Revista Mutum

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por Juliana Camargo

Algumas marcas ultrapassam seu significado. Na moda, no mundo fashion, é comum escutarmos o termo Grife. A palavra originária do francês “Graphie” faz referência direta à grafia a habilidade e talento da mão humana ao produzir um trabalho manual. E quando trazemos esse termo para outros setores de produção?! A habilidade da mão do homem para fazer a pecuária melhoradora, por exemplo compondo acasalamentos em busca do equilíbrio racial aliado a produção? Quais os nomes de pecuaristas e fazendas vêm à mente quando pensamos naqueles que buscaram sempre produzir mais e melhor? Aqueles que, entra ano e sai ano, se mantêm em posição de destaque no cenário nacional? Que são referência para centenas de outros criadores? Homens que criaram uma produção exclusiva, geneticamente requintada e que servem de referência para diferentes gerações de criadores. Poderíamos, porque não, chamar as marcas criadas por esses homens de grife também!? Pois um criatório respeitado está completando a maioridade na seleção e produção de genética superior do Gir Leiteiro. Em 2016 a Fazenda Mutum, da Família Machado ( e Leo

Machado, de Bruno e do saudoso Sr. Leonídio) comemora 18 anos de trabalho com o zebuíno Gir Leiteiro. Uma história de sucesso não se escreve da noite para o dia e com os Machado Ferreira não foi diferente. A maioridade se refere a seleção do Gir Leiteiro porque a família caminha há muitos anos na trilha do leite e no aprimoramento da produção no Brasil. Um trabalho que é hoje referência para milhares de produtores que buscam uma atividade mais produtiva e rentável no dia a dia. Criadores que seguem os exemplos e buscam a genética de qualidade produzida pela Fazenda Mutum. O privilégio aumenta quando esse conhecimento é compartilhado direto da fonte. A família abre as portas da fazenda em Alexânia, Goiás, mais uma vez para celebrar o Mutum Weekend! A quarta edição que promete reunir, amigos apaixonados pelo Gir Leiteiro e, claro, animais de rara beleza e altíssima excelência genética.



por Juliana Camargo

Foto: Jadir Bison

É difícil escolher as palavras para descrever a beleza do nascer do sol no céu do cerrado. O amanhecer na Fazenda Mutum ganha cores ainda mais intensas refletidas na pelagem do gado solto no pasto. Com o sol rente ao horizonte a gente mal consegue avistar a silhueta dos animais e identificar, por linhas, o cupim e a nobreza dos chifres do zebuíno leiteiro. O animal sagrado na Índia se adaptou muito bem ao clima brasileiro. No solo da Fazenda Mutum a raça mostra todo seu potencial produtivo. Se o rebanho já está solto, tratado e ordenhado tão cedo é porque Leo Machado, Bruno e toda a turma da lida acordaram bem antes do sol nascer. O ritmo de trabalho é esse desde o início da década de 70 quando Leonídio, o Seu Leo, comprou a fazenda em Alexânia, há 70 quilômetros de Brasília. A

propriedade já tinha esse nome: MUTUM uma homenagem a ave do cerrado brasileiro, na época, muito comum na região. A fazenda tinha tradição na produção de leite. Mas na busca para melhorar a qualidade do gado e agregar valor a produção com o leite tipo B Seu Leonídio importou fêmeas holandesas PO que eram usadas com Gir para fazer o meio sangue Girolando. A atividade foi tocada assim por muitos anos. O Gir Leiteiro é o mais recente personagem dessa história... e se tornou o principal. Animais PO (puro de origem) apareceram no finalzinho da década de 90. Durante a 1ª Exposição Nacional de Gir Leiteiro em Brasília, realizada em 1998, Seu Leo e o filho Leo Machado se encantaram com a beleza, a rus-


ticidade, a capacidade de produção leiteira do PO e resolveram apostar na raça. Primeiro compraram animais de criadores da região de Brasília. Depois, por conselho do amigo Fábio Miziara, foram a Uberaba conhecer o gado remanescente de Randolpho de Mello Rezende. Além da base genética a 3R fazia um criterioso controle leiteiro do rebanho. Com a experiência e habilidade que já tinham para produzir leite com o Girolando os Machado não tiveram dificuldade para manejar o recém chegado Gir Leiteiro e conseguir bons resultados. “A idéia era comprar só um caminhão, de vacas ou de novilhas. Ai Seu Leo viu o gado, gostou e comprou tudo. Eram pouco mais de 60 cabeças. Ele melhorou a alimentação das fêmeas, incluiu ração e as vacas que na 3R, tratadas a pasto, tinham lactação de 3 mil Kg de leite em Alexânia passaram a produzir 5... 6... 7 mil Kg de leite!. Do braquiarão passaram a tratar as vacas com silagem e aumentaram o número de ordenhas. Teve casos de vaca produzir até 8 mil Kg de leite simplesmente por causa do manejo mais intensivo” – conta o assessor pecuário e amigo de longa data Fábio Miziara.

UMA GALERIA DE CAMPEÃS QUE ENCHE OS OLHOS Leo Machado e o pai compararam também animais PO de criadores da região de Brasília. Foi de um pecuarista vizinho chamado Elvio, que tinha animais da genética Calciolândia, que a família adquiriu GARÇA HP. A doadora foi a primeira da fazenda a ter embriões coletados para a Transferência de Embriões, uma biotecnologia que não era

muito usada nem disseminada no Gir Leiteiro. “Nessa época muitos duvidavam que o Gir Leiteiro poderia rentabilizar o investimento feito com a tecnologia. Diziam que as fêmeas não conseguiriam produzir embriões suficientes para fazer valer o investimento. Até eu, quando recebi a proposta de fazer a TE em uma doadora Gir Leiteiro fiquei assim “ meio desconfiado”. Eu, Leo e toda a nossa equipe fizemos um trabalho de adequação de doses na Graça HP. Conseguimos um resultado extraordinário e assim, graças a determinação, da Mutum desmitificamos essa falsa crença” conta o médico veterinário Luiz Antonio Abadia, sócio diretor da Embriotec,. O laboratório de reprodução animal é parceiro da Mutum há quase 20 anos. Resultado extraordinário mesmo!!! Dessa primeira transferência de embriões feita com a GARÇA HP nasceu DENGOSA TE F. MUTUM... a primeira Grande Campeã Nacional da Mutum DENGOSA (S.C Uaçaí Jaguar x Garça HP) foi Grande Campeã do ranking nacional em 2004. Foi ainda Reservada Grande Campeã do Concurso Leiteiro da ExpoZebu em 2006 e atualmente tem doze títulos de Campeã Melhor Progênie de Mãe.


Abriu caminho na cobiçada premiação de pista. Depois de DENGOSA as fêmeas da Mutum conquistaram outros 8 Grandes Campeonatos Nacionais... e sucessivos!!! Uma galeria de encher os olhos:

CONDESSA (Bem Feitor x Imperatiz Mutum) foi a Grande Campeã Nacional em 2008.

No ano seguinte, 2009, foi a vez de FASE (Teatro da Silvânia x Quércia da Mutum)

GATINHA (Astro Te de Kubera x Audi Te de Kubera) conquistou o Grande Campeonato Nacional em 2010.

2011 foi o ano de FÉCULA (C.A. Sansão x Palma TE Mutum). Além do Grande Campeonato Nacional Fécula foi a melhor fêmea do ranking da ABCGIL, bateu seu próprio recorde mundial de torneio de leiteiro com a produção 52,7 kg e foi a recordista de preço da raça.

Em 2012 foi a vez de FILIPINA (CA Sansão x Valsa F. Mutum) manter a tradição dos grandes títulos.

Em 2013 FÉCULA volta a cena e se torna a primeira Bi-Grande Campeã da raça.


A filha da Fécula, IT (Jaguar TE do Gavião x Fécula ) conquistou o troféu de Grande Campeã em 2014.

miado da associação. Desde 2008 dos 7 rankings disputados foi 5 vezes o Melhor Expositor do Ranking Nacional (2008/2009, 2011/2012, 2012/2013, 2013/ 2014 e 2014/2015) e 4 vezes o Melhor Criador (2009/2010, 2012/2013, 2013/2014, 2014/2015)

E em 2015 FILIPINA repetiu a façanha se tornando a segunda Bi Grande Campeã Nacional da seleção Mutum.

O MAIS PREMIADO EXPOSITOR E CRIADOR DO RANKING ABCGIL Na fazenda em Alexânia foi construída uma sala para guardar os troféus, onde guardam com muito carinho toda as premiações que conquistaram em pista e torneios leiteiros além dos troféus do ranking nacional. Desde que a ABCGIL passou a premiar os melhores criadores e expositores da raça a Fazenda Mutum sempre esteve entre os primeiros. É hoje o criador mais pre-

As entrevistas com Léo e Bruno para esta revista foram feitas no finalzinho de agosto de 2016. A Mutum se preparava para participar da Nacional do Gir Leiteiro, a última exposição para definir o ranking nacional 2015/2016. 25 animais participaram da feira realizada em setembro em Uberaba. Então são bem altas as chances de um novo animal ter entrando para essa galeria de campeãs enquanto você lê essa matéria.




por Juliana Camargo

Outra curiosidade sobre o uso da biotecnologia na Fazenda Mutum. FARDO FIV MUTUM (Radar dos Poções X Dengosa) foi o primeiro produto de Fertilização In Vitro é hoje um dos mais importantes raçadores Gir Leiteiro. Foi Reservado Grande Campeão da ExpoZebu e da MegaLeite, além de ser o touro com o maior número de progênie de pai na história do ranking da ABCGIL. Fardo é o touro mais valorizado da história da raça. Foi o único macho ofertado durante o Mutum Weekend de 2015. 50%

de sua propriedade foram comprados pela fazenda Fazenda AgroGir Genética e Manejo, de Orizona, GO. Dois resultados super satisfatórios logo na primeira tentativa com técnicas de reprodução animal. “ Além do Fardo temos outras duas parcerias com a Fazenda Mutum. Para nós que começamos em 2013 e estamos ainda desenvolvendo o nosso projeto, isso é sensacional. Apesar do pouco tempo todos os animais já estão dando retorno. O mais importante é a parceria, a confiança que o Leo nos passa. O trabalho dele serve de referência para nós, um exemplo a ser seguido” – é o que diz Maria Cecília Pascoal, administradora da AgroGir, que tem os 50% de sociedade no touro Fardo.



por Juliana Camargo

O rebanho da Mutum é composto hoje por 2.500 animais, entre Gir Leiteiro e Girolando. A produção diária da fazenda é de 8.500 litros de leite. O melhoramento, a produção de genética, é o principal negócio.

mentos e torneios leiteiros é bastante criteriosa. Em relação as fêmeas a busca pelas “boas de pista e boas de balde” começa bem cedo.

Anualmente de 25 a 30 animais da Mutum participam das exposições e torneios leiteiros Brasil a fora. A escolha desse time seleto para participar de exposições, julga-

Todas as fêmeas, sem exceção, são receptoras de embriões de doadoras provadas. A primeira inseminação é feita aos 20 meses e as fêmeas só se tornarão doadoras, se nessa primeira lactação, por volta dos 32 meses,


já demonstrarem a produção leiteira acima da média, terem consistência genética e um fenótipo diferenciado. “Com 45 dias de parida já conseguimos identificar a produção de leite do indivíduo, a conformação do úbere. Aí sim ela se torna um animal que poderá reproduzir na fazenda agregando sua genética ao rebanho. As fêmeas que se destacam nas duas ordenhas feitas a gente fecha no sistema mais intensivo e são preparadas para serem desafiadas nos torneios leiteiros” explica Bruno Machado O trabalho de melhoramento é minucioso. Os animais precisam se destacar no manejo, apresentar produção de leite acima

da média, para se tornarem candidatas ao torneio leiteiro. Nesse caso não pensa no custo do leite. São oferecidas todas as condições de alimentação, ambiente e de conforto para que fêmea possa expressar toda a genética que tem. É e essa genética, respeitada por criadores de todo o país, que vai ser disseminada e para ajudar a melhorar a média de produção rebanho comercial. “É o conjunto da obra: a boa genética aumenta a média de produção do rebanho, a vida útil e reduz o custo de produçãoda fazenda” – completa Leo Machado Para fazer parte do time de ouro da Mutum a fêmea precisa ter, além da produção de destaque, equilíbrio racial, fenótipo superior e beleza. Por isso Leo e Bruno seguem a premissa de fazer a SELEÇÃO DE TRÁS PARA FRENTE: “Valorizamos primeiro o úbere e a produção leiteira. Depois avaliamos as características da raça: aprumos, comprimento e altura da garupa, arqueamento das costelas, sistema digestivo até chegar à cabeça, buscando sempre o racial mais bonito possível... buscando o equilíbrio”. No fim de semana do Mutum Weekend serão ofertadas bezerras , doadoras e também novilhas de primeira cria. Fêmeas recém paridas e com lactação acima da média, dentro do aval da Mutum, e com todo potencial para se tornarem grandes doadoras e agregar valor a produção de leite de fazendas de todo o Brasil.


por Juliana Camargo

FÉCULA FIV F. MUTUM , fêmea que serve de exemplo claro dessa seleção “de trás para frente”. Uma obra prima que, segundo o seu próprio criador Léo Machado:

“Fécula é a tradução do trabalho da Fazenda Mutum. É o animal mais premiado da fazenda. Um indivíduo comprovadamente superior nos torneios leiteiros, nas pistas, exposições... onde ela mostrou todo seu potencial. É o animal que a gente procura: tem o racial bonito, é funcional e produz bem. O grande diferencial da Fécula é que ela ainda reproduz bem e transmite essas características paras suas filhas. São várias descendentes campeãs em torneios leiteiros além de já ter feito também uma Grande Campeã Nacional, a IT. Nosso sonho é ter várias Féculas na fazenda”

Recordista Mundial de produção em Torneio Leiteiro Fécula superou a própria marca em 2011 com média de 52,793kg. E ainda marca presença no hall de animais mais valorizados da raça. Durante o 5º Leilão da Fazenda Mutum, realizado em Brasília a filha de C.A. SANSÃO x PALMA e foi recordista de valorização. O então novo criador Francisco das Chagas que adquiriu 50% da sociedade em Fécula. Foi um dos primeiros investimentos do criador do Rio de Janeiro... como ele mesmo conta:


Fécula é uma das aquisições que mais deu alegria... e retorno Francisco das Chagas

“ Comecei porque gostava, era uma brincadeira. Depois surgiu a necessidade de fazer disso uma fonte de investimento e renda. Fécula foi uma das primeiras parcerias com a Mutum. Hoje temos mais de 10 fêmeas em sociedade . Também tenho parcerias com Alto da Estiva, Fazenda Brasília, Fazenda Fundão, Calciolândia. Quando eu vi o tempo que cada um deles levou para construir o patrimônio genético percebi que sozinho eu demoraria anos para chegar a esse patamar e tive a certeza que precisava me unir aos melhores para também ter essa genética construída com tanto trabalho e esforço”. “ É fácil falar da Fécula. No ponto de vista do mercado e dos especialistas da raça ela é um animal que se aproxima da perfeição. É bem caracterizada, com muitos títulos na pista, nos torneios e principalmente boa mãe porque produz filhos com a mesma qualidade. É um animal que se paga. Que dá retorno financeiro. Que vale o investimento!!! Só pra dar um exemplo em janeiro desse ano uma prenhez da Fécula foi arrematada por 70 mil reais!”

E pensa que a doadora parou a carreira depois dos títulos na pista, no torneio leiteiro e no tatersal ? Em 2013 ela se tornou bi Grande Campeã Nacional. Em 2015 foi o grande destaque da Expozebu conquistando o títulos de: Campeã Vaca Sênior, Melhor

Úbere Sênior e Reservada Grande Campeã no Torneio Leiteiro com produção média de 61.370 kg.


Fécula é a Gisele Bündchen do Gir Leiteiro. Gisele não foi o grande destaque na abertura das olimpíadas? Fez tanto sucesso quanto há 10 anos?!? Fécula também é assim. Está com tudo no lugar, com o úbere perfeito. A mesma energia, beleza e graça que apresentava em 2011 ela apresenta hoje. É linda e ainda arranca aplausos onde quer que vá .” conta o orgulhoso o sócio Francisco das Chagas. Então preparem os corações!!! Cinco anos depois da venda recorde FÉCULA está de volta aos remates. Como a premissa da Mutum Weekend é trazer o que há de melhor Leo Machado e Francisco das Chagas vão abrir mão de 33% da doadora para um novo sócio. “ Nos nossos leilões temos o compromisso de ofertar o que há de melhor na fazenda. E a Fécula está no auge produtivo, um momento muito fértil. Essa genética boa merece ser reproduzida, merece mais um dono. Quero agradecer muito ao meu sócio,

Francisco das Chagas, por ter esse desprendimento e ter aceitado o projeto. Se esse ano o leilão terá até Fécula imagina a qualidade dos outros lotes?! Atrás dela vem uma cachoeira de coisa boa!!! A palavra desprendimento combina bem com o momento. É uma alegria também ver que nossos convidados especiais abriram mão do que há de melhor em seus criatórios. Com esse desprendimento de todos teremos esse ano um mega leilão, com certeza” agradece o anfitrião Leo Machado



por Juliana Camargo

Quando a gente pensa na Fazenda Mutum os nomes que logo vem a mente são de Léo Machado, Bruno e do saudoso Seu Leonídio. Mas existem pessoas muito importantes nessa história. Sem elas (elas!) nada disso teria se tornando realidade!

Juntos Avandelci e Leonídio conseguiram comprar os primeiros alqueires de terra. Escolheram Alexânia porque ficava perto da capital federal, há apenas 70 quilômetros, e assim poderiam trabalhar na cidade e passar os finais de semana na fazenda..

A vocação da família para a produção de leite começou na década de 70. Já o desejo de trabalhar com as coisas da terra veio bem antes... com uma linda história de amor!!! Era 1965 quando o jovem Leonídio conheceu Avandelci. Os enamorados se conheceram em Brasília e tinham muita coisa comum.... entre elas a paixão pelo campo como conta Dona Avandelci

“ Tudo foi feito bem devagar, com muita paciência e investimentos. De segunda a sexta a gente vivia em Brasília. Tínhamos a empresa e centenas de funcionários . Mas era naquele pedaço de chão, nos finais de semana, que a gente recuperava as forças”.

“Eu, quando criança, freqüentava a fazenda do meu avô em Pontalina, no interior de Goiás. O Leonídio também nasceu na roça, o que era comum naquela época. Só que a mãe dele ficou viúva muito jovem e, por isso, se mudou para a cidade para criar os filhos sozinha. A vontade de ter uma vida tranqüila no campo sempre fez parte dos nossos sonhos”. O filho de uma família muito humilde, órfão de pai, fez carreira e venceu as dificuldades com muito trabalho, esforço. Dono do próprio negócio em Brasília, ume empresa de limpeza e conservação, ainda faltava realizar um sonho: ficar perto da terra, ter algumas vaquinhas, tirar leite e levar uma vida tranqüila em contato com a natureza.

Leonídio, Avaldeci e a neta Luiza

A fazenda Mutum já tinha a estrutura para a produção leiteira. Leonídio passou então a investir mais na atividade. Para o negó-


cio prosperar viu que precisaria acompanhar o negócio de perto e ficar ali por mais tempo... foi quando decidiu mudar para a fazenda.

da fazenda que eu achava estranho elas não conhecerem. E minha mãe foi a guerreira, o apoio fundamental para meu pai. Sem ela nada disso teria acontecido”.

“A jornada dupla de empresário e de fazendeiro estava muito corrida. Leonídio trabalhou nesse ritmo por muitos anos, noite e dia. Até que chegou um momento que ele se cansou da rotina. Dizia que não estava feliz e por isso fez a escolha pela fazenda, a grande paixão”. Avandelci apoiou o marido mas precisou ficar em Brasília com os 4 filhos para que freqüentassem a escola. A família se reunia apenas nos finais de semana. “ Apesar de irmos para a fazenda só nos finais de semana e nas férias as crianças ficaram muito mais próximas do pai. Na cidade, como empresário, ele não tinha hora para almoçar, chegava tarde em casa e as crianças mal viam o pai por falta de tempo. Na fazenda, não! Ás 5 da manhã Leonídio batia um sino avisando que era hora de acordar. Os meninos levantavam e iam junto com ele, pra tudo que era lugar”. Os meninos (Leo, Fábio e Eduardo) já eram rapazinhos quando Vanessa nasceu. A caçulinha, temporona e única mulher!!! “Apesar de ser a única filha mulher não tinha restrições. Com 5 anos eu ajudava meu pai a tirar leite. Com 8 aprendi a dirigir trato. Minha distração era sentar na cerca do curral e ver meu pai inseminando as vacas. Os 3 meses de férias eram sempre na fazenda. Minhas amiguinhas voltavam bronzeadas da praia. E eu voltava com muitas histórias de vacas e bezerros pra contar, o dia a dia

Ana Paula e Vanessa

O que seria dos criadores sem o apoio e o amor de suas mulheres? Mães, esposas e filhas? No começo da década de 90 a história da família Machado ganhou uma nova integrante. Meire era uma amiga do tempo de escola que o destino fez o favor de colocar no caminho de Leo Machado em 1992. Eles se casaram um ano depois e a moça, criada na capital federal, se mudou para a fazenda em Alexânia. Foi testemunha da chegada do Gir Leiteiro e incentivadora da mudança no foco do negócio. “Apesar de ser da cidade eu sempre gostei muito de fazenda. Nossa primeira filha chegou depois de 2 anos de casamento. Antes de engravidar eu acompanhava o Leo em tudo...ajudava até apartar e vacinar o gado. Depois que a Marisa nasceu precisei me dedicar mais a maternidade”. Uma casa de alma feminina. Depois de Marisa nasceram Ana Paula e Ana Luisa.


Ana paula, Marisa Cristina, Meire, Leo e Ana Luisa

“As comemorações, os aniversários, as viagens de férias sempre foram planejados de acordo com o calendário das exposições agropecuárias. Nas feiras o Léo ia na frente... e eu sempre dava um jeito de ir com as meninas pelo menos no final das exposições mais importantes. Hoje elas sentem falta de O Gir Leiteiro é o negócio da família e todos compreendem isso!” Se os homens tocam tão bem o principal negócio da família é porque tem ao lado mulheres que, independentemente da geração,

oferecem apoio incondicional. “Eu sou um cara de muita sorte por Deus ter colocado a minha mãe ao nosso lado. É difícil escolher as palavras para falar da minha mãe. Uma pessoa muito guerreira e amorosa. Mas posso dizer que a sorte que meu pai teve eu tive também quando encontrei a Meire. Ela me deu o que tenho de melhor: meus filhos, minha família. Aqui tudo tem a mão dela, mesmo que não seja diretamente. Meire sempre meu deu suporte, segurou o que foi preciso em casa me deixando tranqüilo para trabalhar e me dedicar ao Gir Leiteiro. As mulheres da Mutum não medem esforços”. – completa Leo Machado.





por Juliana Camargo

Seleção primorosa, acasalamentos planejados com genética provada, investimentos em qualidade e tecnologia para produzir animais que se superam a cada geração. Mas quem conhece de perto a família sabe que existem outros ingredientes nessa história: a dedicação e o amor pela atividade. Nas exposições é comum encontrar Leo e Bruno nas baias, trabalhando lado a lado com a equipe Mutum. Onde quer que estejam mantêm a mesma rotina da fazenda. Acordam bem cedo, antes de 4 da manhã, e acompanham pessoalmente a lida nas baias. Um trabalho reconhecido e admirado “A fórmula da Mutum que dá certo é porque são os próprios donos que gerenciam toda a área produtiva. São conhecedores de tudo que tem, de como tudo funciona. Quando somos nós que executamos a atividade a chance de errar é menor, assim com a chance de aprimorar aumenta”. - Francisco das Chagas, Gir Leiteiro das Chagas. “A Fazenda Mutum revolucionou o conceito de seleção do Gir Leiteiro. Eles iam para o torneio leiteiro e venciam. Iam para a pista e também venciam... com o mesmo anima!! Então mostravam, tanto no tipo racial quanto na produção, que a

Mutum tinha o melhor animal”. - Henrique Pinheiro, Inovação Assessoria Pecuária. “A Mutum teve uma base muito forte. Fez acasalamentos muito bem direcionados para úbere e aprumos preservando as características raciais. Mas o que realmente faz a diferença é que eles moram dentro da fazenda e vivem da fazenda. São três gerações, agora duas gerações, envolvidas exclusivamente com o sistema de produção, trabalhando unicamente com a pecuária e com extrema dedicação” – Fábio Mizirara,Premier Assessoria Pecuária. “Quem compra um animal da Mutum se encanta com a docilidade dos animais porque elas estão acostumadas com a presença das pessoas, do Leo e do Bruno. Aprenderam com Seu Leonídio que tinha o costume de ficar curral fazendo carinho nas bezerras” - Lucyana Queiroz, Queiroz & Queiroz Assessoria. “Nós ainda estamos implantando nosso projeto da AgroGir. Começamos em 2013 e a Fazenda Mutum é para nós a principal referência. Primeiro porque produz animais de altíssima qualidade. Um trabalho de muita consistência e eficiência. Qualquer hora que você chega na fazenda você encontra o Léo e o Bruno, com dedicação total ao rebanho. Então eles passam


“Quem compra um animal da Mutum se encanta com a docilidade dos animais porque elas estão acostumadas com a presença das pessoas, do Leo e do Bruno. Aprenderam com Seu Leonídio que tinha o costume de ficar curral fazendo carinho nas bezerras” - Lucyana Queiroz, Queiroz & Queiroz Assessoria para nós o que há de mais importante no meio empresarial: confiança... fundamental para quem como nós está começando agora formando parcerias”. - Maria Cecília Pascoal, administradora da AgroGir. “O Leo Machado tem uma estrela que brilha! A Dengosa foi o primeiro produto de TE e foi Grande Campeã Nacional da raça. O Fardo foi o primeiro produto de FIV e se transformou em referência do Gir Leiteiro moderno. Nada disso é sorte! É sim fruto do trabalho, da dedicação e do conhecimento do Leo que está ali dia e noite!” Luiz Antônio Abadia, sócio diretor da Embriotec. A excelência em fazer pecuária acompanhando pessoalmente todas as etapas de produção, a primazia na seleção animal e, principalmente, a dedicação à atividade são reconhecidas por todos. A admiração ao trabalho do saudoso Leonído, de seu filho Leo e agora, com a mesma paixão a atividade, o neto Bruno. Se é “o olho do dono que engorda o gado” aqui encontramos um exemplo vivo do ditado popular. E que novos capítulos possam ser escritos na história de sucesso da Fazenda Mutum. História que também é do Gir Leiteiro brasileiro.




foto: Jadir Bison



foto: Jadir Bison







































































foto: Jadir Bison




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