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DO
língua portuguesa cadernos
2 ANO º
2º BIMESTRE
CADERNO DO PROFESSOR
LÍNGUA PORTUGUESA 2 ANO º
2º BIMESTRE ESTE MATERIAL FOI ELABORADO COM A PARTICIPAÇÃO DOS EDUCADORES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE SALVADOR
SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO - SMED Antonio Carlos Peixoto de Magalhães Neto Prefeito Guilherme Cortizo Bellintani Secretário Teresa Cozetti Pontual Subsecretária Marília Castilho Diretora de Orçamento, Planejamento e Finanças Joelice Braga Diretora Pedagógica Gilmária Ribeiro da Cunha Gerente de Currículo Luciene Costa dos Santos Gerente de Gestão Escolar Neurilene Martins Ribeiro Coordenadora de Formação Pedagógica Alana Márcia de Oliveira Santos Supervisora do Ensino Fundamental I Ionara Pereira de Novais Souza Coordenadora Pedagógica do Ensino Fundamental I Parceria Técnica
INSTITUTO CHAPADA DE EDUCAÇÃO E PESQUISA Cybele Amado de Oliveira Presidente Claudia Vieira dos Santos Secretária Executiva e Vice-Presidente Cybele Amado de Oliveira, Diretoras Eliana Muricy e Fernanda Novaes Elisabete Monteiro Coordenadora Pedagógica do Projeto EQUIPE DE LÍNGUA PORTUGUESA Débora Rana e Renata Frauendorf Coordenadoras Andréa Luize, Carla Tocchet, Sistematizadoras Dayse Gonçalves, Érica Faria e Marly Barbosa Telma Weisz Parecerista EQUIPE DE MATEMÁTICA Priscila Monteiro e Ivonildes Milan Coordenadoras Ana Clara Bin, Ana Flávia Alonço Sistematizadoras Castanho, Ana Ruth Starepravo, Andréa Tambelli e Camilla Ritzmann Patricia Sadovsky Parecerista
EQUIPE DE EDIÇÃO Paola Gentile
Coordenadora
Denise Pellegrini
Redatora-Chefe
Beatriz Vichessi, Ferdinando Casagrande, Gabriel Pillar Grossi, Ricardo Falzetta e Ricardo Prado Sidney Cerchiaro (Coordenador), Eduardo Teixeira Gonzaga, Manrico Patta Neto, Rosi Ribeiro Melo e Sueli Mazze EQUIPE DE DIAGRAMAÇÃO Marcelo Beltrame Camila Cogo Ana Cristina Tohmé, Cleiton Barcelos, Ed Santana, Fabricio Vargas, Marcelo Barros, Olivia Ferraz e Victor Casé Ale Kalko Davi Caramelo
Editores
Revisores
Tramedesign Produtor Executivo Diretora de Arte e projeto gráfico Designers
Capa e ilustrações Ilustrações de abertura
Agradecemos a todas as instituições e pessoas que contribuíram para a elaboração deste caderno com conteúdos, imagens, produções culturais e, em especial, aos educadores da rede municipal de Salvador, que participaram de todo o processo. 2016 Todos os direitos desta edição reservados à SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO DE SALVADOR Avenida Anita Garibaldi, 2981 – Rio Vermelho 40170-130 Salvador BA Telefone (71) 3202-3160 www.educacao.salvador.ba.gov.br Os textos extraídos de sites, blogs e livros foram adaptados conforme as regras gramaticais e as novas regras de ortografia.
Ă?NDICE como trabalhar com as sequĂŞncias
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Personagens do folclore
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leitura de gibis e tirinhas
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bloco de leitura e escrita
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SONDAGEM
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gestão do tempo
como trabalhar com as sequências e bloco
Assim como no primeiro bimestre, este caderno também é composto por três grandes propostas: as sequências Personagens do folclore e Leitura de gibis e tirinhas e um Bloco de leitura e escrita. Elas também estão dispostas de modo linear, mas a sugestão é que você mantenha o modelo de trabalho já sugerido no bimestre passado. Ou seja, intercale as atividades para que os conteúdos de cada sequência e do bloco estejam presentes na rotina diária. As necessidades de aprendizagem a serem garantidas seguem as mesmas nessa fase de alfabetização. Por isso, é importante convidar a criança a ler e a escrever todos os dias. Reserve pelo menos 30 minutos diários para atividades que contemplem esse conteúdo. O Bloco de leitura e escrita será bastante proveitoso para esses momentos, pois as atividades focam na reflexão sobre o sistema de escrita, com a escrita de
Raissa Duarte Santiago EM Xavier Marques
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nomes de bichos. Utilize-as em pelo menos duas aulas por semana. Além dele, há uma sequência em que os alunos irão conhecer mais sobre os personagens do folclore brasileiro, escreverão fichas técnicas a respeito dos que são mais apreciados pela turma e produzirão um álbum de personagens folclóricos. As discussões sobre como escrever melhor contribuirão para a reflexão sobre a linguagem escrita e esse tipo de trabalho precisa estar presente na rotina em três aulas semanais. Por fim, Leitura de gibis e tirinhas dá sequência ao trabalho de formação do leitor literário iniciado no bimestre passado. A base agora será a obra de Antonio Cedraz. Além de ler as tirinhas da Turma do Xaxado com o objetivo de apreciá-las e observar a presença do humor e as características dos personagens, a proposta contempla a ampliação de repertório com outros personagens e valoriza a leitura de gibis, com histórias mais longas. Trabalhe essa sequência pelo menos uma vez na semana. O caderno ainda contempla atividades permanentes como leitura em voz alta feita por você todos os dias e roda de leitura, que pode acontecer uma vez por semana ou quinzenalmente. As orientações para essas atividades encontram-se detalhadas no material. O quadro abaixo traz uma sugestão de rotina de uma semana de aula:
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Leitura em voz alta pelo professor
Leitura em voz alta pelo professor
Leitura em voz alta pelo professor
Leitura em voz alta pelo professor
Leitura em voz alta pelo professor
Bloco de leitura e escrita
Personagens do Folclore
Bloco de leitura e escrita
Personagens do Folclore
Personagens do Folclore
Leitura de gibis e tirinhas
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Roda de leitura com gibis
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personagens do folclore pág. 6
tificar os possíveis problemas, ouvir a leitura, dar e ouvir dicas, recorrer a modelos etc.) e recursos (uso de asteriscos, chaves etc.) de revisão. • Avancem na compreensão do sistema de escrita, aproximando-se da escrita convencional. • Compreendam o uso dos adjetivos nas lendas. • Preocupem-se com o destinatário dos textos ao longo do processo de produção textual. • Organizem a edição final considerando o portador.
TEMPO ESTIMADO • 25 aulas.
material
• Livros de lendas brasileiras.
produto final
• Galeria ou álbum com personagens do folclore.
INTRODUÇÃO
COM ESTA SEQUÊNCIA, ESPERA-SE QUE OS ALUNOS • Ouçam e apreciem lendas. • Analisem lendas bem escritas a fim de conhecer como os personagens são descritos, como seus costumes são revelados, a forma como o narrador se refere a eles no relato, os cenários, os
objetos que possuem e suas missões. • Produzam fichas técnicas sobre personagens de lendas fazendo uso dos comportamentos gerais do escritor: planejar, textualizar, revisar e editar. • Revisem textos com base nas orientações do professor. • Ampliem o conhecimento sobre as estratégias (ler o texto de forma a iden-
O desafio de estimular a reflexão sobre a linguagem escrita iniciado no primeiro bimestre terá continuidade com o gênero lenda. A ideia é que as crianças aprendam selecionando curiosidades dos personagens do folclore brasileiro para montar uma galeria ou um álbum. Produzir uma galeria ou um álbum de personagens implica em reconhecer os alunos como leitores e escritores mesmo antes de lerem e escreverem convencionalmente. Embora estejam no 2o ano e apresentem pouca experiência nessas situações, eles já podem adotar procedimentos que todo leitor e escritor competente utiliza ao ler e produzir textos para um destinatário real. Isso os coloca em posição privilegiada quando o que está em jogo é aprender a ler e a escrever. 2º BIMESTRE
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As lendas foram escolhidas por integrarem o universo infantil. São histórias de tradição oral transmitidas de geração em geração que misturam realidade e ficção para explicar acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais. Durante o trabalho com elas, será possível perceber como os autores caracterizam os personagens, favorecendo a reflexão sobre conteúdos importantes, como os adjetivos. No processo de coleta de dados para o álbum, os alunos produzirão fichas sobre os personagens estudados (veja um modelo no final deste texto). Terão, portanto, de aprender a organização discursiva das fichas. Isso os fará refletir sobre a linguagem escrita ao descrever o personagem, por exemplo, e também sobre o sistema notacional quando se depararem com o desafio de pensar sobre quantas, quais e em que ordem deverão usar letras para escrever o nome dos personagens ou descrevê-los. Ao longo da sequência, eles terão oportunidade de ler numerosas obras narrativas que incluem os personagens, bem como participar de conversas em que se promovam comparação e análise de características deles. Esses momentos acontecerão principalmente na etapa 2, reservada para ampliação de repertório. Atreladas a eles, a sequência propõe situações didáticas em que as crianças terão de ler e escrever por si mesmas. O objetivo é potencializar discussões a respeito do sistema de escrita. São atividades como escrita do nome dos personagens, de listas com os atributos que os caracterizam, de notas e quadros comparativos e de pequenas descrições. Avalie a necessidade de mais investimento nessas situações, incluindo em sua rotina outras semelhantes. É fundamental adequar as propostas aos conhecimentos da turma. Você pode ampliar os desafios para os que já apresentam escrita alfabética, pedindo que leiam os textos, tenham atenção na segmentação do texto em palavras, escrevam determinadas palavras de modo
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convencional, e incluam nas revisões aspectos ortográficos já observáveis. Outras orientações didáticas importantes: • Leia em voz alta para a classe pelo menos duas versões de cada lenda. Isso permite maior conhecimento em relação ao gênero e também sobre os personagens estudados. • Suas intervenções têm papel de destaque. Em geral, são feitas em tarefas em que os alunos não atuam com autonomia. Releia trechos das lendas, mostre descrições que aparecem na história quando não forem percebidas, ressalte algum recurso linguístico utilizado, volte para o escrito para revisar e ofereça ajuda para resolver os problemas enfrentados na produção de texto, entre outros. • É essencial analisar a lenda antes de lê-la em sala de aula. • Mantenha o critério de agrupamento por competências próximas. Isso significa formar duplas com hipóteses de escrita semelhantes, por considerar que
a interação entre elas proporciona maior reflexão sobre o conteúdo e também avanço na aprendizagem. Para isso, consulte a sondagem no final do caderno. • Durante a produção do álbum, os alunos devem consultar os textos intermediários, escritos ao longo da sequência com notas do estudo sobre os personagens, e também os originais para recuperar informações e outras maneiras de descrever o personagem. • Ao editar o produto final, as ilustrações e as fichas técnicas devem ser cuidadosamente revisadas por todos. Este trabalho pressupõe que as crianças conheçam álbuns de personagens e saibam organizar um para o destinatário escolhido. É possível escolher o portador num formato de álbum que se assemelha a um livro ou montar uma galeria nos murais da escola com as ilustrações e informações sobre os personagens estudados. Escolha o produto final em conjunto com a turma. Confira um exemplo de ficha técnica como as que serão produzidas:
Ficha técnica
Boto
Características físicas
O que gosta de fazer
Curiosidades
(Reserve este espaço para eventuais tópicos que os alunos achem importante acrescentar.)
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quadro de organização da sequência Etapas 1
Apresentação do trabalho
Atividades 1A Roda de conversa 1B Escrita de nomes de personagens 2A Agenda de leituras 2B Registro das características dos personagens 2C Leitura de índice 2D Conhecendo o Boitatá 2E Curupira existe? 2F Conhecendo o Curupira 2G Conhecendo o Saci
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Ampliação de repertório
2H Personagens conhecidos 2I Conhecendo Iara I 2J Conhecendo Iara II 2K Descubra o personagem I 2L Descubra o personagem II 2M Análise do uso de algumas palavras 2N Escrita de características de personagens 2O Roda de conversa
3A Conhecendo álbuns e fichas técnicas 3B Vamos organizar um álbum? 3C Leitura de descrição do Boto 3D Planejamento da escrita 3
Produção escrita
3E Ditado ao professor 3F Revisão 3G Planejamento para a produção em duplas 3H Escrita em duplas de ficha técnica de um personagem 3I Revisão
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Edição
4A Produção do álbum 4B Avaliação do trabalho
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ETAPA 1 – Apresentação do trabalho O objetivo da primeira etapa é apresentar o trabalho e motivar os alunos para o estudo. Inicie a apresentação
em uma roda de conversa e ofereça material sobre os personagens do folclore. Para tanto, podem ser utilizados livros, imagens, depoimentos de pessoas, vídeos etc.
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1A Roda de conversa Leia o texto introdutório da atividade e questione: “Quais personagens de lendas vocês conhecem?”; e ”O que sabem sobre eles?”. Explique aos alunos que várias lendas serão lidas para que eles aprendam as características físicas e psicológicas de personagens do folclore brasileiro. Se for possível, escreva em um cartaz as etapas que serão percorridas. Assim a turma pode participar efetivamente da sequência, colaborando com sugestões sobre as propostas e controlando o tempo do trabalho. É fundamental informar que o grupo vai escolher um destinatário, a quem será apresentado o estudo ao final do bimestre. Essa decisão precisa ser tomada logo no início do trabalho para orientar possíveis escolhas ao longo da sequência.
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1B Escrita de nomes de personagens A escrita de nomes de personagens do folclore tem por objetivo provocar a reflexão sobre o sistema de escrita. Divida a sala em dois grupos. No primeiro, duplas de alunos com escrita alfabética devem fazer a atividade 1B no caderno. No segundo, as crianças que ainda não escrevem de forma alfabética vão usar letras móveis para escrever o nome de um personagem que você irá ditar. Elas também devem trabalhar em duplas. Quando o segundo grupo tiver terminado a atividade, chame uma dupla que tenha produzido escrita silábica para escrever no qua-
dro. Ela deve reproduzir o nome do personagem indicado da forma como escreveu com as letras móveis. Em seguida, peça que as crianças leiam o que escreveram indicando cada parte da palavra. A orientação para retomar a escrita lendo o que escreveram permite um tipo de análise que, além das letras iniciais e finais, vai para dentro da palavra. Esse é o desafio para que os alunos com escrita silábica avancem. Em seguida convide outra dupla para escrever no quadro logo abaixo da primeira escrita. Essa escolha não é aleatória. Deverá se basear na sua observação sobre as escritas produzidas
pela dupla e por cada criança. Ao fazer o registro no quadro, uma criança que ainda não compreendeu o funcionamento do sistema de escrita pode colocar em jogo seus saberes, confrontando-os com o registro feito antes do seu, principalmente ao dialogar com um colega que pensa diferentemente dele. Ao chamar a segunda dupla, oriente o debate: “Os colegas escreveram o nome do personagem dessa forma. Vocês concordam?”. Em seguida, peça que a dupla converse e escreva novamente embaixo da escrita anterior. O objetivo não é chegar a uma escrita convencional, e sim promover uma discussão que contribua para a reflexão sobre o funcionamento do sistema de escrita. Releia as orientações do caderno do primeiro bimestre (atividade 3C da sequência Brincadeiras cantadas). No dia seguinte, retome a atividade com os alunos com escritas não alfabéticas. Desta vez, porém, informe três nomes diferentes do trabalhado no dia anterior (a ideia não é que copiem, e sim que possam usar procedimentos e conhecimentos que circularam durante a escrita no quadro). Peça que as duplas escrevam primeiramente com as letras móveis para depois copiar no caderno. Incentive todos a resolver com o colega quais letras usar, quantas e em qual ordem. Enquanto isso, retome as listas feitas pelo grupo com escrita alfabética no dia anterior e selecione os nomes dos personagens que apresentem questões ortográficas, tais como Saci-Pererê, Mula sem Cabeça e Lobisomem. Promova uma discussão sobre essas palavras, mesmo que não tenham surgido nas listas, pois elas trazem bons problemas ortográficos para pensar. 2º BIMESTRE
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ETAPA 2 – Ampliação de repertório A segunda etapa da sequência possui um duplo objetivo. Por um lado, apresentar características, costumes e origens dos personagens folclóricos para ajudar na produção das fichas técnicas. E, por outro, familiarizar as crianças com as lendas que trazem informações sobre esses personagens. Para garantir a ampliação de repertório, é importante que você leia várias lendas por um determinado tempo, até que o grupo conheça boa parte dos personagens folclóricos. Faça as leituras pelo menos três vezes na semana. Preparar-se para a leitura é fundamental para a boa realização das atividades. Não se esqueça de considerar os três momentos que você conheceu na sequência Seguir um autor do caderno do primeiro bimestre: Antes da leitura • Inicie perguntando aos alunos se eles já ouviram a lenda. Como a conheceram? Ela foi lida ou apenas contada para eles? • Pergunte se conhecem outras lendas. Indique, entre as citadas por eles, quais você irá ler. • Questione sobre os personagens, se já ouviram falar sobre eles e incite-os a comentar o que sabem. • Para os que não conhecem a história, peça que antecipem as características do personagem pelo nome. Isso, às vezes, pode ajudar. • Converse sobre o fato de esses textos serem de tradição oral e explique que isso significa que são histórias contadas de geração em geração. Por isso, podem ter variações em outras regiões do país. • Priorize nesses momentos a leitura nos livros. É uma ótima oportunidade para explorar com a turma as informações da capa, que podem ajudar a antecipar o que será encontrado no texto. Como também informar o nome do autor e do ilustrador e ampliar o leque de autores e ilustradores conhecidos. • Por fim, lembre-se de que o objetivo é
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construir uma relação entre as crianças e o texto de modo que elas se interessem por ouvi-lo. Durante a leitura • Prepare-se para ler com ritmo e volume de voz adequados às circunstâncias do relato. • Evite fazer interrupções para explicar o significado das palavras. A maioria pode ser compreendida pelo contexto e não interfere de maneira significativa na compreensão global do texto. • Com sua atitude, mostre que estar atento ao texto facilita o entendimento daquilo que não se sabe. Só pare a leitura, portanto, por motivos que de fato comprometam a compreensão. Depois da leitura • Converse com os alunos sobre as impressões que tiveram: “O que mais chamou a atenção?”; “O personagem era conhecido?”; “Descobriram algo novo a respeito dele?”; “Gostaram da lenda?”; e “Conhecem algum causo com esses personagens?”. • Promova também discussões relacionadas ao gênero lendas, comparando diferentes versões de uma mesma história. Ressalte as descrições dos personagens e as partes em que são narrados os causos e questione sobre a veracidade deles. Alguns livros podem ajudar na ampliação de repertório do grupo: • Viagem pelo Brasil em 52 histórias, Silvana Salerno, Ed. Companhia das Letrinhas. • Meu livro de folclore, Ricardo Azevedo, Ed. Ática. • Folclore vivo, Herberto Sales, Ed. Bertrand Brasil. • Quatro mitos brasileiros, Monica Stahel, Ed. Martins Fontes. • Bazar do folclore, Ricardo Azevedo, Ed. Ática. • Como nasceram as estrelas – doze lendas brasileiras, Clarice Lispector, Ed. Rocco. • Um saci no meu quintal – Mitos Brasileiros, Monica Stahel, Ed. Martins Fontes.
• Mitos – O folclore do mestre André, Marcelo Xavier, Ed. Saraiva. • Os incríveis seres fantásticos, Samir Meserani, Ed. FTD. • Armazém do folclore, Ricardo Azevedo, Ed. Ática. • O saci, Monteiro Lobato, Ed. Brasiliense. Além dos personagens dos livros citados, outros podem ser apresentados, tais como a Cuca, o Bumba-meu-boi e o Bicho-papão. A internet também pode ajudar na ampliação de repertório. Vídeos da série Juro que vi, disponibilizados gratuitamente no YouTube, contam 22 histórias do nosso folclore, entre elas as lendas da Iara, do Curupira, do Boto, da Mula sem Cabeça e do Saci – as mais importantes para esta sequência. Se decidir exibir os vídeos, não deixe de fazer relações entre as informações obtidas por meio da leitura das lendas e as apresentadas na série. Para tanto, pergunte: “As características físicas dos personagens sobre os quais lemos nas lendas parecem com os mostrados nos vídeos?”; “Tem algo de diferente?”; e “E de semelhante?”. Confira o link dos vídeos no quadro Quer saber mais?.
quer saber mais? • Vídeos da série Juro que vi com animações sobre os seguintes personagens do nosso folclore: Iara (https://goo.gl/USXWh8), Curupira (https://goo.gl/52eHUA), Saci (https://goo.gl/Vm8oGN), Boto (https://goo.gl/e2G4MD) e Mula sem Cabeça (https://goo.gl/ KFhMLc), acessos em 10/2/2016
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2A Agenda de leituras A organização de uma agenda de leitura auxilia na aprendizagem porque, além de registrar e marcar um percurso leitor, ela é uma ótima oportunidade para os alunos pensarem em como se escrevem os títulos dos livros lidos. As orientações para a organização das duplas também são importantíssi-
mas para esse momento. Ao planejá-las, tenha como apoio o mapa de sondagem da sala. Como já explorado no caderno do primeiro bimestre, esta é uma função desse instrumento: apoiar o planejamento de duplas que se tornem potentes diante da tarefa de pensar a melhor forma de escrever os títulos. Veja a seguir as possibilidades de
trabalhar a escrita e explore ao máximo cada uma delas, cuidando para organizá-las em dias diferentes, especialmente para as crianças que não escrevem alfabeticamente: • Escrita coletiva dos títulos lidos Essa proposta já foi realizada na atividade 1B deste caderno e no caderno do primeiro bimestre, na atividade 3C da sequência Brincadeiras cantadas. • Escrita em dupla dos títulos lidos A vantagem do agrupamento é possibilitar a interação entre os alunos, permitindo maior reflexão sobre o sistema de escrita. Para isso, peça que escrevam juntos o título do livro, sendo que um escreve e o outro contribui ditando e discutindo como pensa que podem ser escritas as palavras. • Escrita individual dos títulos lidos Oferecer momentos de escrita individual, mesmo para os que não escrevem alfabeticamente, é uma premissa do trabalho quando se respeitam os saberes infantis. Pode também ser ótima oportunidade de fazer intervenções pontuais com algumas crianças, aquelas que você julga que precisam de mais ajuda. • Leitura em dupla dos títulos dos livros lidos A atividade de leitura pode consistir em distinguir um título lido de outros que você ainda não leu. Essa proposta pode configurar um desafio, principalmente para os que ainda não leem convencionalmente. Para eles é necessário restringir o número de títulos e oferecer o contexto verbal, ou seja, dizer o que está escrito e pedir que localizem o título que se busca. Para os que estão iniciando a leitura convencional, pode-se pedir que localizem um título numa pequena lista. Sobre esse assunto, releia o artigo ?Dónde dice, qué dice, cómo dice? Una situación didática para poder leer antes de saber leer!, de Mirta Castedo, indicado na página 20 do caderno do primeiro bimestre (http://goo.gl/PglrTa), acesso em 19/2/2016. 2º BIMESTRE
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2B Registro das características dos personagens Peça que a turma tome nota das informações curiosas após a leitura, ou conjunto de leituras, sobre cada um dos personagens. Essa proposta pode ser
realizada por meio do ditado ao professor e se concentrar nas características principais de cada personagem. Os alunos ditam o texto e você, ao escrever, serve como modelo de escritor. Depois de uma ou duas tabelas pre-
enchidas, forme duplas e proponha o preenchimento da tabela para socializarem com todos em seguida. Nesse caso, uma criança dita e a outra escreve. A divisão das funções é importante para que todos trabalhem efetivamente. Ao final das leituras, o quadro completo de personagens do folclore poderá ser exposto nos murais da escola e servirá como apoio na hora de produzir as fichas técnicas. Segue uma sugestão de tabela para você reproduzir no quadro, ou em um papel a ser fixado no mural, para ser preenchida com tudo o que os alunos já sabem sobre cada personagem.
escrita e está atrelada a um propósito comunicativo claro: procurar o nome do personagem sobre o qual se quer
conhecer mais. Nesse caso, o Boitatá. O livro Um saci no meu quintal – mitos brasileiros, de Monica Stahel (Ed. Martins Fontes), foi escolhido porque o sumário usa somente o nome dos personagens, sem iniciar com artigo. E também porque traz três personagens que começam com a letra B. Isso obriga o deslocamento da observação dos extremos para o interior da palavra. O Boto pode logo ser descartado por terminar com a letra O, mas Botija e Boitatá apresentam as letras inicial e final iguais. Torna-se necessário, então, observar o que existe entre a primeira e a última letra. Promover uma boa discussão, pedindo que os alunos pensem, justifiquem e comparem respostas, permitirá uma reflexão sobre a ordem das letras e quais delas aparecem na palavra Boitatá. Forme duplas de crianças que apresentam conhecimentos próximos sobre o sistema de escrita, pois isso favorece o processo de reflexão.
Personagem Características Curiosidades
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2C Leitura de índice A leitura de índice ou sumário contribui para a reflexão sobre o sistema de
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planejadas previamente por você. A depender da competência leitora da turma, pode-se indicar a leitura individual, seguida de uma conversa coletiva a respeito das impressões sobre a lenda. A proposta, nesse caso, não é apenas avaliar a compreensão com perguntas. Ela é uma oportunidade de os alunos se depararem com um texto e prosseguirem sozinhos, arriscando-se, mesmo que ainda não se sintam totalmente capazes. Criam assim certa autonomia em situações como essas. Seu papel é apoiá-los e garantir, depois, uma conversa em que cada um socialize impressões e comentários a respeito do que foi lido, pois é assim que se tornam bons leitores. Além de conversar sobre o personagem ao final da apresentação da história, explore o texto chamando atenção para as características físicas do Boitatá. Retome trechos que ressaltam tais aspectos. Focar a discussão na missão dele pode ser interessante para os alunos compreenderem a relação entre como ele é e o que costuma fazer. No texto que aparece no seu caderno estão destacadas sugestões de palavras que podem ser exploradas por você. As palavras circuladas na cor azul qualificam o personagem. Coloque o texto no quadro e grife ou circule as palavras que caracterizam os personagens sobre os quais vocês discutirem. Ao finalizar as leituras sobre o Boitatá, preencha uma tabela como a sugerida na atividade 2B.
quer saber mais? 2D Conhecendo o Boitatá A leitura da lenda do Boitatá faz parte da rotina de trabalho cujo objetivo é ampliar o repertório dos alunos. Ela deve constar da agenda preparada pela turma na atividade 2A.
Leia em voz alta e proponha também a leitura colaborativa, pedindo que os alunos acompanhem com o texto em mãos para compartilhar os diferentes sentidos atribuídos a ele, com base nas perguntas da atividade e em outras
• No site Cirandando Brasil, a artista Nairzinha apresenta outra versão da lenda do Boitatá (http://goo.gl/ TgISNZ), acesso em 10/02/2016 2º BIMESTRE
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2E Curupira existe? Para esta atividade foram selecionados alguns causos de habitantes da Bahia que juram ter visto um Curupira. A proposta é realizar a leitura e comentar
sobre o relato de seu João e de dona Ivete. Ouça o que a classe tem a dizer. Pergunte: “Vocês acreditam na existência desses personagens?”. Você deve compartilhar sua opinião, mas com o
cuidado de não ser taxativo e tomar como verdade o que você pensa. Deixe a dúvida no ar, para que as crianças tomem a decisão de acreditar ou não. Criar um suspense antes e depois da leitura atrai ainda mais a atenção delas. Essa proposta pode ter vários desdobramentos. Um deles é incentivar a turma a descobrir outros causos entre parentes, vizinhos e até funcionários da escola. Pode ser proveitoso realizar uma pesquisa com os familiares para saber mais. Se achar interessante, você pode instituir na rotina semanal um momento para uma roda de causos, na qual os alunos contarão o que seus familiares ou amigos relataram. Para isso, será importante que eles sejam fiéis às histórias e que contem com o máximo de detalhes. Se na comunidade escolar alguém conhecer algum causo, convide a pessoa para uma roda de conversa.
Isabelle Conceição da Silva EM Irmã Dulce
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2F Conhecendo o Curupira Aqui o objetivo é ampliar o repertório com a leitura de duas versões da lenda do Curupira. No Caderno do aluno consta uma versão escrita pela artista Nairzinha e a segunda versão a ser lida pode ser escolhida por você, considerando a qualidade literária. Você pode encontrá-las em dois dos livros indicados na introdução desta etapa, na página 12: Via-
gem pelo Brasil em 52 histórias (Silvana Salerno, Ed. Companhia das Letrinhas) e Um Saci no meu quintal – mitos brasileiros (Monica Stahel, Ed. Martins Fontes). Caso não tenha os títulos indicados, procure a lenda em outros livros no acervo da escola ou da biblioteca pública mais próxima. Tome o cuidado apenas de evitar versões com enredo empobrecido e informações muito resumidas.
Elas não serão de grande ajuda na tarefa de ampliar e enriquecer o conhecimento e o repertório da turma. Na conversa apreciativa que segue a leitura, procure enfatizar na resposta que as lendas são histórias de tradição oral, por isso há diferentes versões e elas mudam conforme a região em que são contadas. A atividade propõe ainda a escrita de três características físicas do Curupira e a criação de um desenho que o represente. Para desenhar, as crianças devem ter como apoio as descrições encontradas nas lendas. Oriente-as para que sejam o mais fiel possível ao texto. Os desenhos devem ser feitos individualmente. Já para a escrita das características, organize o trabalho em duplas e deixe que escolham o que escrever. Faça intervenções que contribuam para a escrita das palavras. Para os alunos com escritas não alfabéticas, você pode propor a escrita coletiva (releia orientações na página 22 do Caderno do professor do primeiro bimestre) de uma característica. As demais podem ser escritas em duplas considerando como critério de agrupamento as hipóteses de cada criança, de acordo com a sondagem realizada.
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2G Conhecendo o Saci As leituras desta atividade apresentam o Saci-Pererê. O primeiro texto conta de maneira detalhada como ele é e servirá de referência aos alunos. Ao entrarem em contato com textos de qualidade, eles passam a se apoiar no que leram para as produções escritas. Inicie a atividade conversando sobre o que sabem a respeito dessa lenda. Depois da leitura, proponha uma conversa apreciativa que chame a atenção para as características físicas, os gostos, os hábitos etc. do personagem. Em seguida, inicie uma análise mais detalhada sobre as descrições que aparecem na lenda. Volte ao texto e peça que os alunos grifem, em cores diferentes, partes em que o Saci é descrito e que mostram o que ele costuma fazer. Ajude-os a perceber que o primeiro parágrafo (sublinhado em vermelho no texto ao lado) o descreve fisicamente, mas que essa descrição não é simplista. É só observar como as informações são apresentadas: “O SACI, OU SACI-PERERÊ, É UM MENINO NEGRO, DE CARAPUÇA VERMELHA E QUE ANDA SEMPRE FUMANDO UM CACHIMBINHO. QUER DIZER, ANDA LÁ DO JEITO DELE, PORQUE SACI TEM UMA PERNA SÓ.” A parte pintada em laranja traz a descrição literal. A que está em negrito, além de complementar a informação de um jeito diferente, acrescenta um certo humor. Cuidado para não reforçar a ideia de exclusão. Programe uma conversa sobre os diferentes jeitos de andar, explicando que cada um tem o seu e que isso muda de pessoa para pessoa. As frases sublinhas em azul no texto ao lado mostram o que ele gosta de fazer, descrevendo suas traquinagens. No final da atividade há um quadro com curiosidades que revela o segredo dele: a carapuça. A autora comenta sobre o poder que a carapuça possui e o único jeito de pegá-lo. Vale salientar que foi o escritor Monteiro Lobato (1882-1948), em O Sítio do Picapau Amarelo, quem
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pág. 18 contou o truque da peneira. Você precisa fazer todas essas observações porque a análise contribuirá no momento da produção escrita. A discussão que se estabelece durante as leituras precisa atender a dois objetivos: o primeiro é ajudar os alunos a observar o tipo de informação que consta nas descrições; o segundo é ajudá-los a observar como isso é feito, ou seja, quais palavras são utilizadas e como são organizadas. Ao longo das leituras você pode fazer um cartaz com uma coleção de palavras, em forma de lista, que ajudam a descrever os personagens. Retome os textos lidos para realizar essa análise e aumentar a coleção. Há outras versões da lenda do Saci nos livros Bazar do folclore (Ricardo Azevedo, Ed. Ática) e Folclore vivo (Herberto Sales, Ed. Bertrand Brasil). Se tiver esses livros, não deixe de ler e fazer a apreciação com os alunos, tanto do ponto de vista das diferentes formas de escrever como da forma usada pelos autores nas descrições. Atenção: toda apreciação coletiva deve ser precedida por uma individual, feita por você e registrada no seu planejamento. Não há improvisos nesse tipo de atividade. Lembre-se de preencher a tabela sugerida na atividade 2B, ao finalizar as leituras desta atividade.
a lenda do saci
O Saci é uma lenda brasileira com a qual crianças de todos os cantos se divertem e se encantam. Conhecê-la é um direito das crianças. Entretanto, do ponto de vista do professor, ela não pode ser tomada de modo ingênuo. A lenda do Saci carrega alguns estereótipos que se apoiam numa ideologia da exclusão voltados à questão da negritude, da deficiência e para alguns até da religiosidade. Cabe aos professores ter um olhar crítico e tomar a presença dessa lenda no caderno como algo que mobilize essa crítica de modo que não exclua as crianças da brincadeira, mas também não a torne um objetivo de ampliação da exclusão. Texto produzido por indicação do Grupo de Trabalho Regional (GTRs).
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2H Personagens conhecidos Aqui o objetivo é promover o desenvolvimento da leitura. O processo de leitura se realiza por meio da seleção de características gráficas das palavras (mais longas, mais curtas, compostas etc.), de índices, letras associadas a seus respectivos sons, principalmente a primeira e a última, que favorecem as
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antecipações e verificações. Circular os personagens já conhecidos pela leitura dos títulos das lendas pode ser desafiador para todos. Para os que não leem convencionalmente, é necessário que conheçam o conteúdo literal da lista, e sua tarefa será verbalizar para cada dupla, dando a eles oportunidade de explorar as características de
sua escrita. O problema predominante a ser enfrentado é decidir qual é qual ou onde está escrito o nome de determinado personagem. Para que efetivamente enfrentem esse desafio, é importante você ler os elementos da lista em ordem diferente da que está escrita. Já para os que leem convencionalmente, você não oferecerá o contexto verbal, ou seja, não lerá os nomes da lista. Só dirá a eles que se trata de personagens do folclore brasileiro e que muitos deles já são conhecidos. A tarefa será ler o que está escrito e isso já é um desafio para leitores pouco experientes. Atenção professor: neste caderno, foram circulados como resposta correta os nomes dos personagens propostos nesta sequência até aqui. Se você tiver lido outras lendas que constem da lista, peça que sejam circuladas também. Antes de seguir para a próxima atividade é importante fazer uma roda de conversa para sistematizar algumas discussões feitas até o momento e, assim, contribuir para os alunos pensarem na situação comunicativa instaurada, principalmente, sobre o que estudaram e que ajuda na elaboração do produto final. Seu papel é dar norte para a conversa e ouvir o que eles têm a dizer. Além disso, registre as falas das crianças para retomá-las em momentos posteriores. A discussão pode seguir por vários caminhos, mas algumas questões parecem fundamentais: “O que todas as lendas que lemos têm em comum?”; “Em que ambiente elas acontecem?”; “O que nos ajuda a saber mais sobre o personagem?”; “Por que o autor o detalha tanto?”; “O que ele leva em consideração?”; e “Se tivessem de apresentar o personagem ‘X’ para alguém que não conhece, o que diriam sobre ele?”.
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2I Conhecendo Iara I Para as atividades de leitura compartilhada das lendas, siga as orientações dadas nas atividades 2C e 2F. O importante é discutir cada personagem ressaltando as características dele e registrar palavras e expressões que chamaram atenção durante a leitura, por agregar mais beleza, qualidade e clareza ao texto.
Mateus Ferreira A dos Santos EM Educador Paulo Freire
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Enfeitiçam os homens. Vivem em rios. Causam tristeza e desânimo em todos os que a ouvem cantar por não conseguirem viver o amor da Iara.
Iara é uma índia com cabelos negros e olhos penetrantes como a lança, sorriso provocador e canto inebriante.
Iara é uma índia com cabelo cor de ouro e olhos verdes. Canta mais bonito que o uirapuru.
2J Conhecendo Iara II As orientações para a leitura são as mesmas das atividades anteriores. O diferencial aqui é a comparação que deve ser feita entre as versões lidas sobre a Iara. Ajude os alunos a perceber que a base das duas lendas é a mesma: Iara é linda e enfeitiça os homens com seu canto. Como ambas são indígenas, Iara aparece como índia. O que diferencia é a descrição física e os envolvidos na ação do personagem. Se achar interessante, leia uma versão em que Iara aparece como sereia.
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Boto.
Mula sem Cabeça.
2K Descubra o personagem I Embora a situação didática desta proposta seja leitura pelo aluno, ela difere da atividade 2H porque os alunos contam com menos informações sobre
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o texto. Sobre a incerteza do que está escrito, eles vão construir indícios qualitativos e coordenar progressivamente duas estratégias envolvidas na leitura: antecipação e verificação.
Como possuem poucas informações sobre o que o texto diz, as antecipações se baseiam cada vez mais no texto em si. Por isso, recomenda-se que a atividade seja feita em duplas e que cada uma tenha um aluno recém-alfabético que possa ler o texto. Os que ainda não leem convencionalmente possuem poucos indícios que contribuem para a leitura, correndo o risco de tentar decifrar o que está escrito. Nesse caso, ambos têm como tarefa generalizar as informações para definir quem é o personagem. Depois de descoberto, os dois decidem juntos como escrever o nome na linha correspondente. Caso a turma não tenha alunos recém-alfabéticos, você pode ler em voz alta e deixar o desafio de descobrir e escrever o nome dos personagens para os alunos organizados em duplas.
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Curupira
Iara
Mula sem Cabeça
Lobisomem
2L Descubra o personagem II A proposta é realizar a situação de ler por si. Como são frases curtas, espera-se que a maioria das crianças consiga compreender ou identificar partes que contribuam para descobrir o nome do personagem. Mas, se boa parte delas ainda não lê convencionalmente, siga as orientações dadas na atividade 2K e inclua um aluno leitor em cada dupla.
Para potencializar ainda mais a atividade, em outro momento, divida a classe em dois grupos, um com crianças com escrita alfabética e outro com as que apresentam escritas não alfabéticas. Divida as primeiras em duplas e proponha a leitura de uma lenda do caderno, ou ainda o desenho de um personagem escolhido por elas e a escrita das características dele com objetivo de colocar no mural da sala.
Forme duplas também entre as crianças com escritas não alfabéticas e proponha a localização de determinadas palavras em cada dica. Por exemplo: “Na dica ‘tem o corpo metade mulher metade peixe’, onde está a palavra mulher? E peixe?”. Se houver interesse, selecione lendas dos personagens desconhecidos e inclua na agenda de leitura, caso ainda não o tenha feito.
Keila Vitoria de Jesus EM Coração de Jesus
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2M Análise do uso de algumas palavras Esta atividade tem como propósito discutir as palavras que qualificam os personagens. Não se espera que os alunos saibam o conceito de adjetivos, pois esse não é o objetivo agora. Isso implicaria trabalhar com a definição, o que contraria a lógica do trabalho de análise dos recursos linguísticos presentes nos textos. A ideia é que percebam quais palavras caracterizam um personagem e o efeito que produzem na descrição para dar mais qualidade aos textos. As do Lobisomem já estão sublinhadas e a tarefa consiste em discutir coletivamente a quem se referem e a importância delas no texto. Por exemplo, “Em ‘O Lobisomem é um ser fantástico assustador’, quem é assustador?”; “O que essa palavra significa?”; “Vocês conhecem outra palavra que tem o mesmo significado e poderia substituir essa?”; “Em que pensou para dizer isso?”; e “Seria a mesma coisa dizer que ele é feroz? Por quê?”. Essa reflexão precisa acontecer com todas as palavras grifadas. Algumas podem ser de difícil compreensão e por isso é fundamental ajudá-los a inferir com base nos conhecimentos que possuem sobre o personagem e também nas pistas que o texto oferece. Caso não cheguem a um significado, você poderá dizer sinônimos para que pelo sentido eles possam deduzi-lo ou exemplos em que você altera o contexto mas mantém a palavra. Esse procedimento ensina aos alunos caminhos possíveis de percorrer para descobrir o significado de determinada palavra, no lugar da resposta imediata do professor ou do dicionário. Depois é interessante recuperar com eles o que fizeram diante das palavras desconhecidas de forma que possam ir tomando consciência desses procedimentos.
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Em último caso, se mesmo com essas dicas eles não concluírem o significado, então você poderá informá-los. Em seguida a toda essa discussão, forme duplas por competências próxi-
mas e peça que grifem as palavras que dão qualidade ao Bicho-Homem. A ideia não é acertar tudo, e sim conseguir observar que algumas palavras caracterizam, dão qualidade, enfim, explicam
como, nesse caso, é o personagem. Aproveite para ampliar a coleção de palavras feitas nas aulas anteriores. Ela servirá de apoio para as atividades de produção.
Organize-os em duplas utilizando o critério de competências próximas, já que propostas como essa também têm como objetivo refletir sobre o funcionamento do princípio alfabético. Se for o caso, reduza a quantidade de características para os alunos com escrita não alfabética e concentre suas intervenções neles. Depois faça o mesmo com o Curupira. Se achar que ficou desgastante, retome a atividade na próxima aula. Para finalizar a etapa você pode propor que uma parte dos alunos desenhe a Iara e, a outra, o Curupira. Os desenhos podem ser afixados num
painel da escola. Para realizar essa tarefa, eles terão de usar as referências das imagens vistas até aqui, dos textos lidos e também das listas elaboradas a partir das leituras realizadas. Caso tenha acesso à internet, você pode potencializar a atividade pedindo que cada dupla escolha um personagem e faça uma pesquisa de imagens para compor um acervo da sala. No local de busca eles devem digitar o nome do personagem e selecionar uma imagem para se inspirar na hora de desenhar e expor no mural da sala.
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2N Escrita de características de personagens A última atividade desta etapa consiste em produzir uma lista com as principais características de dois personagens: Iara e Curupira. Com um repertório bem construído é possível que os alunos descrevam fazendo uso dos adjetivos, tornando o texto mais interessante e fiel ao seu propósito. Inicie a atividade discutindo coletivamente quais são as principais características de Iara. Deixe os alunos falarem e acrescente informações retomando as descrições, se for necessário.
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2O Roda de conversa A roda de conversa já foi proposta ao término da atividade 2H. A ideia agora é retomar a discussão e siste-
matizar o que foi aprendido. Retome o registro feito naquela ocasião, leia para os alunos e pergunte se eles têm algo a acrescentar, a modificar ou suprimir.
As questões propostas foram: “O que todas as lendas que lemos têm em comum?”; “Em que ambiente elas acontecem?”; “O que nos ajuda a saber mais sobre o personagem da lenda?”; “Por que o autor detalha tanto o personagem?”; “O que ele leva em consideração?”; “Se tivessem que apresentar o personagem ‘X’ para alguém que não o conhece, o que diriam sobre ele?”. Registre novamente o que os alunos comentarem para servir de apoio para a produção das fichas técnicas e dos desenhos que irão fazer.
que comporão o produto final. Antes da produção escrita, porém, é fundamental levantar os conhecimentos deles sobre o portador e as fichas técnicas. É neces-
sário saber se já tiveram contato com esses materiais, se eles sabem como são organizados e que tipo de informações normalmente contém.
tos e das ilustrações, enfim como são organizados. Em seguida, socialize os comentários das duplas em uma roda de conversa. Mostre alguns exemplos de ficha
técnica como as duas abaixo, para que possam compreender como ela é composta e quais dados são relevantes considerando os personagens que serão descritos. Em seguida, proponha uma reflexão com base nos personagens folclóricos e elabore com o grupo uma lista dos itens que devem compor a ficha, como: nome do personagem, local em que vive, idade (se é criança, adulto), o que é (ser humano, animal, monstro...), poderes, e principais características. Ela servirá de apoio no momento da produção escrita.
ETAPA 3 – Produção escrita A terceira etapa da sequência tem como objetivo iniciar o álbum. Os alunos farão fichas técnicas e desenhos
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3A Conhecendo álbuns e fichas técnicas Organize os alunos em duplas para que conversem sobre o que existe nos álbuns, como é a disposição dos tex-
Ficha técnica personagem folclórico
Ficha técnica personagem folclórico
Nome de personagem:
Nome de personagem:
Onde vive:
Onde vive:
Características principais:
Quando aparece: Poderes: Como ele é:
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3B Vamos organizar um álbum? O objetivo aqui é ilustrar descrições de alguns personagens, aproximar os alunos de um portador possível para o produto final e criar um álbum. Essa produção pode ser espalhada pela escola, caso ache interessante. É uma forma de envolver a comunidade escolar com o estudo desenvolvido. Uma orientação importante é que os desenhos revelem as características dos personagens, respeitando a forma como cada um consegue desenhar. Deixe que as crianças retratem o personagem da maneira como imaginam. Com os desenhos terminados, proponha uma discussão sobre quais informações foram usadas para desenhar. Com essa proposta pode-se refletir sobre quais palavras da descrição ajudam a desenhar e quais não ajudam, mas que mesmo assim caracterizam o personagem. Por exemplo: a Mula sem Cabeça tem um relincho alto e estridente. Essa descrição caracteriza o personagem, embora não possa ser facilmente desenhada. Já quando o texto diz que ela solta fogo pelas ventas, isso contribui para o desenho. A discussão realizada nesta atividade também servirá para ampliar a lista de palavras iniciada na 2G, que ajudará a caracterizar os personagens. 2º BIMESTRE
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3C Leitura de descrição do Boto Esta atividade traz outra descrição do Boto para que os alunos aprendam mais sobre ele e sobre as diferentes formas de descrever um mesmo personagem. Antes de iniciar a leitura em voz alta, oriente a turma a prestar atenção na forma como as informações estão escritas. A questão do enunciado sobre alguma parte que tenha chamado a atenção deve ser direcionada para a forma de escrever. O segundo parágrafo pode ser um bom exemplo porque traz a descrição do personagem. Peça que os alunos grifem no texto as informações. Com certeza, elas servirão de apoio à produção escrita que vem em seguida. Atenção: para conduzir essas discussões, você precisa ter lido a lenda do Boto. Se não o fez ainda, leia uma ou duas versões antes de iniciar a atividade. Os livros Folclore vivo (Herberto Sales, Ed. Bertrand Brasil) e Um saci no meu quintal – mitos brasileiros (Monica Stahel, Ed. Martins Fontes) trazem boas versões do personagem.
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3D Planejamento da escrita Hora de fazer o planejamento da primeira produção escrita. A proposta consiste em discutir o que não pode faltar na ficha técnica e anotar as informações em forma de lista. A caracterização física do personagem, por exemplo, é essencial em textos como esse, bem como a descrição do lugar
onde ele vive. Pode-se discutir como descrevê-lo, quais palavras usar, a ordem das informações, retomar as anotações feitas e registrar no quadro ou num cartaz. No caso específico do Boto, outra informação importante a ser considerada são os hábitos do personagem. Algumas decisões precisarão ser toma-
das: “Vamos colocar tudo o que vocês sabem sobre o assunto?”; e “Vamos selecionar o que é mais comum ou mais diferenciado?”. Outras questões podem complementar a descrição. Incluí-las ou não dependerá do interesse e dos conhecimentos que os alunos possuem acerca do personagem.
que utilizem palavras que contribuem para descrever melhor ou para conferir maior beleza ao texto. Além dessa lista, é importante recuperar os textos fontes lidos e observar como o autor faz a descrição do personagem. Uma dica importante para os alunos é pensar que o leitor não o conhece. Assim, quanto mais fiel e rica for a descrição, melhor caracterizado ele estará. Incentive a participação dos alunos mais tímidos. Você pode atribuir a eles a função de descrever as características físicas do Boto, por exemplo. Se for preciso, combine antes do início do ditado a parte que eles vão ditar. Avalie o ritmo da turma durante a proposta. Se perceber cansaço ou per-
da de interesse, interrompa a atividade e retome no dia seguinte, lendo a parte já escrita. A revisão processual é importante porque durante as várias leituras que se faz do que foi escrito é possível que os alunos corrijam trechos que não foram bem escritos e, dessa forma, aprendam um procedimento que faz parte da vida de todo escritor. Realize essa proposta em papel pardo ou cartolina, para ser fácil retomá-la. Caso escolha escrever no quadro, registre o texto e depois transcreva-o em um cartaz ou digite para ser revisado no DataShow. A tabela na página seguinte pode ajudá-lo a organizar as informações. Nela há uma linha livre para vocês decidirem o que mais gostariam de escrever.
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3E Ditado ao professor A primeira produção será feita coletivamente. Os alunos ditarão o texto para você. Com isso, eles terão de pensar em como organizá-lo e que palavras utilizar. O planejamento da atividade anterior deve orientar a escrita. Embora não seja uma camisa de força, o objetivo dele é servir de apoio. Seu papel como escriba é promover a reflexão sobre a melhor maneira de escrever. Para isso, não registre prontamente a primeira frase ditada. Pergunte a opinião das crianças, peça que pensem em outras maneiras de ditar o mesmo trecho, avaliem qual a melhor e, só depois disso, escrevam. Você precisará mediar o uso das listas que fizeram ao longo das leituras para
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Ficha técnica Boto Características físicas O que gosta de fazer Curiosidades (Reserve este espaço para eventuais tópicos que os alunos achem importante acrescentar.)
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3F Revisão Depois de alguns dias do ditado feito a você, retome o texto produzido. Leia em voz alta, num ritmo mais lento, para que os alunos possam pensar sobre os problemas existentes no texto da atividade 3E. Informe que vocês farão a revisão, assim como quando produziram o texto dos Três porquinhos no primeiro bimestre. Você pode incentivá-los a lembrar alguns dos passos percorridos e o que aconteceu com o conto depois de revisado. Dessa forma você evidencia a importância desse comportamento
escritor e contribui para que os alunos criem o hábito da revisão. É muito frequente os alunos repetirem palavras, principalmente o nome do personagem; ditar palavras como aí e daí para marcar mudança de assunto; misturar as informações, escrever as características físicas, o que o personagem gosta de fazer e voltar às características físicas. O importante é você ler, deixar que eles sugiram mudanças, pedir a opinião de todos para cada sugestão dada e ser um bom modelo de revisor, utilizando recursos como aste-
riscos, flechas, arcos, riscos para acrescentar ou suprimir algo. Para ajudá-los na revisão, indique no início os trechos que na sua opinião precisam ser melhorados. É fundamental que você já tenha isso planejado, pois um encaminhamento que ajuda bastante na observação dos problemas é ler primeiro um trecho no livro semelhante ao que você deseja problematizar. Depois, leia o texto produzido por eles, solicitando que observem o que não está claro ou pode ser melhorado, e que no original está bom. Se os alunos não perceberem alguma questão importante, identifique e peça sugestões para melhorar a descrição, ou volte a ler o trecho no texto fonte, de forma a evidenciar o que está faltando na produção deles. Após todas essas discussões, passe o texto da ficha a limpo.
pág. 31 3G Planejamento para a produção em duplas A primeira parte desta etapa teve como objetivo criar um modelo para o processo de escrita. Em outras palavras, todas as situações foram feitas em conjunto para que os alunos, em duplas, possam trabalhar com mais autonomia a partir de agora. Embora o ditado ao professor sirva de modelo, ainda é um grande desafio escrever
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uma ficha técnica em duplas. Eles precisam tomar muitas decisões: o que e como escrever. Por isso, algumas orientações são importantes antes do início da atividade: • Junte em duplas um aluno que escreve alfabeticamente e outro que ainda não o faz. O primeiro escreve e o segundo dita as informações. Dessa forma, ambos podem aprender. Para o que dita, o desafio será contribuir com ideias e sugestões de como textualizar; o que escreve terá a tarefa de
pensar na forma de escrever. • Cada dupla deve escolher o personagem pelo qual tem maior interesse. Cuide, porém, para que haja uma diversidade de personagens. Assim o álbum será mais completo. • Depois de escolhido o personagem, peça que cada dupla volte para os textos lidos, analisando quais informações serão selecionadas. Se for preciso, leia novos textos. Com tudo isso preparado, proponha a atividade 3G, o planejamento da
descrição que comporá a ficha. Cada dupla fará o seu, mas antes retome o que foi feito sobre o Boto, explique que a lista deve conter frases simples e que o planejamento é somente um lembrete do que não pode faltar no texto. Depois que todos tiverem terminado, analise cada um. O intuito é verificar se faltam informações ou se estão confusas. Antecipando alguns problemas como esses, os alunos têm a chance de voltar ao planejamento e revisá-lo de acordo com sua orientação.
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3H Escrita em duplas de ficha técnica de um personagem Com o planejamento revisado, chegou o momento de escrever. Peça que os alunos façam o rascunho da ficha técnica. Explique a eles que o rascunho faz parte das etapas da escrita porque um texto produzido sempre precisa passar por um processo de revisão, o qual implica mudanças no original. Durante a escrita, ajude no que for necessário, mas não interrompa para corrigir erros de ortografia ou outras questões notacionais. Elas podem ser alvo de revisão. Lembre as crianças de usar as listas com palavras que embelezam o texto. 2º BIMESTRE
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3I Revisão Este é o momento de avaliar os problemas que persistem nas descrições. Eleja um aspecto e proponha uma nova revisão. Por exemplo: se a caracterização do personagem ficou
simples demais e isso ocorreu na maioria das fichas, proponha uma retomada dos textos lidos para verificar outras informações que podem ser acrescentadas; ou escreva um texto fictício contendo os problemas apresentados e
discuta como melhorá-lo. Depois, cada dupla revisa o seu com base no mesmo critério. A reflexão ajudará na retomada de certos aspectos do sistema de escrita, como o registro do nome dos personagens, ou nos aspectos ortográficos, para os alunos que já escrevem alfabeticamente. Vale lembrar que as palavras da lista e o nome dos personagens devem ser escritos convencionalmente.
ETAPA 4 – Edição
4A Produção do álbum Retomar alguns textos pode ajudar a conceber a organização. Ilustrar os personagens também faz parte da tarefa de editar. Deixe os alunos desenharem cada personagem como imagi-
nam. Para isso é importante recorrer a tudo o que foi produzido: os desenhos, as discussões, as listas de palavras, a tabela com as características e o que mais contribuir para esse momento. Isso dará um toque especial ao álbum.
Finalizada a revisão, é o momento de editar. Isso implica passar o texto a limpo e pensar em como organizar o produto final escolhido.
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4B Avaliação do trabalho A última atividade é uma autoavaliação. Os alunos precisam avaliar a postura que tiveram ao longo da sequência bem como o que aprenderam. Na tabela, há algumas questões que podem ser lidas por você em voz alta, para que eles, individualmente, preencham com um X na coluna correspondente. Se sentir necessidade de outras questões, proponha nesse momento. Além da tabela, eles precisam responder a três perguntas que tratam das impressões individuais. Deixe que todos escrevam sozinhos e, para os que apresentam escritas não alfabéticas, ao término da resposta, peça que leiam o que escreveram e registre ao lado para garantir legibilidade em momentos posteriores. Para terminar, faça uma roda e converse sobre os pontos que foram bons e outros que precisam melhorar, tanto os que se referem à postura deles diante das atividades quanto às aprendizagens dos conteúdos aqui propostos nos quais podem avançar. 2º BIMESTRE
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leitura de gibis e tirinhas pág. 36
to das características dos personagens da Turma do Xaxado. • Desenvolvam procedimentos de leitor de tirinhas como: ler quadro a quadro para construir sentido; entendam que as tirinhas podem ser lidas de forma independente, sem relação com outras histórias de um gibi ou revista. • Leiam por si mesmos ainda antes de ter compreendido o sistema alfabético de escrita e avancem na competência e autonomia leitora.
TEMPO ESTIMADO • Dez aulas.
material
• Gibis de diversos personagens, de preferência dispostos num local apropriado na sala de aula.
INTRODUÇÃO
COM ESTA SEQUÊNCIA, ESPERA-SE QUE OS ALUNOS • Participem de uma comunidade de leitores em sala de aula. • Apreciem tirinhas ao se divertir com a leitura. • Desenvolvam os comportamentos leitores referentes a: comentar as impres-
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sões pessoais; partilhar preferências sobre determinados personagens; e indicar a leitura de tirinhas para colegas. • Consigam observar e ampliar os conhecimentos sobre algumas características do gênero, tais como: a presença de humor; os índices gráficos; as marcas de oralidade; e a relação da imagem com o contexto. • Ampliem os conhecimentos a respei-
Para formar de fato uma comunidade de leitores na escola, é preciso investir em momentos que diversifiquem as situações de leitura. Ler em voz alta é uma atividade permanente e diária. Mas outras situações devem ser propostas aos alunos para que conheçam vários gêneros e se aprofundem neles, e para que vivenciem propostas diversas que exigem diferentes comportamentos, capacidades e procedimentos de leitura. No primeiro bimestre, a sequência Seguir um autor apresentou com maior profundidade a vida e a obra de Ana Maria Machado. A proposta agora é ler e apreciar tirinhas. Os gibis, facilmente encontrados nas escolas, costumam despertar grande interesse e permitem o avanço da fluência leitora em alunos recém-alfabéticos por causa de algumas características que apresentam: • Os índices gráficos (balões, tamanhos diferenciados das letras, onomatopeias etc.) permitem a antecipação e a criação de estratégias para compreender as histórias;
LEITURA DE GIBIS E TIRINHAS - CADERNO DO PROFESSOR
• A combinação de imagem e texto promove a participação ativa do leitor na construção de significados. O trabalho começa com uma apreciação geral do gibi. O objetivo é apresentar uma variedade deles, com diferentes personagens. Em seguida, a turma vai se concentrar na leitura de tirinhas da Turma do Xaxado e iniciar uma reflexão sobre as características dos personagens, a presença do humor e os efeitos produzidos, as marcas de oralidade como característica do gênero e ainda alguns elementos da linguagem não verbal, muito presentes nas tirinhas. Vale ressaltar a importância de explorar também as histórias completas
dos gibis porque, embora as tirinhas sejam menores, costumam representar um desafio maior que a leitura de histórias mais longas. Como o propósito da sequência é a formação do leitor literário, o foco das discussões deve estar nas impressões pessoais dos alunos e nas características do gênero. Atividades com o objetivo de refletir sobre o sistema de escrita estão nas outras sequências que compõem este caderno. É desejável que o trabalho seja feito uma vez por semana ao longo do segundo bimestre. Mas é fundamental que os momentos de leitura sejam incentivados ao longo da rotina para
promover a ampliação do repertório acerca do gênero. Você pode fazer rodas de gibis, deixar que os alunos manuseiem, explorem as revistas, leiam e comentem o que mais apreciaram. Outra possibilidade é realizar leituras colaborativas de algumas tirinhas selecionadas (leia o texto introdutório Ler e aprender com competência, página 12 do caderno do primeiro bimestre). Para isso, você pode recorrer a sites de histórias em quadrinhos e ao DataShow. Lembre-se: é muito importante que os alunos vejam a tirinha porque os elementos icônicos (imagens e os elementos atrelados a ela) são fundamentais para a compreensão das histórias.
curiosidade
As tirinhas são narrativas curtas, geralmente desenvolvidas em três quadrinhos, no formato retangular (vertical ou horizontal). Apresentam diálogos curtos e combinam a linguagem verbal e a visual na construção da história. Os desfechos costumam ser inesperados, o que provoca humor. Seus portadores mais comuns são jornais, revistas, blogs e gibis. Entre as primeiras tirinhas produzidas no Brasil estão as de Mauricio de Sousa com o cachorro Bidu, publicadas na Folha de S. Paulo na década de 1950.
quadro de organização da sequência Etapas 1
Apresentação e arrecadação de gibis
Atividades 1A Conhecendo a proposta 1B Campanha de arrecadação de gibis 2A Os gibis
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Conhecendo gibis e tirinhas
2B As tirinhas e seus personagens 2C A Turma do Xaxado 3A Apreciação de tirinhas e discussão sobre a linguagem não verbal 3B Apreciação de tirinhas e discussão sobre a presença de humor I
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Apreciação de tirinhas
3C Apreciação de tirinhas e discussão sobre a presença de humor II 3D Apreciação de tirinhas e discussão sobre as características dos personagens
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ETAPA 1 – Apresentação e arrecadação de gibs 1A Conhecendo a proposta O objetivo aqui é envolver os alunos com o trabalho. Crie um espaço aconchegante, com alguns exemplares de gibis, leia o texto introdutório e proponha uma conversa sobre o que eles já sabem a respeito das tirinhas e dos personagens. Faça um levantamento do repertório que possuem (quais conhecem, quais os preferidos, se costumam ler em casa...) e explique o funcionamento do trabalho. Fale da periodicidade (pelo menos uma vez por semana eles se dedicarão à leitura de tirinhas), da campanha para arrecadar gibis e montar uma gibiteca na sala, das leituras e apreciações para conhecer melhor os personagens, principalmente os da Turma do Xaxado. Se preferir, faça uma lista com as atividades programadas e deixe exposta na sala para o acompanhamento dos alunos. Quanto mais souberem sobre as tarefas que irão realizar, maior sentido atribuirão à proposta.
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1B Campanha de arrecadação de gibis Esta atividade é uma forma de engajar os alunos ainda mais em situações propostas. Mobilizá-los para encontrar materiais de estudo aumenta o envolvimento, não só deles mas também de pais, colegas e outros profissionais da escola. Elabore estratégias de campanha com a turma. Vocês podem enviar bilhetes para os familiares, produzir cartazes para pendurar no portão e nos murais
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da escola e ainda organizar grupos para explicar o estudo às outras classes. O importante é que a mobilização aconteça de fato para conseguirem o maior número de gibis usados. As revistas serão organizadas numa gibiteca variada e com materiais de qualidade em sala. Deixe claro que não são necessários gibis novos; só precisam estar em bom estado, sem rabiscos ou páginas rasgadas. É importante arrecadar pelo menos um gibi por criança para garantir
a participação de todos nas atividades. Embora os gibis sejam os portadores das tirinhas por excelência, é comum encontrá-las também em blogs, jornais e revistas. Se achar pertinente, selecione esses materiais para compor o acervo. Depois da arrecadação vem o momento de organizar a gibiteca. É possível montá-la de diferentes maneiras. Ouça as sugestões dos alunos. Eles preferem organizar por personagens? Ou por tamanho das revistas (almanaques de um lado, gibis simples de outro)? A gibiteca servirá de apoio à sequência, mas também poderá ser usada em outros momentos da rotina. Tente organizá-la de modo convidativo. Isso atrai para a leitura e incentiva todos a manter o espaço organizado.
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ETAPA 2 – Conhecendo gibis e tirinhas 2A Os gibis Esta atividade é dividida em dois momentos: o primeiro é uma roda de conversa para você apresentar os gibis arrecadados. Organize a roda e coloque o material recebido no centro de modo que todos possam vê-lo e manuseá-lo no momento certo. Crie um ambiente gostoso, que instigue a curiosidade. Selecione alguns gibis para esse momento considerando a diversidade de personagens e também de portadores. Mostre que existe a Turma da Mônica, criada por Mauricio de Sousa, a Turma do Xaxado, criada por Antonio Cedraz, e gibis de super-heróis, de autores diversos, entre outros. Fale um pouco sobre os autores, os personagens e o contexto em que foram criados. Explore outros personagens e autores de acordo com o acervo à disposição. Se tiver revistas e jornais, mostre o local onde as tirinhas ficam, leia algumas delas e comente que podem ser encontradas em diferentes meios e não apenas nos gibis. Para enriquecer a roda, permita que os alunos também compartilhem os conhecimentos que eventualmente possuam sobre os personagens apresentados e os portadores utilizados.
Relembre-os que nesta sequência eles conhecerão muitos personagens e que se debruçarão sobre os da Turma do Xaxado, por ser tipicamente baiana. Convide-os a iniciar uma reflexão sobre a diferença entre as tirinhas e as demais histórias que compõem o gibi. Dessa forma, já podem levantar as primeiras hipóteses sobre isso. Ajude-os a localizar as tirinhas nos gibis e em outros portadores, se tiver. O segundo momento da atividade, após a rodada de conversa, consiste em deixar que os alunos escolham gibis para ler e explorar em duplas. Depois de um tempo, proponha uma conversa seguindo a sugestão de perguntas do Caderno do aluno. É importante chamar a atenção para o fato de que no final dos gibis há tirinhas e que serão elas o alvo de estudo. Se achar que a atividade pode ficar longa demais, e se o empréstimo de gibis não comprometer o trabalho, proponha que levem revistinhas para casa para ler com os pais, irmãos ou sozinhos. Eles devem trazê-las no dia seguinte e comentar as impressões em uma roda de apreciação. Defina antecipadamente quantas crianças por dia farão comentários. Assim a atividade não fica exaustiva e você estabelece um rodízio para que todos possam participar ao longo das aulas da sequência.
quer saber mais? • Mais informações a respeito dos personagens de gibis e de seus criadores estão disponíveis nos sites e-Biografias (http://goo. gl/W2jJl7; Turma da Mônica (http:// goo.gl/b4h8yE; e Recanto das letras (http://goo.gl/ZOelSq), acessos em 13/2/2016 2º BIMESTRE
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2B As tirinhas e seus personagens O objetivo aqui é ampliar o repertório dos alunos em relação ao gênero e apresentar diferentes personagens. As tirinhas selecionadas são adequadas para a faixa etária deles. Caso sinta necessidade, acrescente outras. Após a leitura de cada tirinha, promova uma conversa apreciativa. Essa conversa
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será mais produtiva se você considerar as seguinte etapas: Antes da leitura Peça que os alunos olhem todas as tirinhas e identifiquem quais personagens já conhecem. Deixe-os comentar sobre o que sabem a respeito de cada um. Pergunte se já viram essas tirinhas em outros lugares. Em seguida, informe que elas foram retiradas da internet, de site próprio de cada personagem ou de blogs.
Num primeiro momento eles terão de se familiarizar com as tirinhas e com as pistas que elas oferecem, não apenas no texto escrito mas também nos sinais, imagens, cores utilizadas para o fundo da cena e marcas gráficas. Depois que eles já estiverem familiarizados, você poderá explorar a capacidade de antecipação com base nessas pistas e no repertório de conhecimentos que forem construindo para então verificarem ou descartarem o que foi suposto.
Durante a leitura Leia cada tirinha separadamente, com entonação adequada e com um ritmo mais lento para que todos possam acompanhar e observar os elementos da linguagem não verbal. É essencial nesse trabalho oferecer situações para que eles aprendam a ler essas pequenas histórias e percebam que é preciso chegar ao final para compreender o sentido. Não interrompa a leitura para explicar cada quadro ou as palavras desconhecidas. Nesse caso, as interrupções podem prejudicar a compreensão.
Depois da leitura Inicie a apreciação de cada tirinha perguntando: “Do que mais gostaram?”; e “Era engraçada? Por quê?”. Caso não tenham gostado, questione o motivo. Essa conversa pode se alongar ou não a depender do interesse deles. Por isso, avalie a necessidade de dividir a atividade em duas aulas. É melhor ir devagar e dar voz aos alunos para que a proposta seja proveitosa e atinja os objetivos. Depois de ler todas as tirinhas, proponha uma nova conversa. Pergunte de qual delas eles mais gostaram e peça
justificativas para as opiniões dadas. Se apresentarem interesse em algum personagem pouco conhecido pela turma, você pode procurar outras tirinhas na internet ou em gibis para apreciar com eles. Uma orientação didática importante: na leitura de HQ os alunos precisam ver as imagens e o que está escrito para poder construir o sentido da história. Após as leituras coletivas ou em duplas, reserve um momento para a leitura individual. O foco é incentivar as crianças a lançar mão dos conhecimentos que foram sendo construídos para que, sozinhas, possam ler, mesmo que ainda não o façam convencionalmente. As tirinhas são valiosas nesse sentido, pois é possível compreender o texto para além dos indícios gráficos. É importante que isso aconteça após todo o trabalho. Ler junto, conversar sobre as tirinhas e partilhar os diferentes sentidos que o texto pode sugerir a cada leitor contribuirá para que os alunos que ainda não lêem autonomamente sintam maior confiança em fazê-lo.
curiosidade
Calvin & Haroldo – Calvin é um garoto de 6 anos, e Haroldo é um tigre que vive muitas aventuras com seu dono. Para os adultos, Haroldo não passa de um tigre de pelúcia. A série de tiras foi criada pelo cartunista americano Bill Watterson em 1985. Garfield – Jim Davis criou Garfield, um gato preguiçoso, guloso e muito sarcástico, em 1978. As temáticas comuns das tiras são o tédio, o gosto pela televisão e o desapreço pelas segundas-feiras, temas que viraram febre na internet. Uma curiosidade é que o nome Garfield foi escolhido por ser parte do nome do avô de Jim (James Garfield Davis). Senninha – Inspirado no piloto Ayrton Senna (1960-1994), o personagem foi criado pelo publicitário Rogério Martins e pelo desenhista Ridaut Dias Júnior em 1994. Nas tirinhas, ele é um garoto de 8 anos que adora corridas e tem amigos pilotos como ele. Turma da Mônica – É composta por vários personagens, mas os principais são Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão. Todos eles inventados pelo cartunista Mauricio de Sousa a partir de 1959. Ele se baseou nos filhos e sobrinhos para criar as características de cada um. Além disso, outras séries foram sendo desenvolvidas na esteira do sucesso da primeira. Chico Bento é um exemplo.
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2C A Turma do Xaxado A partir desta atividade, a sequência passa a concentrar as discussões nas tirinhas da Turma do Xaxado. O objetivo é apreciar as histórias, conhecer melhor os personagens, observar e identificar o humor presente em diferentes
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recursos utilizados pelo autor e refletir sobre a relação entre a imagem e o que está escrito. Esta atividade, especificamente, propõe uma reflexão sobre os elementos da linguagem não verbal. Ela é dividida em dois momentos: o primeiro, para ler e
conversar sobre a história, e o segundo para realizar uma busca no acervo da sala com o intuito de encontrar outras tirinhas que, como essa, não utilizam linguagem verbal. Para o primeiro momento, considere a seguinte orientação para a leitura:
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Antes da leitura A depender do conhecimento dos alunos sobre a Turma do Xaxado, leia o quadro que apresenta brevemente Antonio Cedraz e os personagens criados por ele. Amplie as informações, caso haja necessidade, para aproximar ainda mais o grupo do estudo proposto na sequência. Em seguida, pergunte se já conhecem Zé Pequeno e instigue-os a comentar o que sabem sobre ele. Durante a leitura Peça que os alunos, em duplas, leiam a tirinha e comentem as impressões que tiveram. Passe pelas duplas para escutar as discussões, anote alguma fala interessante com o objetivo de socializar no momento da apreciação. Quanto mais minuciosos forem, melhor para a discussão que será realizada a seguir. Depois da leitura Promova o intercâmbio das impressões respeitando o que cada um comenta. Para ampliar a discussão, segue uma breve análise da tirinha: ela é composta somente por imagens, e há apenas um sinal gráfico
– um ponto de exclamação – sobre a cabeça de Zé Pequeno no segundo quadrinho. O sinal parece representar uma ideia, algo que o personagem pensou. Isso se confirma pela cor do quadrinho, amarelo, cor de luz (que remete a ter uma ideia nova) utilizada apenas nesse quadrinho. O sinal aparece justamente no momento em que a ideia surge para Zé Pequeno, e a mudança de posição entre a tigela e o livro acontece. É possível inferir que o biscoito deixa de ser o que o personagem considera mais importante. Naquele momento, o livro assume essa posição. Outra possibilidade é que a leitura fica mais difícil com o livro distante e, como a história parece interessante, tendo em vista que a expressão facial do personagem no segundo quadrinho, aproximar o livro parece mais lógico. Em seguida, promova uma conversa sobre a tirinha considerando as ideias infantis a respeito de cada quadrinho. O ponto de exclamação deve ser abordado com base nos possíveis sentidos em relação à história, e não separadamente, como recurso linguístico. Use
as questões que estão no caderno do aluno ou selecione as que ainda não foram respondidas como roteiro para conversa. Espera-se que as crianças, após a discussão, percebam elementos da linguagem não verbal para construir o significado do texto. A cor dos quadrinhos, a expressão facial do personagem e a posição dos objetos na mesa são fundamentais para compreender essa história e as demais. Após a conversa, proponha uma busca, nos gibis do acervo da sala, por outras tirinhas que apresentem apenas linguagem não verbal. Para isso, os alunos podem ser organizados em duplas. Ao encontrarem, proponha que leiam e conversem a respeito da tirinha apontando elementos que contribuíram para compreender a história. Passe em todas as duplas para ouvir um pouco a conversa realizada ou, se preferir, faça uma retomada coletivamente, lembrando-se da importância de todos os alunos verem as imagens. Você pode repetir essa proposta em outros momentos da sequência.
Brenda Marcele Dias Mendes EM Baha’i 2º BIMESTRE
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ETAPA 3 – Apreciação de tirinhas 3A Apreciação de tirinhas e discussão sobre a linguagem não verbal Cada tirinha deve ser objeto de conversas antes e depois da leitura. O foco da discussão é a presença do humor, e espera-se que a reflexão feita na primeira tirinha apoie a da segunda. Confira as orientações para a leitura de ambas:
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Antes da leitura Explique que serão lidas mais duas tirinhas com novos personagens como Marinês, Arturzinho e Xaxado. Pergunte se os alunos já os conhecem e o que sabem sobre eles. Caso não conheçam, proponha a leitura de outras tirinhas ou comente um pouco a respeito de cada um: • Marinês: menina sonhadora e, como tal, espera que as pessoas respeitem a natureza e cuidem dela. É irmã de Capiba e namorada de Zé Pequeno. • Xaxado: neto de um famoso cangaceiro do bando de Lampião. Ele dá nome à turma e é um dos personagens que mais aparece nas histórias. • Arturzinho: filho de fazendeiro rico, costuma ser egoísta e avarento. Peça que prestem atenção durante a leitura que você fará para discutirem depois o que torna as tirinhas engraçadas. Durante a leitura Leia em voz alta respeitando a entonação adequada. Utilize um ritmo mais lento para que os alunos possam acompanhar as imagens. Depois da leitura Após a leitura de cada tirinha, abra espaço para os comentários e a troca de impressões. Seguem duas análises para ajudá-lo na condução das discussões. Primeira tirinha Marinês e Zé Pequeno Ajude as crianças a observar os elementos gráficos presentes nos primeiros quadrinhos. A passagem do tempo é
marcada pelo Sol e pela Lua, pelo claro e pelo escuro. Nota-se na expressão facial de Marinês, no segundo quadrinho, uma certa irritação que não aparece no primeiro e que é confirmada na fala dela no terceiro quadrinho. O humor aparece justamente no último, quando o leitor observa que Zé Pequeno está esperando por Marinês o tempo todo, só que do outro lado da árvore. Ele também parece contrariado pelo não comparecimento dela ao encontro marcado. Muitas discussões podem surgir com base nisso. Escute o que os alunos têm a dizer. Eles podem comentar sobre a possibilidade de isso acontecer na vida real, o que torna a tira ainda mais engraçada; o tempo longo de espera; o cenário do encontro; e como a fala de Zé Pequeno é diferente, reconhecendo aqui a oralidade como marca do gênero. Segunda tirinha Zé Pequeno, Arturzinho e Xaxado Os três primeiros quadros mostram Zé Pequeno fazendo embaixadinhas, treinando com a bola para fazer muitos gols no jogo de futebol do qual pretende participar com Xaxado e Arturzinho. O desejo do personagem era jogar muito bem para fazer parte do time. O humor, também presente no último quadrinho, aparece quando Zé Pequeno chega ao campo de futebol e Arturzinho o coloca na posição de goleiro. Essa atitude faz com que todo o treino praticado seja pouco aproveitado para a
posição assumida. A expressão facial de Zé Pequeno demonstra uma certa insatisfação, os braços largados para baixo também ressaltam o sentimento do personagem. Um desdobramento possível é discutir ainda as características dos personagens. Elas se reforçam ao longo da sequência: Arturzinho, o menino mandão, é quem decide a posição de cada um. Xaxado, nessa tirinha, é mero coadjuvante, mas parece satisfeito em jogar futebol. Zé Pequeno, o protagonista e humilde menino, mostra todo seu esforço e dedicação para fazer parte do time do colega. É possível observar nas tirinhas de Zé Pequeno que a fala dele é muito próxima da oralidade e, por isso, traz marcas dessa linguagem. O mesmo acontece com Chico Bento, da Turma da Mônica, para fazer um paralelo. É importante salientar que nas tirinhas o humor se apresenta, em geral, no último quadrinho. É uma regularidade do gênero e, portanto, deve ser observada e refletida pelos alunos ao longo da sequência. Eles podem, porém, perceber essa característica coletivamente, sem que você informe previamente. Finalmente, é bom ressaltar que as análises apresentadas aqui são oferecidas como apoio às discussões que serão feitas após as leituras, mas não devem ser utilizadas como camisa de força. Abra espaço para os comentários e impressões dos alunos, eles devem ser o mote da conversa.
Tamires R Santos EM Parque São Cristóvão
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3B Apreciação de tirinhas e discussão sobre a presença de humor I A proposta é ler mais uma tirinha para continuar a refletir sobre uma das principais características do gênero: a presença do humor. Nesta, Zé Pequeno quer crescer e passa a comer muito. O resultado é que cresceu para os lados (ficou gordo) e não para cima, como desejava. O enquadramento das imagens é fundamental para preservar o suspense nos primeiros quadrinhos e revelar a barriga do personagem somente no último. No primeiro, ele está sentado à mesa, e a barriga está escondida; no segundo, a imagem mostra apenas parte de seu rosto, Xaxado é quem mais aparece. Chamar a atenção para esses recursos é fundamental para ajudar na compreensão das histórias. O recurso das reticências no final do segundo quadrinho e início do terceiro é empregado para gerar certo suspense e criar um clima de tensão. Aproveite também para discutir com as crianças que o problema não está em ser gordo ou pequeno, mas sim na com-
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preensão de Zé Pequeno sobre a informação contida no livro. Aproveite para comentar sobre a importância de ler diferentes fontes de informação quando se deseja fazer algo e não ficar preso apenas a um livro, ou um site, o que hoje é muito comum. Incentive-os a lembrarem de situações semelhantes que conheçam ou já observaram na família. Após a leitura e conversa apreciativa da tirinha, proponha uma busca na gibiteca da sala de outras tirinhas engraçadas para serem compartilhadas entre todos. Proponha conversas, em pequenos grupos, sobre os motivos do humor, que pode ser ocasionado por diferentes fatores. Em geral, ele surge com a ruptura na expectativa do leitor. Esse é o caso da tirinha da atividade. Esperava-se que Zé Pequeno fosse crescer, ficar alto, mas o que aconteceu foi um crescimento localizado na barriga. Se o desejo do personagem, de fato, tivesse sido realizado, a tirinha perderia a graça. Foi a ruptura que gerou o humor. Vale ressaltar que há outras formas de produzir humor nas tirinhas: a ambi-
guidade de um enunciado, o fato de uma palavra ter vários significados (polissemia); o uso de determinadas palavras com outros sentidos; as informações implícitas e os subentendidos; e a elipse entre as imagens, ou seja, as omissões intencionais do autor. Tudo isso pode provocar o humor ou valorizar o efeito da surpresa, um trunfo particular das HQs (no caso da tirinha desta atividade, a barriga do personagem não é mostrada nem no primeiro nem no segundo quadrinho). A construção do humor vai depender também de como o leitor relaciona o que leu com os conhecimentos prévios em relação a personagens, situação e assuntos da tira. Algumas tirinhas precisam do conhecimento do contexto de produção para serem compreendidas. Isso em geral acontece com as que apresentam temática social e política. Ao explorá-las, é importante ajudar os alunos a compreender que esses conjuntos de informações favorecem a compreensão das histórias. Reconhecê-los ajudará a ler qualquer tirinha e não apenas as da Turma do Xaxado.
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3C Apreciação de tirinhas e discussão sobre a presença de humor II Para a leitura desta atividade, divida a turma em duplas, trios ou quartetos e inclua uma criança leitora em cada grupo. Assim ela se responsabiliza pela leitura
em voz alta do texto escrito nos balões. Garanta, porém, que todos tenham o texto em mãos para seguir a leitura. Como nas atividades anteriores, a proposta é que os alunos leiam e comentem cada uma das tirinhas, primeiro sobre as impressões de cada um a
respeito da história e depois sobre as características de cada personagem. Quando os pequenos grupos tiverem terminado de ler e conversar a respeito da leitura realizada, abra espaço para que as ideias sejam socializadas entre todos. A intenção é avançar em relação às características dos personagens observadas com base nas ações de cada um. Cuide para que a discussão não se restrinja a certo e errado. É fundamental que os alunos possam partilhar seus entendimentos, ouvir ideias diferentes, rever o que pensaram e, caso algum desses comentários rompa com a lógica permitida pelo próprio texto, retome a tirinha e ajude-os a entender por que aquilo que estão sugerindo não é possível naquele contexto, com as informações que se tem. Na primeira tirinha, por exemplo, Marieta tem em mãos um livro e o cheiro de objeto novo (revelado pela onomatopeia Func!), recém-saído de gráfica, ressalta quanto ela gosta de ler. A expressão do rosto de Marieta é de pura alegria, enquanto Arturzinho a olha com imparcialidade e com um certo desdém. A transformação acontece no último quadrinho, quando é revelada a preferência, por parte dele, pelo cheiro da tinta nova do dinheiro. Nesse momento, ele abre um sorriso, e é Marieta quem olha com uma certa indignação. Tal tirinha reforça as características de cada um: Marieta, menina leitora, adora livros; e Arturzinho, menino rico, adora dinheiro. Na conversa apreciativa guiada pelas perguntas no caderno do aluno, espera-se que a turma tenha respostas mais minuciosas, considerando as expressões faciais, as cores utilizadas, os balões, a posição dos personagens. Na questão sobre o que tornou a tirinha engraçada, ouça o que os alunos têm a dizer e ajude-os a perceber que o humor não precisa levar a gargalhadas. Ele ocorre nas sutilezas, no inesperado, nas situações inusitadas na escrita ou nas imagens que as acompanham. 2º BIMESTRE
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Aborde também a onomatopeia que aparece quando Marieta cheira o livro. A onomatopeia é frequente nas tirinhas. Explore o que ela significa nessa história e ajude os alunos a remeter a outras, lidas em momentos anteriores. Na segunda tirinha, as características de Marieta são reforçadas porque ela está na biblioteca junto com Zé Pequeno, e ambos leem. Quando Zé reclama de fome, eles se dirigem à casa de
Marieta e ela faz seu prato preferido: sopa de letrinhas. Até na hora da comida ela prefere alimentos que envolvem as letras. Embora Marieta tenha um protagonismo maior na história, podemos conversar sobre Zé Pequeno. É frequente esse personagem aparecer nas HQs querendo descansar e comer e nesse caso não é diferente. A reação dele no último quadrinho também pode ser alvo de conversa. Parece que ele acha esse
gosto da colega um tanto excessivo. As duas tirinhas exploram as diferenças entre as pessoas e quanto é possível conviver sem preconceitos. Ao trabalhar nessa perspectiva, contribuímos para desenvolver a capacidade de leitura, de apreciação e de réplica, de forma a perceberem que há sempre uma reflexão proposta que permite a troca entre os leitores, visando uma construção de significado realizada coletivamente.
te, quer ser bióloga; Zé Pequeno, que adora dormir, quer ser vendedor da loja de colchões; e Arturzinho, o menino rico, quer ser patrão de todo mundo. As evidências das características de cada um são ressaltadas em praticamente todas as histórias em quadrinhos e nas tirinhas presentes nos gibis. A ideia é que os alunos procurem no acervo da sala uma tirinha que mostre essas características. Algumas discussões a respeito do gênero também podem ser feitas para concluir o estudo: por exemplo, essa tirinha tem apenas um quadro, mas já lemos outras que apresentaram dois, três e quatro quadrinhos. Embora o usual sejam
três quadrinhos, a depender do assunto, do contexto e da intencionalidade do autor, isso pode mudar. Outro ponto interessante é o título. Enquanto as histórias em quadrinhos apresentam um nome, as tirinhas não. A posição que elas ocupam pode variar de acordo com o portador. Em geral, nos gibis, elas aparecem verticalmente na última folha; já em jornais e revistas costumam ocupar o papel na horizontal. Outras características como o uso de balões, as onomatopeias e planos e ângulos de visão não foram alvo de muitas discussões porque o propósito da sequência é apreciação literária, mas podem aparecer tais aspectos como elementos constituintes do gênero. A partir desta sequência, é fundamental que você garanta momentos na rotina em que os alunos, em duplas ou individualmente, deem continuidade à leitura de gibis e tirinhas, para que possam tomar gosto pelo gênero e perceber que a leitura não precisa estar sempre relacionada a um estudo. A gibiteca pode ser um canto permanente na sala, e os alunos podem fazer uso dela nas situações de leitura e também nos momentos em que um espera o outro terminar a atividade, por exemplo. Por fim, é interessante fazer uma roda de conversa para saber as impressões que os alunos tiveram. É possível perguntar sobre o que mais gostaram e o que menos gostaram da sequência; os personagens e tirinhas preferidos, o que aprenderam e se começaram a ler mais gibis fora da escola.
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3D Apreciação de tirinhas e discussão sobre as características dos personagens A última atividade da sequência continua a discutir as características dos personagens e faz um fechamento das discussões realizadas até aqui. A tirinha apresentada é formada por apenas um quadro e mostra os principais personagens da Turma do Xaxado. A profissão escolhida por cada um revela as características levadas a cabo durante todas as histórias. Marieta adora ler e quer ser professora; Capiba adora música e tocar violão e quer ser músico; Marinês, que respeita a natureza e preserva o ambien-
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BLOCO DE LEITURA E ESCRITA - CADERNO DO PROFESSOR
bloco de leitura e escrita pág. 45
tempo estimado • 16 aulas.
material
• Livros de poemas. • Cartolinas ou bobinas de rolos de papel-alumínio ou de plástico filme. • Canudos. • Letras móveis. • Papel pardo. • Textos sobre os animais escolhidos para a leitura ou livros sobre os animais. • Crachá com o nome dos alunos. • Lista com o nome das crianças em letra bastão. • Papel sulfite. • Lápis de cor. • Alfabeto para ser fixado num lugar ao alcance dos alunos.
introdução
COM ESTE BLOCO, ESPERA-SE QUE OS ALUNOS Considerando somente aqueles que não se apropriaram da escrita alfabética: • Reflitam sobre o sistema de escrita e analisem escritas convencionais e não convencionais, avançando significativa-
mente em suas hipóteses. • Consultem outras palavras para escrever ou para ler as que desejam. Considerando somente aqueles com escrita alfabética: • Aproximem-se da leitura com a finalidade de obter informação. • Localizem informações. • Comuniquem as informações localizadas no texto.
Desde o primeiro bimestre, vem sendo reforçada a importância de os alunos serem convidados a participar todos os dias de situações que promovam a reflexão sobre o funcionamento do sistema de escrita. Na sequência Brincadeira do mercadinho, muitas propostas são feitas em torno desse propósito. Para intensificar ainda mais a reflexão, este bloco contempla outras atividades que o potencializam de maneira contextualizada para que os alunos avancem nos conhecimentos sobre o sistema de escrita. Os que ainda não compreenderam o sistema alfabético de escrita terão como tarefa escrever o nome dos animais e desenhá-lo para, no final, elaborar um álbum organizado em ordem alfabética e ilustrado por eles. O álbum poderá ser dado para turmas da Educação Infantil, caso existam na sua unidade, ou colocado na biblioteca, se a escola tiver uma. Ter um propósito social para a escrita potencializa o 2º BIMESTRE
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desejo de escrever de modo que todos possam ler. Vale citar aqui um trecho do Anexo 1 – explicação e orientação sobre escrita coletiva, parte integrante do Projeto didático Brincadeiras tradicionais, proposto no Guia de Planejamento e Orientações Didáticas do 1º ano do Programa Ler e Escrever. Segundo ele, do ponto de vista didático, “trata-se de uma situação de aprendizagem sobre o sistema de escrita com foco na interação do grupo-classe. Nela, os alunos têm de fazer uso dos saberes que possuem sobre o sistema de escrita, explicar o modo como pensaram e confrontar com a escrita dos colegas para tomar a melhor decisão em relação à forma de grafar a palavra solicitada. “Esta é uma proposta a ser realizada de forma permanente nas classes em que os alunos ainda não escrevem alfabeticamente. Pode ser utilizada tanto no interior de projetos ou numa sequência didática; o importante é que a proposta esteja inserida em um contexto comunicativo.” A cada aula, proponha a escrita de três nomes de animais selecionados por você, sempre tendo como critério palavras que tragam bons problemas para se pensar, tal como nos exemplos abaixo. Também considere que tenha, pelo menos, um nome de bicho para cada letra do alfabeto, mesmo que inicialmente algum não seja conhecido pelas crianças. Para os alunos com escrita alfabética, foram reservadas atividades de leitura de pequenos textos informativos sobre os animais e situações de seleção das informações mais curiosas para compartilhar com os colegas que ainda não leem convencionalmente. Essa proposta permite que eles trabalhem com maior autonomia e entre pares, o que dará a você maior disponibilidade para atender aos alunos que necessitam de mais apoio. Esse tipo de organização que considera encaminhamentos diferentes para os alunos contribui para que, de fato,
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se construa na sala de aula um clima cooperativo e uma parceria efetiva, em que um poderá ajudar ao outro. Assim, este bloco é composto de três partes: • Parte 1 Destinada a todos, contempla apresentação da proposta e escrita de lista de animais tendo o professor como escriba. • Parte 2 Organizada em dois conjuntos de atividades, que são realizadas simultaneamente: a) Escrita de nomes de animais: conjunto de atividades organizado pensando nos alunos com escrita não alfabética. Consiste na escrita em duplas de nomes de animais utilizando letras móveis. Depois, algumas dessas escritas serão discutidas no coletivo. b) Conhecendo os animais: conjunto de propostas organizado para os que já compreenderam o sistema alfabético. • Parte 3 Destinada a todos que, juntos, irão organizar o álbum com nomes e ilustrações de animais. Durante o desenvolvimento das atividades, ofereça livros de divulgação científica, como enciclopédias, livros informativos e a revista Ciências hoje das crianças, a fim de contribuir para ampliar o conhecimento sobre os diferentes animais apresentados. Na tabela ao lado, sugestões de nomes de bichos para cada letra. Confira agora algumas dicas para este trabalho: • Você pode propor a escrita do nome de mais de um animal para cada letra e pedir que os alunos, no final, escolham um para colocar no álbum. • Não é necessário ditar na ordem alfabética, ela pode ser discutida no final, tornando-se mais um desafio para o grupo na organização do álbum. Pode-se usar o alfabeto exposto na sala como fonte de informação. • Ao longo das atividades, é importante pedir que os alunos façam desenhos
A
Arara-azul, avestruz, águia
B
Babuíno, baleia-azul
C
Cobra, cegonha, canguru
D
Doninha, dromedário
E
Esquilo vermelho, elande, elefante africano
F
Falcão, foca
G
Guepardo, gorila, golfinho, gambá americano
H
Hiena, hipopótamo
I
Iguana, impala, irara
J
Jacaré, jupará, jaguar, javali
L
Lobo-guará, lebre europeia, leão, leopardo, lontra
M
Morcego, mico-leão-dourado
N
Naja, narval
O
Onça-pintada, ornitorrinco
P
Preguiça-de-coleira, pato
Q
Quero-quero, quati
R
Rinoceronte, rã venenosa
S
Sagui, sapo-cururu
T
Tubarão-baleia
U
Urso-pardo, urubu, uirapuru
V
Veado, vaca-do-mato
X
Ximango
Z
Zebra, zebu
BLOCO DE LEITURA E ESCRITA - CADERNO DO PROFESSOR
dos animais. Deixe-os expostos no mural da sala. Ao final, solicite que eles escolham os mais apreciados para colocar no álbum. • A pesquisa de imagens em site de busca é um ótimo apoio para esse trabalho, caso você tenha acesso à internet, bem como a observação das
ilustrações e fotos dos livros e das revistas. Isso certamente poderá enriquecer os desenhos feitos pelas crianças. Vale ressaltar que a frequência na rotina de propostas como essa, a qualidade das intervenções que você fizer e a intensa troca de informações e ideias entre os alunos com diferentes saberes
ajudarão a garantir avanços na aprendizagem das crianças. As atividades deste bloco devem ser feitas duas vezes por semana, por 40 minutos no máximo, intercalando com as da sequência didática Brincadeira do mercadinho, que também contribui para a compreensão do sistema de escrita.
Inicie lendo o enunciado da atividade 1, pois é uma forma de aproximar os alunos do estudo e começar uma conversa sobre o tema. Faça uma roda e explique como será o álbum. Anime-os para produzir, informando que irão entregar para os colegas das salas de Educação Infantil, caso haja em sua unidade. Explique também que a tarefa
será escrever o nome dos bichos da melhor forma que conseguirem, bem como conhecer um pouco mais sobre os animais. Aproveite para explorar aqueles que são conhecidos das crianças e instigá-las a falar sobre os que ainda não conhecem. Após a conversa, convide os alunos a ditar o nome dos animais que poderão fazer parte do álbum. Deixe essa lista exposta na sala. Você vai usá-la como referência para escolher palavras para as atividades de escrita como o ditado, por exemplo. Só tome o cuidado de retirá-la antes da atividade para evitar que os alunos copiem o que for ditado.
aluno com escrita alfabética ou silábico-alfabética. Entregue para cada dupla uma cópia da lista elaborada na atividade 1, porém fora da ordem alfabética. Lembre os alunos que, no álbum, é
importante ter um nome de animal para cada letra do alfabeto. A tarefa deles será colocar a lista na ordem alfabética para descobrir qual letra está sem nome de bicho. Depois de organizarem a lista em ordem alfabética no caderno, peça que completem com os que estiverem faltando. Terminada a tarefa em dupla, escreva a lista em ordem alfabética solicitando que os alunos informem o nome do animal que pensaram no caso de cada letra. Se for necessário, informe algum animal sugerido na tabela que está na introdução deste bloco.
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PARTE 1 – Apresentação da proposta e escrita de lista de nomes de animais 1 Esta primeira atividade tem o objetivo de apresentar a proposta de trabalho e elaborar uma lista com nomes de animais com base na contribuição dos alunos na roda.
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2 Leitura da lista e organização do nome de animais em ordem alfabética Todos os alunos participarão desta atividade. Organize a sala em duplas de modo que em cada uma tenha um
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3 Leitura de texto de divulgação científica sobre o gambá Os alunos deverão estar organizados em duplas de modo que em cada uma tenha uma criança com escrita alfabética ou silábico-alfabética. Com esta atividade espera-se con-
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tribuir para o trabalho que posteriormente será realizado pelos alunos com escrita alfabética, pois trata-se de uma proposta cuja finalidade é ler para saber mais sobre determinado assunto. Além disso, ela envolve questões específicas de localização de informação
explícita em um texto. Diga que você vai ler um texto bem legal sobre um animal, para que eles descubram várias coisas sobre ele. Já antecipe que, após a leitura, você irá pedir que localizem algumas informações.
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Oriente a turma a acompanhar a leitura deste texto. Para isso, leia-o pausadamente. Depois, pergunte aos alunos o que eles compreenderam e incentive-os a estabelecer relações com os conhecimentos que têm e as situações que já observaram para relatarem aos colegas.
Então peça aos alunos que, com os parceiros de dupla, localizem no texto as informações que você vai solicitar e passem um traço embaixo da mesma ou circulem no texto. Você poderá informá-las uma por vez ou anotá-las no quadro. Quando todos terminarem, peça às
duplas que, uma de cada vez, falem a resposta e onde a localizaram no texto para você registrar no quadro. Sugestão de informações para que os alunos destaquem: • Qual é a fama do gambá? • Por que o gambá é presa fácil? • O que ele faz para se defender? 2º BIMESTRE
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PARTE 2 – ESCRITA Esta é a etapa em que você trabalhará simultaneamente com propostas focadas nas necessidades dos alunos. Você terá, ao mesmo tempo, um grupo realizando atividade de escrita de nome de animais e outro (que pode estar dividido em trios ou duplas, dependendo da quantidade de alunos com escrita alfabética que tiver na sala) realizando atividades para conhecer os animais. Para os alunos com escrita não alfabética não haverá, nesta parte, espaço no caderno para registro das atividades de escrita. Isso se deve ao fato de essas atividades serem realizadas com letras móveis ou no quadro. No Caderno do aluno você encontrará um conjunto de textos que poderá ser lido para todos, além de orientações para o trabalho de leitura que será realizado especificamente pelos alunos com escrita alfabética. Orientações para as atividades de escrita de nome de animais Organize os alunos em duplas considerando os saberes próximos relacionados ao conhecimento do sistema de escrita e entregue um conjunto de letras móveis para cada dupla. Informe que você ditará três nomes de animais que farão parte do álbum. Não há necessidade de seguir a ordem alfabética nesse ditado. As duplas devem escrever a palavra ditada utilizando as letras móveis. O fato de os alunos escreverem juntos faz com que eles conversem e tomem decisões sobre que letras usar, em que ordem e o número de letras, entre outras coisas. Enquanto as crianças estiverem escrevendo, é importante que você circule pela sala para ouvir o que elas dizem. Fique atento às letras que escolhem, incentive-os a ler o que produziram e a explicar como pensaram a escrita. Você também pode sugerir que recorram, por exemplo, à lista de nomes dos colegas ou a cartazes que estiverem afixados no mural quando tiverem
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dúvidas sobre que letra usar ou em que ordem, por exemplo. Se necessário, faça perguntas que os ajudem a pensar, tais como: “Há outra letra boa para escrever a palavra?” e “Há letras que verificou que não são necessárias após a leitura?”. Terminada a escrita com letras móveis, é hora de iniciar a segunda parte da atividade. Aqui você encontrará uma possibilidade de propor a discussão coletiva. Entretanto, há outras formas possíveis. A ideia é convidar os alunos à reflexão, portanto formule o desafio da seguinte maneira: “Vamos pensar, por exemplo, sobre a escrita da palavra cegonha? Aqui na sala eu observei diferentes escritas realizadas pelas duplas. Vamos conhecer algumas ideias”. Você deverá chamar uma primeira dupla que tenha produzido uma escrita silábica para escrever no quadro o nome do animal da mesma forma como fizeram com as letras móveis. Ao terminarem a escrita, peça que os membros da dupla leiam o que escreveram, indicando cada parte da palavra. A orientação para retomar a escrita, lendo o que escreveram, permite um tipo de análise que vai além das letras iniciais e finais, vai para dentro da palavra, sendo esse o desafio para que os alunos com escrita silábica avancem. Em seguida, convide uma nova dupla para escrever no quadro logo abaixo da primeira escrita. Note que essa escolha não é aleatória. Deverá ser feita com base na sua observação sobre as escritas já produzidas pelas crianças e por dupla. Quando um aluno que não compreendeu o funcionamento do sistema de escrita faz seu registro no quadro, ele coloca em jogo seus saberes, confrontando-os com o registro anterior ao seu, principalmente se dialogar com um colega que pensa diferente dele. Ao chamar a segunda dupla diga, por exemplo: “Os colegas escreveram cegonha dessa forma. Vocês concordam com eles? Então conversem e es-
crevam novamente cegonha embaixo da escrita deles”. Chame no máximo quatro ou cinco duplas por dia para não ficar cansativo. No final, você terá no quadro algo semelhante a esse registro: TBP PQASRTJE EOA COA CEOA ECOGNIA Anote num caderno seu o registro e a escrita a que os alunos conseguiram chegar. No momento de organizar o álbum, você poderá trazê-las para uma nova reflexão. Uma boa mediação deverá provocar sucessivas análises e consecutivas reelaborações do escrito. É fundamental observar que as intervenções realizadas partem da análise da produção das crianças. Você não pergunta sobre o que falta e nem lê para a dupla. As releituras permitem um tipo de reflexão parte a parte, que informa as duplas que a escrita pode ser reanalisada. Além disso, abre um espaço para pensar a possibilidade de considerar que outras letras podem ser boas para escrever o mesmo segmento. Uma situação como essa permitirá a todos inúmeras reflexões com base na análise do que estava escrito para continuar escrevendo. O registro vai se transformando na medida em que outros caracteres forem agregando à escrita silábica, como pode-se observar no exemplo acima. A análise da escrita dos colegas e a interação, além da coletivização das reflexões, possibilitam avançar na produção e, certamente, na compreensão do que é a escrita e do que ela representa. A principal condição didática que favorece a aquisição do sistema é escrever e comparar com o que o outro fez. É nesse momento que as questões sobre o sistema se apresentam, pois, nas atividades de escrita, as contradições
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se colocam. Faça esse movimento ao final de cada uma das palavras ditadas alternando as duplas chamadas para irem ao quadro e criando assim a possibilidade de diversos alunos refletirem sobre a escrita das palavras. Para isso, é fundamental criar um clima de confiança e respeito, pois a questão que se coloca não é de estar certo ou errado, mas, sim, diferentes formas de pensar a escrita de uma mesma palavra. Quando eles tiverem dúvidas sobre que letras usar, você pode incentivar o grupo a buscar apoio nas listas com palavras de referência afixadas no mural da sala, como a lista de nome dos alunos. No caso das letras T, D, P, B e C, é comum as crianças acharem que apenas uma dessas letras basta para escrever TE. Por isso, é interessante instigá-los a pensar utilizando como apoio o nome de colegas ou outras palavras de referência que você poderá escrever no quadro, para que o aluno observe e descubra a letra que falta. Esse tipo de questionamento é importante, pois reforça o valor das palavras de referência como favorecedoras de situações em que têm de ler e escrever outras palavras. Enfim, há muitas possibilidades de intervenção nesse momento. Essas são algumas formas de problematizar as escritas, discutir e pensar sobre elas. O fundamental, entretanto, é garantir o espaço de circulação de informações entre as crianças e a troca de ideias, cabendo ao professor o papel
principal de escutá-las primeiro, para então, se necessário, fazer alguma pergunta que as ajude a avançar com base nas ideias iniciais. Realizando esse tipo de atividade e de intervenção com frequência, você acompanhará o avanço do conhecimento dos alunos, fazendo com que eles próprios busquem escritas cada vez mais próximas ao convencional. Como essa atividade requer um grau de concentração alto, avalie se deve refletir sobre a escrita de uma nova palavra ou deixar para outro dia. Mais do que quantidade, o valor está na qualidade das intervenções realizadas por você e na possibilidade de troca de ideias entre os alunos. Mas, atenção: • O objetivo não é chegar à escrita convencional, mas criar momentos de reflexão sobre o sistema com base no intercâmbio de ideias e na circulação de informações entre as duplas e os demais colegas. Por isso, é fundamental não apagar as escritas anteriores. • Uma dica importante para provocar a reflexão é iniciar pela dupla com menor conhecimento sobre a escrita, para então chamar duplas com maior conhecimento, pois assim cria-se o espaço de reflexão entre elas. • Para se propor perguntas, é preciso, antes de mais nada, ouvir o que as crianças dizem, compreender o que pensam e como pensam, para então fazer algum tipo de intervenção. • Para ditar, escolha nomes que tragam bons problemas para pensar. Inclua, por exemplo, os dissílabos como:
foca, pato e leão. Ao pensar sobre essas escritas, as crianças se depararão com a questão da quantidade mínima de letras para escrever uma palavra, uma vez que não costumam aceitar escrevê-las com menos do que três letras. Diferentes soluções são encontradas e colocar isso em discussão com todos é bastante potente para se pensar sobre esse aspecto. • Palavras como arara, jacaré e urubu também trazem bons problemas. O foco, entretanto, está na questão da variedade de letras, pois, para os alunos com escrita silábica com valor sonoro convencional nas vogais, não é possível utilizar a mesma letra para escrever cada parte da palavra. Para eles é inadmissível uma escrita: A A A (para arara). É interessante observar que, para não escrever AAA, é comum o aluno substituir a letra do meio por uma letra qualquer para escapar da contradição entre as próprias ideias. Desconfortável nessa situação, ele começa a introduzir consoantes que fazem parte da sílaba (no caso, o R). Em geral, daí para a frente segue expandindo sua escrita e muitas vezes parece chegar a uma escrita aparentemente alfabética. No entanto, quando pedimos que leia apontando com o dedo, ele lê silabicamente pulando letras. Isso não quer dizer que não tenha aprendido com a atividade. Ao contrário, já está quase lá. O que acontece é que a escrita alfabética não é aprendida instantaneamente pelas crianças, mas por um processo trabalhoso e demorado de construção.
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4 Para saber mais sobre a arara-azul Relembre com os alunos a atividade 3, sobre o gambá. Oriente-os para que, inicialmente, conversem com o colega da dupla sobre o que sabem a respeito do animal que será estudado naquele
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momento para, em seguida, ler para todos. Após a leitura, explique que eles precisarão localizar algumas informações no texto e passar um traço embaixo, como fizeram na atividade do gambá. Mostre as perguntas que estão logo
em seguida ao texto. Peça que leiam e vejam se têm alguma dúvida. Combine que deverão escolher alguma informação entre as que destacaram ou outra que acharem interessante para falarem na roda de curiosidades. Assim, você envolverá toda a turma nesse momento e esses alunos saberão que estão lendo com a finalidade de saber mais para compartilhar com os colegas. Na roda de conversa, instigue-os a comentar o que descobriram e a expor algum conhecimento a respeito do animal lido. Incentive os demais alunos que não leram o texto a fazer perguntas para eles. Aproveite para acrescentar outras
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informações e oferecer materiais de consulta sobre os animais. Nessa roda você também poderá ler o texto de forma que os alunos passem
a conhecer o conteúdo e acompanhem a leitura nos respectivos cadernos. As atividades seguintes seguem a mesma proposta, justamente para que
as crianças possam trabalhar com autonomia, por já saberem o que devem fazer, e devem ser realizadas uma por dia. A mudança será apenas de texto.
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9 Para saber mais sobre o urso-polar Todos os textos sobre animais desta etapa servem para enfatizar a proposta de ler para saber mais sobre determi-
nado assunto e para localizar informação explícita no texto. Agora é hora de avançar para a edição. Porém, se você achar necessário, ofereça mais textos como esses para que os alunos
continuem a leitura enquanto você trabalha com os demais nas atividades de escrita de nomes de animais. A revista Ciência Hoje das Crianças é um ótimo material para tomar como referência. 2º BIMESTRE
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10 Ilustrando um animal O desenho das crianças representando os animais deve fazer parte do trabalho e não ser específico dessa atividade. O ideal é que ele seja realizado em diferentes momentos para
que os alunos testem vários traços e diferentes cores, aproximando-se das características físicas do animal. Com um pequeno acervo de ilustrações das crianças, será mais fácil fazer as escolhas para o produto final.
A sugestão para esta atividade é o desenho de observação, que consiste em olhar uma foto do animal para desenhá-lo. Isso não significa, porém, copiar o desenho nem ter de fazer igual. Dessa forma, eles podem tentar imitar o que a imagem mostra e contribuir para o desenvolvimento do desenho infantil, avançando nas técnicas de ilustração. Essa foto pode ser impressa ou projetada no quadro ou ser mostrada em algum livro, revista ou na tela do computador.
É preciso que no álbum as escritas estejam da forma convencional. Assim, para o momento de escrita, organize-os em dupla tendo no mínimo um aluno com escrita alfabética ou silábico-alfabética. Nesse último caso, quando for necessário, informe o que precisam ajustar para escrever convencionalmente.
11 Seleção de ilustração Para iniciar a atividade, coloque os desenhos feitos pelos alunos ao longo deste bloco em um varal ou dispostos no mural com o propósito de eles escolherem o que mais apreciam de cada animal para compor o álbum. Ajude-os expondo alguns critérios vinculados à estética da imagem e não à autoria do desenho (o feito pelo colega preferido). Caso perceba que faltou o desenho de algum animal, peça aos alunos para desenharem, dividindo-os em grupo. Como mencionado anteriormente, é interessante ter mais de um desenho de cada bicho para que eles possam escolher.
ta no papel, a capa, o título do álbum e o local em que estarão o nome deles, entre outros. O importante é que cada aluno tenha alguma tarefa nesse processo.
Lembre-se de que é preciso garantir que se tenha o desenho e a escrita de cada animal em ordem alfabética. Se ainda não conversou a respeito disso, aproveite agora para discutir como ela funciona e ajude-os a perceber que a ordem do alfabeto pode ser seguida pelas letras iniciais de cada palavra. Quando terminarem, pensem em como será a entrega para o destinatário. Caso a opção tenha sido por presentear um grupo da escola, peça que um aluno ou mais apresentem o traba-
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PARTE 3 – EDIÇÃO A última parte deste bloco tem como objetivo preparar o álbum para sistematizar tudo o que os alunos aprenderam durante o trabalho. A opinião deles deve ser considerada e é importante que tomem as decisões necessárias para editar o material. Além da edição, você pode fazer uma roda de finalização do trabalho.
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12 Preparação do álbum Esta atividade consiste em montar juntos o álbum. Decidam como será o produto final: qual papel utilizarão, a disposição das ilustrações e da escri-
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lho feito e entreguem o livro ao professor da turma eleita. Se o exemplar for compor o acervo da biblioteca da escola, o livro pode ser acompanhado de uma carta de apresentação, na qual as
crianças vão contar um pouco sobre o trabalho realizado. Enfim, a orientação é se preparar para a entrega da forma, com a sua orientação e como a turma achar mais conveniente.
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13 Roda de conversa Esta atividade tem como propósito finalizar o trabalho fazendo um levantamento sobre as impressões de cada um a respeito das diversas situações realizadas ao longo da confecção do
álbum. Além de saber do que mais gostaram e o que não apreciaram muito, é importante comentar sobre as aprendizagens conquistadas, principalmente as ligadas ao sistema de escrita, que é foco deste bloco de atividades, mas
também sobre os encaminhamentos diferenciados e o envolvimento de cada um com as tarefas. Deixe os alunos falarem e, no final, também faça os seus comentários. Compartilhe com eles os grandes avanços das crianças com escrita não alfabética, mostrando o que já conquistaram. Para aqueles com escrita alfabética, valorize a atitude investigativa, a forma como apresentaram as informações curiosas para os demais colegas e o respeito pelos outros. Além de elogiar, também é importante evidenciar os momentos que não foram tão bons e os que precisam melhorar.
Vinicius Mendes EM Casa da Providência
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Como já visto no caderno do primeiro bimestre, é necessário realizar, periodicamente, uma sondagem. Os alunos vão escrever uma lista de palavras de um mesmo campo semântico e uma frase, ditadas por você, para que seja possível ter um panorama da evolução dos saberes em relação à compreensão do princípio alfabético do sistema de escrita. Você já fez a sondagem inicial no começo do ano e outra no fim do primeiro bimestre, conforme orientação dada. No fim do segundo bimestre é hora de realizar mais uma. Entretanto, não se esqueça de que este é um instrumento que oferece informações referentes à compreensão do sistema de escrita. Por isso, a partir deste bimestre, ela deverá ser realizada apenas com os alunos que apresentam escrita não alfabética. Os que já compreenderam o sistema de escrita não precisam dessa atividade – apenas registre essa conquista no quadro de acompanhamento. Lembre-se dos cuidados para a realização desse tipo de atividade: • Não oferecer aos alunos nenhum tipo de fonte escrita, pois pretende-se levantar o que cada um sabe. • Solicitar a leitura em voz alta pelo
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aluno ao término do registro de cada palavra, observando se ele estabelece relações entre o que escreveu e o que lê – uma maneira de ele verbalizar o que e como pensou ao escrever. • Oferecer papel sem pauta para observar o alinhamento e a direção da escrita. • Realizar a sondagem com poucos alunos por vez para que eles possam ler o que escreveram para você. Para o restante da turma, planejar outras atividades que não demandem tanto sua presença e que possam ser realizadas com autonomia pelas crianças – como cópia de uma cantiga, a produção de desenho, a leitura de histórias, gibis etc. A lista a ser ditada continua a obedecer os seguintes critérios: • Tem palavras que fazem parte do vocabulário dos alunos, mesmo que eles ainda não tenham tido a oportunidade de refletir sobre a representação escrita delas. • Não tem palavras cuja escrita esteja memorizada pelas crianças. • Contempla diversas quantidades de sílabas – uma palavra polissílaba, duas trissílabas e duas dissílabas. • Não traz palavras que contém a mesma vogal em sílabas contíguas, como
batata, bala, moto, urubu etc. As crianças que escrevem silabicamente usando apenas vogais não aceitam escrever repetindo a mesma letra e tendem a entrar em conflito diante da situação de ter de repetir a vogal. Comece o ditado pela polissílaba, depois siga com as trissílabas e, por último, as dissílabas, pois as crianças que consideram a hipótese de quantidade mínima de letras poderão se recusar a escrever se tiverem de começar pela palavra dissílaba. A frase sugerida envolve pelo menos uma das palavras da lista a fim de observar se a hipótese de escrita dessa palavra permanece estável para cada um dos alunos em contextos diferentes. Os alunos deverão escrever a lista de palavras e a frase na folha que está no fim do Caderno do aluno. Lembre-se de recolhê-la depois do ditado. Anote o resultado no Mapa de acompanhamento que você recebeu no primeiro caderno para continuar a traçar o panorama da evolução dos alunos durante o ano. Não se esqueça de consultar esses registros para planejar as atividades e as intervenções e montar os grupos de trabalho. No caso de dúvida, converse com os colegas e o coordenador para chegarem a um consenso. Sendo este um instrumento de acompanhamento dos alunos com escrita não alfabética da rede municipal, optamos por usar uma única lista a cada bimestre para todos os anos, pois isso ajuda a unificar a avaliação e enxergar a evolução com mais clareza.
PARA A SONDAGEM DO 2º BIMESTRE LISTA ACEROLA AMEIXA MORANGO UVA CAJU FRASE O CAJU ESTÁ MADURO