catálogo de artesanato

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Presidente da República Dilma Vana Rousseff Ministro da Ciência e Tecnologia Aloizio Mercadante Oliva

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MUSEU PARAENSE EMÍLIO GOELDI Diretor Nilson Gabas Júnior Coordenador de Pesquisa e Pós-Graduação Ulisses Galatti Coordenador de Comunicação e Extensão Nelson Rodrigues Sanjad Coordenadora de Museologia Wanda Okada Chefe do Serviço de Educação e Extensão Cultural Luiz Fernando Fagury Videira Coordenador do Projeto Educação Ambiental e Patrimonial Luiz Fernando Fagury Videira Núcleo Editorial de Divulgação Institucional Lais Zumero

Núcleo Editorial - Livros Editora Executiva Iraneide Silva Editora Assistente Angela Botelho Editora de Arte Andréa Pinheiro Apoio Técnico Tereza Lobão 100

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artesanato das comunidades boa vista e lago moura Oriximiná / Pa

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Produção Editorial Luiz Fernando Fagury Videira Alcemir de Souza Aires Luiz Guilherme Campos Reis

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Revisão Lais Zumero (Núcleo Editorial - Divulgação Institucional) Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica Norberto Tavares Ferreira Imagens Acervo do Projeto Educação Ambiental e Patrimonial Impressão Arte Brasilis

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Artesanato das comunidades Boa Vista e Lago Moura / Luiz Fernando Fagury Videira; Luiz Guilherme Campos Reis; Regina Celi de Deus Vieira Cavalcanti Silva; Alcemir de Souza Aires. – Belém: Museu Paraense Emilio Goeldi, 2011. 64p.: il. color. ISBN 000-00-00000-00-0

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1. Educação Patrimonial - Oriximiná – Pará 2. Educação ambiental 3. Comunidades – Uso da Cerâmica I. Fagury, Luiz Fernando 2. Reis, Luiz Guilherme Campos 3. Silva, Regina Celi de Deus Vieira Cavalcanti 4. Aires, Alcemir de Souza

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CDD: 306.364098115 5

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©copyright Museu Goeldi, 2011

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Dedicado a

ROSA SERRÃO “D. FILICA” (IN MEMORIAM)

Nativa do Lago Moura, D. Filica como era conhecida, já produzia peças de cerâmica desde a mocidade, porém estava desestimulada, por ouvir que seu trabalho estava ultrapassado, “era coisa de índio”. Com o desenvolvimento das ações educativas do Projeto Educação Ambiental e Patrimonial, do Museu Paraense Emílio Goeldi, D. Filica viu seu trabalho ser valorizado e voltou a produzir louças de barro e a ensinar para outras pessoas a sua arte. Participou de encontros do Clube do Pesquisador Mirim, orientando as crianças no processo de retirada e na modelagem do barro e cedeu o seu espaço de trabalho em sua residência para as atividades das Oficinas de Arte e Ciência. Produzia louças finamente acabadas, com destaque para panelas, bilhas, moringas e alguidares. Infelizmente faleceu em dezembro de 2010, mas muitos de seus ensinamentos estão espalhados nas curvas do Rio Trombetas. 100

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Apresentação Dois Parceiros: um projeto de sucesso Desde o ano de 2001, o Museu Paraense Emílio Goeldi-MPEG e a Mineração Rio do Norte-MRN, cientes do papel social que possuem, firmaram parceria para desenvolver o Projeto Educação Ambiental e Patrimonial-PEAP. Nesta oportunidade, apresentam o Catálogo Artesanato das Comunidades Boa Vista e Lago Moura cuja função não é meramente comercial ou de divulgação de resultados, mas sobretudo é um instrumento de resgate, valorização e perpetuação de diferentes conhecimentos, e de diferentes memórias referentes à identidade de populações tradicionais da Amazônia. Este catálogo contempla uma das ações socioeducativas desenvolvidas pelo PEAP nas comunidades Boa Vista e Lago Moura, localizadas às margens do Rio Trombetas, em áreas de influência da MRN, no município de Oriximiná, no noroeste do Estado do Pará. O trabalho de educação patrimonial é realizado antecipadamente às pesquisas desenvolvidas pelo MPEG no Projeto de Salvamento Arqueológico. O objetivo deste projeto é a salvaguarda dos sítios que estão ameaçados de destruição pelas intempéries e por ações antrópicas.

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Os principais resultados já permitiram a coleta de diversos vestígios deixados pelas populações pré-históricas, como: fragmentos de cerâmica (simples ou decorados com pintura e diversos apliques); marcas de estacas e concentrações de carvão; manchas de fogueiras; materiais líticos

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(raspadores, furadores, machados, contas de colar, tortuais de fusos e inúmeras lascas de sílex e outras rochas); e vestígios de sepultamentos (restos de ossos humanos). Além desses, estão sendo estudadas as gravuras rupestres encontradas, no Lago Mussurá. A parceria entre estas instituições vem orientando as populações locais a valorizarem e preservarem o meio ambiente e o patrimônio cultural da região, bem como mostrar que a produção artesanal destas comunidades, já se constitui em um meio de geração de emprego e renda, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos envolvidos. O Catálogo Artesanato das Comunidades Boa Vista e Lago Moura busca também, mapear a produção artesanal dessas comunidades, estabelecendo como critério o diferencial histórico, estético e tecnológico, de forma a garantir o direito de propriedade intelectual destas comunidades. No ano em que se comemora o 10º ano de atividades do PEAP, esta publicação almeja ser, para os artesãos, uma possibilidade concreta de valorização, reconhecimento e divulgação, além da viabilidade de comercialização de sua produção artesanal impregnada das marcas de uma identidade cultural única. E, para o visitante, uma oportunidade de conhecer a diversidade cultural amazônica, por meio de um novo olhar sobre o artesanato dessas comunidades.

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Sumário

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O Projeto Educação Ambiental E Patrimonial - PEAP Comunidades Quilombolas no Rio Trombetas/ Comunidade Boa Vista Comunidade Lago Moura Casa do Artesão: espaço do conhecimento tradicional Os Artesãos: detentores do saber fazer O Futuro

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O Projeto Educação Ambiental e Patrimonial - PEAP O Projeto Educação Ambiental e Patrimonial desenvolve ações socioeducativas em duas comunidades remanescentes de quilombos - Boa Vista e Lago Moura - com o objetivo de resgatar e preservar o patrimônio ambiental e cultural 1 destas populações tradicionais . Dentre as diversas ações socioeducativas, destacaram-se as Oficinas de Arte e Ciência, reunindo um público com cerca de 50 pessoas em cada comunidade. Atualmente este público é formado por vários grupos familiares que fizeram da atividade artesanal, uma alternativa de geração de renda. Nas diversas modalidades de Oficinas de Arte e Ciência, as de cerâmicas, pinturas em tecidos e com pigmentos naturais (rejeito de bauxita, variedades de tons de argila e plantas; e carvão); teçume em fibras vegetais e em madeira molongó Malouetia tamaquarina (Aubl.) A.DC., destacaram-se por reunir e socializar diversas técnicas, favorecer o resgate de conhecimentos tradicio2 nais juntamente com o desenvolvimento de práticas sustentáveis.

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Estas práticas educativas transformaram-se em um instrumento de sensibilização quanto à importância da preservação dos vestígios arqueológicos, como permitiu a disseminação de informações sobre o significado histórico desses materiais, além de servir de inspiração às novas produções artesanais. A agregação de valores, 3 por meio de releitura dessas peças arqueológicas, vem promovendo o resgate da autoestima dos moradores e a descoberta de novos talentos. Assim o PEAP consolida sua atuação por meio das ações socioeducativas que vêm sendo desenvolvidas no decorrer destes 10 anos de existência.

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“Todas as comunidades que, tradicional e culturalmente, têm sua subsistência baseada no extrativismo de bens naturais renováveis” (REIS, 2005, p.157).

2

Entende-se por conhecimento tradicional as relações estabelecidas entre os povos tradicionais com o meio e com outras populações tradicionais, gerando um conhecimento “sobre as plantas, animais, solos e minerais onde habitam, como também técnicas agrícolas e de manejo florestal, de caça, pesca e elaboração de artesanato, preparação de alimentos e medicamentos” (GARCÉS, 2007).

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Entende-se leitura e releitura como criações, produções de sentidos onde se busca explicitar relações de um texto com o nosso contexto (PILLAR, 1999, p.20).

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Comunidades Quilombolas no Rio Trombetas

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A presença negra na Amazônia tem início com a formação da Companhia do Grão-Pará e Maranhão. Ao chegarem a região, os negros foram utilizados nos serviços domésticos, fortificações, pecuária, mineração, atividades agrícolas, transportes, construções navais, dentre outros. Ao fugirem da escravidão, sua principal destinação era a floresta onde se organizavam em quilombos. No Pará, os registros históricos apontam a presença de quilombos nos rios Curuá, Trombetas, Parú do Oeste ou Cuminá e Tocantins. No Rio Trombetas, no município de Oriximiná, vivem atualmente várias comunidades remanescentes de quilombos dentre elas, Boa Vista e Lago Moura.

Comunidade Boa Vista A história desta comunidade data de 1838, e tem como o ponto de referência a chegada do casal de escravos chamados Antônio Honório e Maria José que, fugindo das fazendas de gado e cacau da região de Santarém e Óbidos, dão início ao povoamento, que recebeu o nome de Boa Vista, em virtude da excelente localização que possibilitava, pelos dois lados do rio Trombetas, ver quem chegava ao local.

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Localizada na margem direita do Rio Trombetas, Boa Vista foi a primeira comunidade quilombola no Brasil a receber, em 1995, a titulação definitiva de posse de terra, direito previsto na Constituição Federal de 1988. São 790 hectares onde se localizam dois núcleos populacionais denominados de Centro e Água Fria. A população desta comunidade, segundo levantamento da MRN, é de 364 pessoas, agrupadas em 164 famílias (MRN, 2009), onde a maioria dos moradores integram a

Cooperativa Boa Vista - COOPERBOA, prestando serviços para MRN e empresas terceirizadas, além de desempenharem atividades como domésticas e jardineiros nas residências da Vila de Porto Trombetas. O tipo de moradias destes núcleos, em sua maioria, são palafitas construídas nas encostas dos barrancos, mas em 2004 um Projeto do INCRA iniciou a construção de uma vila de casa de alvenaria para quem desejasse sair da margem do rio. Alguns decidiram permanecer construindo suas casas de alvenaria no local onde antes só havia palafitas. A data mais importante para a comunidade é o dia 20 de novembro, onde são festejados simultaneamente, o Círio do Padroeiro São José, o dia da Consciência Negra e a data de recebimento da titulação de terra, pela comunidade.

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Comunidade Lago Moura

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A origem do nome da comunidade é incerta. Para a maioria dos moradores ele se originou do nome do “dono” das terras onde hoje se localiza a comunidade, chamado de Moura. Porém, o mais certo é que Moura seja uma corruptela da palavra Mura, em referência a aldeia dos índios Mura. Para Pequeno (2006, p 134), “os índios Mura ficaram conhecidos na bibliografia etnográfica como “corsários do caminho fluvial”. Viviam em suas próprias canoas, como se fossem suas casas, e se destacavam na resistência à ocupação pelos não índios. Sua imagem é marcada por traços guerreiros, destemidos, conhecedores de táticas sui generis de ataque e de emboscada, o que atemorizava e lhes concedia uma enorme fama de perigosos”.

Por outro lado, este grupo desenvolveu um interessante sistema de inclusão social denominado de “murificação”, entendida como a “instituição pela qual os Mura agregavam outras etnias, entre elas negros dos quilombos, ciganos, índios destribalizados ou ex-catecúmenos, egressos das missões católicas”. (PEQUENO, 2006 p. 137) Segundo relatos colhidos na comunidade, os primeiros negros, a se estabelecerem às margens do atual Lago Moura, sofreram diversos ataques de índios, até com o envenenamento da água, o que causava febre e dor de cabeça em quem bebia dela. Depois de muito tempo, índios e negros acabaram por viver em paz. Sendo assim, supõe-se que os negros do Lago Moura foram agregados ao sistema social dos índios Mura.

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Segundo dados da MRN, residem no Lago Moura 274 pessoas, distribuídas em 98 famílias (MRN, 2009), que moram em casas de alvenaria, madeira e palha, espalhadas pelas encostas e ilhas dos Lagos Moura e Ipereira do Moura. Algumas famílias sobrevivem da cultura da mandioca e da pesca, porém existe um grande número de pessoas que também prestam serviço pela Cooperativa do Moura – CooperMoura à Mineração Rio do Norte e empreiteiras.

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Casa do Artesão: espaço do conhecimento tradicional A preservação da propriedade intelectual e dos direitos difusos destas comunidades também é uma preocupação do PEAP, uma vez que determinadas técnicas, como a impermeabilização 4 5 com a resina da jutaicica , o uso do taticumã , a 6 pintura com água salgada e com crajuru , vêm sendo expostas ao grande público, por meio de diversas mídias, sendo necessário garantir o direito de propriedade intelectual destes conhecimentos que são usados unicamente por determinados artesãos e/ou grupos familiares na região. Localizada na comunidade Lago Moura, a Casa do Artesão tem como objetivo constituir-se como um espaço para a difusão do artesanato de tradição local. Neste ambiente, o principal foco são as “louças de barro”, ou seja, a cerâmica que vem sendo produzida ao longo do tempo por diferentes grupos familiares e que têm como marca distintiva o enraizamento na cultura negra. A tradição passada de geração a geração é o que mantém preservada esta herança milenar, responsável pelo tipo da cerâmica produzida na região. O resgate e a promoção desses conhecimentos singulares denotam responsabilidade social e histórica com o patrimônio cultural das comunidades envolvidas com o PEAP.

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A Casa do Artesão é hoje um lugar utilizado para exposição e comercialização da produção artesanal de todos os artesãos envolvidos com as Oficinas de Arte e Ciência, além de ser um espaço para desenvolvimento de oficinas de cerâmica para menores aprendizes e espaço educativo para o visitante, por meio de exposições sobre temas referentes ao patrimônio arqueológico e as ações socioeducativas do PEAP, bem como a oportunidade de presenciar “in loco” artesãos em processo de confecção de cerâmica. Este espaço é uma vitrine em que se pode encontrar uma variedade de peças utilitárias e decorativas, como potes, panelas, fogareiros, travessas, pratos, cumbucas, descanso para panelas, réplicas de peças arqueológicas, adornos, jogos de tabuleiros, miniaturas de animais, dentre outras. Existem, atualmente, nas comunidades Boa Vista e Lago Moura, cerca de 30 artesãos tradicionais em atividade cuja missão é preservar e propagar a arte de transformar a argila.

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Resina da árvore do jutaí ou jatobá (Hymenaea courbaril), usada para impermeabilizar e dar aspecto vitrificado às louças de barro. 5 Fuligem que se forma em decorrência da fumaça oriunda da queima de material vegetal, encontrado principalmente nas paredes e telhas acima de fogão de lenha. 6 Espécie de arbusto conhecido também como pariri (Arrabidaea chica Verlot), usado pela artesã Zuleide Santos para dar uma coloração avermelhada nas peças de cerâmica.

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Os Artesãos: detentores do saber fazer Nas comunidades Boa Vista e Lago Moura, o artesanato de cerâmica é produzido por homens e mulheres, divididos em unidades familiares, porém unidos pela mesma identidade cultural. Estes artesãos expressam suas técnicas, adquiridas de seus antepassados, na confecção de louças tradicionais e de novas, a partir de leituras originadas da própria demanda do mercado. Nos grupos familiares de artesãos, a mão de obra feminina ainda é a responsável por todas as etapas de produção das peças (confecção e queima). Os homens ainda são minoria neste ofício, grande parte desenvolve atividades auxiliares, como a retirada das matérias-primas (barro, caripé, lenha) e a comercialização. O conhecimento não se restringe à confecção da peça em si, vai mais além, passa pela sutileza de perceber os diferentes tipos de barro, a necessidade de misturas que podem 7 ser o caripé ou o chamote , com o objetivo de se obter uma cerâmica mais resistente na hora da queima.

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O barro é retirado, em tempos de estiagem, nas cabeceiras dos igarapés e é estocado nas casas dos artesãos, para depois ser processado em várias etapas. O caripé é retirado das cascas de árvores do mesmo nome,

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em terra firme. Antes de ser acrescentado a massa é queimado, pilado e peneirado. A lenha que deve estar seca e ser de madeira forte e, por fim, o tempo da queima em fogueiras em céu aberto e em forno. Ao final, dependendo do uso, há a necessidade de impermeabilização da peça com resina vegetal (jutaicica), aplicação de técnicas como pintura com água salgada, com o taticumã ou com o crajuru. A diversidade de peças produzidas é muito grande. São panelas, assadeiras, fornos, potes, pratos, travessas, cumbucas, alguidares, moringa, bilhas, miniaturas de animais, réplicas arqueológicas, jogos de tabuleiros, arte sacra dentre outras. Todo o processo de produção acontece nos quintais dos artesãos, em espaços destinados para este fim. É neste ambiente, de maneira espontânea, ajudando ou brincando, que os filhos e netos, tomam contato com o ritual de transformar o barro em arte, assim o conhecimento continua a ser repassado de geração a geração.

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Chamote: pedaços de cerâmica moídos e reduzidos a pó. Acrescentado à argila confere maior estabilidade diminuindo seu coeficiente de retração na secagem (cerâmicanorio, 2011).

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Nazaré Dias Moradora da comunidade do Lago Moura, foi a primeira ceramista a ser voluntária no PEAP. Participou das atividades do Clube do Pesquisador Mirim e das Oficinas de Arte e Ciência. Por ter idade avançada, alterna períodos de permanência na comunidade e em sua outra residência, na cidade de Oriximiná-PA. Suas peças têm como característica a rusticidade, destacando-se na fabricação de panelas, tigelas e potes de diversos tamanhos. Prefere decorar suas peças usando pintura com água salgada.

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1. Preparação para queima de peças pintadas com água salgada 2 e 3. Processo de impermeabilização com jutaicica 4. Peças decorativas: miniaturas de tigela e pote

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Joana de Souza Constantino “Dona Joana” reside no Lago Ipereira do Moura, junto com seu esposo, o Sr. Aurélio. Por ser uma das mais antigas ceramistas em atividade na comunidade do Lago Moura, D. Joana ainda queima suas peças na fogueira a céu aberto. Suas habilidades estão na confecção de peças utilitárias, como alguidares, panelas, igaçabas e moringas.

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1. Peças utilitárias: vasilhas com tampa e bilha 2. Peça utilitária: Panela impermeabilizada com jutaicica 3. Artesã em processo de polimento de uma panela 4. Peças utilitárias: panelas e alguidar

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Maria Neuza de Oliveira Cordeiro A ceramista Maria Neuza vive no Lago Moura junto com o marido Sr. Augusto, mais conhecido por “Cureba” e suas filhas, constituindo uma das muitas unidades familiares que desenvolvem atividades de produção de cerâmica. Neuza destaca-se na confecção de um artesanato diferenciado, com destaque para jogos de tabuleiros, como o “Jogo da Velha” e o “Jogo da Onça”, peças utilitárias e decorativas, como animais de pequena e grande escala, móbiles, vasos, fornos, fogareiros, panelas, travessas de diversas formas e tamanhos. Também faz releitura de peças arqueológicas como vaso konduri e as estatuetas das culturas Tapajônica e Maracá.

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1. Artesã em processo de extração de argila 2. Peça utilitária: fogareiro 3. Atelier da artesã: peças em exposição 4. Peças decorativas: colares diversos 5. Jogo da Onça

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Eliene de Oliveira Cordeiro Filha de Maria Neuza e seu “Cureba”, iniciou suas atividades observando a mãe, posteriormente passou a auxiliá-la na modelagem. Hoje, no entanto, ganhou respeito no grupo por trabalhar com a modelagem de pequenas peças, como miniaturas de animais para jogos de tabuleiros, peças utilitárias, adornos como colares, brincos e pulseiras feitos com contas de argila em tamanhos e formatos diversos, enfieiras ou cambadas de peixes, e releitura de peças arqueológicas. O exemplo da matriarca é tão grande que Eliene está inserindo as filhas e o esposo Sandoval Lima, na arte de fazer cerâmica.

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1. Peça decorativa: tartaruga saindo do ovo 2. Peça decorativa: cambada de peixes 3. Muiraquitãs para elaboração de bijuterias diversas 4. Peças decorativas: colares com contas de cerâmica 5. Miniaturas de peças arqueológicas (utilizadas como pinos no Jogo da Velha)

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José Lopes dos Santos Também conhecido como “Zé Catinga”, é esposo da Sra. Maria do Carmo Colé e pai de outros dois ceramistas Rivaldo e Julinay. De espírito empreendedor, José Lopes fabrica suas embalagens com madeira da região, o Molongó e em fibras vegetais de arumã. Além de aceitar desafios para confecção de peças de cerâmica encomendadas por clientes, Zé Lopes é um hábil modelador de animais, alguidares, potes, vasos e panelas sem ou com apliques antropomorfos e zoomorfos.

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1. Peça decorativa: embalagens em fibra de arumã 2. Artesão exibindo seu trabalho 3. Peça utilitária: panela decorada com motivo antropomorfo (forma humana) 4. Releitura de peça arqueológica: vaso konduri 5. Peça utilitária: panela

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Maria do Carmo Colé Viana Residente no Lago Moura, às proximidades da Casa do Artesão. Membro atuante na comunidade tinha algumas descrenças quanto aos objetivos do Projeto Educação Ambiental e Patrimonial, e só ingressou no grupo em 2003, após comprovar a seriedade das ações do Projeto e em sua capacidade de se tornar uma ceramista. Hoje capricha na confecção de panelas e travessas de diversas formas, bem como modela animais e faz releitura de peças arqueológicas como o vaso Konduri.

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1. Peça decorativa: vaso estilizado 2. Peça decorativa: sapo 3. Artesã em processo de modelagem de um pote 4, 5 e 6. Peças decorativas: pote e vasos

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Rivaldo Colé dos Santos “Babado” como é mais conhecido na comunidade, foi incentivado por seus pais “Zé” Lopes e Maria do Carmo a integrar, a partir de 2005 as Oficinas de Cerâmica do Projeto, onde rapidamente adquiriu e demonstrou habilidades na confecção de cerâmica. Confecciona panelas, potes, estatuetas da Cultura Tapajônica e bijuterias, porém é na modelagem de animais que se mostra um exímio artesão com destaque para répteis, quelônios e peixes em miniatura ou em escala natural.

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1. Releitura de peça arqueológica 2, 3 e 4. Artesão em processo de confecção de peças 5. Peças decorativas: tartaruga em escala natural e miniaturas de jacaré, onça e tatu

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Julinay Viana dos Santos 2

Moradora do Lago Moura, Julinay integrou em 2002 a primeira turma do Clube do Pesquisador Mirim, na escola da comunidade. Participante ativa de outras atividades sócio-educativas do Projeto Educação Ambiental e Patrimonial, foi somente em 2009, incentivada pelos pais Zé Lopes e Maria do Carmo Viana, que assumiu a sua veia de ceramista e passou a dedicar-se à confecção de panelas, modelagem de animais e releituras de peças arqueológicas.

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1. Peça decorativa: cambada de peixes 2. Peça utilitária: tigela 3. Releitura de peça arqueológica: estatueta antropomorfa 4. Peça decorativa: tartaruga em escala natural 5. Peça utilitária: panela impermeabilizada com jutaicica

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Maria do Carmo Oliveira de Jesus Conhecida como “Carma”, assim como a amiga Maria do Carmo Colé Viana, só começou a participar do Projeto Educação Ambiental e Patrimonial em 2003, porém logo se destacou na arte de fazer cerâmica, com destaque para a confecção de panelas, tigelas e colares. Reside atualmente em Oriximiná, onde recebe os pedidos de encomendas e, em virtude disto, alterna períodos entre a cidade e a comunidade.

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1. Peça utilitária: fruteira estilizada 2. Peça utilitária: assadeira com aplique lateral 3. Peças utilitárias: tigela e travessa 4. Artesã em processo de releitura de peça arqueológica: vaso tripode 5. Peça utilitária: fogareiro 6. Peça decorativa: vaso decorado com motivo antropomorfo 7. Peça decorativa: miniatura de pote de quatro alças

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Manoel do Carmo Porfírio Conhecido no grupo como “Manuel Calado”, mora no Lago Moura, onde trabalha em parceria com sua esposa, a Sra. Alexandra Lima. Sua residência é o local onde produz grande parte de suas peças. Confecciona panelas, potes, vasos e modela miniatura de animais. Também demonstra habilidades na confecção de cestaria com fibra vegetal de arumã e artesanato em molongó, com destaque para as embarcações típicas da região.

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1. Artesão em processo de tecimento de um paneiro 2. Peça utilitária: panela com aplique zoomorfo (forma de animal) 3. Peça decorativa: vaso com aplique 4. Peça decorativa: vaso em forma de animal 5. Peça utilitária: alguidar

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Alexandra Lima De personalidade mais extrovertida, esta moradora do Lago Moura é bem mais falante do que seu esposo “Manoel Calado”, parceiro inseparável em todo o processo da confecção da cerâmica, desde a retirada do barro à queima das peças. Sua produção é bem diversificada, incluindo a confecção de panelas, potes, alguidares e vasos, até a miniatura de animais. Construiu com seu marido, em sua residência, uma miniatura de forno para queima das peças confeccionadas pelo casal.

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1. Releitura de peça arqueológica: urna antropomorfa 2. Artesã em processo de modelagem de um peixe 3. Peça decorativa: pote 4. Releitura de peça arqueológica: estatueta antropomorfa 5. Peça decorativa: peixe

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Lindoci Figueiredo “Bibinha”, como é mais conhecida esta moradora do Lago Moura, possui espírito empreendedor, pois foi uma das primeiras ceramistas a construir um forno em sua residência para queima de suas peças. Também é uma grande incentivadora da arte de confeccionar cerâmica, pois faz questão de incluir seus filhos neste trabalho. Tem preferência por confeccionar panelas, pratos e modelar animais.

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1. Peças utilitárias: travessas 2. Peça utilitária: tigela 3. Releitura de peça arqueológica: estatueta antropomorfa 4. Peça decorativa: prato pintado com água salgada 5. Peça utilitária: panela 100

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Maria Zuleide Viana dos Santos Importante líder cultural na comunidade Boa Vista, D. Zuleide, como é mais conhecida, é uma grande defensora do direito dos negros, e uma apaixonada pela sua cultura. Ingressou no PEAP, em 2003, e por sua capacidade de liderança, sempre é convidada para participar de eventos, ministrando palestras ou mediando oficinas sobre cerâmica. Suas habilidades vão desde a modelagem de oratórios com ou sem imagens de santos, muiraquitãs e releituras de peças arqueológicas.

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1. Peça utilitária: panela com apliques zoomorfos 2. Contas para colar em forma de muiraquitãs 3. Peça utilitária: bandeja com apliques zoomorfos 4. Artesã em processo de impermeabilização de peça 5. Peça decorativa: imagem sacra 6. Peça decorativa: oratório com imagem 7. Releitura de peça arqueológica: vaso de cariátide

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Valério Manuel dos Santos Morador da comunidade Boa Vista, Valério é esposo da ceramista Zuleide. Apesar de não sabe modelar, acompanha sua mulher na retirada do barro e da lenha, na queima e na venda das peças. É um profundo conhecedor do uso de uma variedade de talas e cipós, destacando-se na confecção de abajures, paneiros, balaios, vassouras e cestos de diversos tamanhos. Ao trabalhar em parceria com sua esposa, agrega valor a seus produtos quando os mesmos são utilizados como embalagens para as cerâmicas por ela produzidas.

1 e 5. Peças utilitárias: porta-revistas 2. Artesão exibindo seu trabalho 3. Segredo: tipo de brinquedo 4. Peça decorativa: cesto em miniatura 100

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Rosilda Clemente dos Santos Filha de Sr. Valério e D. Zuleide, Rosilda é moradora da comunidade Boa Vista. Por possuir outra fonte de renda, não dispõe de muito tempo para a confecção de grandes peças de cerâmica. Porém é uma exímia artesã na técnica de macramê (arte de dar nós) produzindo um artesanato singular com sementes da região e contas de cerâmica confeccionadas em parceria com sua mãe. O resultado é um artesanato colorido e delicado, com destaque para colares, brincos, pulseiras e cintos entre outros.

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1, 2 e 5. Bijouterias: colares com contas de cerâmica e sementes 3. Artesã em processo de confecção de um colar 4. Bijouteria: pulseira em macramê com muiraquitãs de cerâmica

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José dos Santos Referência em se tratando de liderança na comunidade Boa Vista, seu Zé do Melo, como é mais conhecido, destaca-se na confecção de brinquedos, pequenos animais e demais objetos, em molongó, uma madeira branca e macia. Em outros tipos de madeira confecciona colher de pau, caixas, e diversos tipos de embarcações típicas da região amazônica. Por ser um exímio carpinteiro, e sua casa ficar na margem de um igarapé diz: “como tudo passa por aqui, fica mais fácil fazer”.

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1. Peça utilitária: descanso de travessa 2. Peça decorativa: peixe 3. Miniaturas em molongó: onça e cachorros (utilizadas como pinos no Jogo da Onça) 4, 5, 6 e 7. Peças decorativas: anta, pássaros, canoa e cobra em escala natural

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Reney Rocha Santos Morador da Comunidade Boa Vista, Reney é um exaluno do Clube do Pesquisador Mirim que investiu no conhecimento adquirido nas ações sócio-educativas do PEAP. Excelente desenhista, destaca-se na releitura das pinturas e gravuras rupestres encontradas na região, reproduzidas em tecido (principalmente camisas) e em peças de cerâmica. Atualmente desenvolve trabalhos com pigmentos naturais produzindo um artesanato de fino acabamento. Os principais suportes para seus trabalhos de pintura são as peças de cerâmica e as amostras de bauxita pren7 sadas .

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1. Amostras de bauxita reproduzindo pinturas e gravuras rupestres 2. Peça decorativa: quadro com amostras de bauxita reproduzindo pinturas rupestres 3. Artesão em processo de pintura de uma camisa 4. Peças decorativas: miniaturas de vasos pintados com pigmentos naturais 5. Peça decorativa: prato pintado com pigmentos naturais

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Usada pela MRN para análise química dos parâmetros de controle de qualidade dos componentes da bauxita (alumina, sílica, ferro e titânio).

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Lucia Costa de Jesus 2

Moradora da comunidade Boa Vista, Lúcia foi participando das atividades do PEAP de forma tímida. As Oficinas de Cerâmica a fizeram reencontrar sua paixão pelo trabalho com o barro. Para ela a cerâmica é mais um meio de relembrar sua mãe, do que um ofício, pois sempre que está fazendo alguma peça, lembra dela. Sua produção artesanal inclui panelas e alguidares de variados tamanhos e a modelagem de animais.

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1. Peça utilitária: panela com apliques zoomorfos 2. Peça decorativa: anta 3. Artesã em processo de preparação do barro 4. Peça decorativa: tigela com apliques radiais 5. Peça decorativa: vaso em formato de animal

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Vera Lúcia Andrade Pereira D. Vera começou a participar das Oficinas no final de 2010. Mora praticamente no barreiro, local de coleta do barro, o que facilita a obtenção da matéria-prima para confecção de suas peças. Antes de aderir ao Projeto Educação Ambiental e Patrimonial, já fazia algumas peças para o seu próprio uso. Seu ingresso no grupo lhe proporcionou a troca de experiências com os outros artesãos. Dedica-se principalmente à confecção de panelas.

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1. Artesã em processo de polimento de uma panela 2. Peça utilitária: bule 3. Peças utilitárias: tigelas e cálice

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O Futuro

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O trabalho de resgate e de valorização da arte da cerâmica desenvolvido pelo PEAP não faz referência apenas aos artesãos anteriormente citados, vai mais além. A cada momento são integrados ao grupo novos ceramistas, como Raimunda Ribeiro Pantoja, Eliane de Oliveira Cordeiro, Jociany de Oliveira Cordeiro, Josiana de Oliveira Cordeiro, Alba Constantino Santos, Jonilson Durão dos Santos, Ediene Serrão e Edinelza de Jesus, bem como há o regresso de antigos artesãos que voltam à atividade, assim ocorreu com Aldemarina Dias da Silva e Marinete Gemaque. Além disso, crianças e adolescente são incentivados a participar das Oficinas de Arte e Ciência, formando assim, um ciclo de perpetuação deste conhecimento milenar, transmitido de geração a geração.

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Referências

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BENATTI, José. Helder. Formas de acesso à terra e a preservação da floresta amazônica: uma análise jurídica da regularização fundiária das terras dos quilombos e seringueiros. In: CAPOBIANCO, J. P.R. [et.al](org). Biodiversidade na Amazônia: avaliação e ações prioritárias para conservação, uso sustentável e repartição de benefícios. São Paulo: Estação Liberdade: Instituto Sócio ambiental, 2001. CHAMOTE. In: Dicionário de Cerâmica. Disponível em http://www.ceramicanorio.com/glossario.html. Acesso em 14 de março de 2011. GARCÉS, Claudia Leonor Lopes (org); AZEVEDO, Cristina; OLIVEIRA, Ana Gita de. Proteção aos conhecimentos dos povos indígenas e das sociedades tradicionais da Amazônia, MPEG: Belém, 2007. IBGE, 2011. IBGE Cidades@. Disponível em http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1. Acesso em 10 de janeiro de 2011. MRN, 2009. Levantamento Socioeconomico e Ocupacional dos Municípios do Entorno da MRN. Relatório Final.Curitiba/PR. Julho de 2009. PEQUENO, Eliane da Silva Souza. Mura, guardiães do caminho fluvial. Revista de Estudos e Pesquisas, FUNAI, Brasília, v.3, n.1/2, p.133-155, jul./dez. 2006. Disponível em http://www.funai.gov.br/projetos/Plano_editorial/Pdf/REP3-21/05_Mura_guardiaes_do_caminho_fluvial_Eliane%20Pequeno.pdf. Acesso em: 15 de março de 2011. PILLAR, A.D. (org). A Educação do Olhar no Ensino das Artes. Porto Alegre: Mediação, 1999. REIS. Luiz Guilherme Campos. Educação patrimonial em comunidades quilombolas: o resgate do saber e do saber fazer louça de barro das artesãs da região de Porto Trombe-

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tas-PA. In MOREIRA. Eliane (org). Anais do Seminário Patrimônio Cultural e Propriedade Intelectual: proteção do conhecimento e das expressões culturais tradicionais. Belém: CESUPA/MPEG, 2005

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