40 ANOS DE TRADIÇÃO E EDUCAÇÃO
MATARAZZO EE DEP. BENEDITO MATARAZZO
Dezembro de 2016
revista comemorativa
ENTREVISTA:
DIRETORA HAYDEE COSTA ENTREVISTA:
JARBAS VILELA PROFESSOR NOTA 10
FORMANDO TALENTOS: ALUNOS QUE SE DESTACARAM E SÃO EXEMPLOS DE SUCESSO
EDUCANDO GERAÇÕES
VOCÊ FAZ PARTE DO NOSSO SUCESSO!
AUTO POSTO IPÊ Tel: (12) 3931-2500 Av. Guadalupe, 659 Jardim América - S.J. Campos
Auto Posto Bosque dos Ipês S.J. Campos Ltda. Rua Pedro Friggi, 1001 Jardim Motorama S.J. dos Campos Tel:(12) 3931-2500
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Cunha’s Auto Posto Ltda.
Telefone:(12) 3931-2500 Av. Guadalupe, 660 Jardim América São José dos Campos - SP
EDUCANDO GERAÇÕES Este slogan foi escolhido na ocasião das comemorações de aniversário de 30 anos da EE Dep. Benedito Matarazzo. O tempo passou, uma década se foi, no entanto, o slogan continua ainda mais vívido e atual. Para nós, é uma honra p o d e r m o s p a r t i c i p a r, d i r e t a e indiretamente, na vida da sociedade. Nesta escola, já estudaram alunos e seus filhos. Temos também a satisfação de ver que muitos se inspiraram em nosso trabalho e hoje são também professores. Muitos estudantes tornaram-se profissionais importantes e de destaque em nossa sociedade e demonstram o orgulho de terem estudado na Escola Matarazzo. Para comemorarmos o aniversário de 40 anos da escola, editamos esta revista comemorativa que tem por objetivo preservar uma parte da história deste grande estabelecimento de ensino. A revista apresenta um mosaico de fotos significativas de alguns eventos realizados durante este período. Homenageamos em nossas páginas um dos grandes professores que passaram por nossa escola: o professor de História, Jarbas Vilela - considerado um dos melhores professores de nossa instituição. Destacamos ainda a atuação da Diretora Haydeé Costa que por 18 anos conduziu esta escola com extrema competência, colocando-a entre as melhores do Vale do Paraíba no segmento escola estadual. Foram inúmeros fatos que marcaram estas quatro décadas. Das copas do mundo às trocas de moedas para conter a inflação. Passou por 12 prefeitos, sobreviveu à ditadura militar, lutou pelas Diretas Já e testemunhou dois impeachments de presidentes. Nas páginas a seguir, você encontrará inúmeros motivos para se orgulhar desta escola que faz parte da história da nossa cidade e também do Brasil. Prof. Nilo Jeronimo Vieira
Diretoria de Ensino de São José dos Campos Dirigente Regional: Profa. Adriane Carvalho Toledo Rigotti EE Dep. Benedito Matarazzo Rua Mindanau, 111 Jardim Paraíso São José dos Campos – SP Cep. 12.235-430 Tel. 12 3933-1066 Diretora: Profa. Cleusa Xavier Vice-Diretora: Profa. Sonia Frassetto Ramos Gerente de Organização Escolar: Rosângela de Souza Silva Coordenadora Pedagógica Ensino Médio: Márcia Regina Galvão Coordenadora Pedagógica Ensino Fundamental: Sandra Cristina Moreira Mediadora Escolar: Maria Nazareth dos Santos Autores: Profa. Alexandra Cardoso Rinaldi da Silva Prof. Nilo Jeronimo Vieira Jornalista: Alessandra Mara Padilha Pereira MTB - 31314
Diagramador: Afonso Henrique Pereira de Araújo Fotógrafa: Joyce Eloísa Oliveira Data de Publicação: 10 de dezembro de 2016 Tiragem: 1000 exemplares Modelos da capa: Amanda Ayumi Enomoto – 9º C Rafael Tadashi Dias Ogata – 8º D Amanda dos Reis Sena – 3º B
INDICE: O Patrono ...................................................................... Palavra da Diretora ....................................................... Linha do Tempo ............................................................. Túnel do Tempo ............................................................. Inclusão Social .............................................................. 30 Anos ......................................................................... Um dia aluno; noutro, professor .................................... Alunos Internacionais .................................................... Alunos em destaque ...................................................... Entrevista Profª. Haidee ................................................ Entrevista Prof. Jarbas .................................................. Profª. Alexandra Rinaldi ................................................ Equipe 2016 .................................................................. Expressarte - 40 Anos ...................................................
EXPEDIENTE:
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Agradecimentos: Agradecemos aos patrocinadores e a todos que colaboraram para a realização dessa revista. Revista On-line: Para fazer o download gratuito desta revista, utilize o QR Code abaixo:
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O PATRONO
BENEDITO MATARAZZO 06/01/1919 - 22/09/1977
‘‘Benedito Matarazzo, o político que visava as necessidades da população.’’
Contabilista, radialista, locutor esportivo da Rádio Clube de São José dos Campos e dono de grande oratória, teve carreira de sucesso como homem público, por isso no início da década de 50 lançouse na política pela sigla do PTB de Getúlio Vargas e, como líder trabalhista foi eleito o vereador mais votado da cidade, com quase 50% dos votos válidos. Funcionário de carreira do antigo IAPC - Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Comerciários foi nomeado, em 1957, pelo então presidente Juscelino Kubitschek para o cargo de Delegado Regional do IAPI - Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários, no Estado de São Paulo. Na oportunidade trouxe para São José dos Campos o primeiro projeto de casas populares, o conhecido Conjunto Residencial do IAPI, no Monte Castelo. Posteriormente candidatou-se a Deputado Estadual. Eleito, permaneceu na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo por quatro mandatos sucessivos, de 1958 a 1974, sempre trabalhando por sua cidade e pela região do Vale do Paraíba.
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Como representante político sempre batalhou por recursos e melhorias para a cidade e região, no atendimento às necessidades da população. Para São José dos Campos teve grande empenho pela instalação da Faculdade de Odontologia, hoje Unesp. Conseguiu a transformação da Delegacia de Polícia em Delegacia Regional, além de interceder pela instalação de inúmeras indústrias, sempre com vistas ao aumento do nível de emprego. Trabalhista atuante, foi nomeado, em 1965, por Adhemar de Barros como titular da Secretaria Estadual do Trabalho, Indústria e Comércio, onde permaneceu até a cassação do governador pelo regime militar. Falecido em 1977 não conseguiu ocupar a prefeitura de sua cidade pela inexistência de eleições para o cargo, que durante anos fora preenchido mediante nomeação. Seus maiores legados foram a incansável dedicação e conduta ilibada ao sempre honrar a confiança que os eleitores nele depositaram, e servindo de exemplo às futuras gerações.
PALAVRA DA DIRETORA
CLEUSA XAVIER
Meu nome é Cleusa Xavier, iniciei minha carreira, na Educação, trabalhando como Docente nas redes estadual, municipal e particular. No período de 1993 a 1998 fui Diretora de Escola designada, em 1998, através de concurso público fui nomeada para o cargo Diretor de Escola. Na cidade de Mogi Guaçu, estado de São Paulo, estudei e desenvolvi minha vida profissional. Em julho de 2015, por motivo de saúde e através de concurso denominado Remoção, fui transferida para São José dos Campos. Indiquei para a mudança, a Escola Estadual "Deputado Benedito Matarazzo", sobre a unidade escolar tive excelentes informações, bem localizada e com uma comunidade escolar presente e atuante. Todos esses aspectos colaboraram para reforçar minha decisão.
Hoje, feliz por estar aqui, vim para somar, para que, junto com a equipe, o trabalho desenvolvido seja eficiente e com qualidade. Para tanto, conforme planejamento, toda equipe está desenvolvendo Projetos que valorizam a importância do estudo, respeito, o trabalho coletivo e a preservação do patrimônio público. Nossa escola foi e será, sempre, muito querida, com um cotidiano escolar intenso, onde a participação e envolvimento de todos é marca registrada. Estou orgulhosa por fazer parte da história dessa renomada instituição de ensino, bem como da comemoração dos seus 40 anos. Parabéns Matarazzo!!! Meu enorme carinho a todos que aqui trabalham e estudam....contem comigo!
Terceirização de Serviços
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LINHA DO TEMPO
DITADURA MILITAR NO BRASIL INICIADA EM 1964. 1976 - Inaugurada a Escola Estadual de 1º Grau Jardim Paraíso. Primeira Diretora - Profa. Benedita Lourdes. Presidente do Brasil – Ditadura – General Ernesto Geisel 1974 a 1979. 1977 - Começa a funcionar o período noturno na escola Matarazzo. Morre em 22 de setembro o Dep. Benedito Matarazzo. 1978 - Diretor - João Elias Lages França. 1979 - A escola passa a denominar-se Escola Estadual de 1. Grau Dep. Benedito Matarazzo. Presidente do Brasil – Ditadura – General João Baptista Figueiredo – 1979 a 1985. 1982 – Diretora – Rita Regina dos S. Ferreira. NOVA REPÚBLICA. Término do governo militar e posse de um presidente civil. Presidente do Brasil – José Sarney – Vice-presidente assume após a morte de Tancredo Neves eleito por eleições indiretas. 1985 – Diretora: Aurea V. Condino. 1986 – A escola comemora 10 anos Diretora: Eugenia Duarte Mendes. Nova Moeda - A moeda brasileira que se chamava Cruzeiro passa a ser denominada como Cruzado. A nova unidade equivale a um mil cruzeiros. Ex. Cr$ 1.000.000,00 Um milhão de cruzeiros passa a valer Cz$ 1.000,00 - mil cruzados. 1988 - Diretora: Elena Watanabe de Oliveira. Promulgada a nova constituição brasileira em 05 de outubro. 1989 - Nova Moeda - Em 16 de janeiro - o Governo Federal instituiu o CRUZADO NOVO como unidade do sistema monetário, correspondente a um mil cruzados. Em 15 de novembro de 1989 - Eleições diretas para Presidente da República. Fernando Collor de Mello 53,03% x Luís Inácio Lula da Silva 46,97%. 1990 - Presidente do Brasil – Fernando Collor de Mello. Nova Moeda - Reestabelecida em 16 de março a denominação CRUZEIRO para a moeda brasileira, correspondendo um cruzeiro a um cruzado novo. NCz$ 1,00 = Cr$1,00. 1992 - Diretora: Antonia Roque de Oliveira. No dia 29 de dezembro de 1992, o Presidente da República - Fernando Collor de Mello, eleito em 1989, teve seu mandato cassado, por denúncias de corrupção. Presidente do Brasil – após o impeachment – Itamar Franco.
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1993 - Diretora: Haydee Palmeira Junqueira Costa. Nova Moeda - Instituído o CRUZEIRO REAL, a partir de 01.08.1993, em substituição ao Cruzeiro, equivalendo um cruzeiro real a um mil cruzeiros.
1994 - Nova Moeda - A partir de 01.07.1994 o REAL passa a ser a nova moeda do sistema monetário. Copa do Mundo - O Brasil torna-se Tetra-Campeão na Copa do Mundo nos Estados Unidos. 1995 - Presidente do Brasil – Fernando Henrique Cardoso 1995 a 2003. 1996 - A escola comemora 20 anos Diretora: Haydée Palmeira Junqueira Costa. 1999 - Bug do milênio – O mundo se preocupava com a virada do milênio e a pane mundial dos computadores. A escola passa a Denominar-se Escola Estadual Deputado Benedito Matarazzo. 2000 – Brasil comemora 500 anos do descobrimento. 2001 - Virada do Milênio. 2002 - Copa do Mundo - O Brasil vai para a final contra a Alemanha e torna-se Penta-Campeão na Copa do Mundo Japão e Coréia do Sul. 2003 - Presidente do Brasil – Luiz Inácio Lula da Silva – 2003 a 2010. 2006 - A escola comemora 30 anos Diretora: Haydée Palmeira Junqueira Costa. 2010 - Eleita a primeira mulher Presidente do Brasil - Dilma Rousseff 2011 a 2016. Até 1932 mulher não tinha direito a voto. 2011 - Diretor: Abel Augusto Ramos Ferreira. 2012 - Diretor: Jefferson Orlando Costa. 2013 - Diretora: Valéria Mara Rodrigues Coura. 2014 - Copa do Mundo - A Alemanha vence o Brasil por 7 x 1 e vai para a final vencendo a Copa do Mundo no Brasil. 2015 - Diretora: Cleusa Xavier. 2016 - A escola comemora 40 anos Presidente do Brasil após Impeachment de Dilma Rousseff – Michel Temer.
Alguns homens gostam de ouvir histórias, outros preferem fazer parte dela. Nilo Jeronimo Vieira
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Trabalho sobre paleontologia
Exposição sobre o Harry Potter
Professores - 1997
Quadra de areia - 1977
Concurso Miss Matarazzo - 2003
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Apresentação de teatro
SuperAção
Campanha da Dengue - 1977
Debate - Eleições 2004
Gincana da Cidadania - 1º lugar 2002
Entrega do Kit Padaria - 2005
Flash Mob - SARESP 2015
Canto do Hino Nacional
Dia do desafio - 1997
Paquitas Cover
Confraternização dos Professores 2016
Jardim da escola - 2003
Projeto Aldeia Renascer - 2003
Estudante João Paulo Declamação de poesias - 2007
Debate - Eleições 1996
Feira Cultural - 1996
Festa dos 30 anos - 2006
Festa dos 30 anos - 2006
Reunião Pedagógica de Professores
Feira Cultural - 1998
Feira Cultural
Feira Cultural - 1998
Equipe de Cerimonialistas - 2006
Visita ao museu da língua portuguesa 2013
Agentes Jovens - 2012
Festa dos 30 anos - 2006
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CONHECER PARA APRENDER A CONVIVER Neste ano, há 35 alunos de inclusão estudando na escola. Cada um de natureza física ou biológica diferenciada e, todos requerem atendimento pedagógico específico. Nos últimos cinco anos, a comunidade Matarazzo tem convivido diariamente com alunos tidos como incluídos. Alguns deles são portadores de necessidades especiais para a aprendizagem, (autismo, déficit de atenção, hipertrofia neural, visão limitada, hidrocefalia, bipolaridade, deficiência auditiva sensório neural), outros, portadores de necessidades especiais para locomoção (paraplegia, hipertrofia muscular). Sempre houve na humanidade registros de pessoas que requerem atendimento educacional especializado. A inclusão de alunos, nas escolas regulares, é algo recente pois, passou a fazer parte da realidade das escolas brasileiras há poucos anos, ou seja, desde a Constituição Federal de 1988 que decretou como princípio de igualdade a educação, um direito de todos. A partir de então, novas leis têm sido discutidas e aprovadas que favorecem a matrícula e frequência de alunos outrora privados de direitos básicos, como o acesso ao atendimento educacional na rede regular de ensino. Pelo cumprimento da legislação, a Secretaria da Educação garante a matrícula e permanência de alunos com necessidades especiais para a aprendizagem nas escolas, por isso, na Matarazzo, foi instalado um elevador, feita a adaptação do banheiro, uso determinado de salas de aula, no piso inferior, feito rampa e porta larga para entrada de alunos e condução especializada através do transporte escolar em van adaptada. 10
A acessibilidade resolvida, é papel da comunidade escolar (gestores, professores, funcionários e alunos) o acolhimento do aluno especial, ou seja, a inclusão social (convívio) e oferta de situações de ensino para a aprendizagem dele. Surge desta forma, uma oportunidade que outrora não se tinha: conhecer e conviver com pessoas diferentes, pessoas que têm restrições físicas, mentais ou sensoriais, mas também capazes de aprender,
mesmo com diferenciações tais como a utilização da LIBRAS (linguagem brasileira de si nai s), diagramações especiais e cadernos adaptados. Percebe-se, portanto, que o ensinar e o aprender, na Matarazzo, tem sido um desafio, pois tanto professores quanto alunos não conhecem todas as limitações para a aprendizagem, tem-se conhecido, aos poucos, à medida que os alunos que necessitam de atendimento especializado para aprendizagem são
matriculados e passam a pertencer a esta comunidade. Confrontos e dúvidas têm surgido constantemente, contudo, a educação inclusiva e a igualdade de oportunidades não ignoram as diferenças entre os alunos, pelo contrário, ao serem respeitadas as diferenças na diversidade é que se pode garantir a igualdade de oportunidade. Deste modo, ao garantir tal oportunidade, os alunos, de modo geral, têm tido o privilégio de aprender ser respeitosos, a fazer a diferença, uns na vida dos outros, a ter consciência do papel que cada um ocupa na sociedade e, principalmente, a conhecer limitações e a lidar com elas, ou seja, a convivência com alunos, com necessidades especiais para a aprendizagem é muito mais que uma garantia legal, é o momento para aprender que a discriminação e o preconceito são resultantes da falta de informação, agora, combatida com situações reais para aprendizagem. Não se pode ignorar que este processo é fruto de uma construção diária, requer o envolvimento de todos, dentro do ambiente escolar, de tal forma que a escola Matarazzo está executando um papel social que vai além do ensinar de conteúdos: ela tem ensinado aos alunos a amarem e respeitarem ao próximo. Por Alexandra Cardoso
COMEMORAÇÃO - 30 ANOS
O ano de 2006 marcou os 30 anos da escola Matarazzo. Para comemorar a data a escola promoveu uma grande mostra cultural. O evento acabou se tornando uma espécie de consagração à multidisciplinaridade. A mostra cultural comemorativa, atraiu quase 2.500 pessoas, entre estudantes, pais e comunidade em geral. R e c e b e m o s convidados especiais como os familiares do deputado Benedito Matarazzo, patrono da escola, e professoras e professores aposentados que lecionaram na instituição há mais de uma década. Foram inúmeras atividades preparadas pelos alunos e todos os professores da escola. As apresentações incluíram sarau poético, confecção de maquetes, aulas de primeiros-socorros, culinária, vídeos, jogos e encenação da cultura de outros povos. Um grupo de alunos formou uma comissão de eventos para receber os visitantes. Foi criada Equipe de Cerimonial - 2006 uma equipe de cerimonial que cuidou dos detalhes referentes à recepção, apresentações e atendimento aos convidados. Para exercer esta função os alunos tiveram aulas de comunicação, atendimento ao público e postura. A Equipe de Cerimonial foi um grande sucesso e foi convidada para atuar em outros eventos promovidos pela Diretoria Regional de Ensino.
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Durante os 40 anos da Matarazzo, alguns ex alunos retornaram à escola como professores. Eles foram docentes que um dia vestiram a camisa de aluno e, após terem sido tocados por professores que fizeram a diferença em suas vidas, retornaram a fim de fazer a diferença na vida de outros alunos DÉBORA KUNIHIRO Fui aluna na Matarazzo entre 1982 e 1989, cursei todo o Ensino Fundamental nesta escola. Depois fiz o Ensino Médio no C E FA M ( C e n t r o d e F o r m a ç ã o e Aperfeiçoamento do Magistério), e a graduação em Letras pela UNESP, em Assis. Em 2013, voltei para a Matarazzo, mas como professora de Língua Portuguesa. Já trabalhei também no CEL (Centro de Línguas da Secretaria da Educação) ensinando Italiano, minha segunda língua. Hoje, além da Matarazzo, trabalho na Wizard, lecionando Italiano.
CÍNTIA APARECIDA PEREIRA ORTIZ Em 1999, cursei o 3º ano do EM na Matarazzo junto com o extensivo pré vestibular no Poliedro. Em 2000, iniciei o curso de Letras e em 2003, fui aprovada pelo concurso público para professor de Língua Portuguesa, escolhi ser professora na Matarazzo, onde trabalhei até 2007.
A profissão de professor é reconhecidamente uma das mais antigas e nobres que existe. Ser professor é preparar o jovem para o futuro da nação. Não importa qual seja a sua profissão hoje. Se você é um advogado, medico, cientista, jornalista, ou qualquer outro profissional, com certeza já esteve em uma sala de aula e um professor esteve preocupado com o seu futuro Prof. Nilo Jeronimo Vieira.
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Em 2016, a escola Matarazzo teve o privilégio de receber entre seus estudantes, por quase um ano, três jovens paquistaneses: Zainab, Hassan e Houssen. Em outubro, eles se despediram dos colegas da escola porque retornaram com sua família para o país natal, em virtude de o patriarca Sr. Naeen ter encerrado o seu contrato de trabalho no Brasil. Os jovens paquistaneses fizeram um ótimo intercâmbio cultural em nossa cidade, aprenderam muito sobre a língua portuguesa e também conheceram nossa cultura e costumes. Os professores perceberam que o inverso poderia acontecer e a escola conhecer um pouco sobre o Paquistão e a cultura islâmica. Por iniciativa dos professores, a jovem Zainab e sua família foram convidados a fazerem uma apresentação falando sobre o país. A língua materna dos paquistaneses é o Urdu, mas eles falam inglês muito bem, por isso, a palestra foi ministrada em inglês com tradução simultânea feita pelo professor de inglês Nilo Jeronimo Vieira. A estudante Zainab falou sobre a geografia, cultura e tradições do país e seu pai sobre a religião muçulmana, a crise política e o terrorismo que infelizmente ainda assola aquela região. A palestra alcançou seu objetivo que era mostrar aos alunos um Paquistão que não conhecemos através da nossa mídia televisiva. O Paquistão é um país com alto nível educacional e predominantemente de religião muçulmana. O Sr. Naeen fez questão de enfatizar que os Muçulmanos são seguidores da religião Islâmica. Islã, significa paz. Alah é Deus na religião islâmica e Maomé o grande profeta. Os muçulmanos são totalmente contra os atos de terrorismo que alguns grupos fazem e atribuem seus objetivos à religião. O Sr. Naeen afirmou que os verdadeiros muçulmanos pregam a paz. Os estudantes da Escola Matarazzo ficaram muito satisfeitos em conhecer um novo Paquistão. Um País que possui praias, montanhas de neve, incentivo aos estudos, um número imenso de cientistas e acima de tudo um povo que deseja a paz. Importante destacar também que toda a família se sentiu muito bem recebida na escola e também muito feliz em poder compartilhar o conhecimento sobre o seu país. A escola cumpriu mais uma vez o seu papel social, desmistificar conceitos errados préestabelecidos e colaborar para a paz mundial promovendo a integração, o conhecimento e o respeito pelas outras culturas e outros povos. Esta não foi a primeira vez que a escola recebeu estudantes internacionais. Já recebemos alunos estrangeiros em outras ocasiões e isto incentiva o respeito entre os povos.
Para saber como participar de um intercâmbio internacional, ou conquistar uma bolsa de estudos no exterior. Visite o site: www.nrifatec.wordpress.com 13
O que tem em comum, o empresário eleito pela Revista Forbes como um dos 30 jovens mais influentes, no ano de 2015 (Henrique Dubugras); o jogador da seleção brasileira de Volley (Vitor Baesso); e o professor de dança e sapateado - diretor artistico do Metropolitan Youth Tap Ensemble (MYTE) em Nova York (Charles Renato)? Todos se formaram na Escola Matarazzo. A escola Matarazzo tem a honra de ser um marco inicial na vida de muitos jovens que hoje se destacam no cenário nacional e internacional. Nossa escola é formadora de profissionais que fazem a diferença em nossa sociedade. Cada um se destacando em sua profissão e todos carregando o orgulho de terem estudado em uma ótima escola estadual. CHARLES RENATO VITOR BAESSO Iniciou seus estudos de sapateado aos 6 anos. Com 14 começou a dar aula e conquistar importantes prêmios no cenário da dança. Foi vencedor do Prêmio de Melhor Bailarino do Festival de Dança de Joinville (2002); Bailarino Revelação Festdança (2004); vencedor do “Desafio Tap in Rio 2007″; segundo melhor solista de improviso do Festival de Chicago (2008) e duas vezes campeão do “Se Vira nos 30” do Domingão do Faustão (2009, 2010). Como coreógrafo já conquistou primeiros lugares nos mais importantes festivais de dança do Brasil e do exterior como Festival de Dança de Joinville, Festidança e Chicago Human Project. Coreografou para a novela Chiquititas (SBT) e foi indicado o melhor coreógrafo no prêmio Desterro (2012). Ganhou o prêmio de Melhor Coreógrafo no FestiDança, em São José dos Campos. Fez parte do elenco do musical “Sinatra Blue Eyes”, onde ficou em cartaz por três meses em Lisboa, Portugal. Integrou a “KS Cia. de Sapateado”, deu workshops e coreografou em diversas cidades do Brasil . Em 2014 mudou-se pra Nova York – Estados Unidos onde reside atualmente. É professor na Broadway Dance Center e Steps On Broadway e também é membro da cia Apt 33 dirigida por Chloe Arnold. Esse ano foi convidado para ser diretor artístico do Metropolitan Youth Tap Ensemble (MYTE). www.tapinrio.com.br
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Lembro me como ontem, assustado. Seria meu primeiro dia de aula em uma nova escola e mais, na quinta série. Era tudo tão novo...muita gente... muitos professores e muitas matérias. T i n h a m u i t a expectativa daquela escola, afinal meu i r m ã o m a i s v e l h o Vitor Baesso e Prof. João Carlos estudava lá e meu pai também estudou. Quanta coisa nova. Me adaptei rapidamente e logo já fazia parte daquilo. Aquele ano acaba e outro começava e eu totalmente à vontade. Sempre me relacionei bem com todos os amigos... e eram muitos, e com os professores e a equipe da escola. Porém a um destes professores devo a mudança de rumo da minha vida. Seu nome é Prof. João Carlos, professor de Educação Física e assim começa tudo. Era um dia comum em que teria aula desta matéria. Cheguei cedo a quadra e lá estava ela, armada e ao seu lado uma bola parada a espera de quem a desse o devido valor. Eu sabia como devia trata lá e assim foi..., mas também chegava logo em seguida aquele que veria que meu relacionamento com a bola jamais seria mera eventualidade. Naquele mesmo ano disputei pela escola diversos torneios de voleibol e em alguns tive o prazer do sucesso, mas eu queria mais. Entrei para a equipe de voleibol da minha cidade e dei mais asas ao que almejava. Voei
em busca daquilo que se transformaria em algo que até então jamais tinha sonhado, um jogador profissional Parti para São Paulo deixando o colégio que me descobriu no esporte e me iniciou neste sonho. Logo os convites foram vindos devido ao talento adquirido. 4 anos e meio após deixar a Escola Matarazzo e São José dos Campos cheguei à Seleção Brasileira de Voleibol. O esporte me levou a diversos lugares Alemanha, Itália, Vaticano, Polônia, Estônia, Grécia, Servia, Argentina e muito ainda há por vir. Escola Matarazzo, Professores e equipe, aqui tudo começou e a todos agradecerei sempre. HENRIQUE DUBUGRAS Sempre vivi em dois mundos paralelos. O primeiro era o da internet que começou aos 12 anos, quando decidi que aprenderia a programar computadores, pois se eu dominasse esta tecnologia, criaria meus próprios jogos. Aos 14, trabalhei numa startup, com 15 anos, abri minha primeira empresa e, aos 16, levantei mais de 1 milhão de reais de investimento para esta empresa. O segundo mundo, por outro lado, era a vida “real”: o colégio, a namorada, os professores. No segundo, sempre adorei mudanças. Já estudei em 12 colégios, morei em 10 cidades, em 4 países diferentes, por isso, sempre tive muita facilidade em fazer amigos. Conheci, o Projeto Lúmen, da professora Nuricel, que consistia em me matricular, na Matarazzo, e iniciar a missão de caça-talentos. Precisava dar aulas no contraturno do Ensino Médio e identificar dentre os alunos aqueles tinham talentos. Após identificá-los, eu os capacitei para identificar outros colegas talentosos nos anos seguintes, assim, mantendo o ciclo do aprendizado. No início, fiquei reticente, pois não conhecia a realidade
da escola pública. Porém, durante meu período na Matarazzo me surpreendi. Encontrei professores e coordenadores incríveis com a maior vontade de fazer a diferença e alunos brilhantes. Claro, também encontrei professores e alunos desmotivados, mas percebi que, ainda estes não desmotivavam as estrelas da escola. Dei aulas de programação e matemática, durante algumas tardes, e de fato, encontrei alunos muito inteligentes. Fiz vários amigos, entre professores e alunos. A experiência mudou minha vida completamente, me fazendo enxergar o mundo de maneira muito mais aberta. Felizmente, também senti que mudei a vida de vários alunos que ali estudavam. Enquanto fui captador de talentos, também me preparei para ingressar na Universidade de Stanford nos Estados Unidos. Stanford aprova menos de 1% dos brasileiros; minha aprovação saiu, no dia da colação de grau, e este foi um momento marcante em minha vida, pois a coordenadora parou a cerimônia para anunciar minha conquista, todos da turma bateram palmas e saíram correndo para me abraçar, para dar os parabéns. Hoje, sou bolsista da Fundação Estudar e estou, à frente de uma empresa chamada Pagar.me. Fui homenageado, inclusive, pela revista Forbes, como um dos jovens, com menos de 30 anos, mais influentes no Brasil no ano de 2015.
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HAYDÉE PALMEIRA JUNQUEIRA COSTA, FOI DIRETORA DA MATARAZZO POR 18 ANOS E MARCOU SUA ADMINISTRAÇÃO PELO COMPROMISSO COM UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE
Haydée Palmeira Junqueira Costa, foi diretora da Matarazzo por 18 anos. Matarazzo - D. Haydée, contenos sobre o início de sua carreira. D. Haydée - Comecei minha carreira como professora em Paraibuna, lecionei nas escolas Cerqueira César e Coronel Eduardo José de Camargo. Posso dizer que foi um bom começo, lá vivenciei minhas primeiras experiências na educação até mudar para a EE. Euclides B. Miragaia, São José dos Campos. Quando assumiu pela primeira vez uma direção de escola? Depois de alguns anos como professora na Miragaia, fui indicada por meus colegas para assumir em caráter de substituição, a direção. Na ocasião, era muito jovem e trabalhava com uma equipe formidável de colegas: jovens professores animados e ousados. Trabalhamos muito, enfrentando todo tipo de dificuldade, isto nos impulsionou pela busca de novos desafios. Após a Escola Miragaia, veio para a Escola Matarazzo? 16
Como foi a troca de comunidades escolares? Após a escola Miragaia, passei no concurso público estadual e assumi como titular de cargo, no litoral. Foi um período curto, fiz uma interrupção de 30 dias para a supervisão escolar, que valeu como experiência, mas optei por voltar à escola. Gosto de ver a dinâmica das interações pessoais e isso é diferente na supervisão. Na Matarazzo a troca foi estimulante, vibrei ao me ver em uma escola “enorme” em todos os sentidos: mais de 2000 alunos, mais de 100 professores, mais de 20 funcionários, 18 turmas por período, 45 a 47 alunos por turma e 2000m2 de área. Qual foi sua impressão da escola naquele primeiro momento? Quais foram as primeiras mudanças? Já no começo percebi que algumas mudanças seriam necessárias para que a dinâmica da escola fluísse melhor. A entrada e saída dos alunos acontecia pelo mesmo local, onde também entravam e saiam os carros. Uma das primeiras medidas foi mandar limpar e planificar o terreno, transformando-o no atual estacionamento. Outra medida foi realocar os alunos de uma sala com metragem reduzida, e transformá-la em um laboratório de informática. Ocorreram outras mudanças? Sim, muitas. A sala da direção e da vice direção eram vizinhas mas pequenas. Abrimos uma parede com o aval da FDE, tornando o espaço único para ambas. A mesma alteração foi feita com o gabinete dentário e sala da higienista. Entre as mudanças a biblioteca da escola deu mais trabalho porque não bastou ampliar o
espaço para acondicionar o acervo que só crescia. Aliás, a biblioteca sempre foi o espaço cultural mais frequentado da escola e Dona Isabel incentivando os alunos e premiando ano a ano os “Ratos de Biblioteca”. Conte um momento marcante durante sua gestão na Matarazzo. Professores brilhantes sempre foram um grande estímulo durante minha experiência como gestora, costumo dizer que foram e são o “carro chefe” das mudanças necessárias e, isso sempre tivemos em abundância. Foram muitos os momentos. Um dos que guardo com carinho foi nas prévias das eleições municipais. Os candidatos participaram de um debate promovido pela escola, sob a “batuta” de um de nossos alunos, Elizânio. O debate foi coordenado nos bastidores da biblioteca por uma equipe de professores e com a presença de toda comunidade escolar. To d o o p r o c e s s o f o i previamente estudado e planejado em sala de aula., Os trabalhos foram conduzidos pelos alunos cerimonialistas que recepcionaram os convidados, cuidaram da parte técnica, como montagem do espaço, operando o som, fazendo a locução, exposição das perguntas e administração do tempo. Tudo foi perfeito. Os próprios candidatos ficaram impressionados com o empenho e profissionalismo do evento. Este episódio foi tão bem-sucedido que na eleição seguinte, os candidatos participaram novamente do debate, em primeira mão, antes mesmo dos debates na TV. Foi uma ação que contemplou o protagonismo juvenil? Sim. O debate firmou a cara da
os restos da merenda da escola, sob os cuidados da professora Ionice Vieira, O Sarau Poético de Varela a Vinícius, organizados pelas professoras de Língua Portuguesa Alexandra e Alessandra, caracterizando personagens, época e cenário, num trabalho refinado e comovente e, ficou para sempre nos corações de todos nós. Tivemos a oportunidade de apresentá-lo no Tênis Clube, na semana Cassiano Ricardo, para uma plateia de 4000 pessoas, e no Cisne Real Parque. comunidade estudantil. Nesta ação, em que os alunos protagonizaram, o projeto não teria sido consolidado sem a participação ativa e efetiva de toda a equipe escolar. O debate esteve sob o comando do prof. Jarbas Vilela e equipe de professores. Durante um mês os alunos se preparam para as discussões sobre partidos políticos, o que é ser de direita, de esquerda, etc. Os alunos elaboraram as perguntas e estas após selecionadas, foram feitas aos elegíveis. Quero destacar também a participação, por muitos anos, da Dona Lídia, inspetora de alunos considerada a “memória viva da escola”. Além do debate, que outros momentos te marcaram? Durante minha gestão, pude assumir e incorporar muitas ideias significativas que geraram grandes eventos como, por exemplo, a Feira das Nações, com duração de três dias, com ousadas oficinas, frequentada por familiares e
Entrega do KIT Padaria pela 1ª Dama do Estado de São Paulo - 2005
comunidade. Outro evento: uma Gincana Cultural com duração de três dias. Cinco equipes com mais de 450 integrantes, alunos, pais, professores e funcionários surpreendendo, em organização, respeito, solidariedade e muita animação. A Dirigente de Ensino Irene Bibries esteve presente, assim como o prefeito Emanuel Fernandes. Foram arrecadados muitos quilos alimentos, realizamos doações ao Banco de Sangue e muitos talentos e lideranças surgiram. Outros eventos aconteceram: O concurso de Miss Matarazzo, desfiles de modas, diversas gincanas internas na escola, a participação na JISC (Gincana Estudantil e Interescolar de São José dos Campos) e a grande vitória na Gincana da Solidariedade da TV Vanguarda. Os 30 anos de Matarazzo também marcaram muito quando recebemos representantes de 104 escolas estaduais de São José e Jundiaí, na entrega de forno industrial para a produção de pães, ocasião em que recebemos a visita da primeira dama do Estado, Sra. Lu Alckmin. Tivemos um projeto de longa duração que foi o da Compostagem, que d e m a n d a v a m u i t o acompanhamento ao administrar-se o lixo úmido com
D. Haydée, além da ação protagonista, que outros momentos te marcaram? Os bons resultados das avaliações externas, (SARESP, ENEM), anos e anos de estudo de caso, aluno por aluno, um duro trabalho da Coordenação Pedagógica, junto aos professores, debruçados sobre os indicadores de desempenho de cada aluno, turma, e, em específico em parceria com professores da recuperação paralela em contínuo esforço na correção do fluxo. Neste quesito, contou muito o fato da baixa rotatividade de professores na Matarazzo; com a permanência, cria-se o vínculo, fortalece o compromisso e o olhar amiúde sobre cada caso. O que permanece dessa vivência na Matarazzo? Muito fácil responder a essa pergunta. Permanece a satisfação de ter conhecido e trabalhado com pessoas formidáveis, vivenciando experiências com as quais estamos eternamente ligadas por um otimismo, que nos rejuvenesce e nos faz acreditar na capacidade de promover mudanças significativas na vida daqueles que passaram por nós. Apanhamos juntos, aprendemos juntos e crescemos juntos. Fácil assim!
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PROF. JARBAS VILELA O Professor Jarbas Vilela marcou sua história na Escola Benedito Matarazzo. Jarbas não lecionava apenas, ele envolvia os alunos para despertarem o protagonismo. Foram muitos anos de realizações com inúmeros projetos que marcaram a vida dos alunos. O que foi o Projeto Terra Brasilis? O P r o j e t o Te r r a B r a s i l i s idealizado por mim e pela Profa. Lourdes Vinhas Nilsson teve como objetivo principal proporcionar aos estudantes um contato direto com a cultura indígena. Os alunos eram convidados a visitar a Aldeia Renascer em Ubatuba SP. Na aldeia os alunos entrevistavam os índios, pediam informações sobre caça e pesca, roupas, costumes indígenas, etc. Neste projeto também trouxemos vários índios da tribo para visitar a escola Matarazzo e contar aos nossos alunos sobre sua cultura e costumes. Esta interação, promovia o respeito entre nossa sociedade e a sociedade indígena.
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O Projeto durou vários anos? Sim, no ano 2000 nosso país comemorava os 500 anos de história e o projeto inseriu-se nesta temática. Em 2002 a campanha da Fraternidade da Igreja Católica dedicou seu tema às comunidades indígenas. O tema foi “Uma terra sem Males”. A campanha foi bastante questionada por pessoas que consideram a presença indígena no Brasil muito pequena. Na verdade, nossas origens estão totalmente pautadas nos povos indígenas, considerando que eles já estavam aqui muito antes do descobrimento. Seus colegas professores sempre comentam sobre os trabalhos que eram propostos aos alunos, pode comentar alguns? Foram muitos anos e inúmeros projetos. O projeto Jornal de Época foi um dos que marcaram meu tempo. Os alunos, em grupo, precisavam fazer um jornal, no tamanho de um jornal de verdade, retratando uma época. Por exemplo: Era Vargas, Golpe de 64, Queda da Monarquia, etc. O detalhe mais importante é que o jornal possuía todo o seu texto em tempo presente, ou seja, os fatos eram narrados como se o aluno, r e d a t o r, e s t i v e s s e vivendo aquele exato momento. Isto fazia com que o aluno vivesse a história de forma muito mais intensa.
Para você, o que é ser professor de história? Acredito que o professor de história deve ir além de lecionar e dar aulas. Deve viver a história. O professor de história deve ser como um grande cineasta que se preocupa com a linguagem, o cenário, as cores, o som, os p e r s o n a g e n s , e principalmente, com a busca da melhor maneira de encantar o telespectador. Dar aulas é como apresentar um teatro. O texto não deve ser apenas recitado, ele deve fazer, com que o aluno fique emocionado. P a r a t e r m i n a r, c o m o o brasileiro vê a história? Infelizmente, nosso povo tem a fama de não ter memória. Convido o leitor desta revista a imprimir e guardar as fotos de suas viagens, encontros familiares, eventos na escola, etc. Importante, não esqueça de legendar no verso da foto, colocando data, local e nomes das pessoas. Esta revista, por exemplo, é um registro de história que deve ser guardada para as próximas gerações. Para mim, é uma honra fazer parte desta história.
ALEXANDRA A PROFESSORA QUE CONSTRÓI AULAS DINÂMICAS E ENVOLVENTES
Sou casada, mãe e professora de Língua Portuguesa, desde 1996. Fiz quatro pós, todas na área de ensino da Língua Portuguesa e, neste momento, estou cursando Pedagogia, pela Unitau. Ao longo destes últimos 12 anos, lecionando, a maior parte dos anos no Ensino Médio, na Matarazzo, propus, aos alunos, alguns desafios que foram além do cumprimento do currículo oficial do Estado. Seguramente, a “matéria” nunca foi deixada de “ser dada”; em verdade, ela foi enriquecida com métodos diferenciados para ensinar aos alunos a aprender, ou seja, o foco sendo no modo como o aluno aprende e não naquilo
que a ele está sendo ensinado. C o m o s ã o o s desafios? - Penso como o escritor, Monteiro Lobato: “aprendemos a ler, lendo” e como o educador, Rubem Alves, que diz que sabemos quando um prato é bom quando o saboreamos. Assim, como o aluno aprende, se ele não vivencia o aprendizado? Não o consome, absorve-o? Então, proponho o desafio: Ao invés de estudar autores e obras literárias, os alunos a interpretam e a encenam. Ao invés de apenas ler poema, os alunos incorporam o momento da criação poética e o “revivenciam”, como se ele fosse o poeta. Ao invés de ler o romance, os alunos o adaptam para o contexto da atualidade e o encenam. Ao invés de assistir ao telejornal ou ler a notícia, eles a produzem, pesquisam o assunto e o enriquecem com informações, produzem, então, um vídeo documentário. Neste método de ensino, os alunos aprendem fazendo, pois enriquecem o conhecimento que possuem e
desenvolvem o que chamamos de protagonismo (o aluno se e n c a r r e g a d a autoaprendizagem). E o conteúdo? Através dele, são analisados, discutidos momentos históricos, padrão de comportamento social, comparadas as diferenças entre as épocas no modo de falar, de pensar, de vestir e principalmente, de agir. Desta forma, os alunos são levados a fazer diferentes leituras de mundo, como o filósofo e educador, Paulo Freire, dizia. Eles aprendem a ler além dos muros da escola, uma vez que adquirem saberes que transpõem o universo “sala de aula”. Enfim, tenho colhido no magistério muitos momentos significativos; Quando o aluno percebe que ele é quem escreve a própria biografia e, esta é fruto das experiências que ele vivenciou, permitiu-se participar, e construir, sinto-me satisfeita, realizada como profissional.
Macabéa vai ao Universo de Chicó e João Grilo, 3º B - 2007.
Rua Palmares, 196 Parque Industrial S.J. Campos - SP Tel: (12) 3941-8443
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Ângela, Nilo, Moisés, João Carlos, Israel, Cláudia, Paola, Kátia, Alexandra, Johanna e Débora.
Organização Escolar: Silmara, Dna. Cida, Rosângela e Viviane.
Gestão Escolar: Cristiane Ferreira, Fátima, Sandra, Cleuza, Sônia, Márcia Galvão, Nazareth e Cristiane Scarpeto.
Atendimento Odontológico: Creuza e Dra. Hilda
Maurílio.
Merendeiras: Salete e Anelisa.
Ilmus, Valério e Erika.
Litty, Sérgio e Angélica.
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Fernanda, Rosângela Maciel, Anádia, Márcia Maria, Ana Luísa e Décio.
Odete.
Rosângela Mello, Soeli, Silvia, Nany, Cláudia e Rafael.
Isabela, Arnaldo, Cilene, Edna e Tálita.
Cíntia.
Apoio Administrativo: Cida, Cláudia, Alessandra, Renata Rosângela e Patrícia.
Marcela.
Valqueli, Danilo e Devanice.
Osvaldo.
João Paulo, Mininel, Flávio, Donizette, João Silva, Ricardina, Andréa e Marilene.
Eduardo e Lilian.
Gabriel.
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Durante o período letivo de 2016, as professoras Isabela e Ângela utilizaram o tempo de atividade escolar para ouvir dos alunos como eles veem a escola Matarazzo. Elas questionaram as causas para alguns alunos picharem paredes e mesas, e não preservarem o mobiliário. As respostas dadas por eles foram a necessidade de se expressar, manifestar suas frustrações e que a escola precisa ser um local que os atraia. Mediante estas falas, as professoras iniciaram, juntamente com os alunos e com apoio da diretora, um projeto chamado Expressarte. O projeto consistiu em atrair os alunos para que eles, a partir de ações planejadas tanto por alunos quanto pelas professoras, melhorassem alguns ambientes na escola. Por isso, comissões de alunos foram formadas para identificar o que a comunidade escolar poderia fazer para adaptar espaços da escola ao bom agrado dos alunos. Desta forma, o Expressarte consiste em substituir as pichações por arte urbana, como o grafite; As paredes das salas de aula foram pintadas, cobrindo, portanto, as pichações. O próximo passo será a pintura externa e criação de espaços ao ar livre para realização de atividades extraclasse. “A ideia agora é que o projeto continue, haja conscientização de todos para que a escola esteja limpa diariamente.” Àngela Voros. Professora. Para que o Expressarte tomasse forma, as professoras tiveram muitos
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parceiros que apoiaram este movimento, em especial os alunos que contribuíram na captação de recursos financeiros, que pintaram os ambientes, que auxiliaram na remoção de sujeira, professores que compreenderam a necessidade dos alunos, empresas que apoiaram com recurso financeiro e a comunidade que reconheceu ser este um momento no qual o protagonismo juvenil, como princípio pedagógico, reproduz uma educação emancipadora e democrática nos espaços escolares. “O despertar do protagonismo nos alunos é fundamental para que eles percebam o potencial que possuem . Além disso, cuidar do espaço escolar é primordial na qualidade de gerar prazer em estudar” . Isabela Ribeiro, Professora. A aluna Aurora, do 9º ano, diz “aprendi na Matarazzo não só o acadêmico como também valores éticos tais quais disciplina, compromisso e senso de responsabilidade.” A COMEMORAÇÃO – No dia 19 de novembro, a escola esteve aberta a comunidade para mostrar o resultado dos trabalhos realizados no Expressarte. Durante o período da manhã, houve apresentação de danças, experimento científico, apresentação de banda musical, encenação teatral, acrobacia com motocicleta, campeonato de skate, venda de bolos e refrigerantes e bingo.
Os professores e funcionários da escola Matarazzo desejam a todos um Feliz Natal e um Ano Novo de paz e muitas realizações.