Wakula Tete - Proposta Inicial

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AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO 2013


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Ana da Graça Estimado amigo leitor, Está em posse de uma revista produzida e concebida nesta província de todos nós, Tete. Uma publicação que pretende fazer abordagem aos assuntos que mexem com Tete, em particular, e com Moçambique, no geral, se tomarmos em conta que para cá convergem moçambicanos de todas as províncias, estrangeiros dos quatro cantos do Mundo, para investirem e fazerem de Tete sua casa. Quando a ideia de produzir e publicar uma revista que se focalizasse em assuntos da sociedade, dos investimentos, das histórias de viagens, do turismo, do desporto, da forma de estar, viver e ser dos compatriotas em Tete e todas peripécias que aqui acontecem, me chegou às mãos, logo me apercebi que era importante e crucial abraçar o projecto, pois esta se tornaria a cara e o espelho de Tete. Se tornaria num instrumento que daria conhecer ao país e ao mundo a vida, as histórias, o património, os encontros e as paixões que aqui têm lugar. Este é o nosso desafio: contar e cantar a vida e a história de Tete; celebrar a vitória de todos os moçambicanos que aqui vivem, que aqui chegam e daqui vão para o mundo fora; cantar a vida daqueles que de Tete vivem e cultivam o saber, a troca de conhecimentos e experiências; que sentem o verde e contemplam a pastagem em busca de um Moçambique próspero. Um Moçambique que não só se faz do carvão que exportamos, mas igualmente da água que produz a energia na nossa Cahora Bassa, do Capenta, do Pende, do Chicoa, do Cabrito, da batata e do calor de Moatize e do frio de Angónia que nos dão a identidade local e nacional.

Todos esses factos e elementos levaram-nos a várias consultas para melhor encontrarmos o nome que em poucas palavras pudessem descrever Tete de hoje. Foi nesta senda que baptizamos esta publicação com o nome de Wakula Tete conjugado com o lema Nossa Terra, Nossa Gente, que guia a nossa linha editorial. Quero assim convidar o estimado leitor a percorrer dedo-à-dedo, palavra à palavra, texto-à-texto, página-à-página, esta revista que foi feita a pensar em si. DESEJO-VOS UMA BOA LEITURA.

CUMPRIMENTOS CALOROSOS.


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Mariano Quinze Espero que esta a “Wakula Tete, Nossa Terra, Nossa Gente” tenha chegado em vossa mão nas melhores condições de leitura e apreciação. Na verdade ela acaba de sair do forno, bem quente e repleta de informações pertinentes, belas histórias, testemunhos e sonhos. Esta é Revista é um meio de comunicação independente, de publicação trimestral, sem filiações partidárias e que pretende de forma pura e exemplar divulgar informações baseado nos princípios de imparcialidade cujo objecto principal é a divulgação das realizações havidas em Tete, em particular, e em Moçambique, no geral, nas mais variadas áreas da sociedade, turismo, cultura, eventos e economia. A Revista Nossa Terra, Nossa Gente orienta-se pelos princípios deontológicos da comunicação social e pela ética profissional baseado em critérios de rigor profissional e criatividade editorial. Nesta que é a primeira edição trazemos muita informação de interesse geral. Certamente, não deixará de ler a interessante história de desenvolvimento e mudança visível da verdejante e bela Vila do Songo, situado lá nas bandas de Cahora Bassa, cerca de 150km da Cidade de Tete, mil metros acima do nível médio das águas do mar. Porque a nossa linha editorial prima igualmente pela divulgação e preservação do património da província de Tete, publicamos retratos de lugares impressionantes como são os casos de Boroma, centro histórico e religioso bastante importante, Casindiralocal onde as água da albufeira de Cahora Bassa confunde-se com um mar belo e repleto de cor. Devo confessar que nesta primeira edição da Wakula Tete, Nossa Terra, Nossa Gente assistir e registar as imagens da Dança Nyau foi um dos momentos que mais me emocionou e deu-me a certeza e afinco de continuar com esta nobre missão de comunicar Moçambique, comunicar Tete. Senti a beleza e o calor

da dança misturado com um sentimento de agonia e tristeza por ver a cultura nacional a escorrer pelos dedos e a perder-se pela terra sem poder florescer. Ficou gravado nesta revista a história da criação do 7 de Abril, dia da Mulher Moçambicana, contada pela Coronel Marina Pachinuapa combatente da luta de libertação e membro fundador da organização da Mulher Moçambiacana (OMM). A edição inicial contempla algumas dicas úteis para a protecção contra o calor que se faz sentir em Tete e sobre os cuidados a ter para quem trabalha e está exposto por períodos prolongados a zonas de extracção de carvão.

Convictos que a missão de formar e informar uma sociedade é resultado de um conjunto de ideias e da diversidade de visões estamos dispostos à receber sugestões dos leitores através do endereço electrónico mariano.quinze@gmail.com para que possamos melhorar a nossa abordagem sobre os assuntos aqui colocados. Manda-nos igualmente cartas a contar as vossas histórias que na página dedicada ao leitor publicaremos.


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VILA DO SONGO O LUGAR ONDE RESIDE O BRILHO E A CULTURA


A Vila do Songo está localizada na província de Tete, distrito de Cahora Bassa. Este tem como limite, a norte o Distrito de Marávia, a oeste o Distrito de Magoé, a sul o vizinho Zimbabwé, a leste o Distrito de Changara e a nordeste o distrito de Chiuta. De acordo com o Censo de 2007, o distrito tem 89.956 habitantes e uma área de 10.598 km². A língua predominantemente falada em Songo é o Português e o Nhungue considerando que a língua Madema, língua original, foi escamoteada. Se antes caracterizava-se a Vila do Songo pelas temperaturas frescas e por ser um local único onde podia-se apetrechar o rancho, saciando vontades ao encontrar certo de tipo de alimentos e bebidas escassas em outros lugares do país, hoje associamos outros elementos a este lugar que muitos consideram um dos melhores pontos do Província de Tete para visitar, conhecer as suas histórias e relaxar. Hoje, Songo tem a simbologia de ser a segunda Independência de Moçambique por conta da reversão da Hidroeléctrica de Cahora Bassa para o Estado Moçambicano, anunciado a 27 de Novembro de 2007.

Nessa data iniciou um grande desafio para que Songo fosse um lugar que acolhesse a todos de braços abertos sem distinção de cor, raça, etnia e proveniência! Songo torna- se assim num lugar de convergências de destinos.


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Sem sombras de dúvidas que a Vila do Songo é capital nacional da luz, afinal é aqui onde se produz energia hidroeléctrica que ilumina Moçambique. Pode- se facilmente chegar a esta conclusão, bastando que no início da noite vá a Pedra Grande ou Monte Bona donde se consegue ter uma vista aérea do Songo. É como se as estrelas tivessem caído do céu e se fixassem em cada metro quadrado da Vila.

Há luz em todo sítio. As ruas estão completamente as claras, os postes de iluminação pública tomam o seu lugar e dominam as noites e madrugadas do Songo. As casas, lojas, equinas, barracas, restaurantes são directamente alimentadas pela energia da fonte. No entanto, na Vila do Songo, também podem ser vistas e apreciados três monumentos que celebram a cultura local e a história de Cabora Bassa. Logo a entrada deparamo-nos com o Monumento da Reversão, a Praça Armando Emílio Guebuza, erguido no mesmo lugar onde decorreu o comício da reversão. O monumento da reversão é feito em estrutura de betão e alumínio em cinco grandes blocos que corporizam os cinco grupos geradores existente na Central Hidroeléctrica Sul da HCB, sendo que as bases encontram-se mergulhadas numa piscina de águas azuis clara envolvido por verdejantes relva e passeio em betão armada.


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Mais dois monumentos foram erguidos em Songo, obra-prima do conceituado artista plástico Naguib. São os monumentos à Liberdade e Sandawana. O primeiro feito em inúmeros murais com pedra lascada e brilhante contam a história da chegada dos colonos portugueses ao Songo, as missões de repovoamento, a construção de Cahora Bassa, as grandes e longas reuniões da reversão e a conquista de HCB pelos Moçambicanos. A parte frontal é preenchida por um mural com canais de queda de água representado o paredão da Barragem de Cahora Bassa. Por fim ergueu- se aqui uma rotunda com a figura de uma mulher levando consigo, no colo, uma criança, símbolo da liberdade.


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7 DE ABRIL, O NASCIMENTO DO DIA DA MULHER MOÇAMBICANA


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Uma história contada pela Coronel Marina Pachinuapa, combatente da luta de libertação nacional numa palestra concedida na Província de Tete, no âmbito das comemorações do Dia da Mulher Moçambicana, assinalada à 7 de Abril.

CORONEL MARINA PACHINUAPA Na primeira pessoa...

Os nossos filhos devem saber que nestes pais há história, quem faz a história é o homem. É o homem que faz a história! Se a história esta mal ou esta errada isto é outra coisa, o importante é ela estar escrita e registada! Mas a nossa história não esta errada, a nossa história foi a história certa, os nossos filhos devem saber disto. Falar da emancipação da mulher, não é uma anedota, não é uma oferta, por que própria mulher ocupou e conquistou o seu espaço. Na Província de Cabo Delegado, quando começou a luta a FRELIMO e o Presidente Eduardo Mondlane informaram que a nossa luta era de todo o povo moçambicano, sem distinção de cor, raça ou sexo. … Companheiro não foi fácil. Não foi fácil pelo menos na Província onde eu estava a mulher juntar-se ao homem nesta causa. Naqueles tempos não era normal! A mulher era vista como uma peça que deve ficar dentro da casa a tomar conta do marido. Ora vejamos qual era o mal em ser mulher afinal? Ela não tem cabeça para pensar? Não foi fácil.


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Na nossa Província de Cabo Delgado um grupo de 25 meninas, e depois do comité central decidir, porque nós dissemos que queremos os treinos militar dentro do país, mas não era suficiente, e o Presidente do Departamento de DBE era o Samuel Magaia, fez visita em Cabo Delgado em 1967 e nós estávamos lá, treinados e fazíamos rondas, fizemos combate antes de treino militar em Nachingueia. Ele quando voltou para Dar-es-Salam, a reunião de Comité Central, decidiu que aquele grupo das meninas tinha que passar para campo preparação político-militar de Nachingueia. Assim foi feito, em Fevereiro 1967, o grupo de 25 meninas saíram para Nachingueia. Mas ficamos muito tempo na fronteira! Porque no Centro os homens diziam não, as mulheres não podem entrar, elas vão criar problemas. Então perguntamos: - Qual era o problema? Homens: Ah, vamos lutar… - Lutar porque? Homens: Ah, porque na se pode juntar o fogo e capim! Então, Samora disse: Eu não acredito nisso por que grande parte das pessoas, guerrilheiros, saíra de Cabo Delgado. Vocês viveram com essas meninas lá. Contudo, nós tínhamos a nossa base, chamava-se Base Ibo. O chefe chamava-se Filomena Nazaque, eu era a Comissária Política, Palmira Mateus era Secretaria da Base e era

a única pessoa que sabia escrever, o resto das meninas não sabiam escrever. O nosso objectivo não era ciência, mas sim de queríamos mostras que a mulher tinha capacidades. Naquele tempo, onde passávamos a população dizia: Aquelas são meninas são perdidas! juntar-se com os homens? Não, não, não... Não é possível! Agora no Centro de Nachingueia foi um problema muito sério. Existia dois grupos de militares. Um do Samora que dizia que as mulheres devem entrar e outro que dizia que não, que haveriam de criar problemas. Ficamos mais de 2 semanas no Centro. Samora Machel foi a Dar-es-Salam informar Eduardo Mondlane que perguntou porque vão criar problemsa no Centro em Nachingueia e porque não vão criaram problemas em Moçambique. Eduardo Mondlane assumiu e disse, se tivermos problemas, nos vamos resolver os nossos problemas. Na noite do dia 3 de Março, seguiram carros para levar as 25 raparigas para o centro preparação político- militar de Nachingueia, e finalmente saímos da fronteira e chegamos a Nachingueia no dia 4 de Março oficialmente. Eduardo Mondlane apareceu em visita ao Centro de Nachingueia e pediu para falar com o feminino. Perguntou, ao Samora: - São elas? Samora disse sim, e vão para Moçambique. Eduardo


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Mondlane: - elas na vão para Moçambique eu vou mandar ao centro para estudarem. Nós dissemos que não queríamos ir estudar, mas sim ir para a frente de Moçambique. Eduardo Mondlane: - Não, porque em Moçambique tem tropas portuguesas e estão bem equipados e vocês não vão aguentar. E nós dissemos que vamos para lá.

Camarada Eduardo Mondlane não conseguiu nos convencer. A única coisa que o Camarada Eduardo Mondlane disse foi: - Samora? Marina e Filomena Nazaque vão para Dar -es-Salam. Em Dar-es-Salam tinha Instituto Moçambicano, a escola da FRELIMO, onde havia muitos jovens, homens e raparigas.

E eu perguntei a Filomena Nazaque o que havia naquela escola? Ela respondeu que naquela escola tem muitos problemas. Havia um padre português, chamado Guanguel que estava lá e fazia agitação no instituto Moçambicano. Tínhamos de dar uma palestra lá. Quando voltamos do campo de Congo, à tardinha, na residência onde estávamos hospedadas, apareceram duas meninas. Chegaram e cumprimentaram-nos. Uma delas, chamada Augusta era de Cabo Delgado, e outra era a Josina. Josina disse: - Eu não dormi por causa daquela vossa palestra, digam vosso chefe (referindo o Samora Machel) que quero ir para Nachingueia. Nos dissemos que não, nos não viemos para tirar um aluno que esta a estudar, a FRELIMO está para formar quadros gerais que vão servir país. Estudem, acabem e depois podem ir para Nachingueia. De noite veio o camarada Samora, nós informamos que tinha vindo duas meninas, uma chamada Augusta e outra Josina. Queriam ir a Nachingueia. Regressamos para Nachingueia. Uma semana depois recebi uma carta escrita pela Josina. A carta dizia que a ela queria ir a Nachingueia treinar e que não queria continuar a estudar! Eu vi a carta e dentro da carta enviou também


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uma fotografia meio corpo escrito: “Irmã Marina nessa revolução, gostaria que estivéssemos juntos”. Dois meses depois, Samora Machel disse eu me preparar para ir à Cabo Delgado, onde seria a comandante do Destacamento feminino. Eduardo Mondlane havia concedido uma bolsa a Josina Machel para estudar na Suíça. Mas ela recusou. Josina largou os livros e foi para Nachingueia. Camaradas, sinceramente, sinceramente quem hoje em dia pode deixar de estudar para ir na mata fazer guerra? Canto: Josina nacupenda… Josina deixou de estudar, querendo ir para Nachingueia treinar. Quis ir ao Cabo Delgado onde havia guerra. Onde não conhece a ninguém. Viu a Marina uma única vez. Que tipo de coragem é essa? Que tipo de coragem essa menina teve? A única menina do sul que disse “eu vou para treinar e vou para Cabo Delgado”. Em 1968, sob comando de Raimundo Pachinuapa organizei o meu grupo de destacamento feminino para receber Josina na fronteira. Sabem ela é orgulho do povo e da mulher moçambicana. A Josina veio ao Cabo Delgado para trabalhar comigo. A única mulher vinda do sul dos pais para além dos homens. As nossas camas estavam bem ao lado uma da outra. Nós ficamos amicíssimas, aliás eu era a única pessoa que ela conhecia. Saímos para o congresso, em Niassa, voltamos e Josina começa a namorar, aliás outras coisas não vou dizer… Nos tínhamos a nossa casa em Nachingueia, dormíamos juntos. Então ela disse - Marina sabe o que o chefe me disse? Eu disse: não sei!.. Josina: Ele disse que gosta de mim. - E agora o quê você disse

(risos…)? A camarada Josina, na organização do destacamento feminino, empenhou-se. Josina trabalhou com o destacamento feminino. Era uma menina muito dinâmica, muito aberta. A Josina pediu-me para ser a sua madrinha, mas de repente fui solicitado por Samora para eu e Chipande sermos os seus padrinhos e Janeth Mondlane com Manave serão padrinhos da Josina, eu disse o chefe é que manda, e assim foi. Nos tínhamos um problema muito sério no interior do país: tínhamos infantários. Na minha Província tínhamos um grupo de senhoras. Durante a guerra, mandávamos crianças órfãs para Mutuare, mas as crianças morriam. No fim nós decidimos sermos nós mesmas a tomar conta das crianças em Cabo Delgado. O destacamento feminino, mobilizava a população para carregar material, tomar conta das crianças e produzir para os nossos combatentes terem comida. A camarada Josina tão forte como era, dissemos que ela seria a nossa representante no exterior. Teria de falar sobre a mulher moçambicana, as dificuldades e os avanços da guerra em Moçambique. Ela era responsável pelos assuntos sociais. Em Tonduro nós tínhamos um centro onde tínhamos forças militares e crianças órfãos. Era lá onde Josina residia e teve o seu primeiro filho. Ela ficou doente fez um tratamento em Dar-es-Salam onde tinha um bom hospital. Mas, mais tarde a direcção da FRELIMO viria a decidir que ela deviria continuar com os tratamentos em Moscovo. Josina foi a Moscovo fazer tratamento e fico melhor. A receita dada pelos médicos em Moscovo, dizia que


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mamos a direcção da FRELIMO que decidimos criar a Organização da Mulher Moçambicana (OMM). Essa organização será criada em homenagem a nossa colega e companheira Josina Machel. Dia 7 de Abril, deverá ser o Dia da Mulher Moçambicana. Foi assim que nós mulheres, que fizemos parte do destacamento feminino, decidimos e criamos o Dia da Mulher Moçambicana, no dia 16 de Março de 1967, em Tonduro, na primeira Conferencia da Mulher Moçambicana. E dissemos que esta data toda mulher moçambicana tem que dar o valor e que o nosso símbolo é a Josina Machel. Dia 7 de Abril e o dia da mulher Moçambicana, e dia em que a nossa camarada Josina Machel perdeu a vida. Então a Josina Machel, foi uma Mulher que entregou a vida para libertar o país. devia comer carne fresca, leite, e ovos. Josina voltou a Dar-es-Salam e colocou a receita na mesa da direcção máxima da FRELIMO. A Direção da FRELIMO disse que não havia problema e que haveria de criar condições como tem criado para tantas outras receitas segundo indicação do médico. Depois de algumas viagens de trabalho em Niassa outros infantários, da a apreocupação que ela tinha com as crianças, Josina regressou para Tonduro. Ela volta para Tanzânia e eu continuei com meu trabalho. Depois de duas semanas, de manhã enquanto escutava rádio para ouvir noticiário ouvi que a camarada Josina tinha perdido a vida em Dar-es-Salam. Parti em direcção a Tanzânia. Fui à Nachingueia Antes, quando Josina sentiu que não ia aguentar, disse: - Camaradas eu quero que vocês continuem a cuidar das crianças, mobilizar as mulheres, e tomar conta do meu filho e meu Marido! - Josina morre! Pena porque não consegui acompanhar o funeral da Josina, já havia sido enterrada. No dia seguinte, os camaradas Samora Machel, Emílio Guebuza, Marcelino Dos Santos e toda direcção da FRELIMO acompanharam- me até a campa da Josina Machel. Para nos do destacamento feminino aquilo ficou na memória. E mesma coisa que perder alguém da família que amamos, seja mãe ou avo, e difícil o nome ficar apagado! Nós éramos mulheres armadas e militares. Mas temos mulheres que carregam material e produzem comida para militares irem a guerra, então porque essas mulheres não podem também discutir problemas entre elas? Nós, destacamento feminino, com a nossa vontade, infor-

Em poucas palavras diria: É um grande orgulho para nós as mulheres moçambicanas, nos temos boa e bonita história. Actualmente algumas mulheres dizem, nos queremos espaço. Espaço conquista-se. Não é oferta, parte do reconhecimento do trabalho da mulher. Por isso é orgulho para a mulher. E desta forma termino as minhas palavras!


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