Claire me dizia coisas bonitas
como - nĂŁo hĂĄ beleza a ser dita
guardo sua lembranรงa como o maior ou talvez maior aprendizado infantil
- subir em burro brabo eiaaaaaaaaa!
podĂamos mergulhar eu sempre penso Claire
nas profundezas na umidade no afogamento
ela n達o gosta de nadar ou de nadar comigo
uma vez fomos ao mar e eu fiquei triste e quis voltar Claire estava muito aborrecida
mas ela toma sol todas as manh達s nuinha
ela que disse talvez para ver meus olhos a brincar de ciclope
guardamos juntas um quarto ainda
quarto cravejado de palavras que n達o se podem dizer penhasco abismo
seria bom montar um outro disco para ela uma trilha toda
pra umas cem mil milhas de road-movie uma melancolia bonita
era bom atĂŠ o medo de fazer amor com Claire
é estranho mesmo porque seu encanto – diz está em meu derramamento
e ela n達o sabe que eu tenho medo de tocar a sua m達o
mergulhar em seus olhos tĂŁo Ăşmidos amor
Claire me impele a dizer coisas bonitas
quer dizer intentar dizer poesia
como no poema de blanco - maybe ĂŠ isto - Claire
sonhar com vocĂŞ e acordar como se tivesse mascado seus cabelos
- poema pra dentes
bouganvilles cobrem a caixa de correios de Claire
e eu tenho raiva de n達o ser o carteiro
que pousa entregas na caixa de gl贸rias de Claire
e da espreguiรงadeira que a recebe ao sol nuinha
dizemos t達o pouco ...
mas é este silêncio que
nos habita o nome ĂĄgua silĂŞncio - Claire
TALVEZ para Craig
Talvez fossem os cartazes prometendo o paraĂso, talvez essas cinquenta e nove milhas com a sua mĂŁo na minha, talvez o meu sexy roadster, de cima para baixo, talvez o vento dedilhando seu cabelo,
o sol em suas coxas
e o peito nu, talvez fosse apenas o passeio sobre o mar dividindo a
estrada em duas
para Key Largo, ou a idĂŠia de Key Largo. Talvez eu finalmente estava no lugar certo
no momento certo com a pessoa certa. Talvez haja finalmente uma casa, um cão chamado Chu, um cortador de grama, vizinhos, jantares, e você sempre obcecado com palavras cruzadas e Carl Young ler no escuro à luz da lua, na minha cabeceira toda noite. Talvez. talvez Eram
nuvens pausadas no horizonte,
os campos ofuscantes de capim as ilhas
de ouro,
emaranhadas no mangue, inseparáveis
como poderíamos ser. Talvez eu deveria ter dito algo, prometer-lhe algo,
te pedir para ficar um tempo, talvez.
- Richard Blanco; tradução de Nina Rizzi
CLAIRE Nina Rizzi
Iconografia/ Capa e contracapa: Nina Rizzi, grafite sobre ofício
Página Oficial: www.ellenismos.com Endereço eletrônico: ellenismosrevista@gmail.com
© 2014 Ellenismos - Diálogos com a Arte ISSN: 2316-1779.