que as pessoas tivessem espaço para sair. A cada parada que nós passávamos, o carro esvaziava um pouco mais, finalmente, deixando alguns assentos vazios. Eu peguei um e voltei para meu telefone. Lily: Nós apenas vamos comer em algum lugar na parte alta da cidade. Vou me encontrar com ele em um parque primeiro. Dean: Romântico. Lily: Você está saindo com alguém está noite? Dean: Ainda não tenho certeza. Lily: Não faça sexo com ela. Dean: Lily... Lily: Muito bem. Tanto faz. Durma com quem quiser. Só não estrague seu apetite. Dean: Eu não sou o único indo em um encontro agora. Ele tinha um ponto, mas eu estava indo por uma razão muito, muito nobre: Eu tinha estado ocupada sonhando em fazer sexo com Dean e em seguida, na verdade, tendo relações sexuais com Dean que não me lembrei de cancelar com Carson. Viu? Tenho certeza que esse tipo de coisa acontece com Da Lai Lama o tempo todo. Tanto faz. Jo disse que eu não resistiria a ele e eu não poderia cancelar de última hora porque era quase tão ruim quanto resistir a ele. Em vez disso, nós concordamos que eu iria a um encontro e iria dar-lhe uma chance. Ela disse que eu precisava, para testar as águas com os outros caras. Talvez eu estivesse com Dean porque estava sozinha numa cidade nova. E não havia quaisquer outros caras em minha vida. Eu sabia melhor, mas ela era irritante e eu meio que lhe devia pelo menos um encontro com um cara aleatório depois de submetê-la há 144


duas semanas de Simplesmente Amor. (Sim, você realmente pode exagerar na dose de Hugh Grant). Dean: Sabe, esse cara provavelmente poderia fazer melhor. Será que ele sabe o quão teimosa você é? Lily: Eu tenho certeza que ele vai se apaixonar à primeira vista e vamos fugir juntos. Dean: Hunter vai ficar tão decepcionado...

Eu digitei de volta "mais do que você?", mas o meu dedo pairou sobre o botão enviar. Eu sabia que não poderia realmente enviar. Dean e eu estávamos em um limbo confortável; Eu tinha que pisar levemente. O vagão do metrô gritou uma parada e na próxima estação meu destino foi anunciado nos alto-falantes. Eu apaguei o texto e guardei meu telefone enquanto esperava pra sair. Toda a caminhada em direção ao parque, tentei evocar alguma emoção para meu encontro com Carson. Não havia nenhuma. Absolutamente nada. Bem, eu senti um cheiro de pretzel, o que me fez salivar, mas não poderia dizer que foi pelos atributos de Carson. Eu estava quase no parque, quando eu vi um sinal para abertura de um novo restaurante do outro lado da rua. Eu tinha alguns minutos de sobra, então em vez de virar à direita e seguir em direção ao parque, esperei o sinal abrir e corri através da rua para investigar. Com alguma sorte, teria um novo restaurante para rever em breve. Por favor, seja outra creperia, por favor, seja mais uma creperia. O restaurante ainda estava em fase de construção, mas os ossos já insinuando o quão incrível seria uma vez que ficasse pronto. Mudei-me para a frente do edifício para tentar encontrar mais detalhes quando o nome me chamou atenção. Ivy & Wine estava pintado em branco através do tijolo, com as palavras "abriremos brevemente" abaixo dela. Eu olhava e lia novamente, tentando lembrar porque o nome parecia tão familiar. Eu me aproximei, inspecionando o cartaz impresso que tinha colado na porta da frente. Os proprietários do restaurante tinham imprimido um menu detalhado para que os pedestres pudessem começar a ter uma sensação do lugar. Eles se gabavam dos sabores frescos e pratos sazonais, mas quando eu comecei a realmente ler o menu, eu podia sentir a cor sendo drenada do meu rosto. Era cem por cento idêntico ao menu que Antonio Acosta tinha nos enviado apenas alguns dias antes. Cada detalhe, ingrediente e o sabor paralelo ao nosso e quando fiz a varredura para o fundo onde ele listava o nome do gerente geral, eu sabia quem eu teria que culpar. 145


Hunter era um pequeno rato.

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CAPÍTULO 38 Dean Empurrei minha bicicleta pela porta de trás e soltei meu capacete na hora em que a campainha lá na frente tocou. ─ Estou indo - gritei, irritado com quem continuou tocando a campainha. Era 20:00 de uma sexta; as chances eram que eu estava prestes a encontrar com um missionário mórmon. Apoiei minha bicicleta no corredor e tirei o suor da minha testa, assim que Lily gritou pela porta. ─ Dean, apresse-se! Eu sei que está em casa! Lily? Abri a porta para encontrar Lily se preparando para bater novamente. ─ Calma, você vai... Ela gemeu e passou por mim, quase me derrubando. ─ Por que você não atende esse telefone?! Chamei-lhe dez vezes nos últimos vinte minutos! Ela estava respirando com dificuldade. Seu casaco de lã estava amarrado em sua cintura e seu vestido de algodão estava amassado. Ela inclinou-se e apoiou as mãos nos joelhos, tentando recuperar o fôlego. ─ Veio correndo até aqui? - perguntei, franzindo a testa. Seus olhos brilhantes pousaram em mim com fúria. ─ Claro que corri até aqui! Hunter precisa ser demitido imediatamente! Levantei minhas mãos. ─ Desacelere. Desacelere. O que está acontecendo? Ele fez alguma coisa para você? Por que não está em seu encontro? - Ela revirou os olhos e se virou para a mesa de entrada. Ela largou seu cardigã e sua bolsa lá e, em seguida, pegou seu telefone. ─ Tinha que te mostrar! Estava no meu caminho para meu encontro quando notei um restaurante em construção. - Abriu seu telefone e rolou através de fotos até que ela parou em uma que ela estava satisfeita. ─ Este é o menu que foi colocado do lado de fora do edifício, - disse ela empurrando o telefone na minha mão. 147


Abri e fechei os olhos, tentando ler as letras pequenas. ─ Reconhece alguma coisa? Ou, não sei, a coisa toda?! Balancei a cabeça. ─ Você tem certeza? Talvez seja apenas parecida. Ela riu, claramente além do ponto da razão. ─ Role para baixo e veja quem está listado como gerente geral. Dê uma olhada em quão leal seu funcionário é. Ela jogou as mãos para o ar e pisou em torno da entrada. ─ Eu vou matá-lo. Eu estou indo afogá-lo no prato de paella que ele roubou de nós! Minha mão apertou em torno de seu telefone enquanto eu processava a informação que ela tinha acabado de despejar em mim. Hunter estava trabalhando com outra equipe, o desenvolvimento de um outro restaurante em toda a cidade com o menu e a visão que eu tinha trabalhado tão duro para criar. Tinha sido muito fácil para ele me trair. Ele tinha resumos detalhados de tudo, desde opções de menu até esquemas de cores. Ele tinha informações de contato com cada um dos empreiteiros, fornecedores e recrutadores. Meu sangue começou a ferver. Ele pensou que poderia ir longe com isso? Ele pensou que poderia sentar no meu escritório e me alimentar com a besteira sobre o mercado imobiliário duro e esperar que não fosse descobrir o que ele realmente estava fazendo? A mão de Lily entrou na minha linha de visão e percebi que ela estava tentando pegar seu telefone antes que eu esmagasse ele. ─ O que você vai fazer sobre isso? - Ela perguntou, sua voz muito mais calma agora que eu era o único perdendo a paciência. ─ Vou lidar com isso, - eu disse com um aceno de cabeça. Ela franziu a testa. ─ O que você quer dizer com isso? Eu já estava me movendo em direção à cozinha, dirigindo-me para o telefone pendurado na parede ao lado da porta. ─ Vou ligar para meu advogado. O queixo dela caiu. ─ Só isso? Já estava discando o número dele. ─ A propriedade intelectual é complicada quando se trata de restaurantes que ainda nem abriram. Ele não tem realmente quebrado uma lei. No âmbito de um processo civil é a única maneira de lidar com isso. Apenas me dê cinco minutos. Ela sentou-se à mesa da cozinha e cruzou os braços, claramente irritada com minha falta de retribuição. ─ Ele é uma bola de merda. Sabe que ele bateu em mim novamente em Las Vegas também. Ele tentou me levar para fora do hotel com ele. Deus, gostaria de ter lhe dado um soco no rosto. 148


─ Lily, acalme-se. Nós vamos descobrir isso. Ela mordeu seu lábio inferior, também trabalhando para se manter quieta. ─ Dean, - disse Mitch, respondendo apenas antes da chamada ir para caixa postal. ─ É melhor que seja malditamente importante. Eu estava prestes a desfrutar de uma refeição num de seus malditos restaurantes. ─ Nós temos uma situação. - Ele suspirou. ─ Ah. inferno. Espere, deixe-me ir para fora.

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CAPÍTULO 39 Lily Eu andava para frente e para trás na sala do meu apartamento. Era um pequeno espaço, mas eu podia ver, quando Jo me olhou bufando com irritação. Eu podia sentir seus olhos, tentando me acompanhar por toda sala. ─ Se Dean disse que ele vai lidar com isso, você deve confiar nele. - Disse Jo. Eu balancei minha cabeça. ─ Não. Seu advogado disse que não havia muito o que se fazer, Dean não tinha esse menu no direito de autor. Tentar processar Hunter custaria a Dean uma fortuna em taxas legais e provavelmente não resultaria em qualquer tipo de solução. ─ Talvez Dean poderia enfrentar Hunter por si mesmo? Eu atirei-lhe um olhar. ─ O que? Como duelo à moda antiga? - Eu estava muito além desse ponto. Eu queria fazer Hunter pagar. Eu poderia lidar com sua paquera e incompetência geral, mas isso? Ele mostrou que havia mais para um idiota. Ele tinha brincado conosco o tempo todo. Jo cruzou os braços. ─ Tanto faz, se seu advogado disse que não há nada que se possa fazer, então você tem que seguir em frente. Vocês podem apenas chegar num menu melhor ou algo assim. - Fiz uma pausa e me virei para ela. ─ Doce e ingênua, Jo. Isso não é assim, onde se muda tudo durante uma noite. Ela levantou as mãos para eu parar. ─ Oh, Deus! ─ Você é louca se acha que eu vou deixar Hunter conseguir acabar com isso. ─ Lily... - ela advertiu. Se nós não poderíamos processá-lo, tinha que descobrir como convencer Hunter a deixar a lista sobre Ivy & Wine de outra forma. Dean já tinha falado com ele, durante o encerramento inevitável do Hunter do emprego. Ele não se importava que Dean tinha ajudado a construir sua carreira. Ele não se importava que Dean tinha lhe ensinado tudo o que ele sabia. Durante o confronto, Hunter não demonstrou nenhum remorso e ele não admitiu nada. Ele continuou chamando de "desavença", o que ou era para mostrar que ele estava completamente alheio ao ridículo de tal declaração, ou de ostentar o fato de não poder tocar nele legalmente. Felizmente para Dean, eu não ia deixá-lo fugir com isso. 150


***

Eu tenho procurado online quaisquer detalhes sobre Ivy & Wine. Um blog pequeno de NY tinha postado um curto trecho, mas não houve menção dos investidores ou Hunter. Fora isso, não havia outros blogs com quaisquer detalhes sobre o restaurante. Eu verifiquei sites imobiliários e desenvolvimentos sem sucesso. Não foi até que eu procurei na Base de dados do Estado de Nova Iorque que eu tive minha primeira pausa. Havia um agente registrado listado em Ivy & Wine, LLC, um que eu não estava à espera de encontrar: a esposa de Hunter, Colette. A mulher que ele ama e, oh, respeita tanto. Eu procurei em torno do Facebook, Twitter e Instagram por qualquer informação que pudesse sobre Colette. Do pouco que eu poderia reunir a partir de persegui-la digitalmente, ela era uma mulher doce do norte de Nova Iorque, cujo grande bisavô havia criado o avião ou algo assim. (ok, claramente eu não li o artigo todo). Todas as suas fotos no Facebook eram dela e Hunter de férias no Hamptons e Cape Cod. Ela tinha dinheiro e Hunter devia cada polegada de seu novo restaurante a ela. Enquanto isso, ele estava passeando em torno de NY transando com qualquer coisa que tenha pernas. Eu só precisava de uma prova... Eu sentei ao lado de Josephine no futon e virei meu corpo para ela. ─ Eu acho que tenho um plano, mas preciso de sua ajuda. Ela arqueou a sobrancelha. ─ Com o que? ─ Como você se sente sobre se disfarçar? - Ela deixou a cabeça cair em suas mãos e gemeu. ─ Por favor, não me obrigue a fazer algo que eu vá me arrepender... - A presença na mídia social de Hunter, era nada se não previsível. Se havia algo legal acontecendo na cidade, ele tinha que twitar, blogar, e postar como de alguma forma ela estava envolvida. Ele era um "vip" em todos os clubes na cidade, ele tinha ido a cada abertura deste lado do rio Mississipi. Felizmente para mim, sua necessidade irritante de se gabar de suas aventuras significava que sabia exatamente o que ele planejava para a festa de sexta-feira à noite, enquanto sua esposa estava fora da cidade. Seus tweets que antecederam o evento eram como este: @BigGameHUNTER12334: mal posso esperar pela farra nesta sexta-feira. #quandoaesposaestalongeosratosbrincam

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@BigGameHUNTER12334: VIP segunda noite @OakBar: #serviçodegarrafa #quandoemroma @BigGameHUNTER12334: #nósvamosduro #préjogo #enchendoacara E depois, claro, sua esposa teve que falar @Colletteinthecity: Não tenha muita diversão sem mim! ;) @BigGameHUNTER12334: :*

Senhor nos ajude. E claro que ele tinha o feed de uma menina de catorze anos de idade e o corpo de um homem de meia idade com excesso de peso. Ele estava basicamente pedindo para o Karma mordê-lo na bunda. Fechei o Twitter e deslizei meu telefone para minha mochila preta que tinha escolhido para a ocasião. Que, em cima do meu gorro preto, calça jeans preta e uma camisa de manga comprida preta, fez-me parecer mais com um criminoso e menos como qualquer garota na cidade sexta-feira à noite. Realmente a moda hipster levou por um fio a minha vibração. ─ Jo, você está pronta? - eu gritei em todo o apartamento. Ela estava lutando contra mim na “operação caçador se torna a caça”, durante os últimos dois dias, mas não havia maneira de contornar isso. Eu não poderia ser isca para Hunter, porque ele sabia que eu o odiava. Ele veria através do plano. Jo era minha única opção. ─ Por que eu tenho que usar essa peruca loira? Eu pareço com a Shakira. A peruca loira foi em parte para efeito dramático e em parte porque eu sabia que Hunter gostava de loiras. Revirei os olhos. ─ Não vamos fingir que seu rabo magro tem pelo menos a metade da ação que o da Shakira tem. Vamos lá. Deixe-me ver. A porta do banheiro se abriu e Jo saiu vestindo nossa roupa pré-planejada: um vestido vermelho furtivo com saltos correspondentes. Ela estava sexy e apenas um pouco perfeita demais para sacanear Hunter. Jo apoiou a mão no quadril e sacudiu a cabeça. ─ Esta é uma ideia tão terrível. ─ Não! É brilhante. Vai trabalhar. - Fiz uma pausa. ─ Espere, você não disse a Julian, certo? ─ Não, mas eu sinto que eu deveria. Isso não seria tecnicamente trair? 152


Eu joguei minhas mãos para cima. ─ Não! Não é como se você fosse ter relações sexuais com ele ou qualquer coisa. Ela corou. ─ Eu não sei! Você não tem sido exatamente próxima comigo sobre tudo isso. ─ Ok. Você está certa. Tudo o que espero que você faça é seduzir Hunter e levá-lo a admitir todos os seus segredos para que possamos chantageá-lo. Ela riu. ─ Oh, isso é tudo? Eu dei de ombros. ─ Vamos fazer doer.

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CAPÍTULO 40 Lily Nos filmes, eles fazem a arte da sedução parecer simples. Uma mulher bonita caminha para o alvo no bar, ele esbarra nela, lança um olhar, o FBI pula pra dentro e desativa a bomba, poupando o mundo. Na realidade, Jo não era um agente secreto. Nem mesmo perto disso. O mundo teria explodido com trinta minutos se o FBI estivesse contando com ela. ─ Não sei. Ele parece ocupado. Talvez devêssemos dar-lhe mais alguns minutos? - ela perguntou, olhando por cima do ombro para Hunter pela milésima vez. Eu balancei a cabeça e tomei outro gole da minha água. Eu fiquei propositadamente longe do álcool, para manter o meu juízo perfeito, mas Jo estava prestes a me dirigir para um licor forte. ─ Nós estamos aqui há uma hora. Eventualmente, você vai ter que ir falar com ele. ─ Ou talvez nós podemos desfazer o plano e chegar a algo melhor. Talvez ele não pagou seus impostos ano passado. Nós poderíamos fingir que somos da receita federal. Eu deixei minha testa cair no bar, enquanto ela continuava a divagar. ─ Nós dizemos que vamos auditar ele e então nós o sequestramos. Julian tem esse quarto livre onde poderíamos mantê-lo. ─ Jo. Jo. Jo - eu gemi, balançando minha cabeça para trás e para frente ao longo da barra. Este foi um completo desperdício de tempo e dinheiro. ─ Eu não sou boa nesse tipo de coisa. Lembra-se quando o professor de teatro, o Sr. Finch, me expulsou de O Mágico de Oz na sétima série, porque não agi com a alma o suficiente? Oh, Jesus. Sentei e fiz um sinal para o barman, preparando para acabar com o plano todo, mas depois senti o cheiro da colônia picante de Hunter. Ele se aproximou da cadeira vazia ao lado de Jo e eu congelei. ─ O que uma garota como você está fazendo sentada aqui sozinha em uma noite como esta em um bar? ─ ele perguntou. 154


Eu tive que morder o lábio inferior para não rir. Ele tinha acabado de confundir as catorze linhas na questão de captação, achando que alguma iria funcionar. Enfiei a mão no bolso do meu casaco e pressionei play no meu gravador. ─ Oh, uh... - Josephine remexia na cadeira, incapaz de pensar em algo encantador para dizer. Eu a chutei e ela riu. ─ Apenas desfrutando de uma bebida. ─ Esta é sua amiga? - ele perguntou apontando para mim. Afastei-me tão rápido que quase quebrei meu pescoço. Meu cabelo loiro estava enfiado debaixo no meu gorro, mas se ele visse meu rosto, me reconheceria imediatamente. ─ Oh, ela? - perguntou Jo com uma voz estridente. ─ Ela é apenas uma, uh, uma... uma daquelas senhoras do convento local ou alguma coisa. Ela dá uma volta nos bares para tentar salvar as almas. ─ É mesmo? Bem, eu espero que não a veja no meu bar, no restaurante que eu tenho. ─ Uau, você possui um restaurante? Isso é tão emocionante! ─ Com certeza é, querida. Hunter Smith, legal te conhecer - ele falou. ─ O que você está bebendo? Ela se encolheu para trás e seu cotovelo colidiu com minha espinha. ─ Ai - eu assobiei, apenas alto o suficiente para ela ouvir. ─ Só um martini. Nada especial. ─ Bem, eu acho que uma senhora especial como você merece atenção especial. Por que você não vem até a cabine comigo e alguns amigos? Temos serviço de bebida. Sim. SIM. Isto é o que eu precisava. Ela hesitou, tentando encontrar uma desculpa para não seguir ele, mas então entreguei uma mensagem altamente discreta através de série de tosses, espirros e coriza. ─ Vá. - Tosse. ─ Com. - Tosse. ─ Ele. ─ O quê? Será que a freira quer dizer alguma coisa? - Perguntou Hunter. Jo arrastou a banqueta de volta. ─ Ela está dizendo toda noite 'vá com ele', ou seja, Jesus, eu acho. Vamos ficar longe dela. 155


Olhei por cima do meu ombro bem a tempo de vê-lo levá-la de volta para seu canto do bar. Ele colocou a mão em sua parte inferior das costas e ela desviou para longe dele com uma risada. Oh Deus. Eu só podia imaginar o tipo de asneiras que sairia de sua boca. Esperemos que ela tivesse conseguido ligar seu gravador antes dele a arrastar para fora. ─ Você se parece com o presidente da sociedade dos poetas mortos. Merda fodida. Eu teria reconhecido essa voz profunda em qualquer lugar. Virei-me para minha esquerda, assim que Dean sentou-se no bar ao meu lado. ─ O que diabos você está fazendo aqui? - perguntei olhando para trás para Julian. Se ele chegasse antes e visse Hunter flertando com Jo, lhe daria um soco, estragando todo meu plano. ─ Josephine não pode guardar um segredo - disse ele, acenando para o barman para que ele pudesse lhe pegar uma bebida. Essa puta, ela merece ser a isca de Hunter a noite toda. ─ E? - eu perguntei, fugindo para mais perto dele. Seus olhos castanhos afiados em mim e seus lábios se enrolaram em um sorriso. ─ E eu vou ajudar. Meu queixo caiu. ─ Espera. Espera. Você não vai me fazer sentar com algum discurso, castigando-me sobre como eu deveria deixá-lo cuidar disso? Ele riu e se virou para mim. Seu joelho esfregando em mim e sua mão caiu em minha coxa. Olhei lá enquanto ele continuou. ─ Eu estive pensando muito sobre o que você me disse outro dia. Eu tentei lidar com isso do meu jeito e não funcionou. Eu estou disposto a tentar à sua maneira agora. Eu balancei a cabeça, completamente em estado de choque que ele estava a bordo no meu plano. Se eu fosse uma pessoa de apostar, teria colocado um milhão de dólares em Dean tentando sabotar meu plano. ─ Então, onde está o seu disfarce? - perguntei com um sorriso. ─ Ah - disse ele, mergulhando a mão livre no bolso interno do paletó para tirar um pequeno bigode castanho. Comecei a rir quando ele o pressionou em cima do lábio superior. Abaixo dele, ainda era tão suave como sempre: liso, cabelo ondulado, um maxilar bem barbeado e um terno preto equipado. No entanto, com o bigode no lugar, era completamente impossível levá-lo a sério. ─ Como estou? - ele perguntou. Eu ri. ─ Você se parece com Tom Selleck. Ele sorriu, fazendo com que o adesivo barato do bigode saísse de lado. 156


─ Será que você veio com algum codinome para esta noite? ─ Hum, poderíamos ser Bonnie e Clyde - sugeri. ─ Um pouco óbvio demais. Eu bati meu dedo no bar. ─ E sobre Sam e Frodo? Ele riu. ─ Você é Sam. Eu sorri. ─ Você sabe, algumas pessoas pensam que Sam e Frodo tinham uma pequena coisa acontecendo enquanto eles estavam subindo aquelas montanhas. Havia um monte de noites solitárias no caminho para a Montanha da Perdição. Ele curvou seu braço ao longo das costas da minha cadeira e inclinou-se para que o bigode torto roçasse ao lado do meu rosto. ─ Frodo definitivamente tinha uma coisa com Sam. Eu tremi e virei-me para beijá-lo, bigode e tudo, mas então eu notei movimento perto da mesa de Hunter com o canto do olho. Eu virei minha cabeça em sua direção, quase caindo da minha banqueta. ─ Merda. Eles estão saindo. - Eu assobiei, estendendo a mão para que pudesse fechar nossa guia. Dean soltou minha perna e virou-se para o bar. ─ Continue. Siga-os e eu a alcançarei. - Eu acenei e voei em direção à entrada do bar. ─ Vamos nos encontrar de novo, Frodo!

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CAPÍTULO 41 Dean No momento em que eu paguei e saí do Oak Bar, Lily, Hunter e Josephine estavam longe de vista. Eu verifiquei meu telefone e tentei ligar para Lily, mas ela não respondeu. Eu fiz uma varredura descendo a rua em ambas as direções, mas eles tinham desaparecido. Eu arranquei o bigode barato do meu lábio superior e empurrei-o para o bolso assim que o meu telefone vibrou com uma mensagem. Lily: Não posso falar. Correndo na fuga. Dean: Lily, onde vocês estão?? Lily: NOME DE CÓDIGO. Rosnei, mesmo que ela não pudesse ouvir. Dean: SAM, de que maneira você está? Você está em um carro ou você está andando? Lily: Ah, não... Dean: O que??? Um segundo depois, meu telefone tocou com a ligação de Lily. ─ Você pode me ouvir? - ela sussurrou. ─ Dificilmente. Onde você está? - Eu me senti impotente de pé no meio da calçada sem ter para onde ir. Eles poderiam estar do outro lado da cidade. ─ Hunter e seus amigos entraram em um lugar chamado Tease. - Eu gemi e saí correndo. Tease era apenas duas quadras ao longo do Oak Bar. Se eu corresse, eu poderia chegar lá antes de Lily entrar. ─ Lily, espere eu chegar até aí. Tease é um clube de strip e um bem desprezível por sinal. ─ O quê? - ela gritou. ─ Josephine está lá com eles! ─ Lily. Ouviu-me? Não entre sem mim. 158


Quando ela não respondeu, olhei para o meu telefone e encontrei a chamada terminada. Porra. Eu acelerei o passo e rodeei o quarteirão. Ela não ia me ouvir e agora ela e Josephine estavam dentro de um clube de strip suspeito, com tudo isso, Lily poderia levar a cabo seu plano mal planejado, que é a ruína do restaurante, o casamento de Hunter, ou ambos. A única razão para que tivesse concordado em ajudar era porque sabia que Lily não iria parar até que Hunter pagasse. Eu deveria ter sabido que ela não ia deixar isso fácil. Ela nunca deixava. O segurança vigiando a porta na Tease tinha braços musculosos e uma pequena cabeça. A combinação era inquietante e quando tentei correr para ele, ele estendeu o gancho de carne para me parar. ─ Qual a pressa, amigo? - Perguntou. Olhei para a mão no meu peito e depois estreitei os olhos pra ele. ─ Minha amiga está lá. Eu preciso tirá-la. Ele apertou os lábios e balançou a cabeça. ─ Melhor que não tenha discussão e ataque a uma dançarina. Nós não precisamos de um marido ciumento indo lá e destruindo o 'negócio'. ─ Ela não é uma dançarina. - Eu zombei, recuando assim que sua mão caiu do meu peito. Ele me estudou por mais um segundo e cerrei os punhos. Quanto mais tempo estava lá fora falando com cabeça pequena de ombros grandes, mais Josephine e Lily teriam que cuidar de si mesmas. ─ Há uma maneira - disse ele de uma forma que estava me dando nos nervos. Peguei minha carteira. ─ Ótimo. O que é? Ele estalou os dedos de gordura. ─ Para você? Ele avaliou meu terno. ─ Trinta dólares. É isso aí? Ele sabia que eu precisava entrar, ele poderia ter solicitado qualquer quantia e ele vinha com trinta dólares? ─ Tudo bem, amigo - eu disse, jogando a palavra de volta pra ele e entregando-lhe quarenta dólares. ─ Fique com o troco. Ele sorriu enquanto caminhava através da porta. Olhando para os quarenta dólares como se tivesse acabado de ganhar na loteria. O club de strip estava nublado com fumaça de cigarro e móveis que vieram direto dos anos 80. Cadeiras de vinil vermelho com aros três fases distintas, uma grande no centro e duas menores que ladeavam em ambos os lados. Luzes vermelhas e amarelas tremulavam em cima, iluminando as meninas dançando em cada lado. Eles eram o pessoal da tarde, os retardatários, as dançarinas que não 159


tinham a dança nelas. Elas pareciam como se precisassem de umas semanas de férias e ao menos uma semana passando dentro de uma câmara de bronzeamento. ─ Awww sim. Sim. Sim. Isto é certo caras, hoje à noite no Teeeeeease. - O locutor gritou ao longo do alto-falante. ─ Preparem-se, vou dar o sinal verde para a próxima dançarina. A próxima aqui no palco principal é Dusty Roooooose. Dusty Rose é uma favorita dos fãs, então você vai querer vir aqui perto, mas não tão perto! Ela é conhecida por morder. - Eu resisti à vontade de revirar os olhos. ─ Por favor, levante suas mãos e deem boas-vindas à Sra Dusty Rose! Música pop começou a tocar pelos alto-falantes quando Dusty Rose subiu ao palco com uma camisa rosa brilhante e uma saia xadrez curta. Ela parecia estar em seus quarentas anos, bronzeada e cansada, mas ela estava usando o seu cabelo descolorido em tranças curtas e dançando a música de Britney Spears como se ela tivesse vinte e poucos. Eu fiz uma varredura na multidão por Lily, mas ela era impossível de encontrar na iluminação fraca. Uma garçonete em um vestido curto brilhante esgueirou-se ao meu lado, passando a mão até meu lado. ─ Menino, muito sedento? - ela balbuciou. Eu balancei minha cabeça. ─ Você viu duas meninas que passaram apenas uns segundos atrás? Duas loiras? Ela sorriu pra mim, amarrando um dedo através de seu cabelo e torcendo ao redor. ─ Tem certeza que eu não sou uma delas? Claramente, ela não iria ajudar. Fiz ela rodar e ela estendeu a mão para meu braço. ─ Bem. Puxa, você não é divertido. Tenho certeza que uma delas está do outro lado do bar. ─ Do outro? - Perguntei. Ela inclinou a cabeça para Dusty Rose. ─ Ela está nos bastidores.

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CAPÍTULO 42 Lily Eu tinha assumido que NY me ofereceria algumas experiências bonitas de arregalar os olhos. Eu tinha planejado visitar os grandes museus e vasculhar livrarias no Brooklyn. Eu tinha esperanças de provar o melhor da cozinha que a cidade tinha a me oferecer e em seguida, encontrar-me sob as árvores de carvalho no Central Park, sonhando com a sofisticada culinária que ia devorar no dia seguinte. Em vez disso, encontrei-me nos bastidores de um clube de strip miserável, tecendo dentro e fora de dançarinos. Na minha vida imaginária, meu cabelo soprava a brisa na Baía de Hudson. Na vida real, ele fedia a fumaça de cigarro. Na minha vida imaginária, misturava-me com agitadores da capital gastronômica do mundo. Na vida real, estava colidindo com mulheres que ficavam me rodando e eu sem opções de sair. Quando entrei no clube, Hunter tinha chegado perto da entrada, tentando encontrar um local para perguntar. Ele tinha girado em um círculo com Josephine por seu lado, inspecionando o espaço pelas portas abertas. Ele estava a segundos de distância da chegada do local onde estava congelada e reagi a tempo, deslizando por trás da cortina preta com esperanças que me levassem a um banheiro ou um armário de armazenamento. Em vez disso encontrei-me nos bastidores. Tossi e acenei minha mão na frente do meu rosto, na esperança de limpar o ar. Não adiantava. Fumaça, spray de cabelo, perfume tudo ao mesmo tempo numa nuvem aguada. Pisquei para longe a nuvem e olhei para o meu telefone. Jo estava me ignorando, muito provavelmente decidindo se ela estava indo me sufocar ou me jogar para fora da janela mais tarde. Eu disse a ela que tinha que seguir Hunter em um bar, não em um clube de strip. Eu estava descobrindo junto com ela o quão grande diferença que havia. Lily: Jo, você está bem? RESPONDA. Eu tentei novamente. Lily: Você quer sair? Isso é estúpido. Vamos! Eu estava prestes a voltar para fora através da porta e quebrar nossa cobertura quando ela finalmente me mandou uma mensagem de volta. Jo: Ele está bêbado e eu sei que quase o tenho! Basta ficar escondida. ─ O que você está fazendo aqui, querida? Virei-me para esquerda para encontrar uma dançarina seminua puxando seu uniforme em cima da cabeça. Parecia um traje barato do Dia das Bruxas. Ela 161


era pra ser uma policial com crachá que dizia: 'Sargento sexy' em letras brilhantes. Sua pele escura estava revestida com loção brilhante e seu cabelo estava torcido em cachos apertados. Ela tinha o maior par de seios que já tinha visto na vida real e por um momento não conseguia nem responder sua pergunta, porque estava muito encantada com a visão deles. ─ Docinho? - ela perguntou novamente. Olhei em seus olhos castanhos mel. ─ Eu estou espionando. - Ela riu. ─ O seu bebê ou papai? Isso nunca acaba bem. - Ela estalou a língua e se virou. ─ Feche-me, sim? - Ela puxou tanto ar quanto possível e avancei para o seu zíper. O vestido era tão apertado que ela teria que se cortar fora dele, no final da noite. ─ Eu não estou espionando um homem. Estou aqui por um amigo. Ela se virou e me deu uma olhada. Algo me disse que ela não acreditou em mim sobre a espionagem para um amigo, mas ela deu de ombros de qualquer maneira. ─ Há um ponto entre o palco principal e o palco do lado esquerdo onde você pode puxar a cortina para trás e espreitar. Não seja estúpida sobre isso embora. Big Ronnie'll mastiga-me se te encontrar lá. - Antes que eu pudesse dizer obrigada, ela girou para longe, dançando a música que eu não podia ouvir. Seus quadris balançavam de um lado pro outro e ela arqueou as costas, arrastando a mão esquerda para baixo. Era uma rotina, a sua rotina. Eu andei mais perto da cortina e comecei puxando delicadamente para trás das seções, procurando uma abertura. Fiquei esperando que uma das outras dançarinas me parasse, mas todo mundo estava muito ocupado se preparando para notar a garota estranha do gorro. Antes que eu pudesse encontrar uma brecha na cortina, meu telefone tocou com duas mensagens de texto. Dean: Você está nos bastidores?? Jo: Eu o tenho. Ele só cantou como um canário e gravei tudo. Ele está vomitando no banheiro. Encontre-me na porta da frente. Eu bombeei meu punho no ar. Nós fizemos isso! Hunter estava indo para baixo e eu não tinha submetido Jo a um clube de strip para nada. Uh Uh!! Eu estava indo para comemorar com Dean e relaxar sob seus cumprimentos de quão boa detetive era. ─ Ei! Passa fora, cadela. - Disse uma dançarina, interrompendo a festa na minha cabeça. Eu estava muito preocupada para vê-la sair do palco e quando bombeei meu punho, por pouco não soquei seu rosto. Ela recuou e me empurrou antes que pudesse me desculpar. Perdi o equilíbrio e caí para trás, agarrando a cortina preta quando estava tentando me segurar da minha queda. Na realidade, o material fino cedeu sob meu peso e minha bunda caiu para o palco com muita força para parar. 162


Rolei como uma ginasta, graças a umas aulas que tive na idade de cinco anos e pousei no meu estômago, plana no centro do palco com luz vermelha brilhante direto em mim. Ah merda! ─ Parece que temos uma convidada surpresa no palco, gente. - Disse o locutor, protelando. ─ Gato de quimono era suposto ser ao lado, mas vamos ver onde isso vai dar. Eu peguei o movimento com o canto do olho e vi quando dois seguranças fizeram o seu caminho em direção ao palco com carrancas irritadas destinadas a mim. Eu examinei a multidão em volta de mim. Eles não estavam com raiva, eles estavam confusos. Eu empurrei para os saltos dos meus pés e tentei recuperar o equilíbrio. Um dos seguranças alcançando o palco se inclinou para agarrar meu braço. ─ Deixe-a dançar! - Gritou um cliente. ─ Sim! Deixe-a dançar! Deixe-a dançar! - Outro gritou. Eles querem que eu dance. Eles me querem dançando. ─ Senhoras e senhores, nós temos uma nova dançarina na marca do palco essa noite! - o apresentador começou tentando dar sentido a situação. Ah não. Não, não, não. Levantei-me e tentei chamar atenção do locutor. Acenei minhas mãos para trás e para frente em meu peito em um sinal universal de 'PARE. ME DEIXE FORA DESSA PARTE NO CLUB DE STRIP!!!' ─ Parece que temos uma... ninja sexy - ele falou, interpretando errado meus movimentos. ─ Talvez um samurai da sacanagem, mostrando seus movimentos eróticos! Ou então, uh... ─ Peituda Black Belt! - Josephine gritou de algum lugar na parte de trás da multidão. ─ Peeeeituda Black Belt! - ele repetiu, mudando a música para T-Pain "I love with a stripper. Eu sorri e estendi a mão sobre a testa para encontrar Josephine, mas as luzes foram ofuscantes. Eu só podia ver a primeira fileira de homens, sorrindo e incitando-me para dançar. ─ Mostra-nos o que você tem, querida, - um cara gritou da primeira fila. Eu estava no centro do palco, completamente congelada. Eu tinha duas opções: eu poderia dançar ou eu poderia deixar os seguranças me arrastarem para longe. ─ Trabalhe com isso, baby, - outro cara gritou. Minhas bochechas inflamaram enquanto lutava com a indecisão, mas no final, meu corpo fez a minha mente para mim. Ele começou a se mover com a batida, lentamente no início, apenas minha cabeça e ombros balançando para frente e para trás. A fila de homens aplaudiu e eu sorri. Isso não é tão ruim. O locutor chutou a música para outro patamar, alto o suficiente para abafar os sons 163


do club. Tentei mexer para esquerda e para direita, mas não conseguia descobrir como coordenar meu peito, ombros e pés. ─ Sexy, docinho! - Eles queriam sexy? Eu mostraria para eles. Minha agenda estava cheia dos mais sensuais movimentos de dança: mexendo a panela, compras, molhando o gramado, tem nome. Eu reguei o gramado como se minha vida dependesse daquilo e a multidão ficou atordoada, assistindo em absoluto silêncio. Tirei o gorro da cabeça e atirei-o para fora na multidão. Isso me rendeu alguns assobios e é aí que vi Dean em pé no final do estádio com os braços cruzados. Suas características foram lançadas nas sombras, mas podia ver o sorriso incrédulo esticado em seus lábios enquanto me observava. Mordi o lábio inferior para não rir e a multidão foi à loucura. ─ Siiiiim, docinho!!! ─ Mantenha mordendo o lábio! - Dean inclinou a cabeça para a direita e eu olhei para ver o poste brilhando sob as luzes de néon. Eu não tinha tocado ainda, mas eu tinha antes da música acabar. Eu deslizei para a parte de trás do palco e tentei recordar como as dançarinas geralmente faziam no poste em filmes. Será que elas simplesmente pegam ou elas correm para começar primeiro? Parecia que eu precisava de um de uma corrida, então deixei as sábias palavras de afinadas de P-Tain lavar sobre mim enquanto e corri direto para ele. Meu corpo colidiu com o metal e eu me agarrei nele como um macaco bebê agarrada a um galho de árvore. Normalmente, as dançarinas saltavam e começavam a girar, mas eu só deslizei lentamente para baixo do poste gorduroso até minha bunda bater no chão. Nada aconteceu. A música acabou e eu fiquei em silêncio absoluto. Um aplauso lento começou perto das costas e em seguida, o apresentador falou sem entusiasmo: ─ Bem, pelo esforço, certo gente? Josephine gritou ao lado de Dean, jogando dólares para o palco. ─ Essa é minha melhor amiga! - Ela gritava. Os dois seguranças que estavam do lado durante a minha 'performance' deram um passo à frente enquanto desenrolava as pernas da base do poste, mas Dean me pegou antes que eles o fizessem. Ele estendeu a mão para me ajudar a sair do palco. ─ Isso foi incrível, eu ca... - ele começou. Hunter surgiu por entre a multidão, tendo deixado o banheiro em algum momento durante meu desempenho. Ele mancou através da multidão, claramente andando pior para o desastre. ─ Hey! - ele gritou, andando rapidamente para perto do palco. Todos nós congelamos, ficando pronto para ser executados no caso dele nos identificar através da névoa fraca. ─ Por que diabos a freira está dançando no palco?

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CAPÍTULO 43 Dean ─ Vocês fizeram tudo isso hoje à noite? Enquanto eu estava num jantar com minha irmã? - perguntou Julian, com o meu bigode inerte na mão e olhando para nós três com um queixo caído. Lily deu de ombros. ─ Quero dizer, isso levou algum planejamento. - Josephine tentou andar mais perto ao lado dele, mas ele atirou-lhe um olhar de advertência com os olhos apertados. ─ E você nem sequer pensou em me dizer? Ela mordeu o lábio inferior, tentando chegar a uma desculpa. ─ Eu sabia que você não ia ficar bem com isso. Ele resmungou. ─ Bem, sim, você não sabe o que um cara como ele poderia ter feito se tivesse encontrado você lá fora. ─ Eu estava lá - eu disse, entregando a Julian os três dedos de bourbon que eu tinha acabado de colocar para ele. ─ Hunter era um bêbado inofensivo e eu estava segura o tempo todo. Era uma mentira branca. Uma mentira inofensiva. Estávamos todos na segurança da minha casa, então o que importa se uma hora mais cedo Josephine estava num clube de strip? Julian não precisava saber de todos os detalhes corajosos. Julian olhou para a peruca loira que estava no colo de Josephine. ─ Então, isso funcionou? Eu sorri e apontei para o gravador ─ Bota a gravação para ele. Tivemos mais de uma hora de divagações bêbadas de Hunter no clube de strip. Nós tínhamos ouvido tudo isso antes, mas só colocamos os destaques de volta para Julian. Aos cinco minutos de gravação, Hunter começou comentando sobre seu novo restaurante: ─ Vai ser o mais quente em NY. Em seguida, houve mais dez minutos dele se vangloriando de sua 'brilhante' ideia. Jo rapidamente passou para chegar nas partes boas: ─ Você não é casado? ─ Apenas no papel, baby. 165


─ O que significa isso? ─ Isso significa que quando ela está fora da cidade, eu faço o que quiser e hoje à noite, acho que vai ser você. Julian levantou a mão e Josephine bateu na pausa. ─ Tudo bem, tudo bem, eu entendo. Você tem alguma sujeira sobre ele. O que você fará agora? ─ Eu só deixei uma mensagem para ele me encontrar aqui amanhã. Vou confrontá-lo com a gravação e deixá-lo decidir seu próprio destino - eu disse. ─ E se ele não cair nessa? E se ele não se preocupar com sua esposa te ouvindo? - perguntou Jo. Dei de ombros. ─ Essa é a beleza do plano de Lily. É irrelevante o que ele pensa, porque nós sempre podemos enviar a gravação para a esposa. Eu não acho que a Sra. Bolsos de Dinheiro vai ser tão indulgente. Assim, ele faz o que dissermos e mata o restaurante ele mesmo ou perde completamente. Julian atirou de volta o resto de seu bourbon e colocou o copo na mesa de café na frente de Lily. ─ Brilhante, mas isso é suficiente contra-ataque pra mim por uma noite. Jo, você está pronta para ir? Estou exausto. Ela se empurrou do sofá e pegou sua mão. ─ Você ainda cheira a Hunter" - ele disse, envolvendo um braço ao redor dela. ─ Ele nem sequer me tocou. Eu só cheiro a fumaça do clube de strip. - Ele parou ─ Espere, vocês estavam num clube de strip? Lily pulou em seus pés e os conduziu para fora do foyer. ─ Tudo bem assim, tenham uma boa noite pessoal! Julian, você deve saber que ela só foi nisso para fazer um favor a mim. - Ela levantou a peruca loira. ─ Como reembolso, vou deixar vocês manterem isso. Tenho certeza de que vocês podem encontrar algum uso para ela. No começo, ele manteve o rosto em linha reta, ignorando Lily e conduzindo Jo sobre o limiar. A porta estava quase se fechando atrás deles, quando houve uma pausa. A mão de Julian escorregou de volta através do buraco e Lily deu a peruca para ele. Então, sem uma palavra, ele fechou a porta. ─ Sabia que ele ia querer. Lily fechou a porta atrás deles e apoiou as costas contra ela. Ela tinha deixado o gorro preto no clube. Seu cabelo loiro estava repartido ao meio, caindo sobre seus ombros. Sua camisa preta apertada tinha levantado no lado esquerdo, 166


revelando uma pequena lasca de pele bronzeada acima de seu jeans. Esse pedaço de pele me chamou. Eu deixei meu copo sobre a mesa no foyer e me aproximei. ─ Eu ainda cheiro a fumaça também? - ela perguntou quando envolvi minhas mãos em volta de sua cintura. Mergulhei para baixo e enterrei meu rosto em seu cabelo. Cheirava como seu xampu, um aroma tropical preenchido com cocos e brisa do mar. ─ Você cheira a Lily. - Ela sorriu contra meu pescoço e em seguida, sua língua deslizou para fora e lambeu a minha pele. ─ Você tem gosto de Dean. Eu ri e dei um passo atrás, forçando-a junto comigo. Fizemos isso devagar até meu quarto, parando ao longo do caminho para que ela pudesse arrancar minha camisa no corredor. Tirei a calça jeans na escada e ela montou em mim na porta do meu quarto, curvando seus quadris contra mim até que perdi a noção de onde estava indo. Nós deveríamos ir para o banheiro lavar o clube de strip fora de nós, mas ao invés disso fomos para cama e caímos no edredom. Ninguém tinha controle de mim do jeito que a Lily tinha. Eu a coloquei de volta na minha cama enquanto ela rolou pra cima de mim, seu cabelo fazendo cócegas no meu peito. Ela era uma força da natureza, um turbilhão que me fez sentir leve e livre em um minuto e bateu em um tronco de árvore em 130 milhas por hora. Eu a deixei segurar minhas mãos para o lado. Eu a deixei pensar que tinha o controle pela primeira vez. Eu tinha um sorriso estúpido no rosto enquanto ela beijava seu caminho pelo meu peito. No interior, o meu coração se revirou, avisando-me para proceder com cautela. Isto era perigoso. Ela era perigosa. ─ Dean? - ela perguntou, olhando para mim com seus olhos castanho mel. ─ Eu estou realmente feliz que você estava lá me ajudando essa noite. Ela estava se abrindo pra mim, confirmando com suas palavras o que ela estava me mostrando com seu corpo. ─ Nós fazemos uma equipe perfeita, - ela disse suavemente. Eu poderia lidar com a Lily tigresa, a feroz, mulher independente, que lutou comigo cada polegada do caminho, mas isso? A menina vulnerável se abrindo enquanto deitava nua em meu peito? Ela assustou a merda fora de mim. Eu tinha objetivos. Eu tinha restaurantes para abrir. Eu tinha listas de rioridades e Lily iria ficar no caminho disso. Lily não seria uma adição fácil para a minha vida. Ela não iria apreciar o tempo que eu lhe daria. Ela exigiria tudo de mim, cada onça, sugando meu foco longe do meu trabalho até eu me sentir mal por isso.

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O amor muda uma pessoa. Eu não podia deixar Lily entra na minha vida e mudar o meu centro. A necessidade por mais estava sempre lá, pendurada na borda da minha mente. Quando tinha um longo almoço ou dormia quinze minutos a mais depois do alarme tocar, eu me empurrava para conquistar mais para compensar o tempo perdido. Eu tinha o mundo pra conquistar e Lily só ia ficar no caminho disso... Eu levei meu tempo para tomar banho, tentando reunir a inteligência que Lily tinha roubado durante a última hora e meia. A água quente queimava a pele em meus ombros, mas apreciava a sensação até que a água veio fria. Só então eu saí e enrolei a toalha em volta da minha cintura. Passei minha mão através do vidro embaçado e encontrei o olhar de Lily no espelho. Eu queria mais tempo longe dela, mais tempo para me reagrupar. Ela estava em pé na porta do banheiro, segurando um convite folheado a ouro com uma mão e segurando a toalha sobre seu corpo com a outra. ─ O que é isso? - ela perguntou, virando-o em sua mão. Era um convite para Beard Awards, essencialmente o Oscar do mundo dos alimentos. Eu tinha trabalhado pra caramba durante anos para ser notado na comunidade e finalmente, pela primeira vez estava sendo nomeado para um prêmio: Outstanding restaurateur. Só para ser nomeado era uma honra além de qualquer coisa que eu pudesse compreender, mas tinha segurado a realização perto do meu coração. A nomeação não era uma vitória. ─ É um convite para o Beard Awards, - eu disse, estendendo a mão para a minha escova de dentes. Os olhos dela se arregalaram em sua compreensão sobre o convite. Ela sabe o quão importante a cerimônia é. ─ É na próxima semana e você não retornou o seu RSVP. Dei de ombros. ─ Eu não acho que eles vão se importar. Eu sou um convidado de honra. - Ela levou o convite e o colocou no balcão do banheiro, encontrando meus olhos no espelho. ─ Você quer que eu os preencha para nós e os envie? - Para nós. Lily tomou esse cartão em branco como se fosse para preencher para si mesma. Ela achava que iria levá-la porque ela pensou que éramos uma equipe; ela disse isso a si mesma. Eu olhei no espelho e vi seus olhos transbordando de esperança por nós; eu não poderia imitar seu sentimento. Onde ela sentiu esperança, eu só senti medo. ─ Eu vou sozinho.

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CAPÍTULO 44 Lily Minha cara ardeu como se tivesse levado um tapa. Estendi a mão para meu rosto, apenas para verificar, mas não havia nenhum dor, só calor, brasa. O rubor espalhou-se de meu rosto pelo meu pescoço enquanto Dean estava de costas pra mim, encontrando meus olhos no espelho e me desafiando a empurrar seu comentário. Fiquei ali em sua toalha, em seu piso de ladrilho frio. Estava nua com o aroma de seu banho girando em torno de mim. Virei-me no meu calcanhar e encontrei meu jeans, puxando antes de encontrar o resto da roupa. Escorreguei em meu sutiã e puxei minha camisa de volta no lugar. Meu cabelo ainda estava encharcado e escoou para baixo na parte de trás da minha camisa preta, congelando meus ossos. Dean chegou a ficar na porta do banheiro com a toalha pendurada baixo em seus quadris. Ele cruzou os braços e virou seus olhos escuros em mim. Na luz, quando o sol pegou neles, seus olhos se tornam um marrom dourado, tão brilhante que tive que desviar os olhos. Nesse momento, na penumbra de seu quarto, eles eram pretos assustadores, sem emoção e frio. ─ Lily, nós estamos inventando à medida que avançamos. Nunca fiz nenhuma promessa. Você mesma disse que essa coisa entre nós era apenas sexo. Sua voz soava morta e meus olhos ardiam com lágrimas não derramadas. Eu não queria que ele falasse e eu certo como a merda não queria ouvir suas explicações. ─ Você vai encontrar um homem melhor do que eu. - Eu olhei para o chão e pisquei as lágrimas ameaçando derramar. ─ Você acha que isso é uma vida, Dean? Você acha que esses restaurantes vão fazer você feliz? Um dia você vai acordar e perceber que está completamente sozinho e seu interior vai torcer com pesar. Nenhum homem é uma ilha. Nem mesmo você. Dei um passo em direção a ele e apontei o dedo para seu peito. Sua mandíbula apertada, mas ele se manteve firme, comprometido com sua decisão. ─ E sabe de uma coisa? Vou mudar. Eu não estou esperando por você, Dean Harper. Não estou implorando mudá-lo ou ficarei a postos enquanto você finge que as últimas semanas não têm sido as melhores semanas da sua vida. Desafiador, sim, mas não me diga que você trocaria. Então, divirta-se em sua cerimônia de premiação. Eu tenho certeza que você vai se sentir bem em estar no palco sozinho com um bando de estranhos batendo palmas para você. 169


Eu me virei e ele ficou naquela porta. Saí de seu quarto, descendo as escadas e saí pela porta da frente e ele ficou parado, observando-me sair de sua vida como se fosse a coisa mais fácil que já tinha feito. Eu segurei o fato de que não tinha chorado na frente dele. Eu me convenci de que os insultos que tinha arremessado tinham sido bem redigido. Eu queria que minhas palavras farpadas fossem afundar e apodrecer dentro dele. Eu ainda tinha mil coisas que queria gritar, mas estava feito. Dean estava em sua casa e eu estava andando sozinha pra casa com os cabelos e rosto molhados. Eu saltei do metrô e ignorei os táxis. Eu andei até que meus pés doessem e usei a queimadura em minhas pernas para me distrair da queimadura em meu coração. Meu telefone ficou em silêncio todo o caminho de casa. Não havia mensagens de texto, sem telefonemas. Dean não saiu depois de mim e ele não se importava o suficiente para saber se cheguei em casa bem. Fiquei aliviada ao encontrar o apartamento vazio. Rasguei minhas roupas, joguei-as no lixo no caminho para o banheiro. Elas estavam suadas e cheias de memórias que eu queria apagar pela manhã. Eu liguei o chuveiro e entrei. Eu apertei xampu sobre meu couro cabeludo uma vez e em seguida, novamente tentando eliminar o cheiro de Dean. Eu me ensaboava na lavagem do corpo a partir do topo da cabeça até as pontas dos meus dedos dos pés e deixei isso se prolongar antes de me afastar da água fervente. Eu trouxe meu braço para meu nariz e cheirei, sentindo meu coração quebrar quando eu ainda o sentia lá. Seu perfume masculino dominando meu sabonete floral. Eu chorei e raspei minha pele, deslizando até o chão do chuveiro. Meus dedos esfregaram furiosamente enquanto deixava suas palavras me assombrar. 'Eu nunca te fiz nenhuma promessa' Apesar de todo progresso que tinha feito, ele ainda nos tratou como um contrato que não tinha sido assinado. Eu chorei e deixei misturar a água com minhas lágrimas. A mistura salgada desapareceu pelos meus lábios enquanto eu estava enrolada como uma bola. Eu só queria tirar seu cheiro de cima de mim. Eu queria tirá-lo de cima de mim. Eu queria que ele se fosse.

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CAPÍTULO 45 Dean Deixei Lily sair do meu apartamento e fiquei ali congelado. Eu estava empurrando-a para longe de boas; eu sabia que eu não conseguia parar. Lily era uma distração no melhor e um passivo, na pior. Eu teria pegado pistas de que algo estava errado com Hunter se Lily não tivesse absorvido a minha atenção durante reuniões de equipe. Olhando para trás, tinha havido muitos sinais de que Hunter não tinha sido bom. Ele tinha trabalhado no final, mas não iria cometer o mesmo erro duas vezes. Por enquanto, meu foco permaneceria no trabalho.

***

Lily tinha saído da minha vida uma semana antes e eu tinha trabalhado mais nesses sete dias do que tinha feito em meses. Eu tinha trabalhado até tarde todas as noites e teria continuado assim para sempre, mas o prêmio não era um evento para pular. Cada chef superior, restaurador, crítico de comida e jornalista estava presente, amontoados em pequenos assentos de veludo vermelho aguardando o momento em que a cerimônia de premiação desse lugar à hora do coquetel. Nós todos ficamos por uma ou duas horas beijando o inferno fora de qualquer pessoa que conseguisse prender por minuto, mas espero que estivesse vestindo uma medalha James Beardiii em volta do pescoço por isso. Nós já tínhamos sofrido com a maioria dos prêmios, merda como Excelência em Padaria/Pastelaria e Excelência do Programa de Vinhos. Eu me mexia na minha cadeira e ignorei as duas pessoas sentadas ao meu lado. De acordo com o programa, o meu prêmio seria o próximo e de repente era impossível ficar parado. Uma mulher bonita com escuros, traços exóticos saiu para o palco para anunciar os nomeados. Eu a reconheci vagamente de um programa de culinária, mas havia muitos para manter o controle pra saber com certeza. Ela ficou atrás do microfone com um envelope folheado a ouro segurando debaixo de suas unhas vermelhas. ─ Os nomeados para o prêmio James Beard de melhor restaurante são três indivíduos onde cada um tem um dedo no pulso da cozinha americana. Estes três indicados estabeleceram alta nos padrões nacionais em operações de restaurantes e empreendedorismo. Arrumei minha gravata borboleta e inclinei-me no meu lugar. Eu sabia que o câmera-man estava com o flash no meu rosto através das telas gigantes que 171


ladeiam o palco, mas não colei um sorriso falso. Eu estava muito focado nas palavras da locutora. ─ Nosso primeiro candidato é Rob Villarreal. Rob abriu inúmeros restaurantes bem sucedidos no coração de Seattle. Seus restaurantes são jovens e cheio do espírito da cidade. Rob Villarreal tinha investido em Starbucks mais cedo e usou seu dinheiro para abrir restaurantes de merda. Se vencesse, eu nunca beberia Starbucks novamente. ─ Nosso segundo candidato, Victor Keller, estabeleceu-se como o deus dos restaurantes de Las Vegas. Ele opera cinco restaurantes ao longo da Stripiv, um dOs quais, La viva, colocou no top 50 dos restaurantes no mundo por três anos consecutivos. Victor Keller era uma fraude. Ele tem o nariz tão longe no cu do mundo dos restaurantes, era uma maravilha que ele não tivesse aparecido na premiação com o olho-cor-de-rosa. ─ Nosso indicado final, Dean Harper é um dono de restaurantes emergente, deixando sua marca em NY em um restaurante inventivo de cada vez. Em um clima onde a maioria dos restaurantes contam com sufocar tradições ou truques chamativos, ele se concentra em sabores frescos inovadores e design contemporâneo para definir seus restaurantes para além da concorrência. Meu coração estava batendo no meu peito enquanto ela rasgava o envelope. Eu queria apertar a mão de alguém, mas a mãe asiática à minha esquerda estava olhando para o seu programa e o homem à minha direita estava muito ocupado verificando seu Iphone para notar os meus nervos. ─ E o vencedor do James Beard Award para Outstanding Restaurateur vai para... - Ela sorriu e fez uma pausa para fazer contato visual com o público. Eu ia ter um ataque cardíaco se ela não dissesse o nome em breve. ─ Dean Harper! O mais jovem vencedor do prêmio Excelência em Restaurante na história! Pisquei. E pisquei novamente. Eu apertei minhas mãos em punhos e sentei congelado. A câmera zoom em meu rosto, para que todos na casa de ópera tivessem uma visão de perto dos meus olhos arregalados. Eu estava atordoado e não havia ninguém para me empurrar para fora do meu assento ou beijar minha bochecha, enquanto eu fazia o meu caminho para o palco. 172


Levantei-me e passei pelos participantes na minha linha. Alguns deles me deram um tapinha no ombro, mas ninguém ofereceu palavras de encorajamento reais. Eu subi as escadas do lado do palco e fui recebido por um jovem esperando para colocar a medalha de prata pesada ao redor do meu pescoço. Minhas mãos tremiam e minha testa estava coberta de suor quando a magnitude da realização bateu. Eu era o mais jovem vencedor do prêmio. Eu sou o mais jovem dono de restaurante de maior sucesso nos Estados Unidos. Engoli por esse pedaço de sucesso. O prêmio era tudo que tinha trabalhado em direção desde que deixei minha família em Iowa. Era o auge do sucesso e quando inclinei para me abaixar para deixar o jovem deslizar a medalha no meu pescoço, eu olhava para o palco preto e centrei na emoção dominando todos os outros: arrependimento. Limpei a garganta e falei no microfone, olhando o brilho das luzes que irradiavam para baixo de mim. ─ Este prêmio é um reconhecimento de realização culinária, não uma habilidade em discursos, por isso vou manter este curto. A multidão riu bem-humorada. ─ Eu nunca pensei que iria encontrar grande sucesso em um mercado como a cidade de NY. Eu lutei com unhas e dentes pelos melhores chefs e as melhores pessoas. No final, olho para trás, as longas noites e fins de semana perdido e posso dizer honestamente... Fiz uma pausa e olhei para minha medalha, brilhando nas luzes da casa de ópera, e senti a minha voz começar a tremer. Tentei limpar a minha garganta novamente. ─ Posso dizer honestamente... Não valia a pena. Nada disso valeu a pena. Dei um passo para trás, encontrei o olhar da multidão e deixei a minha sentença em suspensão. ─ Obrigado. A multidão não bateu palmas de imediato; eles estavam esperando pela segunda metade da minha frase, mas ela nunca veio. Eventualmente, depois de uma longa pausa, a orquestra começou a tocar e a casa de ópera se encheu de luz e música feliz. Virei-me e deixei a apresentadora me levar pros bastidores. Ela estava ocupada me felicitando e jorrando sobre o quão animado eu devia estar me sentindo. Eu queria me livrar do aperto que ela tinha em meu ombro. Eu queria que ela me deixasse em paz para que eu pudesse ter um segundo para perceber que onde deveria ter sentido a felicidade absoluta, eu só sentia tristeza. Parecia que tinha levado um soco no estômago e o sentimento não estava desaparecendo. A ameaça de lágrimas me forçou ir ao banheiro atrás do palco. Eu botei para fora como eu estava sobrecarregado com o prêmio e ninguém me incomodou. Ninguém pensou duas vezes sobre o homem emocional com sua medalha brilhante-demerda e sua garganta se fechando rapidamente. Apoiei minhas mãos no balcão do 173


banheiro e a medalha ressoou contra o granito. Nada disso fazia sentido. O sentimento fora de controle que tinha a última noite que estava com Lily era suposto ter desaparecido no momento em que a empurrei para fora da minha vida. A ideia era simples: Eu senti como se estivesse no banco do motorista antes dela, então quando a empurrei para longe e ela se foi, recuperaria esse controle. ─ Sensação louca, não é? Olhei para cima para ver um homem mais velho em um smoking lavando as mãos na pia ao meu lado. Ele também usava uma medalha de James Beard em volta do pescoço e eu o reconheci como o vencedor do prêmio Excelência em chef. ─ Sim, louco. - Ele sorriu ─ Sua família está aqui esta noite? - perguntei. Sua testa franziu por um momento e então ele encontrou meu olhar no espelho. ─ Não. Eles ficaram para trás na Inglaterra, quando me mudei para os Estados Unidos a trabalho há alguns anos atrás. ─ Você não sente falta deles? ─ Tenho certeza que você me entende melhor do quê ninguém - respondeu ele. ─ O mundo da culinária não é um campo para aqueles que querem uma cerca de piquete e crianças de dois anos e meio. Trabalhamos noites e fins de semana e os nossos dias são passados sonhando com a próxima grande ideia. Não há tempo para muito mais. Ele sorriu como se ele estivesse orgulhoso do homem que ele era, o homem que iria deixar sua família para perseguir seus próprios sonhos egoístas. Eu pensava que queria ser um homem como ele, mas minha vida não seria desperdiçada nos escritórios de trás de um movimentado restaurante. Não mais. Quando saí do banheiro alguns minutos depois, senti-me mais leve do que estive em anos. Eu tinha deixado o peso da medalha na pia do banheiro e o peso de antigos sonhos ao lado dela.

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CAPÍTULO 46 Lily Eu tinha muito orgulho para chamar Dean, mas eu o amava o suficiente para enganar o meu caminho burro, e ir à sua cerimônia de entrega de prêmios. Debrucei-me contra a parede traseira, fora do caminho de todos, quando a cadela magra no palco lia as descrições para os três indicados. Eu pensei que ela sorriu extralargo enquanto ela lia as realizações de Dean, mas estava longe demais para saber com certeza. Com um movimento de seu pulso, ela rasgou o envelope e eu prendi a respiração. Eu queria que ele ganhasse. Eu o odiava com cada osso do meu corpo, mas eu queria que ele ganhasse. ─ Dean Harper! O mais jovem vencedor do prêmio Excelência em restaurante na história! Ele estava tão chocado e tão bonito e tão sozinho quando ele tomou essa fase. Meu coração afundou quando ele agarrou a medalha na mão. Ele deveria estar exaltado, mas sua voz soou plana sobre o microfone como se estivesse lendo um discurso de despedida em um funeral. Mordi meu lábio inferior. Eu não queria estar certa sobre o que eu disse que 'Dean estaria sozinho, que ninguém estaria lá para felicitá-lo ou segurar sua mão'. Eu falei para ele num momento de fúria, mas agora as minhas palavras estavam se tornando realidade. Dean não tinha ninguém para parabenizá-lo. Ninguém que se importava. Ele ofereceu à multidão um pequeno sorriso, apertado e em seguida, saiu do palco após o discurso mais curto da noite. O locutor consideravelmente o seguiu, tentando manter-se num ritmo rápido. Ele desapareceu por trás do palco e me mudei para segui-lo. Eu estava em um longo vestido que peguei emprestado de Jo, e tinha poupado o tempo para fazer meu cabelo e maquiagem. Ninguém virou ou olhou para mim enquanto varria a cortina e entrava nas profundezas da casa de ópera. A barriga do edifício era nada comparada com o ornamento detalhado no auditório. Backstage consistia de um corredor preto estreito ramificando para quartos separados a cada poucos pés. Um sinal apontou na direção do palco e outro para a sala de mudança das mulheres. Passei algumas portas pretas indescritíveis e em seguida, ouvi a voz de Dean sobre o som de água corrente. Outra voz atravessou a porta, mas não conseguia entender a conversa. Empurrei o ouvido na porta e tentei em vão ouvir através da madeira grossa. Era inútil, a não ser é claro, que eles tivessem realmente dizendo " geri ggfffnj hrjt hempjhr". Nesse caso, eu poderia ouvi-los perfeitamente. Um momento depois, a água foi cortada e passos ecoaram no outro lado da porta. A alça se virou e a porta se abriu. Eu pulei, girei e tentei alisar meu corpo contra a parede como uma panqueca, mas a porta veio direto para mim. Eu segurei meu pé e segurei antes de quebrar meu rosto. O perfume de Dean me bateu primeiro, rolando uma onda de nostalgia sobre mim. A última noite que 175


dormi com ele, ele me prendeu à sua cama com o rosto pressionado contra a curva do meu pescoço. Estávamos tão perto que era sufocante e respirei fundo, enchendo os pulmões com o cheiro dele até que ele tomou conta de mim. Talvez se eu soubesse que seria a última noite em sua cama, eu teria respirado um pouco mais profundo, tentando encher meus pulmões até eles queimarem. Seu perfil passou por mim e eu avistei sua mandíbula forte, nariz reto, e sobrancelhas franzidas. Ele era uma visão em seu smoking preto. Seus ombros largos preenchendo o casaco e as calças pretas afuniladas para baixo em suas longas pernas. Ele não me viu quando passou. Ele já estava a meio caminho do corredor quando a porta se fechou com um baque pesado. Passaram-se alguns minutos mais tarde, quando disse a mim mesma que tinha que passar, que percebi que o seu peito estava descoberto. Ele tinha deixado a medalha no banheiro. Por quê?

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CAPÍTULO 47 De: Dean Harper Para: Lily Black, Julian Lefray, Zoe Davis Assunto: Ivy & Wine

Parece que Hunter se aposentou do mundo dos restaurantes para seu próprio bem. Eu coloquei uma oferta sobre o edifício onde ele estava planejando abrir Ivy & Wine. A equipe de construção já está a meio caminho através da construção do restaurante que nós projetamos. Talvez devêssemos enviar-lhe um obrigado?

D. Harper

De: Julian Lefray Para: Lily Black, Dean Harper, Zoe Davis Assunto:Re: Ivy & Wine

;) Uau. O plano de Lily efetivamente funcionou. E bastou a minha namorada virar acompanhante!

J

De: Zoe Davis Para: Lily Black, Dean Harper, Julian Lefray Assunto: Re: Re: Ivy& Wine

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Eu só fui pela construção!!! Hunter realmente acabou nos ajudando uma tonelada. Esse espaço estará concluído em poucos meses. Se der tudo certo, poderemos abrir no início do próximo ano. Zoe

De: Dean Harper Para: Lily Black, Julian Lefray, Zoe Davis Assunto: Re: Re: Re: Ivy & Wine

Estão todos disponíveis para atender essa semana? Eu tenho uma lista de quase três quilômentros de comprimento de merda que precisa ser feita.

D. Harper

De: Lily Black Para: Julian Lefray, Zoe Davis, Dean Harper Assunto: Re: Re: Re:Re: Ivy & Wine

Fico feliz que temos o espaço. Estou gripada, assim alguém poderia tomar notas e enviar por e-mail o que vocês discutirem na reunião? Obrigada. Lily Black

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Lily ─ Fingir que está doente para que não ter que ver o Dean irá funcionar apenas por alguns dias. - Josephine disse quando ela me empurrou para fora da parte de trás do futon. Bato meu laptop fechado e lanço um olhar. ─ Eita. Foi muito? Ela deu de ombros e voltou para a cozinha, onde ela estava a meio caminho de terminar de fazer manteiga de amendoim e geleia para um sanduíche. Aparentemente minha digitação tinha distraído ela de seu almoço. ─ Julian disse que Dean... Eu levantei minha mão para silenciá-la. ─ Eu não ligo para o que Julian diz que Dean está fazendo. Eu não me importo se Dean está namorando Miley Cyrus ou pulando de um arranha-céus porque ele quer me ganhar de volta. Eu não. Obrigada. Ela sorriu e me olhou sobre o pote de manteiga de amendoim. ─ Eu não acho que o suicídio é o melhor caminho para recuperar a sua afeição. É uma espécie de contraproducência, você não acha? Eu gemi e deslizei para baixo para que pudesse enfiar minha cabeça debaixo das almofadas. ─ Por favor, pare de falar sobre Dean! Preciso lembrá-la sobre a merda de Dean de novo? - Ela riu e eu sabia que ela estava olhando de relance para o recipiente de queijo vazio gigante que tinha identificado como “Jarro de Dean” há poucos dias. Ele funcionava como um jarro de dinheiro: $1: referindo-se à falar da semelhança de Dean em uma maneira. $2: discutindo Dean nesse apartamento. $5: voltar a assistir qualquer programa de tv que tenha ator remotamente parecido com Dean. Os exemplos incluem: homens com cabelos loiros. Homens que vestem ternos. Homens que vivem em NY. Homens que são amáveis em um jeito áspero-arrogante. $1.000.000: Dizer merda como 'Deixe-me lhe apresentar alguém'. Eu não quero um encontro. Quero apunhalar alguém. Se você me ver com um homem, vou esfaqueá-lo. O seu sangue estará sobre suas mãos. Eu estava pensando em usar o dinheiro para comprar uma piscina cheia de sorvete.

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─ Vejo que você adicionou um novo item para lista hoje. - Disse ela, caminhando ao redor do futon e empurrando minhas pernas para o lado para que ela pudesse sentar. $0,50: usar qualquer palavra que comece com 'D'. ─ Sim e você já quebrou algumas vezes - eu gemi, pegando sua bolsa. ─ Não é tão difícil, Jo. ─ Você não acha que está pedindo um pouco demais de mim? ─ Jo, eu não espero que você entenda. Você está vivendo basicamente em um filme conto de fadas com Julian. Você vive em um mundo de fadas mágico onde não existem problemas reais. ─ Isso não é verdade. Ainda esta manhã, um inseto voou no meu nariz quando estava andando para o trabalho. ─ Você acabou de fazer? ─ Quer uma mordida do meu sanduíche? - ela perguntou, mudando de assunto. ─ Sim. ─ Devo apenas enfiá-lo debaixo do travesseiro e assumir que você vai encontrar? ─ Sim. Eu mordi um pedaço do sanduíche que ela deslizou por baixo do travesseiro pra mim. Era suave e simples e me fez lembrar da minha infância. Depois de escorregar outra mordida, Jo falou. ─ Você ainda está usando sua medalha? A almofada do futon pressionava a medalha fria contra meu peito. Era pesada e eu a usava todos os dias, como um albatroz. Eu tinha pegado do banheiro da casa de ópera com a intenção de devolvê-la, certamente ele não tinha a intenção de deixar isso para trás, mas então deslizei em meu pescoço e o peso me fez sentir bem. A medalha representava tudo que Dean tinha lutado na vida e quando eu a usava, fingia que eu estava incluída. ─ Não estou usando sua medalha se é isso que você quer saber. ─ Lil, precisamos que você fique com alguém já, apenas para você se focar de novo. ─ SIM! - Eu gritei. 180


─ Sério, você quer encontrar com alguém? ─ Claro que não, mas eu finalmente posso pagar minha piscina!

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CAPÍTULO 48 Dean Julian e eu estávamos no meio de um passeio de bicicleta na manhã de sábado, quando seu telefone tocou. Ele acenou para o lado da estrada. Nós pulamos para cima da calçada e retirei minha garrafa de água, engoli para baixo metade dela enquanto ele falava ao telefone. ─ Sim, eu posso estar lá em um segundo - disse ele. ─ Na verdade, estou de bicicleta bem ao seu lado agora. Ele piscou um sorriso de desculpas, mas dei de ombros. Se não fosse por Julian, teria vindo trabalhar o meu caminho através de um monte de planos de construção. ─ Nós precisamos fazer uma pausa no passeio? - Eu perguntei quando ele desligou. Ele assentiu. ─ Josephine quer que eu vá dar uma olhada em sua máquina de lavar louça antes que ela chame a manutenção. Eu ri. ─ Você já fixou uma máquina de lavar-louça antes? Ele riu e pulou de volta em sua bicicleta. ─ Nunca. Meu plano é mexer nela algumas vezes e em seguida, dizer-lhe para fazer o chamado. - Eu balancei minha cabeça e puxei para a estrada atrás dele. Ele se levantou e pedalou rápido para definir o nosso ritmo e corri atrás dele, apreciando a falta de tráfego nos dias úteis. No momento em que cheguei ao complexo de apartamentos de Josephine, minhas pernas estavam em chamas. Eu tranquei minha bicicleta ao lado da de Julian e pensei em Lily. Foi um jogo alucinante, tentando me convencer de que eu e ela tínhamos acabado. Eu sabia que tinha arruinado tudo. Eu tinha levado tanto tempo para descascá-la, camadas irritantes, controlando mais para que pudesse pegar até mesmo um único vislumbre de seu lado vulnerável e nessa mesma noite, tinha tomado qualquer que seja desprezível quantidade de confiança que eu tinha ganhado e joguei pela janela. Ela não me daria uma segunda chance. Lily era inteligente demais para perder tempo com um cara que não têm suas prioridades em ordem. Segui Julian subindo as escadas até seu apartamento e debati se devia ou não esperar por ele lá fora. Eu não tinha visto Lily em duas semanas e ela deixou perfeitamente claro que não queria me ver. Seus e-mails sobre estar doente eram, 182


obviamente, uma manobra para não ter que suportar uma estranha situação. Julian bateu à sua porta e eu respirei fundo. Meu coração estava disparado do meu passeio de bicicleta. Eu tinha pedalado rápido e é por isso que era difícil respirar. É por isso. Josephine abriu a porta e nos cumprimentou com um sorriso que vacilou apenas por um momento, quando ela me viu. ─ Dean! Eu não sabia que você estava com Julian. Julian mergulhou para baixo e lhe deu um beijo e entramos pela porta da frente. ─ Nós estávamos em um passeio de bicicleta quando você ligou, - expliquei, examinando o apartamento de Lily. Era um pequeno espaço e levou apenas um segundo para perceber que ela não estava ali. Eu não tinha considerado o fato de que ela não estaria em casa e eu odiava as ideias que surgiram na minha cabeça do por quê ela não estar lá. Se ela tivesse passado a noite fora em algum lugar? Com o cara do encontro às cegas? Dei um passo mais para dentro do apartamento e vi um enorme frasco vazio com meu nome na bancada. Josephine pegou minha linha de visão e correu em direção a ela, tirando dali antes que pudesse por fora todas as palavras. Eu sorri. Ela limpou a garganta e o escondeu da melhor forma que pode. ─ Aquilo não foi nada. Apenas um... jogo mudo que estávamos jogando. Eu abri minha boca para tranquilizar a ela que não tinha visto tudo isso quando a porta da frente se abriu atrás de nós. ─ Jo, eu sei que disse que estava indo para executar recados, mas a padaria no andar térreo tinha uma venda de croissants, então tive que parar e conseguir alguma coisa. - Nós três nos voltamos para a porta para ver Lily entrar no apartamento com um saco marrom cheio de croissants em seus braços. ─ E então eu não poderia continuar andando por aí com um saco de croissants, certo? - Ela deixou cair às chaves em uma pequena tigela pela porta, deixou cair o saco de padaria na mesa da cozinha e em seguida congelou no lugar quando seu olhar encontrou o meu. ─ Que porra você está fazendo aqui? - ela perguntou, estreitando os olhos com uma ferocidade que não tinha visto nas últimas semanas. Eu esqueci o quão rapidamente suas garras podem sair. Eu ri e então rapidamente roubei o som. Rir não iria fazê-la menos irritada, mesmo que ela tivesse acabado de dizer algo engraçado. ─ Ele veio comi.. - Julian começou pensando que poderia me jogar uma tábua de salvação. 183


─ E vim para ajudar a corrigir sua máquina de lavar louça - eu disse, cruzando os braços. Ela balançou a cabeça. ─ Nós não precisamos de sua ajuda. Fiquei olhando enquanto ela dançou até a máquina de lavar-louça para provar sua afirmação. Ela trancou a porta, apertou alguns botões e em seguida, a máquina emitiu um ruído que parecia nitidamente como a raspagem de metal contra metal. Eu me encolhi, uma vez que ecoou em todo apartamento. Ela sorriu e me lançou um olhar. ─ É para fazer esse barulho. - Ela fez uma pausa no ciclo, abrindo a porta e virando um garfo em três direções diferentes. ─ Viu? Está limpo. Eu segurei meu sorriso. Eu senti tanta falta dela. Ela. A mulher de fogo que não tinha medo de me desafiar a cada passo do caminho. Ela me enfureceu, mas trocaria tudo para ter mais uma luta com ela, um brilho mais indignado de seus olhos castanhos brilhantes. ─ Lily, quer, ah, venha comigo para o banheiro rapidamente? - Perguntou Josephine com uma cepa clara na voz. Lily inclinou a cabeça, tentando juntar o que ela queria dizer. Josephine limpou a garganta e envolveu a mão em seu pescoço, esfregando pra frente e pra trás algumas vezes. Quando olhei de volta para Lily, seus olhos estavam arregalados. O aviso de Josephine clicou para ela ao mesmo tempo que eu notei uma fita familiar pendurada no pescoço dela. Ele mergulhou em seu top preto, escondido de modo que não podia ver o fundo. Eu não precisava; Eu reconheci a medalha de imediato. ─ Como você...? - perguntei, dando um passo para frente e estendendo a mão para ela. Lily deu um passo atrás. ─ Eu fui. Eu estava lá na cerimônia. Não para você especificamente, - ela disse, engolindo seus nervos e tentando uma nova abordagem. ─ Eu vi você deixar a medalha. Eu sorri. ─ Você estava no banheiro? Ela fechou os olhos e sacudiu a cabeça. ─ Não. Não é assim. Era isso, a única segunda chance que tinha. Lily ainda se importava comigo. Ela se importava o suficiente para usar a minha medalha no pescoço. A medalha e o jarro ridículo me disseram tudo o que precisava saber. Ela não tinha acabado. 184


CAPÍTULO 49 Lily Estava fazendo o meu melhor para devorar o saco inteiro de croissants enquanto Josephine definia duas xícaras de café em nossa mesa da cozinha. ─ Será que você verificou com o convento na Suécia para ver se eles têm quaisquer abertura? - perguntei, empurrando mais da massa folhada em minha boca antes de terminar a minha pergunta. Ela me estudou sobre sua xícara de café. ─ Você não é religiosa. ─ Eu poderia ser, Jo. Depois dessa tarde, estou disposta a tentar qualquer coisa. - Eu balancei a cabeça. ─ Não foi tão ruim assim. RÁ. Olhei para ela. ─ Ele viu o JARRO. Ele me viu usando sua medalha como uma pessoa louca em pânico! ─ Ele não viu tecnicamente a medalha, somente a fita... Baixei a cabeça para que minha testa descansasse contra a borda da mesa. ─ Jo. Ele correu para fora do apartamento tão rápido que pensei que haveria um buraco em forma de Dean na porta. Ela fez uma careta. ─ Eu não estou indo para dourar a pílula. Foi ruim, muito ruim, mas você ainda tem um trilhão de caras da cidade para um encontro. Só porque Dean acha que você é psicótica não significa que cada indivíduo vai. ─ Não quero até agora quaisquer outros caras. ─ Doía mais a cada vez que eu repetia na minha cabeça. Eu queria Dean. Eu queria um homem que agora definitivamente queria me trancar em uma instituição mental. Adorável.

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Em uma situação normal, eu iria através das fases de separação, dor e seguir em frente como se eu tivesse todos os outros homens na minha vida. 185


Primeira fase: comer um saco de croissants. Feito. Segunda fase: Tentar conseguir o papel de Bachelorettev da próxima temporada. Os produtores nunca me responderam de volta. Terceira fase: Considere, mas na verdade não faça, uma grande mudança de vida... como uma argola no umbigo ou uma tatuagem. No final, eu me separei do meu cabelo um pouco mais para esquerda. Todos os três estágios estavam completos, tinha sido três semanas desde que Dean tinha vindo e corrido para fora do meu apartamento e eu ainda não conseguia parar de pensar nele. Eu já não usava a medalha, mas dormia com ela debaixo do travesseiro. Toquei-a todas as noites antes de ir dormir, apenas para confirmar que ainda estava lá. Como um rompimento de costume, nas parte de várias maneiras então se para de ver um ao outro. Com Dean, não era possível. Ele ainda era meu chefe e ainda tinha que ver seu nome aparecer em meu e-mail todas as manhãs. Suas mensagens sempre pertenciam ao trabalho e elas sempre faziam meu coração afundar. Eu prendia a respiração, lia e em seguida, passava meia hora para construir uma única frase que pensava que saía como partes iguais, mal-intencionadas e distantes. Ao vê-lo em pessoa era o perigo real, algo que tentei o meu melhor para evitar, mas não podia mais adiar. Ele tinha agendado uma reunião para a manhã de segunda-feira. Zoe, Julian e eu estávamos sentados em seu escritório na parte de trás do Provisions, esperando por ele chegar e jurei que meus pulmões não estavam funcionando. ─ Está muito quente aqui para qualquer outra pessoa? - perguntei, acenando com a mão na frente do meu rosto para obter algum fluxo de ar. Por que era tão difícil respirar? Zoe olhou pra mim. ─ Você está meio estranha. ─ Não estou. Julian disparou um e-mail que ele estava digitando em seu telefone e angulou seu corpo em direção a mim. ─ Você está bem, Lil? Eu não olhei em seus olhos. Eu não podia. Seria como olhar meu pai nos olhos quando estava à beira das lágrimas. As comportas abririam querendo ou não. ─ Bem. O ar condicionado ligou e suspirei de alívio. Pelo menos não estaria suando baldes quando Dean chegasse. ─ Jo disse que ainda pode estar se sentindo doente, - ele ofereceu. Nós dois sabíamos que doente era eufemismo e um bem ruim. Dei de ombros. ─ Eu acho que vou ficar doente por um tempo. 186


Zoe empalideceu. ─ Que diabos você tem? Ebola? Eu ri. ─ Não. - Eu comecei a esclarecer e, em seguida a porta do escritório de Dean abriu e então parei. Ele entrou... e eu podia ouvir meu coração batendo em meus ouvidos... e eu agarrei o braço da minha cadeira... e eu inalei seu perfume. Fazia três semanas desde que tinha sentido seu cheiro e nenhuma amostra de loja de departamento poderia comparar. Eu sabia que não iria durar mais um dia de trabalho com ele. Trabalhar com Dean tinha sido um sonho, mas agora parecia viver num pesadelo. Sua intensidade nunca o faria sem brilho. Seus olhos escuros nunca iriam clarear. Sua boca afiada nunca deixaria de me surpreender. Tinha sido uma luta tola desde o início. ─ Lily, -disse ele. Eu queria tanto não me apaixonar por ele. Eu queria tanto que não tivesse ignorado os sinais de alerta. Eu era a menina ingênua do Texas, varrida por um homem que apenas nunca tinha pensado nela como um trampolim ao longo do caminho para o sucesso. ─ Lily, - Julian disse, apertando a minha mão na minha cadeira. Eu pisquei e olhei pra ele. ─ Dean está tentando chamar sua atenção e você está completamente alheia, - ele disse com uma risada. ─ Já colocou o ebola pra fora? Eu sorri sem entusiasmo e olhei para Dean, tentando proteger meu coração da melhor forma que pude. ─ Desculpe-me por isso. Seu olhar escuro segurou o meu quando ele se inclinou sobre a mesa. Sua boca foi puxada numa linha fina. Ele era uma estátua de um homem, inflexível em seu núcleo. ─ Eu só preciso que você fique após a reunião por alguns minutos. Tudo bem? Eu balancei a cabeça, não porque apreciava a ideia de ter um tempo sozinha com ele, mas porque ele me daria a oportunidade perfeita para colocar no meu aviso duas semanas de antecedência.

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CAPÍTULO 50 Dean Lily fechou a porta atrás de Julian e Zoe, mas ela não se virou para me encarar. Nós tínhamos estado lá antes, sozinhos no meu escritório. Era uma receita para o desastre e nós dois sabíamos disso. Ela girou em torno de si para mim lentamente, mantendo a pressão na maçaneta da porta atrás dela para trás como uma tábua de salvação. Ela revirou os olhos e abri a boca para falar em primeiro lugar, mas ela me parou com um soco. ─ Eu gostaria de colocar meu aviso de duas semanas de antecedência. Eu respirei fundo, processando seu pedido. Ela quer sair? Eu balancei minha cabeça, apenas uma vez. ─ Não. Seus olhos brilhavam com uma nova fúria. ─ Não? Olhei para baixo e comecei a percorrer o calendário no meu telefone. Tentei me concentrar numa data específica, mas continuei a percorrer os meses, à direita para o próximo ano. ─ Precisamos planejar um tempo para conhecer. A cozinha será concluída na próxima semana e estou trazendo Antonio. ─ Você não está me escutando, - ela argumentou, liberando a maçaneta e se aproximando. Meu olhar subiu para ela e seus olhos focados, estreitando até que eu soube que tinha sua atenção. ─ Sim, eu estou. Eu só estou te ignorando. - Eu olhei de volta para meu telefone. ─ Eu não aceito sua demissão. ─ Que diabos. ─ Agora, que dia você pode encontrar para a amostra do menu? Segundafeira? Ela parou do outro lado da minha mesa e colocou a mão sobre o meu telefone, bloqueando o calendário do próximo ano da minha vista. ─ Dean. Deixeme ir. ─ Não. ─ Demita-me. - Eu balancei a cabeça e apertei meu queixo para não dizer algo muito cedo. 188


Ela deu um passo para trás e jogou as mãos em derrota. ─ Qual é o ponto disso? Você realmente me quer trabalhando para você ainda? ─ Sim. Eu quero. Ela colocou o rosto entre as mãos e balançou pra frente e pra trás, tão derrotada. O que ela pensa? Que eu iria deixá-la se afastar de mim? Depois de tudo? Ela manteve minha maldita medalha em seu pescoço e ela ia desistir tão facilmente? ─ Segunda-feira às 17:00, encontre-me no edifício onde Hunter ia abrir Ivy & Wine. - Ela franziu as sobrancelhas, tentando mais duro para manter as lágrimas na baía. ─ Por favor, não faça isso. - Duas batidas soaram na porta fechada e um momento depois, a cabeça de Zoe entrou com a abertura. ─ Chefe, o encontro com o pessoal do Provisions começa em dez minutos. Seu olhar desviou de mim para Lily, e então seu sorriso desapareceu. ─ Devo adiá-la? Eu balancei a cabeça e virei a mesa, parando quando meu ombro roçou Lily. ─ Se você ainda quiser sair depois de segunda-feira, então vou respeitar sua decisão. Seus olhos castanhos de fogo se viraram para mim. Seus lábios estavam mais próximo do que tinha estado em semanas, vermelhos e inchados dela esfregá-los juntos. Foi doloroso manter a minha distância, mas não ia reconquistá-la com um discurso meia boca no meu escritório. Ela merecia mais e estava preparado para dar-lhe tudo o que tinha. ─ Eu não vou - disse ela tão suavemente que Zoe não podia ouvir. Inclinei-me para ela, roçando a minha mão contra a dela e apertando uma vez antes de deixar ir. ─ Por favor.

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CAPÍTULO 51 Lily Passei a semana inteira negociando com interessados. Dean teria que me substituir e eu não queria torná-lo mais difícil para ele do que tinha que ser. Tudo o que eu estava trabalhando - menus sazonais, cocktail, listas de vinhos, menus de ideias e possíveis parcerias - agora eram ordenadamente digitado e salvo em um pen drive. Eu não estava perto de terminar com nada disso, mas tentei condensar as minhas ideias da forma mais sensata possível, para que o seu próximo consultor pudesse pegar exatamente onde parei. Eu não tinha ideia do que faria para trabalhar. Eu teria gostado de encontrar outro trabalho de consultoria, mas sabia que não seria possível sem mais experiência. Eu poderia ter solicitado a Dean uma carta de recomendação, mas estava muito orgulhosa. Eu ia economizar e poupar e focar minha energia um pouco no meu blog. Se o tráfego da web. Quando os comentários começassem a decolar, que geraria um pouco de renda e entretanto, há sempre o bartender. Não ia ser estimulante o trabalho, mas as gorjetas me ajudariam a sustentar-me até descobrisse o que eu faria. ─ Então o que você vai fazer esta noite? - Josephine perguntou quando ela saiu do banheiro decorada em um vestido assassino. O material liso foi arejado e oscilou um lado para outro enquanto ela caminhava em direção à mesa da cozinha. Ela pegou um par de brincos pendentes, deslizando o primeiro enquanto ela me avaliava do futon. Eu levantei meu laptop. ─ Trabalhar. Ela arqueou uma sobrancelha escura e em seguida, assentiu. ─ Revisões do restaurante? Eu balancei a cabeça, olhando para trás e para baixo, para o cursor a piscar do meu laptop. Eu comecei a escrever uma sentença trinta minutos atrás e ainda tinha que terminar. La Patisserie é... é o quê? Um bom restaurante? Um mau restaurante? Aparentemente, eu não poderia mesmo chegar tão longe. ─ Está indo muito bem - eu menti. Ela assentiu com a cabeça, entregando-me. ─ Então, você não vai? Ela nem sequer precisa esclarecer onde. Na noite anterior, ela tinha falado na minha orelha sobre o porquê eu deveria dar a Dean outra chance. Eu não concordo. Dean e eu não éramos um casal. Eu tinha usado o meu coração na minha manga e eu tinha ficado queimada. Fim da história. Sem epílogo, sem repetição, sem segundas chances. ─ Eu te amo, mas eu acho que você está cometendo um grande erro, - disse ela, colocando sua bolsa debaixo do braço. 190


Deixei minha cabeça cair para trás contra o futon. ─ Você está muito bonita. Ela revirou os olhos, irritada comigo por ignorar seus protestos. Não faria nenhum bem para ela continuar me atormentando. Quanto mais ela me dissesse para ir, mais eu queria ficar. ─ Não importa de qualquer maneira. Já são 19:00. Ele não está mais lá. ─ Então você esqueceu ele? - Perguntou ela, uma expressão azeda estragando suas feições bonitas. ─ Não o torne mais dramático do que é, Jo. Ela balançou a cabeça, mas eu podia ver a tristeza lá. Eu poderia dizer que ela queria perguntar mais, empurrar-me a lutar por ele, mas ela ficou quieta quando se arrumou. Ela estava indo para a porta, indo ver Julian para um encontro, quando eu percebi uma coisa. ─ Você sabe, Jo, eu sempre pensei que quisesse um relacionamento como você e Julian, mas não. Eu não quero que seja assim tão fácil. Eu odiava Dean tanto quanto eu o amava. Quão distorcido é isso? Ela apertou os lábios e seu olhar triste bateu no chão antes de ela olhar para mim. ─ No início, pensei que vocês dois queriam destruir um ao outro. Olhei para onde sua medalha estava na nossa mesa de café. Estava sempre perto de mim, sempre me lembrando do que quase tive. ─ Eu acho que não foi muito longe. Eu nunca respondi e ela foi para seu encontro. A porta se fechou, deixandome em silêncio e me acomodei no futon. Não havia nenhum ponto de ir na segunda - adivinhando a minha decisão. Eu não tinha mentido para Josephine. Dean tinha me pedido para encontrá-lo duas horas mais cedo, não fui e era isso. Peguei uma revista e cobri sua medalha, colocando a fita por baixo para que estivesse completamente fora de vista. Peguei meu laptop e puxei o meu blog de restaurante favorito. Era inútil tentar forçar a trabalhar. Eu só queria me distrair até que eu estivesse cansada o suficiente para dormir. O blog, Novo em Nova Iorque, destacou restaurantes com notícias de última hora antes de mais ninguém. Normalmente, as mensagens me interessavam, mas estava quase no meio da página da frente quando um post me chamou a atenção. Mais especificamente, uma foto chamou minha atenção. Era uma imagem vista da rua do edifício que Dean tinha comprado de Hunter. A construção estava mais à frente, mas era definitivamente o mesmo lugar. Eu rolei de volta para o topo do post e comecei desde o início.

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Melhor grupo de Manhattan vai abrir Lírio Novo nos altos de ganhar o prêmio James Beard de Melhor Restaurateur, Dean Harper está programando abrir seu novo restaurante, Lírio, no próximo mês. Nós não fomos capazes de definir detalhes sobre o menu ainda, mas com um nome desses, só podemos esperar que terá um alargamento espanhol. Tapas e margaritas, alguém?! Conseguimos tirar essa foto da parte externa do restaurante, mas as janelas estão tapadas durante a fase de construção do interior. Sorrateiro, sorrateiro. Assim que tivermos mais detalhes, vamos ter certeza de passá-los! Além disso, para ajudar-lhes a pesquisa do Google, Lírio traduzido para Inglês significa Lily. Dean Harper é um solteirão notório, por isso não temos ideia de onde veio o nome. Sua avó? Uma amiga? Por favor não me diga que é sua NAMO-

Comecei o artigo novamente, desta vez li cada palavra o mais lentamente possível. Dean estava abrindo um restaurante e ele estava colocando meu nome. Ele estava colocando meu nome. Bati meu laptop fechado e atirei-me para o futon. Girei em um círculo, tentando pensar no que fazer primeiro. Eu estava vestindo uma camiseta e sem sutiã. Merda. Eu joguei meu pijama e vasculhei meu armário, tentando encontrar uma única camisa limpa. Eu não tinha tido energia para lavar as roupas. Peguei um vestido preto e puxei pela minha cabeça, em seguida, o puxei para botar um sutiã. Eu tinha minhas chaves nas mãos e minha bolsa sobre meu ombro quando eu voei pela porta da frente. Não foi até que estava no meio da escada que percebi que não estava usando sapatos. ─ Merda!!!, - eu gritei, virando e correndo de volta para meu apartamento. Este foi o mais próximo de Dean ter um compromisso e eu não tinha sapatos. Eu precisava encontrá-lo. Eu precisava pedir desculpas por tudo e precisava encontrar alguns sapatos malditos! Já era 19:30. Dean definitivamente não estava mais no restaurante, por isso, tomei na direção de sua casa. Eu não queria esperar um táxi, então eu fui a pé, meus sapatos dando tapas no concreto quando eu fiz uma corrida para ele. Virei a esquina e saí pela calçada, quase batendo em uma menina e estragando sua casquinha de sorvete. ─ Cuidado! - ela cuspiu quando passei por ela. ─ Cuidado você! - Eu gritei de volta. Não estava pegando merda de ninguém. Tive que atravessar a cidade e não podia perder um único segundo. Correr era uma terrível escolha para Manhattan. Eu sabia que ia ter curativos em bolhas para os próximos dois anos.

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─ Oh, Deus, não vou conseguir fazer isso - eu assobiei, encostando em uma parede de tijolo e tentando recuperar o folego. Estava quase lá, mas meu coração iria parar se continuasse correndo. Virei-me para o lado e vi meu reflexo na janela do edifício. Puta merda. Não é bom. Não tinha colocado maquiagem naquela manhã ou lavado meu cabelo na noite anterior. Não que isso realmente importasse; a maioria dos fios loiros estavam pegajosos de suor e preso na minha testa em uma espécie suja de se olhar. Minhas bochechas estavam vermelhas e meus olhos estavam arregalados, isto pode soar bonito, mas não era. Meu vestido preto estava preso ao meu peito com suor, mas felizmente o vestido de cor escura escondia minha falta geral de higiene. Obriguei-me a ignorar minha aparência e continuei. Empurrei para fora da parede e respirei fundo. A casa de Dean era apenas algumas quadras de distância. Estou quase lá.

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CAPÍTULO 52 Lily Toquei a campainha duas vezes e em seguida, bati com meu punho. A luz ligou no foyer e em seguida, a porta laqueada preta se abriu. Ele estava do outro lado, sem camisa e em silhueta pela luz atrás dele. Seus cordões da calça preta estavam desamarrados e solto em torno de seus quadris - claramente ele não sabia o protocolo apropriado de como responder a uma porta. ─ Você chegou tarde, - disse ele, tomando cuidado para manter a emoção para fora de sua voz. Dei um passo para trás antes de encontrar seu olhar. Eu o vi zangado antes, em várias ocasiões, mas nunca o tinha visto derrotado. Seus olhos eram suaves, seus lábios estavam inchados e suas sobrancelhas estavam franzidas não com raiva, mas com dor. ─ Você nomeou para mim, - eu disse, quase num sussurro. Ele engoliu em seco lentamente e então assentiu. ─ E cada prato único foi inspirado por você e cada vinho tem o seu gosto e todos os quadros pendurados nas paredes foram encomendados em sua honra. ─ Dean─ Pena que você perdeu. ─ Mostre-me, - eu implorei. Ele deu um passo para trás. ─ Eu acho que ficou bom. ─ Dean. Mostre-me. Ele riu, mas era um som oco, algo que nunca queria ouvir novamente. ─ Antonio foi embora. A comida está na cozinha do restaurante, fria e esquecida. Mudou-se para fechar a porta, mas coloquei minha mão para bloquear seu caminho. Se ele fechasse, ele cortaria minha mão. Eu não ia me colocar contra ele, mas tinha que tentar, pelo menos tentar impedi-lo. ─ Dean. Por favor, leve-me para Lírio. Uma pequena faísca iluminou por trás de seus olhos tristes. ─ Eu esperei lá por duas horas. Sentei-me no restaurante sozinho, esperando que a porta se abrisse. Você nunca apareceu e já é tarde demais pra voltar atrás agora. - Eu podia ver lá perfeitamente, o vislumbre de esperança em seus olhos. Ele pensou que iria me mostrar. O que tinha era a sensação de colocar a comida fora da 194


geladeira depois de esperar lá sozinho durante duas horas? Eu queria envolver meus braços em torno dele e fazer as pazes com ele, mas sabia que ele iria se afastar. Nós não funcionamos como pessoas normais. Éramos teimosos e orgulhosos. Eu sabia que tinha de trabalhar pelo seu perdão, então dei um passo para trás e em seguida, estiquei a mão para o corrimão em seu alpendre. Usei-o para me guiar para baixo nos passos para trás. Todo o tempo, ele estava em sua porta, à beira de me excluir de sua vida para o bem. Eu continuei andando para trás, mantendo os olhos sobre ele até que estava no meio da calçada. Então, atirei meus braços ao meu lado e gritei no topo dos meus pulmões. ─ Sinto muito! Eu sinto muito! Você me ouve NEW IORQUE CITY?! - Eu me virei em um círculo e gritei para as casas em volta de mim. ─ Errei com um homem maravilhoso e eu peço DESCULPA! Um alarme de carro saiu algumas ruas mais e juro que ouvi um grito de gato com aborrecimento para baixo no bloco. Parei de girar e caí minhas mãos de volta para meus lados, de frente para Dean com absoluto abandono. ─ Sinto muito, - eu disse, mais uma vez, só para ele. Isso foi sincero e real e foi o melhor que pude fazer. Nós ficamos congelados, olhando um para o outro. Ele manteve sua posição na porta e fiquei fora, dando-lhe espaço. Eu pensei que ele iria se virar e ir. Depois de tudo o que colocamos um no outro, as chances dele me amar do jeito que eu o amava não estavam ao meu favor. ─ Por favor, - eu disse tentando convencê-lo. Ele inalou uma respiração profunda, balançou a cabeça e então ele levantou um dedo. ─ Lírio está fechado, mas felizmente, sei quem é o proprietário.

***

Nós não falamos toda a caminhada até o restaurante e nós tentamos o nosso melhor para não olhar para o outro. De vez em quando, sentia seus olhos em mim e virava o rosto para ele. Ele tinha o olhar distante e eu ficava com a visão de seu perfil, tão dolorosamente belo que não podia deixar de olhar por um momento. No meio do caminho, não pude aguentar mais. ─ Eu vejo você me olhando, - disse ele. ─ Olha, eu sei que ainda estamos testando as águas aqui e você está me fazendo um grande favor ao concordar em ir comigo, mas... eu corri todo o 195


caminho até seu apartamento em sapatos trocados e meus pés são basicamente duas bolhas gigantes agora. Importa se me der um passeio nas costas? Ele riu e se virou para que pudesse pular em suas costas. Meus pés agradeceram no segundo que estava fora do chão. ─ Melhor? - perguntou. Eu sorri. ─ Muito. Seu aperto apertado em torno de minhas coxas e ele me levou até chegar ao restaurante. A foto no blog deve ter sido recente porque as janelas do restaurante ainda estavam enfaixadas e a fachada ainda carecia de seus últimos retoques. O tijolo foi pintado de preto e do edifício era escuro, mas as luzes da rua iluminavam uma faixa fina de plástico pendurada logo acima da porta. Lirio foi escrito em toda ela em letras pretas do desdobramento. - É lindo - eu disse, deslizando o olhar para ele. Ele limpou o meu elogio. ─ Ainda não está termiando. - Bem, eu já o adoro. Seu sorriso me atingiu com força total quando ele se virou para mim. ─ Eu também. - Queria provar a comida antes? Quando Antonio estava aqui? Ele balançou sua cabeça. - Vamos. Vamos aquecê-lo e experimentá-lo. - Não vai será mais tão bom - disse ele. Seria. É claro que Antonio teria banhado a comida com detalhes bonitos, mas conseguimos nos sair muito bem. Os pratos estavam deliciosos, cheio de sabores complexos que eu tinha que me sentar e meditar sobre enquanto eu mastigava cada mordida. Dean e eu lutamos entre nós por cada pedaço até o fim e, mesmo assim, eu ainda queria mais. - Aqui - disse ele, estendendo o garfo com o último pedaço de nossa sobremesa sobre a mesa. 196


Eu sorrio e inclinou-me, deixando-o me alimentar. A torta cheesecake com mirtilo foi o final perfeito para a refeição. A textura cremosa rolou a minha língua e eu deixar escapar um gemido de minha boca. - É exatamente o que eu queria - eu disse, acenando com a mão sobre os pratos vazios e tigelas. ─ Isto é o tipo de refeição que eu estava esperando em Las Vegas. Ele balançou a cabeça, observando-me sobre a ilha de cozinha. - Desculpe-me, eu não ter vindo mais cedo - eu disse, abordando o assunto que eu tinha evitado durante todo o jantar. Ele deixou cair o garfo sobre o prato vazio e encontrou meu olhar. ─ Uma parte de mim sabia que você não viria. - Por quê? - Porque, se alguém tivesse me tratado da maneira que eu tratei você, eu não teria dado a eles outra chance. " - É isso que você queria? Uma segunda chance? Ele molhou seu lábio inferior e, por alguns segundos, eu não tinha certeza de que ele responderia mesmo. - Dean? - Outro dia você disse que nenhum homem é uma ilha. Desde que eu era jovem, eu fui ferozmente competitivo. Acho que sempre pensei em mim como um alpinista. Eu queria ser o garoto mais rápido na pista, o garoto mais inteligente da classe, e o homem mais rico de Nova Iorque. Eu queria subir e subir e subir, mas o topo acabou por ser um tipo ainda mais frio do isolamento. - Você está dizendo que você precisa de um Sherpavi? Ele riu e se curvou sobre a ilha para me beijar. Ele me pegou de surpresa e eu podia quase beijá-lo de volta antes que ele se afastasse. - Preciso de você - ele confirmou. "Deus me ajude." Sorri, corando de orelha a orelha como um blush eu não me incomodei tentando esconder. - Quando eu a empurrei para fora da minha casa naquela noite, eu lhe disse que você gostaria de encontrar um homem melhor do que eu, e bem, eu decidi que eu vou ser aquele homem. No último mês, eu tenho trabalhado para me tornar o tipo de homem que você merece. 197


- Ah, é mesmo? ─ eu perguntei, tentando manter a calma. No interior, eu estava empurrando para baixo o desejo de empurrar os pratos fora da ilha e me jogar para ele. - Eu vendi quatro dos meus restaurantes, eu contratei três novos gerentes para ajudar com a carga de trabalho, e eu promovi Zoe para que ela possa me ajudar com as operações diárias. Eu não vou nunca totalmente me aposentar, mas eu não serei mais um workaholic por mais nada. " - E quanto a Lírio? Você não vendê-lo, certo? " Eu o mataria se ele o fizesse. Ele balançou sua cabeça. ─ Eu ainda possuo Lírio. Ele sempre será o nosso restaurante. Eu sorri e me inclinei, sussurrando contra seus lábios antes que eu o beijasse. - O primeiro de muitos.

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Epílogo Dean Reclinei no banco de trás do carro da cidade e deixei as luzes da cidade aliviar o meu crescimento da dor de cabeça. Meu voo de Iowa tinha aterrissado uma hora antes da programação, mas o tráfego do aeroporto para o Lírio estava prestes a me enlouquecer. A voz do motorista me tirou da minha neblina. ─ Como foi a sua viagem, senhor? Virei-me para o banco da frente e encontrei seus olhos no espelho retrovisor. ─ O de sempre. Meus pais tinham me atormentado o mesmo de sempre, mas desta vez Lily tinha sido o tema da discussão. ─ Quando é que vamos ter um neto? Nós estamos ficando velhos. ─ Tem certeza de que quer ficar em NY? Isso é realmente onde você quer construir sua família? ─ Você não está pronto para fazer dela uma mulher honesta? Jurei que eles ainda estavam vivendo nos anos de 1800, mas tentei o meu melhor para satisfazê-los. Tinha um anel queimando um buraco no meu bolso nos últimos dois meses. Eu tinha escolhido um anel que era grande, mas de bom gosto. Julian não tinha ficado por menos, alguns meses antes, o bastardo, mas fiquei contente que Lily não viu. Ela virou quando o viu. Se ela viu. Nossas vidas tinham estado tão ocupadas nos últimos meses. Abrir Lírio tinha tomado um monte de trabalho e o restaurante ainda não estava funcionando sem problemas. Na maioria das noites, Lily e eu estávamos ambos trabalhando como cães. ─ Aqui está, senhor. Você gostaria que eu esperasse? Eu balancei a cabeça e ofereci um trocado. A noite ainda era uma criança e eu sabia que Lily e eu ficaríamos no restaurante por um bom tempo. ─ Vá em frente e deixe minha bagagem em casa. Vamos pegar um táxi depois. ─ Ok, senhor. Lírio estava lotado quando entrei, mais lotado que o habitual para uma noite de quarta-feira. O New Iorque Times tinha apresentado o nosso restaurante na semana anterior e já estávamos começando a ver os efeitos do artigo. 199


─ Oi, Sr. Harper, - disse a anfitriã, acenando para mim quando entrei e pendurei meu casaco no cabide perto da porta. ─ Hey, Sarah. O que está acontecendo hoje à noite? ─ Temos mais de uma centena de reservas e não contei as esperas ainda. Há duas festas que ocorrem nas salas dos fundos no momento. - Eu balancei a cabeça. ─ Bom. Onde está Lily? Ela sorriu e inclinou a cabeça para a bar central. ─ Mais uma vez? ─ Sim, Todd está doente. Essa era a quarta vez que ele dizia que estava doente em duas semanas e eu sabia pelo fato de que a criança estava ligando para que pudesse fazer um teste de última hora. ─ Tudo bem, obrigado, - eu disse a ela me movendo além da anfitriã para que pudesse encontrar Lily. Nós tínhamos projetado Lírio para ser muito menor do que a Provision. Nós queríamos a experiência de se sentir íntimo. As mesas foram cobertas com toalhas de mesa brancas com flores frescas e velas de chá. A sobrecarga de iluminação era suave e feita para ser esquecida. Pinturas abstratas bonitas penduradas com moderação nas paredes, mas a verdadeira arte era a comida. Antonio tinha criado pratos para nós que eram repletos de cor e sabor. ─ Duas margaritas jalapeño! - Lily chamou, deslizando duas bebidas em frente ao bar. Havia uma pequena multidão ao seu redor, observando seu trabalho e esperando ansiosamente pela sua vez para obter sua bebida. Havia um outro bar do outro lado do restaurante, mas como sempre, as pessoas foram atraídas para ela. Ela tinha o cabelo loiro torcido em um coque no alto da cabeça, mas algumas mechas tinham escapado. Ela deixou escapar um suspiro, quando tentou tirar os fios de seus olhos enquanto enxugava as mãos no avental preto. Ela não estava com o uniforme preto padrão que os outros empregados usavam; ela nunca usou. Assim como a comida, ela era uma fonte constante de cor no restaurante. Ela usava um vestido azul real envolto em torno dela, completamente modesto, mas ainda acendia um fogo dentro de mim. Ela era linda. Horas de trabalho atrás de um bar nunca iria diminuir seu brilho. Eu andei até a borda do bar, a poucos passos de distância de onde ela estava parada. Ela se inclinou para frente para um patrono para ouvir sua ordem sobre o zumbido da multidão. Quando ela se inclinou para trás e pegou a coqueteleira, eu falei. ─ Você me disse que estava pegando o material administrativo esta noite, - eu disse. Seus olhos brilhantes deslizaram agitados até mim e ela gritou. ─ Dean! Ela deu dois passos mais perto e se inclinou sobre o bar para me dar um beijo 200


direto em meus lábios. Eu passei a mão em volta do pescoço, segurando-a contra mim. ─ Senti sua falta - eu respirei contra seus lábios. ─ Preciso fazer esta bebida - ela riu de gozação da minha espera. Lamentei ter que deixá-la ir, mas havia clientes esperando bebidas. ─ Você quer ajuda? - perguntei. Tinha havido algumas noites no mês passado, quando Lily e eu tivemos que enfrentar o dever do bar juntos. Ela pegou um pouco de gelo na coqueteleira e sacudiu a cabeça. ─ Não, não há muito o que fazer no escritório e não quero ficar aqui até às 3:00 novamente. Seu sorriso travesso confirmou que ela estava se referindo a uma semana antes, quando tinha trabalhado até tarde e compartilhado comida chinesa no escritório de volta. Ela se inclinou para limpar alguma coisa na borda da minha boca, eu lambi seu dedo e nós tínhamos acabado no chão em uma pilha confusa de amor e comida chinesa. Bati minha junta contra o bar. ─ Venha me encontrar quando ficar mais devagar.

***

Houve uma batida na porta do escritório e olhei para cima, enquanto Lily passeava, chutando a porta para fechar atrás dela. Ela segurava uma garrafa de champanhe gelada em uma mão e duas taças de vidro na outra. ─ Como foi com seus pais? - perguntou ela. Debrucei-me na minha cadeira e fiz um gesto para frente. ─ Bom, mas eles estavam tristes que você não pôde ir. Por que o champanhe? Ela deslizou para o meu colo e envolvi minhas mãos em volta da sua cintura. Ela esfregou o lado do meu pescoço e inalei seu perfume doce. ─ É pra comemorar. ─ Comemorar o que? - Perguntei, puxando para trás para que eu pudesse olhar em seus olhos. Ela sorriu. ─ Este lugar está aberto por quase seis meses. Esse artigo no Times levou o nosso negócio a um novo nível. Acho que temos 250 reservas para sexta à noite.

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Eu tirei uma mecha de cabelo de sua bochecha. ─ Está feliz com isso? As horas e o trabalho? Ela me lançou um olhar de soslaio. ─ Está brincando comigo? - O artigo do Times foi um pedaço de interesse humano mais do que uma crítica de alimentos. A jornalista saiu logo depois que falei que abri o restaurante em homenagem a Lily. Os pratos e os seus nomes foram todos encantadoramente nomeado para ela. Ela se tornou uma espécie de celebridade no mundo do alimento do dia para noite, mas não havia tempo para se deliciar com a popularidade exceto nos momentos roubados em nosso escritório de volta com champanhe roubada. ─ E você? - Ela perguntou. ─ Estou feliz se você está feliz. - Ela revirou os olhos para meu comentário clichê e, em seguida mostrou-me o champanhe. ─ Devo abrir? ─ Tenho uma coisa pra lhe perguntar em primeiro lugar - disse, sentindo o peso do anel no meu bolso. Ela esfregou os lábios para conter o sorriso. ─ Eu acho que já sei o que é. ─ Você sabe? Ela assentiu com a cabeça. ─ Eu encontrei algo em suas calças na outra semana quando estava lavando roupa. ─ Lily. Ela sorriu e me beijou. ─ E adivinha? - ela continuou. ─ O que? ─ Já o testei. Eu balancei a cabeça, surpreso de que ela foi capaz de manter o segredo, desde que ela tinha visto. ─ Você testou? Ela assentiu com a cabeça, nem um pouco envergonhada. ─ E eu posso também ter enviado uma foto dele para Jo. - Ri. Não deveria estar surpreendido. Esta era Lily depois de tudo. ─ Bem, então acho que não tenho que sequer lhe pedir, então?

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Seus olhos se arregalaram com o fogo que aprendi a amar. ─ É melhor você me perguntar, Dean Harper. Dei de ombros, tentando jogá-lo fora. ─ Não. Acho que vou esperar por um momento melhor. Talvez vá planejar algo para o próximo mês? Ou talvez na próxima primavera, quando as árvores estiverem mais agradáveis no Central Park? - Ela se irritou com ideia de esperar tanto tempo. ─ Por favor, não me faça esperar. Eu balancei minha cabeça. ─ Isso não pode ser a nossa história. Não podemos ficar noivos na parte de trás do nosso restaurante. - Sua cabeça caiu para meu peito e ela balançou para frente e para trás. ─ Não! Eu quero esta história. Isto, bem aqui. - Já tinha o anel na palma da minha mão. Não havia nenhuma maneira de que esperaria mais um minuto. ─ Lily Noelle Black. - Ela sorriu e eu podia sentir seu corpo tremer de emoção. ─ Você me faria a honra... Seus grandes olhos olharam pra mim com expectativa ousada. ─ ... De abrir esse champanhe? Eu estou ressequido da minha viagem de avião. ─ DEAN! Ela bateu no meu peito e tentou se mover do meu colo. Brincava com ela demais e ela não ia me deixar embora com isso. Muito ruim para ela, já que eu tinha sua mão na minha e o anel estava pronto no final de seu dedo, pronto para descansar no seu devido lugar. ─ Case-se comigo, Lily. Case comigo. Não há ninguém no mundo mais adequado do que nós dois. Não posso prometer que não vamos brigar, você sabe que eu estaria mentindo se fizesse, mas prometo que ninguém vai te amar mais do que eu. Ela riu e acenou com a cabeça uma e outra vez quando deslizei o anel em seu dedo. ─ Você sabe me deixar louca, eu já sei - disse ela. Eu sorri. ─ Sabe... a maioria das pessoas apenas dizem sim. Ela estreitou os olhos e colocou as mãos em ambos os lados do meu rosto. Eu sabia que ela estava prestes a me beijar e respirei fundo antes de seus lábios roçarem os meus. ─ Sim, bem, nós não somos a maioria das pessoas.

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Outros livros de R.S.Grey: Leia sobre Josephine e Julian a história de amor: The Allure of Julian Lefray Romance adulto:

De: JosephineKeller@lldesigns.com Para: LilyBlack@gmail.com Assunto: Justin Timberlake nu!

Lily, sua pervertida previsível. Eu sabia que você iria abrir este e-mail mais rápido se eu colocasse um vislumbre do 'PP' do JT. Bem, coloque suas calças de volta e pegue um pouco de champanhe, porque tenho uma notícia muito melhor para compartilhar. EU CONSEGUI UM EMPREGO! A partir de amanhã, eu vou ser a mais nova assistente executiva em Lorena Lefray Designs. Estou tão animada, mas há um pequenino problema: Eu não vou ser assistente de Lorena. Eu vou trabalhar para seu irmão mais velho, Julian. Eu sei o que você vai pensar- "Mas, Jo, qual o problema?" Procure no google. Agora. Ele é o homem de terno azul-marinho cujo rosto lembra que ainda há esperança pra esse mundo feio cruel. Mantenha a rolagem... Você vê aquelas covinhas? Sim. Esse é julian Lefray. Eu estarei relatando mais amanhã de manhã. Senhor nos ajude... :x , Jo

i

Filme Show Bar no Brasil SOS Malibu no Brasil iii Fundação James Beard é uma das mais importantes entidades da gastronomia americana. iv Região recheada de cassinos e hoteis em Las Vegas. v Realitty show para formar casais. vi Uma etnia da região do Nepal que trabalha como guia. ii

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