revista_abril2009

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Sumário

4 chico

fé na vanguarda

A luta para manter a harmonização no meio espírita

14 capa

mediunidade e autocrítica

6 estudo

17 história

Esclarecimentos e conseqüências

As possibilidades da vida

8 reflexão

18 ensinamento

Enfrentamento das dificuldades para seguir o Cristo

Preocupações com o futuro

10 mensagem

23 esclarecimento

Problemas familiares

Atitude nobre de um Espírito de luz

12 mediunidade

26 com todas as letras

Questões sobre mediunidade

Importantes dicas da nossa língua portuguesa

o estranho mundo dos suicídas

a mãe que reencarnou

coragem moral

as cinco alternativas da humanidade

dentro do lar

o caso do aprigio

diretrizes de segurança

Edição Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” – Depto. Editorial Jornalista Responsável Renata Levantesi (Mtb 28.765) Projeto Gráfico Fernanda Berquó Spina Revisão Zilda Nascimento Administração e Comércio Elizabeth Cristina S. Silva Apoio Cultural Braga Produtos Adesivos Impressão Citygráfica O Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” responsabiliza-se doutrinariamente pelos artigos publicados nesta revista.

nome próprio admite plural

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Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” Rua Luís Silvério, 120 – Vila Marieta 13042-010 Campinas/SP

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EDITORIAL Comemorações nas Casas Espíritas Muitos iniciantes, por vezes, demoram a entender algumas posturas e decisões que as Casas Espíritas assumem. Dizem, sem maldade, que o Centro é triste, que as pessoas só pensam em orações e estudos doutrinários. A proposta das Instituições Espíritas será sempre a da transformação moral do homem pela prática da Doutrina. Os que estão chegando às Casas de Espiritismo desconhecem, talvez, a singularidade desses núcleos. Não se resumem a edificações de concreto, elas se desdobram no mundo dos espíritos. As entidades amigas costumam amparar espíritos desencarnados utilizando-se do ambiente do Centro. Daí, a preocupação de que toda e qualquer atividade doutrinária seja realizada com sentido religioso e santo. Isso não significa que os espíritas andem pelo Centro, sisudos, cochichando, tristes. A seriedade a que se propõe é a seriedade da alma, de propósitos. O espírita tem por dever, ou quanto possível, a alegria de servir. Embora labore contente, não profana os ambientes sagrados com gargalhadas insanas, roupas inadequadas, assuntos fúteis ou mesquinhos. Sendo assim, nossas Casas devem evitar qualquer comemoração que fira a ordem, o equilíbrio e a atmosfera espiritual, que poderá se perturbar pelos nossos pensamentos, sentimentos e ações desajustadas. Vejamos a orientação transmitida pela Médium Yvonne A. Pereira, do espírito Ignácio Bittencourt, instruindo as Mocidades Espíritas: (...) Não creio seja lícito (...) consentires que quem quer que seja leve para o Centro que diriges a profanação das festas mundanas, dele fazendo não mais um receptáculo das inspirações divinas, como devem ser os Centros Espíritas bem orientados, mas uma platéia heterogênea onde a mediocridade da arte apresentada fará atrair os pândegos e paspalhos do Invisível, em vez dos abnegados obreiros de Jesus (...)1. Quando, porém, as tradições do mundo se levantarem, que os espíritas aproveitem para lecionar a essência ou advertência que as caracterizam. Quando o carnaval chegar, por exemplo, aproveitemos para esclarecer historicamente nossos adeptos, instruindo sobre as conseqüências das nossas atitudes e a postura do espírita nas comemorações populares, que não é de proibição e sim de escolha, responsabilidade moral e espiritual. Quando a páscoa se fizer presente, nada de coelhinhos pintados nos rostos das nossas crianças na evangelização, isso eles terão na escola. No Centro, deverão conhecer a história 1 Revista Reformador de agosto e outubro de 1959

da pessach, da passagem, a independência dos hebreus em relação aos egípcios. Como os israelitas lá chegaram, a história de José do Egito, os 400 anos de escravidão, o surgimento de Moisés, os últimos dias de Jesus na Terra e o significado da páscoa para os Judeus, os cristãos primitivos, os católicos (pela influência histórica dessa religião) e, principalmente, para os espíritas. No natal, da mesma forma, que Papai Noel fique nas lojas! Que no encerramento das atividades infantis, seu nome nem seja citado (isso a televisão, as escolas, as ruas, os painéis se encarregarão de transmitir às crianças). O nascimento de Jesus, o seu aspecto histórico e moral deverão ser exaltados pelas evangelizadoras em comemoração pacífica dos seus ensinos por meio do exemplo. Teatro, jograis, poesias em torno do tema, poderão e deverão ser preparados para o cultivo da mensagem de Jesus em ambiente digno e respeitoso. Que nossas Casas não se ornamentem com árvores de natal, ou símbolos profanos. Nosso compromisso é com a mensagem espiritual, que é simples, sublime e dispensa símbolos materiais. Não confundamos, portanto, o Centro Espírita, e suas graves responsabilidades de educar e socorrer as criaturas humanas, com os clubes de lazer que nada fazem pelo desenvolvimento espiritual da humanidade. Quando, porém, sofredores, angustiados, atormentados espiritualmente, ou enfermos é no Centro que procuramos auxílio: o passe, a reunião de intercâmbio mediúnico; e se, em lugar da simplicidade, do respeito, do estudo doutrinário, do amor e do recolhimento espiritual, encontrarmos as comemorações profanas, o comércio desenfreado e mesquinho, as rifas e bingos, os pândegos, as músicas agitadas (mesmo com temática espírita), dificilmente seremos auxiliados, pois que, os amigos espirituais, certamente não estarão presentes; e, se pela misericórdia divina, ainda estiverem no ambiente do Centro a tudo suportando na tentativa de renovação dos pensamentos dos encarnados, nada ou bem pouco poderão fazer, porque o ambiente favorecerá as festas e comemorações não mais a simplicidade e seriedade espirituais, condições essenciais para a atuação dos bons espíritos. Casa Espírita é coisa Santa e suas práticas devem ser santamente mantidas! O Editor


chico

FidelidadESPÍRITA | Abril 2009

Fé na Vanguarda por Suely Caldas Schubert

10-9-1953 “(...) Formulo votos para que tenhas vencido valorosamente todas as ameaças de desarmonia que pairavam sobre o nosso campo de ideal e de luta. Bady, Spinelli e Gomes Mattos estiveram aqui e as tuas notícias de que tudo vai bem me alegram muito. Louvado seja Deus! As tuas informações acerca do “Ave, Cristo!” me trouxeram grande reconforto. (...) Aguardo a transcrição de “Revue Spirite”, no “Reformador” de outubro próximo. Sei que a tua notícia aos irmãos franceses deve estar muito interessante. Conheço o nosso amigo Dr. Canuto. Ele é realmente depositário de muitos tesouros de nossa Consoladora Doutrina. Faço votos para que ele os divulgue, a benefício de nossa Causa. Lamento também não haver ficado à altura de nosso movimento a tradução de livros de Emmanuel para o inglês. (...) Esperemos o tempo. Por aqui vamos seguindo sob a proteção de Jesus. Tudo marchando com a fé na vanguarda e lutas em todos os flancos. (...) Meu caro Wantuil, na primeira oportunidade, enviarei o “Parnaso”. Emmanuel, porém, me disse que, considerando melhor as lutas do nosso campo de ação, seria interessante a reedição sem nada alterar, de modo a não oferecermos combustível à fogueira dos nossos adversários gratuitos. Que achas? Mais um abraço do Chico.”

Prosseguem as lutas de Wantuil para a harmonização do meio espírita. Chico cita três confrades que o visitaram: Bady, Spinelli e Gomes de Mattos. Bady Elias Curi, de Belo Horizonte, Francisco Spinelli, do Rio Grande do Sul, e no terceiro nome parece haver um equívoco do Chico, pois tudo indica ser Simões de Mattos, também do Rio Grande do Sul, cujo nome completo é José Simões de Mattos. Cita ainda o Dr. Canuto Abreu, de São Paulo, estudioso pesquisador espírita, de grande cultura e erudição. “Tudo marchando com a fé na vanguarda e lutas em todos os flancos”, diz Chico. Quando existe a fé, a criatura humana torna-se capaz de vencer os obstáculos e agiganta-se na sua fragilidade para lutar denodadamente em busca do ideal a que aspira. Da força da fé extrai a energia de que precisa para não ceder ante os obstáculos. Na coragem da fé encontra o estímulo para prosseguir sempre. Na luz da fé orienta-se para as realizações incessantes. Chico coloca acima de tudo a força extraordinária da sua fé em

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Jesus e o Ideal Maior que lhe norteia os passos. Não a fé cega e improdutiva. Não a fé desorientada e radical. Mas, a fé espírita-cristã como ele mesmo gosta de dizer, que raciocina e age, que é razão e ação. Toda a estrutura do seu trabalho repousa nos alicerces da fé, que lhe tem sido a alavanca propulsora para prosseguir e não esmorecer jamais. Esse profundo sentimento é que lhe dá a certeza de que apesar de tudo vale a pena continuar. Vale a pena sofrer e chorar para conquistar o futuro de paz que se anuncia. Esse futuro que se vai tornando presente para Chico Xavier, pela constância e abnegação totais no trabalho do Bem. A fé está na vanguarda. E a conquista desse amanhã feliz, no hoje sombrio e sofrido, é a própria fé em ação. As lutas serão vencidas sempre. Os anos dobraram-se e Chico Xavier caminha resoluto, entrando no futuro que para ele já amanheceu.

Fonte: SCHUBERT, Suely Caldas. Testemunhos de Chico Xavier. Págs. 316 - 318. Feb. 1998.

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estudo

Abril 2009 | FidelidadESPÍRITA

O Estranho Mundo dos Suicidas por Yvonne A. Pereira

F

reqüentemente somos procurados por iniciantes do Espiritismo, para explicações sobre este ou aquele ponto da Doutrina. Tantas são as perguntas, e tão variadas, que nos chegam, até mesmo através de cartas, que chegamos à conclusão de que a dúvida e a desorientação que lavram entre os aprendizes da Terceira Revelação partem do fato de eles ainda não terem percebido que, para nos apossarmos dos seus legítimos ensinamentos, havemos de estabelecer um estudo metódico, parcelado, partindo da base da doutrina, ou exposição das leis, e não do coroamento, exatamente como a aluno de uma escola iniciará o curso da primeira série e não da quarta ou quinta. Desconhecendo a longa série dos clássicos que expuseram as leis transcendentes em que se firmam os valores da mesma Doutrina, não somente nos veremos contornados pela confusão, impossibilitados de um sadio discernimento sobre o assunto, como também o sofisma, tão perigoso em assuntos de Espiritismo, virá em nosso encalço, pois não saberemos raciocinar devidamente, uma vez que só a exposição assine: (19) 3233-5596

O que sabemos é que o suicídio é infração às leis de Deus, considerada das mais graves que o ser humano poderia praticar ante o seu Criador das leis da Doutrina nos habilitará ao verdadeiro raciocínio. Procuraremos responder a uma dessas perguntas, de vez que nos chegou através de uma carta, pergunta que nos afligiu profundamente, visto que fere assunto melindroso, dos mais graves que a Doutrina Espírita costuma examinar. A dita pergunta veio acompanhada de interpretações sofismadas, próprias daquele que ainda não se deu ao trabalho

de investigar o assunto para deduzir com segurança da lógica. Pergunta o missivista: - Um suicida por motivos nobres sofre os mesmos tormentos que os demais suicidas? Não haverá para ele uma misericórdia especial? E então respondemos: — De tudo quanto, até hoje, temos estudado, aprendido e observado em torno do suicídio à luz da Doutrina Espírita, nada, absolutamente, nos tem conferido o direito de crer que existam motivos nobres para justificar o suicídio perante as leis de Deus. O que sabemos é que o suicídio é infração às leis de Deus, considerada das mais graves que o ser humano poderia praticar ante o seu Criador. Os próprios Espíritos de suicidas são unânimes em declarar a intensidade dos sofrimentos que experimentam, a amargura da situação em que se agitam, conseqüentes do seu impensado ato. Muitos deles, como o grande escritor Camilo Castelo Branco, que advertiu os homens em termos veementes, em memorável comunicação concedida ao antigo médium Fernando de Lacerda, afirmam que a fome, a desilusão, a pobreza, a

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estudo

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desonra, a doença, a cegueira, qualquer situação, por mais angustiosa que seja, sobre a Terra, ainda seria excelente condição “comparada ao que de melhor se possa atingir pelos desvios do suicídio”. Durante nosso longo tirocínio mediúnico, temos tratado com numerosos Espíritos de suicidas, e todos eles se revelam e se confessam superlativamente desgraçados no Além-Túmulo, lamentando o momento em que sucumbiram. Certamente que não haverá regra geral para a situação dos suicidas. A situação de um desencarnado, como também de um suicida, dependerá até mesmo do gênero de vida que ele levou na Terra, do seu caráter pessoal, das ações praticadas antes de morrer.

res, implicando novas reencarnações que poderão produzir até mesmo enfermidades insolúveis, como a paralisia e a epilepsia, descontroles do sistema nervoso, retardamento mental, etc. Um tiro no ouvido, por exemplo, segundo informações dos próprios Espíritos de suicidas, em alguns casos poderá arrastar à surdez em encarnação posterior; no coração, arrastará a enfermidades indefiníveis no próprio órgão, conseqüência essa que infelicitará toda uma existência, atormentando-a por indisposições e desequilíbrios insolúveis. Entretanto, tais conseqüências não decorrerão como castigo enviado por Deus ao infrator, mas como efeito natural de uma causa desarmonizada com as leis da vida

e morte, lei da Criação, portanto. E todo esse acervo de males será da inteira responsabilidade do próprio suicida. Não era esse o seu destino, previsto pelas leis divinas. Mas ele próprio o fabricou, tal como se apresenta, com a infração àquelas leis. E assim sendo, tratando-se, tais sofrimentos, do efeito natural de uma causa desarmonizada com leis invariáveis, qualquer suicida há-de suportar os mesmos efeitos, ao passo que estes seguirão seu próprio curso até que causas reacionárias posteriores os anulem. No caso proposto pelo nosso missivista, poderemos raciocinar, dentro dos ensinamentos revelados pelos Espíritos, que o suicida poderia ser sincero ao supor que seu

Certamente que não haverá regra geral para a situação dos suicidas Num suicídio violento como, por exemplo, os ocasionados sob as rodas de um trem de ferro, ou outro qualquer veículo, por uma queda de grande altura, pelo fogo, etc., necessariamente haverá traumatismo perispiritual e mental muito mais intenso e doloroso que nos demais. Mas a terrível situação de todos eles se estenderá por uma rede de complexos desorientado-

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estudo

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suicídio se efetivasse por um motivo nobre. Os duelos também são realizados por motivos que os homens supõem honrosos e nobres, assim como as guerras, e ambos são infrações gravíssimas perante as leis divinas. O que um suicida suporia motivo honroso ou nobre, poderia, em verdade, mais não ser do que falso conceito, sofisma, a que se adaptou, resultado dos preconceitos acatados pelos homens como princípios inabaláveis. A honra espiritual se estriba em pontos bem diversos, porque nos induzirá, acima de tudo, ao respeito das mesmas leis. Mas, sendo o suicida sincero no julgar que motivos honrosos o impeliram ao fato, certamente haverá atenuantes, mas não justificativa ou isenção de responsabilidade. Se assim não fosse, o raciocínio indica que haveria derrogação das próprias leis de harmonia da Criação, o que não se poderá admitir. Quanto à misericórdia a que esse infrator teria direito como filho de Deus, não se

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trataria, certamente, de uma misericórdia especial. A misericórdia de Deus se estende tanto sobre esse suicida como sobre os demais, sem predileções nem protecionismo. Ela se revela no concurso desvelado

A honra espiritual se estriba em pontos bem diversos, porque nos induzirá, acima de tudo, ao respeito das mesmas leis dos bons Espíritos, que auxiliarão o soerguimento do culpado para a devida reabilitação, infundindo-lhe ânimo e esperança e cercando-o de toda a caridade possível, inclusive com a prece, exatamente como na Terra agimos com os doentes e sofredores a quem socorremos. Estará também na possibilidade de o suicida se reabilitar para si próprio, através de reencarnações futuras, para as duas sociedades, terrena e invisível, as quais escandalizou com o seu gesto, e para as leis de Deus, sem se perder irremissivelmente na condenação espiritual. De qualquer forma, com atenuantes ou agravantes, o de que nenhum suicida se isentará é da reparação do ato que praticou com

o desrespeito às leis da Criação, e uma nova existência o aguardará, certamente em condições mais precárias do que aquela que destruiu, a si mesmo provando a honra espiritual que infringira. O suicídio é rodeado de complexos e sutilezas imprevisíveis, contornado por situações e conseqüências delicadíssimas, que variam de grau e intensidade diante das circunstâncias. As leis de Deus são profundas e sábias, requerendo de nós outros o máximo equilíbrio para estudá-las e aprendê-las sem alterá-las com os nossos gostos e paixões. Assim sendo, que fique bem esclarecido que nenhum motivo neste mundo será bastante honroso para justificar o suicídio diante das leis de Deus. O suicida é que poderá ser sincero ao supor tal coisa, daí advindo então atenuantes a seu favor. O melhor mesmo é seguirmos os conselhos dos próprios suicidas que se comunicam com os médiuns: — Que os homens suportem todos os males que lhes advenham da Terra, que suportem fome, desilusões, desonra, doenças, desgraças sob qualquer aspecto, tudo quanto o mundo apresente como sofrimento e martírio, porque tudo isso ainda será preferível ao que de melhor se possa atingir pelos desvios do suicídio. E eles, os Espíritos dos suicidas, são, realmente, os mais credenciados para tratar do assunto. Fonte: PEREIRA, Yvonne A. À Luz do Consolador. Págs. 47 – 51. Feb. 1998.

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reflexão

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Coragem Moral por Vinícius

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m dos requisitos exigidos por Jesus, como condição indispensável àqueles que pretendessem seguir-lhe as pegadas, é a coragem moral. Eu vos envio, disse ele aos discípulos, como ovelhas no meio de lobos. Esta frase é bastante eloqüente e, por si só, define muito bem a posição dos cristãos na sociedade do século. “Sereis entregues aos tribunais por minha causa. Suportareis perseguições, açoites e prisão. Haverá delações entre os próprios irmãos. Atraireis o ódio de todos. A vossa vida correrá iminente risco a cada instante. “Todavia, não temais, pois até os cabelos de vossas cabeças estão contados. Nenhum receio deveis ter dos homens, cujo poder não vai além do vosso corpo. Se chamaram Belzebu ao dono da casa, quanto mais aos seus domésticos. Portanto, nada de temores: o que vos digo à puridade proclamai-o dos eirados. Nada há encoberto que não seja descoberto; nada há oculto que se não venha a saber. Por isso, aquele que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai celestial; e o que me negar diante dos homens, eu o negarei perante meu Pai que está nos céus.” Tais expressões são de clareza meridiana. Para ser cristão, é preciso coragem, ânimo forte, atitude varo-

nil. “Seja o teu falar: sim, sim; não, não”. Não há lugar para composturas dúbias, indecisas, oscilantes. O crente em Cristo deve possuir convicção inabalável, têmpera rija, caráter positivo e franco. Entre as virtudes, não há incompatibilidades. A mansuetude, a cor-

Deus é infinitamente misericordioso e, ao mesmo tempo, é infinitamente justo dura e a humildade são predicados que podem (e devem) coexistir com a energia, com a intrepidez, com a varonilidade. Deus é infinitamente misericordioso e, ao mesmo tempo, é infinitamente justo. O caráter do cristão há-de ser forjado de aço de Toledo e de ouro do Transvaal. Assim disse Amado Nervo: “Ouro sobre aço sejam a tua vontade e a tua conduta. Sobre o aço do teu pensamento há-de luzir o arabesco de ouro das formas

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puras e gentis. Ouro e aço será tua vida, serão teus propósitos, serão teus atos.” Abulia indiferença e marasmo não são expressões de bondade. “Não és frio, nem quente; por isso, quero vomitar-te de minha boca.” Passividade não é virtude. Entre o bem e o mal, a verdade e a impostura, a justiça e a iniqüidade não há lugar para acomodações, nem para neutralidade. O cristão se define sempre em tais conjunturas, confessando o seu Mestre. “Ninguém pode servir a dois senhores.” Que relação pode haver entre Jesus e Baal? Dobrar os joelhos diante de todos os tronos, só porque são tronos; curvar-se perante todos os Césares, só porque são Césares; afazer-se às tiranias e às opressões, anuir direta ou indiretamente às tranquibérnias e vilezas da época; pactuar, enfim, com a injustiça de qualquer maneira e por quaisquer motivos, é negar a Jesus-Cristo no cenáculo social. “Não sejais escravos dos homens, nem das paixões; não sejais, igualmente, nem parasitas, nem bajuladores, nem mendigos” — disse o grande educador Hilário Ribeiro em um dos seus excelentes livros didáticos. Não se triunfa na vida, sem ânimo viril. E’ a covardia moral que faz o homem escravizar-se a outros homens; que o faz escravo de vícios repugnantes e de paixões vis assine: (19) 3233-5596


reflexão

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e soezes. E’ ainda por pusilanimidade e covardia que o homem bajula, mendiga e se torna parasita. Sem boa dose de coragem (quase ia dizendo de audácia), o homem não cumpre o dever e menos ainda consegue sair-se airosamente das emergências difíceis da vida. O suicídio, seja por este ou por aquele motivo, é sempre um ato de covardia moral. A sentinela valorosa jamais abandona o posto que lhe foi confiado. Os altos problemas da Vida, consubstanciados na sentença evangélica — Sede perfeitos como vosso Pai celestial é perfeito — requerem ânimo forte e vontade irredutível para serem solucionados. Não é fugindo aos perigos e às dificuldades que o homem há-de vencê-las; é enfrentando-as. A coragem moral é a primeira virtude do homem de fé. Cumpre, porém, não confundir a verdadeira coragem com as caricaturas de coragem, que se ostentam por toda a parte. Estas são burlescas e vulgares, aquela é rara e cheia de nobreza. A coragem não consiste em atitudes violentas e belicosas. Nada tem de

comum com a temeridade. E’ serena e íntima. Não se ostenta em bracejos, ou gesticulações espetaculosas, nem em vozeios e frases ameaçadoras e ofensivas. Revela-se antes em suportar, do que em repelir a ofensa recebida. Energia não significa agressividade. Ser franco não é ser ferino, nem, sequer, contundente. Quanto maior é a coragem, tanto mais calmo age o indivíduo. A consciência do valor próprio, aliada à fé no Supremo Poder, fêz o homem tolerante e sofrido, paciente e tranqüilo. Tal foi a atitude invariável de Jesus diante das conjunturas mais embaraçosas de sua vida terrena. Suportou todas as injúrias, todas as humilhações e iniqüidades que lhe foram infligidas, conservando imaculada e intangível a pureza do alto ideal por que se bateu até ao extremo sacrifício. Tal é a coragem de que precisam revestir-se os seus discípulos de hoje, como souberam fazer os discípulos do passado. Saulo, antes de ser Paulo, não denotou coragem nenhuma perseguindo, aprisionando e consentindo

no assassínio dos primeiros adeptos do Cristianismo nascente. Saulo tinha às suas ordens gendarmes municiados; as altas autoridades civis e eclesiásticas lhe conferiam poderes discricionários. Os perseguidos eram párias sociais, sem proteção, pobres e desarmados. A atitude de Saulo era daquelas que confirmam o velho brocardo: Quer conhecer o vilão? Ponha-lhe nas mãos o bastão. Após o célebre dia de Damasco, em que Saulo se transformou em Paulo, a vilania daquele se converteu na coragem moral deste. De algoz, passou a ser vítima. A seu turno perseguido, tendo agora contra si as armas e o rancor das autoridades detentoras do poder; correndo os maiores riscos, suportando prisões e açoites, afrontando a morte a cada momento, Paulo caminha intrépido e destemido, na defesa da causa santa da justiça e da liberdade personificadas no credo de Jesus. O extraordinário Apóstolo das gentes nos oferece, em si mesmo, exemplos da falsa e da legítima coragem, antes e depois da conversão. Convertamo-nos, pois, nós os espíritas, os néo-cristãos, como se converteu Paulo. Provemos em nós mesmos, com a transformação radical de nosso caráter, a eficiência e o poder de Jesus-Cristo, como redentor da Humanidade, como libertador do homem, mediante o exemplo de coragem moral que nos legou como herança preciosíssima.  Fonte: VINÍCIUS. Em Torno do Mestre. Págs. 59 – 62. Feb. 1999.

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Dentro do Lar por Joana de Ângelis / Divaldo Franco

Famílias-problemas!... Irmãos que se antagonizam... Cônjuges em lamentáveis litígios... Animosidades entre filho e pai, farpas de ódios entre filha e mãe... Afetos conjugais que se desmantelam torvas acrimônias... Sorrisos filiais que se transfiguram em rictos de idiossincrasias e vinditas... Tempestades verbais em discussões extemporâneas... Agressões infelizes de conseqüências fatais... Tragédias nas paredes estreitas das famílias... Enfermidades rigorosas sob látegos de impiedosa maldade... Mãos encanecidas sob tormentos de filhos dominados por ódios inomináveis. Pais enfermos açoitados por filhas obsidiadas, em conúbios satânicos de reações violentas em cadeia de ira... Irmãos dependentes sofrendo agressões e recebendo amargos pães, fabricados com vinagre e fel de queixa e recriminações... Famílias em guerras tiranizantes, famílias-problemas!...

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mensagem

Abril 2009 | FidelidadESPÍRITA

É da Lei Divina que o infrator renasça ligado à infração que o caracteriza. A justiça celeste estabeleceu que a sementeira tem caráter espontâneo, mas a colheita tem impositivo de obrigatoriedade. O esposo negligente de ontem, hoje recebe no lar a amiga companheira nas vestes da filha ingrata e maldizente. A nubente atormentada, que no passado desrespeitou o lar, acolhe nos braços, no presente, o esposo traído vestindo as roupas do filho insidioso e cruel. O companheiro do pretérito culposo se reivincula pela consangüinidade à vítima, desesperada, reencontrando-a em casa como irmão impenitente e odioso. O braço açoitador se imobiliza sob vergastas da loucura encarcerada nos trajos da família. Desconsideração doutora, desrespeito da atualidade. Insânia gerando sandice e criminalidade alimentando aversões. Chacais produzindo chacais. Lobos tombando em armadilhas para lobos. Cobradores reencarnados junto

às dívidas, na província do instituto da família, dentro do lar. Acende a claridade do Evangelho no lar e ama a tua famíliaproblema, exercitando humildade e resignação. Preserva a paciência, elaborando o curso de amor nos exercícios diários do silêncio entre os panos da piedade para os que te compartem o ninho doméstico, revivendo os dias idos com execrandas carantonhas, sorvendo azedume e miasmas. Não renasceste ali por circunstância anacrônica ou casual. Não resides com uma famíliaproblema por fator fortuito nem por engano dos Espíritos Egrégios. Escolheste, antes do retomo ao

É da Lei Divina que o infrator renasça ligado à infração que o caracteriza

veículo físico, aqueles que dividiriam contigo as aflições superlativas e os próprios desenganos. Solicitaste a bênção da presença dos que te cercam em casa, para librares com segurança nos cimos para onde rumas. Sem eles faltariam bases para os teus pés jornadeiros. Sem a exigência deles, não serias digno de compartilhar a vilegiatura espiritual com os Amorosos Guias que te esperam. São eles, os parentes severos nos trajos de verdugos inclementes, a lição de paciência que necessitas viver, aprendendo a amar os difíceis de amor para te candidatares ao Amor que a todos ama. A mensagem espírita, que agora rutila no teu espírito transformado em farol de vivo amor e sabedoria, é o remédio-consolo para tuas dores no lar, o antídoto e o tratado de armistício para o campo de batalha onde esgrimas com as armas da fé e da bondade, apaziguando, compreendendo, desculpando, confiando em horas e dias melhores para o futuro... Apóia-te ao bastão da certeza reencarnacionista, aproveita o padecimento ultriz, ajuda os verdugos da tua harmonia, mas dá-lhes a luz do conhecimento espírita para que, também eles, os problemas em si mesmos, elucidem os próprios enigmas e dramas, rumando para experiências novas com o coração afervorado e o espírito tranqüilo. Joanna de Ângelis Fonte: FRANCO, Divaldo Pereira. S.O.S. Família. Págs. 48 – 51. Livraria Espírita Leal Editora. 1994.

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MEDIUNIDADE

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Diretrizes de Segurança

por Divaldo Franco e Raul Teixeira

61. Como deve processar-se a doutrinação dos desencarnados nas reuniões mediúnicas? Raul - A doutrinação, ou esclarecimento, dirigida aos companheiros desencarnados, que se apresentam nas reuniões de intercâmbio mediúnico, deve ser processada dentro de um clima de entendimento e respeito, estando certo o doutrinador, ou esclarecedor, de estar dialogando com um ser humano, cuja diferença mais notável é a estar o espírito despojado do corpo físico. Refletindo sobre tal verdade, o doutrinador não ignorará que o desencarnado continua com possibilidades de sentir simpatia ou antipatia, de nutrir amor ou ódio, alegria ou tristeza, euforia ou depressão. Que ele pode ainda ser lúcido ou embotado,

zombeteiro, leviano, emotivo ou frio de sentimentos. A doutrinação, a partir dessa reflexão, se desenvolverá como um diálogo com outro ser humano, quando pelo menos um dos conversadores é nobre e atencioso. Assim, evitar-se-ão, por parte do doutrinador, ameaças, chantagens, irritação ou desdém. Em tudo, o bom senso. O doutrinador deixa a entidade falar, dizer a que veio, o que deseja, e, daí, vai conversando, perguntando sem agressão, chamando o desencarnado à meditação, à compreensão, admitindo, contudo, que, nem sempre, será tarefa muito fácil ou imediata, como entre pessoas encarnadas que têm dificuldade de entender as coisas, por múltiplas razões, e passam longos meses ou mesmo anos, às vezes, para reformar uma opinião ou abrir mão de determinados costumes ou procedimentos.

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MEdiunidade

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62. No atendimento a espíritos sofredores, o doutrinador deve, antes de mais nada, fazer o comunicante conhecer a sua condição espiritual? Divaldo - Há que perguntar-se, quem de nós está em condições de receber uma notícia, a mais importante da vida, como é a da morte, com a serenidade que seria de se esperar? Não podemos ter a presunção de fazer o que a Divindade tem paciência em realizar. Essa questão de esclarecer o espírito no primeiro encontro é um ato de invigilãncia e, às vezes, de leviandade, porque é muito fácil dizer a alguém que está em perturbação: Você já morreu! É muito difícil escutar-se esta frase e recebê-la serenamente. Dizer a alguém que deixou a família na Terra e foi colhido numa circunstância trágica, que aquilo é a morte, necessita de habilidade e carinho, preparando primeiro o ouvinte, a fim de evitar-lhe choques, ulcerações da alma. Considerando-se que a terapêutica moderna, principalmente no capítulo das psicoterapias, objetiva sempre libertar o homem de quaisquer traumas e não lhe criar novos, por que, na Vida Espiritual, se deverá usar uma metodologia diferente ? A nossa tarefa não é a de dizer verdades, mas, a de consolar, porque, dizer simplesmente que o comunicante já desencarnou, os Guias também

poderiam fazê-lo. Deve-se entrar em contato com a entidade, participar da sua dor, consolá-la, e, na oportunidade que se faça lógica e própria, esclarecer-lhe que já ocorreu o fenômeno da morte mas, somente quando o espírito possa receber a notícia com a necessária serenidade a fim de que disso retire o proveito indispensável a sua paz. Do contrário, será perturbado prejudicá-lo gravemente, criando embaraços para os Mentores Espirituais. 63. Será plausível que se desenrole a doutrinação de desencarnados por meio de uma Pequena palestra, em que o doutrinador possa expressar-se como quem faz uma conclamação? Raul – O doutrinador dispensará sempre os discursos durante a doutrinação entendendo-se aqui discurso não como a linha ideológica utilizada, mas, sim, a falação interminável, que não dá ensejo à outra parte de se exprimir, de se explicar Muitas vezes na ânsia de ver as entidades esclarecidas e renovadas o doutrinador se perde numa excessiva e cansativa cantilena, de todo improdutiva e enervante. O diálogo com os desencarnados deverá ser sóbrio e consistente ponderado e clarificador, permitindo boa assimilação por parte do espírito e excelente treino lógico para o doutrinador. 

Fonte: FRANCO, Divaldo P. TEIXEIRA, Raul J. Diretrizes de Segurança. Frater, 2002.

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CAPA

Mediunidade e Autocrítica por equipe FidelidadESPÍRITA

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uem já não se viu constrangido nas reuniões mediúnicas com “mensagens” longas, cansativas e sem nenhum conteúdo doutrinário moral? Ou ainda, atendimentos de espíritos sofredores ou obsessores que resvalam ao exagero ou ao animismo? O intercâmbio espiritual é uma bênção que todos nós agradecemos. Quer para socorrermos espíritos necessitados ou haurirmos instruções superiores, o contato com o mundo dos espíritos é algo que respeitamos com fervor religioso e almejamos seja executado na mais absoluta pureza e simplicidade de propósitos. É necessário estudarmos e orientarmos nossos companheiros médiuns para que estabeleçam uma espécie de “conduta espírita” para a mediunidade. Sugerimos aos médiuns os seguintes passos antes de transmitir qualquer mensagem na reunião mediúnica:

No caso de espíritos amigos: 1) Verificar o ambiente fluídico: Observe se há alterações fluídicas, isto é, se você sente algo diferente agindo ou reagindo sobre suas faculdades. 2) Avaliação: Avalie esse ambiente identificando a qualidade dos fluidos e a natureza da entidade que tenta se comunicar. Geralmente o médium sente um bem estar e uma sensação de felicidade intraduzíveis. 3) Tranqüilidade: Tranqüilize sua mente e verifique que pensamentos lhe chegam. Envolva-se com as emoções e as palavras que lhe surgem com naturalidade. Não é necessário aplicar um tom soturno na voz,

use a sua mesmo, a não ser que ela, naturalmente, sofra a alteração da sua emoção sob o concurso dos espíritos. Mas, coisa estranha é notar um médium falando com voz fina e estridente só porque o espírito se sente feminino. Isso não é essencial para a validade da mensagem. O conteúdo, esse sim, é essencial e validará ou não a instrução espiritual. 4) Transmita a mensagem com naturalidade: Caso não perceba com “clareza” o ambiente espiritual ou esteja com dificuldades de organizar as idéias que lhe chegam, melhor é aguardar nova oportunidade. Lembre-se, a reunião mediúnica é sagrada, o tempo é precioso e não convém ocupá-lo com “comunicações” truncadas, vagarosas, repetidas com um sotaque ridículo e risível. Por isso, deve


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o médium ter autocrítica e se observar ao longo dos anos. Nossa presença lúcida, fraterna, atuante, doutrinariamente correta na reunião mediúnica já será uma mensagem de qualidade e ética aplicada na prática com a mediunidade. Atenção: Nem todos os médiuns terão condições mediúnicas para transmitir mensagens, os que possuírem em grau de trabalho essa capacidade não serão, por isso mesmo, diferentes dos outros, a mediunidade é uma faculdade orgânica. O médium não será especial porque transmite essa ou aquela orientação espiritual. É no silêncio e na vivência do espiritismo, e das mensagens superiores que intercambiam, que os médiuns tornam-se tarefeiros dignos de admiração e amparo espiritual. Sendo assim, não se entristeça caso não consiga transmitir mensagens na reunião mediúnica. O mais importante é aprender e servir onde Deus nos colocou.

No caso de espíritos sofredores ou obsessores: 1) Sinto alguma entidade? Quer por recurso fluídico ou vidência, verifique o que você percebe. Se há alterações emocionais, sensações físicas e se sua mente é invadida por pensamentos que você não cultivou durante o dia. Caso você tenha visto um aci-

O mais importante é aprender e servir onde Deus nos colocou dente que o impressionou, assistido a um filme, um atendimento fraterno que lhe tenha sensibilizado e essas lembranças surgirem em sua mente e você se sentir tentado a transmiti-las como se fossem de espíritos, convém meditar. Talvez que sejam projeções naturais

da sua mente num processo natural de concentração. Quando buscamos um estado de atenção, a mente custa um pouco a estabelecer a sintonia que desejamos e fará “saltar” todas as idéias ou situações que a sobre excitaram durante o dia. Seria de bom alvitre não cultivar nenhuma dessas idéias, mas, se você achar que um espírito acompanhou alguém que você amparou no atendimento fraterno, peça, em silenciosa oração, para que essa possível entidade seja atendida por outro médium. Assim, você se libertará daqueles pensamentos acalmando sua mente para o que efetivamente esteja programado. 2) Tenha calma! Ninguém está imaginando que você é obrigado a dar alguma manifestação, intercambiar algum espírito. Você não é máquina de receber espíritos. Melhor uma comunicação em que o médium ofereça todo o seu equilíbrio e instrumental psíquico, possibilitando um atendimento efetivo, do que várias comunicações “superficiais”. Tranqüilize-se na prece aguardando o momento oportuno, quando você tiver certeza do envolvimento espiritual. Dirigentes e doutrinadores têm de ter a sensibilidade de perguntar, antes do transe, ao médium se está ou não sentindo algo. Coisa mais desagradável é ser surpreendido pelo doutrinador sem que haja algum espírito para o atendimento. Nesse caso, com naturalidade, o médium deverá dizer: obrigado, não estou envolvido.

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3) Durante o transe: Quando a sintonia se der, levando o médium ao transe, a vigilância é necessária. O médium não é um boneco sem emoção, mas, também, não deve ser um desequilibrado mental que obedeça cegamente aos impulsos dos desencarnados. Isso não é mediunidade! Mediunidade é equilíbrio! O medianeiro é uma espécie de socorrista que necessita estar bem para amparar. À semelhança de um médico no hospital que não pode se apavorar no atendimento, o médium precisa oferecer recursos de equilíbrio para que o espírito sinta confiança e receba o atendimento. 4) Em relação ao espírito comunicante: Da mesma forma que o médium percebe o mundo íntimo do espírito, a entidade desencarnada percebe o mundo íntimo do médium. Se o Espírito está com medo, dor, desequilibrado o médium não pode agir da mesma forma. Se o

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medianeiro se desesperar o espírito sofrerá duplamente: sentindo o seu próprio pavor e, agora, o do médium que se desequilibrou sem nenhuma ajuda oferecer. O papel do médium não é o de um simples repetidor. Ele deve ser elemento ativo pacificador, cooperando com suas emoções equilibradas e sua moral saudável para o atendimento dos desencarnados. Observando, durante anos,

O medianeiro é uma espécie de socorrista que necessita estar bem para amparar vários atendimentos, notamos que médiuns equilibrados, doutrina-

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riamente esclarecidos afetuosos, socorrem com maior competência espíritos sofredores e perturbadores. Estando os médiuns num clima de amor e doação, numa sintonia superior e nobre, envolvem os comunicantes num campo de equilíbrio que lhes pertencem, aos médiuns, conferindo uma espécie de tranqüilidade aos espíritos que, efetivamente, facilita o atendimento. Quando alguém muito nervoso adentra a um ambiente favorecido pela calma, em que as pessoas falam num tom baixo, há uma espécie de contágio e a criatura acalma-se. O medianeiro equilibrado, quanto possível, oferece esse clima de harmonia contagiando os espíritos necessitados, auxiliando no atendimento espiritual. Esse parece ser o papel da mediunidade com Jesus! Do contrário, com médiuns desequilibrados, que se preocupam em ocupar o tempo com show, regado a gritaria e encenações, poderá haver comunicação, mas, dificilmente atendimento, fazendo com que nos envergonhemos perante as equipes espirituais nobres e sérias. Contudo, estendemos nosso reconhecimento aos grupos mediúnicos que, sob o lume da doutrina espírita, trabalham com amor e honestidade construindo uma prática mediúnica de qualidade. Que essas meras sugestões, portanto, sirvam de reflexão e apoio ao trabalho daqueles que se consagraram ao mister com a mediunidade. 

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história

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A Mãe que Reencarnou por Therezinha Oliveira

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esde a infância, Jenny Cockell tinha sonhos em que se via em outra época e lugar. Sentia-se uma jovem mãe, assando pão numa pequena casa de campo, caminhando para a igreja, esperando por um bote no cais de madeira. Ou então, se sentia inerte no leito de morte, torturada por febre intensa, porque morrera de complicações do parto. E se sentia atormentada ao pensar que sorte teriam tido os oito filhos que tinha então. Jenny cresceu, tornou-se arquiteta, casou-se e teve um filho, Leigh. Mas não conseguia esquecer dos filhos da vida anterior. Eu tinha necessidade de saber se eles estavam bem e não poderia tranqüilizar-me, até que isso fosse esclarecido. Certa vez, observando um mapa da região de Malahide, ao norte de Dublin, Irlanda, ela sentiu, intuitivamente, que ali vivera com o nome de Mary. E notou como era semelhante aquela região com os desenhos que fizera de acordo com seus sonhos, na infância. Jenny estava grávida da segunda filha, Alison, quando, com a ajuda do marido Doug Cole e de Leigh, começou os esforços para localizar os filhos sobreviventes da falecida Mary, o que conseguiu em 1990. A busca não foi fácil. Começou pesquisando nos registros da igreja local a respeito de uma mãe de oito filhos chamada Mary e verificou que, de fato, na década de 1930, havia vivido e morrido em Malahide uma assine: (19) 3233-5596

certa Mary Sutton e suas crianças haviam sido entregues a famílias e orfanatos. Continuando a busca, teve ajuda de jornais irlandeses, escreveu para igrejas, e, finalmente, localizou os seis filhos sobreviventes, que estavam agora na casa dos sessenta ou setenta anos: Sony, Cristy, Frank, Phyllis, Betty e James (este faleceu em 1992). O primeiro contato de Jenny com a sua família da encarnação anterior foi com Sonny e por telefone, mas ela conseguiu convencer o filho, porque aludia a fatos que só as “crianças” poderiam saber e lembrar, como o fato de ele e a mãe terem libertado uma lebre que fora colhida numa armadilha. Depois, também os outros filhos se convenceram de que Jenny era de fato sua mãe Mary Sutton, e a busca serviu para que a família voltasse a se unir, pois desde a morte de Mary não haviam se encontrado. Curiosamente, como a Igreja rejeita a reencarnação, foi sugerido a Phyllis que o espírito de sua mãe estivesse falando através de Jenny, com a intenção de reunir a família. Preferem explicar o fato como uma comunicação mediúnica, mas Mary Sutton, reencarnada como Jenny, sabe que não é assim. Quando desencarnou, preocupada com a sorte dos filhos, guardou o desejo de voltar para ajudá-los e ao reencarnar, vinte e um anos depois, conseguiu concretizar seu propósito de reunir a família.

Naturalmente, a BBC (estatal inglesa de rádio e televisão) não perdeu a oportunidade de investigar as lembranças de Jenny, em entrevistas especiais, constatando que ela sabia particularidades da casa de Mary, como só a própria Mary poderia conhecer. Jenny Cockell contou a sua história no livro Across Time and Death (Através do Tempo e da Morte – Uma mãe em busca de seus filhos da Vida Passada), de 1994, e a Revista People, de 3 de outubro daquele ano, publicou uma reportagem que teve ampla repercussão na imprensa americana, reproduzida em parte pela Revista Internacional de Espiritismo, em fevereiro de 2001, de onde tiramos parte destas informações. Em 2000, a CBS TV fez um filme, dirigido por Marcus Cole e estrelado por Jane Seymour, sobre essa emocionante história Verídica, sob o título: “Yesterday’s Children”, que tem passado na TV a cabo com o nome de “Sonhos de ontem”. É interessante notar a foto dos filhos sobreviventes ao lado da mãe reencarnada. Ela, ao redor dos seus quarenta anos, e eles sexagenários ou septuagenários, mas unidos pelo amor que transpôs a barreira do tempo. 

Fonte: OLIVEIRA, Therezinha. Na luz da reencarnação. Cap. 10. CEAK. Campinas/SP. 2006.

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ensinamento

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As Cinco Alternativas da Humanidade por Allan Kardec

Doutrina panteísta

Doutrina Materialista

Doutrina dogmática

B

em poucos homens vivem despreocupados do dia seguinte. Ora, se cada um se inquieta pelo que virá após o dia que está transcorrendo, com mais forte razão é natural se preocupe com o que haverá depois do grande dia da vida, pois já não se trata de alguns instantes, mas da eternidade. Viveremos ou não viveremos, findo esse grande dia? Não há meio-termo; é uma questão de vida e de morte; é a suprema alternativa!... Se interrogarmos o sentimento íntimo da quase universalidade dos homens, todos responderão: “Viveremos.” Essa esperança constitui uma consolação. Entretanto, uma pequena minoria se esforça, sobretudo de algum tempo para cá, por lhes provar que não viverão. Fez prosélitos essa escola, força é confessá-lo,

Doutrina deísta

Doutrina espírita

e principalmente entre os que, temendo a responsabilidade do futuro, acham mais cômodo gozar sem constrangimento do presente, sem se perturbarem com a perspectiva das conseqüências. Essa, porém, é a opinião de uma pequena minoria. Se havemos de viver, como viveremos? Em que condições viremos a encontrar-nos? Aqui, os sistemas variam, de acordo com as idéias religiosas e filosóficas. Podem, no entanto, reduzir-se a cinco todas as capitais alternativas, que passamos a sumariar, a fim de que se torne mais fácil a comparação e cada um possa escolher a que lhe pareça mais racional e melhor corresponda às suas aspirações pessoais e às exigências da sociedade. As cinco alternativas são as que resultam das doutrinas do materialismo, do panteísmo, do deísmo, do dogmatismo e do Espiritismo.

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ensinamento

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1º - Doutrina Materialista A inteligência do homem é uma propriedade da matéria; nasce e morre com o organismo. O homem nada é antes, nem depois da vida corporal. Conseqüências. Sendo o homem apenas matéria, os gozos materiais são as únicas coisas reais e desejáveis; as afeições morais carecem de futuro; os laços morais a morte os quebra sem remissão e para as misérias da vida não há compensação; o suicídio vem a ser o fim racional e lógico da existência, quando não se pode esperar atenuação para os sofrimentos; inútil qualquer constrangimento para vencer os maus pendores; viver cada um para si o melhor possível, enquanto aqui estiver; estupidez vexar-se e sacrificar o repouso, o bem-estar por causa de outros, isto é, por causa de seres que a seu turno serão aniquilados e que ninguém tornará a ver; deveres sociais sem fundamento, o bem e o mal meras convenções; por freio social unicamente a força material da lei civil. NOTA — Não será talvez inútil lembrar aqui, aos nossos leitores, algumas passagens de um artigo que publicamos sobre o materialismo, na Revista de agosto de 1868. “O materialismo, dizíamos, estadeando-se, como jamais o fizera em época nenhuma, apresentando-se como regulador supremo dos destinos morais da Humanidade, teve por efeito aterrorizar as massas pelas conseqüências inevitáveis das assine: (19) 3233-5596

suas doutrinas com relação à ordem social. Por isso mesmo, provocou, em favor das idéias espiritualistas, enérgica reação, que lhe há de provar quão longe ele está de possuir simpatias tão gerais quanto supõe e que singularmente se ilude se espera impor um dia suas leis ao mundo. “Certamente as crenças espiritualistas do passado não satisfazem a este século: já não estão ao nível

... o suicídio vem a ser o fim racional e lógico da existência...

intelectual da nossa geração; por muitos pontos, acham-se em contradição com os dados positivos da Ciência; deixam no espírito idéias incompatíveis com a necessidade do positivo que predomina na sociedade moderna; cometem, além disso, o erro de se imporem por meio da fé cega e de proscreverem o livreexame; daí, sem nenhuma dúvida, o desenvolvimento da incredulidade na maioria das criaturas. É de toda a evidência que, se os homens fossem alimentados, desde a infância, com idéias de natureza a serem mais tarde confirmadas pela razão, não haveria incrédulos. Quantos, reconduzidos pelo Espiritismo à crença, nos hão dito: “Se sempre nos houvessem apresentado Deus, a alma e

a vida futura de maneira racional, jamais houvéramos duvidado.” “Do fato de a um princípio darse má ou falsa aplicação, seguir-se-á que se deva rejeitá-lo? Ocorre com as coisas espirituais o que se verifica com a legislação e com todas as instituições sociais. Faz-se mister apropriá-las aos tempos, sob pena de sucumbirem. Mas, em vez de apresentar alguma coisa melhor que o velho espiritualismo, o materialismo preferiu suprimir tudo, o que o dispensava de pesquisar e lhe parecia mais cômodo àqueles a quem a idéia de Deus e do futuro importuna. Que se deveria pensar de um médico que, achando não ser bastante substancioso o regímen de um convalescente, lhe prescrevesse não comer absolutamente nada? “O que causa espanto na maioria dos materialistas da escola moderna é o espírito de intolerância levado aos últimos limites, quando ao mesmo tempo reclamam incessantemente o direito à liberdade de consciência!... “...Há, neste momento, em certo partido, um levantar de broquéis contra as idéias espiritualistas em geral, nas quais, naturalmente, as do Espiritismo se acham envolvidas. O que esse partido quer não é um Deus melhor e mais justo, é o Deus matéria, menos embaraçoso, porque não se lhe tem de prestar contas. Ninguém contesta ao mencionado partido o direito de ter sua opinião, de discutir as opiniões contrárias; mas, o que não se lhe poderia conceder é a pretensão, singular, pelo menos, em homens que se dão como apóstolos da liberdade, de

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ensinamento impedirem que os outros creiam a seu modo e discutam as doutrinas de que eles não partilham. Intolerância por intolerância, uma não vale mais do que a outra...”

2º - Doutrina Panteísta O princípio inteligente, ou alma, independente da matéria, é extraído, ao nascer, do todo universal; individualiza-se em cada ser durante a vida e volta, por efeito da morte, à massa comum, como as gotas de chuva ao oceano. Conseqüências. Sem individualidade e sem consciência de si mesmo, o ser é como se não existisse. As conseqüências morais desta doutrina são exatamente as mesmas que as da doutrina materialista. NOTA — Certo número de panteístas admitem que a alma, tirada, ao nascer, do todo universal, conserva a sua individualidade por tempo indefinido e somente volta à massa depois de haver chegado aos últimos degraus da perfeição. As conseqüências desta variedade de crença são absolutamente as mesmas que as da doutrina panteísta

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propriamente dita, pois de todo inútil é que alguém se dê ao trabalho de adquirir alguns conhecimentos, cuja consciência terá de perder, pelo aniquilar-se após um tempo relativamente curto. Se a alma, em geral, se nega a admitir semelhante concepção, quão mais penosamente não haveria ela de sentir-se chocada, ponderando que o instante em que alcançasse o conhecimento e a perfeição supremos seria o em que se veria condenada a perder o fruto de todos os seus labores, perdendo a sua individualidade.

3º - Doutrina Deísta

Sem individualidade e sem consciência de si mesmo, o ser é como se não existisse

O deísmo compreende duas categorias bem distintas de crentes: os deístas independentes e os deístas providencialistas. Os primeiros crêem em Deus; admitem todos os seus atributos como criador. Deus, dizem eles, estabeleceu as leis gerais que regem o Universo; mas, uma vez estabelecidas, essas leis funcionam por si sós e aquele que as promulgou de mais nada se ocupa. As criaturas fazem o que querem ou o que podem, sem que ele se inquiete. Não há providência; não se ocupando Deus conosco, nada temos que lhe agradecer, nem que lhe pedir. Os que negam qualquer intervenção providencial na vida do homem são como crianças que se julgam muito ajuizadas para se libertarem da tutela, dos conselhos e da proteção de seus pais, ou que pensam não deverem estes ocuparse mais com eles, desde que os puseram no mundo. Sob o pretexto de glorificarem a Deus, demasiado grande, dizem, para se abaixar até às suas criaturas, fazem dele um grande egoísta e o rebaixam até ao nível dos animais que abandonam suas crias à Natureza. Essa crença é resultado do orgulho; é sempre a idéia de que estamos

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submetidos a um poder superior que fere o amor-próprio e do qual procuram eximir-se. Enquanto uns negam absolutamente esse poder, outros consentem em reconhecerlhe a existência, embora condenando-a à nulidade. Há uma diferença essencial entre o deísta independente, do qual acabamos de falar, e o deísta providencialista. Este último, com efeito, crê não só na existência e no poder criador de Deus, na origem das coisas, como também crê na sua intervenção incessante na criação e a ele ora, mas não admite o culto exterior e o dogmatismo atual.

4º - Doutrina Dogmática A alma, independente da matéria, é criada por ocasião do nascimento do ser; sobrevive e conserva a individualidade após a morte; desde esse momento, tem irrevogavelmente determinada a sua sorte; nulos lhe são quaisquer progressos ulteriores; ela será, pois, por toda a eternidade, intelectual e moralmente, o que era durante a vida. Sendo os maus condenados

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ensinamento a castigos perpétuos e irremissíveis no inferno, completamente inútil lhes resulta todo arrependimento; parece assim que Deus se nega a conceder-lhes a possibilidade de repararem o mal que fizeram. Os bons são recompensados com a visão de Deus e a contemplação perene no céu. Os casos que possam merecer

As almas ou Espíritos progridem mais ou menos rapidamente, mediante o uso do livre-arbítrio, pelo trabalho e pela boa vontade o céu ou o inferno, por toda a eternidade, são deixados à decisão e ao juízo de homens falíveis, aos quais

é dada a faculdade de absolver ou condenar. NOTA — Se a esta proposição final objetassem que Deus julga em última instância, poder-se-ia perguntar que valor tem a decisão proferida pelos homens, uma vez que ela pode ser infirmada. Separação definitiva e absoluta dos condenados e dos eleitos. Inutilidade dos socorros morais e das consolações para os condenados. Criação de anjos ou almas privilegiadas, isentas de todo trabalho para chegarem à perfeição, etc., etc. Conseqüências. Esta doutrina deixa sem solução os graves problemas seguintes: 1º Donde vêm as disposições inatas, intelectuais e morais, que fazem com que os homens nasçam bons ou maus, inteligentes ou idiotas? 2º Qual a sorte das crianças que morrem em tenra idade? Por que vão elas para uma vida bem-aventurada, sem o trabalho a que os outros ficam sujeitos durante longos anos? Por que são recompensadas

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ensinamento sem terem podido fazer o bem, ou são privadas de uma felicidade perfeita, sem terem feito o mal? 3º Qual a sorte dos cretinos e dos idiotas que não têm consciência de seus atos? 4º Onde a justiça das misérias e das enfermidades de nascença, uma vez que não resultam de nenhum ato da vida presente? 5º Qual a sorte dos selvagens e de todos os que forçosamente morrem no estado de inferioridade moral em que foram colocados pela natureza mesma, se não lhes é dado progredirem ulteriormente? 6º Por que cria Deus umas almas mais favorecidas do que outras? 7º Por que chama ele a si prematuramente os que teriam podido melhorar-se, se vivessem mais tempo, visto que não lhes é permitido progredirem depois da morte? 8º Por que criou Deus anjos em estado de perfeição sem trabalho, ao passo que outras criaturas são submetidas às mais rudes provações em que têm maiores probabilidades de sucumbir, do que de sair vitoriosas, etc., etc.?

5º - Doutrina Espírita O princípio inteligente independe da matéria. A alma individual preexiste e sobrevive ao corpo. O ponto de partida ou de origem é o mesmo para todas as almas, sem

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exceção; todas são criadas simples e ignorantes e sujeitas a progresso indefinido. Nada de criaturas privilegiadas e mais favorecidas do que outras. Os anjos são seres que chegaram à perfeição, depois de haverem passado, como todas as outras criaturas, por todos os graus da inferioridade. As almas ou Espíritos progridem mais ou menos rapidamente, mediante o uso do livre-arbítrio, pelo trabalho e pela boa vontade. A vida espiritual é a vida normal; a vida corpórea é uma fase temporária da vida do Espírito, que durante ela se reveste de um envoltório material, de que se despe por ocasião da morte. O Espírito progride no estado corporal e no estado espiritual. O estado corpóreo é necessário ao Espírito, até que haja galgado um certo grau de perfeição. Ele aí se desenvolve pelo trabalho a que é submetido pelas suas próprias necessidades e adquire conhecimentos práticos especiais. Sendo insuficiente uma só existência corporal para que adquira todas as perfeições, retoma um corpo tantas vezes quantas lhe forem necessárias e de cada vez encarna com o progresso que haja realizado em suas existências precedentes e na vida espiritual. Quando, num mundo, alcança tudo o que aí pode obter, deixa-o para ir a outros mundos, intelectual e moralmente mais adiantados, cada vez menos materiais, e assim por diante, até à perfeição de que é suscetível a criatura. O estado ditoso ou inditoso dos Espíritos é inerente ao adian-

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tamento moral deles; a punição que sofrem é conseqüência do seu endurecimento no mal, de sorte que, com o perseverarem no mal, eles se punem a si mesmos; mas, a porta do arrependimento nunca se lhes fecha e eles podem, desde que o queiram, volver ao caminho do bem e efetuar, com o tempo, todos os progressos. As crianças que morrem em tenra idade podem ser Espíritos mais ou menos adiantados, porquanto já tiveram outras existências em que ou praticaram o bem ou cometeram ações más. A morte não os livra das provas que hajam de sofrer e, em tempo oportuno, eles voltam a uma nova existência na Terra, ou em mundos superiores, conforme o grau de elevação que tenham atingido. A alma dos cretinos e dos idiotas é da mesma natureza que a de qualquer outro encarnado; possuem, muitas vezes, grande inteligência; sofrem pela deficiência dos meios de que dispõem para entrar em relação com os seus companheiros de existência, como os mudos sofrem por não poderem falar. É que abusaram da inteligência em existências pretéritas e aceitaram voluntariamente a situação de impotência para usar dela, a fim de expiarem o mal que praticaram, etc., etc. 

Fonte: KARDEC, Allan. Óbras Póstumas. Págs. 193200. Feb. 1985.

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esclarecimento

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O Caso do Aprigio por Hilário Silva / Chico Xavier

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uando cheguei ao leito de Alfredo Cortes, debatia-se o velho entre as raias da morte. Casa cheia. Afastei os populares que se aglomeravam ao pé do quarto, e pedi garantias para examiná-lo severamente. O coronel Cortes fora vítima de traiçoeiro golpe e agonizava sem esperança. O punhal atingira o coração e, condoído, sentei-me, desarvorado. Sobre os lençóis empapados de sangue, jazia o ancião inerte. — Coronel — perguntei, ansioso —, quem lhe fez isso? O moribundo buscou, em vão, mover os olhos na direção do grande cofre violado e ciciou uma palavra. Colei o ouvido aos lábios quase imóveis, e, depois de muito esforço, escutei um nome: —A... prí... gio... — Senti-me empolgado de horror. Aprígio era o rapaz que ele amava por filho. Naquele minuto rápido, lembrei-me da história dele. Fora enjeitado à porta de Cortes, assine: (19) 3233-5596

quando D. Alzira, a esposa, ainda estava na Terra. O casal sem filhos exultara. Muita vez surpreendera eu os amigos em passeio para distrair a criança. Aprígio crescera mimado, respeitado, protegido. Não quisera

O coronel Cortes fora vítima de traiçoeiro golpe e agonizava sem esperança cursar estabelecimento de ensino superior; entretanto, recebera instrução suficiente para desempenhar profissão respeitável. Costumava encontrá-lo, à noite, ao pé de amigos desocupados, quando de minhas visitas inesperadas aos casos de urgência. Nunca poderia suspeitar, porém, de que estivesse caminhando para semelhante loucura.

Não consegui, no entanto, mais largo tempo para a reflexão. A vítima cravou em mim os olhos embaciados, conquanto lúcidos, e estremeceu. Chegara o fim. Emocionado, abri passagem, de modo a cientificar meu apontamento à polícia, mas a sala contígua povoava-se de vozes ásperas. Dei alguns passos e estaquei. — É ela! é ela! Madalena Leandro, pobre lavadeira do povo, era puxada pelos cabelos. Aprígio estava à frente do grupo amotinado, gritando com veemência. Comuniquei o óbito ao chefe do destacamento policial e busquei agir com serenidade, tomando informes. Madalena fora surpreendida no telhado, mostrando enorme aflição. Acusada, não se defendera. Tudo inclinava a autoridade a crer fosse ela a homicida. Intrigado, avancei para a infeliz, perguntando: — Diga, Madalena! Confesse!

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esclarecimento Foi realmente você? A desditosa mulher, em silêncio, fixou em mim os olhos agoniados, à maneira de triste animal sentenciado à morte. — Foi você? Havia tamanho imperativo em minha pergunta, que a mísera, como que hipnotizada, confirmou sob o pranto pesado a lhe, escorrer do rosto: Sim... fui eu! — Assassina! Assassina! — clamou Aprígio, colérico. — E o dinheiro? onde está o dinheiro? Como a acusada não respondesse, o moço precipitou-se de punhos cerrados e, a esmurrar-lhe o peito, bramia desesperado: — Diga! diga! Maldita! Maldita! A infeliz tombou de joelhos e rogou, súplice: — Piedade! pelo amor de Deus, tenham piedade de mim!

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FidelidadESPÍRITA | Abril 2009

O sangue borbotavalhe agora da boca trêmula e, revoltado, consegui acalmar os ânimos. Buscava debalde interferir, para sustar novo crime, quando o rapaz lhe aplicou um pontapé à altura dos pulmões e a lavadeira rolou, desgovernada. O sangue borbotava-lhe agora da boca trêmula e, revoltado, consegui acalmar os ânimos. Não permitiria se alongasse a agressão.

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E ouvindo-me o arrazoado, o responsável pela ordem ponderou: — Doutor, compreendemos a sua indignação, mas, afinal de contas, o pobre rapaz está possesso de angústia... Acaba de perder o pai e, sinceramente, no lugar dele, não sei se me comportaria de outra maneira... Entendi que a hora não admitia réplicas e solicitei fosse Madalena conduzida à prisão, para as medidas aconselháveis. Inquieto, continuei de atenção voltada para o assunto. Perseguida por Aprígio, a infortunada mulher foi submetida a inquirições humilhantes. Sempre que interrogada, declarava-se autora do estranho homicídio, mas, se instada a dizer algo sobre o furto, calava-se, estremunhada e, com isso, experimentava maior punição. Procurei o juiz indicado para o processo, em segredo amistoso, esclarecendo-o quanto à minha observação, em caráter de confidência. E após atender-me, o magistrado, gentil, promoveu acareações. Aprígio foi chamado a depor, diante da ré. E fazendo força para alcançá-lo na consciência não vacilei arrolarme entre as testemunhas. Percebendo-me, todavia, a atitude, explicara que o velho, embora pacífico, desde algum tempo mostrava sintomas de alienação mental evidente. Vivia desmemoriado, agastadiço. Esquecia nomes familiares, truncava referências. E acentuava que não tinha dúvidas assine: (19) 3233-5596


esclarecimento

Abril 2009 | FidelidadESPÍRITA

quanto à culpabilidade de Madalena. Narrava, com ênfase, como a encontrara em telhado vizinho, ansiosa, a observar os efeitos da infâmia que praticara. Dois soldados e ele próprio haviam visto. Esgueirara-se pelo quintal a fora, depois do crime. Decerto, enterrara o dinheiro roubado em algum lugar e, em seguida, espreitava, buscando possivelmente surripiar nova presa. A residência do coronel tinha jóias e alfaias, relógios e roupas finas. Madalena fora, em outro tempo, lavadeira da casa. Conhecia passagens e escaninhos. A acusada ouvia, em lágrimas, silenciando... Se alguém perguntava, ao fim do interrogatório: — Mas foi você? — Madalena chorava muda, fazendo um gesto confirmativo. O sofrimento, contudo, alquebrara-lhe as forças. Hemoptises apareciam, amiudadas. Anotando-me o interesse pela

infeliz, a autoridade judiciária permitiu pudesse, de minha parte, hospitalizá-la para o tratamento preciso. A acusada, entretanto, como se houvesse desistido da existência, não mostrou qualquer reação favorável. Ao cabo de vinte dias, providenciava-lhe o enterro de última classe. A lavadeira não pudera esperar o julgamento definitivo.

A morte do corpo renovara-me a alma e, em pleno acesso a lutas diferentes

E a vida continuou na marcha irrefreável. Por muito tempo, demorei-me ainda entre os homens, e assisti à ascensão e à queda de Aprígio. Dono da regular fortuna que herdara em testamento de Alfredo Cortes, prosperou a princípio, para cair, mais tarde, em descrédito, depois de largos anos em jogatina e dissipação. Findo vasto período de enfermidade e desencanto, morrera, ignorado, na sombra do hospício. Um novo dia, entretanto, chegou para mim também e vi-me de mãos vazias, no retorno ao plano espiritual. A morte do corpo renovara-me a alma e, em pleno acesso a lutas diferentes, dentre os amigos que me vieram trazer o abraço afetivo, Madalena surgiu, nimbada de luz. Conversamos, alegremente, e porque o passado me batesse em cheio na tela da memória, formulei a pergunta discreta... Afinal, onde estava a verdade? Não fora Aprígio o autor da tragédia? A heroína, porém, fitando-me de frente, tudo elucidou, respondendo, calma: — Doutor, nada pude falar, porque Aprígio, o infeliz criminoso, era meu filho... 

Fonte: XAVIER, Francisco Cândido. Almas em Desfile. Págs. 121 – 126. Feb. 2003.

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com todas as letras

FidelidadESPÍRITA |Abril 2009

Nome Próprio admite Plural por Eduardo Martins

U

ma convicção arraigada de grande número de pessoas é a de que nome próprio não admite plural. O Formulário Ortográfico, conjunto de normas que rege a grafia das palavras da língua portuguesa, determina, porém, que essa categoria de palavras está sujeita às mesmas regras vigentes para os vocábulos comuns e por isso tem plural, como estes. Aliás, não é possível ignorar a prática dos escritores de língua portuguesa ou os próprios usos e costumes do País. Em Os Maias, Eça de Queirós pluralizou o sobrenome Maia. A cidade de Andradas, em Minas, homenageia o clã Andrada. Mais um: a Rua dos Gusmões, em São Paulo, tem esse nome por causa da família Gusmão. A instrução vale tanto para prenomes como sobrenomes, incluindo-se entre estes as formas estrangeiras aportuguesáveis: as Manas, as Tarsilas, os Josés, os Luíses, os Matarazzos, os Silvas, os Silva Jardins (nos nomes formados por mais de um elemento, convém pluralizar apenas o último), os Almeida Prados, os Monteiros de Carvalho (nome ligado por de segue a norma comum, ou seja, só se

pluraliza o primeiro termo), os Nobéis, os Papais Noéis, os Rafaéis do Louvre. A situação mais complicada é a que envolve nomes estrangeiros ou aqueles em que o plural soaria muito estranho. Em geral acrescenta-se apenas um s: os Kennedys, os Collors, os Portinaris, os Van Goghs do Louvre, os Clintons. Vão ainda para o plural os nomes de entidades, órgãos públicos, empresas, veículos, armamento, aviões, naves espaciais e produtos industriais e comerciais: os Detrans, os ltaús, cinco Vectras, dois Mirages, as Apollos, os Harriers, duas Coca-Colas, duas Brahmas, três Martinis, cinco Aspirinas. Quando, porém, uma marca comercial está precedida de outra palavra, fica invariável: dois carros Santana, oito blindados Urutu, quatro aviões Boeing. A razão: consideram-se subentendidas palavras como marca, modelo, tipo (dois carros marca Santana, cinco blindados modelo Urutu). Nomes geográficos ou de vias públicas admitem igualmente o plural: os dois Mato Grossos, as duas Coréias, as duas Paulistas (avenida), as Augustas (rua) dos ricos e dos pobres, as várias Ruas Direitas.

Fonte: MARTINS, Eduardo. Com Todas as Letras. Pág. 131. Editora Moderna. São Paulo/SP, 1999.

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Crescei “Antes crescei na graça e no conhecimento de Nosso Senhor e Salvador, Jesus-Cristo.” — Pedro (II Pedro, 3:18.)

A situação de destaque preocupa constantemente a idéia do homem. O próprio mendigo, esfarrapado e faminto, muita vez permanece, orgulhoso, na expectativa de realce no Céu. Habitualmente, porém, toda ansiedade, nesse particular, é propósito mal dirigido objetivando crescimento ao inverso. Não seria, propriamente, o ato de se desenvolver, mas de inchar. Nessa mesma pauta, muitos aprendizes irrequietos pleiteiam altas remunerações financeiras, favores do dinheiro fácil, elevação aos postos de autoridade, invocando a necessidade decrescer para maior eficiência no serviço do Cristo. Isto, contudo, quase sempre é pura ilusão. Materializadas as exigências, transformam-se

em servidores rodeados de impedimentos. O Mestre Divino, que organizou a vida planetária ao influxo do Eterno Pai, possui suficiente poder, e, para a execução de sua obra, não se demoraria à espera de que esse ou aquele dos aprendizes se convertesse em especialista em determinados negócios do mundo. O crescimento, a que o Evangelho se reporta, deve orientar-se na virtude cristã e no conhecimento da vontade divina. Aprenda cada um a sua parte, na esfera de nossos deveres com Jesus. Atenda ao programa de edificação que lhe compete, ainda que se encontre sozinho ou perseguido pela incompreensão dos homens e, então, estará crescendo na graça e no discernimento para a vida imortal.

Emmanuel - Chico Xavier Vinha de Luz


Centro de Estudos Espíritas

“Nosso Lar”

Ônibus: Vila Marieta nr. 348

R. Prof. Luís Silvério, 120 Vl. Marieta - Campinas/SP

* Ponto da Benjamim Constant em frente à biblioteca municipal.

(19) 3386-9019 / 3233-5596

- Uma aula por semana - Aulas apostiladas e dinâmicas - Exibição de filmes (em telão) alusivos aos temas

O Centro de Estudos Espíritas “Nosso Lar” convida você e sua família para estudar o Espiritismo. Venha conhecer a Filosofia, a Ciência e a Religião Espíritas.

- Auditório com ar condicionado, som e imagem digitais - Estacionamento e segurança no local - Material didático (opcional) - Aulas em datashow

ATIVIDADES PARA 2009

CURSOS GRATUITOS

Cursos Dias Horários Início 1º Ano: Curso de Iniciação ao Espiritismo com aulas e projeção de filmes (em telão) alusivos aos temas. Duração 1 ano com uma aula por semana. 2ª Feira 20h00 - 21h30 09/02/2009

Aberto ao Público: Necessário Inscrição: 3386-9019 / 3233-5596

1º Ano: Curso de Iniciação ao Espiritismo com aulas e projeção de filmes (em telão) alusivos aos temas. Duração 1 ano com uma aula por semana.

14/02/2009

Aberto ao Público: Necessário Inscrição: 3386-9019 / 3233-5596

Aberto ao Público: Necessário Inscrição: 3386-9019 / 3233-5596

1º Ano: Curso de Iniciação ao Espiritismo com aulas e projeção de filmes (em telão) alusivos aos temas. Duração 1 ano com uma aula por semana.

sábado

14h00 - 15h00

domingo

10h00 - 11h00

15/02/2009

2º Ano

3ª Feira

20h00 - 22h00

03/02/2009 Restrito

2º Ano

Sábado

16h00 – 18h00

07/02/2009 Restrito

2º Ano Domingo

09h00 – 11h00

01/02/2009 Restrito

3º Ano

4ª Feira

20h00 - 22h00

04/02/2009 Restrito

3º Ano

Sábado

16h00 – 18h00

07/02/2009 Restrito

Evangelização da Infância

Sábado

14h00 – 15h00 Fev / Nov Aberto ao público

Evangelização da Infância

Sábado

16h00 – 18h00 Fev / Nov Aberto ao público

Evangelização da Infância Domingo

10h00 – 11h00 Fev / Nov Aberto ao público

Mocidade Espírita Domingo

10h00 – 11h00

Atendimento ao público

Assistência Espiritual: Passes

2ª Feira

20h00 - 20h40

ininterrupto Aberto ao público ininterrupto Aberto ao Público

Assistência Espiritual: Passes

4ª Feira

14h00 - 14h40

ininterrupto Aberto ao Público

Assistência Espiritual: Passes

5ª Feira

20h00 - 20h40

ininterrupto Aberto ao Público

Assistência Espiritual: Passes Domingo

09h00 - 09h40

ininterrupto Aberto ao Público

Palestras Públicas Domingo

10h00 - 11h00

ininterrupto Aberto ao Público


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