Arnaldo Machado &
Marie Luise Wegner
DIAMANTINA DE OUTRORA ÁLBUM ICONOGRÁFICO 1971/1978 -1983 Volume II RIO DE JANEIRO - 2017
2
Arnaldo Machado &
Marie Luise Wegner
DIAMANTINA DE OUTRORA ÁLBUM ICONOGRÁFICO 1971/1978 -1983 Volume II RIO DE JANEIRO - 2017
3
4
A seresta apaixonada Corre as ruas do Macau Capistrana, Cavalhada São Francisco, Burgalhau Essas ruas serpeantes É tão fácil entendê-las Descem doidas por diamantes Sobem ávidas de estrelas.
Hino de Diamantina
5
6
Acervo de documentos e fotos de Arnaldo Machado Acervo de fotos em Kodacolor-X, sendo manipulado por Arnaldo Machado, em 2015, aos 95 anos. 7
SUMÁRIO 1.COLUNAS DE CANTARIA 2.BEIRAIS, CIMALHAS E BUZINOTES 3.CUNHAIS, PILASTRAS E COLUNAS 4.CASAS DE TAIPA 5.CASAS TÉRREAS 6.BALCÕES CORRIDOS 7.BALCÕES ISOLADOS 8.ANTE-PORTAS 9.ARRIMOS DE PEDRA 10.SOLARES E MANSÕES 11.CASAS SOBRADADAS 12.CALÇAMENTO 13.BECOS E TRAVESSAS 14.BALCÕES CORRIDOS 15.BALCÕES ISOLADOS 16.ASPECTOS URBANOS 17.ASPECTOS PANORÂMICOS 18.COZINHAS EM RESIDENCIAS 19.DECORAÇÃO EM INTERIORES 20.ESCADARIAS E ADROS 21.ESPELHOS DE FECHADURAS,
8
22.ALDRABAS, ARGOLAS DE GIRAR E GONZOS 23.FORROS E SOALHOS 24.GRADES DE MADEIRA 25.BANDEIRAS E POSTIGOS DECORADOS 26.GRADES DE FECHAMENTO DE VÃOS 27.GELOSIAS E TRELIÇAS 28.JANELAS FINGIDAS 29.JANELAS DE VERGAS DE NÍVEL 30.JANELAS DE VERGAS DE NÍVEL E DE CURVA 31. JANELAS DE VERGAS DE ARTE APONTADA 32.CORNIJAS MISTAS 33.JANELAS DE VEDAÇÃO COM “ESCUROS” 34.JANELAS DE GUILHOTINA 35.BANDEIRAS E POSTIGOS DECORADOS 36.GUARDA-CORPOS DE MADEIRA 37.GUARDA-CORPOS DE FERRO 38.SUPORTE DE LUMINÁRIAS, PINHAS 39.MERCADO 40.MUSEU DO DIAMANTE 41.MUXARABI
42.ORATÓRIOS 43.MOBILIÁRIO 44.CONFESSIONÁRIOS ANTIGOS 45.ÓRGÃO 46.ÓCULOS, LUNETAS E VÃOS INTERNOS 47.PORTÕES SECUNDÁRIOS LATERAIS E DE QUINTAL 48.PÁTIOS, PORTAS E QUINTAIS 49.PORÕES 50.PORTAS – JANELAS 51.PORTAS ALMOFADADAS 52.PORTADAS 53.PASSADIÇO 54.VESTÍBULOS 55.PEDRAS DE MOINHO 56.PUXADOS AVANÇADOS 57.TARJAS 58.TELHADOS COLONIAIS 59.VÃOS ELEVADOS 60.VÃOS ABERTOS EM EMPENAS 61.VÃOS GEMINADOS 62.VARANDAS ABERTAS E GALERIAS 63.VARANDAS FECHADAS
64.CIMALHAS SOBRE PORTAS E JANELAS 65.VESTÍBULOS E ESCADAS 66.ARTE RELIGIOSA – IGREJA MATRIZ 67.ARQUITETURA RELIGIOSA – RETÁBULOS 68.ARTE RELIGIOSA – Na. Sa. DA LUZ 69.IGREJA Na. Sa. DAS MERCÊS 70.IGREJA DO CARMO 71.IGREJA S. FRANCISCO DE ASSIS 72.CAPELA DO BONFIM 73.IGREJA DO ROSÁRIO 74.IGREJA Na. Sa. DO AMPARO 75.PALÁCIO EPISCOPAL 76.SANTA CASA DE MISERICÓRDIA 77.HOSPITAL Na. Sa. DA SAÚDE 78.CAPELAS PARTICULARES 79.BIRIBIRI
O Sumário refere-se aos temas catalogados pelo autor. Por sua extensão estão agrupados por temas para a possível elaboração do álbum iconográfico. 9
INTRODUÇÃO
O
texto que abre este “Álbum Iconográfico” foi escrito há décadas e publicado em um catálogo editado pela ACADEMIA JUDIAINSE DE LETRAS, relativo ao biênio 1993-1995, sob o título “Diamantina Querida” (pp. 94/95). O autor era, na época, sócio-correspondente da citada Academia, no Rio de Janeiro. Recentemente, voltando o autor a atenção para a antiga coleção de fotografias da cidade de Diamantina / MG, de pronto constatou que se destacavam valiosos registros feitos nos anos longínquos de 1971 a 1983, em paciente pesquisa históricaartística-arquitetônica, material valioso para os atuais estudiosos e pesquisadores que se interessem pelo passado da velha cidade mineira que o Tempo guardou. Movida por essas razões, partiu a decisão de reapresentar o texto “Diamantina Querida”, nesta introdução. Sempre interessado nas raízes históricas do nosso povo, é fácil entender a atração que me desperta o Estado de Minas Gerais, onde ocorreram episódios épicos no começo da formação da Nacionalidade. Uma das experiências mais marcantes da minha convivência com Minas, vivi com o historiador e artista de mérito Geraldo B. Tomanik, meu particular amigo, quando em 1970 preparávamos um projeto de exposição para o Museu do Banco do Brasil, e percorremos um rosário de jóias do Ciclo do Ouro e do Barroco nas Gerais, em duas etapas: na primeira, Congonhas do Campo, Ouro Preto, Mariana e Tiradentes; na segunda, Bento Rodrigues, Camargo, Santa Rita Durão, Catas Altas, Santa Bárbara, Cocais, Caeté, Sabará, São João Del Rei, São Braz do Suaçuí e Ouro Branco.
10
Nesse viajar pela História, não chegamos a visitar Diamantina, no norte do Estado. Mas, logo depois fui conhecê-la e a ela retornei muitas outras vezes, de 1971 a 1978, ano após ano, voltando por último em 1983. Diz uma canção intitulada “Diamantina querida” que quem a conhece logo lhe tem amizade. Naquelas saudosas viagens me tornei íntimo da cidade, aprendi a me deliciar com a poesia de suas ruas e becos, entreguei-me de coração ao seu povo acolhedor, conheci seu Carnaval alegre e recatado, sua Semana Santa cheia de fé, sua encantadora Festa do Divino, com episódios de nobreza na coroação e desfile dos Reis. Tanto essas quanto muitas outras coisas belas fizeram nascer em mim profunda amizade por esse doce recanto mineiro. Hoje revivo com nostalgia as lembranças da “Atenas do Norte” mineira, repassando centenas de fotografias, do meu “Documentário Iconográfico de Diamantina”, pequena caixa de mágicas, que sempre reabre intermináveis quilômetros de estradas de rodagem, a partir do Rio de Janeiro, até que sejam sejam alcançados verdejantes campos pontilhados de sempre-vivas, já se aproximando do planalto diamantinense, cercado de densa formação rochosa – a grupiara –, cantada em versos por Augusto de Lima Júnior - e que envolve a cidade como que a guardá-la do Tempo. Indo mais longe, o documentário repõe, ante os meus olhos, as ruas onde andei tantas vezes e renova a emoção de cada passo pelos lajedos e capistranas polidas, aviva a sensação estética das igrejas de torre única, onde a pedra-sabão não teve lugar, a poesia dos sobrados de balcões corridos, um de sacada com muxarabi, outros com janelas ou varanda de treliça, como a casa de Chica da Silva, a beleza das portadas nobres de destacadas mansões, tudo valorizando ruas e becos de nomes com tanta poesia que gostaria de enumerá-los, sem omitir um só.
ARNALDO MACHADO
11
Com um valioso acervo de construções do período colonial, o conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico da cidade de Diamantina foi tombado, em 1938, pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Em 1999, a Unesco concedeu a Diamantina o título de Patrimônio Cultural Mundial.
12
Vista panorâmica da cidade com a Catedral Metropolitana de Sto. Antonio surgindo imponente entre os telhados coloniais e cercada pela Serra dos Cristais. Foto de Arnaldo Machado, catålogo do filme III, de 1971. 13
Aspectos da Igreja do Carmo Anotações do autor. 14
Vista parcial da Catedral Metropolitana de Sto. Antonio, a partir da Rua Direita. Foto do autor, no filme III, conforme anotações em cadernos como o que se reproduz na página ao lado. Foto de 1971. 15
Foto da Catedral Metropolitana de Sto. Antonio. A foto foi Vista da torre e parte da fachada da Catedral recuperada a partir do negativo original, em Kodacolor-X. Metropolitana de Sto. Antonio, a partir do Beco do Alecrim. Foto do autor de 1973. 16
Foto do autor de 1971.
IGREJA Das Mercês, Rua das Mercês (tomada da foto na Rua do Rosário - segundo anotações do autor). Foto do autor de 1971.
IGREJA DO AMPARO, Rua do Amparo esquina com Rua do Rosário (tomada da foto na Rua do Rosário - segundo anotações do autor).. Foto do autor de 1971. 17
A foto de Arnaldo Machado, data de 1971, época em conecta por um passadiço de madeira, ao antiquíssimo que realizou sua primeira viagem a Diamantina. O filme leva edifício que pertenceu à Coroa Portuguesa e, no final do a numeração III, e está devidamente identificado na relação século XVIII, a Da Josefa Maria da Glória, de onde lhe veio o dos negativos em acervo. atual nome - Casa da Glória.
18
Na foto, o antigo Colégio Na Sa das Dores que se
Detalhe da Rua da Glória com Passadiço, neste edifício identificam-se duas janelas fingidas em trompe l’oeil, com o propósito de equilibrar o espaço vazio. Ao lado, antiquíssimo prédio do Colégio Na Sa das Dores. Construção do Cel Rodrigo de Souza Reis. As Janelas do Colégio são de púlpito, com guardacorpos vasados em metal trabalhado e arrematados por pinhas de cristal nos quatro cantos. Fotos do autor, de 1971. 19
A foto acima mostra o edifício situado na atual Rua da Quitanda, sendo este o único exemplo de muxarabiê existente em Diamantina. As janelas são de púlpito, com sacadas isoladas e janelas internas que se abrem em formato de portas. Os guarda-corpos são de madeira torneada. Ao lado, vista da Rua da Quitanda. Fotos do autor, filme I, de 1971. Janelas de guilhotina decoradas com margaridas, no sobrado à Rua da Quitanda, lateral à Biblioteca Antônio Torres. 20
As fotos da atual Biblioteca Antônio Torres, mostram exatamente o estilo construtivo do período colonial com suas estruturas em madeira e suportes em caibros. A parte inferior do sobrado abrigava as senzalas. O pátio interno tem um importante guarda-corpo em treliça. O precário estado em que se encontrava foi documentado nestas fotos do autor, de janeiro de 1974.
21
O autor documentou os vários tipos de janelas diamantinenses. Nesta, apresenta um exemplo de janelas de guilhotina com escuros e vergas de nível.
Casa que pertenceu ao Inconfidente Padre José da Silva Oliveira Rolim, hoje Museu do Diamante. Foto do autor, de janeiro de 1973.
22
À direita, foto do antigo Mercado Municipal de Diamantina, à esquerda vemos a Rua do Burgalhau que acompanha a parte posterior do edifício. Ao fundo avista-se a torre da igreja Na Sa do Bomfim. Fotos do autor, de abril de 1973. As anotações do autor sobre vãos na arquitetura tradicional de Minas Gerais e bibliografia referente ao tema, em evidente demonstração de apuro documental. 23
A foto mostra as sacadas em púlpito, do Colégio Na Sa das Dores, com ornatos de pinhas em cristal nos ângulos do pau-de-peito e bandeiras decorativas em margarida. Construção do antigo edifício pelo Cel Rodrigo de Souza Reis. Foto do autor, de 1971.
O arquivo de fotos e negativos passou muitos anos
guardado e, infelizmente, vários deles se apresentam descoloridos e até mesmo arranhados. Trata-se no entanto, de arquivo único e de grande importância para o pesquisador dos monumentos de Diamantina. A torre da IGREJA DO BONFIM destaca-se no conjunto de Fotos do autor, de 1971. casas coloniais. 24
IGREJA DO BONFIM, construída na segunda metade do século XVIII, situada à Rua do Bonfim. . Fotos do autor, de fevereiro de 1972. 25
Púllpito na Igreja do BONFIM.
O autor documentou os diversos elementos arquitetônicos da Igreja do Bonfim. Na foto à esquerda, vista da torre a partir do pátio interno. Fotos do autor, de 1972. 26
Os diversos aspectos da Igreja de São Francisco de Assis, com janelas de púlpito e guarda-corpos trabalhados em ferro, integram a detalhada documentação arquitetônica dos aspectos urbanos de Diamantina. Na foto menor, a “Casa de Sopa dos Pobres de São Francisco”. Fotos de Arnaldo Machado, no filme III, datado de 1973.
Fotos do autor, de fevereiro de 1973. 27
Igreja do Bonfim ao fundo e sobrado com janelas em vergas de nível. Igreja de Na Sa da Luz, à Rua da Luz. Fundada por Da Teresa de Jesus, por voto que fez ao fugir de Lisboa por ocasião do terremoto, em 1755. A Igreja localiza-se na Rua da Luz e faz esquina com a Sebastião José Ferreira. A pequena igreja não teve a sorte de se manter fiel ao estado original. Inúmeras reformas descaracterizaram sua arquitetura. Fotos do autor de 1971. 28
No período do Brasil colonial as argamassas mais utilizadas eram de cal e areia ou de barro. Nos documentos são descritos os materiais e técnicas construtivas dos telhados às paredes. O edifício, da foto à esquerda apresenta dois andares com acabamento sofisticado, tanto na estrutura quanto no madeirame dos balcões. As treliças que percorrem o balcão são típicos da cidade. Apesar das reformas, o edifício se manteve intacto na sua beleza arquitetônica. Na década de 70 algumas casas encontravam-se em franca deterioração como pode ser avaliado na foto acima. Fotos do autor, de 1971. 29
Igreja do Rosário, localizada na popularmente chamada praça da Gamaleira, antigo Largo do Rosário, hoje Praça Don Joaquim. À frente da igreja, erguida em 1729, há um chafariz, Vista frontal da Igreja do Rosário As janelas rasgadas com hoje bastante danificado. guarda-corpos em bacia. O frontão é vazado com óculo no tímpano. Fotos do autor, de 1973. Foto do autor, de 1971. 30
Ex-voto na sacristia da Igreja do Rosário.
A reprodução digital favorece o resgate das imagens e documentos explicativos. O atual Volume II amplia o que já foi documentado no exemplar Diamantina de Outrora - álbum iconográfico, 1971 a 1983 – edição do autor, datada de 2016. A casa que se vê à direita da igreja é de taipa de pilão socado, mantendo as senzalas e, segundo a tradição oral, foi outrora quartel dos dragões.
Elemento decorativo em porta da sacristia na Igreja do Rosário.
Fotos do autor, de 1971 a 1973
31
A Igreja do Rosário foi erguida em 1729, e é exemplar típico da arquitetura religiosa mineira do século XVIII. No altar-mór da Igreja, a estatuária barroca de Santana Mestra que traz ao colo sua filha Maria. A imagem de Maria foi recoberta em ouro laminado. Sobre a autoria da mesma não há nenhuma referência. Fotos de Arnaldo Machado, 1971 a 1973. 32
No teto da Igreja do Rosário, o arco central é encimado por imagem do Santo Sudário, rodeado por elementos decorativos barrocos e detalhes florais, pequenas volutas e conchóides entalhados em madeira e folheados a ouro laminado. 33
Filmes do ano de 1972 a 73, Igreja Na.Sa. do Amparo. 34
Tabernรกculo da Igreja Na.Sa. do Amparo.
O verso de cada foto especifica o local exato, o monumento, o elemento decorativo ou o detalhe arquitetônico. Acima e ao lado vêem-se as anotações do autor. As referidas anotações incluem a data, a numeração do negativo, assim como a correspondente localização da rua ou casa, para posterior acesso ao material.
Exemplo das anotações da primeira foto acima, à esquerda: Data (83), o filme (II), negativo número (25). O local da foto vem descrito na sequência. Trata-se da Casa da Chica da Silva, localizada à Rua Lobo de Mesquita, 266. A fachada lateral mostra a decoração em cimalha.(det. do autor). Todos os temas enumerados no Sumário (v. pag.8) apresentam o mesmo tratamento de identificação, o que facilita a consulta e identificação dos documentos. Fotos do autor, datadas de 1971 a 1983. 35
A Igreja do Carmo, possui janelas de púlpito, com vergas em curva e cimalha sobreposta. A torre sineira da igreja encontra-se deslocada da fachada e esconde–se na parte posterior da mesma. A torre sineira foi, excepcionalmente, colocada atrás da igreja. A igreja é barroca com portada almofadada e encimada por óculo falso. A fachada possui três janelas-portas que são acentuadas por sacadas-púlpitos e guarda-corpos de ferro trabalhado, as vergas das janelas em curva ajudam a harmonizar a beleza da fachada. Igreja do Carmo, à Rua do Carmo. A igreja está situada no perímetro histórico delimitado pela UNESCO. 36
Detalhe do teto pintado da Igreja do Carmo. Na foto, um detalhe do teto da nave com pinturas em trompe l’oeil. A fototografia foi tirada usando flash fora da máquina fotográfica, segundo anotações no caderno de Arnaldo Machado. Foto do autor, de 1972. 37
Janelas-portas, bandeiras em formato de rosácea e com sacadas-púlpito. Exemplar de sacadas isoladas guarnecidas por guarda-corpos vasados em ferro. Nos ângulos, pinhas de cristal vermelho. Em casa da Praça Barão de Guaicuí, 302. 38
Janelas decoradas com elementos pintados com tinta branca. Casa na Rua Caminho do Carro, 237 - esta rua não tem mais o mesmo nome, hoje é Rua Dr. Álvaro. Fotos do autor, de 1971.
Aspecto urbano de Diamantina, com o piso de pedras.
Rua do burgalhau em foto do autor, datada de 1972. 39
Festa do Divino Espírito Santo com jovens portando estandartes coloridos percorrendo em procissão a Rua da Glória. Ao fundo, o Passadiço da Glória e o antigo Colégio à direita. O piso de pedra com a capistrana é destaque na foto. Foto do autor de 1972. 40
Capistrana é uma faixa contínua de lajeado no meio de uma via pública, em cujas laterais se adiciona a pavimentação de seixos ou lajes. O nome capistrana refere-se a Capistrano Bandeira de Mello, presidente da província de Minas, que mandou executar este serviço em 1878.1 1
. in: Silvio Colin. Técnicas construtivas do período colonial - IV
Na foto à direita, vê-se nítidamente o elemento central, a capistrana, faixa que delimita o percurso da adolescente que desfila com o medalhão de madeira representando o Divino Espírito Santo. Fotos da tradicional procissão do Divino Espírito Santo, feitas pelo autor, em 1972. 41
Arnaldo Machado é Museólogo e Pesquisador da História da Arte, da Arquitetura e da Arte Sacra Brasileira, com vários estudos inéditos. Aspectos de Marinha na obra de João Zeferino da Costa (monografia – 1984). Arte Sacra Brasileira, editora Colorama, Rio de Janeiro, 1988 A Igreja e Museu da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência – do Tijuco a Diamantina. Realizou, durante 40 anos, trabalho de documentação fotográfica ímpar em paralelo à pesquisa de História da Arte e da Arquitetura do principal monumento religioso do Rio de Janeiro. Candelária, Aspectos históricos, arquitetônicos e artísticos é até o presente momento, o único volume publicado. Abaixo os textos e pesquisas em publicações semi-artesanais editadas pelo próprio autor: Candelária,As pinturas murais. Candelária; Retratos e figuras em pintura mural. Candelária; Oração e música. Candelária e Iconografia. De Maria à Candelária. Candelária e Zimbório. Candelária; Os vitrais. Candelária; As portas de bronze.
42
Referências Bibliográficas
ABREU, I. F., CALDEIRA, A. B. Síntese do Atlas Digital de Bens Móveis e Imóveis de Minas Gerais inscritos nos Livros de Tombo do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN). Belo Horizonte, 2007. ALMEIDA, L. M. de. Passeio a Diamantina. Colóquio: Letras, Edições 5-10 Fundação Calouste Gulbenkian, 1972. Arquitetura colonial no Brasil (blog). https://brasilarqui.wordpress.com/2-neoclassico-no-brasil-2/ Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (portal) IPHAN: http://portal.iphan.gov.br/bibliografiaPatrimonio / Diamantina MACHADO, Arnaldo. Candelária, Aspectos históricos, arquitetônicos e artísticos. Pesquisa de Arnaldo Machado. Publicação Irmandade do Santíssimo Sacramento da Candelária, Rio de Janeiro, 2017. ––––––––––––– , Marie Luise Wegner. Diamantina de Outrora. Álbum iconográfico 1971/1978 - 1983. Publicação do autor, Rio de Janeiro, 2015. –––––––––––––, http://www.issuu.com/diamantina de outrora (publicação online) –––––––––––––, www.arnaldomachado.com (página do autor com as publicações) MACHADO FILHO, Aires da Mata. Arraial do Tijuco, cidade de Diamantina. Publicações do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Ministério da Educação e Saúde, col. nº 12, Rio de Janeiro, 1944. VASCONCELLOS, Sylvio de. Vila Rica: Formação e desenvolvimento, residências. Editora Perspectiva. Rio de Janeiro, 1977. –––––––––––––, et alli. Arquitetura, arte e cidade: textos reunidos. Companhia Editora Nacional. Rio de Janeiro, 1968. –––––––––––––, Arquitetura no Brasil: sistemas construtivos. Belo Horizonte: Unversidade Federal de Minas Gerais, 1979.
43
Mapa publicado pela Secretaria de Cultura da Cidade de Diamantina, datado de 2016. O traรงado em marrom estabeleceu-se com o tombamento da cidade pela UNESCO.
44
Os registros fotográficos formatados nesta pequena edição assinalam a dedicação dos autores que, de 1973 a 1983, percorrendo longas distâncias e enfrentado toda sorte de dificuldades, trataram de documentar e identificar detalhes arquitetônicos da cidade de Diamantina. A cidade tinha sofrido anos seguidos de abandono e, à época, era pouco mais do que uma ruína histórica. O arquivo de Arnaldo Machado e Marie Luise Wegner é fonte de consulta de importância única. Para que possa ser utilizado por pesquisadores necessita de acessibilidade e visibilidade. A desejável transposição do acervo para o formato digital, que é composto por negativos em Kodacolor-X, acompanhados de registros detalhados dos bens que compõem o patrimônio urbano da cidade, além de inúmeras fotos em papel, é trabalho para vários anos e demandaria investimentos ainda não avaliados. Entretanto, a resumida apresentação aqui presente nos permite avaliar a qualidade de um arquivo inestimável, tanto pelo cuidadoso detalhamento dos estudos históricos e artísticos, quanto pela alta qualidade fotográfica dos assuntos escolhidos pelos autores. Para os estudiosos da arquitetura colonial de Diamantina, a publicação deste segundo volume objetiva colocar em evidência um acervo que é, por si só, documento de história e memória da cidade, avaliada pela UNESCO, em 1999, como Patrimônio Cultural Mundial, orgulho de Minas Gerais e do brasil. Noemi Ribeiro Rio de Janeiro, maio de 2017 45
Baú de couro tacheado usado pelos fiscais da extração dos diamantes, na antiga Capitania das Minas Gerais. Usava-se para guardar os livros referentes à Administração Diamantina, comprovando o sistema tributário da capitação. Tombado pelo IPHAN, encontra-se no Museu do Diamante. Foto do autor, de 1971. (vinheta ilustrativa com foto do autor)
46
47
48
DIAMANTINA DE OUTRORA ÁLBUM ICONOGRÁFICO 1971/1978 - 1983 / Volume II
Autores: ARNALDO MACHADO & MARIE LUISE WEGNER Fotografias e textos: ARNALDO MACHADO
Produção Gráfica e Editorial: NOEMI RIBEIRO
Rio de Janeiro/RJ - Abril de 2017
Edição do Autor / tiragem de 15 exemplares
49