Percurso da Zona da Foz do Douro e Nevogilde

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Percursos de Azulejaria pelo Porto

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Percurso da Zona da Foz do Douro e Nevogilde Locais

Sugestão

Avenida do Brasil

Para facilitar a realização deste percurso poderá optar pelo autocarro da STCP nº 500, que parte da Praça da Liberdade e termina viagem em Matosinhos. Se preferir este meio de transporte a paragem que sugerimos é a do Molhe mas, se tiver curiosidade em visitar o Castelo do Queijo, saia na paragem homónima e depois percorra a pé até ao primeiro local do itinerário.

Rua do Dr. Sousa Rosa Rua de Diu

Rua do Farol Rua do Teatro Lavabos do Passeio Alegre Ermida de S. Miguel-o-Anjo

Este percurso inicia-se na Avenida do Brasil onde, apesar de poucos exemplares azulejares, se destaca o da Casa nº 777, também conhecida por Casa Neomanuelina. A história da Casa Neomanuelina começa no dia 1 de abril de 1907, data da compra do terreno por Joaquim Soares Pereira Neves. Em setembro desse mesmo ano é requerida à Câmara, por Beathriz Jorge Guimarães, mulher do Capitão de Artilharia Arthur Jorge Guimarães, licença para a construção de uma casa. O projeto é aprovado e em 1911 o edifício já estava concluído. Hoje, situado na marginal frente ao mar, encontra-se devoluto. Casa com planta em L e alçados de quatro pisos, erguendo-se um torreão, com mais um piso e de planta quadrangular, no ângulo do edifício. Virada para o jardim uma varanda alpendrada apoia-se numa arcaria de ogiva, e dela prolonga-se uma escadaria. O interior desta varanda é revestido a azulejo figurativo, em tons de azul e branco, e a sua guarda, em pedra, é decorada com diversos altos-relevos onde se destacam cordas e esferas armilares. Pela linguagem aqui empregue há quem atribua o projeto a José Teixeira Lopes.

Pormenor do revestimento da Casa nº 777 da Avenida do Brasil.

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Percorra a Avenida do Brasil até encontrar á sua esquerda a Rua do Crasto, subindo-a até à Rua do Dr. Sousa Rosa. Neste arruamento salientam-se as Casas nº 200, a nº 66-70, pelos seus painéis figurativos de influência egípcia, a nº 22 e ainda a nº 1.

Pormenor do revestimento das Casas nº 200, nº 66-70, nº 22 e nº 1 da Rua do Dr. Sousa Rosa.

Da Rua do Dr. Sousa Rosa siga pela Praça de Liège e pela Rua de Cândida Sá de Albergaria até à interseção coma Rua de Diu onde se encontra a Casa nº 187, primeiro imóvel a ser destacado neste arruamento. Imediatamente a seguir encontra-se a Casa nº 181, onde foram aplicados painéis figurativos com borboletas sob as janelas. Vire à sua direita na Rua do Teatro para observar o revestimento, por pouco que seja, da Casa nº 134, caso raro na azulejaria portuense onde se encontram representados nenúfares e insetos. Caso queira acrescentar à sua lista novos padrões percorra a rua até ao seu final, retornando depois á Rua de Diu. No final desta rua deparar-se-á com a Casa nº 83, residência que apresenta inúmeros painéis azulejares, sobretudo de caráter vegetalista. Volte o olhar para o outro lado da rua e veja a Casa nº 106-110 da Rua do Farol, edifício onde foi aplicado, além de elementos florais, um painel com a representação de Santa Carolina, executado na Fábrica Lusitânia.

Pormenor do revestimento das Casas nº 187, nº 181 e nº 83 da Rua de Diu.

Pormenor do revestimento da Casa nº 134 da Rua do Teatro.

Pormenor do revestimento da Casa nº 106-110 da Rua do Farol. 3


Da Rua de Diu siga pela Rua do Coronel Raúl Peres até à Avenida de D. Carlos I. Siga até ao Jardim do Passeio Alegre onde se encontram os Lavabos do Passeio Alegre. No interior poderá ver exemplares Arte Nova, com motivos florais, que se creem produzidos em Inglaterra. Poderá ver também um dos compartimentos com as peças originais, como testemunho do passado.

O último local é a Ermida de S. Miguel-o-Anjo. Em 1528 o Bispo de Viseu, D. Miguel da Silva, manda edificar a capela de S. Miguel-o-Anjo, assim como colocar um farol na respetiva torre do templo. A construção da capela termina em 1538, mantendo-se com as suas funções primitivas até aos inícios do século XIX, data em que passa a funcionar como sala de conferências dos pilotos da Barra do Douro. Em 1841 é construído um edifício anexo à ermida, dotado também de torre, para que aí se instale a Guarda Fiscal. Durante o século XX a Ermida de S. Miguel-o-Anjo passa a sala de reuniões do agrupamento da Foz do Douro do Corpo Nacional de Escutas. Com planta interior octogonal é um exemplar único no país e dos mais antigos da Europa. Na parede exterior voltada ao rio encontra-se a seguinte inscrição: Miguel da Silva, Bispo Eleito de Viseu, fês esta torre para governo da entrada dos navios e deu e consignou campos comprados com o seu dinheiro para que, do respetivo rendimento, se acendessem da torre fogos perpetuamente. Ano M. D. XXVIII.

Pormenor do revestimento interior dos Lavabos do Passeio Alegre.

Ermida de S. Miguel-o-Anjo.

Terminado este itinerário visite os Pontos de Interesse da área. Se deseja voltar à Praça da Liberdade torne junto ao Jardim do Passeio Alegre e aguarde na paragem Igreja da Foz pela passagem de um autocarro nº 500.

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Pontos de Interesse

Se iniciou o percurso no Castelo do Queijo, este será o seu primeiro Ponto de Interesse durante este percurso. O primitivo forte terá sido construído durante o século XV sendo que, em 1643, D. João IV mandou edificar um novo. Para a sua construção seria escolhido o Lugar da Pedra do Queijo aproveitando os alicerces daquele que já existia. Em 1804 é considerado ultrapassado e não preenche os requisitos para enfrentar um conflito sendo que, entre 1807 e 1811 não exerce qualquer função defensiva durante as invasões francesas. Durante o Cerco do Porto os Miguelistas ocupam-no ficando bastante destruído após o confronto.

Caso não tenha iniciado o seu itinerário no Castelo do Queijo, será a Pérgola da Foz, seguida do Forte de S. João Batista e, por fim, depois do Jardim do Passeio Alegre, a Igreja de S. João Batista da Foz do Douro. A Pérgola da Foz é um ex-libris desta zona. Esta galeria foi construída na década de 1930 e é um trabalho de António Baganha. Já no Forte de S. João Batista, terá sido no século IX construída uma pequena ermida no local onde este foi edificado. No século XVI a ermida medieval é demolida e cede lugar à construção renascentista que era composta por igreja e outro edifício ao qual se adicionou um palácio abacial. Inicia-se um projeto de ampliação da dita fortificação entre 1646 e 1653 levando à destruição de grande parte do templo e das outras dependências religiosas. A igreja é totalmente demolida em 1648 abandonando os religiosos o espaço fortificado. No final do século XIX sofre algumas obras, mas apenas em 1987 iniciam-se as obras de recuperação do monumento e realizam-se trabalhos arqueológicos no seu interior. O Jardim do Passeio Alegre é construído em 1892 sendo o seu arquiteto paisagista Emílio David. A Igreja de S. João Batista da Foz vem substituir aquela que se encontrava no Forte de S. João da Foz. A edificação da atual Igreja iniciou-se entre 1709 e 1712 e, em 1726, estão praticamente concluídas as obras. Além de oito capelas laterais com os respetivos retábulos em talha, tem também um retábulo-mor com trono central.

Pérgola da Foz.

Jardim do Passeio Alegre.

Igreja de S. João Batista da Foz.

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Informações Lavabos do Passeio Alegre

Ig. de S. João Batista da Foz

Rua do Passeio Alegre

Largo da Igreja

41°08‘54.6"N 8°40‘15.3"W

41°08‘55.5"N 8°40‘07.5"W

Todos os dias

Ter.-Dom.: 9:0012:00/15:00-19:00

Gratuito

Gratuito

+351 228 349 499

+351 226 180 015

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Nisa Félix ©


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